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RESUMO EXPANDIDO
Em março, Hugo Cilo (2020) publicou uma matéria para a revista IstoÉ Negócios
para falar das estratégias de sucesso da Ubook – plataforma brasileira de streaming
especializada em Audiolivros, demonstrando o crescimento da plataforma nos últimos
Por isso, para além de reafirmar a importância dos Audiolivros, é preciso também
analisar sua forma compreendendo seu lugar como objeto passível de estudo teórico-
analítico, abrindo caminho para análises de sentido, estética, impactos sociais e outras
circunstâncias oriundas da percepção de um pesquisador. Isso ocorre pelo fato de que ao
mesmo tempo que se pode afirmar que os Audiolivros de ficção estão inseridos em
universo de produção sonora coexistindo com produções radiofônicas, adaptações
ficcionais da indústria fonográfica distribuídas no passado através de vinis, fitas cassetes
e CDs, e as práticas contemporâneas de distribuição sonora de dramaturgia em
plataformas de streaming, também é necessária a compreensão de que todas essas peças
sonoras possuem suas singularidades enquanto forma.
teorias de Paul Zumthor (1993) com suas referências sobre a performance da oralidade,
compreendendo, portanto, o papel do narrador de ficcão neste processo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CALABRE, Lia. No tempo do rádio: radiodifusão e cotidiano no Brasil 1923 - 1960.
Tese (Doutorado de História) - Universidade Federal Fluminense. Niterói, 2002.
CROOK, Tim. Radio drama: theory and practice. London; New York: Routledge,
1999, p. 8. Google books. Disponível em:
<https://books.google.com.br/books?id=6AxqhT2f1lYC&pg=PA3&hl=pt-
BR&source=gbs_toc_r&cad=4#v=onepage&q&f=false>. Acessado em: 10 fev. 2021.
ZUMTHOR, Paul. A letra e a voz. São Paulo: Cia das Letras, 1993.
IV SIMPÓSIO NACIONAL DO RÁDI0
100 anos de rádio: democracia e cidadania nas ondas sonoras
5, 6 e 7 de maio de 2021, Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), campus de Cuiabá
IV SIMPÓSIO NACIONAL DO RÁDI0
100 anos de rádio: democracia e cidadania nas ondas sonoras
5, 6 e 7 de maio de 2020, Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), campus de Cuiabá
Aclyse de Mattos 2
Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT)
Resumo: A célebre transmissão de “A Guerra dos Mundos” feita em 1938 por Orson
Welles a partir da obra homônima de H. G. Wells mostra uma incrível potência da junção
entre o Rádio e a Literatura. No entanto, quase um século depois, a recíproca não tem se
mostrado verdadeira: poucos são os contos, romances e poemas que se apropriam do tema
da radiodifusão. Se em outras artes como a Música e o Cinema a ponte é bem construída,
na Literatura impressa nota-se uma carência de obras com o tema ou pelo menos com um
enquadramento em que a atividade radiofônica seja a protagonista. Nesse sentido, iremos
mapear a produção literária do século XX e enfocar algumas obras em que “as ondas do
rádio” foram parar nas praias das páginas da Literatura de ficção. Assim “Tia Júlia e o
Escrevinhador” de Mario Vargas Llosa (romance latino-americano) ou “Ligados com o
Mundo” de Gabriel Francisco de Matos (conto brasileiro) apontam como obras que tratam
dos dois polos comunicacionais: o romance de Vargas Llosa sobre o escritor de novelas
radiofônicas e o conto de Matos sobre a recepção de dois irmãos sobre o mundo mágico
que chegava pelo rádio ao interior brasileiro. Para se refletir se a oralidade e a
popularidade do rádio não implicaram uma abordagem subvalorizada na produção
literária impressa.
