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SUMÁRIO
1. ACENTUAÇÃO GRÁFICA
1.1. Introdução
1.2. Regras gerais
1.2.1. Regra 1 – Proparoxítonas
1.2.2. Regra 2 – Paroxítonas
1.2.3. Regra 3 – Oxítonas
1.2.4. Regra 4 – Monossílabas tônicas
1.3. Regras especiais
1.3.1. Regra 5 – I e U tônicos formando hiato
1.3.2. Regra 6 – Ditongo aberto
1.3.3. Regra 7 – Acentos diferenciais
1.3.4. Regra 8 – Ter e vir
2. ORTOGRAFIA
2.1. Introdução
2.2. Palavras parônimas e homônimas
2.3. Expressões concorrentes
2.4. Decifrando os porquês
3. MORFOLOGIA GERAL
3.1. Introdução
3.2. Locução
3.3. Dez classes de palavras
3.4. Substantivo
1
3.4.1.Definição
3.4.2. Classificação
3.4.3. Morfossintaxe do substantivo
3.5. Adjetivo
3.5.1. Definição
3.5.2. Classificação
3.5.3. Morfossintaxe do adjetivo
3.6. Pronome
3.6.1. Classificação
3.6.2. Morfossintaxe do pronome
3.6.3. Pronome pessoal
3.6.4. Pronome possessivo
3.6.5. Pronome indefinido
3.6.6. Pronome demonstrativo
3.6.7. Pronome relativo
3.7. Advérbio
3.7.1. Definição
3.7.2. Locuções adverbiais
3.7.3. Classificação
3.7.4. Morfossintaxe do advérbio
3.8. Preposição
3.8.1. Locuções prepositivas
3.8.2. Sentido das preposições
3.8.3. Morfossintaxe da preposição
3.9. Conjunção
3.9.1. Classificação
3.9.1.1. Conjunções coordenativas
3.9.1.2. Conjunções subordinativas
2
3.9.2. Morfossintaxe da conjunção
3.10. Uma palavra, mais de uma classificação
4. MORFOLOGIA VERBAL
4.1. Introdução
4.2. Classificação de tempos e modos
4.3. Conjugação irregular
4.4. Sentido dos tempos e modos
4.5. Formação do imperativo
4.6. Particípio
5. REGÊNCIA
5.1. Introdução
5.2. Classificação dos verbos
5.2.1. Verbo de Ligação
5.2.2. Verbo Intransitivo
5.2.3. Verbo Transitivo
5.3. Verbos recorrentes em prova
6. CRASE
6.1. Fundamentação
6.2. Área proibida
6.3. Trocas
6.4. Lugar
6.5. Aquele, aquela, aquilo
6.6. Ante, perante, mediante, contra
6.7. Acento facultativo
6.8. Horário
3
6.9. Terra, casa e distância
6.10. Nome de pessoa
7. PRONOME PESSOAL
7.1. Classificação
7.2. Principais dificuldades
7.3. Pronomes átonos
7.3.1. Adaptações
7.3.1. O, a, os, as x lhe, lhes
7.3.2. Colocação pronominal
8. VOZ PASSIVA
8.1. Classificação
8.2. Voz passiva analítica
8.3. Voz passiva sintética
8.4. Voz Passiva Sintética x Sujeito Indeterminado
9. CONCORDÂNCIA NOMINAL
9.1. Regra geral
9.2. Palavras e expressões que geram dúvidas
9.3. Plural do adjetivo composto
9.4. Adjetivos que indicam cor
9.5. Adjetivos em função adverbial
9.6. Concordância especial
9.7. O mais possível
4
10.2. Regra geral
10.3. Armadilhas da banca
10.4. Sujeitos especiais
10.5. Verbos especiais
12. CONJUNÇÃO
12.1. Introdução
12.2. Conjunções coordenativas
12.3. Conjunções subordinativas
13. CONEXÃO
13.1. Introdução
13.2. Conjunção integrante e oração substantiva
13.3. Oração desenvolvida e oração reduzida
13.4. Síntese da classificação das orações
14. PONTUAÇÃO
5
14.1. Introdução
14.2. Vínculos lógicos
14.3. Elementos acidentais
14.4. Conjunções coordenativas deslocáveis
14.5. Conjunções “e”
14.6. Orações adjetivas
14.7. Outros sinais de pontuação
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⮚ CAPÍTULO 1 – ACENTUAÇÃO GRÁFICA
1.1. Introdução
7
PS: bíceps, tríceps, fórceps
EN: glúten, pólen, hífen, hímen, líquen
I, IS: júri, cáqui, táxi, biquíni, lápis, tênis
ON, ONS: cânon, elétron, nêutron, prótons
UM, UNS: fórum, álbum, fóruns, álbuns
US: Vênus, vírus, bônus, húmus
Ã, ÃS: ímã, órfã, ímãs, órfãs
ÃO, ÃOS: órfão, órgãos, bênção, sótão
L: amável, fácil, móvel, cônsul, têxtil
Ditongo: sábio, história, ciência, régua, ingênuo
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❖ Atenção – Paroxítonas terminadas em EN são acentuadas: glúten, pólen,
hífen, hímen, líquen, abdômen; mas as paroxítonas terminadas em EM ou ENS
não são acentuadas: item, itens, glutens, polens, hifens, himens, liquens,
abdomens. Portanto, a palavra hífen é acentuada, mas hifens não. Por isso,
guarde bem:
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Exemplos: babá, quebrá-lo, aliás, alguém, inglês, contê-lo, forró, camelô, cipós,
repô-lo, também, reféns.
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. antecedidas de outra vogal.
Exemplos: saúde (sa-ú-de), faísca (fa-ís-ca), país (pa-ís), juízes (ju-í-zes), baú
(ba-ú), balaústre (ba-la-ús-tre), ciúme (ci-ú-me), atribuí-lo (a-tri-bu-í), atraí-los
(a-tra-í).
❖ Atenção
▪ Antes de NH, não se aplica esta regra: rainha, moinho, tainha, bainha,
campainha.
▪ Quando se repete o “i” ou o “u”, não se aplica esta regra: juuna (arbusto),
xiita; sendo, porém, proparoxítona, haverá a acentuação normalmente: iídiche,
seriíssimo, feiíssimo.
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▪ Esta regra é uma das mais frequentes nas provas, pois o uso do acento
ocorre na penúltima e na última sílaba, podendo produzir certa confusão com as
regras gerais:
- di-fí-cil = regra 2, paroxítona
- sa-í-da= regra 5, I e U formando hiato
- ve-í-cu-lo = regra 1, proparoxítona
- i-nú-teis = regra 2, paroxítona
- vi-ú-vo = regra 5, I e U formando hiato
- nú-me-ro = regra 1, proparoxítona
- já-ú = regra 5, I e U formando hiato
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Na 3ª pessoa do plural do presente do indicativo, usa-se o acento circunflexo
para diferenciar o plural do singular dos verbos ter e vir e seus respectivos
derivados.
- Primitivo
TER – ele tem / eles têm
- Derivados
CONTER – ele contém / eles contêm
DETER – ele detém / eles detêm
RETER – ele retém / eles retêm
- Primitivo
VIR – ele vem / eles vêm
- Derivados
ADVIR – ele advém / eles advêm
CONVIR – ele convém / eles convêm
INTERVIR – ele intervém / eles intervêm
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- seguindo a regra das monossílabas tônicas: dá-lo, vê-lo, pô-lo;
- seguindo a regra das oxítonas: comprá-lo, vendê-lo, repô-lo;
- seguindo a regra do “i” tônico formando hiato: atraí-lo, instruí-lo.
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SÍNTESE
Regra 4 É acentuada a monossílaba tônica já, pás, fé, pés, dó, pós
terminada em A, AS, E, ES, OS.
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Regra 6 Acentuam-se os ditongos ÉI(s), ÉU(s) e papéis, herói, chapéu
ÓI(s) quando na última sílaba da palavra.
⮚ CAPÍTULO 2 – ORTOGRAFIA
2.1. Introdução
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. aferir: conferir, comparar
auferir: colher, obter
. censo: recenseamento
senso: raciocínio, juízo claro
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. coser: costurar
cozer: cozinhar
. eminência: excelência
iminência: próximo a acontecer
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. pleito: questão em juízo, eleição
preito: homenagem, veneração
. ao encontro de: indica que se está a favor de algo, no mesmo sentido (A ideia
é boa, pois vem ao encontro de nosso pedido)
de encontro a: significa oposição, contrariedade (A mudança foi ruim, portanto
veio de encontro ao que pedimos)
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na medida em que: indica causa e equivale-se a porque, uma vez que
. há tempo: tal expressão pode ser trocada por “existe tempo” ou “faz tempo”
(Ainda há [= existe] tempo para você mudar. Ele tem esse costume há [= faz]
tempo)
a tempo: indica algo pontual, que se deu na hora certa, em tempo (Chegamos
ao local a tempo de salvá-los)
. tampouco: significa também não, nem sequer (Não veio tampouco explicou a
ausência);
tão pouco: significa muito pouco (Ele ganha tão pouco).
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▪ porque: conjunção; introduz causa, explicação; em geral pode ser
trocado por: pois, visto que.
Eles resolveram ficar porque estava chovendo muito.
Haverá uma saída melhor, até porque o rapaz é bastante competente.
▪ por que: pronome relativo; equivalente a pelo qual, pela qual, pelos
quais, pelas quais.
Era muito conhecida a rua por que (= pela qual) eles passaram.
O livro por que (= pelo qual) você tem preferência é de Machado de Assis.
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▪ por quê: pronome interrogativo usado em fim de frase; equivalente a por
qual razão.
Você faltou, mas nem me precisa falar por quê. (= por qual razão)
Ele fez isso por quê? (= por qual razão)
SÍNTESE
= (o) motivo
2. porquê
Não informaram o porquê do atraso.
(substantivo)
Da briga, não soube me dizer o porquê.
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Li o livro por que você tem preferência.
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⮚ CAPÍTULO 3 – MORFOLOGIA GERAL
3.1. Introdução
- desinências verbais
. tempo: pretérito, presente e futuro
. modo: indicativo, subjuntivo e imperativo
. número: singular e plural
. pessoa: primeira (eu / nós), segunda (tu / vós),
terceira (ela, ele / elas, eles)
- noções estruturais
. radical: menin o / estud ei
. desinência: menin o / estud ei
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. prefixo: prever
. sufixo: felizmente
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a ideia uma ideia duas ideias minha ideia esta ideia
3.2. Locução
Podemos dizer “estudarei”, bem como “vou estudar”: no primeiro caso temos o
verbo em sua forma simples e no segundo caso opta-se por uma locução.
Escolhe-se entre “homem brasileiro” e “homem do Brasil”: brasileiro é um
adjetivo e do Brasil é uma locução. Em “Estamos aqui” e “Estamos na sala”, o
aqui é um advérbio e na sala é uma locução adverbial. A classificação das
locuções remete às características de funcionamento e de sentido das
respectivas classes:
Locução Expressão composta por verbo Ele deve estudar. Ela está
verbal auxiliar mais verbo principal. estudando.
