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INTRODUÇÃO
1 – A GÊNESE DO PENTECOSTALISMO
cristã.
deixou-nos como herança teológica à tese de que era possível e necessária uma segunda
experiência com Deus que é conhecida como total ou inteira santificação,“Isso significa
que, mesmo nessa vida terrena o homem pode ficar inteiramente livre do pecado, através de
após o encontro que o pioneiro do movimento metodista teve na costa norte-americana com
missionários morávios.
uma segunda experiência com Deus na vida cristã, após os grandes avivamentos
pentecostalismo cunhou a tese de que essa segunda experiência com Deus era o Batismo
Tal experiência foi pela primeira vez noticiada em uma pequena escola bíblica da
cidade de Topeka, estado do Kansas, cujo diretor era Charles Fox Perham. O movimento
porém se alastrou após a famosa cruzada da Rua Azuza na cidade de Los Angeles, onde
- CHAMPLIN, Russel Norman. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e filosofia .5ª ed. São Paulo:Hagnos
1
Vol 4 . pg 255
4
Iain Mac Robert em sua obra “The black roots and White racism of early
movimento Pentecostal.3
Fazendo uma leitura da tese de Mac Robert, André Corten em sua dissertação de
mestrado afirma:
Podemos considerar que a cultura afro-americana tenha sido campo fértil para a
2
- MAC ROBERT, Iain. The black roots and White racism of early Pentecostalism in the USA. Houndmills:
The Macmillion Press. 1988
3
- CORTEN, André. Os pobres e o Espírito Santo. O pentecostalismo no Brasil. Petrópolis: Vozes 1996. p.
60
4
- ibidem, p. 49
5
Percebe-se que desde suas origens o pentecostalismo esteve estreitamente ligado aos
Durham, pastor batista de Chicago que após receber a experiência pentecostal na Missão da
Rua Azuza, já batizada como Igreja Apostólica da Fé, fundou em Chicago uma Missão de
Jardilino diz:
Congregação Cristã do Brasil veio para o Brasil no ano de 1910 instalando-se em São
Paulo, após rápida passagem pelo interior do Paraná onde organizou a primeira comunidade
Italiano de origem humilde, filho de artesãos, imigrou para os Estados Unidos onde
5
JARDILINO, José Rubens. As religiões do espírito. Rio de Janeiro: ISER. p.31
6
Chicago.6 Em 1903 permitiu-se batizar por imersão ao se unir à um grupo holiness sendo
que em 1907 afirma ter sido batizado com o Espírito Santo na Missão de Durham:
Uma vez em São Paulo passou a congregar na Igreja Presbiteriana do Brás, bairro
da capital paulistana onde havia uma grande comunidade italiana. Após pregação sua sobre
pessoas fundaram com Louis Francescon a Congregação Cristã do Brasil que permaneceu
restrita até a década de 30 à grande colônia italiana do Estado de São Paulo, expandindo-se
posteriormente à classe operária de origem nordestina que migrou para a metrópole a partir
da década de 50.
pentecostalismo brasileiro através de dois de seus discípulos de origem sueca que vieram ao
Em 1911, após se acharem alvo de uma revelação profética, decidiram por uma
viagem ao Pará, aonde criam ser o local escolhido por Deus para que a mensagem do
Sobre a escolha do Norte do país como ponto inicial dessa missão Freston afirma:
6
FRESTON, Paul. Nem Anjos nem Demônios, interpretações socilógicas do pentecostalismo. Parte II Visão
Histórica. P. 100
7
FRANCESCON, Louis. História de Deus, revelada pelo Espírito Santo, no século atual. 4ª ed. São Paulo
7
“A escolha do Pará não foi racional, mas acabou tendo uma racionalidade maior
(no sentido de se fazer presente em todo o país do que se começasse no Rio ou
São Paulo. Acontece que havia um certo contexto para a profecia. O pastor da
igreja Batista de Belém era precisamente um Sueco emigrado para os Estados
Unidos aos sete anos de idade. Tratava-se de Erik Nilsson (Eurico Nelson), que
desde1897 implantava igrejas em toda a Amazônia”8
fundada por Erik Nilsson em Belém e sendo bem recebidos por aquela comunidade
uma forte reação por parte da liderança local, que conseqüentemente gerou um cisma no