Resumo Expandido
O lugar da radionovela
1 Trabalho apresentado no GT 06 Música, arte e vínculos na radiodifusão durante o IV Simpósio Nacional do Rádio,
Transmidiação ou transtextualização?
pela poeta e musicada por diversos autores. Confirma-se aqui o viés da oralidade
(sonoridade, musicalidade) em privilégio. São poemas letras de música, que convocam a
performance oral/musical e por isso sua vinculação com o rádio. Não seriam poemas para
serem lidos impressos?
REFERÊNCIAS
LLOSA, Mario Vargas. Tia Júlia e o escrevinhador. 3ª. Edição Nova Fronteira, Rio de
Janeiro, 1978
MARTÍN-BARBERO, Jesus. Dos meios às mediações: comunicação, cultura e
hegemonia. Editora UFRJ. Rio de Janeiro,1997.
MATOS, Gabriel Francisco. Ligados com o Mundo. In A Geringonça e outros contos.
Cuiabá, Via Lettera, 2002.
RUIZ, Alice. Poesia pra tocar no rádio. Blocos; Rio de Janeiro, 1999.
IV SIMPÓSIO NACIONAL DO RÁDIO
100 anos de rádio: democracia e cidadania nas ondas sonoras
5, 6 e 7 de maio de 2021, Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), campus de Cuiabá
Carlos Jáuregui2
Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP)
Este trabalho consiste numa análise contrastiva das playlists Top 50 Brasil e o Top
50 Global da plataforma de streaming Spotify, desenvolvido no escopo de um projeto de
pesquisa dedicado ao estudo de paradas musicais brasileiras. Partimos do pressuposto de
que os hits radiofônicos mostram informações relevantes sobre hábitos de consumo de
mídias sonoras, assim como os valores estéticos predominantes no universo da música
popular massiva.
Professor adjunto do curso de jornalismo da Universidade Federal de Ouro Preto, na área de rádio e
linguagem sonora. E-mail: carlos.jauregui@ufop.edu.br .
3 Estudante do curso de jornalismo da Universidade Federal de Ouro Preto e voluntária de iniciação
científica no projeto “Sentidos e afetos nos top hits brasileiros do século XXI”. E-mail:
hellen.perucci@aluno.ufop.edu.br .
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100 anos de rádio: democracia e cidadania nas ondas sonoras
5, 6 e 7 de maio de 2021, Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), campus de Cuiabá
momento (a grande novidade), por outro, ele é repetido à exaustão como forma de
diminuir os riscos comerciais que as inovações carregam e de aumentar as chances de
lucro das empresas do setor.
A importância do fenômeno se consolidou ao longo do século XX, com o
surgimento das paradas musicais, divulgadas pelas próprias rádios e por publicações da
área cultural, de modo que, já nos anos 1950, a expressão Top 40 era usada por rádios
estadunidenses que se dedicavam a tocar sempre as “mais tocadas” (LAMB, 2019). No
contexto do rádio expandido do século XXI, é possível identificar que os charts
radiofônicos continuam relevantes e as próprias plataformas de música como o Spotify
divulgam diariamente as canções mais ouvidas por seus usuários, na forma de playlists
atualizadas diariamente. Neste trabalho, buscamos comparar a composição de dois desses
rankings, publicados no dia 21 de fevereiro de 2020 a partir de sete categorias: gênero
das canções, nacionalidade e identidade de gênero do(a) intérpretes, intérpretes com mais
aparições, idioma das letras e selos fonográficos.
Para a classificação de gênero usamos a proposta conceitual de Janotti Júnior
(2006) que entende o gênero musical a partir da articulação de regras econômicas,
semióticas, técnicas e formais.
Dessa forma, levamos em consideração não somente elementos estritamente
musicais (melodia, harmonia, ritmo, arranjo e instrumentação…) das faixas, mas também
aspectos relacionados ao mercado musical e às formas de interação do público que
consome a música com a plataforma Spotify.
Resultados
REFERÊNCIAS
Resumo Expandido
1
Trabalho apresentado no GT 06 – Música, arte e vínculos na radiodifusão durante o IV Simpósio Nacional do
Rádio, realizados de 05 a 07 de maio de 2020, na Faculdade de Comunicação e Artes da UFMT.