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Locução Expressão que qualifica, Comprei um produto da
adjetiva caracteriza um substantivo. Argentina; Li o livro de
Geralmente se forma de literatura.
preposição + substantivo.
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Ação de anjo Ação angelical
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Advérbio Locução adverbial
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(rochedo, pedreira); forma substantivo composto (meio-dia, bate-boca,
bem-te-vi); ocupa o núcleo das principais funções sintáticas;
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6- verbo – única palavra que se permite conjugar e é elemento central na
formação do predicado; há verbos regulares ou irregulares, com conjugação
completa ou incompleta (verbos defectivos); forma locução (vai estudar; deve
estudar, pode estudar, tem estudado, vem estudando...);
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Na sequência, em capítulos especiais, teremos algumas classes estudadas com
mais detalhes devido à incidência na prova: verbo, pronome pessoal, pronome
relativo, conjunção. É claro que o verbo tem destaque especial, pois seu estudo
será muito importante na morfologia e na sintaxe.
Quando no pronome pessoal (morfologia) você estudar que o caso reto é o caso
do sujeito (sintaxe) e na crase (sintaxe) estudar que ela decorre da junção de
artigo e preposição (morfologia), logo entenderá que a morfossintaxe não é uma
possibilidade, mas sim uma necessidade no caminho da aprendizagem.
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concurso. Trata-se de uma amostragem que deve ser revisitada de acordo com
a necessidade.
3.4. Substantivo
3.4.1. Definição
Palavra que nomeia os seres concretos (árvore, livro, pedra), bem como designa
coisas abstratas engendradas pela reflexão e pela abstração do ser humano
(amor, saudade, beleza, razão). Varia em gênero (menino, menina), número
(meninos) e grau (menininho, meninão). Por derivação imprópria, uma palavra
antecedida de artigo passa a ser substantivo (o não, o viver, o porquê, o saber).
3.4.2. Classificação
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. abstrato – designa sensações, estados, ações, qualidades; não existe por si
só e depende de outro ser para se manifestar : coragem, bondade, viuvez,
ameaça, vingança
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g) agente da passiva: Aquilo foi feito pela vítima.
h) adjunto adnominal (formado por locução): A opinião da vítima era esperada.
i) adjunto adverbial (formado por locução): As marcas permaneceram na vítima.
j) aposto: Ele, a vítima, veio até aqui.
k) vocativo: Vítima, pedimos sua opinião.
3.5. Adjetivo
3.5.1. Definição
3.5.2. Classificação
. explicativo – indica algo essencial, próprio do ser: homem mortal, pedra dura.
. restritivo – indica algo acidental, ocasional, limitando-o e particularizando-o:
gelo grande, água quente.
. primitivo – é o que dá origem a outras palavras : grande, pequeno, novo, velho;
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. derivado – forma-se com o acréscimo de um sufixo: gostoso, brasileiro,
burguês, amável;
. simples – é formado por apenas um elemento: surdo, hilariante, histórico;
. composto – é formado por mais de um elemento: surdo-mudo,
latino-americano, cor-de-rosa;
. uniforme – uma única forma para o masculino e para o feminino: menino
obediente, menina obediente; bolo doce, comida doce;
. biforme – há formas distintas para cada um dos gêneros: menino estudioso,
menina estudiosa; dia lindo, noite linda;
. pátrio – indica a nacionalidade ou o lugar de origem. Exemplos: Brasil /
brasileiro, Espírito Santo / capixaba, Salvador / soteropolitano, Três Corações
(MG) / tricordiano.
O adjetivo dentro de uma oração pode exercer uma das seguintes funções:
adjunto adnominal, predicativo do sujeito ou predicativo do objeto.
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Eles continuam felizes.
predicativo do sujeito
3.6. Pronome
3.6.1. Classificação
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3.6.2. Morfossintaxe do pronome
Seu livro trouxe esta boa ideia. Qualquer livro traz algum valor.
adjunto adjunto adjunto adjunto
adnominal adnominal adnominal adnominal
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Na aprendizagem de um idioma estrangeiro, essa é uma das primeiras noções
fundamentais para entendê-lo, ou seja, como os pronomes pessoais funcionam
na interação comunicativa.
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▪ Pronome de tratamento
verbo na verbo na
3ª pessoa 3ª pessoa
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Você chegou e todos o viram. Vossa Excelência trouxe sua colaboração.
pronome pronome
na 3ª pessoa na 3ª pessoa
Vi o homem. / Vi-o.
nome pronome pessoal
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O substantivo (nome) homem tem a mesma forma em todas as funções,
mas o pronome pessoal muda de forma de acordo com a função. Em breve,
voltaremos ao tema.
São palavras que indicam ao mesmo tempo a coisa possuída e o possuidor. São
eles:
Os pronomes pessoais átonos me, te, se, nos, vos, lhe(s) também podem ser
usados com sentido possessivo (em tal situação, esses pronomes funcionam
como adjunto adnominal): Rasgou-me a camisa = Rasgou a minha camisa.
Beijei-lhe a face = Beijei a sua face.
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3.6.5. Pronome indefinido
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. Tal ou qual (= um qualquer)
. Quem quer que (= qualquer pessoa que)
. Seja quem for (= qualquer que seja a pessoa)
. Seja qual for (= qualquer que seja a coisa)
▪ Tempo
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▪ Espaço
▪ Texto
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▪ anáfora – indica retomada de uma informação, é um movimento para trás
(Ele resolveu participar do grupo e essa decisão agradou a todos).
1a. situação – usa-se esse, essa, isso para retomar uma informação:
Havia muita gente na reunião e, por isso, ela foi transferida.
Várias pessoas estavam atrasadas e foi essa a razão da espera.
2a. situação – quando se vai referir a uma informação que ainda vai ser
enunciada, usa-se este, esta, isto:
A solução para o problema foi esta: fizeram um acordo.
Estes são os principais problemas: inflação e reajustes.
3a. situação – quando há dois termos e retoma-se cada um dos termos, usa-se
este, esta, isto para o mais próximo e aquele, aquela, aquilo para o mais
distante:
Havia laranja e uva e todos preferiram esta fruta.
Falaram sobre Camões e Dante: este escreveu a Divina Comédia; aquele, os
Lusíadas.
Visitamos vários países: Uruguai, Chile e Argentina. Neste país, ficamos
encantados com a sua capital.
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SÍNTESE
REFERÊNCIA NO TEMPO
este(s), esta(s), isto Indica o tempo presente de quem está falando
ou escrevendo.
REFERÊNCIA NO ESPAÇO
este(s), esta(s), isto Indica que o objeto está próximo de quem
está falando ou escrevendo.
aquele(s), aquela(s), aquilo Indica que o objeto está distante das pessoas
que participam do ato comunicativo.
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REFERÊNCIA NO TEXTO
esse(s), essa(s), isso Retoma a informação o texto.
3.6.7.1. Definição
3.6.7.2. Tipos
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O mais comum entre Foi boa a ideia que você nos
QUE todos, retoma coisa deu.
ou pessoa; não varia. Conheci o aluno que tirou
dez na prova.
Saber usar o pronome relativo passa pelo conhecimento da sintaxe e, por isso,
seu estudo será aprofundado mais à frente, em um capítulo particular, mas fica
aqui o alerta: é uma aprendizagem indispensável. Ele estende uma rede de
participações diretas e indiretas em vários pontos gramaticais: interpretação,
vírgula, concordância, preposicionamento, substituição, crase, classificação...
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Criar habilidades no uso de o qual, cujo, onde, quem, que é um dos ápices da
sua preparação. Dê muita atenção ao pronome relativo.
3.7. Advérbio
3.7.1. Definição
agora.
aqui.
Chegaram rapidamente.
bem.
cedo.
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Há a formação das locuções adverbiais, que são expressões compostas por
duas palavras ou mais e se equivalem à função de um advérbio.
nesta fábrica (onde? => lugar)
de manhã (quando? => tempo)
Trabalhou a contento (como? => modo)
por necessidade (por quê? => causa)
para o fim do conflito (para quê? => finalidade)
3.7.3. Classificação
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– origem: Venho da cidade
– situação: Moro em casa
– passagem: Iremos pela ponte
• matéria: O anel foi feito de ouro;
• meio: Voltarão de trem;
• modo: Escrevem rapidamente;
• negação: Não foi uma boa ideia;
• oposição: Fizeram tudo contra nós;
• quantidade: Ele já nasceu três vezes;
• tempo: Chegaram ontem.
3.8. Preposição
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a) na formação das locuções: em frente de, de costas, a pé, com fome, em pé,
a respeito de, a rigor, etc.;
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Observação – Os pronomes oblíquos tônicos são usados sempre com as
preposições essenciais: de mim, a ti, por si, ante mim, em si, perante mim, etc.;
já as preposições acidentais são usadas com os pronomes do caso reto, o que
reforça a excepcionalidade desta classificação: exceto eu, fora nós, menos tu.
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Há algumas preposições que são vazias de significação, algo que se perdeu na
evolução do idioma. Quando dizemos “preciso de você”, há apenas o vínculo
produzido pela preposição, sem criar uma significação; mas, quando dizemos
“vim de Salvador”, o sentido de origem do deslocamento é bastante perceptível.
Assim, não é em toda relação que a preposição trará significado. Observe
alguns exemplos:
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Complemento nominal: Houve obediência a José.
Adjunto adverbial: Eles vieram com José.
Adjunto adnominal: Ainda não recebemos os documentos de José.
3.9. Conjunção
As conjunções não exercem função sintática, mas são muito importantes para a
classificação das orações. Esse estudo será feito mais à frente, pois dominar a
classificação das conjunções (morfologia) permitirá um acesso tranquilo à
classificação das orações (sintaxe). Por exemplo:
Morfologia Sintaxe
porém Ele foi bem na prova, porém não soube todas.
conjunção adversativa oração coordenada sindética adversativa
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3.9.1. Classificação
Aditiva e, nem, bem como, (não só) mas também, (não só) como
também
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Concessiva embora, conquanto, posto que, ainda que, apesar de que,
mesmo que, nem que, se bem que, por mais que, por muito
que, por menos que, não obstante
Condicional se, caso, contanto que, a não ser que, sem que, salvo se,
exceto se, a menos que, desde que
Consecutiva que (antecedido por tal, tanto, tão, tamanho), de modo que,
de sorte que, de maneira que, a tal ponto que
Temporal quando, sempre que, logo que, antes que, depois que, assim
que, enquanto, mal, todas as vezes que, cada vez que, até
que, desde que
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Um capítulo à parte é o reconhecimento de que há algumas palavras e
expressões que aceitam mais de uma classificação. Como as provas de
concurso público sempre buscam novidades e surpresas, é fundamental
precaver-se.
MUITO
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muito tempo muita gente
pronome + substantivo pronome + substantivo
indefinido indefinido
BASTANTE
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bastante paciência bastantes livros
pronome + substantivo pronome + substantivo
indefinido indefinido
MEIO
▪ O advérbio meio modifica:
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MENOS / MAIS
CERTO
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Conheci hoje a pessoa certa.
substantivo + adjetivo
MELHOR
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▪ As palavras um, uma, uns, umas podem ser usadas como pronomes
indefinidos; em geral, substituem o substantivo e funcionam em correlação
com a palavra outro (e variações):
O, A, OS, AS
▪ Os artigos definidos o, a, os, as vinculam-se a um substantivo:
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O que aconteceu é grave. Vimos o que você fez.