qual foram expulsos não somente Berg e Vingrem, mas também aproximadamente 19
de Deus.9
expandiu-se durante os seus 30 primeiros anos do Norte para o Sul do país através da região
tal popular tenha sido marcada tão decisivamente por escandinávios vindos da gélida
em sua obra sobre a História das Assembléias de Deus destaca entre os pioneiros da obra
homens pobres que imigraram para a América do Norte em busca de melhores condições de
8
FRESTON, Paul. Nem Anjos nem Demônios, interpretações socilógicas do pentecostalismo. Parte II Visão
Histórica. pp.81
9
Alexader Rayle em sua obra História Documental do protestantismo brasileiro no capítulo XX apresenta
através de documentação original três diferentes versões sobre esse cisma
10
ALMEIDA, Abraão. História das Assembléias de Deus. pp 36-81
8
vida e que a Suécia não era na época a próspera nação que conhecemos hoje, Paul Freston
“Pertenciam a uma minoria religiosa num país onde vários trâmites burocráticos
passavam pelo clero Luterano. Desprezavam a Igreja estatal com seu alto status
social e político e seu clero culto e teologicamente liberal (...) por isso eram
portadores de uma religião leiga e contracultural, resistente a erudição teológica e
modesta nas aspirações sociais(...) Os pentecostais suecos, por outro lado, em vez
da ousadia de conquistadores, tinham uma postura de sofrimento, martírio e
marginalização cultural.”11
partir das Assembléias de Deus ficou marcado pela presença de líderes do Norte/Nordeste
que na década de 60 eram 60% dos ministros da denominação 12, o que determinou o
pentecostalismo pois:
“Deve-se que esta parte do Brasil estava de muitas maneiras, preparada para o
advento do pentecostalismo , pela a escassez de padres e pelo desenvolvimento
da religião católica popular, dirigida por leigos, em que a supertição e as curas
milagrosas por líderes “carismáticos” e “santos” desempenham papel
predominante”13
11
FRESTON, Paul. Nem Anjos nem Demônios, interpretações socilógicas do pentecostalismo. Parte II Visão
Histórica. p.78
12
JOHNSSON . Brasil 1980: O manual protestante. p. 11
13
HANH, Carl Joseph. História do culto protestante no Brasil . pp.336
9
Outros sociólogos da religião questionam Paul Freston e seu conceito sobre ondas
em seu conceito sobre ondas parece-me ser razoável como delimitador de tempo14.
do movimento de evangelização em tendas cujo carro chefe era a cura divina. Embalados
dissidentes surgiram através de líderes carismáticos dos quais destacamos Manoel de Melo,
posteriormente ligou-se a Cruzada, saindo posteriormente para fundar a Igreja o Brasil para
Cristo.
“O Brasil para Cristo foi um sucesso imediato e Mello chegou a fama nacional com
menos de 30 anos de idade. Se a Igreja do Evangelho Quadrangular inovara com tendas,
trazendo a cura divina para fora dos templos, o Brasil para Cristo foi mais longe, alugando
espaços seculares como cinemas, ginásios e estádios”15
Outro movimento dessa segunda onda que merece destaque é a Igreja Pentecostal
Deus é Amor (IPAD). Fundada por Davi Miranda no início dos anos sessenta é de forma
indireta conseqüência das grandes cruzadas da década anterior. Das grandes denominações
Para uma melhor compreensão dessa discussão aconselho a leitura de Leonildo Silveira Templo, teatro e
14
FRESTON, Paul. Nem Anjos nem Demônios, interpretações socilógicas do pentecostalismo. Parte II Visão
15
Histórica. pp.81
10
Quadrangular. Fazendo uso da rádio a IPAD expandiu de São Paulo para todo o Brasil
antecipando a Igreja Universal do reino de Deus (IURD) “no combate frontal a umbanda e
O pentecostalismo de segunda onda tem como ênfase não mais a glossolalia e sim a
cura divina. Inicia-se nessa época a massificação do uso dos meios de comunicação e o
marcado pela vinda ao Brasil do canadense Roberto McAlister que introduz o culto
bispo, McAlister institucionaliza o movimento através da Igreja de Nova Vida que foi berço
Deus (IIGD).
alcançou notoriedade na mídia ao adquirir uma emissora de televisão paulista no início dos
anos noventa.