2
Graduanda em Psicologia na Universidade de Cuiabá (UNIC), Mestre em Estudos de Cultura Contemporânea,
bacharel em comunicação Rádio e TV/UFMT. E-mail: maria.radio@gmail.com .
3
Orientadora do Trabalho. Professora Doutora e pesquisadora do Departamento de Comunicação Social e do
Programa de Pós-Graduação Estudos de Cultura Contemporânea da Universidade Federal de Mato Grosso (ECCO-
UFMT), luciahvp@hotmail.com .
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100 anos de rádio: democracia e cidadania nas ondas sonoras
5, 6 e 7 de maio de 2020, Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), campus de Cuiabá
INTRODUÇÃO
Segundo Gisela Swetlana Ortriwano (1985), o meio de comunicação radiofônico
vem se reinventando e a cada novo desafio consegue incorporar e fazer uso das inovações
tecnológicas a seu favor. Em 2007, em o Rádio Sem Onda, o autor Marcelo
Kischinheyvsky trouxe à tona a discussão sobre, pontuando as mudanças tecnológicas e
anunciando o possível fim do rádio tradicional hertziano (2007, p. 12).
A referida temática me motivou a realizar esta pesquisa. Por ser uma profissional
que atua em diversos setores da programação radiofônica, interessei-me por investigar
como os indivíduos estavam interagindo com o rádio tradicional (hertziano), diante das
constantes mudanças culturais midiáticas.
A escolha por Mirassol D’Oeste como lócus da pesquisa se deve por eu ter
morado lá até os meus 19 anos, bem como pela fundação e formação histórica, que traz
características semelhantes à de muitas outras cidades de Mato Grosso, a de ter como
referência uma rádio local. Quanto aos participantes, definidos como ‘público ouvinte’,
são estudantes da Educação de Jovens e Adultos (EJA), ensinos fundamental e médio, da
Escola Estadual de 1º e 2º graus Benedito Cesário da Cruz. Foram escolhidos por serem
pessoas que não estudaram na idade regular e possuírem baixa renda. As hipóteses e
perguntas norteadoras buscam investigar se, diante do contexto hipermidiático, os
estudantes do EJA ouvem o rádio tradicional, e, se ouvem, por quê? Como promovem
interação e interatividade? Quais vínculos são constituídos?
METODOLOGIA
A metodologia foi dividida em três etapas: qualitativa, entrevistei comunicadores
das três rádios na cidade; quantitativa, apliquei um questionário a 88 estudantes do EJA
e qualitativa de grupo focal de associação livre (GASKELL, 2002), dividindo os
participantes-estudantes do EJA em dois grupos: ‘jovem’, constituído por 8 estudantes
entre 19 e 25 anos, e ‘adulto’, composto por 9 estudantes entre 30 e 45 anos, totalizando
17 participantes. O principal objetivo foi identificar, por meio das narrativas, quais
conteúdos são mediados e se evidenciam nas práticas discursivas, ou seja, quais
conteúdos produzem sentido e estabelecem vínculos, a partir da interação e da
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100 anos de rádio: democracia e cidadania nas ondas sonoras
5, 6 e 7 de maio de 2020, Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), campus de Cuiabá
MINIMALISMO E UNDERGROUND:
Contracultura e mídia mainstream 1
Resumo Expandido
1
Trabalho apresentado no GT 06 – Música, arte e vínculos na radiodifusão, durante o IV Simpósio Nacional do Rádio,
realizados de 05 a 07 de maio de 2020, na Faculdade de Comunicação e Artes da UFMT.
