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PDF de Seguridade Social para prova de Técnico do

INSS1

1
Professor das disciplinas de Direito do Trabalho, Processo do Trabalho, Seguridade Social e Direito
Antidiscriminatório do Qconcursos e do Curso Damásio.
Coordenador da Pós-graduação em Direito Antidiscriminatório e Diversidades do Curso Damásio.
Professor convidado nos programas de Pós-Graduação da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo,
da Faculdade de Direito de São Bernardo do Campo, da Faculdade de Direito de Franca, da Faculdade
Legale, da FAAP e em diversos cursos de especialização da ESA.
Mestre pela Universidade de São Paulo e pós-graduado em pela Faculdade Damásio de Jesus.
Advogado e palestrante.
@professorviniciusmota
Sumário
⮚ CAPÍTULO 1 – SEGURIDADE SOCIAL ...................................................................................... 7
1.1. Conceituação ...................................................................................................................... 7
1.2. Origem e evolução legislativa no Brasil.............................................................................. 8
1.2.1. Evolução no Brasil ..................................................................................................... 10
1.3 Organização e princípios constitucionais .......................................................................... 13
1.3.1. Princípios Constitucionais diretamente vinculados à Seguridade Social .................. 14
⮚ CAPÍTULO 2 – Legislação Previdenciária ............................................................................. 18
2.1 Conteúdo ........................................................................................................................... 18
2.1.1. Fontes ........................................................................................................................ 18
2.1.2. Autonomia ................................................................................................................. 19
2.2 Aplicação das normas previdenciárias .............................................................................. 20
2.2.1 Vigência, hierarquia, interpretação e integração....................................................... 20
⮚ Capítulo 3 – Regime Geral de Previdência Social ................................................................ 25
3.1 Segurados obrigatórios ..................................................................................................... 25
3.2 Filiação e inscrição............................................................................................................. 26
3.3 Conceito, características e abrangência: empregado, empregado doméstico, contribuinte
individual, trabalhador avulso e segurado especial ................................................................ 29
3.3.1. Segurado empregado ................................................................................................ 30
3.3.2. Segurado empregado doméstico .............................................................................. 35
3.3.3. Segurado contribuinte individual .............................................................................. 36
3.3.4. Segurado trabalhador avulso .................................................................................... 42
3.3.5. Segurado especial...................................................................................................... 44
3.4 Segurado facultativo: conceito, características, filiação e inscrição ................................. 47
3.5. Dependentes .................................................................................................................... 48
3.6. Trabalhadores excluídos do regime geral ........................................................................ 51
⮚ CAPÍTULO 4 – Empresa e empregador doméstico: conceito previdenciário. ..................... 54
4.1. Empresa e empregador doméstico .................................................................................. 54
⮚ Capítulo 5 – Financiamento da Seguridade Social .............................................................. 58
5.1 Receitas da União .............................................................................................................. 61
5.2 Receitas das contribuições sociais .................................................................................... 61
5.2.1. Contribuições sociais dos segurados......................................................................... 61
5.2.2. Contribuições das empresas ..................................................................................... 66
5.2.3. Contribuições do empregador doméstico................................................................. 73
5.2.4. Contribuições do produtor rural ............................................................................... 74
5.2.5. Contribuição do clube de futebol profissional .......................................................... 74
5.2.6. Contribuição sobre a receita de concursos de prognóstico ...................................... 74
5.2.7. Outras fontes............................................................................................................. 75
5.3. Salário de contribuição..................................................................................................... 76
5.3.1. Conceito .................................................................................................................... 76
5.3.2. Parcelas integrantes e parcelas não integrantes ...................................................... 77
5.3.3 Limites mínimo e máximo .......................................................................................... 84
5.3.4 Contribuições inferiores ao salário-mínimo e complementação de contribuições ... 85
5.3.5 Reajustamento ........................................................................................................... 86
5.4 Arrecadação e recolhimento das contribuições destinadas à seguridade social.............. 86
5.4.1 Competência do INSS e da Secretaria da Receita Federal do Brasil .......................... 87
5.4.2 Obrigações da empresa e demais contribuintes ........................................................ 87
5.4.3 Prazo de recolhimento ............................................................................................... 90
5.4.4 Recolhimento fora do prazo: juros, multa e atualização monetária ......................... 90
⮚ Capítulo 6 – Decadência e prescrição ................................................................................. 95
⮚ Capítulo 7 – Crimes contra a seguridade social .................................................................. 97
7.1. Apropriação indébita previdenciária ............................................................................... 97
7.2. Sonegação de contribuição previdenciária ..................................................................... 98
7.3. Outros crimes previdenciários ......................................................................................... 98
⮚ Capítulo 8 – Recurso das decisões administrativas........................................................... 101
8.1 Fase inicial ....................................................................................................................... 101
8.2. Fase instrutória............................................................................................................... 101
8.3. Fase decisória ................................................................................................................. 102
8.4. Fase Recursal .................................................................................................................. 102
⮚ Capítulo 9 - Plano de Benefícios da Previdência Social: .................................................... 106
9.1. Período de carência........................................................................................................ 106
9.2. Salário de benefício ........................................................................................................ 108
9.3. Fator Previdenciário ....................................................................................................... 110
9.4. Renda Mensal de Benefício ............................................................................................ 111
9.5. Reajustamento do valor de benefício ............................................................................ 114
9.6. Acumulação de benefícios ............................................................................................. 114
9.7. Prazo para pagamento dos benefícios ........................................................................... 116
9.8 Benefícios em espécie ..................................................................................................... 117
9.8.1. Aposentadoria programa ou voluntária .................................................................. 117
9.8.2. Aposentadoria por idade......................................................................................... 118
9.8.3. Aposentadoria por tempo de contribuição ............................................................. 119
9.8.4. Aposentadoria Especial ........................................................................................... 122
9.8.5. Aposentadoria do segurado pessoa com deficiência .............................................. 126
9.8.6. Aposentadoria por incapacidade permanente (antiga aposentadoria por invalidez)
........................................................................................................................................... 127
9.8.7. Auxílio por incapacidade temporária (auxílio-doença). .......................................... 129
9.8.8. Auxílio-acidente....................................................................................................... 130
9.8.9. Salário-família.......................................................................................................... 131
9.8.10. Salário-maternidade .............................................................................................. 132
9.8.11. Pensão por morte.................................................................................................. 134
9.8.12. Auxílio-reclusão ..................................................................................................... 137
9.8.13. Abono anual .......................................................................................................... 138
9.8.14. Seguro-desemprego .............................................................................................. 138
⮚ Capítulo 10 – Manutenção, perda e restabelecimento da qualidade de segurado.......... 141
⮚ Capítulo 11 – Serviços Previdenciários.............................................................................. 145
11.1. Serviço Social ................................................................................................................ 145
11.2. Habilitação e reabilitação profissional ......................................................................... 146
⮚ Capítulo 12 – Benefícios decorrentes de legislações especiais......................................... 148
12.1 Pensão especial - Síndrome de Talidomida - Lei nº 7.070/1982 e suas alterações ...... 148
12.2. Pensão especial dos seringueiros - Lei nº 7.986/1989 e suas alterações .................... 148
12.3. Pensão especial de ex-combatente - Lei nº 8.059/1990 .............................................. 149
12.4. Pensão especial às vítimas de hemodiálise de Caruaru - Lei nº 9.422/1996 ............... 149
12.5. Pensão vitalícia às vítimas do CÉSIO 137 - Lei nº 9.425/1996...................................... 150
12.6. Aposentadoria e pensão excepcional ao anistiado político - Lei nº 10.559/2002 e suas
alterações .............................................................................................................................. 150
12.7 Pensão especial às pessoas atingidas pela hanseníase - Lei nº 11.520/2007 ............... 153
⮚ Capítulo 13 - Seguro desemprego pescador artesanal - Seguro defeso - Lei nº
10.779/2003, Decreto nº 8.424/2015 e suas alterações .......................................................... 157
⮚ Capítulo 14 – Lei Orgânica da Assistência Social ............................................................... 159
14.1 Benefício de prestação continuada - BPC/LOAS ........................................................... 159
14.2 Auxílio-Inclusão e Lei nº 14.176/2021........................................................................... 163
14.3 Lei nº 8.742/1993 e suas alterações e Decreto nº 6.214/2007 .................................... 164
14.3.1. objetivos da assistência social............................................................................... 164
14.3.2. Princípios da assistência social .............................................................................. 165
14.3.3. Diretrizes da assistência social .............................................................................. 166
14.3.4. Organização e gestão da assistência social ........................................................... 167
⮚ Capítulo 15 - Regimes Próprios de Previdência Social (União, estados, Distrito Federal e
municípios) ................................................................................................................................ 173
15.1 Certidão de Tempo de Contribuição e Contagem recíproca......................................... 175
15.2 Compensação previdenciária, Lei nº 9.796/1999 e Decreto nº 10.188/2019 .............. 176
⮚ Capítulo 16 – Demais itens do edital................................................................................. 180
⮚ Capítulo 17 – Questões ..................................................................................................... 182
⮚ CAPÍTULO 1 – SEGURIDADE SOCIAL

1.1. Conceituação

A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa


dos poderes públicos e da sociedade, destinado a assegurar o direito relativo
à saúde, à previdência e à assistência social.

Aqui é fundamental fazer uma primeira distinção entre os elementos da


seguridade social.

A saúde e a assistência social são sistemas não contributivos, no sentido de


que as pessoas poderão obter os benefícios e serviços oferecidos por esses dois
sistemas sem que tenham vertido qualquer contribuição especificamente
direcionada a esse sistema.

Diferentemente, a previdência é um sistema contributivo, de modo que opera


na dinâmica de assegurar benefícios e serviços para aqueles que contribuam
para o sistema.

Atenção: a saúde e a assistência social são sistemas não contributivos, já a


previdência social é um sistema contributivo.

Um esclarecimento adicional é importante, a previdência é um sistema


contributivo, mas isso é a regra. Em realidade, há situações nas quais pessoas
poderão obter benefícios e serviços mesmo que não tenham contribuído para o
sistema.
Podemos visualizar essa assertiva com dois exemplos: os dependentes são
beneficiários da previdência social em razão do vínculo familiar que mantêm com
segurados e terão acesso a prestações mesmo que não tenham contribuído.

De maneira semelhante, uma pessoa que eventualmente se acidente no primeiro


dia de trabalho, em seu primeiro emprego, terá acesso a benefícios
previdenciários antes mesmo de ter contribuído.

Por derradeiro, a organização e o custeio da Seguridade Social (considerando


os seus três ramos) estão disciplinados na Lei 8.212/91.

1.2. Origem e evolução legislativa no Brasil

A Seguridade Social (considerando seus três pilares) é atualmente um direito


subjetivo decorrente de obrigações assumidas pelo Estado em razão do dever
de oferecer segurança social aos indivíduos.

Porém, a origem da ideia de se assegurar proteção social aos desamparados


surge ainda na idade antiga, como expressão da caridade entre as pessoas.

Quanto à participação do Estado nas ações de amparo aos desvalidos, podemos


encontrar dentre as primeiras manifestações nesse sentido a legislação inglesa
que, no ano de 1601, estabelece a obrigação de amparar os necessitados por
intermédio da The Poor Relief Act.

Observe que as primeiras medidas de proteção aos necessitados guardam


semelhança com a figura da assistência social e não com a previdência social,
uma vez que o amparo estatal era concedido independentemente de qualquer
contribuição.
Posteriormente, as sociedades ocidentais assistem a uma transformação do
papel do Estado.

No início, o Estado Liberal foi idealizado de maneira que ele não deveria ter
qualquer ingerência em assuntos de natureza particular ou privada, não
promovendo qualquer intervenção na área econômica ou social.

Porém, com o desenvolvimento do capitalismo industrial, as sociedades


europeias se deparam com o empobrecimento dos trabalhadores,
constantemente submetidos a salários menores, com ampliação das horas
trabalhadas e grande número de acidentes que conduziam as pessoas à
situação de incapacidade para o trabalho.

Atenção: a pobreza crescente daqueles que viviam do trabalho também é


conhecida como “pauperização dos trabalhadores” e os conflitos sociais
decorrentes dessa situação ficou conhecida como “questão social”.

É nesse contexto que surge a legislação trabalhista, os movimentos políticos


revolucionários e a doutrina social da Igreja (da qual é conhecida a encíclica
Rerum Novarum, de 1893).

Por conta de tudo isso, o Estado passa a ser concebido como organismo que
deve intervir na economia e na área social, de maneira que se abandona a
concepção do Estado Liberal e surge a figura do Estado Social.

Então, agrega-se à assistência aos necessitados uma política de seguro social.


Compreende-se como seguro social uma proteção para os trabalhadores que
viessem a se encontrar incapacitados para o trabalho em virtude de alguma
contingência da vida (acidente, doença, idade avançada). Aqui, surge a noção
da previdência social.

Efetivamente, a seguridade social é concebida em dois sistemas:

a) modelo de Bismarck (surgiu na Prússia, em 1883): seguro social baseado


no sistema de capitalização com contribuições dos trabalhadores e dos
empregadores, voltada para proteção apenas dos trabalhadores (é o embrião da
previdência social).

b) modelo de Beveridge (surgiu no Reino Unido, em 1944): baseado no sistema


de repartição, com contribuição de toda a sociedade e oferecendo proteção a
todos, não apenas aos trabalhadores (modelo com características de seguridade
social, não apenas previdência social).

1.2.1. Evolução no Brasil

Assim como se verificou em outros países, as primeiras ações com


características daquilo que hoje compõe a seguridade social se iniciam no Brasil
por intermédio de ações com caráter assistencial.

São medidas como implementação de Santas Casas de Misericórdia e outras


ações caridosas no contexto do trabalho religioso.

Portanto, assim como em outros países, verificamos primeiro medidas


associadas à assistência social e à saúde.
Posteriormente, em 1821, temos a primeira norma relativa à previdência
estabelecendo aposentadoria aos mestres e professores após 30 anos de
serviço.

De todo modo, é fundamental registrar que se considera como o marco inicial


da previdência social no Brasil a Lei Eloy Chaves.

Essa lei é fruto do Decreto Legislativo n. 4.682/1923, a qual criou as Caixas de


Aposentadoria e Pensões nas empresas de estradas de ferro, operando com
contribuições dos trabalhadores, dos empregados e do Estado.

É bem verdade que antes da Lei Eloy Chaves já havia sido instituída uma Caixa
de Aposentadoria e Pensões para os funcionários públicos da Casa da Moeda,
porém compreende-se a Lei Eloy Chaves como um ponto fundamental para o
estabelecimento do sistema previdenciário por dar início a uma série de medidas
voltadas a estabelecer um sistema de capitalização para os trabalhadores da
iniciativa privada.

Efetivamente, outras Caixas de Aposentadoria e Pensões foram criadas


posteriormente, abrangendo diversas empresas.

Em um segundo momento, na década de 1930, surgem os Institutos de


Aposentadoria e Pensões, modelo que gradativamente vai substituindo as
caixas.

Os institutos são organizados por categoria profissional, não mais se limitando à


empresa, como eram as caixas.
Surgem os Institutos de Aposentadoria e Pensões dos Marítimos, dos Bancários,
dos Comerciários etc.

Nesse cenário, a Constituição de 1934 é a primeira a estabelecer a forma


tripartite de custeio, se referindo às contribuições dos trabalhadores, dos
empregadores e do poder público.

Por sua vez, a Constituição de 1937 é a primeira a adotar a expressão: “seguro


social”, enquanto a Constituição de 1946 foi a primeira a utilizar a expressão:
“previdência social”.

Em 1960, a Lei 3.807 estabelece a Lei Orgânica da Previdência Social –


LOPS.

Embora a Lei Orgânica da Previdência Social não tenha aglutinado os institutos


de aposentadoria e pensões existentes, ela foi importante por estabelecer um
conjunto de normas uniformes para a gestão e operacionalizam dos institutos.

O Decreto-Lei 72/1966, cria o Instituto Nacional de Previdência Social - INPS,


que passou a funcionar em 1º de janeiro de 1967, com a unificação dos institutos
de aposentadoria e pensões.

Em 1967, a Constituição de então cria o seguro-desemprego. Ainda em 1967, o


seguro de acidentes do trabalho é incorporado à previdência social.

Em 1977, a Lei 6.439 cria o Sistema Nacional de Previdência e Assistência


Social, organizado na forma de várias autarquias: Instituto de Administração
Financeira da Previdência e Assistência Social, o Instituto Nacional de
Assistência Médica da Previdência Social, mantém-se o Instituto Nacional de
Previdência Social, a LBA, a FUNABEM, a DATAPREV e a CEME.

A Constituição de 1988 reorganiza a Seguridade Social, estruturada em três


campos: saúde, previdência e assistência social.

O financiamento da seguridade social é efetuado por toda a sociedade, de


maneira direta e indireta, por intermédio de recursos dos orçamentos dos entes
da federação e pelas contribuições sociais.

Assim, as contribuições sociais passam a financiar toda a seguridade social e


não apenas a previdência social.

Atualmente, a saúde é regulamentada na Lei 8.080/90, o custeio da seguridade


social é tratado na Lei 8.212/91, os benefícios da previdência social são objeto
da Lei 8.213/91 e a assistência social está estruturada na Lei 8.742/93.

Por derradeiro, o Instituto Nacional do Seguro Social – INSS é criado pela Lei
8.029/90, na forma de autarquia federal, mediante a fusão do Instituto de
Administração da Previdência e Assistência Social - IAPAS, com o Instituto
Nacional de Previdência Social – INPS.

1.3 Organização e princípios constitucionais

A organização da Seguridade Social se concretiza por intermédio do Sistema


Nacional de Seguridade Social (art. 5º, Lei 8.212/91), sendo fundamental
destacar a aplicação do princípio da gestão descentralizada e quadripartite,
com participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do
Governo nos órgãos colegiados.
1.3.1. Princípios Constitucionais diretamente vinculados à Seguridade
Social

a) universalidade da cobertura e do atendimento: por universalidade de


cobertura entende-se a busca pela proteção contra o maior número de riscos
sociais possíveis; por universalidade de atendimento, compreende-se o
amparo ao maior número de pessoas possível.

É possível afirmar, portanto, que o princípio da universalidade tem um aspecto


objetivo e um aspecto subjetivo.

Na perspectiva objetiva, trata da cobertura os riscos sociais (idade avançada,


acidente de trabalho, problema de saúde, vulnerabilidade social).

Já sob o prisma da vertente subjetiva, cuida do atendimento ao maior número


de pessoas que possam necessitar das prestações da seguridade (brasileiros
natos e naturalizados, brasileiros no exterior, estrangeiros residentes ou em
passagem pelo território nacional).

b) uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações


urbanas e rurais: por uniformidade compreende-se que os riscos sociais
cobertos são os mesmos para os urbanos e para os rurais, ao passo que a
equivalência expressa o tratamento isonômico, mas não necessariamente
igual, admitindo-se pontuais vantagens ao rural, desde que justificadas.

c) seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços: a


seletividade orienta o legislador a definir quais contingências sociais serão
objeto de proteção da seguridade social bem como quais serão os requisitos
para sua concessão, exercendo função limitadora do princípio da universalidade
da seguridade social. A distributividade expressa a diretriz de promoção de
justiça social, no sentido de distribuição da renda.

d) irredutibilidade do valor dos benefícios: os benefícios da seguridade social


não podem sofrer redução nominal de seu valor.

Atenção: aos benefícios da previdência social assegura-se também uma


revisão anual com aplicação de índices de correção ou atualização monetária,
visando a manutenção do poder de compra.

e) equidade na forma de participação no custeio: aqueles que possuem


melhores condições econômicas devem ter contribuições mais acentuadas,
como ocorre com o setor bancário ou com a progressividade das alíquotas
contribuição do empregado, em razão de seu salário.

f) diversidade da base de financiamento, identificando-se, em rubricas


contábeis específicas para cada área, as receitas e as despesas vinculadas a
ações de saúde, previdência e assistência social, preservado o caráter
contributivo da previdência social;

g) caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão


quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos
aposentados e do Governo nos órgãos colegiados.

Esses são os princípios constitucionais expressamente vinculados à seguridade


social, conforme dispõe o parágrafo único do art. 194, da Constituição Federal.
Contudo, embora não haja menção explícita no edital a outros princípios, não
excede lembrar que a seguridade social e a previdência social também estão
pautadas em outros princípios (alguns doutrinários e jurisprudenciais) como: a)
princípio da solidariedade; b) princípio da vedação do retrocesso social; c)
precedência da fonte de custeio; d) compulsoriedade da contribuição; e) prazo
nonagesimal na criação ou majoração das contribuições sociais; f) garantia do
valor mínimo; g) atualização dos salários de contribuição; h) equilíbrio financeiro
e atuarial; i) filiação obrigatória ao RGPS ou RPPS e caráter facultativo da
previdência complementar.

MEMORIZAÇÃO E REVISÃO
Conceituação A seguridade social compreende um conjunto integrado de
ações de iniciativa dos poderes públicos e da sociedade,
destinado a assegurar o direito relativo à saúde, à
previdência e à assistência social.
Modelos de a) modelo de Bismarck;
seguridade b) modelo de Beveridge.
Evolução no As primeiras ações com características daquilo que hoje
Brasil compõe a seguridade social se iniciam no Brasil por
intermédio de ações com caráter assistencial.
Marco inicial da previdência social no Brasil a Lei Eloy
Chaves.
Princípios a) universalidade da cobertura e do atendimento;
Constitucionais b) uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços
diretamente às populações urbanas e rurais;
vinculados à
c) seletividade e distributividade na prestação dos
Seguridade
Social benefícios e serviços:
d) irredutibilidade do valor dos benefícios:
e) equidade na forma de participação no custeio:
f) diversidade da base de financiamento, identificando-se,
em rubricas contábeis específicas para cada área, as
receitas e as despesas vinculadas a ações de saúde,
previdência e assistência social, preservado o caráter
contributivo da previdência social;
g) caráter democrático e descentralizado da
administração, mediante gestão quadripartite, com
participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos
aposentados e do Governo nos órgãos colegiados.
⮚ CAPÍTULO 2 – Legislação Previdenciária

2.1 Conteúdo

A previdência social é um direito social – art. 6º, CF – que tem por finalidade
oferecer proteção (segurança social) àqueles que exercem atividade laborativa
remunerada e aos seus dependentes em face dos riscos sociais que podem
resultar na perda ou redução da capacidade para o trabalho (sentido amplo),
bem como oferecer proteção a situações pessoais relevantes (maternidade,
por exemplo).

Nesse contexto, o Direito Previdenciário tem por objeto estudar as normas


constitucionais, legais e regulamentares que disciplinam o custeio da
Seguridade Social e que disciplinam as prestações da Previdência Social.

Portanto, a legislação previdência, objeto do Direito Previdenciário, está


alicerçada na estruturação legal de duas relações jurídicas fundamentais: a) a
relação jurídica de custeio, que tem a sociedade como sujeito passivo no que
tange ao financiamento da seguridade social e b) a relação jurídica de seguro
social, na qual a sociedade figura como sujeito ativo, podendo demandar
prestações da previdência social.

2.1.1. Fontes

a) Fontes materiais: são os fatos/eventos/fatores sociais, econômicos, políticos,


filosóficos que influem na formação ou produção das normas jurídicas.

b) Fontes formais: são os instrumentos que exteriorizam ou veiculam as normas


jurídicas:
● Constituição;

● emendas constitucionais;

● tratados e convenções internacionais incorporados ao ordenamento


brasileiro;

● lei (complementar, ordinária, delegada);

● medidas provisórias;

● decretos regulamentadores;

● instruções normativas;

● portarias e

● jurisprudência vinculante.

2.1.2. Autonomia

O Direito Previdenciário atende aos requisitos da autonomia científica:

a) campo temático vasto e específico;

b) princípios, institutos e teorias peculiares; e

c) métodos próprios
2.2 Aplicação das normas previdenciárias

2.2.1 Vigência, hierarquia, interpretação e integração

2.2.1.1. Vigência e eficácia no tempo e no espaço

Como regra geral, o Direito Previdenciário adota as diretrizes da LINDB – Lei de


Introdução às Normas do Direito Brasileiro, expressa no Decreto-Lei 4.657/1942.

Assim, de maneira geral, se não houver disposição em sentido contrário, a


vigência da norma previdenciária começa em 45 dias após a sua
publicação, nos moldes do art. 1º, da LINDB.

Contudo, na hipótese de norma previdenciária de custeio que crie ou


modifique contribuição social, ela só entra em vigor após noventa dias de sua
publicação, conforme dispõe o art. 195, § 6º, CF.

Outro ponto fundamental é que a nova lei não pode prejudicar o direito
adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada.

É por isso que se um segurado preencheu os requisitos para a aposentadoria


por tempo de contribuição antes da EC 103/2019 e só venha a requerer a
concessão de seu benefício agora, o segurado poderá se aposentar nos moldes
das regras antigas, em razão do princípio do tempus regit actum.

Atenção: o STF já decidiu que não existe direito adquirido a regime jurídico,
inclusive o previdenciário. Por conta disso, as alterações legislativas
previdenciárias que ocorram após a filiação do segurado incidem em sua relação
e afetam a concessão de benefícios, com exceção dos casos nos quais os
requisitos já estão preenchidos antes da alteração da norma.

Por fim, no que respeita ao espaço, vigora a princípio da territorialidade, de


maneira que apenas excepcionalmente a legislação brasileira previdenciária
será eficaz fora do nosso território nacional.

2.2.1.2. Hierarquia

No Direito Previdenciário, aplicam-se os parâmetros gerais do direito para


solução de conflito entre as normas:

a) hierarquia: a norma superior prevalece em face da norma inferior;

b) especificidade: a norma específica prevalece em face da norma geral;

c) cronologia: a norma mais recente prevalece em face da norma mais antiga.

2.2.1.3. Interpretação

Quanto aos métodos de interpretação, temos os seguintes:

a) gramatical ou linguístico: adota como técnica a interpretação literal do texto


normativo.

b) lógico ou racional: busca compreender a norma considerando a sua


coerência interna.
c) sistemático: aqui, o sentido da norma é extraído considerando a interação
dela com as demais normas do sistema jurídico.

d) teleológico: interpreta a norma considerando a sua finalidade social ou a


finalidade que pretende atingir;

e) histórico: pretende compreender a vontade do legislador ao tempo de


produção da norma jurídica.

Quanto a esse último, existe uma crítica: o Direito e sua aplicação deve estar em
sintonia com a evolução da sociedade e não se pautar pela vontade do legislador
que criou a norma.

Atualmente, compreende-se que a melhor forma de interpretar a norma é a


conjugação dos quatro primeiros métodos.

Além do método utilizado para compreender o sentido da norma, é possível


estudar a interpretação por outros prismas.

Com efeito, no que respeita a origem da interpretação, ou em outras palavras:


por quem a interpretação é realizada, podemos apontar:

a) interpretação autêntica: realizada pelo criador da norma (p. ex., quando o


legislador cria uma norma para integrar norma anterior);

b) interpretação jurisprudencial: realizada pelos juízes e tribunais no


julgamento dos processos; e
c) interpretação doutrinária ou científica: realizada pelos estudiosos do
direito.

Ainda, é possível compreender a interpretação no que respeita ao seu alcance:

a) interpretação restritiva: indica que o texto da norma é mais amplo do que o


sentido que dele se extrai;

b) interpretação ampliativa: indica que o texto da norma é mais enxuto do que


o sentido que dele se extrai; e

c) interpretação declarativa: indica que o texto da norma traduz de maneira fiel


o sentido que dele se extrai.

2.2.1.4. Interpretação

A integração diz respeito aos instrumentos de que dispõe o intérprete para


solucionar o caso concreto quando não houver norma aplicável para a hipótese
em análise.

Nos termos do art. 4º, da LINDB, as lacunas normativas devem ser sanadas
recorrendo à analogia, aos costumes e aos princípios gerais do direito.

MEMORIZAÇÃO E REVISÃO
Conteúdo a legislação previdência, objeto do Direito Previdenciário,
está alicerçada na estruturação legal de duas relações
jurídicas fundamentais: a) a relação jurídica de custeio, que
tem a sociedade como sujeito passivo no que tange ao
financiamento da seguridade social e b) a relação jurídica
de seguro social, na qual a sociedade figura como sujeito
ativo, podendo demandar prestações da previdência
social.
Fontes a) Fontes materiais: são os fatos/eventos/fatores sociais,
econômicos, políticos, filosóficos que influem na formação
ou produção das normas jurídicas.
b) Fontes formais: são os instrumentos que exteriorizam ou
veiculam as normas jurídicas:
Autonomia O Direito Previdenciário atende aos requisitos da
autonomia científica:
a) campo temático vasto e específico;
b) princípios, institutos e teorias peculiares; e
c) métodos próprios
Vigência e Vigência da norma previdenciária começa em 45 dias após
eficácia no a sua publicação.
tempo e no Norma previdenciária de custeio que crie ou modifique
espaço contribuição social, ela só entra em vigor após noventa dias
de sua publicação, conforme dispõe o art. 195, § 6º, CF.
o STF já decidiu que não existe direito adquirido a regime
jurídico, inclusive o previdenciário.
no que respeita ao espaço, vigora a princípio da
territorialidade, de maneira que apenas excepcionalmente
a legislação brasileira previdenciária será eficaz fora do
nosso território nacional.
⮚ Capítulo 3 – Regime Geral de Previdência Social

Em nosso ordenamento jurídico, nós temos os regimes de caráter obrigatório ou


regimes básicos: Regime Geral de Previdência Social e os Regimes
Próprios de Previdência Social; bem como temos os Regimes de Previdência
Complementar de caráter facultativo.

O Regime Geral de Previdência Social - RGPS abrange todos os que exercem


atividade remunerada no âmbito da iniciativa privada: empregados,
empregados domésticos, autônomos, avulsos, eventuais, empresários,
produtores rurais.

Também abrange os servidores em cargos de comissão, os servidores


temporários, bem como os servidores ocupantes de cargos efetivos cujos entes
federativos não tenham estabelecido Regime Próprio de Previdência Social.

O RGPS é de filiação obrigatória e automática em relação àqueles que


desenvolvem atividade remunerada e não estão vinculados a RPPS, e, ainda,
permite a filiação opcional daqueles que não exercem qualquer tipo de labor
na qualidade de segurado facultativo.

3.1 Segurados obrigatórios

Segurados obrigatórios do RGPS são aqueles que exercem qualquer tipo de


atividade remunerada lícita no contexto da iniciativa privada, bem como
aqueles que mantém vínculo jurídico-administrativo com a administração
pública, porém não estão submetidos a regime próprio de previdência
social.
3.2 Filiação e inscrição

A filiação é o vínculo jurídico que se estabelece entre as pessoas físicas que


contribuem e a previdência social, liame do qual decorrem direitos e
obrigações.

Atenção: portanto, a filiação diz respeito aos segurados e não aos dependentes.

A filiação é automática para quem exerce atividade remunerada.

Já para o segurado facultativo (que não aufere renda por intermédio do


trabalho) a filiação é decorrente de sua inscrição e do pagamento da primeira
contribuição previdenciária.

Diferentemente, a inscrição no Regime Geral de Previdência Social é aspecto


burocrático ou formal, consistente no ato por intermédio do qual o segurado é
cadastrado por meio da comprovação dos dados pessoais.

O art. 18, do Decreto n. 3.048/99, apresenta os meios de inscrição dos


beneficiários, a depender de sua modalidade:

a) empregado - pelo empregador, por meio da formalização do contrato de


trabalho e, a partir da obrigatoriedade do uso do Sistema de Escrituração Digital
das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas - eSocial, instituído pelo
Decreto nº 8.373, de 11 de dezembro de 2014, ou do sistema que venha a
substituí-lo, por meio do registro contratual eletrônico realizado nesse Sistema.

b) trabalhador avulso - pelo cadastramento e pelo registro no órgão gestor de


mão de obra, no caso de trabalhador portuário, ou no sindicato, no caso de
trabalhador não portuário, e a partir da obrigatoriedade do uso do eSocial, ou do
sistema que venha a substituí-lo, por meio do cadastramento e do registro
eletrônico realizado nesse Sistema.

c) empregado doméstico - pelo empregador, por meio do registro contratual


eletrônico realizado no eSocial;

d) contribuinte individual:

● por ato próprio, por meio do cadastramento de informações para


identificação e reconhecimento da atividade, hipótese em que o Instituto
Nacional do Seguro Social - INSS poderá solicitar a apresentação de
documento que comprove o exercício da atividade declarada;

● pela cooperativa de trabalho ou pela pessoa jurídica a quem preste


serviço, no caso de cooperados ou contratados, respectivamente, se
ainda não inscritos no RGPS; e

● pelo MEI, por meio do sítio eletrônico do Portal do Empreendedor.

e) segurado especial - preferencialmente, pelo titular do grupo familiar, hipótese


em que o INSS poderá solicitar a apresentação de documento que comprove o
exercício da atividade declarada; e

f) segurado facultativo - por ato próprio, por meio do cadastramento de


informações pessoais que permitam a sua identificação, desde que não exerça
atividade que o enquadre na categoria de segurado obrigatório.
Observe-se que o artigo 18, § 2º, do Decreto n. 3.048/99, aduz que a idade
mínima para inscrição é de dezesseis anos, contudo há uma exceção a essa
regra: é a hipótese do aprendiz que pode se filiar e se inscrever ao RGPS a partir
dos 14 anos de idade.

Aqui é pertinente recorrer ao teor art. 5º, IV, da IN 128/2022:

“Art. 5º O limite mínimo de idade para ingresso no RGPS do segurado obrigatório


que exerce atividade urbana ou rural e do facultativo é o seguinte:

(...)

V - a partir de 16 de dezembro de 1998, data da publicação e vigência da


Emenda Constitucional nº 20, 16 (dezesseis) anos, exceto para menor aprendiz,
que é de 14 (quatorze) anos, por força do art. 1º da referida Emenda, que alterou
o inciso XXXIII do art. 7º da Constituição Federal de 1988.”.

Atenção: para o segurado obrigatório, a inscrição é evento posterior à


filiação.

Assim, considerando que a filiação é automática, existe pelo simples trabalho,


há situações nas quais será admitida a inscrição do segurado após a sua morte,
do que possibilitará aos seus dependentes o usufruto de direitos.

Porém, não se admite a inscrição post mortem segurado contribuinte


individual e de segurado facultativo.
A legislação tomou o cuidado de destacar que se admite a inscrição post mortem
do segurado especial (o que já se poderia compreender ante o parágrafo
anterior).

Acrescente-se, ainda, que quem exercer, concomitantemente, mais de uma


atividade sujeita ao RGPS, será inscrito em relação a cada uma delas.

Além disso, ao dependente incumbe efetuar a sua inscrição quando do


requerimento de seus benefícios.

Por fim, os dados constantes do Cadastro Nacional de Informações Sociais -


CNIS relativos a vínculos, remunerações e contribuições valem como prova de
filiação à previdência social, tempo de contribuição e salários-de-contribuição,
independentemente da complementação de outros documentos.

3.3 Conceito, características e abrangência: empregado, empregado


doméstico, contribuinte individual, trabalhador avulso e segurado especial

São segurados do RPGS as pessoas físicas que exerçam qualquer atividade


remunerada e lícita, que não estejam vinculadas a regimes próprios de
previdência social, bem como as pessoas que não auferem renda mas a lei
considera como segurado (padres e pastores) e, ainda as pessoas que fazem
a opção de se vincular ao regime (segurado facultativo).

Ademais, permanecem como segurados aqueles que se encontram no período


de graça (caracterizado pelo tempo de conservação da qualidade de segurado
independentemente de contribuições).
Assim, são segurados aqueles que trabalham em âmbito urbano ou rural, em
atividade lucrativa ou doméstica, como empregados ou não, além daqueles que
exercem outras atividades por intermédio das quais auferem renda, e ainda,
serão segurados aqueles que aderirem por ato de vontade.

Portanto, temos os segurados obrigatórios e os segurados facultativos.

Os segurados obrigatórios se dividem em cinco categorias:

a) empregado;

b) empregado doméstico;

c) contribuinte individual;

d) trabalhador avulso;

e) segurado especial.

Empregado
Empregado doméstico
Obrigatórios Trabalhador avulso
Segurados
Beneficiários Contribuinte individual
Segurado Especial
Facultativos
Dependentes

3.3.1. Segurado empregado


A legislação previdenciária é minuciosa na definição dos segurados do Regime
Geral de Previdência Social.

Por razões didáticas, considerados que ajuda na memorização do candidato


aglutinar os segurados empregados em quatro grupos, qual cada organizado
considerando uma frase-chave.

a) Frase-chave “qualquer tipo de empregado no território nacional”:

- empregado urbano ou rural, incluindo o diretor empregado (art. 9º, I, “a” e “r”,
RPS).