(O = Aquilo) (o = aquilo)
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sintaxe. Merece destaque a palavra “a”, que pode ser artigo, pronome
demonstrativo, pronome pessoal e ainda preposição. Aliás, a preposição “a” é
uma das peças decisivas para o entendimento de muitos aspectos complexos de
nosso idioma. Quando estudar crase, perceberá isso.
A presente seleção poderia trazer inúmeras palavras que possuem mais de uma
classificação, mas já se pode perceber que isso é mais constante do que
esperávamos e a melhor saída é aprender a conviver com isso. Em vez de
estudar todas as palavras com essas características (seria isso possível?), há
dois focos importantes:
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⮚ CAPÍTULO 4 – MORFOLOGIA VERBAL
4.1. Introdução
Para quem está iniciando os estudos, a flexão verbal traz aspectos teóricos
bastante desafiadores, pois tudo é abundante e, assim, um dos segredos é
saber caminhar dentro do tema. Como há vários aspectos em jogo
(classificação, irregularidade, sentido...), estude um item por vez.
Serão usados três verbos regulares: estudar, vender e partir. Também será
conjugada só a primeira pessoa do singular, pois o “eu” tem um poder de
ancoragem muito importante, já que ajuda a remeter às demais pessoas do
tempo. Trata-se de uma estratégia de “busca” na memória muito frutífera desse
que treinada. No decorrer dos estudos, essas classificações serão retomadas
com enfoque distinto (acentuação, irregularidade, sentido...). O intuito, portanto,
é ter um primeiro contato do conjunto a ser estudado, além de aguçar nossa
memória na relação forma verbal e classificação.
Tempos simples
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. pretérito perfeito do indicativo: eu estudei... / eu vendi... / eu parti...
Formas Nominais
Tempos Compostos
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. pretérito perfeito do indicativo composto: eu tenho estudado...
PRESENTE
Eu estudo
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PRETÉRITO FUTURO
perfeito: Eu estudei do presente: Eu estudarei
imperfeito: Eu estudava do pretérito: Eu estudaria
mais-que-perfeito: Eu estudara
PRESENTE
Eu vivo
PRETÉRITO FUTURO
perfeito: Eu vivi do presente: Eu viverei
imperfeito: Eu vivia do pretérito: Eu viveria
mais-que-perfeito: Eu vivera
Após alguns treinos nesta ordem, o nome dos tempos ficará familiar; o próximo
passo é variar os verbos. Perceba que ter em mente essa fluidez cria um
pequeno domínio: estudo, estudei, estudava, estudara, estudarei, estudaria;
vivo, vivi, vivia, vivera, viverei, viveria...
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PRESENTE
Eu tenho
PRETÉRITO FUTURO
perfeito: Eu tive do presente: Eu terei
imperfeito: Eu tinha do pretérito: Eu teria
mais-que-perfeito: Eu tivera
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4.3. Conjugação irregular
▪ PRIMITIVOS E DERIVADOS
PRIMITIVO
DERIVADOS
PRIMITIVO
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VIR: vim, veio, vieram, vinha, se viesse...
DERIVADOS
PRIMITIVO
DERIVADOS
PRIMITIVO
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PÔR: pus, puseram, punha, quando puser, se pusesse
DERIVADOS
PRIMITIVO
DERIVADOS
PRIMITIVO
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DIZER: digo, diz, disse, disseram, se dissesse
DERIVADOS
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Apesar de regulares, os verbos terminados em -IAR trazem às vezes
dificuldades no presente do indicativo (e tempos derivados: presente do
subjuntivo e imperativo). O modelo para tal conjugação é o verbo negociar:
. presente do subjuntivo
medeio, medeias, medeia, mediamos, mediais, medeiam
anseio, anseias, anseia, ansiamos, ansiais, anseiam
remedeio, remedeias, remedeia, remediamos, remediais, remedeiam
incendeio, incendeias, incendeia, incendiamos, incendiais, incendeiam
odeio, odeias, odeia, odiamos, odiais, odeiam
. presente do subjuntivo
que eu medeie, medeies, medeie, mediemos, medieis, medeiem
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que eu anseie, anseies, anseie, ansiemos, ansieis, anseiem
que eu remedeie, remedeies, remedeie, remediemos, remedieis, remedeiem
que eu incendeie, incendeies, incendeie, incendiemos, incendieis, incendeiem
que eu odeie, odeies, odeie, odiemos, odieis, odeiem
▪ QUERER X REQUERER
. presente do indicativo
quero versus requeiro
. futuro do subjuntivo
quando quiser versus quando requerer
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se quisesse versus se requeresse
▪ PROVER
O verbo prover segue ver nos dois presentes. No restante (passado, futuro e
formas nominais), segue o modelo regular (por exemplo, o verbo vender).
Observe os tempos que geram dúvidas:
. presente do indicativo: provejo, provês, provê, provemos, provedes, proveem
79
O verbo provir segue vir; já o verbo prover segue ver somente nos dois
presentes, porém no restante (passado e futuro) segue vender. Deve-se notar
que há muitas semelhanças, mas nenhuma igualdade. Durante toda a
conjugação de tais verbos, as formas são distintas. Confira os tempos que
geram dúvidas:
PROVIR X PROVER
PROVIR X PROVER
PROVIR X PROVER
PROVIR X PROVER
80
Significado
. prover: abastecer, munir, providenciar; nomear para um cargo; dispor sobre
algo, decidir.
. provir: originar, proceder, vir de algum lugar.
▪ FERIR
81
ele tem ele contém ele detém ele entretém
eles têm eles contêm eles detêm eles entretêm
▪ Modos
82
Três são os modos: indicativo, subjuntivo e imperativo. Normalmente, o
indicativo exprime certeza e é o modo típico das orações coordenadas e
principais; o subjuntivo exprime incerteza, dúvida, possibilidade, algo hipotético
e é mais comum nas subordinadas; por fim, o imperativo exprime ordem,
solicitação, súplica, a depender do contexto de uso.
83
2. pretérito perfeito do indicativo – indica algo já realizado, concluído,
terminado: Em 1970, a seleção brasileira ganhou o principal campeonato de
futebol. Ele acertou a questão.
84
- indicar, em uma narrativa, um fato posterior a outro, ambos no passado: Ele
chegou ao local cedo, mas só algumas horas depois teria coragem de contar a
novidade.
85
9. futuro do presente do indicativo composto – forma-se com os verbos
auxiliares ter ou haver (conjugados no futuro do presente do indicativo simples)
mais o verbo principal no particípio. Emprega-se para:
- exprimir fato ocorrido antes de outro (ambos no futuro): Ele já terá saído
quando vocês chegarem.
- indicar a hipótese de algo já ter acontecido: Já terão chegado?
86
- criar orações optativas (aquelas que exprimem desejo): Deus lhe pague! Os
céus te protejam!
- compor oração subordinada quando o verbo da oração principal estiver no:
presente do indicativo: Convém que ele faça um seguro.
imperativo: Pague ao homem para que ele se cale.
futuro do presente do indicativo: Virá para que eu a conheça.
13. futuro do subjuntivo simples – emprega-se para expressar fato que talvez
aconteça (relaciona-se com o verbo da oração principal, que deve estar no futuro
do presente do indicativo): Quando você trouxer o dinheiro, a dívida será
esquecida. Só receberá a senha quem estiver no local.
87
14. pretérito perfeito do subjuntivo (composto) – forma-se com os verbos
auxiliares ter ou haver (no presente do subjuntivo) mais o verbo principal no
particípio. Emprega-se para exprimir:
- fato anterior e supostamente concluído no momento da fala: Creio que ela já
tenha trazido o livro.
- fato no futuro e já terminado em relação a outro também no futuro: Quando
vocês chegarem, acredito que eles já tenham resolvido o problema.
88
O modo imperativo exprime ordem, solicitação, incentivo, repreensão,
exigência, súplica, convite, conselho, a depender da situação de uso. Há dois
imperativos: o afirmativo e o negativo.
Imperativo Afirmativo
presente do subjuntivo
que você estude .................................... estude (você)
que nós estudemos................................ estudemos (nós)
que vocês estudem................................ estudem (vocês)
89
Imperativo Negativo
90
4.6. Particípio
Regular Irregular
aceitar aceitado aceito
acender acendido aceso
dispersar dispersado disperso
eleger elegido eleito
91
emergir emergido emerso
entregar entregado entregue
enxugar enxugado enxuto
expressar expressado expresso
expulsar expulsado expulso
extinguir extinguido extinto
findar findado findo
fixar fixado fixo
frigir frigido frito
fritar fritado frito
ganhar ganhado ganho
gastar gastado gasto
imergir imergido imerso
imprimir imprimido impresso
inserir inserido inserto
isentar isentado isento
limpar limpado limpo
malquerer malquerido malquisto
matar matado morto
morrer morrido morto
ocultar ocultado oculto
pagar pagado pago
pegar pegado pego
prender prendido preso
salvar salvado salvo
secar secado seco
segurar segurado seguro
soltar soltado solto
92
submergir submergido submerso
suspender suspendido suspenso
▪ OBSERVAÇÕES
ganhar
pagar
gastar
93
tinha gastado / foi gasto
pegar
94
Há, porém, um uso à parte: com o sentido de produzir movimento, usa-se
nas duas situações imprimido (O motorista tem imprimido boa velocidade / Alta
velocidade foi imprimida à máquina).
6. O verbo vir não tem conjugação própria para o particípio. Para superar a
lacuna, empresta-se a forma do gerúndio: vindo. Isso ocorre com vir e seus
derivados: intervindo, provindo, convindo, advindo, etc. Exemplos: Ele tinha
vindo aqui. Ela havia provindo dali. Eles têm intervindo acertadamente.
95
❖ CAPÍTULO 5 – REGÊNCIA
5.1. Introdução
96
regente regido regente regido
“...referente ao documento
regente regido
VTD............................................................................OD
verbo transitivo direto objeto direto
(verbo que não exige preposição) (complemento do VTD)
97
sujeito VTD OD
VTI............................................................................OI
verbo transitivo indireto objeto indireto
(verbo que exige preposição) (complemento do VTI).
Vale lembrar que esses dois tipos se unem em vários verbos, formando o VTDI.
VERBO COMPLEMENTO VERBAL
VTDI.......................................................................... OD e OI
verbo transitivo direto e indireto objeto direto e objeto indireto
98
O governo informou o ministro sobre algumas metas.
sujeito VTDI OD OI
. OBSERVAR - VTD
observar algo (não exige preposição)
Eles observaram o exame.
VTD OD
só artigo
1. Caso se troque o objeto direto por uma palavra feminina, teremos a seguinte
ocorrência:
Eles observaram o exame.
Eles observaram a prova. = sem crase, pois não se exige preposição; o “a” é
só artigo.
99
Eles observaram o exame.
Voz passiva analítica: O exame foi observado por eles.
Voz passiva sintética: Observou-se o exame.
se = pronome apassivador
Para quem estuda para concurso público, é muito interessante saber que um
VTD pode produzir um raciocínio gramatical:
=> VTD + OD – Vi o filme.