ênfase não é mais a glossolalia e nem a cura física mas o exorcismo através do qual as
16
Ibidem pp129
17
A obra atual que melhor define a IURD é a tese de doutoramento apresentada por Leonildo Silveira e
posteriormente editada Templo, teatro e mercado – organização e marketing de um empreendimento
neopentecostal
11
pessoas alcançam não só a cura, mas também a prosperidade financeira. Quanto à ética
comportamental a IURD é de certa forma liberal com os membros não havendo, inclusive,
qualquer tipo de disciplina. Algumas restrições são impostas aos obreiros, porém nada que
protestantismo histórico. O uso de símbolos bíblicos e da cultura popular dão vida aos
nossas relações com Deus. Ele serve como elemento para se conseguir bênçãos e anular os
brasileiros a classe média foi definitivamente inserida no movimento pentecostal. Com tais
meados dos anos 80 na cidade de São Paulo pelo hoje Apóstolo Estevão Hernandes.
IURD são conhecidos como pontos de contato da Fé. O uso de determinados símbolos e
expressões da cultura religiosa popular que caracterizam o pentecostalismo tais como, água
orada, óleo, cruz, declarações uníssonas de fé, e atualmente o sal e arruda não encontram
classe média alta, também se utilizam de objetos que de forma semelhante buscam
expressar ou incultir um tipo de fé. Pensar então que o avanço da tecnologia, o aumento da
escolaridade e uma esperada distribuição de renda vão eliminar da religião brasileira o uso
religiosa brasileira à cinco séculos e não deixarão de existir, haja vista que a IURD inicia o
terceiro milênio assumindo por completa a sua condição de movimento religioso sincrético
O apelo emocional do culto pentecostal também não será extinto. O que temos visto
protestantes tradicionais que assim estão sendo tipologizadas. Entende-se por carismáticas
nos pentecostais clássicos Igrejas que adotaram uma liturgia equilibrada e organizada com
avivada, caracterizam Igrejas que se expressam através de liturgia menos formal, com
13
abertura também ocorre, via de regra, após a morte dos fundadores de determinado
movimento.
que levaram o movimento pentecostal a obter tão espetacular crescimento em nossa nação.
território nacional.
discurso teológico popular, liturgia informal e festiva e uso de músicas com ritmos da
corpo de cristo conforme o chamado e propósito de Deus em suas vidas também deve ser
orquestras é digno de nota, pois têm, não só contribuído para a vida espiritual do indivíduo,
do vocabulário simples de gente humilde que transpõe com facilidade a barreira que os
sofrimento, trazendo para eles resposta e solução. O mal é identificado como o inimigo a
ser vencido. O diabo com o qual lutamos através da oração, do uso de símbolos e
expressões de fé, e a carne e seus desejos pecaminosos que são vencidos através da
de sua arte (música, cinema, teatro,televisão) e de sua diversão (bares, esporte, clubes,
praia).
provações.
desestabilizar então ele pode e deve ser vencido, não há o que temer, segundo o atraente
discurso pentecostal.
população. Entre os evangélicos os protestantes históricos ainda eram maioria, 51% contra
percentual de 8,9%, com ampla maioria de pentecostais, 62% contra 38% dos tradicionais.
Durante a década de 80, enquanto o crescimento dos tradicionais foi de apenas 24% o das
evangélica em nosso território, ultrapassamos a barreira percentual dos 15%, sendo que
Com isso não podemos pensar no futuro da IPB sem analisarmos os motivos que
18
- FRESTON, Paul. Na força do Espírito. Os pentecostais na América Latina: um desafio as Igrejas
históricas. São Paulo: Pendão Real, México City: AIPRAL, São Bernardo do Campo:UMESP. P.269
16
John Mac Arthur Jr. em sua obra “Os carismáticos”, destaca alguns pontos
19
- CAMPOS, Leonildo Silveira. Na força do Espírito. Os pentecostais na América Latina: um desafio as
Igrejas históricas. São Paulo: Pendão Real, México City: AIPRAL, São Bernardo do Campo:UMESP. P.107
17
essa tese sobre a pessoa do reformador e durante longos anos falar sobre o Espírito Santo
em nossas Igrejas era “proibido” e quem ousa-se d’Ele falar era taxado de pentecostal.
Quando, porém fazemos uma leitura nos textos primários do Calvinismo, escritos
pelo reformador, logo notamos que a idéia atual de que João Calvino era indiferente à
pessoa do Espírito Santo e afirmar que versar sobre esse assunto não é parte do
Na teologia de João Calvino o Espírito Santo santifica, purifica e nos atraí para
obtermos a salvação. Também “inflama os nossos corações com o fogo de um ardente amor
a Deus e ao próximo”. 21
dado à pessoa do Espírito Santo, sua participação no plano redentivo do Senhor, sua ação
20
- MCKIM, Donald K. ed. Grandes Temas da Tradição reformada.