- trabalhador temporário, disciplinado na Lei 6.019/74.

- aquele que presta serviço no Brasil a missão diplomática ou repartição


consular de carreira estrangeira e a órgãos a elas subordinados, ou a
membros dessas missões e repartições, excluídos o não-brasileiro sem
residência permanente no Brasil e o brasileiro amparado pela legislação
previdenciária do país da respectiva missão diplomática ou repartição consular.

Atenção: a lógica aqui é que o empregado que presta serviço no Brasil,


independentemente da nacionalidade do tomador, será vinculado ao RGPS, com
exceção do estrangeiro que está no país por pouco tempo e do brasileiro já
amparado pelo sistema previdenciário de país estrangeiro.

- o bolsista ou estagiário que preste serviço em desacordo com a Lei de


Estágio, qual seja a Lei n. 11.788/2008.
Atenção: em situação regular, o bolsista e o estagiário não são filiados ao
regime geral de previdência social como segurados obrigatórios, podendo, caso
queiram, se vincular na condição de segurados facultativos. Porém, caso se
verifiquem desvirtuamentos nas suas atividades, podemos ter a caracterizam do
vínculo empregatício e, então, serão considerados segurados obrigatórios na
modalidade de empregado.

- o empregado público.

Atenção: o empregado público é aquele que prestava serviço para a


administração pública e tem sua atividade regulamentada pela CLT.

- o escrevente ou auxiliar contratado pelo titular do cartório.

- o empregado em organismo internacional ou estrangeiro em funcionamento


no Brasil, salvo de coberto por regime próprio de previdência social.

- o empregado contratado pelo regime de trabalho intermitente (figura


regulamentada nos art. 452-A e art. 443, § 3º, CLT).

b) Frase-chave “qualquer tipo de empregado, inclusive no exterior”:

- o brasileiro ou o estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para trabalhar


como empregado no exterior, em sucursal ou agência de empresa constituída
sob as leis brasileiras e que tenha sede e administração no país.

- o brasileiro ou o estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para trabalhar


no exterior como empregado de empresa domiciliada no exterior com maioria
do capital votante pertencente a empresa constituídas pelas leis
brasileiras, que tenha sede e administração no país e cujo controle efetivo
esteja em caráter permanente sob a titularidade direta ou indireta de pessoas
física domiciliadas e residentes no país ou entidade de direito público
interno.

- o brasileiro civil que trabalha para a União no exterior, em organismos


internacionais dos quais o Brasil seja membro efetivo, ainda que lá domiciliado
e contratado, salvo se amparado por regime próprio de previdência social.

- o brasileiro civil que presta serviço à União no exterior, em repartições


governamentais brasileiras, lá domiciliado e contratado, inclusive o auxiliar
local (art. 56 e 57, Lei 11.440/2006), este desde que, em razão de proibição legal,
não possa se filiar ao regime previdenciário local.

Atenção: uma dica fundamental para sua prova – a legislação previdenciária se


refere a situação de trabalho no exterior em cinco oportunidades: quatro delas
dizem respeito ao enquadramento como segurado empregado e apenas uma
como contribuinte individual. Assim, é mais fácil memorizar quando quem
trabalha no exterior será considerado contribuinte individual.

c) Frase-chave “servidores que não estejam filiados a regime próprio de


previdência social”:

- servidor público ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão de livre


nomeação e exoneração;

Atenção: na administração é possível ocupar cargo em comissão de forma


exclusiva, quando a pessoa não compunha o quadro de servidores, ou então
ocupar o cargo em comissão para determinada função de chefia, direção,
assessoramento já sendo servidor efetivo. A hipótese em análise aplica-se
somente para o primeiro caso.

- servidor de Estado, Distrito Federal ou Município que não tenha instituído o


seu regime próprio de previdência social.

Atenção: atualmente, todos os Estados e o Distrito Federal possuem regime


próprio de previdência social, de maneira que atualmente essa hipótese se
restringe a servidor público estatuário municipal.

- servidor temporário (admitido por tempo determinado para atender a


necessidade temporária de excepcional interesse público)

Vale observar que já mencionamos o empregado público, que também é um


servidor que está filiado ao regime geral.

d) Frase-chave “agentes políticos”:

Aqueles em exercício de mandato eletivo federal, estadual, distrital ou


municipal, desde que não vinculado a regime próprio.

Memorização das frases-chaves:

a) “qualquer tipo de empregado no território nacional”

b) “qualquer tipo de empregado, inclusive no exterior”

c) “servidores que não estejam filiados a regime próprio de previdência


social”; e
d) “agentes políticos”.

3.3.2. Segurado empregado doméstico

Efetivamente, o conceito de empregado doméstico mais completo consta no art.


1º, da Lei Complementar n. 150/2015:

Considera-se empregado doméstico a pessoa física que presta serviço de forma


contínua, subordinada, onerosa e pessoal, de finalidade não lucrativa à
pessoa ou à família, no âmbito residencial destas, por mais de 2 (dois) dias
na semana.

Note que o empregado doméstico é caracterizado com elementos comuns aos


demais empregados e elementos específicos do doméstico.

Todo empregado presta serviços de maneira pessoal, onerosa, subordinada e


não-eventual.

O que identifica o empregado doméstico são os elementos próprios:

a) finalidade não lucrativa;

b) a pessoa ou à família;

c) no âmbito residencial; e

d) por mais de dois dias na semana.


Fique atento à classificação do segurado que é contratado como doméstico,
porém desenvolve suas tarefas em desconformidade com a lei.

Por exemplo, caso o trabalhador doméstico desempenhe serviço vinculado a


atividade econômica desenvolvida pelo empregador; caso preste serviço para
pessoa jurídica ou trabalhe em estabelecimentos, ele deixa de ser empregado
doméstico e se torna empregado comum.

Ademais, caso o trabalhador doméstico trabalhe apenas um ou dois dias na


semana será considerado trabalhador eventual (diarista), enquadrando-se como
contribuinte individual.

Atenção: somente é admitida a contratação de empregado doméstico com mais


de 18 anos.

3.3.3. Segurado contribuinte individual

Essa é a categoria que reúne as mais diferentes formas de trabalho, sendo


utilizada como um “guarda-chuva” para abrigar todos os segurados que não se
enquadrem como empregado, empregado doméstico, trabalhador avulso e
segurado especial.

Assim, são considerados segurados obrigatórios na modalidade de contribuinte


individual:

- a pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade agropecuária, a


qualquer título, em caráter permanente ou temporário, em área contínua ou
descontínua, superior a quatro módulos fiscais (propriedade média ou
grande); OU, quando em área igual ou inferior a quatro módulos fiscais
(propriedade pequena) ou atividade pesqueira ou extrativista, com auxílio de
empregados ou por intermédio de prepostos; OU ainda nas hipótese do § 8º
e 23, do art. 9º, RPS (quando a pessoa não for considerada segurado especial
ou for excluída desse enquadramento).

Podemos, então, delinear algumas ideias centrais.

É considerado contribuinte individual aquele que se dedica à atividade


agropecuária em área superior a quatro módulos fiscais (os módulos fiscais
são medidas municipais aplicadas às propriedades rurais).

Também é considerado contribuinte individual aquele que poderia ser segurado


especial no que diz respeito ao tamanho da propriedade rural (igual ou inferior a
quatro módulos) ou por se dedicar a atividade da pesca artesanal ou extrativista
vegetal, porém utilizada empregados de maneira permanente ou em
quantidade superior à admitida para o segurado especial.

Ainda, aquele que tem outra fonte de renda ou perde a qualidade de


segurado especial, ao manter a atividade agropecuária, pesqueira ou
extrativista vegetal, será considerado contribuinte individual.

- a pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade de extração mineral


(garimpo), em caráter permanente ou temporário, diretamente ou por intermédio
de prepostos, com ou sem auxílio de empregados, utilizados a qualquer título,
ainda que de forma não contínua.

Atenção: aquele que se dedica ao garimpo é contribuinte individual e não


segurado especial.
- o ministro de confissão religiosa e o membro de instituto de vida consagrada,
de congregação ou de ordem religiosa.

Atenção: o religioso é contribuinte individual, mesmo que receba alguma quantia


para assegurar sua subsistência. Porém, se receber remuneração para retribuir
ao trabalho realizado, será considerado empregado.

- o brasileiro civil que trabalha no exterior em organismo oficial internacional


do qual o Brasil é membro efetivo, ainda que lá domiciliado e contratado, salvo
quando coberto por regime próprio de previdência social.

Atenção: uma dica fundamental para sua prova – a legislação previdenciária se


refere a situação de trabalho no exterior em cinco oportunidades: quatro delas
dizem respeito ao enquadramento como segurado empregado e apenas uma
como contribuinte individual. Então, memorizando a hipótese anterior de
contribuinte individual, as eventuais outras apresentadas em prova dizem
respeito ao segurado empregado.

- desde que recebe remuneração decorrente no trabalho na empresa:

a) o empresário individual e o titular da empresa individual de responsabilidade


limitada, urbana ou rural.
Atenção: não há mais a figura da empresa individual de responsabilidade
limitada – EIRELI. Ela foi extinta e substituída pela sociedade limitada
unipessoal, nos termos do art. 41, da Lei n. 14.195/2021/

b) o diretor não empregado e o membro do conselho de administração da


sociedade anônima;
c) o sócio da sociedade em nome coletivo; e

d) o sócio solidário, o sócio gerente, o sócio cotista e o administrador, quanto


a este último, quando não for empregado em sociedade limitada, urbana ou rural.

Atenção: enquadra-se como segurado contribuinte individual aquele que aufere


renda pelo trabalho na empresa (seja empresário, sócio, diretor e administrador).

- o associado eleito para cargo de direção em cooperativa, associação ou


entidade de qualquer natureza ou finalidade, bem como o síndico ou
administrator eleito para exercer atividade de direção condominial desde que
recebam remuneração;

Atenção: só será contribuinte individual quem for eleito para cargo de direção
ou como síndico se receber remuneração para o desempenho dessa função, do
contrário não será filiado ao regime geral por conta dessa atribuição.

Atenção: o valor da cota condominial que o síndico deixa de recolher é


considerada como remuneração pelo encargo de síndico.

- quem presta serviço de natureza urbana ou rural, em caráter eventual, a uma


ou mais empresas, sem relação de emprego;

- a pessoa física que exerce, por conta própria (de maneira autônoma,
portanto), atividade econômica de natureza urbana, com fins lucrativo ou não;

As duas hipóteses anteriores são exemplificadas nas figuras do caminhoneiro,


taxista, motorista de aplicativo, feirante, diarista etc.
É oportuna a reprodução do parágrafo quinze, do artigo nono, do Decreto n.
3.048/99, que indica rol exemplificativo de eventuais e autônomos:

a) aquele que trabalha como condutor autônomo de veículo rodoviário,


inclusive como taxista ou motorista de transporte remunerado privado individual
de passageiros, ou como operador de trator, máquina de terraplenagem,
colheitadeira e assemelhados, sem vínculo empregatício;

b) aquele que exerce atividade de auxiliar de condutor autônomo de veículo


rodoviário, em automóvel cedido em regime de colaboração, nos termos da Lei
nº 6.094, de 30 de agosto de 1974;

c) aquele que, pessoalmente, por conta própria e a seu risco, exerce pequena
atividade comercial em via pública ou de porta em porta, como comerciante
ambulante, nos termos da Lei nº 6.586, de 6 de novembro de 1978;

d) o trabalhador associado a cooperativa que, nessa qualidade, presta


serviços a terceiros;

e) o membro de conselho fiscal de sociedade por ações;

f) aquele que presta serviço de natureza não contínua, por conta própria, a
pessoa ou família, no âmbito residencial desta, em atividade sem fins lucrativos,
até dois dias por semana;

g) o notário ou tabelião e o oficial de registros ou registrador, titular de


cartório, que detêm a delegação do exercício da atividade notarial e de registro,
não remunerados pelos cofres públicos, admitidos a partir de 21 de novembro
de 1994;
h) aquele que, na condição de pequeno feirante, compra para revenda produtos
hortifrutigranjeiros ou assemelhados;

i) a pessoa física que edifica obra de construção civil;

j) o médico residente de que trata a Lei nº 6.932, de 7 de julho de 1981;

k) o pescador que trabalha em regime de parceria, meação ou arrendamento,


em embarcação de médio ou grande porte, nos termos da Lei nº 11.959, de
2009;

l) o incorporador de que trata o art. 29 da Lei nº 4.591, de 16 de dezembro de


1964.

m) o bolsista da Fundação Habitacional do Exército contratado em


conformidade com a Lei nº 6.855, de 18 de novembro de 1980;

n) o árbitro e seus auxiliares que atuam em conformidade com a Lei nº 9.615,


de 24 de março de 1998.

o) o membro de conselho tutelar de que trata o art. 132 da Lei nº 8.069, de 13


de julho de 1990, quando remunerado;

p) o interventor, o liquidante, o administrador especial e o diretor fiscal de


instituição financeira, empresa ou entidade referida no § 6º do art. 201;

q) o transportador autônomo de cargas e o transportador autônomo de cargas


auxiliar, nos termos do disposto na Lei nº 11.442, de 5 de janeiro de 2007;
r) o repentista de que trata a Lei nº 12.198, de 14 de janeiro de 2010, desde que
não se enquadre na condição de empregado, prevista no inciso I do caput, em
relação à referida atividade; e

s) o artesão de que trata a Lei nº 13.180, de 22 de outubro de 2015, desde que


não se enquadre em outras categorias de segurado obrigatório do RGPS em
relação à referida atividade.

- o aposentado de qualquer regime previdenciário nomeado como magistrado


classista temporário da Justiça do Trabalho (figura que não existe mais, ante a
revogação da representação classista) ou nomeado como magistrado da Justiça
Eleitoral;

- o cooperado de cooperativa de produção que, nesta condição, presta serviço


à sociedade cooperativa mediante remuneração ajustada ao trabalho executado.

- o micro empreendedor individual – MEI, que opte pelo recolhimento dos


impostos e das contribuições pelo Simples Nacional em valores fixos.

- o médico participante do Programa Mais Médicos para o Brasil, instituído pela


Lei 12.871/2013, exceto na hipótese de cobertura securitária estabelecida pelo
organismo internacional ou filiação a regime de previdência no país de origem,
com o qual o Brasil tenha acordo internacional.

- o médico em curso de formação no âmbito do Programa Médicos pelo Brasil,


instituído pela Lei 13.958/2019.

3.3.4. Segurado trabalhador avulso


O trabalhador avulso é aquele que presta serviço para diferentes tomadores, em
razão da intermediação do órgão gestor de mão de obra – OGMO ou do
sindicato.

A Constituição Federal estabelece que o trabalhador avulso que os mesmos


direitos do trabalhador empregado.

De acordo com o art. 9º, VI, do Decreto 3.048/99, é trabalhador avulso aquele
que:

a) sindicalizado ou não, preste serviço de natureza urbana ou rural a diversas


empresas, ou equiparados, sem vínculo empregatício, com intermediação
obrigatória do OGMO, nos termos da Lei 12.815/2013 ou do sindicato da
categoria.

Como exemplo, podemos mencionar o trabalhador que exerça atividade


portuária de capatazia, estiva, conferência e conserto de carga e vigilância de
embarcação e bloco.

Esse exemplo é interessante para visualizarmos o trabalhador avulso.

Imagine que em um determinado porto marítimo, o órgão gestor de mão de obra


estabelece uma escala de maneira um que trabalhador avulso preste serviço um
dia sim, outro dia não.

Quando ele estiver em atividade, seus serviços serão direcionados a diferentes


tomadores (os donos dos navios que atracarem no porto nos seus dias de
escala).
b) exerça atividade de movimentação de mercadorias em geral, nos termos da
Lei 12.023/2009, com intermediação obrigatória do sindicato da categoria,
por meio de acordo ou convenção coletiva de trabalho.

3.3.5. Segurado especial

O art. 195, § 8º, CF, estabelece, para alguns trabalhadores rurais e pescadores,
que exerçam atividade em regime de economia familiar, a possibilidade de
contribuírem para a seguridade social considerando o valor da produção
comercializada.

Assim, o segurado especial é a pessoa física residente no imóvel rural ou em


aglomerado urbano ou rural próximo, que, individualmente ou em regime de
economia familiar, ainda que com eventual auxílio de terceiros, na condição
de:

(1ª) produtor, seja ele proprietário, usufrutuário, possuidor, assentado, parceiro


ou meeiro, comodatário ou arrendatário rural, que explore atividade:

a) agropecuária em área contínua ou descontínua de igual ou inferior 4


módulos fiscais (pequena propriedade); OU

b) de seringueiro ou extrativista vegetal na coleta e extração, de modo


sustentável, de recursos naturais e renováveis, e faça dessa sua atividade
principal.

(2ª) pescador artesanal ou a este assemelhado, que faça da pesca profissional


ou habitual seu principal meio de vida.
(3ª) cônjuge ou companheiro, bem como o filho maior de 16 anos ou a este
equiparado, do segurado nas hipóteses anteriores, que tenha participação ativa
nas atividades rurais ou pesqueiras, do grupo familiar.

Atenção: regime de economia familiar é aquele em que o trabalho dos


membros da família é indispensável à própria subsistência e ao
desenvolvimento do núcleo familiar, em condições de mútua dependência, sem
a utilização de empregados permanentes.

É possível o auxílio eventual de terceiro, exercido ocasionalmente, em


condições de mútua colaboração, não existindo subordinação, nem
remuneração.

Podemos observar que o segurado especial é aquele dedicado à atividades de


subsistência (agropecuária, pesca artesanal ou extrativista vegetal).

Atenção: o grupo familiar poderá utilizar-se de empregado contratado por prazo


determinado, na razão de, no máximo, 120 dias/pessoa no mesmo ano civil.

Assim, não descaracteriza a condição de segurado especial a contratação de


empregados de maneira temporária. É possível contratar um empregado para
trabalhar por 120 dias no ano, ou dois empregados para trabalhar 60 dias no
ano, três empregados para trabalhar até 40 dias no ano e assim sucessivamente.

Aqui, é interessante destacar que não será considerado como segurado especial
o membro de grupo familiar que possuir outra fonte de renda, com exceção da
decorrente de:
a) benefício de pensão por morte, auxílio-acidente ou auxílio-reclusão, cujo valor
não supere o do menor benefício da previdência social;

b) benefício concedido ao segurado qualificado como segurado especial,


independentemente do valor;

c) benefício previdenciário pela participação em plano de previdência


complementar;

d) exercício de atividade remunerada em período não superior a cento e vinte


dias, corridos ou intercalados, no ano civil;

e) exercício de mandato eletivo de dirigente sindical de organização da categoria


de trabalhadores rurais;

f) exercício de mandato de vereador do município onde desenvolve a atividade


rural, ou de dirigente de cooperativa rural constituída exclusivamente por
segurados especiais

g) parceria ou meação a outorgada, por meio de contrato escrito de parceria,


meação ou comodato, de até cinquenta por cento de imóvel rural cuja área total,
contínua ou descontínua, não seja superior a quatro módulos fiscais, desde que
outorgante e outorgado continuem a exercer a respectiva atividade,
individualmente ou em regime de economia familiar;

h) atividade artesanal desenvolvida com matéria-prima produzida pelo respectivo


grupo familiar, podendo ser utilizada matéria-prima de outra origem, desde que,
nesse caso, a renda mensal obtida na atividade não exceda ao menor benefício
de prestação continuada da previdência social; e
i) atividade artística, desde que em valor mensal inferior ao menor benefício de
prestação continuada da previdência social.

Por derradeiro, vale a lei do art. 9º, § 18, do Decreto n. 3.048/99, no que tange à
não descaracterização da condição de segurado especial.

3.4 Segurado facultativo: conceito, características, filiação e inscrição

É a pessoa natural, maior de 16 anos, que faz a opção de se vincular ao RGPS,


ou seja, é pessoa que não desenvolve atividade remunerada que a enquadre,
automaticamente, como segurado obrigatório.

A figura do segurado facultativo é expressão do princípio da universalidade do


atendimento, na medida em que concretiza a diretriz de conferir proteção ao
maior número possível de pessoas.

Nesse contexto, a filiação do segurado facultativo é um ato volitivo, gerando


efeitos apenas a partir da inscrição e do primeiro recolhimento, e como
regra, não se admite recolhimentos anteriores à data de inscrição.

Ou seja, uma pessoa não pode se filiar como facultativo e efetuar recolhimentos
retroativos visando auferir um benefício de maneira imediata.

Ademais, é vedada a filiação como facultativo daquele que esteja abrangido por
regime próprio, salvo na hipótese de afastamento sem vencimentos e desde
que não permitida, nesta condição, contribuição ao próprio RPPS.
Além disso, o segurado obrigatório pode contribuir como facultativo
durante os períodos de afastamento ou inatividade, desde que não receba
remuneração nesses períodos e não exerça outra atividade que o vincule ao
RGPS ou a regime próprio de previdência social.

Assim, podemos apontar como exemplos de segurados facultativos: aquele se


que dedica exclusivamente ao trabalho doméstico; o síndico que não recebe
remuneração; estudante; o bolsista e o estagiário.

3.5. Dependentes

Para fins didáticos, é oportuno fazer uma referência, neste ponto dos estudos,
aos dependentes.

Efetivamente, os benefícios do regime geral são os segurados (obrigatórios e


facultativos) e os dependentes.

Com efeito, consideram-se dependentes as pessoas que não contribuem para


a seguridade social, porém podem requerer prestações previdenciárias em razão
do vínculo familiar mantido com um segurado.

Naturalmente que uma pessoa pode ser segurada do regime geral em virtude de
uma atividade remunerada e, também, dependente em virtude dos laços
mantidos com outro segurado.

Por exemplo, um casal em que os dois integrantes desenvolvem atividade


remunerada teremos a situação em que cada qual será segurado obrigatório e,
ainda, dependente um em relação ao outro.
Neste ponto, fundamental é destacar que os dependentes são divididos em
três classes:

1ª – o cônjuge, a companheira, o companheiro, o filho não emancipado, de


qualquer condição, menor de 21 anos ou inválido, ou que tenha deficiência
intelectual, mental ou grave;

Atenção: o filho inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou ainda


uma deficiência considerada grave será dependente do segurado
independentemente de sua idade.

2ª – os pais;

3ª – o irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de vinte e um anos


ou inválido ou que tenha deficiência intelectual, mental ou grave.

Isso posto, os dependentes terão direito a benefícios previdenciários em virtude


de alguma contingência que atinja o segurado (morte ou reclusão) e os
dependentes de uma mesma classe concorrem em igualdade de condições
entre si.

De outro modo, a existência de um dependente de uma classe exclui do direito


à prestação os eventuais dependentes de outra classe.

Por exemplo, a existência de filho menor de 21 anos exclui os avós e os irmãos


do falecido do benefício de pensão por morte.
Atenção: equiparam-se a filho, na condição de, exclusivamente o enteado e o
menor tutelado, desde que comprovada a dependência econômica,
considerando o teor do § 3º, do art. 16, do Decreto n. 3.048/99.

Ademais, as provas de união estável e de dependência econômica exigem


início de prova material contemporânea dos fatos, produzido em período não
superior aos vinte e quatro meses anteriores à data do óbito ou do recolhimento
à prisão do segurado, não admitida a prova exclusivamente testemunhal, exceto
na ocorrência de motivo de força maior ou caso fortuito.

Destaque-se que será excluído definitivamente da condição de dependente


aquele que tiver sido condenado criminalmente por sentença transitada em
julgado, como autor, coautor ou partícipe de homicídio doloso, ou de
tentativa desse crime, cometido contra a pessoa do segurado, ressalvados os
absolutamente incapazes e os inimputáveis.

O art. 17, do Decreto n. 3.048/99 – RPS, elenca as situações que resultam na


perda da qualidade de dependente:

a) para o cônjuge, pelo divórcio ou pela separação judicial ou de fato, enquanto


não lhe for assegurada a prestação de alimentos, pela anulação do casamento,
pelo óbito ou por sentença judicial transitada em julgado;

b) para a companheira ou companheiro, pela cessação da união estável com o


segurado ou segurada, enquanto não lhe for garantida a prestação de alimentos;

c) ao completar vinte e um anos de idade, para o filho, o irmão, o enteado ou o


menor tutelado, ou nas seguintes hipóteses, se ocorridas anteriormente a essa
idade:
- casamento;

- início do exercício de emprego público efetivo;

- constituição de estabelecimento civil ou comercial ou pela existência de relação


de emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos
completos tenha economia própria; ou

- concessão de emancipação, pelos pais, ou por um deles na falta do outro, por


meio de instrumento público, independentemente de homologação judicial, ou
por sentença judicial, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos.

d) para os dependentes em geral:

- pela cessação da invalidez ou da deficiência intelectual, mental ou grave; ou

- pelo falecimento.

3.6. Trabalhadores excluídos do regime geral

O servidor civil ocupante de cargo efetivo ou o militar da União, Estado,


Distrito Federal ou Município, bem como o das respectivas autarquias e
fundações, são excluídos do Regime Geral de Previdência Social, desde que
amparados por regime próprio de previdência social.

Pode acontecer do exercício simultâneo de atividade abrangida pelo RGPS, de


maneira que caso o servidor ou o militar venham a exercer,
concomitantemente, uma ou mais atividades abrangidas pelo Regime Geral de
Previdência Social, tornar-se-ão segurados obrigatórios em relação a essas
atividades.

MEMORIZAÇÃO E REVISÃO
Segurados Segurados obrigatórios do RGPS são aqueles que
obrigatórios exercem qualquer tipo de atividade remunerada lícita no
contexto da iniciativa privada, bem como aqueles que
mantém vínculo jurídico-administrativo com a
administração pública, porém não estão submetidos a
regime próprio de previdência social.
Filiação e A filiação é o vínculo jurídico que se estabelece entre as
inscrição pessoas físicas que contribuem e a previdência social,
liame do qual decorrem direitos e obrigações.
A filiação é automática para quem exerce atividade
remunerada.
A inscrição no Regime Geral de Previdência Social é
aspecto burocrático ou formal, consistente no ato por
intermédio do qual o segurado é cadastrado por meio da
comprovação dos dados pessoais.
Os segurados a) empregado;
obrigatórios se b) empregado doméstico;
dividem em c) contribuinte individual;
cinco d) trabalhador avulso;
categorias: e) segurado especial.
Segurado a) Frase-chave “qualquer tipo de empregado no território
empregado nacional”;
b) Frase-chave “qualquer tipo de empregado, inclusive no
exterior”;
c) Frase-chave “servidores que não estejam filiados a
regime próprio de previdência social”; e
d) Frase-chave “agentes políticos”:
Segurado Essa é a categoria que reúne as mais diferentes formas de
contribuinte trabalho, sendo utilizada como um “guarda-chuva”
individual
Segurado Trabalhadores rurais, pescadores e extrativistas, que
especial exerçam atividade em regime de economia familiar, a
possibilidade de contribuírem para a seguridade social
considerando o valor da produção comercializada.
Segurado É a pessoa natural, maior de 16 anos, que faz a opção de
facultativo se vincular ao RGPS, ou seja, é pessoa que não
desenvolve atividade remunerada que a enquadre,
automaticamente, como segurado obrigatório.
Dependentes consideram-se dependentes as pessoas que não
contribuem para a seguridade social, porém podem
requerer prestações previdenciárias em razão do vínculo
familiar mantido com um segurado.
⮚ CAPÍTULO 4 – Empresa e empregador doméstico: conceito
previdenciário.

4.1. Empresa e empregador doméstico

O art. 15, I, da Lei 8.212/91, define a empresa como a firma individual ou


sociedade que assume o risco de atividade econômica urbana ou rural,
com fins lucrativos ou não, bem como os órgãos e entidades da
administração pública direta, indireta e fundacional;

A referência aos órgãos e entidades da administração pública se deve em razão


dos ocupantes de cargos em comissão, dos empregados públicos e dos
contratados temporariamente, pois eles integram o regime geral e não são
inscritos em regime próprio de previdência social.

Ademais, a referência também se justifica no que tange aos entes federativos


(municípios) que não instituíram seus regimes próprios, caso em que mesmo os
servidores de cargos efetivos são filiados ao RGPS.

Atenção: vale lembrar que em nosso ordenamento jurídico, nós temos os


regimes de caráter obrigatório ou regimes básicos: Regime Geral de Previdência
Social e os Regimes Próprios de Previdência Social; bem como temos os
Regimes de Previdência Complementar.

Atenção: o conceito previdenciário de empresa é próprio desse ramo jurídico,


não se confundindo com o conceito empresarial, civil ou trabalhista.
Além disso, a legislação previdenciária equipara, para efeitos previdenciários,
algumas figuras ao seu conceito de empresa:

a) o contribuinte individual, em relação a segurado que lhe presta serviço;

b) a cooperativa, a associação ou a entidade de qualquer natureza ou finalidade,


inclusive a missão diplomática e a repartição consular de carreiras estrangeiras;

c) o operador portuário e o órgão gestor de mão de obra de que trata a Lei nº


12.815, de 2013;

d) o proprietário ou dono de obra de construção civil, quando pessoa física, em


relação a segurado que lhe presta serviço.

Atenção: não confundir o proprietário ou dono de obra de construção civil


(considerado empresa) com aquela pessoa física que edifica obra de construção
civil (autônomo considerado como contribuinte individual).

Posto isso, esses empregadores devem efetuar sua matrícula junto à


Previdência Social, seja simultaneamente à inscrição no CNPJ, seja perante o
INSS, no prazo de 30 dias, contados do início de sua atividade, quando a
interessada não for sujeita ao Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica.

Quando houver omissão da empresa (do tomador de serviços), o INSS


procederá a matrícula de ofício.

Atenção: a obra de construção civil e contribuintes desobrigados à inscrição no


CNPJ serão matriculados por meio do Cadastro Específico do INSS – CEI.
No caso, a matrícula deverá ser efetuada mediante comunicação obrigatória do
responsável por sua execução, no prazo de 30 (trinta) dias, contado do início de
suas atividades, quando obterá número cadastral básico, de caráter permanente.

Além disso, também deve ser emitida matrícula para o consórcio simplificado
de produtores rurais formado pela união de produtores rurais pessoas físicas,
que outorgar a um deles poderes para contratar, gerir e demitir trabalhadores
para prestação de serviços, exclusivamente, aos seus integrantes, mediante
documento registrado em cartório de títulos e documentos, nos termos do art.
25-A, Lei 8.212/91.

Atenção: o consórcio deverá ser matriculado no INSS em nome do


empregador a quem hajam sido outorgados os poderes.

Além disso, o art. 15, II, da Lei 8.212/91, define empregador doméstico como
a pessoa ou família que admite a seu serviço, sem finalidade lucrativa,
empregado doméstico.

Nesse contexto, o conceito de empregado doméstico está positivado no art. 1º,


da LC 150/2015, sendo assim considerado aquele que presta serviços de forma
contínua, subordinada, onerosa e pessoal e de finalidade não lucrativa à pessoa
ou à família, no âmbito residencial destas, por mais de 2 (dois) dias por semana.

MEMORIZAÇÃO E REVISÃO
Empresa a empresa como a firma individual ou sociedade que
assume o risco de atividade econômica urbana ou rural,
com fins lucrativos ou não, bem como os órgãos e
entidades da administração pública direta, indireta e
fundacional;
Empregador a pessoa ou família que admite a seu serviço, sem
doméstico finalidade lucrativa, empregado doméstico.
⮚ Capítulo 5 – Financiamento da Seguridade Social

A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e


indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios (forma indireta), e das
contribuições sociais (forma direta).

Teremos incidência de contribuições sociais sobre:

- o empregador, a empresa e a entidade e ela equiparada, incidentes sobre:

a) A folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos, devidos ou


creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem
vínculo empregatício;

b) A receita ou o faturamento;

c) O lucro.

- o trabalhador e demais segurados da previdência social, podendo ser


adotadas alíquotas progressivas de acordo com o valor do salário de
contribuição, não incidindo contribuição sobre a aposentadoria e pensão
concedidas pelo RGPS.

- sobre a receita de concursos de prognósticos e

- o importador de bens ou serviços do exterior, ou a quem a lei a ele


equiparar.
Por sua vez, a Lei 8.212/91, esclarece que no âmbito federal, o orçamento da
Seguridade Social será composto pelas receitas da União, das contribuições
sociais e de outras fontes.

Além disso, o Decreto n. 3.048/99, no artigo 195, especifica mais


detalhadamente as contribuições sociais, incluindo referência às associações
desportivas e à produção comercializada referente ao segurado especial, as
quais veremos adiante.

Por ora, é pertinente destacar algumas regras importantes sobre o financiamento


da seguridade social:

a) A proposta de orçamento da seguridade social será elaborada de forma


integrada pelos órgãos responsáveis pela saúde, previdência social e
assistência social, tendo em vista as metas e prioridades estabelecidas na lei
de diretrizes orçamentárias, assegurada a cada área a gestão de seus recursos.

b) A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou


expansão da seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I, CF.

“Art. 154. A União poderá instituir:

I - mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde


que sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo
próprios dos discriminados nesta Constituição;”
c) Nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado,
majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total – princípio
da precedência da fonte de custeio.

d) As contribuições sociais só poderão ser exigidas após decorridos noventa


dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado,
não se aplicando o princípio da anterioridade tributária previsto no art. 150, III,
“b”, CF.

Atenção: portanto, não se aplica a regra da anterioridade do exercício financeiro.

e) O segurado somente terá reconhecida como tempo de contribuição ao Regime


Geral de Previdência Social a competência cuja contribuição seja igual ou
superior à contribuição mínima mensal exigida para sua categoria,
assegurado o agrupamento de contribuições.

f) a União é responsável pela cobertura de eventuais insuficiências


financeiras da Seguridade Social, quando decorrentes do pagamento de
benefícios de prestação contínua da Previdência Social.

g) As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios destinadas à


seguridade social constarão dos respectivos orçamentos, não integrando o
orçamento da União.

h) São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades


beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas
em lei.
i) O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o pescador artesanal,
bem como os respectivos cônjuges, que exerçam suas atividades em regime de
economia familiar, sem empregados permanentes, contribuirão para a
seguridade social mediante a aplicação de uma alíquota sobre o resultado da
comercialização da produção e farão jus aos benefícios nos termos da lei
(trata-se do segurado especial).

5.1 Receitas da União

A contribuição da União é constituída de recursos adicionais do Orçamento


Fiscal, fixados obrigatoriamente na lei orçamentária anual.

Lembre-se que união é responsável pela cobertura de eventuais insuficiências


financeiras da Seguridade Social, quando decorrentes do pagamento de
benefícios de prestação continuada da Previdência Social, na forma da Lei
Orçamentária Anual.

5.2 Receitas das contribuições sociais

5.2.1. Contribuições sociais dos segurados

5.2.1.1. Contribuição do segurado empregado, empregado doméstico e


trabalhador avulso

As contribuições desses segurados são calculadas mediante a aplicação de


determinadas alíquotas sobre o salário de contribuição.

Neste ponto, precisamos destacar que o salário de contribuição é um instituto do


direito previdenciário que tem por finalidade indicar o que deve ser considerado
para fins de contribuição social dos segurados (com exceção do segurado
especial).

Em essência, o salário de contribuição será composto pelas verbas e utilidades


de natureza salarial ou remuneratória recebidas por quem exerce atividade
laboral em sentido amplo.

Esse tema será aprofundado no tópico pertinente, sendo importante destacar,


para o momento, que nem tudo o que é recebido pelo trabalhador será
considerado como salário de contribuição.

Até a EC 103/2019, as alíquotas incidiam de forma não cumulativa, nos


percentuais de 8%, 9% e 11%, nos termos do art. 20, da Lei 8.212/91.

Todavia, a EC 103/2019 – Reforma da Previdência, alterou os percentuais e a


forma de incidência.

Assim, nos termos do art. 28, da EC 103/2019, até que venha nova lei para definir
as alíquotas, serão aplicadas, de forma progressiva, nos seguintes
percentuais (considerando valores de salário de contribuição atuais):

Alíquotas
Até R$ 1.212,00 7,5%
De R$ 1.212,01 até R$ 2.427,35 9%
De R$ 2.427,36 até R$ 3.641,03 12%
De R$ 3.641,04 até R$ 7.087,22 14%
Atenção: as alíquotas serão aplicadas de forma progressiva sobre o salário de
contribuição do segurado incidindo cada alíquota sobre a faixa de valores
compreendida nos respectivos limites.

Por exemplo, considera um salário de contribuição no valor de R$ 3.000,00

Alíquotas
Até R$ 1.212,00 7,5%
De R$ 1.212,01 até R$ 2.427,35 9%
De R$ 2.427,36 até R$ 3.000,00 12%

Atenção: não há contribuições no que respeita aos valores que ultrapassam o


limite máximo do salário de contribuição (R$ 7.087,22) para os trabalhadores.