=> sem crase – Vi a novela.
=> pronome o, a, os, as – Vi-o.
=> voz passiva liberada... – O filme foi visto por mim.
100
exigir a preposição “a”, há todo um caminho muito especial em nosso idioma.
Observe dois exemplos com VTI:
NECESSITAR – VTI
necessitar DE algo
Eles necessitam do exame.
VTI OI
preposição DE
PERTENCER – VTI
pertencer A alguém
O livro pertence ao aluno.
VTI OI
preposição A
+ artigo O
1. Se houver a troca do objeto indireto por palavra feminina, observe que, em
necessitar, teremos controle e não haverá nada relevante, mas em pertencer
haverá a famosa crase:
Eles necessitam do exame. O livro pertence ao aluno.
Eles necessitam da prova. O livro pertence à aluna.
101
3. Não se deve pensar em voz passiva com os verbos necessitar e pertencer,
pois voz passiva só se constrói com VTD + OD (ou VTDI + OD, OI).
Eles necessitam do exame. O livro pertence ao aluno.
Voz passiva proibida Voz passiva proibida
102
5.2. Classificação dos verbos
Verbo que indica ação, tem sentido completo e não traz complemento (portanto
não traz objeto direto nem objeto indireto).
103
Um novo sonho nasceu.
sujeito VI
Verbo que indica ação e traz complemento (objeto direto / indireto). Há três
possibilidades:
. VTD - sua regência não exige preposição e seu complemento é o objeto direto.
Ele previu o acidente.
sujeito VTD OD
104
sujeito VTDI OD OI
105
– Com o sentido de ver, o verbo assistir é VTI, exige a preposição A; nesta
acepção, não use “assistir o jogo”, “assisti-lo”; o correto é “assistir ao jogo”,
“assistir a ele”; o verbo assistir (= ver) não é usado com o pronome “lhe(s)”,
portanto os pronomes adequados serão a ele(s), a ela(s). Assistimos ao teatro
=> Assistimos a ele.
Assistir (ajudar) / assistir alguém / Ele assistiu o doente.
– Com o sentido de ajudar, auxiliar, assistir também pode ser usado como VTI:
“Assistir ao doente”. Trata-se de uso arcaico, com rara presença nas provas.
Prefira o uso VTD.
Assistir (ter direito) / assistir a alguém / A razão assistiu ao comprador.
Assistir (morar) / assistir em algum lugar / Ele assistiu em S. Paulo até
2010.
– Assistir, com o sentido de morar, é um uso arcaico.
106
– Na norma culta, chegar não exige preposição EM, portanto não se usa “chegar
em algum lugar”. É errado: “Chegamos na escola”; é correto: “Chegamos à
escola”.
107
9. Ir / ir a algum lugar / Ele foi a Salvador.
– Na norma culta, ir não exige preposição EM, portanto não se usa “ir em algum
lugar”. É errado: “Fomos na praia”; é correto: “Fomos à praia”.
108
13. Obedecer / obedecer a algo / Obedeceremos à ordem.
– Introduza o complemento sempre com a preposição A;
– Não use “obedecer o amigo”, “obedecê-lo”; o correto é “obedecer ao amigo”,
“obedecer-lhe”;
– Para o verbo obedecer não se usa o pronome “lhe(s)” quando o objeto indireto
é coisa; o pronome “lhe(s)” é usado para a ideia de pessoa: obedeci à regra =>
obedeci a ela; obedeci ao delegado => obedeci-lhe.
– Aceita a voz passiva formada de objeto indireto: Obedeci à lei. A lei foi
obedecida por mim.
16. Preferir / preferir algo a outra coisa / Ele preferiu a segurança ao risco.
109
– Na norma culta não se usa “prefiro mais isso do que aquilo”. É errado: “Ele
prefere mais o teatro do que o cinema”; é correto: “Ele prefere o teatro ao
cinema”.
110
erro é o pronome átono me e se. O correto é: Eu simpatizo com vocês. Eles
simpatizaram com o restaurante. Verbo constante em questões de prova!
6.1. Fundamentos
A palavra crase possui origem grega e significa fusão, junção. O acento grave,
em nosso idioma, faz o papel de indicar aos olhos do leitor a presença da fusão
de a + a, resultando em à. Ocorre com:
111
. preposição “a” mais pronome demonstrativo “aquele(s)”, “aquela(s)”,
“aquilo”.
Ele fez referência àquela tese de Darwin.
. regência – com base nas regências verbal e nominal, a palavra anterior rege
preposição “a” e a palavra posterior (em geral, um substantivo feminino) vem
com artigo definido feminino “a” ou “as”:
Eles foram à aula. Ele foi fiel à pátria. O documento foi corretamente
remetido à empresa.
. locução feminina – tais locuções são formadas por grupos de palavras que
criam uma expressão idiomática; são classificadas em:
- locuções adverbiais: às vezes, à toa, às pressas, à noite, à baila, à míngua, à
direita, à revelia;
- locuções conjuntivas: à medida que, à proporção que;
- locuções prepositivas: à busca de, à espera de, à frente de, à maneira de, à
mercê de, à moda de;
112
- locuções adjetivas: à toa, às direitas (correto, honesto), à deriva, à milanesa, à
baiana.
Não deixe de notar que, para receber o acento grave, esse grupo traz sempre a
mesma noção: são locuções cujo núcleo é formado por palavra feminina, sempre
palavra feminina. Ao fim deste material você encontrará uma lista de locuções.
Conclua que o artigo definido feminino – que constitui 50% da crase – é usado
como determinante de um substantivo feminino; já a preposição – que constitui
os outros 50% da crase – origina-se da regência verbal e nominal ou das
locuções. Há questões de prova que trazem tal raciocínio: a crase se formou
graças à regência ou à locução?
Para não cometer as falhas mais básicas de crase, deve-se memorizar, treinar e
manter em atividade as situações em que o acento é proibido. Ao controlar isso,
passa-se a ter uma previsão, ou seja, já se sabe de antemão onde nunca ocorre
crase. O acento grave é proibido antes de:
a) palavra masculina: a bordo, a respeito de, a critério de, a olho nu, a pé;
b) infinitivo: a partir de, a contar de, a começar por, ficou a discutir;
c) expressões com palavras repetidas: face a face, cara a cara, folha a folha;
d) pronome pessoal: falei a ela, disse a nós, mandaram a mim e a ti;
e) demonstrativos essa(s) e esta(s): falei a essa pessoa, refiro-me a esta
mulher;
113
f) pronomes de tratamento (iniciados por Vossa ou Sua): requer-se a Vossa
Senhoria, falei a Vossa Excelência, o respeito a Sua Santidade;
g) “a” no singular mais palavra no plural: a piscadelas, a marretadas, a
pauladas, falei a várias pessoas;
h) a maioria dos pronomes indefinidos: falei a cada pessoa, enviei a toda
pessoa, falei a qualquer pessoa;
i) você, quem e cujo: falei a você, sei a quem você se refere, conheço a pessoa
a cujo trabalho você se refere;
j) artigo indefinido uma: referi-me a uma ideia antiga, falei a uma pessoa.
a essa pessoa.
a uma pessoa. O verbo rege a preposição A,
a cada pessoa. mas nenhuma das construções
O juiz se referiu a qualquer pessoa. tem o uso do artigo feminino =
a pessoas. CRASE IMPOSSÍVEL.
a você.
a ela.
114
6.3. Trocas
6.4. Lugar
Cuidado – O nome do lugar que antes não recebia artigo passa a recebê-lo
quando ocorre uma adjetivação:
Fui a Curitiba. Fui à Curitiba dos belos parques.
115
Voltei de Curitiba Voltamos da Curitiba dos belos parques.
Perceba que, sendo a preposição ”a” proibida, temos uma área proibida de
crase; o “a” dos exemplos é apenas um artigo. Compare:
Ante o juiz... <=> Ante a juíza...
Contra o homem... <=> Contra a pessoa...
Perante o fato... <=> Perante a situação...
116
Mediante o decreto... <=> Mediante a lei...
1º Caso
Com a construção no plural, porém, teremos extrema diferença formal, visto que
a presença ou a ausência do artigo gera grandes diferenças visuais:
117
Pronome possessivo plural Refiro-me somente às suas aulas.
preposição “a” + artigo “as”
Nesta formação, o acento é obrigatório.
2º Caso
Em relação à palavra até (indicando direção), o uso da preposição A é
facultativa. No exemplo a seguir, o verbo ir rege preposição “a” e, com o uso de
até, teremos apenas artigo ou artigo e preposição, ambas as formas corretas:
118
Para concluir, com pronomes possessivos e com a palavra até, atente-se às
seguintes possibilidades:
. ACENTO FACULTATIVO: Ele foi à nossa festa. ou Ele foi a nossa festa.
. ACENTO FACULTATIVO: Ele voltou até à aula. ou Ele voltou até a aula.
. ACENTO FACULTATIVO: Ele voltou até às aulas. ou Ele voltou até as aulas.
. ACENTO PROIBIDO: Ele foi a nossas festas.
. ACENTO OBRIGATÓRIO: Ele foi às nossas festas
6.8. Horário
A palavra terra, quando traz a ideia de terra firme, opondo-se à ideia de estar a
bordo, não vem com artigo e, por isso, não ocorre crase: Os marinheiros
chegaram a terra. Havendo, porém, especificação, usa-se o artigo e ocorre
normalmente a crase: Eles chegaram à terra brasileira.
A palavra casa, quando significa o lugar em que se vive, o próprio lar, não vem
com artigo e, por isso, não ocorre crase: Chegamos a casa. Se a casa vier com
119
determinação, daí passa a haver artigo e ocorre a crase: Chegamos à casa de
meus pais.
A locução a distância, quando não vem determinada, não traz artigo e não há
crase: Vimos a implosão do prédio a distância. Havendo determinação, usa-se
o artigo e daí passa a ocorrer crase: Vimos a implosão do prédio à distância de
15 metros.
Nas questões de prova, tal tópico, além de raro, às vezes aparece como uso
facultativo do acento grave, o que é coerente desde que não se considere o
contexto de uso.
120
Não confunda: O autor fez alusão a Cleópatra ≠ O autor fez alusão à rainha
Cleópatra. Na primeira frase, a palavra analisada é Cleópatra (substantivo
próprio de pessoa); na segunda, é rainha (substantivo comum).