2
Professora Colaboradora do PPGECCO-UFMT, Bolsista PNPD Capes, Doutora em Estudos de Cultura
Contemporânea. E-mail: alinewendpap@gmail.com
3
Mestrando em Estudos de Cultura Contemporânea no Programa de Pós-Graduação em Estudos de Cultura
Contemporânea (PPGECCO-UFMT), bacharel em Comunicação Rádio e TV/UFMT. E-mail: luiz_vieira@live.com
4 Professora Adjunta do ECCO, Doutora em Estudos de Cultura Contemporânea. E-mail: rita.domingues@gmail.com
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100 anos de rádio: democracia e cidadania nas ondas sonoras
5, 6 e 7 de maio de 2020, Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), campus de Cuiabá
Se estar antenado à mídia entre 1960/70 era um risco à saúde pública, o que os
críticos da época diriam sobre o que se vive hoje? Quando a internet transformou a forma
de comunicar.
Busca-se conexões entre o Minimalismo e o Underground, movimentos de
contracultura, que funcionam em contraponto à alimentação da indústria cultural, na qual
segundo Horkheimer e Adorno (2002, p. 38) “desaparece tanto a crítica como o respeito:
àquela sucede a expertise mecânica, a este, o culto efêmero da celebridade”. Também
responsável pela produção da imagem de um mundo padronizado, onde só o que está
dentro dos modelos estabelecidos é aceito como consumível e popular.
O Minimalismo transita na contramão do popularmente consumível. Analisando
pinturas e esculturas dos primeiros artistas minimalistas, percebe-se as características
alheias ao popular no seu início (SANTOS, 2019). A música minimalista, segundo Fink
(1945, p. 203) ficou marcada como hipnótica, repetitiva e modular. Paulatinamente
passou a fazer parte das salas de concerto americanas e se inseriu no cinema. Filmes como
“Koyaanisqatsi” (1982), de Godfrey Reggio e trilha de Philip Glass, mostraram a
presença da crítica, inserida como impulso para a construção de produções audiovisuais.
As repetições das técnicas musicais acompanham o ritmo frenético da decadência urbana,
ao passo que as cenas desaceleradas dão espaço à alteração radical na mensagem auditiva.
Para Fink (1945, p. 203) é evidente a resistência aos padrões culturais populares “A
mensagem anti-tecnologia e anti-mídia do filme é feita brutalmente, quase
pornograficamente visível. ”
Sendo um dos grandes processos de contracultura e resistência, o Minimalismo
não estava sozinho. As críticas dos pensadores da época, deram início a movimentos,
como o Underground. Traduzido como “subterrâneo”, por fugir de padrões comerciais.
O Underground apresenta conexões com o Minimalismo dos anos iniciais 5,
quando se observa as contraculturas na contramão do popular. Ambos aparecem na
história em meados da década de 1960. Segundo Carvalho e Nunes (2014, p. 201) “as
práticas relacionam-se à noção do que ficou conhecido nos anos 1960, no Brasil, como
5Apesar de no Brasil o Minimalismo permanecer à margem, atualmente existem, predominantemente nos Estados
Unidos, derivações do Minimalismo nas artes, que foram incorporadas ao mainstream, englobadas sob o título de Pós-
minimalismo, que se preocupam com a comunicabilidade da obra artística, dentre outras características diferenciadas
do Minimalismo dos anos iniciais. Mais informações em SANTOS (2019).
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5, 6 e 7 de maio de 2020, Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), campus de Cuiabá
REFERÊNCIAS
HORKHEIMER, Max e ADORNO, Theodor W.; DE ALMEIDA, Jorge Miranda (trad.).
O ILUMINISMO COMO MISTIFICAÇÃO DAS MASSAS. In.: Indústria cultural e
sociedade. São Paulo: Paz e Terra, 2002.
6Mainstream é um conceito que expressa uma tendência ou moda principal e dominante. A tradução literal é
"corrente principal" ou "fluxo principal".
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100 anos de rádio: democracia e cidadania nas ondas sonoras
5, 6 e 7 de maio de 2020, Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), campus de Cuiabá
FINK, Robert. Going with the Flow: minimalism as cultural practice in the USA since
1945. In: POTTER, Keith; GANN, Kyle; SIÔN, Pwyll ap. The Ashgate Research
Companion to Minimalist and Postminimalist Music. England: Ashgate, 2013.