Assim, o piso do salário de contribuição é o salário-mínimo e o teto é


atualizado anualmente por norma administrativa, sendo atualmente
correspondente a R$ 7.087,22.

Não excede lembrar que os valores do salário de contribuição serão


reajustados, anualmente, na mesma data e índice referentes ao reajuste de
benefícios do RGPS.

5.2.1.2. Contribuição do segurado contribuinte individual e do segurado


facultativo

A contribuição do contribuinte individual e do facultativo é calculada com


aplicação de alíquota de 20% sobre o salário de contribuição, respeitados os
limites mínimos e máximos.
Em geral, o salário de contribuição do contribuinte individual é composto pela
remuneração auferida em uma ou mais empresas, ou pelo exercício de sua
atividade por conta própria.

Já o salário de contribuição do segurado facultativo corresponde ao valor por ele


declarado.

Em qualquer das hipóteses anteriores, devem ser observados os limites mínimos


e máximos do salário de contribuição.

Atenção: é interessante mencionar que para o contribuinte individual que


trabalha como condutor autônomo de veículo rodoviário, como operador de
trator, máquina de terraplenagem, colheitadeira e assemelhados a alíquota de
20% incidirá sobre o valor bruto do frete, carreto, transporte de passageiros ou
do serviço prestado, nos moldes do art. 28, § 11, da Lei 8.212/91.

Além disso, nos termos do art. 21, § 2º, da Lei 8.212/91, o contribuinte individual
que trabalhe por conta própria e o segurado facultativo poderão optar por abrir
mão da possibilidade do benefício de aposentadoria por tempo de
contribuição e, em razão disso, recolher contribuição social nos percentuais de
11% ou 5%, sendo este percentual menor é voltado para o microempreendedor
individual – MEI ou para a pessoa sem renda própria que se dedique
exclusivamente ao trabalho doméstico em sua residência, desde que de
baixa renda.

Assim, para o segurado contribuinte individual e para o segurado facultativo, as


alíquotas podem ser 20%, 11% e 5%.
Atenção: o segurado que tenha contribuído com alíquotas reduzidas e pretenda
contar o tempo de contribuição correspondente para fins de obtenção da
aposentadoria por tempo de contribuição ou da contagem recíproca do tempo de
contribuição deverá complementar a contribuição mensal mediante
recolhimento sobre o valor correspondente ao limite mínimo mensal do salário
de contribuição em vigor na competência a ser complementada, da diferença
entre o percentual pago e o de 20% (vinte por cento), acrescido dos juros
moratórios.

Por fim, considera-se de baixa renda a família inscrita no cadastro único para
programas sociais do governo federal – CadÚnico cuja renda mensal seja de até
2 (dois) salários-mínimos.

5.2.1.3. Contribuição do segurado especial

Como visto anteriormente, o art. 195, § 8º, da CF, contempla a possibilidade do


segurado especial efetuar contribuição mediante a aplicação de uma alíquota
sobre o resultado da comercialização da produção.

Com efeito, a alíquota total será de 1,3% sobre a receita bruta da


comercialização da produção, sendo que 1,2% como contribuição básica ou
geral e 0,1% especificamente destinada ao financiamento dos benefícios
concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa
decorrente dos riscos ambientais do trabalho.

Atenção: esses percentuais são os mesmos aplicados para o empregador rural


pessoa física em substituição à contribuição sobre a folha de salários e demais
rendimentos e à contribuição para financiamento da aposentadoria especial e
dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade
laborativa.

Retomando, o segurado especial poderá, além dessa contribuição mencionada,


contribuir como contribuinte individual caso objetive auferir benefícios em
valor superior ao salário-mínimo ou então ter direito à aposentadoria por tempo
de contribuição, isso sem perder o enquadramento como segurado especial (art.
25, § 1º, da Lei 8.212/91).

5.2.2. Contribuições das empresas

O art. 195, I, da Constituição Federal estipula as contribuições do empregador,


da empresa e da entidade a ela equiparada, sobre:

a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados,


a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo
empregatício;

b) a receita ou faturamento;

c) o lucro

5.2.2.1. Contribuição sobre a folha de salários e demais rendimentos

Em regra, a contribuição da empresa será de 20% sobre o total das


remunerações pagas, devidas ou creditadas a qualquer título, durante o mês,
aos segurados empregados e trabalhadores avulsos que lhe prestem
serviços, destinadas a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma,
inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os
adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente
prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços,
nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de
trabalho ou sentença normativa.

Atenção: é importante destacar que a contribuição da empresa é sobre a


totalidade das remunerações, pois para ela não se aplica o limite do salário
de contribuição.

Do mesmo modo, as empresas devem contribuir com 20% sobre o total das
remunerações pagas, devidas ou creditadas a qualquer título, no decorrer do
mês, aos contribuintes individuais que lhe prestem serviço.

Atenção: o lucro distribuído ao segurado empresário contribuinte individual não


compõe o total da remuneração destinada a retribuir o trabalho.

Contudo, incide contribuição quanto aos valores totais pagos ou creditados aos
sócios, ainda que a título de antecipação de lucro da pessoa jurídica, quando
não houver discriminação entre a remuneração decorrente do trabalho e a
proveniente do capital social ou tratar-se de adiantamento de resultado ainda
não apurado por meio de demonstração de resultado do exercício.

Atenção: na contratação de serviços de transporte rodoviário de carga ou de


passageiro ou de serviços prestados com a utilização de trator, máquina de
terraplenagem, colheitadeira e assemelhados a base de cálculo da contribuição
da empresa corresponde a 20% do valor registrado na nota fiscal, na fatura
ou no recibo, quando esses serviços forem prestados sem vínculo empregatício
por condutor autônomo de veículo rodoviário, auxiliar de condutor autônomo de
veículo rodoviário, inclusive por taxista e motorista de transporte remunerado
privado individual de passageiros, e operador de máquinas.

Ainda sobre contribuintes individuais, é importante destacar que não se


considera como remuneração direta ou indireta, os valores despendidos
pelas entidades religiosas e instituições de ensino vocacional com ministro
de confissão religiosa, membros de instituto de vida consagrada, de
congregação ou de ordem religiosa em face do seu mister religioso ou para sua
subsistência desde que fornecidos em condições que independam da
natureza e da quantidade do trabalho executado.

Além disso, ainda fica a carga das empresas, à luz do conceito previdenciário de
empresa, a contribuição no importe de um inteiro e sete décimos por cento
sobre o total da receita bruta proveniente da comercialização da produção
rural, em substituição, quando se tratar de pessoa jurídica que tenha como fim
apenas a atividade de produção rural.

Por fim, vale pontuar as contribuições específicas para o setor da agroindústria:


2,5% de contribuição básica e 0,1% de contribuição em razão do grau de
incidência de incapacidade para o trabalho, ambas sobre a receita bruta
proveniente da comercialização da produção.

5.2.2.1.1. Contribuição adicional das instituições financeiras

As instituições financeiras e aquelas a elas equiparadas, nos termos do art.


22, § 1º, da Lei 8.212/91, pagam contribuição adicional sobre a folha de
salários (remuneração paga, devida ou creditada) no importe de 2,5%.
O STF declarou a constitucionalidade dessa contribuição adicional, consoante a
tese do tema 204.

5.2.2.1.2. Contribuição em razão do grau de risco da atividade principal

O art. 22, II, da Lei 8.212/91, estabelece uma contribuição voltada a custear os
gastos do RPGS com aquelas prestações que estão relacionadas à saúde do
trabalhador.

Com efeito, a contribuição destinada ao financiamento da aposentadoria


especial e dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de
incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho -
GILRAT incidirá sobre o total das remunerações pagas, devidas ou creditadas,
no decorrer do mês, ao segurado empregado ou avulso, nos seguintes
percentuais:

- 1% para empresa em cuja atividade preponderante o risco de acidente de


trabalho seja considerado leve;

- 2% para empresa em cuja atividade preponderante o risco de acidente de


trabalho seja considerado médio; e

- 3% para empresa em cuja atividade preponderante o risco de acidente de


trabalho seja considerado grave.

Atenção: é considerada preponderante a atividade que ocupa, em cada


estabelecimento, o maior número de segurados empregados e
trabalhadores avulsos.
Considera-se estabelecimento da empresa a dependência, matriz ou filial, que
tenha número de Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) próprio e a
obra de construção civil executada sob sua responsabilidade.

A Súmula 351, do STJ, reitera o enquadramento por estabelecimento e não por


empresa.

Ademais, é de responsabilidade da empresa realizar o enquadramento na


atividade preponderante, cabendo ao Ministério do Trabalho e Previdência revê-
lo a qualquer tempo.

Atenção: essa contribuição adicional relativa à incapacidade laboral fica a cargo


do empregador, não havendo contribuição adicional por parte do empregado e
do avulso.

Atenção: as alíquotas serão acrescidas de 12, 9 ou 6%, respectivamente, se a


atividade exercida pelo segurado ensejar a concessão de aposentadoria
especial após 15, 20 ou 25 anos de contribuição, e, ainda, esse acréscimo
incide exclusivamente sobre a remuneração do segurado sujeito às
condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física (portanto,
essas alíquotas de 12, 9 e 6% não se dirigem, de maneira genérica, a toda folha
de salários e demais rendimentos).

Além disso, o legislador estabeleceu um sistema que privilegia o empregador


que adota medidas destinadas à proteção da saúde dos empregados, trata-se
do Fator Acidentário de Prevenção.
As alíquotas de 1, 2 e 3% serão reduzidas em até cinquenta por cento ou
aumentadas em até cem por cento em razão do desempenho da empresa no
cuidado com a saúde de seus trabalhadores, individualizada pelo seu CNPJ
(estabelecimento), em relação à sua atividade econômica.

Assim, as empresas são incentivadas à prevenção de acidentes e agravos à


saúde dos trabalhadores.

Para definição do FAP, serão considerados os índices de gravidade, de


frequência e de custo, nos moldes do art. 202-A, do RPS (Decreto n. 3.048/99)

O FAP consiste em multiplicador variável em um intervalo contínuo de cinco


décimos a dois inteiros aplicado à respectiva alíquota decorrente do índice de
frequência, gravidade e custo, considerando:

a) para o índice de frequência, os registros de acidentes ou benefícios de


natureza acidentária;

b) para o índice de gravidade, as hipóteses de auxílio por incapacidade


temporária, auxílio-acidente, aposentadoria por incapacidade permanente,
pensão por morte e morte de natureza acidentária, aos quais são atribuídos
pesos diferentes em razão da gravidade da ocorrência; e

c) para o índice de custo, os valores dos benefícios de natureza acidentária


pagos ou devidos pela previdência social

5.2.2.2. Contribuições sobre o faturamento e sobre o lucro


Contribuição para o financiamento da seguridade social – COFINS: incide sobre
o total das receitas auferidas no mês pela pessoa jurídica, independentemente
de sua denominação ou classificação contábil.

Foi instituída pela LC n. 70/1991 e atualmente está disciplina na Lei 9.718/98 e


na Lei 10.833/2003.
O art. 195, § 12, da CF, estabelece que a lei definirá setores de atividade
econômica para os quais as contribuições sobre receita e faturamento não serão
cumulativas com contribuição sobre importações.

Desse modo, na hipótese da COFINS não cumulativa, a alíquota será de 7,6%.

Já quando a COFINS incidir de maneira cumulativa, a alíquota será de 3%.

Além disso, há setores econômicos que recolhem COFINS com alíquotas


específicas.

Contribuição para o PIS/PASEP: o Programa de Integração Social e o Programa


de Formação de Patrimônio do Servidor Público foram instituídos,
respectivamente, pelas LC n. 7 e 8/1970.

Posteriormente, o art. 239, da CF definiu que as contribuições do PIS/PASEP, a


partir de 5.10.1988, passariam a financiar o programa do seguro-desemprego e
o abono salarial.

Essa contribuição está disciplina na Lei 9.701, Lei 9.715 e na Lei 9.718/98.

Em essência, as alíquotas serão de 0,65% sobre o faturamento (com exceção


para certos setores econômicos) ou 1,00% sobre a folha de salários para
entidades sem fins lucrativos (art. 13, MP 2.158/2001) ou 1,00% sobre as
receitas correntes arrecadadas e transferências correntes e de capital para a
União, Estados, DF, Municípios e autarquias.

5.2.2.3. Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL

Essa contribuição tem suporte no art. 195, I, “c”, CF.

A Lei 7.689/1988 define que a base de cálculo dessa contribuição é o valor do


resultado do exercício (ano civil), antes da provisão para o imposto de renda.

As alíquotas são:

a) de 15%, a partir de janeiro de 2022, para PJ do setor de seguros privados,


capitalização e outros tipos de instituições financeiras;

b) de 20%, a partir de janeiro 2022, para os bancos;

c) de 9% para as demais pessoas jurídicas.

5.2.3. Contribuições do empregador doméstico

A contribuição do empregador doméstico sobre o salário de contribuição do


empregado doméstico será de:

a) 8,0% de contribuição básica;

b) 0,8% de contribuição para financiamento do seguro contra acidentes do


trabalho.
5.2.4. Contribuições do produtor rural

O empregador produtor rural pessoa física contribui poderá contribuir nos moldes
do segurado especial, com alíquota incidente sobre a receita bruta da
comercialização da produção:

a) 1,2% de contribuição básica;

b) 0,1% de contribuição para financiamento dos benefícios concedidos em razão


do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos
ambientais do trabalho

5.2.5. Contribuição do clube de futebol profissional

A contribuição empresarial da associação desportiva que mantém equipe de


futebol profissional, destinada à seguridade social, em substituição,
corresponde a cinco por cento da receita bruta decorrente dos espetáculos
desportivos de que participe em todo território nacional, em qualquer modalidade
desportiva, inclusive jogos internacionais, e de qualquer forma de patrocínio,
licenciamento de uso de marcas e símbolos, publicidade, propaganda e
transmissão de espetáculos desportivos.

5.2.6. Contribuição sobre a receita de concursos de prognóstico

Constitui receita da seguridade social a renda líquida dos concursos de


prognósticos, excetuando-se os valores destinados ao Programa de Crédito
Educativo.
Considera-se concurso de prognósticos todo e qualquer concurso de sorteio de
números ou quaisquer outros símbolos, loterias e apostas de qualquer natureza
no âmbito federal, estadual, do Distrito Federal ou municipal, promovidos por
órgãos do Poder Público ou por sociedades comerciais ou civis.

Nesse contexto, as contribuições constituem-se de:

a) renda líquida dos concursos de prognósticos realizados pelos órgãos do Poder


Público destinada à seguridade social de sua esfera de governo, o que
corresponde ao total da arrecadação, deduzidos os valores destinados ao
pagamento de prêmios, de impostos e de despesas com administração;

b) cinco por cento sobre o movimento global de apostas em prado de corridas, e

c) cinco por cento sobre o movimento global de sorteio de números ou de


quaisquer modalidades de símbolos.

5.2.7. Outras fontes

A Lei 8.212/91, esclarece que no âmbito federal, o orçamento da Seguridade


Social será composto pelas receitas da União, das contribuições sociais e de
outras fontes.

Nesse contexto, o art. 27, da Lei 8.212/91, prescreve que constituem outras
receitas da Seguridade Social:

a) as multas, a atualização monetária e os juros moratórios;


b) a remuneração recebida por serviços de arrecadação, fiscalização e cobrança
prestados a terceiros;

c) as receitas provenientes de prestação de outros serviços e de fornecimento


ou arrendamento de bens;

d) as demais receitas patrimoniais, industriais e financeiras;

e) as doações, legados, subvenções e outras receitas eventuais;

f) 50% (cinquenta por cento) dos valores obtidos e aplicados na forma do


parágrafo único do art. 243 da Constituição Federal;

Atenção: esse dispositivo estabelece que todo e qualquer bem de valor


econômico apreendido em decorrência do tráfico ilícito de entorpecentes e
drogas afins e da exploração de trabalho escravo será confiscado e reverterá a
fundo especial com destinação específica, na forma da lei.

g) 40% (quarenta por cento) do resultado dos leilões dos bens apreendidos pelo
Departamento da Receita Federal;

h) outras receitas previstas em legislação específica.

5.3. Salário de contribuição

5.3.1. Conceito

O salário de contribuição é instituto do direito previdenciário e diz respeito à


parcela remuneratória sobre a qual incidirá a contribuição social dos
trabalhadores e demais segurados (com exceção do segurado especial) assim
como dos tomadores de serviço, e ainda servirá de parâmetro para calcular a
maioria dos benefícios da previdência social.

5.3.2. Parcelas integrantes e parcelas não integrantes

5.3.2.1. Parcelas integrantes do salário de contribuição

- para o empregado e trabalhador avulso: a remuneração auferida em uma ou


mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos,
devidos ou creditados a qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir
o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos
habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste
salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à
disposição do empregador ou tomador de serviços nos termos da lei ou do
contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença
normativa;

Neste tópico, é importante estabelecer o diálogo com o Direito do Trabalho, no


que respeita à remuneração, nos termos do art. 457 e 458, da CLT.

Com efeito, a remuneração é um conceito amplo, que engloba o salário e as


gorjetas.

Por salário, devemos compreender os valores (dinheiro) e utilidades (bens e


serviços) que são pagos pelo empregador em contraprestação ao trabalho e à
disponibilidade do trabalhador. A gorjeta, por sua vez, são os valores recebidos
de terceiros em razão do trabalho.
Além disso, é importante esclarecer que os valores e utilidades recebidos pelo
empregado de seu empregador podem ter natureza jurídica salarial (quando
pagos como contraprestação) ou podem ter natureza jurídica não-salarial ou
indenizatória.

Assim, integram o salário (e possuem natureza jurídica salarial) a importância


fixa estipulada, as gratificações legais e as comissões pagas pelo
empregador (art. 457, § 1º, CLT), além dos adicionais legais (horas extras,
noturno, insalubridade, periculosidade, transferência provisória).

Também são consideradas com natureza salarial as parcelas in natura


fornecidas habitualmente, como contraprestação (ex.: quando o empregador,
além de garantir o pagamento de um salário mensal, retribui ao trabalhador
pagamento o aluguel de um apartamento).

Por outro lado, as parcelas indenizatórias não integram a remuneração do


empregado, não se incorporam ao contrato e não constituem base de
incidência de qualquer encargo trabalhista e previdenciário (art. 457, § 2º, e
458, § 2º CLT), portanto não serão consideradas como salário de contribuição.

- para o empregado doméstico: a remuneração registrada na Carteira de


Trabalho e Previdência Social.

- para o contribuinte individual: a remuneração auferida em uma ou mais


empresas ou pelo exercício de sua atividade por conta própria, durante o mês.

- para o dirigente sindical na qualidade de empregado: a remuneração paga,


devida ou creditada pela entidade sindical, pela empresa ou por ambas; e na
qualidade de trabalhador avulso: a remuneração paga, devida ou credita pela
entidade sindical.

- para o segurado facultativo: o valor por ele declarado.

Atenção: quando a admissão, a dispensa, o afastamento ou a falta do


empregado, inclusive o doméstico, ocorrer no curso do mês, o salário de
contribuição será proporcional ao número de dias efetivamente trabalhados.

Atenção: o art. 28, § 2º, da Lei 8.212/91 e o art. 214, § 2º, do RPS, estabelecem
que o salário-maternidade seria considerado salário de contribuição. Contudo, o
STF decidiu pela inconstitucionalidade da regra, nos termos da tese fixada no
Tema 72: “é inconstitucional a incidência de contribuição previdenciária a
cargo do empregador sobre o salário maternidade.”.

Ademais, o art. 214, § 4º, do RPS dispõe que o adicional de férias (terço de
férias), previsto no art. 7º, XVII, CF integra o salário de contribuição e por certo
tempo, a jurisprudência do STJ considerava que essa parcela não deveria
compor salário de contribuição.

Todavia, o STF, no Tema 985 estabeleceu que “é legítima a incidência de


contribuição social sobre o valor satisfeito a título de terço constitucional
de férias.”

Atenção: o décimo terceiro salário (gratificação natalina) também integra o


salário de contribuição, mas não será considerado para o cálculo de benefícios.

5.3.2.2. Parcelas que não integram o salário de contribuição


a) Os benefícios da previdência social;

Sendo assim, não deve incidir contribuição social sobre os benefícios que os
segurados recebem no âmbito do RGPS.

b) A ajuda de custo e o adicional mensal de transferência recebido pelo


aeronauta;

c) a parcela in natura recebida de acordo com programa de alimentação do


trabalhador aprovado pelo Ministério do Trabalho e Previdência, nos termos da
Lei nº 6.321/1976;

Trata-se do Programa de Alimentação do Trabalhador, que busca estimular o


empregador a fornecer alimentação, seja por meios próprios ou empresa
contratada, ou então fornecer crédito em cartão para aquisição de alimentos ou
refeições.

Existe debate quanto ao auxílio-alimentação concedido mediante crédito


(cartão), pois a receita federal considerava que sobre esse valor deve incidir
contribuição previdenciária.

Contudo, atualmente deve prevalecer o disposto o art. 457, § 2º, da CLT, o qual
determina que o auxílio-alimentação, desde que não seja pago em dinheiro, não
será considerado para qualquer encargo previdenciário.

d) as importâncias recebidas a título de férias indenizadas e respectivo


adicional constitucional, inclusive o valor correspondente à dobra da
remuneração de férias de que trata o art. 137 da CLT (quando as férias são
usufruídas após o período de concessão);

e) As seguintes importâncias:

* Indenização de 40% do FGTS pela dispensa imotivada;

* Indenização do tempo de serviço para o empregado submetido à estabilidade


decenal (sistema não recepcionado pela CF/88);

* Indenização por dispensa imotivada nos contratos por prazo determinado


(direito a metade da remuneração devida até o termo final do contrato);

* indenização do tempo de serviço do safrista, quando da expiração normal do


contrato;

* Valor de incentivo pela adesão ao programa (ou plano) de demissão (dispensa


ou desligamento) voluntária (ou incentivada), conhecido como PDV, disciplinado
no art. 447-B, da CLT.

* Indenização por dispensa sem justa causa no período de trinta dias que
antecede a correção salarial, art. 9º, Lei 7.238/84;

* Abono de férias (venda de até 1/3 das férias);

* ganhos eventuais e os abonos expressamente desvinculados do salário;

* licença-prêmio indenizada;
* outras indenizações, desde que expressamente previstas em lei.

f) a parcela recebida a título de vale-transporte, ainda que paga em dinheiro;

g) ajuda de custo, em parcela única, recebida exclusivamente em decorrência


de mudança de local de trabalho do empregado (disciplinada no art. 470, CLT);

h) as diárias para viagens;

i) a importância recebida a título de bolsa de complementação educacional de


estagiário;

j) a participação nos lucros ou resultados da empresa, conhecida com PLR;

l) Abono do PIS-PASEP;

m) os valores correspondentes a transporte, alimentação e habitação fornecidos


pela empresa ao empregado contratado para trabalhar em localidade distante da
de sua residência, em canteiro de obras ou local que, por força da atividade, exija
deslocamento e estada;

Atenção: essa hipótese aponta para concessão de utilidades para viabilizar a


prestação de serviço, não para retribuir o trabalho realizado.

n) a importância paga ao empregado a título de complementação ao valor do


auxílio-doença (auxílio de incapacidade temporária), desde que este direito seja
extensivo à totalidade dos empregados da empresa;
o) as parcelas destinadas à assistência ao trabalhador da agroindústria
canavieira;

p) o valor das contribuições efetivamente pagas pela pessoa jurídica relativas


a programa de previdência complementar, aberto ou fechado, desde que
disponível à totalidade de seus empregados e dirigentes, observados, no que
couber, os arts. 9º e 468 da CLT;

q) o valor relativo à assistência prestada por serviço médico ou


odontológico, próprio da empresa ou por ela conveniado, inclusive o reembolso
de despesas com medicamentos, óculos, aparelhos ortopédicos, próteses,
órteses, despesas médico-hospitalares e outras similares;

r) o valor correspondente a vestuários, equipamentos e outros acessórios


fornecidos ao empregado e utilizados no local do trabalho para prestação dos
respectivos serviços;

s) o ressarcimento de despesas pelo uso de veículo do empregado e o


reembolso creche pago em conformidade com a legislação trabalhista,
observado o limite máximo de seis anos de idade, quando devidamente
comprovadas as despesas realizadas;

t) o valor relativo a plano educacional, ou bolsa de estudo, que vise à educação


básica de empregados e seus dependentes e, desde que vinculada às atividades
desenvolvidas pela empresa, à educação profissional e tecnológica de
empregados, desde que o valor não seja utilizado em substituição de parcela
salarial; e o valor mensal do plano educacional ou da bolsa de estudo,
considerado individualmente, não ultrapasse cinco por cento do valor da
remuneração do segurado a que se destina ou o valor correspondente a cento e
cinquenta por cento do valor do limite mínimo mensal do salário de contribuição,
o que for maior;

u) os valores recebidos em decorrência da cessão de direitos autorais;

v) o valor da multa prevista no § 8º do art. 477 da CLT;


Essa multa decorre do atraso da entrega dos documentos ou do pagamento das
verbas rescisórias, que devem ser efetuados no prazo de 10 dias após o término
do contrato.

x) o valor correspondente ao vale-cultura.

y) os prêmios e os abonos.

z) os valores recebidos a título de bolsa-atleta

5.3.3 Limites mínimo e máximo

Para os segurados empregado, empregado doméstico e trabalhador avulso,


o limite mínimo de salário de contribuição corresponde ao piso salarial da
categoria, previsto em lei ou norma coletiva, ou ao salário-mínimo, considerando
seu valor mensal, diário ou horário, conforme o ajuste firmado com o
empregador.

Para os segurados contribuintes individuais e segurados facultativos, o


limite mínimo corresponde ao salário-mínimo mensal.

O limite máximo do salário de contribuição, para 2022, seja de R$ 7.087,22.


5.3.4 Contribuições inferiores ao salário-mínimo e complementação de
contribuições

O art. 195, § 14, da CF, inserido pela EC 103/2019, estabelece que o segurado
somente terá reconhecida como tempo de contribuição ao RGPS a competência
cuja contribuição seja igual ou superior à contribuição mínima mensal
exigida para sua categoria, assegurado o agrupamento de contribuições.

Essa nova regra é controvertida, em razão de penalizar segurados que não


conseguem receber, ao menos, um salário-mínimo mensal.

Como exemplo, podemos considerar a situação de um empregado admitido na


modalidade de contrato de trabalho intermitente (art. 443, § 3º e art. 452-A, CLT).

Por prestar serviço e ser remunerado apenas quando convocado, é possível que
ele receba um valor inferior ao salário-mínimo mensal (ex. R$ 500).

A contribuição da competência com esse valor inferior não será considerada para
fins de tempo de contribuição.

De todo modo, apesar da crítica, esse parâmetro constitucional deve ser adotado
para sua prova.

O art. 29, da EC 103/2019, dispõe que quando o segurado receber remuneração


inferior ao limite mínimo mensal do salário de contribuição poderá adotar as
seguintes medidas:
a) complementar a sua contribuição, de forma a alcançar o limite mínimo
mensal exigido;

b) utilizar o valor da contribuição que exceder o limite mínimo de contribuição


de uma competência em outra; ou

c) agrupar contribuições inferiores ao limite mínimo de diferentes


competências, para aproveitamento em contribuições mínimas mensais.

Essas medidas de complementação, utilização e agrupamento poderão ser


efetivadas a qualquer tempo, por iniciativa do segurado, tornando-se
irreversíveis e irrenunciáveis.

Porém, a complementação deverá ser recolhida até o dia quinze do mês


subsequente ao da prestação de serviço, sob pena de sofrer acréscimos de
multa e juros de mora.

Além disso, esses ajustes somente poderão ser feitos ao longo do mesmo ano
civil.

5.3.5 Reajustamento

Os valores do salário de contribuição serão reajustados na mesma época e


índices do reajustamento dos benefícios de prestação continuada da Previdência
Social.

5.4 Arrecadação e recolhimento das contribuições destinadas à seguridade


social
5.4.1 Competência do INSS e da Secretaria da Receita Federal do Brasil

A partir da Lei 11.457/2007, assumiu a competência do INSS para planejar,


executar, acompanhar e avaliar as atividades relativas a tributação, fiscalização,
arrecadação, cobrança e recolhimento das contribuições sociais e das
contribuições instituídas a título de substituição.

5.4.2 Obrigações da empresa e demais contribuintes

São deveres de fazer ou não, previstos em lei, no interesse da arrecadação ou


da fiscalização de tributos.

A arrecadação e o recolhimento das contribuições e de outras importâncias


devidas à seguridade social, observado o que a respeito dispuserem o Instituto
Nacional do Seguro Social e a Secretaria da Receita Federal, obedecem às
seguintes normas gerais

- a empresa é obrigada a:

a) arrecadar a contribuição do segurado empregado, do trabalhador avulso


e do contribuinte individual a seu serviço, descontando-a da respectiva
remuneração;

b) recolher o produto arrecadado na hipótese acima e as contribuições a seu


cargo incidentes sobre as remunerações pagas, devidas ou creditadas, a
qualquer título, inclusive adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, acordo
ou convenção coletiva, aos segurados empregado, contribuinte individual e
trabalhador avulso a seu serviço, e sobre o valor bruto da nota fiscal ou fatura de
serviço, relativo a serviços que lhe tenham sido prestados por cooperados, por
intermédio de cooperativas de trabalho, até o dia vinte do mês seguinte àquele
a que se referirem as remunerações, bem como as importâncias retidas na forma
do art. 219, do Decreto n. 3.048/99, até o dia vinte do mês seguinte àquele da
emissão da nota fiscal ou fatura, antecipando-se o vencimento para o dia útil
imediatamente anterior quando não houver expediente bancário no dia vinte;

c) recolher as contribuições sobre faturamento e lucro, na forma e prazos


definidos pela legislação tributária federal

II - os segurados contribuinte individual, quando exercer atividade econômica


por conta própria ou prestar serviço a pessoa física ou a outro contribuinte
individual, produtor rural pessoa física, missão diplomática ou repartição
consular de carreira estrangeiras, ou quando tratar-se de brasileiro civil que
trabalha no exterior para organismo oficial internacional do qual o Brasil seja
membro efetivo, e o facultativo estão obrigados a recolher sua contribuição, por
iniciativa própria, até o dia quinze do mês seguinte àquele a que as contribuições
se referirem, prorrogando-se o vencimento para o dia útil subsequente quando
não houver expediente bancário no dia quinze;

III - a empresa adquirente, consumidora ou consignatária ou a cooperativa são


obrigadas a recolher a contribuição no mês subsequente ao da operação de
venda ou consignação da produção rural, independentemente de estas
operações terem sido realizadas diretamente com o produtor ou com o
intermediário pessoa física;

IV - o produtor rural pessoa física e o segurado especial são obrigados a


recolher a contribuição no mês subsequente ao da operação de venda, caso
comercializem a sua produção com adquirente domiciliado no exterior,
diretamente, no varejo, a consumidor pessoa física, a outro produtor rural pessoa
física ou a outro segurado especial;

V - a pessoa física não produtor rural que adquire produção para venda, no
varejo, a consumidor pessoa física é obrigada a recolher a contribuição no mês
subsequente ao da operação de venda;

VI - o produtor rural pessoa jurídica é obrigado a recolher a contribuição no mês


subsequente ao da operação de venda;

VII - o empregador doméstico fica obrigado a arrecadar e a recolher a


contribuição do segurado empregado a seu serviço e a parcela a seu cargo, até
o vigésimo dia do mês seguinte ao da competência (alteração decorrente
da Lei 14.438/2022).

Além disso, o art. 32, Lei 8.212/91 estabelece as seguintes obrigações


acessórias:

a) preparar folhas de pagamento das remunerações pagas ou creditadas a todos


os segurados a seu serviço, de acordo com os padrões e normas estabelecidos
pelo órgão competente da Seguridade Social

b) lançar mensalmente em títulos próprios de sua contabilidade, de forma


discriminada, os fatos geradores de todas as contribuições, o montante das
quantias descontadas, as contribuições da empresa e os totais recolhidos;

c) prestar à Secretaria da Receita Federal do Brasil todas as informações


cadastrais, financeiras e contábeis de seu interesse, na forma por ela
estabelecida, bem como os esclarecimentos necessários à fiscalização;
d) declarar à Secretaria da Receita Federal do Brasil e ao Conselho Curador do
Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS, na forma, prazo e condições
estabelecidos por esses órgãos, dados relacionados a fatos geradores, base de
cálculo e valores devidos da contribuição previdenciária e outras informações de
interesse do INSS ou do Conselho Curador do FGTS;

e) comunicar, mensalmente, aos empregados, por intermédio de documento a


ser definido em regulamento, os valores recolhidos sobre o total de sua
remuneração ao INSS.

As demais obrigações pertinentes para fins de provas são apresentadas nos


tópicos seguintes.

5.4.3 Prazo de recolhimento

Apontados no tópico anterior.

5.4.4 Recolhimento fora do prazo: juros, multa e atualização monetária

As contribuições sociais e outras importâncias arrecadadas pela Secretaria


Especial da Receita Federal do Brasil do Ministério da Economia, incluídas ou
não em notificação fiscal de lançamento, pagas com atraso, objeto ou não de
parcelamento, ficam sujeitas a:

- atualização monetária, quando exigida pela legislação de regência;

- juros de mora, de caráter irrelevável, incidentes sobre o valor atualizado,


equivalentes a:
a) um por cento no mês do vencimento;

b) taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia nos meses


intermediários; e

c) um por cento no mês do pagamento; e

III - multa variável, de caráter irrelevável.

Atenção: Na legislação previdenciária, a multa pode ser estabelecida no


intervalo de 8% a 100%, a depender da situação do crédito em atraso, nos
moldes do art. 239, III, do Decreto 3.048/99.

MEMORIZAÇÃO E REVISÃO
Financiamento A seguridade social será financiada por toda a sociedade,
da Seguridade de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante
Social recursos provenientes dos orçamentos da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios (forma
indireta), e das contribuições sociais (forma direta).
Incidência de - o empregador, a empresa e a entidade e ela equiparada,
contribuições incidentes sobre:
sociais a) A folha de salários e demais rendimentos do trabalho
pagos, devidos ou creditados, a qualquer título, à pessoa
física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo
empregatício;
b) A receita ou o faturamento;
c) O lucro.
- o trabalhador e demais segurados da previdência social,
podendo ser adotadas alíquotas progressivas de acordo
com o valor do salário de contribuição, não incidindo
contribuição sobre a aposentadoria e pensão concedidas
pelo RGPS.
- sobre a receita de concursos de prognósticos e
- o importador de bens ou serviços do exterior, ou a quem
a lei a ele equiparar.
Contribuição do Até que venha nova lei para definir as alíquotas, serão
segurado aplicadas, de forma progressiva, nos seguintes
empregado, percentuais 7,5%, 9%, 12% e 14% sobre o salário de
empregado contribuição.
doméstico e Não há contribuições no que respeita aos valores que
trabalhador ultrapassam o limite máximo do salário de contribuição (R$
avulso 7.087,22) para os trabalhadores.

