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UNIVERSIDADE DE CUIABÁ – UNIC

FACULDADE DE PSICOLOGIA
DISCIPLINA: MATRIZES DO PENSAMENTO EM PSICOLOGIA
PSICANÁLISE

ATIVIDADE DISCURSIVA

Trabalho apresentado ao curso de Psicologia,


3º semestre noturno, na Disciplina de “Matrizes
do Pensamento em Psicologia - Psicanálise,
como requisito para atender a Atividade
Discursiva.

Acadêmica: Maria Elizangela Góes dos Santos

Professora: Me. Eduardo Henrique Ferreira.

Cuiabá/MT
2020/02
ATIVIDADE DISCURSIVA
Uma avó foi procurar um serviço de atendimento psicológico para obter
orientação sobre “psicologia infantil”. Sua filha, mãe do seu neto de 3 anos
cometeu um crime e foi recolhida à cadeia pública. Presa inafiançável,
aguardará o julgamento detida. Segundo a avó, ela será a responsável legal
pela guarda do neto, uma vez que o pai do menino não reconhece a
paternidade e evadiu-se da cidade para uma localidade desconhecida. Mãe e
filho estão separados há 3 semanas e a criança não para de chamar e
perguntar pela mãe. Depois que a mãe foi detida, a criança, que já não mais
usava fraldas, voltou a urinar na cama à noite.
De acordo com a teoria psicanalítica, explique: a) em que fase de
desenvolvimento o neto de 3 anos está vivendo e quais impactos são
esperados em seu comportamento; b) esclareça porque a criança voltou a
urinar na cama, à noite; c) dos autores que estudamos, qual traz contribuição
teórica que aborda diretamente esta questão; d) o que os cuidadores da
criança podem fazer para amenizar os aspectos negativos desta separação.

RESPOSTA:
Sigmund Fred descreveu a evolução psicossocial em termos das pulsões
ligadas à sexualidade a partir da fixação da libido nas zonas erógenas. Ele dividiu
em cinco fases o desenvolvimento libidinal, das quais se apresentam no
desenvolvimento biológico do indivíduo. Sendo assim, de maneira resumida, a
primeira fase é a oral que ocorre no primeiro ano de vida, da qual a criança tem
seu primeiro contato com a libido no ato da amamentação. A segunda fase é a
anal, que se apresenta no segundo e terceiro ano de vida, porém não se refere
apenas a libidinização das mucosas excretórias, são atribuídos valores
simbólicos as fezes e a urina, que proporcionam sentimentos contraditórios,
positivos ou negativos, e é nessa fase que a criança começa explorar e
compreender o mundo exterior. A fase fálica é a terceira etapa pré-genital do
desenvolvimento psicossexual, que ocorre entre os três e seis anos, também é
descrita na literatura psicanalítica como fase edípica, da qual alude ao fato de
que os desejos erógenos nos meninos e nas meninas se incrementam com as
mais diversas fantasias e, normalmente, se dirigem aos pais do sexo oposto, no
triângulo edípico. Aos seis anos de idade a criança entra na quarta fase, na qual
permanece até os doze anos. Chamada de período de latência, essa fase
apresenta duas características principais: 1) repressão da sexualidade infantil,
com amnésia relativa das experiências anteriores; e 2) reforço das aquisições do
ego. A combinação de ambas propicia a sublimação das pulsões, comumente
na escolarização e em atividades esportivas, assim como na formação de
aspirações morais, estéticas e sociais, de modo que esse é o período que
consolida a formação do caráter. A quinta e última fase é a genital, que ocorre
desde a puberdade, passa pela adolescência e acompanha toda a vida adulta,
podendo ser dividida em níveis de maturação: 1) pré-adolescência, no período
dos 12 aos 14 anos; 2) adolescência propriamente dita, dos 15 aos 17 anos; e
3) adolescência tardia, dos 18 aos 21 anos. É nessa fase que ocorrem
transformações tanto na anatomia e fisiologia corporal como de natureza
psicológica, marcadas pela busca da identidade individual, grupal e social.

O caso em questão, de acordo com a teoria da psicanálise, baseada no


contexto apresentado acima elaborada por Freud, o neto está vivenciando a fase
anal, pois já está com 03 anos, e além da libidinização das mucosas excretórias,
espera-se que ele esteja em pleno desenvolvimento, com reconhecimento do
mundo exterior, adquirindo a linguagem, o andar, o progressivo aprendizado do
controle esfincteriano, o controle da motricidade e o prazer com a atividade
muscular, os ensaios de individuação e separação, desenvolvendo sentimentos
e classificando as dicotomias. Porém, ao se deparar com a ausência física da
mãe sofre um abalo emocional e regride voltando para a fase oral, da qual ele
busca inconscientemente a relação com essa mãe, o contato afetivo que está na
sua memória. O menino volta a urinar na cama por não ter a concepção limitada
sobre o uso das suas necessidades. Neste caso, é necessário que exista uma
comunicação da avó da criança e os demais cuidadores, para que haja um
treinamento esfincteriano, assim como uma orientação para a eliminação e
retenção na hora adequada, delimitando o espaço onde ela deverá urinar e fazer
suas necessidades básicas. Além disso, suporte emocional para amenizar o
sofrimento dessa criança.

REFERÊNCIAS

RIEDO, Cássio Ricardo Fares e ROSA, Weber Mário de Lima. Matrizes do


pensamento em psicologia: psicanálise. Londrina: Editora e Distribuidora
Educacional S.A., 2017.

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