121
a descoberto à exceção de a gosto
a desejo de a exemplo de a gozo de
a despeito de a expensas de à guisa de
a diesel (às expensas de) à imitação de
a dinheiro à faca a juízo de
à direita de a facadas a julgamento
à disparada à face de a juros de
à disposição de à falsa fé a justo título
à distância de à falta de a largo de
à doida a favor de a laser
a dois à feição de a limpo
a duras penas a fim de a lume
à eletricidade à flor de à luz de
à entrada de força de à má-fé
à época de à frente de a mais
à escolha de à fresca a malgrado de
à escuta de a frio a mandado de
a esmo a fundo a mando de
à espera de a galope à maneira de
à espreita de a ganho de à mão
à esquerda de a gás à máquina
à evidência de à gasolina à margem de
à exaustão a golpe de à média de
122
à medida que a passeio a priori
a meio pau a passos largos à procura de
a menor a pé à proporção que
à mercê de a pedido de a propósito de
a mil a pedidos à prova de
à míngua de a perder de vista a público
à minuta a perigo a quatro mãos
à moda a peso de ouro à queima-roupa
a modo de a pino a quente
a montante de a pique à raiz de
à mostra de a pleno à razão de
a motor a poder de a reboque
a nado à ponta de à rédea curta
a nocaute a pontapés a requerimento
à noite a ponto de a respeito de
à obediência de a portas abertas à revelia de
a olho nu a posteriori a rigor
à ordem de a postos à risca
à paisana a prazo a risco de
a pão e água a preço de a rodo
a par de à prestação a rogo de
à parte a pretexto de a salvo de
a partir de a princípio a sangue-frio
123
à semelhança de às cegas
a serviço de às claras
à solta às escuras
à soma de às pencas
à sombra de às vezes
a sós às vistas de
à surdina
à tarde
a tempo
a termo
a tiro
a título de
à toa
a toda
a trabalho
a troco de
à unanimidade
à velocidade de
à venda
à vista de
à volta de
a zero (estar)
às avessas
124
⮚ CAPÍTULO 7 – PRONOME PESSOAL
7.1. Classificação
1. caso reto – exerce a função de sujeito: eu, tu, ela, ele, nós, vós, elas, eles.
. eu ou mim
eu = função de sujeito
mim = função de complemento ou adjunto, mas nunca de sujeito
É errada a construção “Não ocorreram brigas entre você e eu”, pois o sujeito da
oração é “brigas”, o que impede o uso do “eu”. O correto é “Não ocorreram
brigas entre você e mim”.
125
. com você, contigo ou consigo
com você = usa-se quando tratamos a pessoa por “você”
contigo = usa-se quando tratamos a pessoa por “tu”
consigo = só se usa como forma reflexiva da terceira pessoa
7.3.1. Adaptações
126
a) Os verbos terminados em –r, –s ou –z perdem essa letra final e o pronome
recebe o acréscimo da letra l:
estudar + o = estudá-lo construir + as = construí-las
pus + a = pu-la repôs + as = repô-las
fiz + as = fi-las traz + o = trá-lo
127
Os pronomes lhe e lhes substituem os objetos indiretos introduzidos pela
preposição a (ou para), com a ideia de destinatário;
Demos o presente ao menino. => Demos-lhe o presente.
O livro pertencia aos alunos => O livro lhes pertencia.
Enviaram às pessoas os convites. => Enviaram-lhes os convites.
128
Essa colocação é usada com o futuro do presente ou futuro do pretérito (do
indicativo) em duas hipóteses: o verbo que inicia o período está no futuro ou o
verbo no futuro não está acompanhado de palavra atrativa.
Palavras atrativas
129
a) palavras com sentido negativo: não, nunca, jamais, ninguém, nada,
nenhum, nem, etc.
Nunca se meta em confusões. Você não os viu nem os chamou. Nada nos
deterá.
b) advérbios (sem vírgula): aqui, ali, só, também, bem, mal, hoje, amanhã,
ontem, já, nunca, jamais, apenas, tão, talvez, etc.
Ontem a vi na aula. Aqui se trabalha muito. Ele sempre se referiu ao Brasil.
Com a vírgula, cessa a atração: Ontem, vi-a na aula. Aqui, trabalha-se muito.
e) pronomes relativos: que, o qual, quem, cujo, onde, quanto, quando, como.
130
Havia duas ideias que se tornaram importantes. Era bela a igreja na qual se
casaram seus pais.
f) conjunções subordinativas: que, uma vez que, já que, embora, ainda que,
desde que, posto que, caso, contanto que, conforme, quando, depois que,
sempre que, para que, a fim de que, à proporção que, à medida que etc.
Ele entenderá melhor o fato caso o reanalise. Quando se notou o problema, já
era tarde.
Ele entregará os documentos conforme se combinou.
g) em + gerúndio
Em se tratando de corrupção, o Brasil tem experiência. Há alterações em se
observando falha.
131
⮚ CAPÍTULO 8 – VOZ PASSIVA
8.1. Classificação
– forma-se com o verbo auxiliar ser (e mais raramente estar ou ficar) seguido
de verbo principal no particípio:
A casa será vendida pelo corretor.
O trabalho foi feito pelo aluno.
Os testes seriam realizados por todos nós.
A criança era lavada todos os dias
ativa: Ele fez a entrega. <=> passiva: A entrega foi feita por ele.
sujeito objeto direto sujeito agente da passiva
ativa: Ela acertou a questão. <=> passiva: A questão foi acertada por ela.
sujeito objeto direto sujeitoagente da passiva
132
– o tempo verbal deve ser mantido nas transformações entre as vozes:
Fizemos o trabalho. <=> O trabalho foi feito por nós.
pretérito perf. do ind. pretérito perf. do ind.
Observe a correlação:
133
- forma-se com verbo transitivo direto acompanhado do pronome se (pronome
apassivador) mais sujeito paciente:
Viu-se o erro. Leem-se as cartas.
VTD + SE sujeito VTD + SE sujeito
- a voz passiva sintética mantém estreita correlação com a voz passiva analítica:
VPA <=> VPS
é trabalhado = trabalhou-se
foi visto = viu-se
era analisado = analisava-se
não será estudado = não se estudará
seria percebido = perceber-se-ia
(caso) fosse lido = (caso) se lesse
- Quando o verbo for verbo transitivo direto e indireto, a voz passiva sintética
também pode ser construída:
Deram-se as notas (sujeito paciente) ao aluno. (corresponde a: As notas foram
dadas ao aluno)
Ao cliente enviaram-se todos os pedidos (sujeito paciente). (= Todos os pedidos
foram enviados ao cliente)
Atribuiu-se aos homens a tarefa pesada (sujeito paciente). (= A tarefa pesada foi
atribuída aos homens)
134
8.4. Voz Passiva Sintética x Sujeito Indeterminado
=> VTD + SE + sujeito paciente – esta estrutura recebe o nome de voz passiva
sintética e traz:
. verbo transitivo direto na terceira pessoa (singular ou plural);
. pronome apassivador SE;
. sujeito paciente (termo cujo núcleo não virá preposicionado).
135
Vale reforçar que nessa estrutura haverá um sujeito paciente e, com isso,
deve-se ter atenção à concordância: Observaram-se as falhas. Não se acatam
as ordens. Sempre se lerão as obras clássicas.
. SUJEITO INDETERMINADO
Nessa estrutura não haverá sujeito e, com isso, o verbo ficará no singular.
136
que virá preposicionado e não deve ser confundindo com sujeito.
137
⮚ CAPÍTULO 9 – CONCORDÂNCIA NOMINAL
. alerta – advérbio, portanto invariável: Eles ficaram alerta. Todos deveriam estar
alerta.
Observação¹ – O brasileiro usa a palavra “alerta” como adjetivo, o que deve ser
evitado. Em situação de prova, mantenha a classificação de advérbio e o uso
invariável.
Observação² – Também se pode usar a expressão invariável “em alerta”.
138
Observação – Também se pode usar a expressão invariável “em anexo”.
. barato – pode ser tanto adjetivo (ao qualificar um substantivo) quanto advérbio
(ao modificar um verbo):
- adjetivo: Os presentes eram baratos. As flores estavam baratas.
- advérbio: Essa loja vende muito barato. Eles pagaram barato.
. caro – segue mesmo raciocínio de barato, ou seja, pode ser tanto adjetivo
(qualifica um substantivo) quanto advérbio (modifica um verbo):
- adjetivo: Os presentes eram caros. As flores estavam caras.
- advérbio: Essa loja vende muito caro. Ele pagaram caro.
139
. extra – como prefixo, é invariável; como adjetivo, varia em número:
- prefixo: Eram apenas fatos extra-ambientais. Haverá tarefas extra-aulas.
- adjetivo: Havia trabalhos extras, mas também salários extras.
. junto – como adjetivo, varia normalmente; porém, nas locuções junto a, junto
de e junto com, a palavra junto fica invariável:
- adjetivo: Eles vieram juntos. Na confusão, as crianças permaneceram juntas.
- locução: Eles estavam junto a nós. Pedi para que elas ficassem junto da
parede.
140
. meio – pode ser usada como numeral fracionário (portanto variável) e também
como advérbio de intensidade (invariável):
- numeral: Quando havia lua cheia, em todas as meias-noites ele virava
lobisomem. Não consigo acreditar em meia palavra sua.
- advérbio: Ela vivia meio cansada. No brinquedo as crianças ficaram meio
zonzas.
Observação – Como advérbio, em caso de dúvida troque por muito; não
havendo flexão, meio é invariável.
Ela ainda está ? ressentida. = Ela ainda está meio (muito) ressentida.
. mesmo – palavra que só não varia quando significa “realmente”, “de fato”,
quando aparece como reforçativo, a concordância dá-se normalmente:
- variável: As mulheres mesmas devem fazer isso. Eles mesmos aceitaram a
tarefa. As mesmas pessoas voltaram a fazer os estragos.
- invariável: Elas virão mesmo? Os seguranças estão mesmo certos que isso
não voltará a ocorrer.
141
Observação – Como se notou, o uso plural, quando anteposto, gera grande
estranheza, mas gramaticalmente está correto.
. salvo – não varia quando traz a ideia de exclusão e pode ser trocada por
exceto; do restante, a concordância ocorre normalmente:
- variável: As crianças já estão salvas. Depois de salvas as primeiras pessoas,
todos se acalmaram.
- invariável: Todos pagaram a entrada, salvo as crianças. Entraremos em contato
novamente, salvo se você antes nos ligar.
142
a) variável: só = sozinho
Ficaremos sós (sozinhos) hoje.
Não devemos andar sós (sozinhos) por aqui.
Aqui nunca ficarão sós (sozinhos).
b) invariável: só = somente
Ficaremos só (somente) hoje.
Não devemos andar só (somente) por aqui.
Só (somente) eles não vieram.
143
crises sul-americanas análises histórico-econômicas
pensamentos filosófico-jurídicos festa nipo-brasileira
reunião luso-franco-brasileira cabelos castanho-claros
paredes amarelo-claras blusas vermelho-escuras.
Ocorre que essas palavras não conseguem qualificar todas as cores existentes,
ou seja, os adjetivos são limitados, mas a variação de cores não. Para resolver
essa desproporção, apelou-se aos substantivos e passou-se a usar como
adjetivo o nome de bichos e de coisas, como: areia, abóbora, creme, salmão,
vinho, cinza, violeta, laranja, ouro, mostarda, etc. Nota-se que nesse caso
144
sempre haverá, de forma explícita ou implícita, a expressão cor de. Identificada
essa expressão, não ocorrerá flexão do substantivo agora qualificador. Confira:
camisas vinho (subentenda: camisas cor de vinho)
paredes marfim (paredes cor de marfim)
sapatos cinza (sapatos cor de cinza)
paredes azul-mar (azul cor do mar)
lenços gelo (lenços cor de gelo)
tons pastel (tons cor de pastel)
cortinas verde-bandeira (verde cor da bandeira)
cabelos vermelho-cobre (vermelho cor de cobre)
camisas verde-limão (verde cor de limão)
luvas verde-garrafa (verde cor de garrafa)
capas verde-dólar (verde cor de dólar)
sapatos amarelo-canário (amarelo cor de canário).