Contribuição do A contribuição do contribuinte individual e do facultativo é


segurado calculada com aplicação de alíquota de 20% sobre o
contribuinte salário de contribuição, respeitados os limites mínimos e
individual e do máximos.
segurado
facultativo
Contribuição do Alíquota total será de 1,3% sobre a receita bruta da
segurado comercialização da produção, sendo que 1,2% como
especial contribuição básica ou geral e 0,1% especificamente
destinada ao financiamento dos benefícios concedidos em
razão do grau de incidência de incapacidade laborativa
decorrente dos riscos ambientais do trabalho.
Contribuição A contribuição da empresa será de 20% sobre o total das
sobre a folha de remunerações pagas, devidas ou creditadas a qualquer
salários e título, durante o mês, aos segurados empregados e
demais trabalhadores avulsos que lhe prestem serviços,
rendimentos destinadas a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua
forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a
forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de
reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente
prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador
ou tomador de serviços, nos termos da lei ou do contrato
ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou
sentença normativa.
Na contratação de serviços de transporte rodoviário de
carga ou de passageiro ou de serviços prestados com a
utilização de trator, máquina de terraplenagem,
colheitadeira e assemelhados a base de cálculo da
contribuição da empresa corresponde a 20% do valor
registrado na nota fiscal, na fatura ou no recibo, quando
esses serviços forem prestados sem vínculo empregatício
por condutor autônomo de veículo rodoviário, auxiliar de
condutor autônomo de veículo rodoviário, inclusive por
taxista e motorista de transporte remunerado privado
individual de passageiros, e operador de máquinas.
Contribuição - 1% para empresa em cuja atividade preponderante o
em razão do risco de acidente de trabalho seja considerado leve;
grau de risco da - 2% para empresa em cuja atividade preponderante o
atividade risco de acidente de trabalho seja considerado médio; e
principal - 3% para empresa em cuja atividade preponderante o
risco de acidente de trabalho seja considerado grave.
Fator As alíquotas de 1, 2 e 3% serão reduzidas em até
Acidentário de cinquenta por cento ou aumentadas em até cem por cento
Prevenção em razão do desempenho da empresa no cuidado com a
saúde de seus trabalhadores, individualizada pelo seu
CNPJ (estabelecimento), em relação à sua atividade
econômica.
⮚ Capítulo 6 – Decadência e prescrição

No que tange à decadência e à prescrição, para fins previdenciários, convém


destacar as seguintes regras:

a) prazo decadencial de dez anos para todo e qualquer direito ou ação do


segurado ou beneficiário para a revisão dos atos de concessão, indeferimento,
cancelamento ou cessação de benefício e dos atos de deferimento,
indeferimento ou não concessão de revisão de benefício;

b) prazo decadencial de cinco anos para o direito da seguridade social de


apurar e constituir seus créditos;

c) prazo prescricional de cinco anos, a contar da data em que deveriam ter


sido pagas, toda e qualquer ação para haver prestações vencidas ou quaisquer
restituições ou diferenças devidas pela previdência social, salvo o direito dos
menores, incapazes e ausentes, na forma do Código Civil;

d) prazo prescricional de cinco anos para a seguridade social de cobrar seus


créditos, contado da data de sua constituição definitiva.

Além disso, a Previdência Social tem direito de anular os atos administrativos


de que decorram efeitos favoráveis para os seus beneficiários, o qual decai em
dez anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé.

MEMORIZAÇÃO E REVISÃO
Prazo Para todo e qualquer direito ou ação do segurado ou
decadencial de beneficiário para a revisão dos atos de concessão,
dez anos indeferimento, cancelamento ou cessação de benefício e
dos atos de deferimento, indeferimento ou não concessão
de revisão de benefício.

Prazo Para o direito da seguridade social de apurar e constituir


decadencial de seus créditos.
cinco anos
Prazo A contar da data em que deveriam ter sido pagas, toda e
prescricional de qualquer ação para haver prestações vencidas ou
cinco anos quaisquer restituições ou diferenças devidas pela
previdência social.
Prazo Para a seguridade social de cobrar seus créditos, contado
prescricional de da data de sua constituição definitiva.
cinco anos
⮚ Capítulo 7 – Crimes contra a seguridade social

7.1. Apropriação indébita previdenciária

Trata-se do crime mais relevante para a prova do INSS, tipificado no art. 168-A,
do Código Penal.

Corresponde à hipótese de deixar de repassar à previdência social as


contribuições recolhidas dos contribuintes, no prazo e forma legal ou
convencional.

A pena é de reclusão de 2 a 5 anos e multa.

Incorre na mesma pena quem deixar de:

- recolher, no prazo legal, contribuição ou outra importância destinada à


previdência social que tenha sido descontada do pagamento efetuado a
segurados, a terceiros ou arrecadada do público;

- recolher contribuições devidas à previdência social que tenham integrado


despesas contábeis ou custos relativos à venda de produtos ou à prestação
de serviços;

- pagar benefício devido a segurado, quando as respectivas cotas ou valores já


tiverem sido reembolsados à empresa pela previdência social.

OBS: esse crime não se confunde com a apropriação indébita do art. 168, do
CP. Isso porque este crime trata da apropriação de coisa “alheia”.
7.2. Sonegação de contribuição previdenciária

Outro crime relevante, no contexto da prova para o INSS, é a sonegação de


contribuição previdenciária, previsto no art. 337-A, do Código Penal.

Se caracteriza na hipótese de suprimir ou reduzir contribuição social e qualquer


acessório, mediante as seguintes condutas:

- omitir de folha de pagamento da empresa ou de documento de informações


previsto pela legislação previdenciária segurados empregado, empresário,
trabalhador avulso ou trabalhador autônomo ou a este equiparado que lhe
prestem serviços;

- deixar de lançar mensalmente nos títulos próprios de contabilidade as quantias


descontadas dos segurados ou as devidas pelo empregador ou tomador de
serviços;

- omitir, total ou parcialmente, receitas ou lucros auferidos, remunerações pagas


ou creditadas e demais fatos gerados de contribuições sociais previdenciárias

A pena é de reclusão de 2 a 5 anos e multa.

7.3. Outros crimes previdenciários

Ainda é possível se referir a outros crimes que podem estar relacionado ao


contexto previdenciário, como:

a) falsificar selo ou sinal identificador de órgão ou entidade da administração


pública, art. 296, CP;
b) falsificação de documento público (art. 297, CP):

- inserir na folha de pagamento ou outro documento pessoa que não possua a


qualidade de segurado obrigatório;

- informação falsa na CTPS;

- declaração falsa em documento contábil

c) inserir ou facilitar, o funcionário público, a inserção de dados falsos nos


sistemas e bancos de dados da Administração – art. 313-A, CP;

d) modificar ou alterar, o funcionário público, sistema ou programa de


informática, sem a devida autorização – art. 313-B, CP.

e) divulgar informações sigilosas – art. 153, CP.

f) violação de sigilo funcional – art. 325, § 2º, CP

g) estelionato previdenciário – art. 171, § 3º, CP.

MEMORIZAÇÃO E REVISÃO
Apropriação Corresponde à hipótese de deixar de repassar à
indébita previdência social as contribuições recolhidas dos
previdenciária contribuintes, no prazo e forma legal ou convencional.
A pena é de reclusão de 2 a 5 anos e multa.
Sonegação de Suprimir ou reduzir contribuição social e qualquer
contribuição acessório mediante as seguintes condutas:
previdenciária - omitir de folha de pagamento da empresa ou de
documento de informações previsto pela legislação
previdenciária segurados empregado, empresário,
trabalhador avulso ou trabalhador autônomo ou a este
equiparado que lhe prestem serviços;
- deixar de lançar mensalmente nos títulos próprios de
contabilidade as quantias descontadas dos segurados ou
as devidas pelo empregador ou tomador de serviços;
- omitir, total ou parcialmente, receitas ou lucros auferidos,
remunerações pagas ou creditadas e demais fatos
gerados de contribuições sociais previdenciárias
A pena é de reclusão de 2 a 5 anos e multa.
⮚ Capítulo 8 – Recurso das decisões administrativas

8.1 Fase inicial

Considera-se processo administrativo previdenciário o conjunto de atos


administrativos praticados nos canais de atendimento da Previdência Social,
iniciado em razão de requerimento do interessado, de ofício pela Administração,
ou por terceiro legitimado.

O requerimento pode ser apresentado pela internet, pela central de atendimento


telefônico ou nas unidades de atendimento.

8.2. Fase instrutória

Após a formalização do processo, caberá ao INSS avaliar se estão preenchidos


os requisitos para concessão da prestação solicitada.

A apresentação de documentação incompleta não constitui motivo para recusa


do benefício, ainda que, de plano, se possa constatar que o segurado não faz
jus à prestação, será obrigatória a protocolização de todos os pedidos
administrativos.

Não apresentada toda documentação indispensável, o servidor emitirá carta de


exigência elencando providências e documentos necessários, com prazo
mínimo de 30 dias para cumprimento.

Além disso, os dados do CNIS servirão de prova de filiação, tempo de


contribuição e salário de contribuição, independentemente de outras provas
documentais.
Todavia, é possível que os dados do CNIS estejam incorretos.

Em situações nas quais os segurados apresentam documentos que servem de


início de prova material, o INSS poderá adotar as seguintes medidas:

a) consultar bancos de dados colocados à disposição do INSS;

b) emitir ofício para empresa ou órgãos;

c) pesquisa externa; e

d) justificação administrativa.

8.3. Fase decisória

O INSS deve conceder o melhor benefício a que o segurado fizer jus,


cabendo ao servidor orientar nesse sentido.

Quando se verificar que o interessado preenche requisitos para dois ou mais


benefícios, cabe ao INSS oferecer ao segurado o direito de opção, mediante a
apresentação dos demonstrativos financeiros.

O INSS notificará o interessado de sua decisão, preferencialmente por meio


eletrônico, ou pela via postal, pela rede bancária ou pessoalmente.

8.4. Fase Recursal


Nos termos do art. 305, do Decreto n. 3.048/99, compete ao Conselho de
Recursos da Previdência Social:

Art. 305. Compete ao CRPS processar e julgar:

I - os recursos das decisões proferidas pelo INSS nos processos de interesse de


seus beneficiários;

II - as contestações e os recursos relativos à atribuição, pelo Ministério da


Economia, do FAP aos estabelecimentos das empresas;

III - os recursos das decisões proferidas pelo INSS relacionados à comprovação


de atividade rural de segurado especial ou às demais informações relacionadas
ao CNIS.

IV - os recursos das decisões relacionadas à compensação financeira de que


trata a Lei nº 9.796, de 1999; e

V - os recursos relacionados aos processos sobre irregularidades verificadas em


procedimento de supervisão e de fiscalização nos regimes próprios de
previdência social e aos processos sobre apuração de responsabilidade por
infração às disposições da Lei nº 9.717, de 1998.

Nesse contexto, da decisão administrativa, caberá recurso ordinário para uma


das Juntas de Recursos do Conselho de Recursos da Previdência Social,
no prazo de trinta dias.

Atenção: a administração poderá reformar suas decisões e deixar de


encaminhar, no caso de reforma favorável ao interessado, a contestação ou o
recurso à instância competente ou de rever o ato para o não prosseguimento da
contestação ou do recurso.

Em fase da decisão das Juntas cabe recurso especial para uma das Câmaras
de Julgamento do CRPS, no prazo de trinta dias.

Atenção: a propositura pelo interessado de ação judicial que tenha por objeto
idêntico pedido sobre o qual verse o processo administrativo importará renúncia
ao direito de contestar e recorrer na esfera administrativa, com a consequente
desistência da contestação ou do recurso interposto, nos moldes do art. 307, do
Decreto n. 3.048/99.

MEMORIZAÇÃO E REVISÃO
Fases Inicial
Instrutória
Decisória
Recursal
Compete ao I - os recursos das decisões proferidas pelo INSS nos
CRPS processos de interesse de seus beneficiários;
processar e II - as contestações e os recursos relativos à atribuição,
julgar: pelo Ministério da Economia, do FAP aos
estabelecimentos das empresas;
III - os recursos das decisões proferidas pelo INSS
relacionados à comprovação de atividade rural de
segurado especial ou às demais informações relacionadas
ao CNIS.
IV - os recursos das decisões relacionadas à compensação
financeira de que trata a Lei nº 9.796, de 1999; e
V - os recursos relacionados aos processos sobre
irregularidades verificadas em procedimento de supervisão
e de fiscalização nos regimes próprios de previdência
social e aos processos sobre apuração de
responsabilidade por infração às disposições da Lei nº
9.717, de 1998.
Primeiro Da decisão administrativa, caberá recurso ordinário para
recurso uma das Juntas de Recursos do Conselho de Recursos da
Previdência Social, no prazo de trinta dias.
Segundo Em fase da decisão das Juntas cabe recurso especial para
recurso uma das Câmaras de Julgamento do CRPS, no prazo de
trinta dias.
⮚ Capítulo 9 - Plano de Benefícios da Previdência Social:

São beneficiários do Regime Geral de Previdência Social os segurados e os


dependentes, conforme estudamos no capítulo 3, ao qual remetemos o leitor.

9.1. Período de carência

O período de carência corresponde ao número mínimo de contribuições


mensais necessárias para que o segurado tenha acesso a determinada
prestação da previdência, consideradas a partir do transcurso do primeiro dia do
mês de sua competência.

Atenção: caso um segurado empregado inicie sua atividade laboral no dia 20 de


um determinado mês, todo o mês será considerado para fins de carência.

As regras relativas ao início da carência são as seguintes:

- Para o segurado empregado, empregado doméstico, trabalhador avulso e


contribuinte individual (que preste serviço à empresa): o início da carência se
dá no primeiro mês da prestação de serviço, independentemente de ter havido
efetiva contribuição, uma vez que esta é presumida (art. 26, § 4º, Decreto n.
3.048/99).

- Para o segurado contribuinte individual (que não preste serviço à empresa),


segurado especial e segurado facultativo, a carência tem início a partir da
primeira contribuição sem atraso (não se admite contribuições retroativas).

Atenção: quanto ao segurado especial, o período de carência decorre da


comprovação do exercício da atividade rural, ainda que de forma descontínua,
no período imediatamente anterior ao requerimento do benefício, em igual
número de meses exigidos para carência do benefício.

Isso porque ele não efetua contribuição mensal, uma vez que a sua contribuição
decorre do valor da produção comercializada (art. 39, I, Lei 8.213/91).

O art. 25, Lei 8.213/91 e o art. 29, do Decreto 3.048/99 (RPS) definem a carência
exigida para os benefícios da previdência social:
- auxílio por incapacidade temporária (auxílio-doença) e a aposentadoria por
incapacidade permanente (por invalidez), em regra: 12 meses de contribuição;

- aposentadoria programada, aposentadoria por idade, aposentadoria por tempo


de contribuição e a aposentadoria especial: 180 contribuições mensais;

- salário-maternidade para a segurada contribuinte individual e para a segurada


facultativa: 10 contribuições mensais.

Atenção: para a segurada especial, é necessário comprovar 10 meses de


atividade rural (art. 93, § 2º, RPS).

Atenção: em caso de parto antecipado, o período de carência será reduzido em


número de contribuições equivalente ao número de meses em que o parto foi
antecipado.

- auxílio-reclusão: 24 contribuições mensais.

De outra sorte, o art. 26 da Lei 8.213/91 e o art. 30 do Decreto 3.048/99,


estipulam as prestações que independem de carência:
- pensão por morte; salário-família e o auxílio-acidente;

- auxílio por incapacidade temporária ou a aposentadoria por incapacidade


permanente nos casos de acidente de qualquer natureza ou causa, de doença
profissional ou do trabalho ou ainda de doença grave, nos termos do art. 151,
Lei 8.213/91.

- aposentadoria por idade ou por invalidez, auxílio-doença, auxílio-reclusão ou


pensão por morte aos segurados especiais, desde que comprovem o exercício
de atividade rural no período imediatamente anterior ao requerimento do
benefício, ainda que de forma descontínua, igual ao número de meses
correspondente à carência do benefício requerido;

- serviço social;

- reabilitação profissional

Atenção: os serviços não observam carência.

- salário-maternidade para a segurada empregada, empregada doméstica e


trabalhadora avulsa.

Atenção: na hipótese de perda da qualidade de segurado, para fins de


concessão dos benefícios de auxílio por incapacidade temporária, aposentadoria
por incapacidade permanente, salário-maternidade e auxílio-reclusão, quando o
segurado retornar à Previdência Social, o segurado deverá comprovar metade
do período de carência para os referidos benefícios.

9.2. Salário de benefício


O salário de benefício é o valor básico utilizado para o cálculo da renda mensal
inicial dos principais benefícios do RPGS.

Atenção: o salário de benefício não será adotado para definição do salário-


família, da pensão por morte, do salário-maternidade, do auxílio-reclusão e de
benefícios previstos em legislação especial.

Atenção: a Reforma da Previdência alterou os parâmetros para definição do


salário de benefício – art. 26, EC 103/2019.

A partir da vigência da mencionada emenda constitucional n. 103/2019, o


salário de benefício será resultante da média aritmética dos 100% dos salários
de contribuição (corrigidos monetariamente), considerados desde a
competência de julho de 1994.

Assim, foi revogada a regra que previa considerar-se apenas 80% dos maiores
salários de contribuição.

Atenção: ainda é possível a exclusão dos salários de contribuição que


impliquem na redução do salário de benefício, desde que mantido o número
mínimo de contribuições exigidos.

Outro ponto importante diz respeito ao segurado que no curso de suas atividades
laborais venha a usufruir de benefícios por incapacidade.

Dispõe o art. 29, § 5º, Lei 8.213/91, que se o segurado tiver recebido benefício
por incapacidade, sua duração será considerada, adotando-se como salário de
contribuição, no período, o valor do salário de benefício.
Atenção: o salário de benefício do segurado que exercer atividades
concomitantes será calculado com a soma dos salários de contribuição de cada
atividade.

Mas naturalmente, é preciso observar o teto do salário de contribuição na


respectiva competência.

9.3. Fator Previdenciário

Surgiu com a intenção do legislador de estimular os segurados a adiarem o


pedido de aposentadoria, nos moldes da Lei 9.876/99.

Com efeito, esse fator previdenciário consiste em um índice calculado tendo em


vista a idade, a expectativa de sobrevida e o tempo de contribuição do segurado
e será multiplicado ao salário de benefício (art. 29, §§ 7º a 9º, Lei 8.213/91).

A EC n. 103/2019 extinguiu o fator previdenciário, que será adotado apenas


em situações residuais:

- regra de transição da aposentadoria por tempo de contribuição, para aqueles


segurados aos quais faltam menos de 2 anos para aposentadoria;

- na aposentadoria do segurado pessoa com deficiência, desde que a adoção do


fator previdenciário implique na majoração do benefício – LC 142/2013.

Importante ressaltar que a Lei 13.183/2015 inseriu o art. 29-C, na Lei 8.213/91,
possibilitando que o segurado afastar a incidência do fator previdenciário, pela
adoção da fórmula 95/85.
Para tanto, o total resultante da soma de idade e de tempo de contribuição, deve
atingir um determinado número de pontos:

- igual ou superior a 95 pontos, se homem, acrescido ao tempo de 35 anos de


contribuição; e

- igual ou superior a 85 pontos, se mulher, acrescido ao tempo de 30 anos de


contribuição.

9.4. Renda Mensal de Benefício

Trata-se do valor definido para o pagamento da primeira parcela do benefício no


âmbito do RGPS.

É calculada considerando a multiplicação entre o salário de benefício e o


coeficiente do benefício.

Os coeficientes, após a EC 103/2019, são os seguintes:

- aposentadoria programada: 60% do salário de benefício + 2% para cada ano


que exceder a 20 anos de contribuição para o homem e 15 anos de contribuição
para a mulher.

- aposentadoria por idade (regra de transição): 70% do salário de benefício +


1% a cada grupo de 12 contribuições mensais, até o máximo de 30%;

- aposentadoria por tempo de contribuição (regras de transição):


* regra de transição pelo sistema de pontos e sistema de idade mais tempo de
contribuição): 60% do salário de benefício + 2% para cada ano que exceder 20
anos homem e 15 anos mulher.

* regra de transição do pedágio de 50%: 100% do salário de benefício


multiplicado pelo fator previdenciário.

* regra de transição do pedágio de 100%: 100% do salário de benefício, sem


incidência do fator previdenciário.

- aposentadoria especial: 60% do salário de benefício + 2% para cada ano que


exceder a 20 anos homem e 15 anos mulher.

Atenção: para a atividade que faculta a aposentadoria após 15 anos (como o


trabalho nas minas de subsolo), a adição de 2% já se inicia após 15 anos, mesmo
para homens.

- aposentadoria do segurado pessoa com deficiência:

* 100% do salário de benefício (regra de transição por tempo de contribuição) ou

* 70% + 1%, a cada 12 contribuições mensais, até o máximo de 30% (idade +


tempo de contribuição).

- aposentadoria por incapacidade permanente não acidentária: 60% do


salário de benefício + 2% para cada ano que exceder a 20 anos homem e 15
anos mulher.
- aposentadoria por incapacidade permanente acidentária: 100% do salário
de benefício.

- auxílio incapacidade temporária: 91% do salário de benefício.

- auxílio-acidente: 50% do salário de benefício.

- salário-maternidade:

* empregada e trabalhadora avulsa: o valor da última remuneração, sem


observar o teto do RGPS;

* empregada doméstica: o valor da última remuneração, observando o teto do


RGPS;

* contribuinte individual ou facultativa: média dos 12 últimos salários de


contribuição, apurados no período de quinzes;

* segurada especial: 1/12 do valor da sua contribuição anual, sempre respeitando


o mínimo de um salário-mínimo.

- Salário-família: cota no valor R$ 56,47 por filho.

- pensão por morte e auxílio-reclusão: cota familiar de 50% do valor da


aposentadoria que o segurado recebia ou da aposentadoria por incapacidade
permanente a que ele teria direito na data do óbito ou prisão + 10% por cada
dependente, até o limite de 100%.
As cotas por dependente cessarão com a perda dessa qualidade e não serão
reversíveis aos demais dependentes.

Todavia, será preservado o valor de 100% quando o número de dependentes


remanescentes for igual ou superior a 5.

Atenção: na hipótese de dependente inválido ou com deficiência intelectual,


mental ou grave, o valor do benefício será: a) 100% da aposentadoria + b) 50%
da cota familiar e 10% por dependente.

Atenção: o auxílio-reclusão não pode ultrapassar o valor de um salário-mínimo.

9.5. Reajustamento do valor de benefício

O art. 201, § 4º, da CF, assegura o reajustamento dos benefícios, para preservar-
lhes, em caráter permanente, o valor real (o poder de compra).

Nesse contexto, o art. 41-A, da Lei 8.213/91 adota como parâmetro o


reajustamento anual dos benefícios, na mesma data de reajuste do salário-
mínimo, proporcionalmente (pro rata), pelo índice INPC.

9.6. Acumulação de benefícios

O artigo 124, da Lei 8.213/91 e o artigo 167, do RPS (Decreto n. 3.048/99),


estabelecem as hipóteses de vedação de acúmulo de benefícios:

a) – aposentadoria com auxílio por incapacidade temporária;

b) – mais de uma aposentadoria (no âmbito do RGPS);


c) – aposentadoria com o extinto abono de permanência em serviço;

d) – salário-maternidade com auxílio por incapacidade temporária;

e) – mais de um auxílio-acidente;

f) – mais de uma pensão deixada por cônjuge;

g) – mais de uma pensão deixada por companheiro/a;

h) – mais de uma pensão deixada por cônjuge e deixada por companheiro/a.

Atenção: a legislação autoriza o dependente a escolher pela pensão mais


vantajosa.

i) – auxílio-acidente com qualquer aposentadoria.

OBS: é vedado o recebimento conjunto do seguro-desemprego (L. 7.998/90)


com qualquer benefício de prestação continuada da previdência social, exceto
pensão por morte, auxílio-reclusão e auxílio-acidente.

O art. 24, da EC 103/2019 e art. 167-A, do RPS, admitem a acumulação nas


seguintes hipóteses:

a) pensão por morte deixada por cônjuge ou companheiro/a do RGPS com


pensão por morte concedida no âmbito de outros regimes de previdência ou das
atividades militares;
b) pensão por morte no RGPS com aposentadoria, seja no próprios RGPS, em
um RPPS ou os proventos de inatividade dos militares.

c) a aposentadoria recebida no RGPS com a pensão por morte deixada em


regime próprio ou decorrente da atividade dos militares.

A regra para acumular esses benefícios dispõe que haverá a percepção do valor
integral do melhor benefício e uma parcela dos demais benefícios.

São adotadas as seguintes faixas em relação ao benefício de menor valor:

- 60% do valor que exceder a um salário-mínimo, até o limite de dois salários-


mínimos;

- 40% do valor que exceder dois salários-mínimos até o limite de três salários-
mínimos;

- 20% do valor que exceder três salários-mínimos até o limite de quatro salários-
mínimos;

- 10% do valor que exceder quatro salários-mínimos.

9.7. Prazo para pagamento dos benefícios

O primeiro pagamento do benefício será efetuado em até 45 dias após a data


da apresentação, pelo segurado, da documentação necessária à sua concessão.
Todavia, o prazo fica prejudicado nos casos de justificação administrativa ou
outras providências a cargo do segurado, que demandem a sua dilatação,
iniciando-se essa contagem a partir da conclusão das mesmas.

O pagamento das parcelas relativas a benefícios efetuado com atraso,


independentemente de ocorrência de mora e de quem lhe deu causa, deve ser
corrigido monetariamente desde o momento que restou devido, pelo mesmo
índice utilizado para o reajustamento dos benefícios do RGPS (INPC), apurado
no período compreendido entre o mês que deveria ter sido pago e o mês do
efetivo pagamento.

9.8 Benefícios em espécie

9.8.1. Aposentadoria programa ou voluntária

A EC 103/2019 criou um novo tipo de aposentadoria assegurada a quem


preencher os seguintes requisitos:

- 65 anos de idade, se homem, ou 62 anos de idade, se mulher; e

- Tempo de contribuição mínimo de 20 anos, para homem e de 15 anos para


mulher.

Além disso, exige-se uma carência de 180 contribuições mensais.

Atenção: os parâmetros etários serão de 60 anos, para homem, e de 55 anos,


para mulher, para os trabalhadores rurais e para aqueles que exerçam suas
atividades em regime de economia familiar, nestes incluídos o produtor rural,
o garimpeiro e o pescador artesanal – art. 201, § 7º, II, CF.
Atenção: os requisitos de idade serão reduzidos em cinco anos (60 anos para
homem e 57 anos para mulher) para os professores que comprovem 25 anos
de contribuição no exercício de funções do magistério na educação infantil,
fundamental e no ensino médio.

Atenção: o segurado aposentado no RGPS que permanecer ou retornar à


atividade laboral não terá direito a nenhuma nova prestação da previdência,
exceto salário-família e reabilitação profissional (art. 18, § 2º, Lei 8.213/91),
além do salário-maternidade (art. 103, do Decreto 3.048/99).

Renda Mensal Inicial: 60% do salário de benefício (média de todos os salários


de contribuição, considerados desde de julho de 1994) com acréscimo de 2%
para cada ano de contribuição que exceder 20 anos para homem e 15 anos para
mulher.

Estudar: art. 201, § 7º, CF, art. 19, EC 103/2019 e art. 51 a 53, RPS.

9.8.2. Aposentadoria por idade

A EC 103/2019 limitou a aposentadoria por idade, que somente poderá ser


requerida por aqueles se que filiaram ao RGPS antes de 13.11.2019 (antes da
emenda), consoante a regra de transição:

- 60 anos de idade para mulher e 65 anos de idade para homem;

- 15 anos, no mínimo, de tempo de contribuição.

Carência de 180 meses.


A partir de 1º.1.2020, a idade mínima da mulher tem sido ampliada em 0,5 (seis
meses), até que atinja 62 anos em 2023.

Renda Mensal Inicial: 60% do salário de benefício + 2% para cada ano que
exceder 20 anos para homem e 15 anos para mulher.

Atenção: caso o segurado tenha preenchido os requisitos para


aposentadoria por idade, antes da EC 103/2019, poderá requerer a qualquer
tempo o benefício de acordo com a legislação vigente na época.

Estudar: art. 18, EC 103/2019, arts. 48 a 51, Lei 8.213/91 e arts. 56, 57 e 188-
A, do Decreto 3.048/99.

9.8.3. Aposentadoria por tempo de contribuição

A EC 103/2019 limitou esse benefício. Não obstante, essa aposentadoria


subsiste de acordo com as regras de transição (são 4).

1ª Regra: sistema de pontos

- 30 anos de contribuição para mulher e 35 anos de contribuição para o homem;


- Somatório de idade + tempo de contribuição de 86 pontos para mulher e 96
pontos para o homem (fórmula 86/96)

Carência de 180 meses.

A partir de 1º.1.2020, vem sendo acrescido, ano a ano, 1 ponto na fórmula 86/96,
até que se atinja 100 pontos para mulher e 105 pontos para o homem.
Renda Mensal Inicial: 60% do valor do salário de benefício com acréscimo de
2% para cada ano de contribuição que exceder 20 anos para homem e 15 anos
para mulher.

Atenção: para professores – 25 anos para mulher e 30 anos para homem e


sistema de pontos 81 para mulher e 91 para homem. A partir de 1º.1.2020 é
acrescido até atingir 92 pontos para mulher e 100 pontos para homem.

2ª Regra de Transição: tempo de contribuição + idade.

- 30 anos de contribuição para mulher e 35 anos de contribuição para o homem;

- idade de 56 anos para mulher e de 61 anos para o homem.

Carência de 180 contribuições.

A partir de 1º.1.2020, a idade passou a ser acrescida de seis meses (0,5), por
ano, até que se atinja 62 anos para mulher e 65 anos para o homem.

Renda Mensal Inicial: 60% do valor do salário de benefício com acréscimo de


2% para cada ano de contribuição que exceder 20 anos para homem e 15 anos
para mulher.

Atenção: professores – 25 anos de contribuição para mulher e 30 anos de


contribuição para homem e idade de 51 anos para mulher e 56 anos para
homem.
A partir de 1º.1.2020, a idade passou a ser acrescida de seis meses (0,5) até
que se atinja 57 anos para mulher e 60 anos para o homem.

3ª Regra: pedágio de 50%


Essa regra vale para aqueles segurados que já estavam no sistema e faltavam
menos de dois anos para alcançar o benefício.

Os requisitos são:

- 30 anos para mulher e 35 anos para homem;

- Cumprimento de um período adicional correspondente a 50% do tempo de


contribuição que faltava, quando veio a EC 103/2019.

Carência 180 meses.

Renda Mensal Inicial: 100% do salário de benefício multiplicado pelo fator


previdenciário.

4ª Regra: pedágio de 100%:

- 30 anos para mulher e 35 anos para homem;

- idade de 57 anos mulher e 60 anos para homem;

- cumprimento de período adicional de 100% do tempo de contribuição que


faltava, quando da entrada em vigor da EC 103/2019.

Carência de 180 contribuições.


Renda Mensal Inicial: 100% do salário de benefício, sem a incidência do fator
previdenciário.

Atenção: professores – 25 anos para mulher e 30 anos para homem, aplicando-


se a idade de 52 anos para mulher e 55 anos para o homem.

Estudar: art. 15, 16, 17 e 20, EC 103/2019 e art. 187 e 188, RPS.

9.8.4. Aposentadoria Especial

A aposentadoria especial é concedida aos segurados cujas atividades sejam


exercidas com efetiva exposição a agentes químicos, físicos e biológicos
prejudiciais à saúde, ou associação desses agentes, vedada a
caracterização por categoria profissional ou ocupação (art. 201, 1 §º, II, CF).

Efetivamente, é uma aposentadoria com critérios e requisitos específicos no que


tange à idade e ao tempo de contribuição em razão do exercício de atividades
consideradas prejudiciais à saúde e à integridade física.

De acordo com a EC 103/2019, a concessão dessa aposentadoria passou a


conciliar tempo de contribuição em condições especiais com uma idade mínima.

Assim, essa aposentadoria, para quem se filiar após a mencionada emenda, será
concedida nos seguintes moldes, considerando a exposição aos diferentes tipos
de agentes nocivos:

- 15 anos de contribuição / 55 anos de idade;


- 20 anos de contribuição / 58 anos de idade; e
- 25 anos de contribuição / 60 anos de idade.

Além disso, exige-se carência de 180 contribuições.

Renda Mensal Inicial: 60% do salário de benefício com acréscimo de 2% para


cada ano de contribuição que exceder 20 anos para homem e 15 anos para
mulher. Todavia, para o segurado em atividade que concede aposentadoria aos
15 anos, o acréscimo de 2% tem início a partir de 15 anos de contribuição.

Conversão do tempo especial em comum: é possível que o segurado tenha


trabalhado por alguns anos em condições especiais sem atingir o requisito da
aposentadoria. Nesse cenário, poderá converter o tempo especial em comum, o
que resulta em acréscimo na contagem do tempo de contribuição.

Todavia, o art. 25, § 2º, da EC 103/2019, veda a conversão do tempo especial


em comum para os períodos trabalhados após a entrada em vigor da emenda.

Regra de transição: vale para filiados antes da EC 103/2019 e exercem


atividade em condições especiais.

Os requisitos são a soma da idade e tempo de contribuição e tempo de efetiva


exposição:

- 66 pontos (idade + tempo de contribuição) e 15 anos de efetiva


exposição;

- 76 pontos (idade + tempo de contribuição) e 20 anos de efetiva


exposição;
- 86 pontos (idade + tempo de contribuição) e 25 anos de efetiva
exposição.

Há uma crítica ao estabelecimento de idade mínima para concessão do


benefício.

A Reforma Previdenciária, como vimos, estipulou idade mínima para concessão


da aposentadoria em atividade especial nos parâmetros de 55, 58 e 60, a
depender do tempo de exposição (15, 20 ou 25 anos).

Ocorre que a lógica é a proteção à saúde do trabalhador, o que se efetiva


somente considerando o tempo de exposição, independentemente de sua idade.

Considere a situação de quem trabalha em minas de subsolo, cujo tempo de


exposição é de 15 anos. Nos moldes atuais, se a pessoa inicia o labor aos 20
anos, ele completará o tempo aos 35 anos, porém deverá continuar trabalhando
por mais 20 anos para conseguir a aposentadoria!

De toda sorte, a despeito do caráter prejudicial dessa nova regra, ela vale para
sua prova.

9.8.4.1. Detalhamentos

A partir de 29.4.1995, exige-se, para configuração da aposentadoria especial,


que o trabalho exija exposição permanente do segurado ao agente nocivo
(aquele indissociável da produção do bem ou prestação do serviço).
Nessa noção de tempo de trabalho exercido em condições especiais estão
englobados os períodos de descanso previsto na legislação trabalhista (por
exemplo, as férias).

Acrescente-se que o STJ definiu, no tema 998, que o período no qual o segurado
está em usufruto de auxílio-doença (auxílio incapacidade temporária), seja
acidentário ou comum, faz jus ao cômputo desse período como tempo de serviço
especial.

Para caracterização do benefício, o empregador deve manter laudo técnico


atualizado, sob pena de multa, bem como confeccionar e guardar o perfil
profissiográfico relativo às atividades desenvolvidas pelo segurado.

Lembrando que esse documento deve ser fornecido na rescisão do contrato de


trabalho.

Além disso, a classificação dos agentes nocivos, consoante o entendimento do


STJ, corresponde ao um rol enumerativo elencado no Anexo IV, do Decreto
3.048/99.

Atenção: nas hipóteses em que não for possível a realização de perícia no local
onde o serviço foi prestado, admite-se a feitura de perícia indireta ou por
similitude, por meio do estudo técnico, em outro estabelecimento que apresente
condições de trabalho semelhantes a que estava submetido o segurado, para
fins de comprovação de atividade especial.

Atenção: o fornecimento pela empresa ao empregado Equipamento de


Proteção Individual - EPI não afasta, por si só, o direito ao benefício de
aposentadoria com a contagem de tempo especial, devendo ser apreciado caso
a caso, a fim de comprovar sua real efetividade por meio de perícia técnica
especializada e desde que devidamente demonstrado o uso permanente pelo
empregado durante a jornada de trabalho

Estudar: art. 201, § 1º, II, CF, art. 19, § 1º, EC 103/2019, art. 57 e 58, Lei
8.213/91 e art. 64 a 69, do RPS.

9.8.5. Aposentadoria do segurado pessoa com deficiência

Essa aposentadoria será devida ao segurado pessoa com deficiência,


previamente submetido a avaliação biopsicossocial realizada por equipe
multiprofissional e interdisciplinar.

Enquanto não for publicada nova lei complementar prevista na EC 103/2019,


aplica-se a lei complementar n. 142/2013.

A aposentadoria será concedida nas seguintes hipóteses (art. 3º Lei


Complementar 142/2013):

- 25 anos de tempo de contribuição para homem e 20 anos de tempo de


contribuição para mulher, nos casos de deficiência grave;

- 29 anos de tempo de contribuição para homem e 24 anos de tempo de


contribuição para mulher, nos casos de deficiência moderada;

- 33 anos de tempo de contribuição para homem e 28 anos de tempo de


contribuição para mulher, nos casos de deficiência leve; ou
- Aos 60 anos, se homem, e 55 anos, se mulher, independentemente do grau
de deficiência, desde que haja tempo de contribuição mínimo de 15 anos e
comprovação da existência da deficiência por igual período.

Também se exige carência de 180 meses.

Renda Mensal Inicial: 100% do salário de benefício nas hipóteses de


aposentadoria por tempo de contribuição ou 70% mais 1% do salário de
benefício por grupo de 12 contribuições mensais até o máximo de 30%, no caso
de aposentadoria por idade.

Atenção: Se o segurado, após a filiação ao RGPS, tornar-se pessoa com


deficiência, ou tiver seu grau de deficiência alterado, os parâmetros serão
proporcionalmente ajustados, considerando-se o número de anos em que o
segurado exerceu atividade laboral sem deficiência e com deficiência, observado
o grau de deficiência correspondente.

9.8.6. Aposentadoria por incapacidade permanente (antiga aposentadoria


por invalidez)

Aplica-se ao segurado que se encontrar em situação de incapacidade


permanente para a atividade laboral.