Resumo: Uma paixão: rádios que transmitem música clássica! Sem dúvida, versa-se
sobre quase uma raridade no panorama cultural radiofônico brasileiro. Tem-se aqui uma
reflexão sobre a importância do rádio com esse perfil de programação. Com apoio
metodológico no método da escuta, versa-se sobre esse paradigma consolidado na rádio
paulistana de muitos anos de mercado que firmou uma conduta comunicativa sólida a
partir da música erudita.
Resumo Expandido
1) Introito temático:
Como uma necessária introdução, vislumbra-se que um dos veículos de
comunicação de massa mais extraordinários criado pelo homem, sem dúvida, segue
sendo o rádio. Historicamente este principiou suas operações na aurora do século
passado. De fato, manifesta sua proficuidade social como instrumento modelar de
distinguido vigor cultural e energia dialógica diante das hodiernas formas de
comunicação da humanidade. Tendo em vista que o rádio alcançou a
contemporaneidade da presente 21.ª centúria, capacitado economicamente por resistir
como duto de difusão cultural a ocupar relevância comunicativa perante a era digital.
1
Trabalho apresentado no GT 06 – Música, arte e vínculos na radiodifusão durante o IV Simpósio Nacional do
Rádio, realizados de 05 a 07 de maio de 2020, na Faculdade de Comunicação e Artes da UFMT.
2 Doutor pela Universidad Pablo Olavide (Sevilha – Espanha), Mestre pela UFSC, docente da Faculdade de
2) Escopo
Evidenciando aspecto geral do objetivo deste labor, colima-se a apreciação da
difusão radiofônica de repertórios culturais e reação diante do corriqueiro vivenciado
pelos ouvintes. Trata-se de leitura preliminar das mutações de substância radiofônica
transmitida por emissora pública à coletividade nacional. Focaliza-se a assimilação de
cultura musical, de conteúdos informativos referentes aos compositores enfocados,
mediante a irradiação de determinadas e específicas obras dos períodos: barroco,
classicismo, romântico, modernismo. O ouvinte tem consumido o quê? Percebe-se
metodologicamente uma atenção na transmissão dentro de rádio pública com uma
análise preliminar de programas musicais difundidos por emissora estatal. O “case
method” aqui específico é ofertado pela Rádio Cultura FM - SP.
3) Diálogo almejado
Com o intuito de estabelecer o debate, eis que se está diante de um possível
diálogo acerca do exame efetivo das modalidades de apreciadores radiofônicos frente a
programações de repertórios musicais e a veiculação de conteúdos informativos de
caráter estético cultural. Interessante observar que os radialistas dessa emissora
radiofônica costumam transmitir dados: a) sobre fatores estéticos gerais da obra musical
a ser irradiada, b) aspectos sobre a vida dos compositores enfocados, c) elementos
informativos causais sobre os grupamentos musicais intérpretes como orquestras,
quartetos, solistas.
Dessa forma, a Rádio Cultura FM de São Paulo atinge uma massa de ouvintes
integrados por cidadãos estudantes, profissionais, motoristas em deslocamento,
atingindo ambientes de trabalho e lares indistintamente. Uma interpretação de possíveis
dados fluídos de como o ouvinte escuta (contempla, elege, prefere, seleciona) perante a
programação desta rádio pública tem potencial para demonstrar que autores como Bach,
Vivaldi, Mozart, Beethoven, Chopin seguem mantendo um elevado grau de interesse
para apreciação dos ouvintes. Não obstante a multiplicidade de compositores, épocas,
estilos que a Rádio Cultura FM - SP comunica irradiando valores culturais pelas formas:
I) sinfônica, II) ópera, III) camerística, IV) canto coral de música clássica que transmite.
De uma perfunctória análise pela escuta da rádio sob comento, da forma que se
constroem significados dos repertórios musicais programados e irradiados e as
resultantes encontradas no sentido das reações dos consumidores de cultura musical
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5, 6 e 7 de maio de 2020, Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), campus de Cuiabá
REFERÊNCIAS
ADORNO, Theodor W. “A social critique of radio music”. In: The Kenyon Review, v.