145
9.5. Adjetivos em função adverbial
Eles falaram alto. Ela escreveu rápido. A loja vendia caro. A cerveja que desce
redondo.
alto. confuso.
fácil. bonito.
claro. duro.
Eles falaram baixo. Elas escrevem errado.
diferente. rápido.
Certo. suave.
macio. bonito.
146
. sem determinação: Entrada de estranhos é proibido.
. com determinação: A entrada de estranhos é proibida.
147
⮚ CAPÍTULO 10 – CONCORDÂNCIA VERBAL
10.1. Introdução
2. organizar as construções que fogem à regra geral e, por isso, geram regras
especiais, que ora dependem do tipo de sujeito, ora dependem do tipo de
verbo.
Concordância Verbal
148
A regra geral da concordância verbal é o verbo concordar com o núcleo do
sujeito. O núcleo do sujeito possui algumas autodefesas e dominá-las torna-se
importante para identificá-lo:
a) o núcleo do sujeito não vem unido a uma preposição;
b) entre o sujeito e o verbo, não se usa uma vírgula a separá-los.
A função de núcleo do sujeito pode ser formada por substantivo (ou outra
palavra substantivada), pronome, infinitivo ou até uma oração:
A prática de esporte transformou-se de lazer em conquista pela saúde.
Ela transformou-se de lazer em conquista pela saúde.
Praticar esporte transformou-se de lazer em conquista pela saúde.
149
treino e a consciência de como a banca age ampliam nossa competência na
aplicação da regra e no domínio da análise.
Deve-se pensar que uma questão de prova é construída com o intuito de excluir
o candidato e, para que se alcance tal objetivo, a banca precisa enganá-lo, fazer
com que ele escolha a resposta que não seja a correta. Gerado pela banca e
não observado pelo candidato, o erro de concordância precisa tornar-se
matéria a ser estudada. Resta-nos identificar os artifícios dolosos e
desconstruí-los, cientes de que a banca nunca cessa de se renovar, embora
muitas vezes se repita.
Sem perder de vista que ainda se trabalha apenas a regra geral, acompanhe a
seguir a descrição das principais armadilhas usadas pelas bancas:
ARMADILHAS DA BANCA
a) Distanciamento, intercalação e musicalidade
b) Ordem inversa
150
c) Pessoa não sujeito
d) Pronome relativo
Antes que venha a ingênua pergunta à mente “A banca usa uma armadilha ou a
outra?”, já devemos ter a plena consciência de que a banca não encontra limites
para aplicar seu ardil, portanto uma armadilha funciona sozinha ou somada a
qualquer outra. Uma armadilha já é eficaz sozinha; quando somadas as
armadilhas, potencializam-se as dificuldades. Isso não importa, pois, conforme
se capta o dolo da banca, também se articulam em nós autodefesas e padrões
de análise. Façamos o estudo:
Errado: A análise dos autores dos crimes nos revelam novidades para o caso.
151
Certo: A análise dos autores dos crimes nos revela novidades para o caso.
b) Ordem inversa
152
A construção mais comum é aquela em que temos no núcleo sujeito uma pessoa
agente. Apesar de comum, não é absoluta. Quando se usa “o menino corre”, “a
criança brinca”, “a menina estuda”, fácil deduzir o sujeito. Quando, porém, a
frase usada é “cabe aos funcionários a escolha”, há um procedimento cognitivo
diferenciado, exige-se mais do cérebro. Com isso, os segmentos devem ser
reorganizados mentalmente a fim de se revelar a ordem direta e qual é o sujeito:
“a escolha cabe aos funcionários”, “escolha” é o núcleo do sujeito. O termo “aos
funcionários” é só o complemento do verbo (não deixe de observar a preposição
“a” no termo). Observe alguns exemplos:
Errado: Pelos peritos foram feitos anteontem o exame que prova a paternidade.
Certo: Pelos peritos foi feito anteontem o exame que prova a paternidade.
d) Pronome relativo
153
Errado: Foram concluídas as análises às quais se referiram a reportagem.
Correto: Foram concluídas as análises / às quais se referiu a reportagem.
(a reportagem se referiu às análises)
154
3. porcentagem + adjunto adnominal – concorda-se com o número ou com o
adjunto adnominal:
Trinta por cento da população foram atingidos pela enchente.
Trinta por cento da população foi atingida pela enchente.
Observação – Se o número vier determinado, deve-se concordar com ele:
Os trinta por cento da população foram atingidos pela enchente.
155
Quase um milhão de eleitores votou / votaram nele.
156
Observação¹ – Na última frase, caso o usuário seja brasileiro, também é correta
a concordância ideológica (silepse), isto é, concorda-se com a ideia e não com a
palavra textualmente expressa:
Serão os brasileiros quem conquistaremos a vitória.
Observação² – Se no lugar do pronome indefinido quem for posto o pronome
relativo que, agora a concordância será feita somente com o antecedente:
Foram os turistas que observaram a falha.
Somos nós que merecemos vencer o jogo.
11. a expressão nem um nem outro – verbo pode ser usado no singular ou no
plural:
Nem um nem outro contribuíram com a solução do caso.
Nem um nem outro contribuiu com a solução do caso.
13. nome de obras no plural – concorda-se com o nome plural ou com termo
subentendido (livro, música, ópera...):
157
“Os Miseráveis” eternizaram-se na literatura universal.
“Os Miseráveis” eternizou-se na literatura universal.
158
. ligando antônimos – concordância plural
O barulho ou o silêncio mais escondem do que revelam.
159
e) Sujeito resumitivo
Numa enumeração de núcleos, a fim de resumir e generalizar, usamos
palavra ou expressão com a qual o verbo deve concordar. São elas
principalmente: tudo, nada, nenhum, ninguém, cada um, cada qual.
Todos os bairros, todos os cidadãos, ninguém deixou de participar do protesto.
Livros, jornais, revistas, tudo fazia parte de suas leituras.
f) Sujeito oracional
Sujeito oracional é aquele que traz em seu núcleo um infinitivo:
Observar a condição de trânsito convém ao motorista.
(sujeito oracional = Observar a condição de trânsito)
160
10.5. Verbos especiais
a) Verbo ser
161
Deve-se ter todo cuidado com essas estruturas muito parecidas, mas com
diferenças enormes quando o foco é a concordância verbal. Em ambas, haverá
visualmente VERBO + SE, mas a diferença sintática é grande:
● Sujeito indeterminado
162
=> VTI + SE + objeto indireto
Nessa estrutura não haverá sujeito e, com isso, o verbo ficará no singular.
Revisão:https://joaobolognesi.files.wordpress.com/2016/04/revisc3a3o_voz-passi
va-sintc3a9tica_2016.pdf
c) Oração sem sujeito
163
Houve novos exames na semana passada.
Sem que houvesse emergências, deveria tocar a sirene.
164
165
⮚ CAPÍTULO 11 – PRONOME RELATIVO
11.1. Introdução
11.2. Tipos
166
11.3 Os principais pronomes relativos: que e o qual
O pronome relativo que não traz marcas nem de número nem de gênero, ele
não se flexiona, é invariável. Pode ser usado para referir-se à ideia de pessoa,
coisa, tempo, lugar, etc., ou seja, é universal. Quando preposicionado, só pode
ser usado com uma das seguintes preposições: de, com, em, a, por.
167
Em relação à vírgula, há seguinte distinção:
Em relação ao sentido:
168
=Refere-se ao todo, generaliza, não quer indicar diferença.
Conclua que a inserção ou a retirada das vírgulas nas orações adjetivas interfere
no sentido. Entenda bem essa relação vírgula / sentido nas orações adjetivas,
pois a incidência em prova é alta.
11.5. Funcionamento
169
11.6. Trocas
Muito comum nas questões pedir a troca de um pronome relativo por outro,
normalmente “que” por “o qual” quando preposicionados. Diante da constância, é
de bom senso ter de antemão as trocas memorizadas, principalmente quando
ocorre aglutinação entre preposição e artigo. Especial atenção à preposição A e
POR. Acompanhe:
● SEM PREPOSIÇÃO
que <=> o qual / a qual / os quais / as quais
Vi novamente o livro sobre filmes que (o qual) você comprou.
● PREPOSIÇÃO DE
de que <=> do qual / da qual / dos quais / das quais
Compramos o doce de que (ou) do qual ele gosta.
● PREPOSIÇÃO EM
em que <=> no qual / na qual / nos quais / nas quais
Era bonita a cidade em que (ou) na qual ele morava.
● PREPOSIÇÃO POR
por que <=> pelo qual / pela qual / pelos quais / pelas quais
Ficou famosa a rua por que (ou) pela qual ele passou.
● PREPOSIÇÃO A
a que <=> ao qual / à qual / aos quais / às quais
Vi novamente a revista a que (ou) a qual você se refere.
170
Para revisão e ampliação, não deixe de ler:
https://joaobolognesi.files.wordpress.com/2016/05/pronome-relativo_um-roteiro-d
e-estudo_2016.pdf
11.7. Quem
11.8. Cujo
a) o pronome relativo cujo vem entre dois substantivos, dando-lhes uma relação
de posse. Observe um erro comum em prova:
Foi uma sentença estranha, cuja acabou por provocar grande
descontentamento (errado, o pronome “cuja” não está entre dois substantivos, a
palavra posterior é um verbo).
171
Como se nota, a falha ocorreu por não se inserir o segundo substantivo. Para a
devida correção, façamos a inserção. Observe:
Foi uma sentença estranha, cuja decisão acabou por provocar grande
descontentamento.
b) Jamais use artigo após o pronome relativo cujo. Confira alternativas com tal
defeito:
Encerrou-se um processo cujo o mérito sequer foi avaliado.
(o correto é “cujo mérito”)
172
11.9. Onde
Para funcionar como pronome relativo, “onde” deve ter um antecedente com
ideia de lugar:
Era muito famosa a cidade por onde ele passou.
Vimos a toca onde o bicho se escondeu.
. ONDE
Além de referir-se a lugar, é usado na estrutura que exige preposição EM:
Não se viu o buraco onde o veículo caiu.
(o que caiu, caiu EM algum lugar)
O feijão está guardado no armário onde estão os alimentos.
(os alimentos estão EM algum lugar)
. AONDE
173
Além de referir-se a lugar, é usado na estrutura que exige preposição A:
Não se sabe o lugar aonde ele quer chegar.
(quem chega, chega A algum lugar)
Conheço o bar aonde vocês irão.
(vocês irão A algum lugar)
Quando onde é pronome relativo, pode ser trocado por em que ou no qual (e
variações):
Conhecemos a cidade onde ele nasceu.
= Conhecemos a cidade em que ele nasceu.
= Conhecemos a cidade na qual ele nasceu.
174
❖ CAPÍTULO 12 – CONJUNÇÃO
12.1. Introdução
Como há certa rotina na forma de perguntar, também se deve criar certa rotina
na forma de estudar, ou seja, busque memorizar as classificações (14 no total, 5
tipos de conjunções coordenativas e 9 tipos de conjunções subordinativas
adverbiais) e busque agrupar as conjunções com mesmo valor de uso e sentido.