Atenção: não confundir permanente com irreversível, pois a lógica desse


benefício contempla a possibilidade de retorno do segurado à atividade laboral.

Não será exigida carência em caso de acidente de qualquer natureza (trabalho


ou não) ou na hipótese de doença profissional ou do trabalho ou doenças
graves mencionadas no art. 151, da Lei 8.213/91.
Atenção: esse benefício não será concedido ao segurado por incapacidade
decorrente de doença prévia, salvo em caso de progressão ou agravamento.

Renda mensal inicial:

- 100% do salário de benefício em caso de acidente do trabalho (incluindo as


doenças profissionais e do trabalho) – art. 19 a 22, Lei 8.213/91; ou

- 60% do salário de benefício, acrescido de 2% para cada ano que exceder a


contribuição de 20 anos para homem e 15 anos para mulher, nos casos de
incapacidade não relacionada ao trabalho.

Atenção: o valor da aposentadoria por invalidez do segurado que necessitar da


assistência permanente de outra pessoa será acrescido de 25% (vinte e cinco
por cento).

Atenção: no Tema 1095, o STF fixou a seguinte tese: “no âmbito do Regime
Geral de Previdência Social (RGPS), somente lei pode criar ou ampliar
benefícios e vantagens previdenciárias, não havendo, por ora, previsão de
extensão do auxílio da grande invalidez a todas às espécies de aposentadoria.”.

Ademais, o aposentado por invalidez que retornar voluntariamente à atividade


terá sua aposentadoria automaticamente cancelada, a partir da data do retorno.

Não obstante, verificada a recuperação da capacidade de trabalho do


aposentado por invalidez, será observado o seguinte procedimento:
I - quando a recuperação ocorrer dentro de 5 (cinco) anos, contados da data do
início da aposentadoria por invalidez ou do auxílio-doença que a antecedeu sem
interrupção, o benefício cessará:

a) de imediato, para o segurado empregado que tiver direito a retornar à função


que desempenhava na empresa quando se aposentou, na forma da legislação
trabalhista, valendo como documento, para tal fim, o certificado de capacidade
fornecido pela Previdência Social; ou

b) após tantos meses quantos forem os anos de duração do auxílio-doença ou


da aposentadoria por invalidez, para os demais segurados;

II - quando a recuperação for parcial, ou ocorrer após o período do inciso I, ou


ainda quando o segurado for declarado apto para o exercício de trabalho diverso
do qual habitualmente exercia, a aposentadoria será mantida, sem prejuízo da
volta à atividade:

a) no seu valor integral, durante 6 (seis) meses contados da data em que for
verificada a recuperação da capacidade;

b) com redução de 50% (cinquenta por cento), no período seguinte de 6 (seis)


meses;

c) com redução de 75% (setenta e cinco por cento), também por igual período
de 6 (seis) meses, ao término do qual cessará definitivamente.

Estudar: art. 201, I, CF; art. 42 a 47, Lei 8.213/91; art. 43 a 50 RPS.

9.8.7. Auxílio por incapacidade temporária (auxílio-doença).


Aplica-se ao segurado que ficar incapacitado para o trabalho por mais de 15
dias consecutivos.

Essa incapacidade pode decorrer de eventos relacionados ao trabalho ou não.

Não se exige carência em caso de acidente de qualquer natureza, doença


profissional ou do trabalho e no caso das doenças mencionadas no art. 151, Lei
8.213/91.

Para os demais casos, a carência será de 12 prestações.

Atenção: esse benefício não se aplica para situações de incapacidade


anteriores à filiação ao RGPS, salvo para os casos de progressão ou
agravamento de doenças.

Renda mensal inicial: 91% do salário de benefício, o qual não poderá exceder
a média dos últimos 12 meses de contribuição.

Estudar: art. 201, I, CF, art. 59 a 63, Lei 8.213/91 e art. 71 a 80, do RPS.

9.8.8. Auxílio-acidente

O auxílio-acidente será concedido, como indenização, ao segurado quando,


após a consolidação das lesões decorrentes de acidente (de qualquer
natureza), resultarem sequelas que impliquem em redução (parcial e definitiva)
da capacidade para o trabalho que habitualmente exercia.

Não há carência.
Esse benefício pode ser cumulado com outros, exceto aposentadoria.

Renda mensal inicial: 50% do salário de benefício que deu causa ao auxílio por
incapacidade temporária, corrigido até o mês anterior ao início do auxílio-
acidente.

Estudar: art. 86, Lei 8.213/91 e art. 104, RPS.

9.8.9. Salário-família

Esse benefício será concedido ao segurado de baixa renda na proporção de


filhos, enteados e menores tutelados, desde que comprovada a dependência
econômica dos dois últimos.

O valor da cota do salário-família por filho (e assemelhados) até 14 anos de idade


ou inválido de qualquer idade, a partir de janeiro de 2022, é de R$ 56,47 – para
o segurado de baixa renda: renda mensal igual ou inferior a R$ 1.655,98.

Não há carência.

O pagamento do salário-família será devido a partir da data de apresentação da


certidão de nascimento do filho ou da documentação relativa ao enteado e ao
menor tutelado, desde que comprovada a dependência econômica dos dois
últimos, e fica condicionado à apresentação anual de atestado de vacinação
obrigatória dos referidos dependentes, de até seis anos de idade, e de
comprovação semestral de frequência à escola dos referidos dependentes, a
partir de quatro anos de idade.
Além disso, tendo havido divórcio, separação judicial ou de fato dos pais, ou em
caso de abandono legalmente caracterizado ou perda do pátrio-poder, o salário-
família passará a ser pago diretamente àquele a cujo cargo ficar o sustento do
menor, ou a outra pessoa, se houver determinação judicial nesse sentido

Ademais, o direito a esse benefício cessará:

a) pela morte do filho, do enteado ou do menor tutelado, a contar do mês seguinte


ao do óbito

b) quando o filho, o enteado ou o menor tutelado completar quatorze anos de


idade, exceto se inválido, a contar do mês seguinte ao da data do aniversário

c) pela recuperação da capacidade do filho, do enteado ou do menor tutelado


inválido, a contar do mês seguinte ao da cessação da incapacidade; ou

d) pelo desemprego do segurado.

Estudar: art. 201, IV, CF; art. 27 EC 103/2019; art. 65 a 70, Lei 8.213/91 e art.
81 a 92, RPS.

9.8.10. Salário-maternidade

Esse benefício se aplica, a princípio, à segurada que se encontra em licença


maternidade.

Tem início entre o 28º dia antes do parto e a realização deste.


Além disso, esse benefício tem lugar na hipótese de aborto espontâneo e
também no caso de adoção ou guarda judicial para fins de adoção.

Em regra, esse benefício terá duração de 120 dias, podendo ser ampliado em
60 dias, caso da empresa participe do Programa Empresa Cidadã.

Além disso, é possível a ampliação por recomendação médica, em mais duas


semanas, antes ou depois do parto.

Na hipótese do aborto terá duração de duas semanas.

Para as seguradas empregada, doméstica e trabalhadora avulsa não há


carência.

Para as demais seguradas, há carência de 10 (dez) de contribuição ou


comprovação de atividade rural (segurada especial).

Renda Mensal Inicial:

- empregada e trabalhadora avulsa: o valor da última remuneração, sem


observância do teto de benefícios do RGPS, sendo certo que a empresa
pagará o benefício diretamente à segurada e posteriormente compensará esse
valor;

- empregada doméstica: valor do último salário de contribuição.

- contribuinte individual e segurada facultativa: média dos 12 últimos salários de


contribuição, apurados dentro do limite de 15 meses.
- segurada especial: um salário mínimo.

Atenção: na hipótese de adoção (guarda para adoção), o salário maternidade


será pago à segurada ou ao segurado.

Ademais, havendo o falecimento do segurado, o restante do benefício será


usufruído por seu cônjuge ou companheiro.

Estudar: art. 201, II, CF, art. 71 a 73, Lei 8.213/91 e art. 93 a 103, RPS.

9.8.11. Pensão por morte

Trata-se de benefício pago aos dependentes do segurado.

Para tanto, será necessário comprovar a qualidade de segurado do falecido e a


dependência econômica dos dependentes.

Os dependentes de primeira classe têm sua dependência presumida (o


cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emancipado, de qualquer
condição, menor de 21 anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual,
mental ou deficiência grave).

Os demais dependentes deverão comprovar a sua dependência.

Renda Mensal Inicial: cota familiar de 50% da aposentadoria recebida pelo


segurado ou aposentadoria que ele teria direito na modalidade de aposentadoria
por incapacidade permanente, na data do óbito, acrescida de 10 pontos por
dependente, até o máximo de 100%.
Regras importantes:

a) perde o direito à pensão por morte o condenado criminalmente por sentença


transitada em julgado, como autor, coautor ou partícipe de homicídio doloso, ou
de tentativa desse crime, cometido contra a pessoa do segurado, ressalvados
os absolutamente incapazes e os inimputáveis;

b) perde o direito à pensão por morte o cônjuge ou o companheiro ou a


companheira se comprovada, a qualquer tempo, simulação ou fraude no
casamento ou na união estável, ou a formalização desses com o fim exclusivo
de constituir benefício previdenciário, apurada em processo judicial,
assegurados os direitos ao contraditório e à ampla defesa;

c) o cônjuge divorciado ou separado judicialmente ou de fato, que recebia


pensão de alimentos, receberá a pensão em igualdade de condições com os
demais dependentes;

d) a pensão por morte, havendo mais de um pensionista, será rateada entre


todos, em partes iguais.

e) o pagamento da cota individual da pensão por morte cessa:

- pela morte do pensionista;

- para o filho, o enteado, o menor tutelado ou o irmão, de ambos os sexos, ao


completar vinte e um anos de idade, exceto se o pensionista for inválido ou tiver
deficiência intelectual, mental ou grave;
- para o filho, o enteado, o menor tutelado ou o irmão inválido, pela cessação da
invalidez;

- para o filho, o enteado, o menor tutelado ou o irmão que tenha deficiência


intelectual, mental ou grave, pelo afastamento da deficiência

- pela adoção, para o filho adotado que receba pensão por morte dos pais
biológicos.

- para o cônjuge ou o companheiro ou a companheira:

1. se inválido ou com deficiência, pela cessação da invalidez ou pelo afastamento


da deficiência, respeitados os períodos mínimos, na forma dos itens seguintes;

2. em quatro meses, se o óbito ocorrer sem que o segurado tenha vertido dezoito
contribuições mensais ou se o casamento ou a união estável tiver sido iniciado
a menos de dois anos antes do óbito do segurado; ou

3. transcorridos os seguintes períodos, estabelecidos de acordo com a idade do


beneficiário na data de óbito do segurado, se o óbito ocorrer depois de vertidas
dezoito contribuições mensais e de, no mínimo, dois anos de casamento ou
união estável:

* três anos, com menos de vinte e um anos de idade;

* seis anos, entre vinte e um e vinte e seis anos de idade;

* dez anos, entre vinte e sete e vinte e nove anos de idade;


* quinze anos, entre trinta e quarenta anos de idade;

* vinte anos, entre quarenta e um e quarenta e três anos de idade; ou

* vitalícia, com quarenta e quatro ou mais anos de idade;

- cessa ainda pela perda do direito e

- pelo decurso do prazo remanescente na data do óbito estabelecido na


determinação judicial para recebimento de pensão de alimentos temporários
para o ex-cônjuge ou o ex-companheiro ou a ex-companheira, caso não incida
outra hipótese de cancelamento anterior do benefício.

Estudar: art. 201, V, CF; art. 23 e 24 EC 103/2019; arts. 74 a 79, da Lei 8.213/91
e arts. 105 a 115, Decreto 3.048/99.

9.8.12. Auxílio-reclusão

Esse benefício será devido aos dependentes do segurado de baixa renda (R$
1.655,98), que vier a cumprir pena em regime fechado.

Carência de 24 meses.
Renda mensal inicial: é calculada de acordo com os parâmetros da pensão por
morte, mas sem que exceda ao valor de um salário-mínimo.

Atenção: é vedada a concessão do auxílio-reclusão após a soltura do segurado.

Estudar: art. 201, IV, CF; art. 27 EC 103/2019; art. 80, Lei 8.213/91 e art. 116 a
119, do RPS.
9.8.13. Abono anual

Será devido abono anual ao segurado e ao dependente que, durante o ano,


receberam auxílio por incapacidade temporária, auxílio-acidente, aposentadoria,
salário-maternidade, pensão por morte ou auxílio-reclusão.

O abono anual será calculado, no que couber, da mesma forma que a


gratificação natalina dos trabalhadores e terá por base o valor da renda
mensal do benefício do mês de dezembro de cada ano e o seu pagamento será
efetuado em duas parcelas, da seguinte forma:

- a primeira parcela corresponderá a até cinquenta por cento do valor do


benefício devido no mês de agosto e será paga juntamente com os benefícios
dessa competência; e

- a segunda parcela corresponderá à diferença entre o valor total do abono anual


e o valor da primeira parcela e será paga juntamente com os benefícios da
competência de novembro.

Atenção: o abono anual previdenciário guarda semelhante com a figura do


décimo terceiro salário da legislação trabalhista.

Estudar: 201, § 6º, CF, art. 40, Lei 8.213/91 e art. 120, RPS.

9.8.14. Seguro-desemprego

O art. 201, III, da Constituição Federal estabelece que “a previdência social será
organizada sob a forma do Regime Geral de Previdência Social, de caráter
contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o
equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, na forma da lei, a: (...) proteção ao
trabalhador em situação de desemprego involuntário;”.

Efetivamente, o seguro-desemprego não é financiado por contribuições dos


segurados, nos moldes dos benefícios previdenciários, mas seus recursos são
oriundos do Fundo de Amparo ao Trabalhador – FAT.

O seguro-desemprego está disciplinado na Lei 7.998/90 e consiste em benefício


concedido a trabalhador desempregado por período variável de três a cinco
meses.

MEMORIZAÇÃO E REVISÃO
Período de Corresponde ao número mínimo de contribuições
carência mensais necessárias para que o segurado tenha acesso
a determinada prestação da previdência, consideradas a
partir do transcurso do primeiro dia do mês de sua
competência.
Salário de É o valor básico utilizado para o cálculo da renda mensal
benefício inicial dos principais benefícios do RPGS.

Renda Mensal de Calculada considerando a multiplicação entre o salário de


Benefício benefício e o coeficiente do benefício.
Reajustament o art. 41-A, da Lei 8.213/91 adota como parâmetro o
o do valor de reajustamento anual dos benefícios, na mesma data de
benefício reajuste do salário-mínimo, proporcionalmente (pro rata),
pelo índice INPC
Benefícios em a) Aposentadoria programa ou voluntária
espécie b) Aposentadoria por idade
c) Aposentadoria por tempo de contribuição
d) Aposentadoria Especial
e) Aposentadoria do segurado pessoa com deficiência
f) Aposentadoria por incapacidade permanente (antiga
aposentadoria por invalidez)
g) Auxílio por incapacidade temporária (auxílio-doença).
h) Auxílio-acidente
i) Salário-família
j) Salário-maternidade
k) Pensão por morte
l) Auxílio-reclusão
m) Abono anual
n) Seguro-desemprego
⮚ Capítulo 10 – Manutenção, perda e restabelecimento da qualidade de
segurado

A pessoa mantém a sua qualidade de segurado enquanto exerce atividade


remunerada, ou quando mesmo sem exercer atividade remunerada continua
contribuindo para a seguridade social e, ainda, quando se encontra no período
de graça.

Entende-se por período de graça o intervalo de tempo no qual a pessoa não


contribui para o sistema, mas conserva a condição de segurado.

Assim, mantém a qualidade de segurado, independentemente de


contribuições:

- sem limite de prazo, o segurado que estiver em gozo de benefício, exceto o


auxílio-acidente.

- até 12 meses após a cessação das contribuições, o segurado que deixar de


exercer atividade remunerada ou estiver suspenso ou licenciado sem
remuneração.

Esse prazo será de até 24 meses quando o segurado tiver já vertido mais de
120 contribuições mensais sem interrupção que tenha acarretado na perda da
qualidade de segurado.

Atenção: esses dois prazos podem ser ampliados em até 12 meses se o


segurado estiver desempregado e fizer prova dessa condição.

Atenção: essas regras também se aplicam àquele que se desvincular de RPPS.


- até 12 meses após cessar a segregação, quando o segurado foi acometido de
doença que provoca segregação compulsória;

- até 12 meses após o livramento, o segurado detido ou recluso;

- até 03 meses após o licenciamento, do segurado que foi incorporado às forças


armadas.

- até 06 meses após a cessação das contribuições do segurado facultativo.

Atenção: a perda da qualidade de segurado ocorre no primeiro dia após o


término do prazo para recolhimento da contribuição referente ao mês
imediatamente posterior ao final dos prazos acima estudados.

Considere, por exemplo, a situação de um segurado desempregado.

Estão sem contribuir, o período de graça poderá ser de 12, 24 ou 36 meses (se
comprovar a situação de desemprego).

Suponha que o último mês do período de graça se dê em janeiro.

Neste caso, a proteção previdenciária perdura até o primeiro dia após o término
do prazo para recolhimento da contribuição referente a janeiro.

Considerando que ele poderá efetuar recolhimento até a data de recolhimento


do contribuinte individual, ele teria até o dia 15 de fevereiro.

O período de graça cessaria em 16 de fevereiro.


Ademais, a perda da qualidade de segurado não será considerada para a
concessão das aposentadorias por tempo de contribuição e especial.

Por fim, na hipótese de perda da qualidade de segurado, para fins da concessão


dos benefícios de auxílio por incapacidade temporária, de aposentadoria por
incapacidade permanente, de salário-maternidade e de auxílio-reclusão, as
contribuições anteriores à perda somente serão computadas para fins de
carência depois que o segurado contar, a partir da nova filiação ao RGPS, com
metade do número de contribuições exigidas para o cumprimento do
período de carência.

MEMORIZAÇÃO E REVISÃO
Período de - sem limite de prazo, o segurado que estiver em gozo de
graça benefício, exceto o auxílio-acidente.
- até 12 meses (24 ou 36 meses) após a cessação das
contribuições, o segurado que deixar de exercer atividade
remunerada ou estiver suspenso ou licenciado sem
remuneração.
- até 12 meses após cessar a segregação, quando o
segurado foi acometido de doença que provoca
segregação compulsória;
- até 12 meses após o livramento, o segurado detido ou
recluso;
- até 03 meses após o licenciamento, do segurado que foi
incorporado às forças armadas.
- até 06 meses após a cessação das contribuições do
segurado facultativo.
⮚ Capítulo 11 – Serviços Previdenciários

As prestações da previdência social se dividem em benefícios e serviços. Os


primeiros correspondem ao pagamento de valores, enquanto os segundos se
concretizam em obrigações de fazer.

Os serviços da previdência social são dois: a) serviço social e b) habilitação e


reabilitação profissional.

11.1. Serviço Social

O serviço social constitui atividade auxiliar do seguro social e visa prestar ao


beneficiário orientação e apoio no que concerne à solução dos problemas
pessoais e familiares e à melhoria da sua inter-relação com a previdência social,
para a solução de questões referentes a benefícios, bem como, quando
necessário, à obtenção de outros recursos sociais da comunidade.

Com efeito, compete ao serviço social esclarecer junto aos beneficiários seus
direitos sociais e os meios de exercê-los.

Está disciplinado no art. 18, III, “b”, e 88 da Lei 8.213/91 e Art. 161, do RPS.

Atenção: pode ser usufruído por segurados e dependentes.

Atenção: deve ser dada prioridade de atendimento a segurados em benefício


por incapacidade temporária e atenção especial a aposentados e pensionistas.

Por fim, serviço não depende de carência no contexto do RGPS.


11.2. Habilitação e reabilitação profissional

São serviços direcionados ao beneficiário incapacitado parcial ou totalmente


para o trabalho, e às pessoas com deficiência, devendo proporcionar os meios
para a (re)educação e de (re)adaptação profissional e social indicados para
participar do mercado de trabalho e do contexto em que vive.

A habilitação diz respeito à preparação do indivíduo para inserção no mercado


de trabalho, enquanto a reabilitação trata do retorno daquele que tinha aptidão
para o trabalho, mas encontra-se em situação de incapacidade laboral.

A reabilitação profissional compreende:

a) o fornecimento de aparelho de prótese, órtese e instrumentos de auxílio para


locomoção quando a perda ou redução da capacidade funcional puder ser
atenuada por seu uso e dos equipamentos necessários à habilitação e
reabilitação social e profissional;

b) A reparação ou substituição desses aparelhos;

c) O transporte do acidentado do trabalho.

Está disciplinado no art. 18, III, “c” e art. 89 a 93, da Lei 8.213/91 e Art. 136 a
141, do RPS.

Atenção: esse serviço é devido de maneira obrigatória aos segurados, inclusive


aposentados e, na medida das possibilidades, aos dependentes.
Atenção: concluído o processo de habilitação ou reabilitação será emitido
certificado indicando as atividades que poderão ser exercidas pelo beneficiário,
nada impedindo que este exerça outra atividade para a qual se capacitar.

Por fim, serviço não depende de carência no contexto do RGPS.

MEMORIZAÇÃO E REVISÃO
Serviço Social O serviço social constitui atividade auxiliar do seguro social
e visa prestar ao beneficiário orientação e apoio no que
concerne à solução dos problemas pessoais e familiares e
à melhoria da sua inter-relação com a previdência social,
para a solução de questões referentes a benefícios, bem
como, quando necessário, à obtenção de outros recursos
sociais da comunidade.
Habilitação e São serviços direcionados ao beneficiário incapacitado
reabilitação parcial ou totalmente para o trabalho, e às pessoas com
profissional deficiência, devendo proporcionar os meios para a
(re)educação e de (re)adaptação profissional e social
indicados para participar do mercado de trabalho e do
contexto em que vive.
⮚ Capítulo 12 – Benefícios decorrentes de legislações especiais

12.1 Pensão especial - Síndrome de Talidomida - Lei nº 7.070/1982 e suas


alterações

Trata-se de pensão especial, mensal, vitalícia e intransferível às pessoas com


deficiência decorrente da Síndrome de Talidomida.

O valor da pensão será calculado mediante a multiplicação do número total de


pontos indicadores da natureza e do grau de dependência resultante da
deformidade física, constante do processo de concessão, pelo valor de R$
1.000,00 (nos termos da Lei 8.686/1993).

O valor da pensão nunca poderá ser inferior a um salário-mínimo.

12.2. Pensão especial dos seringueiros - Lei nº 7.986/1989 e suas alterações

É assegurado aos seringueiros recrutados nos termos do Decreto-Lei nº 5.813,


de 14 de setembro de 1943, que tenham trabalhado durante a Segunda Guerra
Mundial nos Seringais da Região Amazônica, amparados pelo Decreto-Lei nº
9.882, de 16 de setembro de 1946, e que não possuam meios para a sua
subsistência e da sua família, o pagamento de pensão mensal vitalícia
correspondente ao valor de 2 (dois) salários-mínimos vigentes no País.

O benefício a que se refere este artigo estende-se aos seringueiros que,


atendendo ao chamamento do governo brasileiro, trabalharam na produção de
borracha, na região Amazônica, contribuindo para o esforço de guerra.
Ademais, o benefício é transferível aos dependentes que comprovem o estado
de carência.

12.3. Pensão especial de ex-combatente - Lei nº 8.059/1990

Esta lei regula a pensão especial devida a quem tenha participado de operações
bélicas durante a Segunda Guerra Mundial, nos termos da Lei nº 5.315, de 12
de setembro de 1967, e aos respectivos dependentes.

A pensão especial corresponderá à pensão militar deixada por segundo-tenente


das Forças Armada, ademais é inacumulável com quaisquer rendimentos
percebidos dos cofres públicos, exceto os benefícios previdenciários.

Acrescente-se que a pensão especial é devida ao ex-combatente e somente em


caso de sua morte será revertida aos dependentes.

12.4. Pensão especial às vítimas de hemodiálise de Caruaru - Lei nº


9.422/1996

Trata-se de pensão especial mensal, retroativa à data do óbito, no valor de um


salário mínimo vigente no País, ao cônjuge, companheiro ou companheira,
descendente, ascendente e colaterais até segundo grau das vítimas fatais de
hepatite tóxica, por contaminação em processo de hemodiálise no Instituto de
Doenças Renais, com sede na cidade de Caruaru, no Estado de Pernambuco,
no período compreendido entre fevereiro e março de 1996, mediante evidências
clínico-epidemiológicas determinadas pela autoridade competente.

Essa não se transmitirá ao sucessor e se extinguirá com a morte do último


beneficiário.
12.5. Pensão vitalícia às vítimas do CÉSIO 137 - Lei nº 9.425/1996

Trata-se de pensão vitalícia, a título de indenização especial, às vítimas do


acidente com a substância radioativa CÉSIO 137, ocorrido em Goiânia, Estado
de Goiás.

A lei ordinária do Estado de Goiás n. 14.226/2002, estabelece o valor da pensão


nos seguintes patamares:

I - R$ 800,00 (oitocentos reais), para os radiolesionados pelo contato direto com


a substância radioativa Césio 137 e para os que receberam irradiação superior
a 100 RAD, e

II - R$ 400,00 (quatrocentos reais), para os demais beneficiários.

12.6. Aposentadoria e pensão excepcional ao anistiado político - Lei nº


10.559/2002 e suas alterações

São declarados anistiados políticos aqueles que, no período de 18 de setembro


de 1946 até 5 de outubro de 1988, por motivação exclusivamente política, foram:

I - atingidos por atos institucionais ou complementares, ou de exceção na plena


abrangência do termo;

II - punidos com transferência para localidade diversa daquela onde exerciam


suas atividades profissionais, impondo-se mudanças de local de residência;
III - punidos com perda de comissões já incorporadas ao contrato de trabalho ou
inerentes às suas carreiras administrativas;

IV - compelidos ao afastamento da atividade profissional remunerada, para


acompanhar o cônjuge;

V - impedidos de exercer, na vida civil, atividade profissional específica em


decorrência das Portarias Reservadas do Ministério da Aeronáutica no S-50-
GM5, de 19 de junho de 1964, e no S-285-GM5;

VI - punidos, demitidos ou compelidos ao afastamento das atividades


remuneradas que exerciam, bem como impedidos de exercer atividades
profissionais em virtude de pressões ostensivas ou expedientes oficiais sigilosos,
sendo trabalhadores do setor privado ou dirigentes e representantes sindicais,
nos termos do § 2o do art. 8o do Ato das Disposições Constitucionais
Transitórias;

VII - punidos com fundamento em atos de exceção, institucionais ou


complementares, ou sofreram punição disciplinar, sendo estudantes;

VIII - abrangidos pelo Decreto Legislativo no 18, de 15 de dezembro de 1961, e


pelo Decreto-Lei no 864, de 12 de setembro de 1969;

IX - demitidos, sendo servidores públicos civis e empregados em todos os níveis


de governo ou em suas fundações públicas, empresas públicas ou empresas
mistas ou sob controle estatal, exceto nos Comandos militares no que se refere
ao disposto no § 5o do art. 8º do Ato das Disposições Constitucionais
Transitórias;
X - punidos com a cassação da aposentadoria ou disponibilidade;

XI - desligados, licenciados, expulsos ou de qualquer forma compelidos ao


afastamento de suas atividades remuneradas, ainda que com fundamento na
legislação comum, ou decorrentes de expedientes oficiais sigilosos.

XII - punidos com a transferência para a reserva remunerada, reformados, ou, já


na condição de inativos, com perda de proventos, por atos de exceção,
institucionais ou complementares, na plena abrangência do termo;

XIII - compelidos a exercer gratuitamente mandato eletivo de vereador, por força


de atos institucionais;

XIV - punidos com a cassação de seus mandatos eletivos nos Poderes


Legislativo ou Executivo, em todos os níveis de governo;

XV - na condição de servidores públicos civis ou empregados em todos os níveis


de governo ou de suas fundações, empresas públicas ou de economia mista ou
sob controle estatal, punidos ou demitidos por interrupção de atividades
profissionais, em decorrência de decisão de trabalhadores;

XVI - sendo servidores públicos, punidos com demissão ou afastamento, e que


não requereram retorno ou reversão à atividade, no prazo que transcorreu de 28
de agosto de 1979 a 26 de dezembro do mesmo ano, ou tiveram seu pedido
indeferido, arquivado ou não conhecido e tampouco foram considerados
aposentados, transferidos para a reserva ou reformados;
XVII - impedidos de tomar posse ou de entrar em exercício de cargo público, nos
Poderes Judiciário, Legislativo ou Executivo, em todos os níveis, tendo sido
válido o concurso.

Os mencionados anistiados é assegurada reparação econômica, de caráter


indenizatório, em prestação única ou em prestação mensal, permanente e
continuada, asseguradas a readmissão ou a promoção na inatividade.

A reparação econômica em prestação única consistirá no pagamento de trinta


salários-mínimos por ano de punição e será devida aos anistiados políticos que
não puderem comprovar vínculos com a atividade laboral.

Já a reparação na forma de prestação mensal, permanente e continuada, será


igual ao da remuneração que o anistiado político receberia se na ativa estivesse,
considerada a graduação a que teria direito, obedecidos os prazos para
promoção previstos nas leis e regulamentos vigentes, e asseguradas as
promoções ao oficialato, independentemente de requisitos e condições,
respeitadas as características e peculiaridades dos regimes jurídicos dos
servidores públicos civis e dos militares, e, se necessário, considerando-se os
seus paradigmas.

12.7 Pensão especial às pessoas atingidas pela hanseníase - Lei nº


11.520/2007

Trata-se de pensão especial, mensal, vitalícia e intransferível, às pessoas


atingidas pela hanseníase e que foram submetidas a isolamento e internação
compulsórios em hospitais-colônia, até 31 de dezembro de 1986, que a
requererem, a título de indenização especial, correspondente a R$ 750,00.
12.8 Pensão especial destinada a crianças com Síndrome Congênita do
Zika Vírus - Lei nº 13.985/2020

Trata-se de pensão especial destinada a crianças com Síndrome Congênita do


Zika Vírus, nascidas entre 1º de janeiro de 2015 e 31 de dezembro de 2019,
beneficiárias do Benefício de Prestação Continuada (BPC) de que trata o art. 20
da Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993.

A pensão especial será mensal, vitalícia e intransferível e terá o valor de


um salário-mínimo.

MEMORIZAÇÃO E REVISÃO
Pensão O valor da pensão será calculado mediante a multiplicação
especial - do número total de pontos indicadores da natureza e do
Síndrome de grau de dependência resultante da deformidade física,
Talidomida - Lei constante do processo de concessão, pelo valor de R$
nº 7.070/1982 e 1.000,00 (nos termos da Lei 8.686/1993).
suas alterações
Pensão É assegurado aos seringueiros recrutados nos termos do
especial dos Decreto-Lei nº 5.813, de 14 de setembro de 1943, que
seringueiros - tenham trabalhado durante a Segunda Guerra Mundial nos
Lei nºSeringais da Região Amazônica, amparados pelo Decreto-
7.986/1989 eLei nº 9.882, de 16 de setembro de 1946, e que não
suas alterações possuam meios para a sua subsistência e da sua família,
o pagamento de pensão mensal vitalícia correspondente
ao valor de 2 (dois) salários-mínimos vigentes no País.
Pensão A pensão especial corresponderá à pensão militar deixada
especial de ex- por segundo-tenente das Forças Armada, ademais é
combatente -
Lei nº inacumulável com quaisquer rendimentos percebidos dos
8.059/1990 cofres públicos, exceto os benefícios previdenciários.
Pensão Trata-se de pensão especial mensal, retroativa à data do
especial às óbito, no valor de um salário mínimo vigente no País, ao
vítimas de cônjuge, companheiro ou companheira, descendente,
hemodiálise de ascendente e colaterais até segundo grau das vítimas
Caruaru - Lei nº fatais de hepatite tóxica, por contaminação em processo
9.422/1996 de hemodiálise no Instituto de Doenças Renais, com sede
na cidade de Caruaru, no Estado de Pernambuco, no
período compreendido entre fevereiro e março de 1996.
Pensão vitalícia A lei ordinária do Estado de Goiás n. 14.226/2002,
às vítimas do estabelece o valor da pensão nos seguintes patamares:
CÉSIO 137 - Lei I - R$ 800,00 (oitocentos reais), para os radiolesionados
nº 9.425/1996 pelo contato direto com a substância radioativa Césio 137
e para os que receberam irradiação superior a 100 RAD, e
II - R$ 400,00 (quatrocentos reais), para os demais
beneficiários.
Aposentadoria A reparação econômica em prestação única consistirá no
e pensão pagamento de trinta salários-mínimos por ano de punição
excepcional ao e será devida aos anistiados políticos que não puderem
anistiado comprovar vínculos com a atividade laboral.
político - Lei nº Já a reparação na forma de prestação mensal,
10.559/2002 e permanente e continuada, será igual ao da remuneração
suas alterações que o anistiado político receberia se na ativa estivesse,
considerada a graduação a que teria direito, obedecidos
os prazos para promoção previstos nas leis e
regulamentos vigentes, e asseguradas as promoções ao
oficialato, independentemente de requisitos e condições,
respeitadas as características e peculiaridades dos
regimes jurídicos dos servidores públicos civis e dos
militares, e, se necessário, considerando-se os seus
paradigmas
Pensão Trata-se de pensão especial, mensal, vitalícia e
especial às intransferível, às pessoas atingidas pela hanseníase e que
pessoas foram submetidas a isolamento e internação compulsórios
atingidas pela em hospitais-colônia, até 31 de dezembro de 1986, que a
hanseníase - Lei requererem, a título de indenização especial,
nº 11.520/2007 correspondente a R$ 750,00.

Pensão Trata-se de pensão especial destinada a crianças com


especial Síndrome Congênita do Zika Vírus, nascidas entre 1º de
destinada a janeiro de 2015 e 31 de dezembro de 2019, beneficiárias
crianças com do Benefício de Prestação Continuada (BPC) de que trata
Síndrome o art. 20 da Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993.
Congênita do A pensão especial será mensal, vitalícia e intransferível e
Zika Vírus - Lei terá o valor de um salário-mínimo.
nº 13.985/2020
⮚ Capítulo 13 - Seguro desemprego pescador artesanal - Seguro
defeso - Lei nº 10.779/2003, Decreto nº 8.424/2015 e suas alterações

O pescador artesanal desde que exerça sua atividade profissional


ininterruptamente, de forma artesanal e individualmente ou em regime de
economia familiar, fará jus ao benefício do seguro-desemprego, no valor de
1 (um) salário-mínimo mensal, durante o período de defeso de atividade
pesqueira para a preservação da espécie.

Considera-se profissão habitual ou principal meio de vida a atividade exercida


durante o período compreendido entre o defeso anterior e o em curso, ou nos 12
(doze) meses imediatamente anteriores ao do defeso em curso, o que for menor.

O benefício será cancelado nas seguintes hipóteses:

- início de atividade remunerada;

- início de percepção de outra renda;

- morte do beneficiário;

- desrespeito ao período de defeso; ou

- comprovação de falsidade nas informações prestadas para a obtenção do


benefício.

Por fim, esse benefício será arcado pelo Fundo de Amparo ao Trabalhador.

MEMORIZAÇÃO E REVISÃO
Seguro defeso O pescador artesanal desde que exerça sua atividade
profissional ininterruptamente, de forma artesanal e
individualmente ou em regime de economia familiar, fará
jus ao benefício do seguro-desemprego, no valor de 1 (um)
salário-mínimo mensal, durante o período de defeso de
atividade pesqueira para a preservação da espécie.
⮚ Capítulo 14 – Lei Orgânica da Assistência Social

O art. 1º, da Lei 8.742/93, define que a assistência social é direito do cidadão e
dever do Estado, sendo uma política de Seguridade Social não contributiva, que
provê os mínimos sociais, sendo realizada por meio de um conjunto integrado
de ações de iniciativa pública e da sociedade, para garantir o atendimento às
necessidades básicas.

Atenção: nos termos do art. 194, da Constituição Federal, a Seguridade Social


é um conjunto integrado de ações que visam assegurar os direitos relativos à
saúde, à assistência social e à previdência social, de iniciativa do Poder Público
e de toda sociedade.

Portanto, quando pensarmos em assistência social devemos lembrar que ela


integra a seguridade social, que é um sistema tripartite.

É importante destacar que a assistência social é um sistema não


contributivo, dessa forma, não se exige qualquer contribuição pecuniária
específica para ter acesso aos benefícios e serviços da assistência social.