21
- CALVINO, João. Breve Instruccion. 3ª ed. Barcelona: FELIRE, 1990. p. 50
18
Jesus, a paz, a fé e o amor transbordam em nossos corações à medida que o Espírito Santo,
comunicação com Deus através da Oração. São célebres e belas as orações escritas por
exercício constante da oração. Através desse recurso nós colocamos os nossos pedidos
diante do Pai e temos com Ele comunhão, podemos exalta-Lo e obtermos em todo instante
células de oração, não são incompatíveis com a Teologia Calvinista. Recebemos por
herança o zelo por uma vida de constante oração que precisa ser resgatado por Igrejas e
Tal ênfase no exercício da oração gera, na comunidade de fé, uma maior comunhão
que deve ser sempre estimulada como conseqüência da nossa herança calvinista. Tal
22
- ibidem. pp. 67
23
- CALVINO, João. Institutas de la religion cristiana. Vol III.xx.29. pp.699
19
comunhão significa uma maior harmonia no corpo de Cristo para o exercício pleno dos
“As Palavras Comunhão dos Santos explicam todavia mais claramente o que é a
Igreja: A Comunhão dos fiéis consiste em que, quando um deles recebeu de
Deus algum dom, todos participam dele, se bem, pela dispensação de Deus, este
dom foi dado a um deles em particular, do mesmo modo os membros de um
mesmo corpo, dentro de sua unidade, participam entre si de tudo o que têm,
todavia cada um têm seus dons particulares e são diversas suas funções”.24
nossa herança reformada que nos deixou como legado o incentivo ao uso de dons
de fé na figura do ministro não é condizente com nossa rica tradição, é necessário resgatar a
visão teológica de Calvino sobre dons e ministérios e repensarmos nossa atual organização
incompatível com o povo latino americano e com a nossa tradição reformada, absteve-se de
24
- CALVINO, João. Breve Instruccion. 3ª ed. Barcelona: FELIRE, 1990.. pp. 51
20
João Calvino, ainda que avesso ao uso exagerado de símbolos, mostra-se em seus
escritos tolerante para com o uso dos mesmos durante nossas celebrações. Em uma carta a
Igreja de Wezel ele demonstra toda sua compreensão e maturidade teológica sobre o tema:
não fazemos objeção quanto a nos ajustarmos à sua utilização onde já tenham sido
consegue incluir em sua resposta a consulta da Igreja de Wezel uma tolerância não vista no
No catecismo do ano de 1537 João Calvino faz menção ao uso de símbolos e seus
“O Senhor concebe, com efeito, que para a ignorância de nossa carne é útil propagar
que reflitam a glória e a ação de Deus. 27 Contudo o reformador não deixa de valorizar a
Palavra, que conforme sua teologia, precede o símbolo 28 e em uma sadia associação é por
em especial aqueles que sejam bíblicos e parte integrante da rica tradição da Igreja Cristã.
25
- citado in LEITH, John H. A tradição reformada, uma maneira de ser comunidade cristã. 1ª ed. São Paulo:
Pendão Real, 1997. p. 256
26
- - CALVINO, João. Breve Instruccion. 3ª ed. Barcelona: FELIRE, 1990. p. 71
27
- CALVINO, João. Institutas de la religion cristiana. Vol I.xi.3. pp. 51
28
- - CALVINO, João. Breve Instruccion. 3ª ed. Barcelona: FELIRE, 1990. p. 71
29
- CALVINO, João. Institutas de la religion cristiana. Vol IV.xiv. 4. pp.
21
construções e até mesmo o uso da imposição simbólica das mãos como símbolo de
presbiterianismo brasileiro:
“Quanto a mim, estimo de grande maneira tal imposição de mãos, sempre que se
faça simplesmente a modo de oração, e desejaria que se a usa-se atualmente em sua pureza
e sem supertição”.31
religioso alienígena:
É certo que não posso advogar práticas da IURD quanto ao uso de símbolos tais
como arruda, sal grosso, água orada, etc. Contudo parece claro que ao fazer uso de
30
- - CALVINO, João. Breve Instruccion. 3ª ed. Barcelona: FELIRE, 1990. p. 45
31
- CALVINO, João. Institutas de la religion cristiana. Vol IV.xix. 4. pp. 1142
32
- CAMPOS, Leonildo Silveira. Templo, Teatro e mercado. A organização e marketing em um
empreendimento neopentecostal. 1ª ed. São Bernardo do Campo: UMESP. p. 87
22
para o lúdico e para as expressões visuais de fé com o uso de símbolos bíblicos que torne
base uma deficiente exegese de Romanos 12v1, analisada sob a ótica do iluminismo.
uma liturgia semelhante a da Igreja de Calvino no limiar de um novo milênio parece ser um
celebrar litúrgico de Genebra, cidade de pouco mais de vinte mil habitantes, recém saída da
idade média, e imbuída ainda em um universo rural, para uma das atuais metrópoles
informalidade, que não pode ser confundida com desordem, a emoção tradicional do latino,
que não pode ser confundido com catarxe, e o uso de músicas ritmadas conforme a nossa
cultura e costume.