Neste capítulo, falo por experiência própria, tenha um caderno bem organizado,
um material teórico e estude praticando, a resolução de questões trará a sintonia
fina do que estudar. Diante da dúvida, acione material de pesquisa e anotações.
No caderno, com o tempo, haverá aquilo que sua memória precisa aprender.
175
As conjunções são classificadas em coordenativas e subordinativas.
a) conjunção aditiva – e, nem, bem como, (não só) mas também, (não só)
como também:
E: A crise política abafou outras crises e o governo ganhou tempo com isso.
Nem: As pessoas não responderam ao chamado nem justificaram a ausência.
Bem como: O Brasil conseguiu os acordos, bem como agendou visitas.
Mas também: Alguns não só dormem, mas também roncam em demasia.
Como também: Não só o Brasil soube usufruir da boa safra, como também
conseguiu boa exportação.
176
E (= mas): Ele prometeu o envio do presente, e não cumpriu.
177
e) conjunção explicativa – pois, que, porque, porquanto, já que, uma vez que,
visto que:
Pois: Houve o desconto, pois o pagamento era à vista.
Porque: Não faça isso, porque passar sob a escada dá azar.
Que: Faça elogios, que ela o agradecerá.
178
distinção. Na prática, é explicativa quando não há relação de causa e efeito
entre as orações:
- O vento vai piorar, porque sinto frio até nos ossos (o frio nos ossos não é a
causa para a piora no vento, portanto temos uma explicação).
- Ele caiu porque o chão está liso (nesse exemplo, o chão liso é a causa para a
queda).
179
h) conjunção concessiva – embora, conquanto, posto que, ainda que, apesar
de que, mesmo que, nem que, se bem que, por mais que, por muito que, por
menos que, não obstante:
Embora: Embora houvesse o número necessário de pessoas, a reunião foi
cancelada.
Conquanto: Ele alcançará a vitória, conquanto necessite treinar mais.
Posto que: Posto que a prova tenha sido difícil, todos conseguiram a nota
mínima.
Ainda que: Ele não confiava mais no sócio, ainda que este insistisse em provar
sua inocência.
Apesar de que: Apesar de que ele sempre tivesse sido pontual, naquele dia se
atrasou.
Mesmo que: Mesmo que todos quisessem, não iríamos sair.
Nem que: Nem que quiséssemos, não poderíamos ajudá-lo.
Se bem que: Se bem que o problema atinja a todos, aqui parece mais fácil de
resolver.
Não obstante: Não obstante houvesse vários avisos no local, ele se feriu.
Por mais que: Por mais que ele tenha coragem, dificilmente ultrapassará o
obstáculo.
Por muito que: Por muito que tentasse, não conseguia entender o estrangeiro.
Por menos que: Por menos que quisessem, a conquista trouxe grande fortuna a
todos.
i) conjunção condicional – se, caso, contanto que, a não ser que, sem que,
salvo se, exceto se, a menos que, desde que:
Se: Ele fará o bolo se for fiel à receita.
Caso: Tudo seria diferente caso considerassem a sua opinião.
180
Contanto que: Poderemos assistir ao evento, contanto que façamos o
pagamento.
A não ser que: O assunto não interessava ao artista, a não ser que o tema fosse
sua vida.
Sem que: Sem que você envie os documentos, não poderemos entregar o
prêmio.
Salvo se: Não haverá exportação do produto, salvo se ele vier com os
documentos necessários.
Exceto se: A vítima será ressarcida do prejuízo, exceto se foi ela própria a
causadora.
A menos que: Todos devem pagar o ingresso, a menos que traga consigo o
convite especial.
Desde que: Aceitaremos o proposto, desde que você cumpra os prazos.
181
Sem que: Não conseguia fazer duas coisas sem que uma desse errado.
(Tanto...) que: Havia tantas falhas que não conseguimos conserta a tempo.
(Tão...) que: Ele era tão mentiroso que todos desconfiavam de suas histórias.
(Tamanho...) que: Para o deputado, a sorte era tamanha, que ganhar 15 vezes
na loteria era normal.
(Tal...) que: Ele se enfiou em tal situação que não quis falar conosco.
182
À medida que: À medida que ele passar confiança, poderemos dar-lhe tarefas
mais difíceis.
Ao passo que: A festa se animava ao passo que os convidados chegavam.
Quanto mais: Quanto mais ele ficava em silêncio, mais desconfiado fiquei.
Quanto menos: Quanto menos problemas ocorrerem, mais tranquilo ficarei.
n) conjunção temporal – quando, sempre que, logo que, antes que, depois
que, assim que, enquanto, mal, cada vez que, até que, desde que:
Quando: A reunião acontecerá quando todos chegarem a um acordo.
Logo que: Ele começou a chorar logo que você saiu.
Depois que: Depois que ela chegou, a casa está mais alegre.
Antes que: Antes que o acidente acontecesse, ele conseguiu nos alertar.
Mal: Mal ele entrou aqui, já começou a trabalhar.
Enquanto: Enquanto você dormia, ela limpou sua carteira.
183
⮚ CAPÍTULO 13 – CONEXÃO
13.1. Introdução
A segunda parte é o estudo das conjunções que contêm significado e elas são
classificadas em 14 tipos: 5 tipos formam as orações coordenadas e 9 tipos
formam as orações subordinadas adverbiais. Com grande frequência nas
provas de concurso, essas conjunções exigem o domínio da classificação e a
substituição de uma pela outra sem alteração de sentido.
184
A oração recebe tal classificação, pois ela exercerá uma função sintática que
pode ser substituída por um substantivo, daí o nome substantiva subjetiva,
substantiva objetiva direta... Inicia-se pelas conjunções integrantes “que”
(quando há uma ideia de certeza, convicção) ou “se” (quando há uma ideia de
dúvida, incerteza): Sabemos que ele virá. Não sabemos se ele virá.
185
a) oração subordinada substantiva subjetiva – no espaço da oração principal
jamais se identificará um sujeito, pois esta função será cumprida pela oração
seguinte; o verbo da oração principal sempre ficará no singular; na oração
principal, há quatro estruturas que geram a oração s. substantiva subjetiva:
– voz passiva analítica (ser + particípio: foi analisado, é visto, será avisado, seria
falado...)
Foi analisado que o Brasil cresceria este ano.
or. principal or. sub. substantiva subjetiva
186
– verbos unipessoais (parecer, constar, convir, ocorrer, urgir...)
Convém que ele entregue isso pessoalmente.
or. principal or. sub. substantiva subjetiva
187
* Nas orações objetivas indiretas, a preposição é sempre correta, mas no uso
formal é muito comum a ausência dessa preposição:
Cremos que ele virá.
Gostaria que você me ligasse.
Concordo que isso não dará certo.
188
f) oração subordinada substantiva apositiva – é uma oração que funciona
como aposto de algum termo da oração principal; sempre virá separada por
vírgulas ou dois-pontos.
Saiba uma coisa boa: que você será promovido.
or. principal or. sub. subst. apositiva
189
13.3. Oração desenvolvida e oração reduzida
● Visão do conjunto
a) sem conectivo
Reinava a ditadura, imperava a censura, não se vivia.
b) com conectivo
Reinava a ditadura, imperava a censura, portanto não se vivia.
Quando reinava a ditadura e imperava a censura, não se vivia.
190
sentido. A desenvolvida, portanto, traduz a reduzida. Observe o aspecto formal
que as diferencia:
. Oração desenvolvida
Sempre há uma conjunção ou um pronome relativo (portanto virá com
conectivo) e o verbo vem conjugado em um dos três modos (indicativo,
subjuntivo e imperativo):
. Oração reduzida
Não há conjunção nem pronome relativo (portanto virá sem conectivo) e o
verbo vem conjugado em uma das três formas nominais (gerúndio, particípio e
infinitivo):
191
É preciso haver mudanças eleitorais.
sem conjunção / verbo no infinitivo
a) oração s. substantiva
É necessário haver mudanças em tal legislação.
(or. principal) (or. s. substantiva subjetiva)
b) oração s. adjetiva
As eleições a serem realizadas trarão muitas novidades.
(or. principal) (or. s. adjetiva restritiva) (or. principal)
192
c) oração s. adverbial
Por estarem viajando, não conseguimos visitá-los
(or. s. adverbial causal) (or. principal)
a) oração s. adjetiva
O escândalo denunciado pelo deputado revelou um esquema de corrupção.
(or. principal) (or. s. adjetiva restritiva) (or. principal)
b) oração s. adverbial
Concluída a análise, a empresa aceitou nosso pedido.
(or. s. adverbial temporal) (or. principal)
b) oração s. adverbial
Havendo sorte, chegaremos hoje à cidade.
(or. s. adverbial condicional) (or. principal)
193
Mesmo sendo tão inteligente, caiu no golpe do malandro.
(or. s. adverbial concessiva) (or. principal)
1º EIXO DE RELAÇÃO
● Oração coordenada
194
mas não venceu => oração coordenada sindética adversativa
2º EIXO DE RELAÇÃO
195
embora chovesse muito => oração subordinada adverbial concessiva
196
Na sua prova, raramente haverá questões só com a classificação em si. Muito
mais comum encontrar questões sobre o sentido ou sobre a reconstrução do
trecho. Por isso, são noções gerais que devem fazer parte de sua preparação.
197
⮚ CAPÍTULO 14 – PONTUAÇÃO
14.1. Introdução
O princípio geral da vírgula é não separar aquilo que possui relação lógica.
Paralela a essa noção, deve-se saber isolar o termo secundário, explicativo ou
deslocado, que estará entre os que possuem relação lógica.
198
b) não se separa o conectivo e a oração que ele introduz
Todos sabiam que a solução do problema dependeria da ajuda do governo.
conectivo oração a ele vinculada
Eles sabiam que , embora houvesse sinais de melhoria , a solução seria difícil.
oração adverbial deslocada
199
f) usa-se a vírgula para a oração adjetiva explicativa
O Brasil , que ainda pode crescer neste ano , tenta exportar mais.
oração adjetiva explicativa
200
conjunção abrindo a oração
. unir orações com ideias adversas (a conjunção “e” pode ser trocada pela
conjunção “mas”)
O Brasil fez a proposta , e a Argentina rejeitou-a imediatamente.
e = mas
As orações adjetivas são sempre introduzidas por pronomes relativos. Para que
seja classificada a oração adjetiva, depende-se do uso da vírgula, pois:
201
São Paulo , que continua a ampliar sua vida cultural , inaugura novo museu
esta semana.
(pronome relativo => oração adjetiva => com vírgulas => explicativa)
202
. quando deslocamos as conjunções coordenativas, pode-se criar um terrenos
fértil para ambiguidades, algo que pode facilmente ser superado com a presença
do ponto e vírgula no lugar da vírgula:
Quanto ao uso do travessão, nota-se que é um sinal que também vem auxiliar a
vírgula, dando, por exemplo, mais clareza na relação entre os termos. O que
muitas vezes um par de vírgulas faria com certa confusão, os travessões vêm
substituí-las e dar um isolamento mais evidente, mais demarcado, algo muito
próximo aos parênteses. Façamos a observação de alguns casos mais
relevantes:
203
. põem-se entre travessões termos e orações com valor sintático secundário ou
meramente explicativo, algo que não comprometa a construção do período em
si:
Mudamos de cidade –que era bela, mas muito agitada– e fomos para uma
mais tranquila.