14.1 Benefício de prestação continuada - BPC/LOAS

O BPC é a garantia de um salário-mínimo mensal à pessoa com deficiência


e ao idoso, com idade igual ou superior a 65 anos, que comprovem não possuir
meios para prover a própria manutenção e nem tê-la provida por sua família.

Características importantes:
a) o BPC integra a proteção social básica no âmbito do SUAS, em consonância
com a Política Nacional de Assistência Social.

b) o BPC destina-se ao enfrentamento da pobreza, à garantia da proteção


social, ao provimento de condições para atender contingenciais sociais e à
universalização dos direitos sociais.

c) o BPC é integrado a outras políticas setoriais.

d) Compete ao Ministério da Cidadania a implementação, a regulação, a


coordenação-geral, o financiamento, o monitoramento e a avaliação do BPC,
sem prejuízo de iniciativas compartilhadas com entes federativos.

e) O INSS é responsável pela operacionalização do BPC.

Definições importantes:

a) considera-se idoso, para fins de concessão do BPC, a pessoa com 65 anos


ou mais.

b) considera-se pessoa com deficiência, para fins de concessão do BPC, a


pessoa com impedimento de longo prazo (por 2 anos ou mais) de natureza física,
mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras,
pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de
condições com as demais pessoas.

c) Incapacidade: fenômeno multidimensional que abrange limitação do


desempenho de atividade e restrição de participação, com redução efetiva e
acentuada da capacidade de inclusão social, em correspondência à interação
entre a pessoa com deficiência e seu ambiente físico ou social.

d) compreende-se por família o grupo de pessoas composto pelo requerente, o


cônjuge ou companheiro, os pais e, na ausência de um deles, a madrasta ou
padrasto, os irmãos solteiros, os filhos, os enteados solteiros e os menores
tutelados, desde que vivam sob o mesmo tempo.

e) considera-se incapaz de prover o sustento do idoso ou da pessoa com


deficiência a família cuja renda mensal bruta per capita (por pessoa/por
cabeça) seja igual ou inferior a ¼ do salário-mínimo.

Também é possível adotar-se outros critérios de elegibilidade para o benefício,


de maneira que famílias cuja renda mensal bruta per capita seja igual ou
inferior a ½ do salário-mínimo também sejam contempladas com o BPC.

Assim, outros critérios podem ser considerados para comprovar a miserabilidade


e a vulnerabilidade econômica:

* grau de deficiência;

* dependência de terceiros para o desempenho de atividade básicas da vida


diária (idoso);

* comprometimento do orçamento familiar com medicamentos, alimentação


especial e outros itens necessários para a preservação da vida (não fornecidos
pelo poder público).
f) renda mensal bruta familiar: a soma dos rendimentos brutos auferidos
mensalmente pelos membros da família composta por salários, proventos,
pensões, pensões alimentícias, benefícios da previdência pública ou privada,
seguro-desemprego, comissões, pro-labore e outros rendimentos do trabalho
não assalariado, do mercado informal, do trabalho autônomo, renda mensal
vitalícia e benefício de prestação continuada.

Demais regras sobre o BPC:

a) para fins de reconhecimento do direito ao BPC às crianças e adolescentes


menores de dezesseis anos, deve ser avaliada a existência de deficiência e o
seu impacto na limitação do desempenho de atividade e restrição de participação
social, compatível com a idade.

b) A condição de acolhimento em instituições de longa permanência não


prejudica o direito do idoso ou da pessoa com deficiência ao BPC.

c) O BPC não pode ser acumulado com outro benefício de qualquer âmbito da
seguridade social (inclusive o seguro-desemprego), ressalvados os da
assistência médica e da pensão especial de natureza indenizatória.

d) A acumulação do BPC com a remuneração oriunda do contrato de


aprendizagem perdura pelo prazo máximo de 2 anos.

e) A concessão do BPC ficará sujeita a avaliação da deficiência e do grau de


impedimento composta por avaliação médica e avalição social, realizada pelo
INSS.
f) Na hipótese de não haver na localidade onde se situa o requerente, as equipes
mencionadas, ficará assegurado o seu encaminhamento para localidade mais
próxima onde puder ocorrer a avaliação.

g) O BPC é devido ao brasileiro, nato ou naturalizado, e às pessoas com


nacionalidade portuguesa, desde que comprovem, em qualquer dos casos,
residência no Brasil e atendam aos demais critérios.

h) O benefício de prestação continuada deve ser revisto a cada 2 anos.

14.2 Auxílio-Inclusão e Lei nº 14.176/2021

Destina-se à pessoa com deficiência moderada ou grave que:

– receba o benefício de prestação continuada e passe a exercer atividade:

a) que tenha remuneração limitada a 2 (dois) salários-mínimos; e

b) que enquadre o beneficiário como segurado obrigatório do Regime Geral de


Previdência Social ou como filiado a regime próprio de previdência social da
União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios;

– tenha inscrição atualizada no CadÚnico no momento do requerimento do


auxílio-inclusão;

– tenha inscrição regular no CPF; e


– atenda aos critérios de manutenção do benefício de prestação continuada,
incluídos os critérios relativos à renda familiar mensal per capita exigida para o
acesso ao benefício.

Seu valor corresponde a 50% do valor do benefício de prestação continuada.

Atenção: o auxílio-inclusão será concedido automaticamente pelo INSS,


observado o preenchimento dos demais requisitos, mediante constatação, pela
própria autarquia ou pelo Ministério da Cidadania, de acumulação do benefício
de prestação continuada com o exercício de atividade remunerada.

Estudar: art. 26-A a 26-H, da Lei 8.742/1993.

14.3 Lei nº 8.742/1993 e suas alterações e Decreto nº 6.214/2007

Tendo em vista a referência à legislação que organiza a assistência social e o


benefício de prestação continuada da assistência social, é relevante tecer
algumas considerações sobre a assistência social de maneira geral.

O art. 1º, da Lei 8.742/93, define que a assistência social é direito do cidadão e
dever do Estado, sendo uma política de Seguridade Social não contributiva, que
provê os mínimos sociais, sendo realizada por meio de um conjunto integrado
de ações de iniciativa pública e da sociedade, para garantir o atendimento às
necessidades básicas.

14.3.1. objetivos da assistência social

I – Proteção social, que visa à garantia da vida, à redução de danos e à


prevenção de incidência de riscos, especialmente:
a) proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice;

b) amparo às crianças e aos adolescentes carentes;

c) promoção e integração ao mercado de trabalho;

d) habilitação e reabilitação das pessoas com deficiência e sua integração à vida


comunitária; e

e) garantia de 1 salário-mínimo mensal à pessoa com deficiência e ao idoso que


comprovem não possuir meios de prover a sua própria manutenção ou de tê-la
provida por sua família – BPC.

II – Vigilância socioassistencial, que visa analisar territorialmente a


capacidade protetiva das famílias e nela a ocorrência de vulnerabilidades, de
ameaças, de vitimizações e danos.

III – Defesa de direitos, que visa garantir o pleno acesso aos direitos no conjunto
das provisões socioassistenciais.

Para o enfrentamento da pobreza, a assistência social realiza-se de forma


integrada às políticas setoriais, garantindo mínimos sociais e provendo
condições para atender contingências sociais e promovendo a universalização
de direitos sociais.

14.3.2. Princípios da assistência social


a) Supremacia do atendimento às necessidades sociais sobre a exigência
de rentabilidade econômica.

b) Universalização dos direitos sociais, a fim de tornar o destinatário da ação


assistencial alcançável pelas demais políticas públicas.

c) Respeito à dignidade do cidadão, à sua autonomia e ao seu direito a


benefícios e serviços de qualidade, bem como à convivência familiar e
comunitária, vedando-se qualquer comprovação vexatória de necessidade.

d) Igualdade de direitos no acesso ao atendimento sem discriminação de


qualquer natureza, garantindo-se equivalências às populações urbanas e
rurais.

e) Divulgação ampla de benefícios, serviços, programas e projetos


assistenciais, bem como dos recursos oferecidos pelo Poder Público e dos
critérios para sua concessão.

14.3.3. Diretrizes da assistência social

a) Descentralização político-administrativa para os Estados, Distrito Federal


e os Municípios, e comando único das ações em cada esfera de governo;

b) Participação da população, por meio de organizações de representante, na


formulação de políticas e no controle das ações em todos os níveis;

c) Primazia da responsabilidade do Estado na condução da política pública


de assistência social em cada esfera de governo.
14.3.4. Organização e gestão da assistência social

14.3.4.1. Conselho Nacional de Assistência Social

O CNAS é órgão superior de deliberação colegiada, vinculado à estrutura do


órgão da Administração Pública Federal responsável pela coordenação da
Política Nacional de Assistência Social, cujos membros, nomeados pelo
Presidente da República, têm mandato por dois anos, permitida uma única
recondução por igual período.

O CNAS é composto por 18 (dezoito) membros e respectivos suplentes, sendo:

* 9 representantes governamentais, incluindo 1 dos Estados e 1 dos Municípios;


* 9 representantes da sociedade civil, dentre representantes dos usuários, das
entidades de assistência social e dos trabalhadores no setor, escolhidos em foro
próprio, sob fiscalização do MPF.

Atenção: o Conselho Nacional de Assistência Social tem composição paritária


entre governo e sociedade civil.

Atenção: o CNAS é presidido por um de seus membros, para mandato de 1 (um)


ano, permitida uma única recondução por igual período.

Dentre suas atribuições, vale destacar as mais cobradas em provas:

- aprovação da Política Nacional de Assistência Social;

- normatizar as ações e regular a prestação de serviços de natureza pública e


privada no campo da assistência social;
- acompanhar e fiscalizar o processo de certificação das entidades e
organizações de assistência social
(etc).

14.3.4.2. Outros conselhos

Além do CNAS é importante mencionar a existência de Conselhos de Assistência


Social em outros níveis federativos, nos termos do art. 16, Lei 8.742/93:

- Conselhos Estaduais de Assistência Social;

- Conselho de Assistência Social do Distrito Federal;

- Conselhos Municipais de Assistência Social.

14.3.4.3. SUAS

O Sistema Único de Assistência Social está disciplinado no art. 6º, da LOAS, a


quem incumbe a gestão da assistência social, sendo definido como um
sistema descentralizado e participativo, tendo por objetivo a proteção à
família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice, e como base de
organização, o território.

Vale destacar os principais objetivos:

a) consolidar a gestão compartilhada, o cofinanciamento e a cooperação técnica


entre os entes federativos que, de modo articulado, operam a proteção social
não contributiva;
b) integrar a rede pública e privada de serviços, programas, projetos e benefícios
de assistência social;

c) estabelecer as responsabilidades dos entes federativos na organização,


regulação, manutenção e expansão das ações de assistência social;

14.3.4.4. Proteção social

Nos termos do art. 6º-A, da Lei 8.742/93, a assistência social se divide em


proteção social básica e proteção social especial.

A proteção social básica é o conjunto de serviços, programas, projetos e


benefícios da assistência social que visa prevenir situações de
vulnerabilidade e risco social por meio do desenvolvimento de potencialidades
e aquisições e fortalecimento de vínculos familiares e comunitários.

A proteção social especial é o conjunto de serviços, programas e projetos que


tem por objetivo contribuir para reconstrução de vínculos familiares e
comunitários, a defesa de direito, o fortalecimento das potencialidades e
aquisições e a proteção de famílias e indivíduos para o enfrentamento das
situações de violação de direitos.

Atenção: a proteção social especial se divide em média e alta complexidade.

14.3.4.5. Centros de Referência

As proteções sociais (básica e especial) serão ofertadas precipuamente (não


exclusivamente) no Centro de Referência de Assistência Social – CRAS e no
Centro de Referência Especializado de Assistência Social – CREAS, e,
também, pelas entidades sem fins lucrativas de assistência social.

a) CRAS: é unidade pública municipal, de base territorial, localizada em áreas


com maiores índices de vulnerabilidades e risco social, destinada à articulação
dos serviços socioassistenciais no seu território de abrangência e à prestação
de serviços, programas e projetos socioassistenciais de proteção social básica
às famílias.

Atenção: o principal serviço do CRAS é o Serviço de Proteção e Atendimento


Integral à Família (sigla) PAIF

b) CREAS: é a unidade pública de abrangência e gestão municipal, estadual ou


regional, destinada à prestação de serviços a indivíduos e famílias que se
encontram em situação de risco pessoal ou social, por violação de direitos ou
contingência, que demandam intervenção especializada da proteção social
especial

Atenção: o principal serviço do CREAS é o Serviço de Proteção e Atendimento


Especializado a Famílias e Indivíduos (PAEFI).

c) Entidades e Organizações sem fins lucrativos

Os tipos de entidades e organizações privadas sem fins lucrativos que integram


a assistência social estão delineadas no art. 3º, Lei 8.742/93:

- atendimento: são aquelas entidades que prestam serviços dirigidos às famílias


e indivíduos em situações de vulnerabilidade e risco social e pessoal.
- assessoramento: suas ações são voltadas para o fortalecimento dos
movimentos sociais e das organizações de usuários, formação e capacitação de
lideranças.

- de defesa e garantia de direitos: suas ações são voltadas para a defesa e


efetivação dos direitos socioassistenciais, construção de novos direitos,
promoção da cidadania e enfrentamento das desigualdades sociais.

MEMORIZAÇÃO E REVISÃO
BPC O BPC é a garantia de um salário-mínimo mensal à pessoa
com deficiência e ao idoso, com idade igual ou superior a
65 anos, que comprovem não possuir meios para prover a
própria manutenção e nem tê-la provida por sua família.
Parâmetro de Considera-se incapaz de prover o sustento do idoso ou da
renda pessoa com deficiência a família cuja renda mensal bruta
per capita (por pessoa/por cabeça) seja igual ou inferior a
¼ do salário-mínimo.
É possível adotar-se outros critérios de elegibilidade para
o benefício, de maneira que famílias cuja renda mensal
bruta per capita seja igual ou inferior a ½ do salário-mínimo
também sejam contempladas com o BPC.
Assim, outros critérios podem ser considerados para
comprovar a miserabilidade e a vulnerabilidade
econômica:
* grau de deficiência;
* dependência de terceiros para o desempenho de
atividade básicas da vida diária (idoso);
* comprometimento do orçamento familiar com
medicamentos, alimentação especial e outros itens
necessários para a preservação da vida (não fornecidos
pelo poder público).
Auxílio- Seu valor corresponde a 50% do valor do benefício de
Inclusão prestação continuada.
⮚ Capítulo 15 - Regimes Próprios de Previdência Social (União,
estados, Distrito Federal e municípios)

Os Regimes Próprios de Previdência Social são regimes previdenciários dos


servidores públicos ocupantes de cargos efetivos da União, dos Estados, do
DF e dos Municípios, à luz do art. 40, da CF.

Características dos Regimes Próprios de Previdência Social:

a) são regimes previdenciários de caráter contributivo e solidário;

b) o custeio é tripartite, pois conta com contribuições do respectivo ente


federativo, de servidores ativos e de aposentados e pensionistas;

c) Assim como o RGPS, devem observar critérios para preservação do equilíbrio


financeiro e atuarial;

d) as regras do RGPS se aplicam, no que couber, de maneira subsidiária, aos


RPPSs.

e) Os regimes próprios se limitam aos servidores ocupantes de cargos efetivos,


não alcançando os ocupantes de cargos em comissão, de livre nomeação e
exoneração, ocupantes de outros cargos temporários, inclusive mandato eletivo,
e os empregados públicos;

f) O servidor que atingiu os requisitos para aposentadoria voluntária e permanece


em atividade tem direito ao abono permanência.

Ademais, a EC n. 103/2019 estabeleceu novos regramentos para os RPPSs:


a) o Art. 9º, § 2º, da EC 103/2019, dispõe que o rol de benefícios dos regimes
próprios fica limitado às aposentadorias e às pensões por morte.

b) A EC 103/2019 estabeleceu uma alteração no caput do art. 40, da CF:

Com efeito, na redação anterior, constava que aos Servidores da União, dos
Estados, do DF e dos Municípios eram “assegurado” um regime próprio de
previdência social.

Todavia, a nova redação do art. 40, CF, não apresenta mais a palavra
“assegurado”.

Isso sugere que até a EC 103/2019, havia uma obrigação imposta aos entes
federativos de criação de um regime próprio, o que teria sido revogado pela
emenda constitucional.

Essa interpretação é confirmada pelo § 22, do art. 40 (EC 103/2019), que dispõe
ser “vedada a instituição de novos regimes próprios de previdência social”.

Ainda, o mencionado § 22 prescreve que lei complementar federal estabelecerá


normas gerais de organização e funcionamento para os regimes próprios
existentes, dispondo, inclusive, sobre os requisitos para extinção dos regimes
próprios e para migração para o RGPS.

Atenção: há posicionamento doutrinários que apontam a inconstitucionalidade


da vedação para criação de novos regimes próprios.
c) os afastamentos por incapacidade temporária para o trabalho e o salário-
maternidade serão custeados diretamente pelo ente federativo e não às custas
do regime próprio.

d) Os Estados, o DF, os Municípios não poderão estabelecer alíquota inferior à


dos servidores da União, no que tange às contribuições, exceto se demonstrado
que o respectivo regime próprio não possui déficit atuarial a ser equacionado,
hipótese em que não poderá estabelecer alíquota inferior a do RGPS.

15.1 Certidão de Tempo de Contribuição e Contagem recíproca

É possível que uma pessoa se vincule, ao longo de sua vida de trabalho, a


diferentes regimes previdenciários.

A certidão de tempo de contribuição é o documento que registra os períodos


de vínculos que corresponderem a serviços prestados na condição de servidor
estatutário, sendo fornecido pelo órgão público competente, salvo se o órgão de
vinculação do servidor não tiver instituído regime próprio de previdência social.
Igualmente, INSS pode emitir certidão de tempo de contribuição para
utilização no serviço público ou para inativação militar, visando o cômputo do
tempo de contribuição na atividade privada, rural e urbana.

Considerando o que vimos acima, o segurado terá direito de computar, para fins
de concessão dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social, o tempo
de contribuição na administração pública federal direta, autárquica e fundacional.

Ainda, poderá ser contado o tempo de contribuição na administração pública


direta, autárquica e fundacional dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, desde que estes assegurem aos seus servidores, mediante
legislação própria, a contagem de tempo de contribuição em atividade vinculada
ao RGPS.

Portanto, é possível a transferência do tempo de trabalho na iniciativa privada e


no setor público, entre os diferentes regimes.

15.2 Compensação previdenciária, Lei nº 9.796/1999 e Decreto nº


10.188/2019

A lei n. 9.796/1999 disciplina a compensação financeira entre o Regime Geral de


Previdência Social e os regimes próprios de previdência social dos servidores da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, na hipótese de
contagem recíproca de tempos de contribuição.

Aqui, duas categorias são importantes:

a) regime de origem: o regime previdenciário ao qual o segurado ou servidor


público esteve vinculado sem que dele receba aposentadoria ou tenha gerado
pensão para seus dependentes

b) regime instituidor: o regime previdenciário responsável pela concessão e


pagamento de benefício de aposentadoria ou pensão dela decorrente a
segurado ou servidor público ou a seus dependentes com cômputo de tempo de
contribuição no âmbito do regime de origem.

O Regime Geral de Previdência Social, como regime instituidor, tem direito de


receber de cada regime de origem compensação financeira.
Para tanto, deve apresentar a cada regime de origem os seguintes dados
referentes a cada benefício concedido com cômputo de tempo de contribuição
no âmbito daquele regime de origem:

- identificação do segurado e, se for o caso, de seu dependente;

- a renda mensal inicial e a data de início do benefício;

- o percentual do tempo de serviço total do segurado correspondente ao tempo


de contribuição no âmbito daquele regime de origem.

Igualmente, cada regime próprio de previdência de servidor público tem direito,


como regime instituidor, de receber do Regime Geral de Previdência Social,
enquanto regime de origem, compensação financeira.

Para tanto, deve apresentar ao Regime Geral de Previdência Social, além das
normas que o regem, os seguintes dados referentes a cada benefício concedido
com cômputo de tempo de contribuição no âmbito do Regime Geral de
Previdência Social:

- identificação do servidor público e, se for o caso, de seu dependente;

- o valor dos proventos da aposentadoria ou pensão dela decorrente e a data de


início do benefício;

- o tempo de serviço total do servidor e o correspondente ao tempo de


contribuição ao Regime Geral de Previdência Social.

MEMORIZAÇÃO E REVISÃO
RPPS Os Regimes Próprios de Previdência Social são regimes
previdenciários dos servidores públicos ocupantes de
cargos efetivos da União, dos Estados, do DF e dos
Municípios, à luz do art. 40, da CF.
Características a) são regimes previdenciários de caráter contributivo e
solidário;
b) o custeio é tripartite, pois conta com contribuições do
respectivo ente federativo, de servidores ativos e de
aposentados e pensionistas;
c) Assim como o RGPS, devem observar critérios para
preservação do equilíbrio financeiro e atuarial;
d) as regras do RGPS se aplicam, no que couber, de
maneira subsidiária, aos RPPSs.
e) Os regimes próprios se limitam aos servidores
ocupantes de cargos efetivos, não alcançando os
ocupantes de cargos em comissão, de livre nomeação e
exoneração, ocupantes de outros cargos temporários,
inclusive mandato eletivo, e os empregados públicos;
f) O servidor que atingiu os requisitos para aposentadoria
voluntária e permanece em atividade tem direito ao abono
permanência.
Novas Regras a) o Art. 9º, § 2º, da EC 103/2019, dispõe que o rol de
da EC n. benefícios dos regimes próprios fica limitado às
103/2019 aposentadorias e às pensões por morte.
b) vedada a instituição de novos regimes próprios de
previdência social”.
c) os afastamentos por incapacidade temporária para o
trabalho e o salário-maternidade serão custeados
diretamente pelo ente federativo e não às custas do regime
próprio.
d) Os Estados, o DF, os Municípios não poderão
estabelecer alíquota inferior à dos servidores da União, no
que tange às contribuições, exceto se demonstrado que o
respectivo regime próprio não possui déficit atuarial a ser
equacionado, hipótese em que não poderá estabelecer
alíquota inferior a do RGPS.
⮚ Capítulo 16 – Demais itens do edital

O edital da prova para o INSS de 2022 faz referência à legislação básica da


seguridade social e da previdência social, a saber:

a) Emenda Constitucional nº 103/2019;

b) Lei Complementar nº 142/2013;

c) Lei nº 8.212/1991 e suas alterações;

d) Lei nº 8.213/1991 e suas alterações;

e) Decreto nº 3.048/1999 e suas alterações; e

f) Instrução Normativa PRES/INSS nº 128/2022.

Assim, considerando a inclusão de instrução normativa dentre os temas que


podem ser objeto de cobrança na prova (o que não estava no edital de 2015) e
considerando a recente publicação da IN 128/2022, nós elaboraremos um
simulado especial focado na mencionada instrução normativa.

Por fim, o edital também alocou nos tópicos de seguridade social os temas “o
servidor público como agente de desenvolvimento social” e “saúde e qualidade
de vida no serviço público”, que são assuntos típicos do regime jurídico dos
servidores públicos e não diz respeito à seguridade social em si.

De todo modo, embora tenham baixa incidência, os temas também serão objeto
de simulado específico, cobrindo toda a temática.
Com isso concluímos o PDF de seguridade social, desejando a você uma
excelente prova!

Vamos juntos em busca da sua aprovação.


⮚ Capítulo 17 – Questões

1. (INSS – Técnico do Seguro Social – CEBRASPE - 2016) No que se refere


à seguridade social no Brasil, julgue os itens seguintes.

A seguridade social é organizada mediante gestão quadripartite, com


participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do
governo nos órgãos colegiados.

CERTO ou ERRADO.

Gabarito: CERTO

Justificativa: a seguridade social compreende um conjunto integrado de ações


do poder público e da sociedade civil com vistas a assegurar direitos relativos à
saúde, assistência social e previdência. Nesse contexto, o art. 194, VII, da CF
estabelece o caráter democrático e descentralizado da administração, mediante
gestão quadripartite, com participação dos agentes enunciados na questão:
trabalhadores, empregadores, aposentados e governo.

2. (INSS – Técnico do Seguro Social – CEBRASPE - 2016) No que se refere


à seguridade social no Brasil, julgue os itens seguintes.

A Lei Eloy Chaves, que criou em cada uma das empresas de estradas de ferro
existentes no país uma caixa de aposentadoria e pensões para os respectivos
empregados, foi o primeiro ato normativo a tratar de seguridade social no Brasil.

CERTO ou ERRADO
Gabarito: ERRADO

Justificativa: é correto afirmar que a Lei Eloy Chaves pode ser considerada o
marco inicial da previdência social, contudo previdência social não se confunde
com a seguridade social (esta é mais ampla e engloba a saúde e a assistência
social). Nesse sentido, é preciso investigar quais seriam os primeiros normativos
a tratar da seguridade social, o que pode remontar à criação das Santas Casas
de Misericórdia, sendo a mais antiga de 1543, às Irmandades de Ordens
Terceiras, ao Plano de Beneficência dos Órfãos e Viúvas da Marinha, todos
ainda do Período Colonial.

3. (INSS – Técnico do Seguro Social – CEBRASPE - 2016) No que se refere


à seguridade social no Brasil, julgue os itens seguintes.

Na década de 30 do século passado, as caixas de aposentadoria e pensões


foram reunidas nos institutos de aposentadoria e pensão, organizados pelo
Estado como autarquias federais. Em 1966, esses institutos foram
transformados no INPS.

CERTO ou ERRADO

Gabarito: ANULADA

Justificativa: efetivamente, as caixas de aposentadoria e pensões, instituídas


por empresa, foram agrupados nos institutos de aposentadoria e pensão, com
caráter nacional e amparo na atividade econômica desenvolvida. Esses institutos
foram unificados no Instituto Nacional de Previdência Social. Porém a questão
foi anulada em virtude do fato de que embora o INPS tenha sido criado pelo
Decreto-Lei 72/1966, ele somente foi instituído em 1º de janeiro de 1967.
4. (INSS – Técnico do Seguro Social – CEBRASPE - 2016) No que se refere
à seguridade social no Brasil, julgue os itens seguintes.

A CF define seguridade social como um conjunto integrado de ações de iniciativa


dos poderes públicos e da sociedade destinadas a assegurar direitos relativos à
saúde, à previdência e à assistência social.

CERTO ou ERRADO

Gabarito: CERTO

Justificativa: a assertiva está correta na medida em que reproduz o exato texto


do art. 194, “caput”, da Constituição Federal, cujo teor também está replicado na
Lei 8.212/91 e no Decreto 3.048/99. Com efeito, a seguridade social é um
conjunto composto pela saúde, previdência e assistência social.

5. (INSS – Técnico do Seguro Social – CEBRASPE - 2016) No que se refere


à seguridade social no Brasil, julgue os itens seguintes.

De acordo com o princípio da universalidade da seguridade social, os


estrangeiros no Brasil poderão receber atendimento da seguridade social.

CERTO ou ERRADO

Gabarito: CERTO

Justificativa: a seguridade social também contempla a extensão de sua


proteção social a estrangeiros, como evidencia a situação do atendimento
médico em postos de saúde pública ou a condição de segurado obrigatório da
previdência social, que pode ser ostentada por brasileiros e estrangeiros a
depender das características do vínculo mantido com o tomador de serviços.

6. (INSS – Técnico do Seguro Social – CEBRASPE - 2016) Com relação ao


conteúdo e à autonomia da legislação previdenciária, julgue o item abaixo.

Lei complementar editada pela União poderá autorizar os estados e o DF a


legislar sobre questões específicas relacionadas à seguridade social.

CERTO ou ERRADO

Gabarito: CERTO

Justificativa: o art. 22, XXIII, da Constituição Federal, estabelece ser


competência privativa da União legislar sobre seguridade social. Não obstante,
o parágrafo único do referido art. 22, da CF, dispõe que lei complementar poderá
autorizar Estados a legislar sobre questões específicas de competência privativa
da União. Por fim, o art. 32, § 1º, da CF, atribui ao Distrito Federal as
competências legislativas reservados aos Estados e Municípios.

7. (INSS – Técnico do Seguro Social – CEBRASPE - 2016) Com base no


disposto na Lei n.º 8.213/1991, julgue os itens a seguir, acerca dos segurados
do RGPS.

Situação hipotética: Pedro trabalha como professor remunerado de uma escola


particular e, concomitantemente, explora atividade econômica agropecuária em
regime de economia familiar em uma chácara de dois módulos fiscais.
Assertiva: Nessa situação, Pedro é segurado obrigatório do RGPS em relação a
cada uma das atividades realizadas.

CERTO ou ERRADO

Gabarito: ERRADO

Justificativa: como regra, aquele que se enquadra como segurado especial


(considerando o enunciado – explora atividade econômica agropecuária, em
regime familiar, em até 4 módulos fiscais) perde essa condição quando se
enquadrar em qualquer outra categoria de segurado obrigatório.

Assim, em um primeiro olhar poderíamos compreender que ao desenvolver a


atividade de professor em escola particular, a banca estaria indicando ao
candidato que Pedro seria segurado obrigatório na condição de empregado,
resultando na impossibilidade de enquadramento concomitante como segurado
especial.

Porém, a banca poderia ter primado pelo cuidado na redação da questão e


informado o número de dias trabalhados no ano civil como professor, na medida
em que o segurado especial conserva essa condição na hipótese de exercício
de atividade remunerada em período não superior a cento e vinte dias, corridos
ou intercalados, no ano civil.

8. (INSS – Técnico do Seguro Social – CEBRASPE - 2016) Com base no


disposto na Lei n.º 8.213/1991, julgue os itens a seguir, acerca dos segurados
do RGPS.
Brasileiro contratado pela Organização das Nações Unidas, da qual o Brasil faz
parte como membro efetivo, é considerado segurado obrigatório do RGPS,
mesmo que domiciliado e contratado no exterior, salvo se estiver coberto por
regime próprio de previdência social.

CERTO ou ERRADO

Gabarito: CERTO

Justificativa: o brasileiro civil que trabalha no exterior para organismo oficial


internacional do qual o Brasil seja membro efetivo, ainda que domiciliado e
contratado no exterior, é segurado obrigatório na modalidade de contribuinte
individual, exceto se já coberto por regime próprio de previdência social, nos
termos do art. 11, V, “e”, da Lei 8.213/91.

9. (INSS – Técnico do Seguro Social – CEBRASPE - 2016) Com base no


disposto na Lei n.º 8.213/1991, julgue os itens a seguir, acerca dos segurados
do RGPS.

Pastor evangélico que atue exclusivamente em sua atividade religiosa é


considerado segurado facultativo do RGPS.

CERTO ou ERRADO

Gabarito: ERRADO

Justificativa: o pastor, assim como outros ministro de confissão religiosa e o


membro de instituto de vida consagrada, de congregação ou de ordem religiosa
são enquadrados como contribuintes individuais nos termos do art. 11, V, “c”, da
Lei 8.213/91. Vale destacar que não se considera remuneração direta ou indireta
os valores despendidos pelas entidades religiosas e instituições de ensino
vocacional com ministro de confissão religiosa, membros de instituto de vida
consagrada, de congregação ou de ordem religiosa em face do seu mister
religioso ou para sua subsistência, desde que fornecidos em condições que
independam da natureza e da quantidade do trabalho executado.

10. (INSS – Técnico do Seguro Social – CEBRASPE - 2016) Com base no


disposto na Lei n.º 8.213/1991, julgue os itens a seguir, acerca dos segurados
do RGPS.

É considerado segurado obrigatório do RGPS na qualidade de contribuinte


individual o associado eleito para cargo de direção em cooperativa, associação
ou entidade de qualquer natureza, mesmo que não receba remuneração.

CERTO ou ERRADO

Gabarito: ERRADO

Justificativa: aqui é pertinente rememorar que a Previdência Social é um


sistema contributivo, de maneira que a filiação ao Regime Geral de Previdência
Social decorre do exercício de algum tipo de atividade remunerada ou que
forneça recursos e vantagens que podem ter expressão em dinheiro.

Na eventualidade de uma pessoa ser eleita como diretor de cooperativa ou


qualquer outro tipo de associação, devemos verificar se ela recebe ou não
alguma remuneração em razão disso.
Será considerada como contribuinte individual desde que receba remuneração,
do contrário não será filiada como segurado obrigatório.

11. (INSS – Técnico do Seguro Social – CEBRASPE - 2016) Com base no


disposto na Lei n.º 8.213/1991, julgue os itens a seguir, acerca dos segurados
do RGPS.

Síndica do condomínio predial em que resida e que receba como pró-labore a


quantia equivalente a um salário-mínimo será considerada segurada obrigatória
do RGPS na qualidade de empregada.

CERTO ou ERRADO

Gabarito: ERRADO

Justificativa: aquele que for eleito síndico do condomínio e receba remuneração


ou, então, auferia a vantagem de deixar de contribuir com a cota condominial,
será enquadrado como contribuinte individual e não empregado, nos termos do
art. 11, V, “f”, da Lei 8.211/91.

12. (INSS – Técnico do Seguro Social – CEBRASPE - 2016) Com base no


disposto na Lei n.º 8.213/1991, julgue os itens a seguir, acerca dos segurados
do RGPS.

O pescador que exerça essa atividade como principal meio de vida é


considerado segurado especial mesmo que tenha empregados permanentes.

CERTO ou ERRADO
Gabarito: ERRADO

Justificativa: a condição de segurado especial, no contexto da atividade


pesqueira, pressupõe que a pesca seja realizada de maneira artesanal e em
regime de economia familiar.

Ademais, perde-se a condição de segurado especial quando a pessoa mantém


vínculos empregatícios permanentes, na medida em que a legislação possibilita
ao segurado especial, para manutenção desse enquadramento, trabalhar
apenas 120 dias no ano civil.

13. (INSS – Técnico do Seguro Social – CEBRASPE - 2016) Com relação ao


segurado especial e ao segurado facultativo, julgue os próximos itens à luz do
Decreto n.º 3.048/1999.

Situação hipotética: Maria, com vinte e dois anos de idade, recebe bolsa de
estudos para se dedicar em tempo integral a trabalho de pesquisa, não
possuindo qualquer vinculação a regime de previdência. Assertiva: Nessa
situação, Maria poderá filiar-se facultativamente ao RGPS.

CERTO ou ERRADO

Gabarito: CERTO

Justificativa: a pessoa que recebe bolsa de estudos para dedicar-se à atividade


acadêmica, assim como o estagiário, não são segurados obrigatórios do Regime
Geral de Previdência Social.
Por conta disso, poderão se filiar de maneira facultativa ao regime para contar
com a proteção previdenciária, nos termos do art. 11, § 1º, VII e VIII, do Decreto
3.048/99.

14. (INSS – Técnico do Seguro Social – CEBRASPE - 2016) Com relação ao


segurado especial e ao segurado facultativo, julgue os próximos itens à luz do
Decreto n.º 3.048/1999.

O recebimento de dinheiro decorrente de programa assistencial oficial do


governo federal descaracteriza a condição de segurado especial.

CERTO ou ERRADO

Gabarito: ERRADO

Justificativa: o segurado especial é a pessoa física que se dedica à atividade


agropecuária, extrativista vegetal ou à pesca artesanal em regime de economia
familiar e poderá contribuir para a previdência mediante alíquota sobre a
comercialização de sua produção.

O art. 9º, § 18º, do Decreto 3.048/99, estabelece algumas hipóteses que não
descaracterizam a condição de segurado especial, dentre as quais se encontra
a participação como beneficiário ou integrante de grupo familiar que tem algum
componente que seja beneficiário de programa assistencial oficial do governo.
15. (INSS – Técnico do Seguro Social – CEBRASPE - 2016) A respeito da
inscrição e da filiação dos segurados obrigatórios e facultativos na forma do
Decreto n.º 3.048/1999, julgue os itens a seguir.

A filiação do segurado obrigatório ao RGPS decorre automaticamente do


exercício da atividade remunerada.

CERTO ou ERRADO

Gabarito: CERTO

Justificativa: a filiação e a inscrição são figuras diferentes. Enquanto por


inscrição devemos compreender as medidas de natureza burocrática,
envolvendo a entrega da documentação para registro no Regime Geral de
Previdência Social, a filiação é um efeito automático decorrente do exercício de
atividade remunerada.

Ou seja, basta que a pessoa exerça qualquer atividade que lhe garanta renda
para que já esteja filiada ao sistema, mesmo antes de sua inscrição.

16. (INSS – Técnico do Seguro Social – CEBRASPE - 2016) A respeito da


inscrição e da filiação dos segurados obrigatórios e facultativos na forma do
Decreto n.º 3.048/1999, julgue os itens a seguir.

Desde que presentes os demais pressupostos da filiação, admite-se a inscrição


post mortem do segurado especial.