“O Senhor nos permite liberdade em relação aos ritos externos, não para
concluirmos que o seu culto se ache limitado por essas coisas. Ao mesmo
tempo, entretanto, Ele não nos concede liberdade ilimitada e descontrolada, mas
construiu, por assim dizer, cerca em torno dela, de tal maneira que somente à
23
luz de sua Palavra é que podemos orientar nossas mentes sobre o que é
correto.”33
empregado em nossas mensagens dominicais. Não defendo a banalização que tanto têm se
também uma palavra de esperança e renovo para o ouvinte que vive sob o angustiante
Nossa mensagem deve ser também de esperança, trazendo não só respostas para o
“A Fé, tal como havemos entendido, é uma persuasão certa da verdade de Deus,
a qual não pode mentir-nos, nem enganar-nos, não pode ser falsa, quem tem esta
certeza espera com uma mesma segurança a realização por Deus de suas
promessas. Para eles estas promessas não podem ser menos que verídicas.” 34
33
- CALVINO, João. 1 Coríntios. Edição em português. 1ª ed. Paracletos: São Paulo, 1996. P. 444
34
-- CALVINO, João. Breve Instruccion. 3ª ed. Barcelona: FELIRE, 1990.. p. 54
24
partir da trama temporal descontínua do milenarismo, ele intervém como solução. “Jesus é
Não sou adepto da visão escatológica do pré-milenismo, porém ainda que a nossa
Não apenas deveríamos mudar a ênfase dos nossos discursos, devemos torná-lo
também conhecido através do uso eficiente dos meios de comunicação. O crescimento dos
programas de rádio entre os anos 50 e 70, e programas de televisão a partir dos anos 80. O
uso eficiente desses meios de comunicação não se restringiu apenas a compra de espaço em
entram na era da televisão com a compra de espaço em televisão via cabo. Há muito saímos
da vanguarda.
35
- CORTEN, André. Os pobres e o Espírito Santo, o pentecostalismo no Brasil. p. 205
25
O admirável é que tal deficiência não condiz com a nossa herança reformada. João
Calvino bem aproveitou o surgimento da imprensa com a publicação de obras para que seus
ensinos pudessem ser acompanhados por um público maior, de diversas obras lançadas pelo
CONCLUSÃO
Em sua edição de nº 1758 a conceituada revista semanal VEJA traz matéria de capa
intitulada “Nação evangélica”, que poderia muito bem ser chamada de “Nação
têm sido muito eficientes para difundir o evangelho de Cristo nas plagas latino americanas.
no Brasil e descrever o que motivou o seu fenomenal crescimento nesse país, e então,
Tenho a expectativa que esse tratado acadêmico impulsione uma reflexão madura
que podem melhor se adequar a nossa tradição, fazendo assim com que a mesma se torne
BIBLIOGRAFIA
CONDE, Emílio. História das Assembléias de Deus no Brasil. Rio de Janeiro:CPAD, 1960.
355p.
FRANCESCON, Louis. História de Deus, revelada pelo Espírito Santo, no século atual. 4ª
ed. São Paulo, 1977
HANH, Carl Joseph. História do culto protestante no Brasil. 1ª ed. São Paulo: Aste.
JARDILINO, José Rubens. As religiões do espírito. 1ª ed. Rio de Janeiro: ISER. 101 p.
LEITH, John H. A tradição reformada, uma maneira de ser comunidade cristã. 1ª ed. São
Paulo: Pendão Real, 1997. 394p.
28
MAC ROBERT, Iain. The black roots and White racism of early Pentecostalism in the
USA. Houndmills: The Macmillion Press. 1988
MAC ARTUR Jr., John F. Os carismáticos. 3ª ed. São José dos Campos: Fiel, 1995. 212p.
MCKIM, Donald K. ed. Grandes Temas da Tradição reformada. 1ª ed. São Paulo:Pendão
Real, 1999. 395p.