Ele viu o livro –quando esteve na livraria–, mas não pôde comprar.
A chuva durou uma semana –fenômeno incomum na região– e causou
muitos prejuízos.
Por ter havido falha mecânica –principalmente nos breques–, o motorista não
pode ser culpado diretamente pelo acidente.
(vírgula obrigatória)
(Por ter havido falha mecânica
204
= oração reduzida, com valor adverbial, antecipada)
205
⮚ CAPÍTULO 15 – INTERPRETAÇÃO
15.1. Introdução
Quando uma prova traz essa perspectiva, ela diminui a tensão, pois estão em
jogo regras e conceitos consagrados e estabilizados. A alternativa está errada,
pois “martelo”, por ser masculino, é uma área proibida de crase. Essa análise é
externa à banca, não depende da vontade dela, o raciocínio do fato gramatical é
do próprio idioma e não da banca.
Dominar esses elementos que contêm extrema objetividade tem um custo alto
durante o processo de preparação para um concurso, mas os benefícios em
prova são maravilhosos. A resposta é memorizável. Há rapidez e precisão
depois que essas informações são entendidas. Em uma prova como a sua, isso
é muito importante.
206
Outro caminho bastante distinto é a banca trabalhar aspectos textuais em que a
interpretação seja a tônica. Com isso, apresenta-se ao candidato um conteúdo
não previsto, não memorizável. Observe a diferença:
“Ouro em FIOS
A natureza é capaz de produzir materiais preciosos, como o ouro e o
cobre — condutor de ENERGIA ELÉTRICA. O ouro já é escasso. A
energia elétrica caminha para isso. Enquanto cientistas e governos
buscam novas fontes de energia sustentáveis, faça sua parte aqui no
TJDFT:
— Desligue as luzes nos ambientes onde é possível usar a
iluminação natural.
— Feche as janelas ao ligar o ar-condicionado.
— Sempre desligue os aparelhos elétricos ao sair do ambiente.
— Utilize o computador no modo espera.
Fique ligado! Evite desperdícios. Energia elétrica. A natureza cobra o
preço do desperdício.”
207
Os esforços são muito diferentes e a objetividade da questão agora é forjada
pelas mãos da banca. Precisa-se alcançar a “lógica” que organiza a questão, o
pensamento que a produziu. Ambas as questões estão erradas, trazem
informação incorreta. A questão 2 retoma apenas a ideia de “escassez” e a 3,
em nenhum momento, fala sobre consequências. O raciocínio que está por trás
dessas duas últimas questões é muito diferente do raciocínio que se viu na
primeira.
Como se notou, está aí uma receita interessante para dificultar uma prova de
Língua Portuguesa: diminuir as questões com marcas extremas de objetividade
e ampliar as questões que exigem interpretação, reduzindo, portanto, a área de
referência teórica previsível, memorizável.
A palavra interpretar sugere que um texto é sempre algo a mais do que está
sobre a superfície do papel, algo que vai além de uma simples leitura. Ler, por si
só, já é uma atividade bastante complexa, pois o conhecimento de um idioma e
de suas regras impõe-se antes de tudo. Interpretar um texto exige a união de
vários conhecimentos, que se iniciam no texto e se estendem até o contexto.
Vêm à tona aspectos linguísticos, culturais, históricos, geográficos, ideológicos,
artísticos, entre tantos outros.
208
respostas escritas pelo candidato, busca o que permite um grau seguro de
objetividade. O que se interpreta está no texto posto ou pressuposto, exigindo
do candidato a verificação ou a inferência. Resolva a questão a seguir e reflita
sobre a informação implícita:
209
ação da banca e aguçar a percepção para os lugares do texto provedores da
questão. Observe o exemplo a seguir:
210
A paráfrase não é o texto, mas nele se constrói; o que estava no texto
transforma-se na alternativa. Aos olhos do candidato são apresentados o original
e o recriado e, a cada alternativa, há a mesma pergunta que se renova: a
alternativa aqui reescrita é fiel às ideias originais? O que pode estar facilmente
compreensível no texto ganha a intensidade e as cores de quem recria,
reescreve, retextualiza. Por isso, ao candidato compete aprender a conviver com
tal situação.
211
Não se espera uma questão repetida, nem uma regra salvadora, mas a
experiência refinada de acompanhar os movimentos da banca, como ela produz
seu trabalho, como olha para um texto e traz dele aquilo que é o objeto de nosso
estudo. Palavras como experimentar e amadurecer exigem convivência com o
objeto em análise.
212
O sentido figurado ou conotativo ocorre quando se usa palavra ou expressão
fora do sentido comum, fora do sentido dicionarizado; o oposto é o sentido
denotativo, sentido literal, sentido lógico, que equivale ao sentido dicionarizado.
Acompanhe os exemplos.
213
A gramática ajuda a construir o texto e traz uma riqueza de itens significativos,
que podem exigir uma análise sutil. Isso reflete na ordem das palavras, o vínculo
criado, o uso ou omissão de uma vírgula, palavras que podem ocupar
classificações e sentidos diferentes... Observe os exemplos:
214
elementos linguísticos, desde o posto até o pressuposto. Tais elementos
envolvidos na construção estabelecem relações entre si e cabe à coesão
harmonizá-los, dando à memória informação necessária para que se possa
entender com adequação. A interdependência entre os elementos textuais e a
necessidade de vinculá-los, para que haja a produção de sentido, são as marcas
dos elos coesivos. A retomada e a progressão são os dois principais
movimentos textuais que constroem a coesão.
215
12. (TJ-RJ – CEBRASPE – 2008) “Embora ocupe lugar central e
mais ou menos indisputado na história da literatura produzida no
Brasil, o escritor e sua obra ainda hoje guardam algo do caráter
excêntrico, inclassificável e surpreendente que assombrou seus
primeiros críticos.”
O pronome relativo “que” refere-se a “o escritor”.
216
● Narração
“...Marcela amou-me durante quinze meses e onze contos de réis; nada menos.
Meu pai, logo que teve aragem dos onze contos, sobressaltou-se deveras;
achou que o caso excedia as raias de um capricho juvenil.
— Desta vez, disse ele, vais para a Europa; vais cursar uma Universidade,
provavelmente Coimbra; quero-te para homem sério e não para arruador e
gatuno. E como eu fizesse um gesto de espanto:
— Gatuno, sim senhor; não é outra coisa um filho que me faz isto... Sacou da
algibeira os meus títulos de dívida, já resgatados por ele, e sacudiu-mos na cara.
— Vês, peralta? é assim que um moço deve zelar o nome dos seus? Pensas
que eu e meus avós ganhamos o dinheiro em casas de jogo ou a vadiar pelas
ruas? Pelintra! Desta vez ou tomas juízo, ou ficas sem coisa nenhuma.”
● Descrição
Enquanto a narração produz uma sequência de ações, a descrição, em
geral, traz uma sequência de características da pessoa ou coisa descrita.
Exemplo:
217
“A parede era alta e ao lado havia uma linda árvore que sombreava todo o canto
da casa. Embora todo o quintal tivesse grama, ali ela não nascia.”
É muito raro haver um texto exclusivamente descritivo, é mais comum ele fazer
parte de outro tipo de texto.
● Dissertação
● Dissertação expositiva
218
● Dissertação argumentativa
“Considerando que nosso futuro será, em grande parte, determinado por nossa
atitude perante a questão nuclear, é bom nos perguntarmos como chegamos até
aqui, com o poder de destruir a civilização. O que isso nos diz sobre quem
somos como espécie?
Nossa aniquilação é inevitável ou será que seremos capazes de garantir nossa
sobrevivência mesmo tendo em mãos armas de destruição em massa?
Infelizmente, armas nucleares são monstros que jamais desaparecerão.
Nenhuma descoberta científica “desaparece”. Uma vez revelada, permanece
viva, mesmo se condenada como imoral por uma maioria. O pacto que
acabamos por realizar com o poder tem um preço muito alto. É irreversível. Não
podemos mais contemplar um mundo sem armas nucleares. Sendo assim, será
que podemos contemplar um mundo com um futuro?” (Marcelo Gleiser)
● Injunção
219
Questões sobre o tópico
220
15.3.6. Paráfrase
221
● Treinando a interpretação
222
19. (BRB – CEBRASPE– 2011) Infere-se do texto que os países
que se mantiveram no G-20 após a crise de 2008 foram por ela
menos afetados, uma vez que conseguiram manter suas economias
fortes.
223
24. (BRB – CEBRASPE– 2011) A expressão “essas nações” (linha
7) faz referência aos termos “países europeus” e “Estados Unidos da
América” (linha 4).
Gabarito
1-Errado 7-Errado 13-Errado 19-Errado
2-Errado 8-Errado 14-Errado 20-Correto
3-Errado 9-Errado 15-Correto 21-Errado
4-Correto 10-Correto 16-Errado 22-Correto
5-Correto 11-Errado 17-Errado 23-Errado
6-Correto 12-Errado 18-Errado 24-Errado
224
⮚ CAPÍTULO 16 – REDAÇÃO OFICIAL
16.1. Introdução
Também observe que não se escreverá uma redação oficial na prova, mas sim
se tratará do tema em questão objetiva. Há alguns elementos que podem
organizar o estudo: a linguagem, os pronomes de tratamento, o vocativo, o
fecho e os expedientes (tipos de textos da Administração Pública).
16.2. Linguagem
225
❖ Importante para a sua prova: A redação oficial é elaborada sempre em
nome do serviço público e sempre em atendimento ao interesse geral dos
cidadãos. Sendo assim, os assuntos objetos dos expedientes oficiais não devem
ser tratados de outra forma que não a estritamente impessoal.
Deve-se fazer uma leitura inicial e buscar aperfeiçoar essa aprendizagem por
meio da resolução de questões, pois só assim podemos dimensionar como
aspectos da linguagem da Redação Oficial conseguem produzir a dificuldade
encontrada em algumas questões. Logo se vai perceber que quase tudo que se
pergunta em prova é embasado literalmente no Manual, muitas vezes
exatamente o que lá está escrito. Assim, esse fluxo entre questões e Manual
torna-se muito produtivo para a memorização.
16.3. Pronomes de tratamento
16.4. Vocativo
226
Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo Tribunal Federal,
16.5. Fecho
227
Com o objetivo de simplificar e uniformizar, o Manual estabelece o emprego de
somente dois fechos diferentes para todas as modalidades de comunicação
oficial:
16.7. Expedientes
228
São os textos produzidos pela Administração Pública. Três deles – ofício, aviso e
memorando – recebiam distinção até a segunda edição do Manual, mas, a partir
da edição mais recente (a terceira), todos os três passaram a receber o mesmo
nome: ofício. Com o objetivo de uniformizar, adotou-se nomenclatura e
diagramação únicas, o que se passou a chamar de padrão ofício.
Além disso, o Manual traz:
229