CERTO ou ERRADO
Gabarito: CERTO

Justificativa: a inscrição é o ato pelo qual o segurado é cadastrado no RGPS,


por intermédio da comprovação dos dados pessoais, assumindo aspectos de
atividade burocrática ou de formalização. Nesse contexto, a legislação admite a
inscrição de algumas modalidades de segurado após a morte, como é o caso do
segurado especial.

Vale acrescentar, para fins didáticos, que não se admite a inscrição post mortem
do segurado contribuinte individual e do segurado facultativo.

17. (INSS – Técnico do Seguro Social – CEBRASPE - 2016) A respeito da


inscrição e da filiação dos segurados obrigatórios e facultativos na forma do
Decreto n.º 3.048/1999, julgue os itens a seguir.

A filiação ao RGPS na qualidade de segurado facultativo pode retroagir,


permitindo-se o recolhimento das contribuições relativas a competências
anteriores à data da inscrição.

CERTO ou ERRADO

Gabarito: ERRADO

Justificativa: a filiação do segurado facultativo não é automática, pois sendo ele


facultativa a sua filiação ao Regime Geral de Previdência Social decorre de ato
de vontade.
Assim, a filiação representa ato volitivo que gera efeitos a partir da inscrição e
do primeiro recolhimento, não podendo retroagir, bem como não se admitindo o
pagamento de contribuições relativas a competências anteriores.

18. (INSS – Técnico do Seguro Social – CEBRASPE - 2016) A respeito da


inscrição e da filiação dos segurados obrigatórios e facultativos na forma do
Decreto n.º 3.048/1999, julgue os itens a seguir.

Os dados constantes dos cadastros informatizados da previdência social, como


o Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS), valem como prova da
filiação à previdência social, do tempo de contribuição e dos salários-de-
contribuição, desde que acompanhados de outras provas documentais.

CERTO ou ERRADO

Gabarito: ERRADO

Justificativa: o artigo 19, do Decreto 3.048/99, estabelece que os dados


constantes do Cadastro Nacional de Informações Sociais relativos à vínculos,
remunerações e contribuições valem como prova de filiação, tempo de
contribuição e salário-de-contribuição. Com efeito, o mencionado artigo não faz
ressalva no sentido de que as informações do CNIS devem estar acompanhadas
de outras provas documentais.

19. (INSS – Técnico do Seguro Social – CEBRASPE - 2016) Julgue os itens


seguintes à luz do Decreto n.º 3.048/1999 e da CF.
O indivíduo que, não sendo detentor de cargo efetivo, for nomeado para um
cargo em comissão no âmbito da União não será segurado obrigatório do RGPS.

CERTO ou ERRADO

Gabarito: ERRADO

Justificativa: o cargo em comissão pode ser ocupado por um servidor ou por


alguém de fora da administração, como no exercício apresentado. Assim, aquele
que vier a ser nomeado para um cargo em comissão e não seja detentor de
cargo efetivo será filiado ao Regime Geral de Previdência Social.

Efetivamente, o art. 9º, I, “i”, do Decreto 3.048/99, dispõe que será enquadrado
como segurado empregado no RGPS o servidor da União, Estados, DF e
Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, a pessoa ocupante,
exclusivamente, de cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e
exoneração.

Essa questão é importante para reforçar que nem todos aqueles que mantêm
vínculo de regime jurídico-administrativo com a Administração serão filiados ao
Regime Próprio de Previdência Social.

20. (INSS – Técnico do Seguro Social – CEBRASPE - 2016) Julgue os itens


seguintes à luz do Decreto n.º 3.048/1999 e da CF.

Situação hipotética: João exerce atividade econômica com finalidade lucrativa


na sua própria residência. Recentemente, ele contratou Maria para fazer a
limpeza de sua residência, de forma habitual e remunerada, e, inclusive, atender
clientes.
Assertiva: Nessa situação, João será considerado empregador doméstico com
relação aos serviços prestados por Maria.

CERTO ou ERRADO

Gabarito: ERRADO

Justificativa: João é empregador de Maria, porém não pode ser considerado


empregador doméstico. Isso porque a atividade desenvolvida por Maria não
caracteriza o trabalho doméstico regulamentado na Lei Complementar n.
150/2015.

Com efeito, o trabalho doméstico é aquele realizado por pessoa física, de


maneira pessoal, onerosa, contínua, subordinada, para pessoa ou família, no
âmbito residencial destas, por mais de dois dias na semana, sem finalidade
lucrativa.

Na medida em que parte das atividades de Maria envolve o atendimento a


clientes de João, a trabalhadora está integrada à atividade econômica e não
doméstica.

Por isso, as partes mantêm vínculo empregatício comum, regulamentado pela


CLT, e não vínculo empregatício doméstico.

21. (INSS – Técnico do Seguro Social – CEBRASPE - 2016) Julgue os itens


seguintes à luz do Decreto n.º 3.048/1999 e da CF.

Equiparar-se-á a empresa, para os fins do RGPS, a pessoa física que, para fazer
uma reforma na própria casa, contratar um mestre de obras e um ajudante.
CERTO ou ERRADO

Gabarito: CERTO

Justificativa: para fins previdenciários, considera-se empresa a firma individual


ou a sociedade que assume o risco de atividade econômica urbana ou rural, com
fins lucrativos ou não, bem como os órgãos e as entidades da administração
pública direta, indireta e fundacional.

Verifica-se, portanto, tratar-se de um conceito amplo, completado ainda pelas


figuras que se equiparam à empresa, dentre as quais encontrados o proprietário
ou dono de obra de construção civil, quando pessoa física, em relação a
segurado que lhe presta serviço, nos moldes do art. 12, IV, do Decreto 3.048/99.

22. (INSS – Técnico do Seguro Social – CEBRASPE - 2016) Com relação ao


financiamento da seguridade social, julgue os seguintes itens.

Em caso de eventuais insuficiências financeiras decorrentes do pagamento de


benefícios de prestação continuada, a previdência social poderá elevar alíquotas
das contribuições sociais de empregados e empregadores até o limite do débito
apurado.

CERTO ou ERRADO

Gabarito: ERRADO
Justificativa: em caso de insuficiência de recursos para pagamento de
benefícios de prestação continuada no contexto da Previdência Social, a União
é quem deverá garantir a cobertura desses valores, na forma da Lei
Orçamentária Anual, conforme o art. 196, parágrafo único, do Decreto 3.048/99.

23. (INSS – Técnico do Seguro Social – CEBRASPE - 2016) Com relação ao


financiamento da seguridade social, julgue os seguintes itens.

Além da contribuição proveniente de empregados e empregadores, são fontes


de custeio da seguridade social, de forma direta e indireta, os recursos oriundos
dos orçamentos da União, dos estados, do DF e dos municípios.

CERTO ou ERRADO

Gabarito: CERTO

Justificativa: a Seguridade Social (conjunto integrado de ações destinadas a


concretizar o direito à saúde, à previdência e à assistência social) será custeada
por toda a sociedade, de maneira direita, por intermédio das contribuições, e de
forma indireta, mediante recursos oriundos do orçamento da União, Estados,
Distrito Federal e Municípios.

24. (INSS – Técnico do Seguro Social – CEBRASPE - 2016) Julgue os


próximos itens, relativos às contribuições dos segurados empregados, dos
empregados domésticos e dos segurados facultativos.

A alíquota de contribuição, para custeio da seguridade social, dos segurados


facultativos e dos segurados empregados é a mesma e varia segundo o salário-
de-contribuição.
CERTO ou ERRADO

Gabarito: ERRADO

Justificativa: seja ao tempo em que essa questão foi cobrada, seja nos dias
atuais, o gabarito é o mesmo, na medida em que as contribuições dos segurados
facultativos e empregados sempre foram diferentes.

Atualmente, a contribuição do segurado facultativo sobre o salário-de-


contribuição será, em regra, de 20%, sendo admitido o recolhimento em valores
inferiores (11% e 5%).

Já a contribuição do segurado empregado, nos dias atuais, observa as alíquotas


de 7,5%, 9%, 12% e 14%, aplicadas de forma progressiva e incidindo cada
alíquota sobre a faixa de valores compreendida nos respectivos limites,
conforme o art. 28, da EC n. 103/2019.

25. (INSS – Técnico do Seguro Social – CEBRASPE - 2016) Julgue os


próximos itens, relativos às contribuições dos segurados empregados, dos
empregados domésticos e dos segurados facultativos.

A alíquota de contribuição do empregado doméstico para o custeio da


seguridade social é inferior à alíquota aplicável aos demais empregados.

CERTO ou ERRADO

Gabarito: ERRADO
Justificativa: a alíquota de contribuição sobre o salário-de-contribuição é a
mesma para o segurado empregado, empregado doméstico e trabalhador
avulso, sendo definida nos percentuais de 7,5%, 9%, 12% e 14%, conforme o
art. 28, da Emenda Constitucional n. 103/2019.

26. (INSS – Técnico do Seguro Social – CEBRASPE - 2016) No que se refere


à contribuição de empresas e empregadores domésticos para o financiamento
da seguridade social, julgue os itens subsequentes.

A contribuição do empregador doméstico é de 20% e incide sobre o salário-


mínimo.

CERTO ou ERRADO

Gabarito: ERRADO

Justificativa: a contribuição do empregador doméstico corresponde a 8,8%,


sendo 8% de contribuição social básica, geral ou comum e 0,8% especificamente
voltada para financiamento do seguro contra acidentes de trabalho.

Além disso, a alíquota incide sobre o salário-de-contribuição do empregado


doméstico, que corresponde à remuneração registrada em sua Carteira de
Trabalho e Previdência Social.

27. (INSS – Técnico do Seguro Social – CEBRASPE - 2016) No que se refere


à contribuição de empresas e empregadores domésticos para o financiamento
da seguridade social, julgue os itens subsequentes.
A contribuição empresarial de associação desportiva que mantenha equipe de
futebol profissional distingue-se da contribuição exigida de outras empresas.

CERTO ou ERRADO

Gabarito: CERTO

Justificativa: a contribuição da associação desportiva que mantém equipe de


futebol profissional, em substituição às contribuições definidas para a
generalidade das empresas, corresponde a cinco por cento da receita bruta,
decorrente dos espetáculos desportivos de que participem em todo território
nacional em qualquer modalidade desportiva, inclusive jogos internacionais, e de
qualquer forma de patrocínio, licenciamento de uso de marcas e símbolos,
publicidade, propaganda e de transmissão de espetáculos desportivos.

28. (INSS – Técnico do Seguro Social – CEBRASPE - 2016) A respeito do


custeio da seguridade social, julgue os itens que se seguem.

Constitui fonte de receita da seguridade social um percentual incidente sobre os


valores arrecadados com os resultados dos leilões de bens apreendidos pela
Receita Federal do Brasil.

CERTO ou ERRADO

Gabarito: CERTO

Justificativa: além das contribuições sociais e dos recursos orçamentários, a


seguridade social ainda conta com outras fontes de receitas, apontadas no art.
27, da Lei 8.212/91. Por conta disso, 40% do resultado dos leilões dos bens
apreendidos pela Receita Federal será destinado ao financiamento da
seguridade social.

29. (INSS – Técnico do Seguro Social – CEBRASPE - 2016) A respeito do


custeio da seguridade social, julgue os itens que se seguem.

Para efeito de custeio dos benefícios da aposentadoria especial e dos


concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa
decorrente dos riscos ambientais do trabalho, as alíquotas aplicadas incidem
exclusivamente sobre a remuneração do segurado sujeito a condições especiais
que lhe prejudiquem a saúde ou a integridade física.

CERTO ou ERRADO

Gabarito: ANULADA

Justificativa: após a apreciação de recursos, a banca considerou que utilização


da expressão “custeio dos benefícios da aposentadoria especial” prejudicou o
julgamento do item.

Em realidade, há uma confusão no texto da questão envolvendo o financiamento


dos benefícios concedidos em razão de agravos à saúde do trabalhador e em
razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos
ambientais do trabalho e o financiamento, específico, das aposentadorias
especiais decorrentes de agravos à saúde.

De fato, haverá contribuição sobre a folha de salário nos percentuais de 1, 2 e


3%, com variação decorrente do Fator Acidentário de Prevenção.
Ocorre que além disso, haverá contribuição adicional sobre a remuneração do
segurado nas alíquotas de doze, nove ou seis pontos percentuais, conforme a
atividade exercida pelo segurado a serviço da empresa que permita a concessão
de aposentadoria especial após quinze, vinte ou vinte e cinco anos de
contribuição, respectivamente.

Assim, há uma contribuição geral relativa à saúde do trabalhador e outra


adicional especificamente para aquele que exerça atividade que autorize a
concessão de aposentadoria especial.

30. (INSS – Técnico do Seguro Social – CEBRASPE - 2016) A respeito do


custeio da seguridade social, julgue os itens que se seguem.

Parte dos valores arrecadados com concurso de prognósticos promovidos por


órgãos do poder público ou por sociedades comerciais ou civis dentro do
território nacional é destinada ao custeio da seguridade social.

CERTO ou ERRADO

Gabarito: CERTO

Justificativa: o art. 195, da CF, estabelece o financiamento da seguridade social


mediante recursos orçamentários e contribuições sociais arcadas pelos
empregadores, empregados, importadores e sobre a receita de concursos de
prognósticos.

31. (INSS – Técnico do Seguro Social – CEBRASPE - 2016) Em cada um dos


próximos itens, é apresentada uma situação hipotética acerca de salário-de-
contribuição, seguida de uma assertiva a ser julgada.
Bruna, empregada da empresa Vargas & Vargas Cia. Ltda., entrou em gozo de
licença-maternidade. Nessa situação, haverá incidência da contribuição
previdenciária sobre o valor recebido por Bruna a título de salário-maternidade.

CERTO ou ERRADO

Gabarito: ERRADO

Justificativa: ao tempo em que essa questão foi cobrada, o candidato deveria


indicar como correta a assertiva, na medida em que então o salário-maternidade
era objeto de contribuição previdenciária.

Contudo, o STF declarou a inconstitucionalidade dessa regra no Tema n. 72,


estabelecendo a seguinte tese: “é inconstitucional a incidência de contribuição
previdenciária a cargo do empregador sobre o salário maternidade.”.

32. (INSS – Técnico do Seguro Social – CEBRASPE - 2016) Em cada um dos


próximos itens, é apresentada uma situação hipotética acerca de salário-de-
contribuição, seguida de uma assertiva a ser julgada.

Gustavo inscreveu-se na previdência social na condição de segurado facultativo.


Nessa situação, o salário-de-contribuição de Gustavo deverá variar entre um
salário-mínimo e o teto máximo fixado em portaria interministerial.

CERTO ou ERRADO

Gabarito: CERTO
Justificativa: o salário-de-contribuição do segurado facultativo corresponde ao
valor por ele declarado, observado o salário-mínimo como piso e o limite máximo
do salário-de-contribuição como teto, nos termos do art. 28, IV, da Lei 8.212/91.

33. (INSS – Técnico do Seguro Social – CEBRASPE - 2016) Em cada um dos


próximos itens, é apresentada uma situação hipotética acerca de salário-de-
contribuição, seguida de uma assertiva a ser julgada.

Zilda mantém vínculo empregatício com a empresa Y e com a empresa Z, das


quais recebe remuneração mensal equivalente a dois e três salários-mínimos,
respectivamente. Nessa situação, a contribuição previdenciária de Zilda deverá
incidir sobre os valores recebidos de ambos os empregos.

CERTO ou ERRADO

Gabarito: CERTO

Justificativa: a pessoa que exerce mais de uma atividade remunerada sujeita


ao Regime Geral de Previdência Social é obrigatoriamente filiada ao regime em
relação a cada uma delas.

Assim, haverá contribuição previdenciária sobre os valores recebidos nas


diferentes atividades, nos termos do art. 9º, § 13º, do Decreto 3.048/99,
observando-se os limites do salário-de-contribuição.

34. (INSS – Técnico do Seguro Social – CEBRASPE - 2016) Em cada um dos


próximos itens, é apresentada uma situação hipotética acerca de salário-de-
contribuição, seguida de uma assertiva a ser julgada.
O contrato de trabalho de Carlos, empregado da empresa L & M Ltda., foi
rescindido antes que ele pudesse usufruir de férias vencidas. Nessa situação,
haverá a incidência de contribuição previdenciária sobre a importância paga a
título de indenização das férias vencidas e sobre o respectivo adicional
constitucional.

CERTO ou ERRADO

Gabarito: ERRADO

Justificativa: de maneira sintética, o salário-de-contribuição é composto por


valores e utilidades recebidas pelo segurado como retribuição ao trabalho.
Quando o trabalhador usufrui as férias, elas integram o salário-de-contribuição,
porém quando elas são pagas na modalidade de férias vencidas, não usufruídas,
o valor das férias e do adicional constitucional de um terço não integram o
salário-de-contribuição, já que neste caso as férias são indenizadas.

35. (INSS – Técnico do Seguro Social – CEBRASPE - 2016) Com referência


a arrecadação e recolhimento das contribuições destinadas à seguridade social,
julgue os itens que se seguem.

As empresas são obrigadas a arrecadar a contribuição do segurado contribuinte


individual a seu serviço, descontando-a da respectiva remuneração.

CERTO ou ERRADO

Gabarito: CERTO
Justificativa: em regra, o contribuinte individual é responsável por efetuar o
recolhimento de suas contribuições, porém no caso em que o contribuinte
individual presta servidor para uma empresa, esta será responsável pelo
recolhimento

36. (INSS – Técnico do Seguro Social – CEBRASPE - 2016) Com referência


a arrecadação e recolhimento das contribuições destinadas à seguridade social,
julgue os itens que se seguem.

A isenção de contribuição previdenciária concedida às pessoas jurídicas de


direito privado estende-se aos seus empregados e aos trabalhadores avulsos a
seu serviço.

CERTO ou ERRADO

Gabarito: ERRADO

Justificativa: a questão se refere à isenção de contribuição previdenciária


concedida às entidades beneficentes de assistência social que atendam às
exigências estabelecidas em lei, nos termos do art. 195, § 7º, da CF.

Porém, essa isenção diz respeito a esses tomadores de serviço mencionados,


não se estendendo àqueles que lhe prestam serviço. Em razão disso, a pessoa
jurídica de direito privado isenta está obrigada a arrecadar a contribuição do
segurado empregado e do trabalhador avulso que lhe preste serviço,
descontando-a de sua remuneração, consoante o art. 216, § 4º, do Decreto n.
3.048/99.
37. (INSS – Técnico do Seguro Social – CEBRASPE - 2016) Com referência
a arrecadação e recolhimento das contribuições destinadas à seguridade social,
julgue os itens que se seguem.

Compete à Receita Federal do Brasil arrecadar e fiscalizar o recolhimento das


contribuições sociais previstas na CF.

CERTO ou ERRADO

Gabarito: CERTO

Justificativa: o INSS já teve a atribuição de arrecadar e fiscalizar o recolhimento


das contribuições, porém isso foi alterado pela Lei 11.457/2007, que ampliou as
atribuições da Receita Federal.

Assim, nos termos do art. 2º, da Lei 11.457/2007, cabe à Secretaria da Receita
Federal do Brasil planejar, executar, acompanhar e avaliar as atividades relativas
a tributação, fiscalização, arrecadação, cobrança e recolhimento das
contribuições sociais previstas nas alíneas a, b e c do parágrafo único do art. 11
da Lei n. 8.212, de 24 de julho de 1991, e das contribuições instituídas a título
de substituição.

38. (INSS – Técnico do Seguro Social – CEBRASPE - 2016) A respeito do


recolhimento de contribuição previdenciária fora do prazo, julgue os itens
subsequentes.

As contribuições devidas à seguridade social já descontadas dos segurados


empregados e não recolhidas até seu vencimento poderão ser objeto de acordo
para pagamento parcelado.
CERTO ou ERRADO

Gabarito: CERTO

Justificativa: ao tempo em que foi cobrada essa questão, a assertiva deveria


ser considerada “errada”, pois então estava vigente o art. 244, § 1º, do Decreto
n. 3.048/99, que estabelecia a proibição do parcelamento das contribuições
sociais da seguridade social já descontadas dos segurados.

Porém, esse dispositivo foi revogado em 2020, de maneira que atualmente a


assertiva deve ser considerada correta à luz artigo 195, § 11, da CF, que autoriza
o parcelamento das contribuições sociais até o limite de sessenta meses.

39. (INSS – Técnico do Seguro Social – CEBRASPE - 2016) A respeito do


recolhimento de contribuição previdenciária fora do prazo, julgue os itens
subsequentes.

As contribuições sociais incluídas ou não em notificação fiscal de lançamento ou


inscritas em dívida ativa que forem pagas com atraso estarão sujeitas a
atualização monetária, juros de mora e multa, a qual varia entre 8% e 20% sobre
o crédito devido.

CERTO ou ERRADO

Gabarito: ERRADO
Justificativa: na legislação previdenciária, a multa pode ser estabelecida no
intervalo de 8% a 100%, a depender da situação do crédito em atraso, nos
moldes do art. 239, III, do Decreto 3.048/99.

40. (INSS – Técnico do Seguro Social – CEBRASPE - 2016) Maria, proprietária


de uma sorveteria situada em uma cidade litorânea, adquiriu, de forma
financiada, dois novos freezers para seu estabelecimento comercial. Em razão
do período de baixa temporada, ocorreu considerável queda nas vendas da
sorveteria, e o seu faturamento tornou-se insuficiente para arcar com todas as
despesas. Diante dessa situação e visando honrar com o pagamento das
prestações dos freezers, Maria deixou de repassar à previdência social as
contribuições previdenciárias recolhidas dos cinco funcionários do
estabelecimento, no prazo e na forma legal, tendo incorrido em crime contra
seguridade social.

Tendo como referência essa situação hipotética e com base nas disposições
legais a respeito dos crimes contra a seguridade social, julgue os próximos itens.

Iniciada ação fiscal em desfavor de Maria, o juiz responsável pelo processo não
poderá deixar de aplicar pena, ainda que Maria efetue os pagamentos devidos,
seja ré primária e goze de bons antecedentes.

CERTO ou ERRADO

Gabarito: ERRADO

Justificativa: considera-se crime de apropriação indébita previdenciária o ato


de deixar de repassar à previdência social as contribuições recolhidas dos
contribuintes, no prazo e forma legal ou convencional.
O art. 168-A, § 2º, do Código Penal, contudo, estabelece a extinção da
punibilidade se o agente, por sua própria vontade, efetua o recolhimento das
contribuições antes do início da ação fiscal.

41. (INSS – Técnico do Seguro Social – CEBRASPE - 2016) Maria, proprietária


de uma sorveteria situada em uma cidade litorânea, adquiriu, de forma
financiada, dois novos freezers para seu estabelecimento comercial. Em razão
do período de baixa temporada, ocorreu considerável queda nas vendas da
sorveteria, e o seu faturamento tornou-se insuficiente para arcar com todas as
despesas. Diante dessa situação e visando honrar com o pagamento das
prestações dos freezers, Maria deixou de repassar à previdência social as
contribuições previdenciárias recolhidas dos cinco funcionários do
estabelecimento, no prazo e na forma legal, tendo incorrido em crime contra
seguridade social.

Tendo como referência essa situação hipotética e com base nas disposições
legais a respeito dos crimes contra a seguridade social, julgue os próximos itens.

A conduta de Maria configura crime de apropriação indébita previdenciária, para


o qual a pena prevista é reclusão e multa.

CERTO ou ERRADO

Gabarito: CERTO

Justificativa: a prática do crime de apropriação indébita previdenciária sujeita o


infrator à pena de reclusão de dois a cinco anos e multa, nos moldes do parágrafo
único, do art. 168-A, do CP.
42. (INSS – Técnico do Seguro Social – CEBRASPE - 2016) Mateus requereu
ao órgão regional do INSS a conversão de auxílio-doença em aposentadoria por
invalidez. O INSS indeferiu o pedido de Mateus por considerar que a doença que
o acometera era curável, e que, por isso, ele era suscetível de reabilitação.

Acerca dessa situação hipotética e dos recursos nos processos administrativos


de competência do INSS, julgue os itens que se seguem.

Caso seja interposto recurso contra a decisão que indeferiu o pedido de Mateus,
o órgão regional do INSS que proferiu a decisão não poderá reformá-la, devendo
encaminhar o recurso à instância competente.

CERTO ou ERRADO

Gabarito: ERRADO

Justificativa: inicialmente, é importante destacar a nova designação dos


benefícios previdenciários mencionados na questão. Assim, após a reforma da
previdência, temos o auxílio por incapacidade temporária (antigo auxílio-doença)
e o auxílio por incapacidade permanente (antiga aposentadoria por invalidez).

Isso posto, o INSS poderá exercer juízo de retratação e reformar a própria


decisão, deixando de encaminhar a contestação ou recurso para a instância
competente quando sua revisão importar em decisão favorável ao interessado,
conforme consta no art. 305, § 3º, do Decreto 3.048/99.

43. (INSS – Técnico do Seguro Social – CEBRASPE - 2016) Mateus requereu


ao órgão regional do INSS a conversão de auxílio-doença em aposentadoria por
invalidez. O INSS indeferiu o pedido de Mateus por considerar que a doença que
o acometera era curável, e que, por isso, ele era suscetível de reabilitação.

Acerca dessa situação hipotética e dos recursos nos processos administrativos


de competência do INSS, julgue os itens que se seguem.

Contra a decisão do INSS pelo indeferimento, Mateus poderá interpor recurso


administrativo, que será julgado, em primeira instância, pela Câmara de
Julgamento da Previdência Social.

CERTO ou ERRADO

Gabarito: ERRADO

Justificativa: o órgão responsável por julgar o apelo, em primeiro grau recursal,


se denomina Junta de Recursos.

Efetivamente, o Conselho de Recursos da Previdência Social é dividido em três


graus hierárquicos: Junta de Recursos; Câmaras de Julgamento e Conselho
Pleno.

44. (INSS – Técnico do Seguro Social – CEBRASPE - 2016) Com relação a


contribuições sociais dos segurados e(ou) a decadência e prescrição
relativamente a benefícios previdenciários, cada um dos próximos itens
apresenta uma situação hipotética, seguida de uma assertiva a ser julgada.

Dagoberto obteve aposentadoria por tempo de contribuição concedida pelo INSS


em junho de 2012. Entretanto, o INSS não efetuou o pagamento do abono anual
proporcional do ano de 2012 nem o do ano de 2013. Nessa situação, atualmente,
Dagoberto não mais tem direito a exigir o pagamento dos abonos anuais
referentes aos anos de 2012 e 2013, visto que está prescrito o direito ao
percebimento das referidas prestações.

CERTO ou ERRADO

Gabarito: ERRADO

Justificativa: considerando a data da prova em que essa questão foi cobrada,


a assertiva está errada pois o não pagamento da prestação previdenciária está
sujeito ao prazo prescricional de cinco anos, nos termos do art. 103, parágrafo
único, da Lei 8.213/91.

45. (INSS – Técnico do Seguro Social – CEBRASPE - 2016) Com relação a


contribuições sociais dos segurados e(ou) a decadência e prescrição
relativamente a benefícios previdenciários, cada um dos próximos itens
apresenta uma situação hipotética, seguida de uma assertiva a ser julgada.

Ronaldo, segurado contribuinte individual da previdência social, optou pela


contribuição de alíquota reduzida, de 11%, que exclui o direito ao benefício de
aposentadoria por tempo de contribuição. Nessa situação, caso pretenda obter
aposentadoria por tempo de contribuição, Ronaldo poderá fazer a
complementação da diferença entre o percentual pago e o percentual devido,
acrescida de juros moratórios.

CERTO ou ERRADO

Gabarito: CERTO
Justificativa: o contribuinte individual e o segurado facultativo contam com a
possibilidade de efetuar contribuições com alíquotas inferiores (11% e 5%), com
renúncia ao benefício de aposentadoria por tempo de contribuição.

Todavia, se após efetuar recolhimentos nessas modalidades, o interessado


passe a pretender contar com esse período para fins de tempo de contribuição,
deverá complementar a contribuição mensal com o recolhimento da diferença
entre o valor anteriormente vertido e o corresponde a 20% do limite mínimo do
salário-de-contribuição, com juros.

46. (INSS – Técnico do Seguro Social – CEBRASPE - 2016) Julgue os itens


seguintes à luz do Decreto n.º 6.214/2007, que regulamenta o BPC da
assistência social devido à pessoa com deficiência e ao idoso.

Um dos critérios para o idoso habilitar-se à concessão do BPC é não possuir


outro benefício da seguridade social, excetuados o de assistência médica e a
pensão especial de natureza indenizatória.

CERTO ou ERRADO

Gabarito: CERTO

Justificativa: o BPC consiste na garantia de um salário-mínimo mensal à


pessoa com deficiência e ao idoso com mais de sessenta e cinco anos. Nos
termos do art. 8º, do Decreto 6.214/2007, dentre os requisitos para habilitação
referente ao benefício de prestação continuada da assistência social
encontramos o não recebimento de outro benefício da Seguridade Social, salvo
o de assistência médica e a pensão especial de natureza indenizatória.
47. (INSS – Técnico do Seguro Social – CEBRASPE - 2016) Julgue os itens
seguintes à luz do Decreto n.º 6.214/2007, que regulamenta o BPC da
assistência social devido à pessoa com deficiência e ao idoso.

O valor a ser pago ao beneficiário do BPC é de um salário-mínimo mensal.

CERTO ou ERRADO

Gabarito: CERTO

Justificativa: o benefício de prestação continuada da assistência social conste


na prestação da seguridade social correspondente ao pagamento de um salário-
mínimo mensal.

48. (INSS – Técnico do Seguro Social – CEBRASPE - 2016) Julgue os itens


seguintes à luz do Decreto n.º 6.214/2007, que regulamenta o BPC da
assistência social devido à pessoa com deficiência e ao idoso.

É permitido ao beneficiário do BPC acumular o recebimento desse benefício com


o do seguro-desemprego.

CERTO ou ERRADO

Gabarito: ERRADO

Justificativa: o benefício de prestação continuada não pode ser cumulado com


outro benefício no âmbito da seguridade social e de outro regime, o que inclui a
vedação ao recebimento simultâneo do seguro-desemprego, nos termos do art.
5º, do Decreto 6.214/2007.

49. (INSS – Técnico do Seguro Social – CEBRASPE - 2016) Julgue os itens


seguintes à luz do Decreto n.º 6.214/2007, que regulamenta o BPC da
assistência social devido à pessoa com deficiência e ao idoso.

O BPC do idoso que se encontre na condição de acolhimento de longa


permanência em hospital será suspenso até a data da sua alta.

CERTO ou ERRADO

Gabarito: ERRADO

Justificativa: a assistência social é uma prestação do poder público, secundada


pela sociedade civil, destinada a amparar pessoas que estejam em situação de
vulnerabilidade.

Nesse contexto, assistência social contempla o acolhimento de pessoas em


instituições de longa permanência, como abrigos e casas-lares. Assim, o
acolhimento institucional se alia às políticas de assistência e não afeta o
recebimento do benefício de prestação continuada – BPC/LOAS.

50. (INSS – Técnico do Seguro Social – CEBRASPE - 2016) Julgue os itens


seguintes à luz do Decreto n.º 6.214/2007, que regulamenta o BPC da
assistência social devido à pessoa com deficiência e ao idoso.

A idade mínima para que um indivíduo passe a ter direito ao BPC do idoso é de
sessenta anos.
CERTO ou ERRADO

Gabarito: ERRADO

Justificativa: clássica pegadinha em termos de questões de assistência social.


Efetivamente, no ordenamento jurídico brasileiro uma pessoa é considerada
idosa a partir dos 60 anos (vede o Estatuto do Idoso), contudo para o
recebimento do BPC/LOAS o critério etário é outro, pois a idade mínima é de 65
anos.

51. (INSS – Técnico do Seguro Social – CEBRASPE - 2016) Julgue os itens


seguintes à luz do Decreto n.º 6.214/2007, que regulamenta o BPC da
assistência social devido à pessoa com deficiência e ao idoso.

No caso de morte do beneficiário do BPC, seus familiares são obrigados a


informar tal fato ao INSS, situação em que o pagamento do benefício cessará.

CERTO ou ERRADO

Gabarito: ERRADO

Justificativa: a morte do benefício do BPC resulta na extinção do benefício, não


se transferindo ou gerando pensão por morte aos herdeiros ou sucessores.

Ao tempo em que essa questão foi cobrada, havia obrigação dos familiares
informarem ao INSS a morte do segurado, contudo, atualmente essa obrigação
recai sobre o representante legal ou procurador, não mais sobre os familiares de
maneira genérica, conforme a redação atual do art. 48, do Decreto n. 6.214/2007.
52. (INSS – Técnico do Seguro Social – CEBRASPE - 2016) Julgue os
próximos itens com base na Lei n.º 8.742/1993, que dispõe sobre a organização
da assistência social.

O centro de referência de assistência social (CRAS) é uma unidade de base


estadual e tem por finalidade atender a população de baixa renda e as pessoas
que estejam submetidas ao cumprimento de pena de reclusão.

CERTO ou ERRADO

Gabarito: ERRADO

Justificativa: o CRAS integra o nível de proteção social básica da assistência


social e é unidade pública municipal, de base territorial, localizada em áreas com
maiores índices de vulnerabilidade e risco social, destinada à articulação dos
serviços socioassistenciais no seu território de abrangência e à prestação de
serviços, programas e projetos socioassistenciais de proteção social básica às
famílias.

53. (INSS – Técnico do Seguro Social – CEBRASPE - 2016) Julgue os


próximos itens com base na Lei n.º 8.742/1993, que dispõe sobre a organização
da assistência social.

O centro de referência especializado de assistência social (CREAS) constitui


unidade que presta serviços a indivíduos e famílias que se encontrem em
situação de risco pessoal ou social decorrente de violação de direitos.

CERTO ou ERRADO
Gabarito: CERTO

Justificativa: o CREAS integra a proteção social especial e atende a pessoas e


famílias que estejam em situação de efetivo risco pessoal ou social, por violação
de direitos ou contingência, conforme estabelece o art. 6º-C, da Lei 8.742/1993.

54. (INSS – Técnico do Seguro Social – CEBRASPE - 2016) Julgue os


próximos itens com base na Lei n.º 8.742/1993, que dispõe sobre a organização
da assistência social.

A política de assistência social tem como objetivos, entre outros, a promoção da


integração do cidadão ao mercado de trabalho e o amparo às crianças e aos
adolescentes carentes.

CERTO ou ERRADO

Gabarito: CERTO

Justificativa: os objetivos da assistência social estão elencados no art. 2º, da


Lei 8.742/1993, e envolvem a proteção social, a vigilância socioassistencial e a
defesa de direitos.

No que respeita à proteção social, ela se concretiza nos seguintes objetivos: a


proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice; o
amparo às crianças e aos adolescentes carentes; a promoção da integração ao
mercado de trabalho; a habilitação e reabilitação das pessoas com deficiência e
a promoção de sua integração à vida comunitária; e a garantia de 1 (um) salário-
mínimo de benefício mensal à pessoa com deficiência e ao idoso que
comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção ou de tê-la
provida por sua família;

55. (INSS – Técnico do Seguro Social – CEBRASPE - 2016) Julgue os


próximos itens com base na Lei n.º 8.742/1993, que dispõe sobre a organização
da assistência social.

A assistência social organiza-se por meio de um conjunto de serviços e


programas que são estratificados em ações de proteção social básica, ações de
proteção social secundária e ações de proteção social terciária, sendo essa
última direcionada para pessoas em situação de violência.

CERTO ou ERRADO

Gabarito: ERRADO

Justificativa: a assertiva está errada na medida em que a estruturação da


assistência social envolve a proteção social básica e a proteção social especial
(esta se subdivide em média e alta complexidade). As expressões “secundária”
e “terciária” são próprias da saúde pública.

56. (INSS – Técnico do Seguro Social – CEBRASPE - 2016) Em relação às


instâncias deliberativas do SUAS, julgue os itens a seguir à luz da Lei n.º
8.742/1993.

Situação hipotética: O CNAS, por decisão da maioria simples de seus membros,


aprovou a proposição, ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, de
alteração dos limites de repasse mensal dos benefícios previstos em lei.
Assertiva: Nessa situação, a aprovação da proposição ocorreu em conformidade
com o que estabelece a Lei n.º 8.742/1993.

CERTO ou ERRADO

Gabarito: ERRADO

Justificativa: nos termos do art. 39, da Lei n. 8.742/1993, a decisão deveria ser
tomada por maioria absoluta do CNAS.

57. (INSS – Técnico do Seguro Social – CEBRASPE - 2016) Em relação às


instâncias deliberativas do SUAS, julgue os itens a seguir à luz da Lei n.º
8.742/1993.

Os conselhos estaduais de assistência social e os conselhos municipais de


assistência social, instâncias deliberativas do SUAS, têm caráter permanente e
composição paritária entre governo e sociedade civil.