7, 1947.
ADORNO, Theodor W. “Analytical study of the NBC Music Appreciation Hour”, The
Musical Quarterly, v. 78, n. 2, 1994.
ADORNO, Theodor W. “Music in radio” (microfilme) Lazarsfeld Papers, Nova York:
Columbia University, 1938.
BURROWS, J. Guia de música clássica. Trad. José Telles. São Paulo: Zahar Editor,
2006.
CARONE, Iray. “Adorno e a música no ar: The Princeton Radio Research Project”. In:
Carone, Iray. Adorno em Nova York: os estudos de Princeton sobre a música no rádio
(1938-1941), 1.ª edição, São Paulo: Editora Alameda, 2018.
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Resumo Expandido
O presente trabalho busca compreender como a produção das radionovelas se
modificou com o rádio expandido (KISCHINHEVSKY, 2016) especificamente durante
a pandemia do novo coronavírus. Para isso, realizamos uma discussão sobre qual
importância social de uma radionovela, sobretudo em momentos de crise, a exemplo da
pandemia da Covid-19, usando como objeto de estudo dois programas radiofônicos
criados, em 2020, por estudantes do Centro Acadêmico do Agreste (CAA) da
Universidade Federal de Pernambuco (UFPE): o “Auto da Compadecida em Tempos de
Pandemia” e o “Santos Conectados no Combate à Covid-19”.
Com base nos conceitos de radionovela (CALABRE, 2007) e rádio expandido
(KISCHINHEVSKY, 2016), buscamos encontrar uma resposta para a nossa pergunta
central: como o rádio expandido transformou a produção das radionovelas durante a
pandemia da Covid-19?
Metodologia
Rádio Expandido
Durante décadas o rádio foi uma plataforma de comunicação líder em audiência,
contudo, os produtos radiofônicos precisaram acompanhar a evolução dos meios de
comunicação. O rádio foi evoluindo com o passar das décadas tornando-se um meio
expandido e hipermidiático (KISCHINHEVSKY, 2016).
Praticamente todos os gêneros radiofônicos precisaram se adaptar às novas
tecnologias, como é o caso das radionovelas. Os registros das primeiras radionovelas
datam de 1931, em Cuba. O tipo de produção se popularizou em outros países da América
Latina, como o Brasil, ganhando espaço com as narrativas amorosas. De acordo com
Calabre (2007, p. 51), a primeira radionovela brasileira foi lançada em 1941 e era uma
adaptação feita por Gilberto Martins da obra “Em Busca da felicidade”, do cubano
Leandro Blanco. Com o tempo, o gênero também precisou se reinventar diante das
transformações tecnológicas, adquirindo uma importância social.
Conclusão
Entendemos que o rádio expandido vem suprir uma necessidade de integrar os
conteúdos radiofônicos nas diferentes plataformas de comunicação e gerar mais
engajamento e interatividade com seus ouvintes. As radionovelas "Auto da Compadecida
em tempos de pandemia" e "Santos Conectados no combate à Covid-19" surgiram como
produtos dessa nova era do rádio. A produção dos programas, especialmente durante a
pandemia, só foi possível devido às possibilidades fornecidas pelo rádio expandido, como
a veiculação do conteúdo através da internet. Além disso, diferentemente da função
original das radionovelas, os programas têm uma importância social na medida que se
propõem a orientar e alertar a população sobre o novo coronavírus.
Referências
CALABRE, Lia. O rádio na sintonia do tempo: radionovelas e cotidiano (1940- 1946).
Rio de Janeiro: Casa de Rui Barbosa, 2006.
GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social / Antonio Carlos Gil. - 6.
ed. - São Paulo : Atlas, 2008.
KISCHINHEVSKY M. Rádio e mídias sociais: mediações e interações radiofônicas em
plataformas digitais de comunicação. Rio de Janeiro: Mauad X, 2016.