CERTO ou ERRADO

Gabarito: CERTO

Justificativa: a gestão das ações de assistência social está organizada em um


sistema descentralizado e participativo denominado Sistema Único de
Assistência Social – SUAS.

Com efeito, as instâncias deliberativas do SUAS possuem caráter permanente e


composição paritária entre governo e sociedade civil, além de ser organizarem
em nível nacional, estadual, distrital e municipal, nos moldes do art. 16, da Lei
8.742/1993.

58. (INSS – Técnico do Seguro Social – CEBRASPE - 2016) Em relação às


instâncias deliberativas do SUAS, julgue os itens a seguir à luz da Lei n.º
8.742/1993.

O CNAS, instância responsável pela coordenação da PNAS, é presidido


alternadamente pelo(a) ministro(a) da previdência social e por um representante
eleito da sociedade civil, sendo de dois anos o mandato do seu presidente,
permitida a recondução.

CERTO ou ERRADO

Gabarito: ERRADO

Justificativa: o Conselho Nacional de Assistência Social é presidido por um de


seus representantes, eleito dentre seus membros, para um mandato de 1 ano,
permitida uma única recondução por igual período.

59. (INSS – Técnico do Seguro Social – CEBRASPE - 2016) Em relação às


instâncias deliberativas do SUAS, julgue os itens a seguir à luz da Lei n.º
8.742/1993.

O CNAS tem caráter paritário: metade dos seus membros são representantes
governamentais e a outra metade é composta por representantes da sociedade
civil.

CERTO ou ERRADO
Gabarito: CERTO

Justificativa: o CNAS é composto por 18 membros titulares e seus respectivos


suplentes, sendo nove representantes governamentais e nove representantes
da sociedade civil.

60. (INSS – Técnico do Seguro Social – CEBRASPE - 2016) Em relação às


instâncias deliberativas do SUAS, julgue os itens a seguir à luz da Lei n.º
8.742/1993.

Compete ao CNAS aprovar a PNAS, assim como convocar, ordinariamente, a


cada quatro anos, a conferência nacional de assistência social, que terá a
atribuição de avaliar a situação da assistência social e propor diretrizes para o
aperfeiçoamento do sistema.

CERTO ou ERRADO

Gabarito: CERTO

Justificativa: a assertiva apresenta duas atribuições do CNAS, previstas no art.


18, da Lei 8.742/93: aprovar a Política Nacional de Assistência Social e convocar
ordinariamente a cada quatro anos a Conferência Nacional de Assistência
Social, que terá a atribuição de avaliar a situação da assistência social e propor
diretrizes para o aperfeiçoamento do sistema.

61. (INSS – Técnico do Seguro Social – CEBRASPE - 2016) Com base no


disposto na Lei n. 8.213/1991, que trata dos planos de benefícios da previdência
social e dá outras providências, julgue os itens seguintes.
Não é considerada doença do trabalho a doença endêmica adquirida por
segurado habitante de região em que ela se desenvolva, mesmo que essa
doença seja resultante de contato direto determinado pela natureza do trabalho.

CERTO ou ERRADO

Gabarito: ERRADO

Justificativa: como regra geral, a doença endêmica não será considerada como
doença do trabalho. Contudo, na hipótese de contaminação em razão da
natureza do trabalho realizado pelo segurado, será trata como doença do
trabalho, nos moldes do art. 20, § 1º, II, “d”, da Lei 8.213/91.

62. (INSS – Técnico do Seguro Social – CEBRASPE - 2016) Com base no


disposto na Lei n. 8.213/1991, que trata dos planos de benefícios da previdência
social e dá outras providências, julgue os itens seguintes.

Equipara-se ao acidente do trabalho o acidente sofrido pelo segurado, no local


e no horário do trabalho, em consequência de desabamento, inundação,
incêndio e outros casos fortuitos ou decorrentes de força maior.

CERTO ou ERRADO

Gabarito: CERTO

Justificativa: no que respeita ao acidente de trabalho devemos considerar o


acidente do trabalho próprio, as doenças do trabalho e as hipóteses equiparadas
ao acidente de trabalho (mencionadas no art. 21, da Lei 8.213/91).
Nesse contexto, o acidente sofrido pelo segurado, no local e horário de trabalho,
em virtude de desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos ou
decorrentes de força maior são considerados como acidente de trabalho para
fins previdenciários.

63. (INSS – Técnico do Seguro Social – CEBRASPE - 2016) Com base no


disposto na Lei n. 8.213/1991, que trata dos planos de benefícios da previdência
social e dá outras providências, julgue os itens seguintes.

Em regra, o período de carência para a concessão do benefício de auxílio-


doença é de doze contribuições mensais.

CERTO ou ERRADO

Gabarito: CERTO

Justificativa: de início, não excede lembrar que o auxílio-doença, atualmente,


na linguagem adotada pela EC 103/2019, é denominado como auxílio por
incapacidade temporária.

De todo modo, na hipótese do exercício, o auxílio-doença comum (ou não


acidentário), somente será concedido após o período de carência de 12
contribuições mensais, conforme o art. 25, I, da Lei 8.213/91.

Vale mencionar, contudo, que se houver auxílio-doença (incapacidade


temporária) por conta de acidente, não será exigida qualquer carência.
64. (INSS – Técnico do Seguro Social – CEBRASPE - 2016) Com base no
disposto na Lei n. 8.213/1991, que trata dos planos de benefícios da previdência
social e dá outras providências, julgue os itens seguintes.

Os princípios que regem a previdência social incluem a uniformidade e a


equivalência dos benefícios e serviços prestados às populações urbanas e
rurais.

CERTO ou ERRADO

Gabarito: CERTO

Justificativa: o art. 194, parágrafo único, da Constituição da República, dispõe


que a seguridade social será organizada de acordo com os seguintes objetivos
tratados como princípios da seguridade social pela doutrina e jurisprudência):
universalidade da cobertura e do atendimento; uniformidade e equivalência dos
benefícios e serviços às populações urbanas e rurais; seletividade e
distributividade na prestação dos benefícios e serviços; irredutibilidade do valor
dos benefícios; equidade na forma de participação no custeio; diversidade da
base de financiamento, identificando-se, em rubricas contábeis específicas para
cada área, as receitas e as despesas vinculadas a ações de saúde, previdência
e assistência social, preservado o caráter contributivo da previdência social; e
caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão
quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos
aposentados e do Governo nos órgãos colegiados.
64. (INSS – Técnico do Seguro Social – CEBRASPE - 2016) Com base no
disposto na Lei n. 8.213/1991, que trata dos planos de benefícios da previdência
social e dá outras providências, julgue os itens seguintes.

Compõem o Conselho Nacional de Previdência Social representantes do


governo federal e da sociedade civil, a qual é representada por aposentados e
pensionistas, trabalhadores em atividade e empregadores.

CERTO ou ERRADO

Gabarito: CERTO

Justificativa: a gestão da seguridade social é quadripartite, de modo que o


CNPS conta com a participação de seis representantes do governo federal, três
representantes de aposentados e pensionistas, três representantes de
trabalhadores em atividade e três representantes dos empregadores.

66. (INSS – Técnico do Seguro Social – CEBRASPE - 2016) Com base no


disposto no Decreto n.º 3.048/1999, que aprovou o regulamento da previdência
social, julgue os itens subsecutivos.

A dona de casa e o estudante podem filiar-se facultativamente ao RGPS


mediante contribuição, desde que não estejam exercendo atividade remunerada
que os enquadre como segurados obrigatórios da previdência social.

CERTO ou ERRADO

Gabarito: CERTO
Justificativa: essa questão apresenta hipóteses de pessoas que podem se filiar
facultativamente ao Regime Geral de Previdência Social. É importante destacar
correção recente efetuada no texto do Decreto n. 3.048/99, no sentido de
substituir a expressão “dona de casa” por “aquele que se dedique
exclusivamente ao trabalho doméstico no âmbito de sua residência”.

67. (INSS – Técnico do Seguro Social – CEBRASPE - 2016) Com base no


disposto no Decreto n.º 3.048/1999, que aprovou o regulamento da previdência
social, julgue os itens subsecutivos.

A universalidade da cobertura e do atendimento inclui-se entre os princípios que


regem as ações dos poderes públicos e da sociedade destinadas a assegurar o
direito relativo à saúde, à previdência e à assistência social.

CERTO ou ERRADO

Gabarito: CERTO

Justificativa: o art. 1º, do Decreto n. 3.048/99, reproduz os objetivos da


seguridade social apontados no texto constitucional. Nesse cenário, a
universalidade da cobertura e do atendimento são apontados como princípios da
seguridade social.

68. (INSS – Técnico do Seguro Social – CEBRASPE - 2016) Com base no


disposto no Decreto n.º 3.048/1999, que aprovou o regulamento da previdência
social, julgue os itens subsecutivos.
Aquele que presta serviço de natureza contínua, mediante remuneração, a
pessoa ou família, no âmbito residencial desta, em atividade sem fins lucrativos,
é considerado contribuinte individual, segurado obrigatório da previdência social.

CERTO ou ERRADO

Gabarito: ERRADO

Justificativa: a pessoa física que presta serviço com pessoalidade,


subordinação, continuidade, onerosidade à pessoa ou família, no âmbito
residencial destas, sem finalidade lucrativa é segurado obrigatório na
modalidade de empregado doméstico e não contribuinte individual.

69. (INSS – Técnico do Seguro Social – CEBRASPE - 2016) Em fevereiro de


2016, Valdemar, que era empregado pelo regime celetista e recebia um salário-
mínimo de sua empregadora, foi demitido e, 30 dias depois, condenado à pena
de prisão em regime fechado. Ele é casado com Idalina, com quem tem dois
filhos menores.

Considerando essa situação hipotética, julgue os itens que se seguem, com base
nos regramentos previdenciários acerca do auxílio-reclusão.

Como Valdemar é segurado de baixa renda da previdência social, ele e seus


dependentes fazem jus ao recebimento do valor correspondente ao auxílio-
reclusão, que é de um salário-mínimo, a ser rateado entre eles.

CERTO ou ERRADO

Gabarito: ERRADO
Justificativa: o auxílio-reclusão é benefício que pode ser usufruído pelos
dependentes do segurado em reclusão, não sendo usufruído pelo próprio preso.

70. (INSS – Técnico do Seguro Social – CEBRASPE - 2016) Em fevereiro de


2016, Valdemar, que era empregado pelo regime celetista e recebia um salário-
mínimo de sua empregadora, foi demitido e, 30 dias depois, condenado à pena
de prisão em regime fechado. Ele é casado com Idalina, com quem tem dois
filhos menores.

Considerando essa situação hipotética, julgue os itens que se seguem, com base
nos regramentos previdenciários acerca do auxílio-reclusão.

Assim que terminar de cumprir a pena, Valdemar deixará de ser segurado da


previdência social.

CERTO ou ERRADO

Gabarito: ERRADO

Justificativa: após seu livramento, até que passe a desempenhar alguma


atividade remunerada, Valdemar se encontrará no período de graça por doze
meses, que consiste no intervalo de tempo no qual a pessoa conserva a
qualidade de segurado ainda que não esteja recolhimento contribuições
previdenciárias.
71. (INSS – Técnico do Seguro Social – CEBRASPE - 2008) Em cada um dos
itens subsequentes, é apresentada uma situação hipotética acerca da
identificação dos segurados da previdência social, seguida de uma assertiva a
ser julgada.

Otávio, contador, é aposentado por regime próprio de previdência social e


começou a prestar serviços de contabilidade em sua residência. Dada a
qualidade de seus serviços, logo foi contratado para dar expediente em uma
grande empresa da cidade. Nessa situação, Otávio não é segurado do regime
geral, tanto por ter pertencido a um regime próprio, quanto por ser aposentado.

CERTO ou ERRADO

Gabarito: ERRADO

Justificativa: ainda que aposentado no Regime Próprio de Previdência Social,


na medida em que exerça atividade remunerada na iniciativa privada, Otávio
será filiado ao Regime Geral de Previdência Social na condição de segurado
obrigatório na modalidade de empregado.

72. (INSS – Técnico do Seguro Social – CEBRASPE - 2008) Em cada um dos


itens subsequentes, é apresentada uma situação hipotética acerca da
identificação dos segurados da previdência social, seguida de uma assertiva a
ser julgada.

Miguel, civil, brasileiro nato que mora há muito tempo na Suíça, foi contratado
em Genebra para trabalhar na Organização Mundial de Saúde. Seu objetivo é
trabalhar nessa entidade por alguns anos e retornar ao Brasil, razão pela qual
optou por não se filiar ao regime próprio daquela organização.
Nessa situação, Miguel é segurado obrigatório da previdência social brasileira
na qualidade de contribuinte individual.

CERTO ou ERRADO

Gabarito: CERTO

Justificativa: considera-se contribuinte individual o brasileiro civil que trabalha


no exterior para organismo oficial internacional do qual o Brasil é membro efetivo,
ainda que lá domiciliado e contratado, salvo quando coberto por regime próprio
de previdência social, conforme o art. 11, V, “e”, da Lei 8.213/91.

73. (INSS – Técnico do Seguro Social – CEBRASPE - 2008) Em cada um dos


itens subsequentes, é apresentada uma situação hipotética acerca da
identificação dos segurados da previdência social, seguida de uma assertiva a
ser julgada.

Claudionor tem uma pequena lavoura de feijão em seu sítio e exerce sua
atividade rural apenas com o auxílio da família. Dos seus filhos, somente
Aparecida trabalha fora do sítio. Embora ajude diariamente na manutenção da
plantação, Aparecida também exerce atividade remunerada no grupo escolar
próximo à propriedade da família. Nessa situação, Claudionor e toda a sua
família são segurados especiais da previdência social.

CERTO ou ERRADO

Gabarito: ERRADO
Justificativa: a assertiva está incorreta ao indicar que toda a família seria
enquadrada na condição de segurados especiais. Isso porque ao desenvolver
atividade remunerada, Aparecida não poderá figurar como segurada especial,
exceto se ela desenvolvesse essa atividade por período igual ou inferior a 120
dias no ano civil, o que não foi indicado no exercício.

74. (INSS – Técnico do Seguro Social – CEBRASPE - 2008) Em cada um dos


itens subsequentes, é apresentada uma situação hipotética acerca da
identificação dos segurados da previdência social, seguida de uma assertiva a
ser julgada.

Nelson ocupa cargo em comissão, de livre nomeação e exoneração, na


Secretaria de Saúde de uma prefeitura que instituiu regime próprio de
previdência social. Nessa condição, apesar de trabalhar em município com
regime próprio de previdência, Nelson é segurado empregado do regime geral.

CERTO ou ERRADO

Gabarito: ANULADA

Justificativa: o enunciado não deixou claro se Nelson ocupa cargo em comissão


exclusivamente ou se o faz já sente servidor ocupante de cargo efetivo.

Para fins didáticos, vale lembrar que aquele que ocupa cargo em comissão de
forma exclusiva não se filia à eventual RPPS e sim ao RGPS.

75. (INSS – Técnico do Seguro Social – CEBRASPE - 2008) Em cada um dos


itens subsequentes, é apresentada uma situação hipotética acerca da
identificação dos segurados da previdência social, seguida de uma assertiva a
ser julgada.

Beatriz trabalha, em Brasília, na sucursal da Organização das Nações Unidas e


não tem vinculação com regime de previdência estrangeiro. Nessa situação,
Beatriz é segurada da previdência social brasileira na condição de contribuinte
individual.

CERTO ou ERRADO

Gabarito: ERRADO

Justificativa: trabalhando no Brasil, ainda que para organismo oficial


internacional do qual o Brasil seja membro efetivo, a pessoa figura como
segurado obrigatório na modalidade de empregado.

Aqui vale uma dica importante para a prova: somente será contribuinte individual
o brasileiro civil que trabalha no exterior para organismo oficial internacional do
qual o Brasil é membro efetivo, ainda que lá domiciliado e contratado, nas demais
hipóteses envolvendo trabalho no exterior ou para tomador de serviços de
natureza internacional, considere a figura do segurado empregado.

76. (INSS – Técnico do Seguro Social – CEBRASPE - 2008) Ainda em relação


à identificação dos segurados da previdência social, julgue os itens a seguir.

Para a previdência social, uma pessoa que administra a construção de uma


casa, contratando pedreiros e auxiliares para edificação da obra, é considerada
contribuinte individual.
CERTO ou ERRADO

Gabarito: CERTO

Justificativa: a questão exige atenção com a palavra “administra”. A banca


pretendeu fazer referência à pessoa física que é responsável por edificar obra
de construção civil, a qual efetivamente é enquadrada como contribuinte
individual, nos termos do inciso IX, do parágrafo 15, do art. 9º, do Decreto n.
3.048/99.

77. (INSS – Técnico do Seguro Social – CEBRASPE - 2008) Ainda em relação


à identificação dos segurados da previdência social, julgue os itens a seguir.

Um síndico de condomínio que resida no condomínio que administra e receba


remuneração por essa atividade é segurado da previdência social na qualidade
de empregado.

CERTO ou ERRADO

Gabarito: ERRADO

Justificativa: o síndico que receba remuneração em virtude do desempenho


dessa função é filiado ao Regime Geral de Previdência Social na modalidade de
contribuinte individual.

78. (INSS – Técnico do Seguro Social – CEBRASPE - 2008) Ainda em relação


à identificação dos segurados da previdência social, julgue os itens a seguir.
Um cidadão belga que seja domiciliado e contratado no Brasil por empresa
nacional para trabalhar como engenheiro na construção de uma rodovia em
Moçambique é segurado da previdência social brasileira na qualidade de
empregado.

CERTO ou ERRADO

Gabarito: CERTO

Justificativa: o brasileiro ou estrangeiro, aqui domiciliados, contratados para


prestar serviço para empresa nacional no exterior serão filiados ao Regime Geral
de Previdência Social na condição de segurado empregado, conforme dispõe o
art. 11, I, “c”, da Lei 8.213/91.

79. (INSS – Técnico do Seguro Social – CEBRASPE - 2008) Ainda em relação


à identificação dos segurados da previdência social, julgue os itens a seguir.

Um adolescente de 14 anos de idade, menor aprendiz, contratado de acordo


com a Lei n. 10.097/2000, apesar de ter menos de 16 anos de idade, que é o
piso para inscrição na previdência social, é segurado empregado do regime
geral.

CERTO ou ERRADO

Gabarito: CERTO

Justificativa: o aprendiz mantém um contrato de trabalho de natureza especial,


destinado a promover sua formação técnica-profissional para o mercado de
trabalho. Assim, por manter vínculo empregatício, o aprendiz é considerado
segurado obrigatório na categoria de empregado.

80. (INSS – Técnico do Seguro Social – CEBRASPE - 2008) Ainda em relação


à identificação dos segurados da previdência social, julgue os itens a seguir.

Um tabelião que seja titular do cartório de registro de imóveis em determinado


município é vinculado ao respectivo regime de previdência estadual, pois a
atividade que exerce é controlada pelo Poder Judiciário.

CERTO ou ERRADO

Gabarito: ERRADO

Justificativa: o tabelião titular de cartório é filiado ao Regime Geral de


Previdência Social e não à Regime Próprio de Previdência Social, este exclusivo
de servidores públicos ocupantes de cargo efetivo.

Com efeito, o tabelião é filiado na categoria de segurado obrigatório contribuinte


individual.

81. (INSS – Técnico do Seguro Social – CEBRASPE - 2008) Acerca de


princípios da seguridade social, julgue os itens a seguir.

De acordo com recentes alterações constitucionais, as contribuições sociais que


financiam a seguridade social somente poderão ser exigidas depois de
decorridos noventa dias da publicação da lei que as houver instituído ou
modificado. Essas alterações também acrescentaram, no que concerne a esse
assunto, a exigência da anterioridade do exercício financeiro.
CERTO ou ERRADO

Gabarito: ERRADO

Justificativa: no que respeita às contribuições sociais, o art. 195, § 6º, da CF,


estabelece que deve ser respeitado o prazo de noventa dias para sua exação,
contados da publicação da lei que as houver instituído ou modificado.
Igualmente, o mencionado dispositivo constitucional afasta da aplicação da
exigência da anterioridade do exercício financeiro.

82. (INSS – Técnico do Seguro Social – CEBRASPE - 2008) Acerca de


princípios da seguridade social, julgue os itens a seguir.

Pelo fato de serem concedidos independentemente de contribuição, os


benefícios e serviços prestados na área de assistência social prescindem da
respectiva fonte de custeio prévio.

CERTO ou ERRADO

Gabarito: ERRADO

Justificativa: o princípio da precedência da fonte de custeio é aplicado para toda


a seguridade social, inclusive para o delineamento dos benefícios e serviços da
assistência social.

Com efeito, estabelece o art. 195, § 5º, da CF: “nenhum benefício ou serviço da
seguridade social poderá ser criado, majorado ou estendido sem a
correspondente fonte de custeio total.”.
83. (INSS – Técnico do Seguro Social – CEBRASPE - 2008) Em cada um dos
itens que se seguem, é apresentada uma situação hipotética, seguida de uma
assertiva a ser julgada.

Ronaldo, afastado de suas atividades laborais, tem recebido auxílio-doença.


Nessa situação, a condição de segurado de Ronaldo será mantida sem limite de
prazo, enquanto estiver no gozo do benefício, independentemente de
contribuição para a previdência social.

CERTO ou ERRADO

Gabarito: CERTO

Justificativa: de início, vale lembrar que atualmente o benefício do auxílio-


doença é designado como auxílio por incapacidade temporária.

Além disso, quando o segurado estiver usufruindo benefício previdenciário em


razão de incapacidade laboral não haverá contribuição, uma vez que o benefício
não é considerado para fins de salário-de-contribuição.

Contudo, é mantida a condição de segurado durante o usufruto desses


benefícios, sem limite de prazo, exceto na hipótese do benefício do auxílio-
acidente.

84. (INSS – Técnico do Seguro Social – CEBRASPE - 2008) Em cada um dos


itens que se seguem, é apresentada uma situação hipotética, seguida de uma
assertiva a ser julgada.
Célia, professora de uma universidade, eventualmente, presta serviços de
consultoria na área de educação. Por isso, Célia é segurada empregada pela
atividade de docência e contribuinte individual quando presta consultoria. Nessa
situação, Célia tem uma filiação para cada atividade.

CERTO ou ERRADO

Gabarito: CERTO

Justificativa: todo aquele que exerce, concomitantemente, mais de uma


atividade remunerada sujeita ao Regime Geral de Previdência Social é
obrigatoriamente filiado em relação a cada uma delas.

85. (INSS – Técnico do Seguro Social – CEBRASPE - 2008) Em cada um dos


itens que se seguem, é apresentada uma situação hipotética, seguida de uma
assertiva a ser julgada.
Fernanda foi casada com Lucas, ambos segurados da previdência social. Há
muito tempo separados, resolveram formalizar o divórcio e, pelo fato de ambos
trabalharem, não foi necessária a prestação de alimentos entre eles.

Nessa situação, Fernanda e Lucas, após o divórcio, deixarão de ser


dependentes um do outro junto à previdência social.

CERTO ou ERRADO

Gabarito: CERTO

Justificativa: a questão apresenta uma das hipóteses da perda da qualidade de


dependente. De fato, para o cônjuge haverá perda da mencionada qualidade
pelo divórcio ou pela separação judicial ou de fato, enquanto não lhe for
assegurada a prestação de alimentos, pela anulação do casamento, pelo óbito
ou por sentença judicial transitada em julgado, conforme o teor do art. 17, I, do
Decreto n. 3.048/99.

86. (INSS – Técnico do Seguro Social – CEBRASPE - 2008) Em cada um dos


itens que se seguem, é apresentada uma situação hipotética, seguida de uma
assertiva a ser julgada.

Osvaldo cumpriu pena de reclusão devido à prática de crime de fraude contra a


empresa em que trabalhava. No período em que esteve na empresa, Osvaldo
era segurado da previdência social. Nessa situação, Osvaldo tem direito de
continuar como segurado da previdência social por até dezoito meses após o
seu livramento.

CERTO ou ERRADO

Gabarito: ERRADO

Justificativa: a manutenção da condição de segurado, após o livramento


daquele que foi submetido à detenção ou reclusão, perdura por até doze meses,
na hipótese de não haver novas contribuições nesse período.

87. (INSS – Técnico do Seguro Social – CEBRASPE - 2008) Em cada um dos


itens que se seguem, é apresentada uma situação hipotética, seguida de uma
assertiva a ser julgada.

Alzira, estudante, filiou-se facultativamente ao regime geral de previdência


social, passando a contribuir regularmente. Em razão de dificuldades financeiras,
Alzira deixou de efetuar esse recolhimento por oito meses. Nessa situação, Alzira
não deixou de ser segurada, uma vez que a condição de segurado permanece
por até doze meses após a cessação das contribuições.

CERTO ou ERRADO

Gabarito: ERRADO

Justificativa: em realidade, na hipótese na qual há cessação das contribuições


por parte daquele que é filiado na modalidade de segurado facultativo, o período
de graça perdura por somente seis meses, nos termos do art. 13, VI, do Decreto
n. 3.048/99.

88. (INSS – Técnico do Seguro Social – CEBRASPE - 2008) Em cada um dos


itens seguintes, apresenta-se uma situação hipotética referente à aplicação do
conceito de salário-de-contribuição, seguida de uma assertiva a ser julgada.

Rodrigo trabalha na gerência comercial de uma grande rede de supermercados


e visita regularmente cada uma das lojas da rede. Para atendimento a
necessidades do trabalho que faz durante as viagens, Rodrigo recebe diárias
que excedem, todos os meses, 50% de sua remuneração normal.

Nessa situação, não incide contribuição previdenciária sobre os valores


recebidos por Rodrigo a título dessas diárias.

CERTO ou ERRADO

Gabarito: CERTO
Justificativa: essa questão deve ser atualizada para os dias atuais. Nesse
contexto, a Reforma Trabalhista, promovida pela Lei 13.467/2017, alterou a
natureza jurídica da parcela denominada “diária de viagem”.

Atualmente, considerando a legislação, qualquer valor pago à título de diária de


viagem terá natureza não salarial (ou indenizatória) de maneira que não será
considerada para fins de salário-de-contribuição.

89. (INSS – Técnico do Seguro Social – CEBRASPE - 2008) Em cada um dos


itens seguintes, apresenta-se uma situação hipotética referente à aplicação do
conceito de salário-de-contribuição, seguida de uma assertiva a ser julgada.

Maria, segurada empregada da previdência social, encontra-se afastada de suas


atividades profissionais devido ao nascimento de seu filho, mas recebe salário-
maternidade.

Nessa situação, apesar de ser um benefício previdenciário, o salário-


maternidade que Maria recebe é considerado salário-de-contribuição para efeito
de incidência.

CERTO ou ERRADO

Gabarito: ERRADO

Justificativa: essa questão deve ser atualizada, de maneira que o gabarito atual
é no sentido de declarar a assertiva errada.
Isso porque o Supremo Tribunal Federal decidiu pela inconstitucionalidade da
regra que considerava o benefício de salário-maternidade como base de
incidência para o salário-de-contribuição.

Efetivamente, no Tema 72, o STF assentou a seguinte tese: “é inconstitucional


a incidência de contribuição previdenciária a cargo do empregador sobre o
salário-maternidade.”

90. (INSS – Técnico do Seguro Social – CEBRASPE - 2008) Em cada um dos


itens seguintes, apresenta-se uma situação hipotética referente à aplicação do
conceito de salário-de-contribuição, seguida de uma assertiva a ser julgada.

Mateus trabalha em uma empresa de informática e recebe o vale-transporte junto


às demais rubricas que compõem sua remuneração, que é devidamente
depositada em sua conta bancária. Nessa situação, incide contribuição
previdenciária sobre os valores recebidos por Mateus a título de vale-transporte.

CERTO ou ERRADO

Gabarito: ERRADO

Justificativa: atualmente, o vale-transporte, ainda que pago em dinheiro, não


será considerado para fins de salário-de-contribuição, consoante o art. 214, § 9º,
VI, do Decreto n. 3.048/99.

91. (INSS – Técnico do Seguro Social – CEBRASPE - 2008) Em cada um dos


itens seguintes, apresenta-se uma situação hipotética referente à aplicação do
conceito de salário-de-contribuição, seguida de uma assertiva a ser julgada.
Luís é vendedor em uma grande empresa que comercializa eletrodomésticos. A
título de incentivo, essa empresa oferece aos empregados do setor de vendas
um plano de previdência privada. Nessa situação, incide contribuição
previdenciária sobre os valores pagos, pela empresa, a título de contribuição
para a previdência privada, a Luís.

CERTO ou ERRADO

Gabarito: ERRADO

Justificativa: a parcela paga pela empresa à título de contribuição no contexto


da previdência privada ou complementar não tem natureza salarial, pois não se
destina a retribuir o trabalho.

Por conta disso, esse valor não é considerado para fins de salário-de-
contribuição, portanto não sofre incidência de contribuição previdenciária, nos
moldes do art. 28, § 9º, “p”, da Lei 8.212/91.

92. (INSS – Técnico do Seguro Social – CEBRASPE - 2008) Em cada um dos


itens seguintes, apresenta-se uma situação hipotética referente à aplicação do
conceito de salário-de-contribuição, seguida de uma assertiva a ser julgada.

Tendo sido demitido sem justa causa da empresa em que trabalhava, Vagner
recebeu o aviso prévio indenizado, entre outras rubricas. Nessa situação, não
incide contribuição previdenciária sobre o valor da indenização paga, pela
empresa, a Vagner.

CERTO ou ERRADO
Gabarito: CERTO

Justificativa: essa questão é polêmica, na medida em que a legislação


previdenciária passou a ser silente sobre a figura do aviso prévio indenizado.

Contudo, tendo em vista que o valor do aviso prévio indenizado não é destinado
à retribuição do trabalho, a jurisprudência não o considerada para fins de salário-
de-contribuição, por isso não sofre incidência de contribuição previdenciária.

93. (INSS – Técnico do Seguro Social – CEBRASPE - 2008) Em cada um dos


itens seguintes, apresenta-se uma situação hipotética referente à aplicação do
conceito de salário-de-contribuição, seguida de uma assertiva a ser julgada.

Claudionor recebe da empresa onde trabalha alguns valores a título de décimo-


terceiro salário. Nessa situação, os valores recebidos por Claudionor não são
considerados para efeito do cálculo do salário-benefício, integrando-se apenas
o cálculo do salário-de-contribuição.

CERTO ou ERRADO

Gabarito: CERTO

Justificativa: o décimo terceiro salário corresponde a uma gratificação legal de


periodicidade anual. Sendo gratificação, tem natureza jurídica de parcela
salarial, nos termos do art. 457, § 1º, da CLT.

Por isso, o art. 214, § 6º, do Decreto 3.048/99, estabelece que: “a gratificação
natalina - décimo terceiro salário - integra o salário-de-contribuição, exceto para
o cálculo do salário-de-benefício, sendo devida a contribuição quando do
pagamento ou crédito da última parcela ou na rescisão do contrato de trabalho.”.

94. (INSS – Técnico do Seguro Social – CEBRASPE - 2008) Em cada um dos


itens seguintes, apresenta-se uma situação hipotética referente à aplicação do
conceito de salário-de-contribuição, seguida de uma assertiva a ser julgada.

A empresa em que Maurício trabalha paga a ele, a cada mês, um valor referente
à participação nos lucros, que é apurado mensalmente. Nessa situação, incide
contribuição previdenciária sobre o valor recebido mensalmente por Maurício a
título de participação nos lucros.

CERTO ou ERRADO

Gabarito: ERRADO

Justificativa: os valores concedidos aos empregados à título de participação


nos lucros e resultados têm natureza jurídica de parcela indenizatória ou não-
salarial, de maneira que não compõe o salário-de-contribuição, consoante o
inciso X, do parágrafo nono, do art. 28, do Decreto n. 3.048/99.

95. (INSS – Técnico do Seguro Social – CEBRASPE - 2008) Com relação ao


período de carência, julgue os itens a seguir.

Se uma empregada doméstica estiver devidamente inscrita na previdência


social, será considerado, para efeito do início da contagem do período de
carência dessa segurada, o dia em que sua carteira de trabalho tenha sido
assinada.
CERTO ou ERRADO

Gabarito: ERRADO

Justificativa: considera-se o início da contagem do período de carência são


consideradas as contribuições referentes ao período a partir da data de filiação
ao Regime Geral de Previdência Social para os segurados empregados,
empregados domésticos e trabalhador avulso.

Aqui, é pertinente lembrar que a filiação é automática e se inicia com o primeiro


dia de exercício da atividade remunerada. Observe que a CTPS pode ser
assinada em data posterior ao início do trabalhado.

96. (INSS – Técnico do Seguro Social – CEBRASPE - 2008) Com relação ao


período de carência, julgue os itens a seguir.

Uma profissional liberal que seja segurada contribuinte individual da previdência


social há três meses e esteja grávida de seis meses terá direito ao salário-
maternidade, caso recolha antecipadamente as sete contribuições que faltam
para completar a carência.

CERTO ou ERRADO

Gabarito: ERRADO

Justificativa: a contribuinte individual somente terá direito ao benefício do


salário-maternidade se houver vertido, antecipadamente ao fato gerador, dez
contribuições mensais para a previdência social.
Aqui, é oportuno destacar que não se admite a antecipação de contribuições pois
carência não se compra.

97. (INSS – Técnico do Seguro Social – CEBRASPE - 2008) Com relação ao


período de carência, julgue os itens a seguir.

Uma segurada empregada do regime de previdência social que tenha


conseguido seu primeiro emprego e, logo na primeira semana, sofra um grave
acidente que determine seu afastamento do trabalho por quatro meses não terá
direito ao auxílio-doença pelo fato de não ter cumprido a carência de doze
contribuições.

CERTO ou ERRADO

Gabarito: ERRADO

Justificativa: na hipótese de afastamento motivado por acidente, o segurado


terá direito ao benefício previdenciário, independentemente de carência,
conforme estabelece o art. 26, II, da Lei 8.213/91.

98. (INSS – Técnico do Seguro Social – CEBRASPE - 2008) É apresentada,


em cada um dos itens que se seguem, uma situação hipotética relacionada a
dependentes e a período de carência, seguida de uma assertiva a ser julgada.

Como ficou desempregado por mais de quatro anos, Mauro perdeu a qualidade
de segurado. Recentemente, conseguiu emprego em um supermercado, mas
ficou impossibilitado de receber o salário-família pelo fato de não poder contar
com as contribuições anteriores para efeito de contagem do tempo de carência,
que, para este benefício, é de doze meses. Nessa situação, Mauro poderá contar
o prazo anterior à perda da qualidade de segurado depois de contribuir por
quatro meses no novo emprego, prazo exigido pela legislação.

CERTO ou ERRADO

Gabarito: ERRADO

Justificativa: o benefício do salário-família não depende de carência, uma vez


que não se encontra mencionado no rol estabelecido no art. 25, da Lei 8.213/91.

99. (INSS – Técnico do Seguro Social – CEBRASPE - 2008) É apresentada,


em cada um dos itens que se seguem, uma situação hipotética relacionada a
dependentes e a período de carência, seguida de uma assertiva a ser julgada.

Célio, segurado empregado da previdência social, tem um filho, com 28 anos de


idade, que sofre de doença degenerativa em estágio avançado, sendo, portanto,
inválido.

Nessa condição, o filho de Célio é considerado seu dependente, mesmo tendo


idade superior a dezoito anos.

CERTO ou ERRADO

Gabarito: CERTO

Justificativa: o art. 16, da Lei 8.213/91, estabelece que o filho inválido ou que
tenha deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave será considerado
como dependente do segurado, independentemente de sua idade.
100. (INSS – Técnico do Seguro Social – CEBRASPE - 2008) É apresentada,
em cada um dos itens que se seguem, uma situação hipotética relacionada a
dependentes e a período de carência, seguida de uma assertiva a ser julgada.

Paulo é, de forma comprovada, dependente economicamente de seu filho,


Juliano, que, em viagem a trabalho, sofreu um acidente e veio a falecer. Juliano
à época do acidente era casado com Raquel. Nessa situação, Paulo e Raquel
poderão requerer o benefício de pensão por morte, que deverá ser rateado entre
ambos.

CERTO ou ERRADO

Gabarito: ERRADO

Justificativa: Paulo, o pai do falecido, e Raquel, viúva, são dependentes de


classes distintas, segunda e primeira respectivamente.

Assim, o benefício previdência será concedido ao dependente da classe


precedente, com exclusão dos demais dependentes de classes posteriores.

Isso está estabelecido no art. 16, § 1º, da Lei 8.213/91, de forma que a existência
de dependente de qualquer das classes exclui do direito às prestações os das
classes seguintes.

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