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Guia de Criação de Conteúdo para Desenvolvedores 1

Guia de Criação de Conteúdo


Para
Desenvolvedores

Um livro escrito por

STEPHANIE MORILLO

Traduzido por

RAY CARNEIRO

Copyright © 2020. Stephanie Morillo


Guia de Criação de Conteúdo para Desenvolvedores 2


ÍNDICE

Introdução 4

Capítulo 1: Definindo seus objetivos 9

Capítulo 2: Gerando ideias de conteúdo 16

Capítulo 3: O Estágio de Planejamento 30

Capítulo 4: O Estágio de Escrita 48

Capítulo 5: O Estágio de Edição 64

Capítulo 6: Títulos, Chamadas para Ação e Recursos 70

Capítulo 7: Promovendo conteúdos 77

Capítulo 8: Usando Analytics para Iterar e Melhorar 84

Capítulo Bônus 1: Escrevendo para outras publicações de tecnologia 91

Capítulo Bônus 2: Considerações especiais para Podcasts e Screencasts 102

Epílogo e pensamentos de despedida 110

Apêndice: Recursos e leitura contínua 116

Reconhecimentos 120

Fichas de Trabalho (Download)

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INTRODUÇÃO

Você é um desenvolvedor que sempre quis criar um blog,

screencast ou podcast? Talvez você esteja cheio de ideias para

conteúdos ou talvez você não saiba por onde começar.

Você também pode escrever conteúdo técnico para outros

publicadores ou contribuir em documentações open-source. Você

também pode querer criar conteúdo para documentar seu próprio

aprendizado ou conteúdo para melhorar sua marca ou portfólio. Você

está motivado para criar, mas não sabe como manter suas ideias fluindo.

Se seu objetivo é criar conteúdo para outros desenvolvedores, não

procure mais, pois este livro é para você. Não há pré-requisitos

necessários para seguir este livro. Se você já conhece alguns conceitos

de marketing, ótimo, mas não é necessário ter uma experiência anterior.

Este livro foi desenvolvido para esclarecer os conceitos e jargões

de marketing, enquanto os links para artigos informativos de marketing

estão incluídos em várias seções (todos em inglês). Com este livro, você

aprenderá como: 

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•Desenvolver um calendário de conteúdo

•Dividir o processo de escrita do blog

•Formatar o conteúdo para melhorar a legibilidade e a descoberta do

seu conteúdo

•Promover seu conteúdo com mais eficiência

•Bônus: Escrever para publicações técnicas

•Bônus: Tornar os screencasts e podcasts mais acessíveis

Habilidades de conteúdo, como as de desenvolvimento de

software, precisam ser aprimoradas e refinadas continuamente. Este livro

pode não ser o único guia que você precisará para se tornar um guru de

conteúdo, mas este livro o ajudará a começar a produzir conteúdo com

confiança e consistência. Em pouco tempo, você estará sentado em

frente ao seu computador com sua lista de ideias, pronto para começar a

publicar em apenas alguns dias. Com o tempo, você precisará de mais

recursos para o próximo nível, alguns dos quais estão listados na seção

"Recursos e leitura contínua" no final deste livro.

A melhor e a pior parte de desenvolver conteúdo é que não existe

um caminho certo para fazer as coisas. No entanto, desenvolvedores que

estão consistentes com a geração de conteúdo são sempre mais bem-

sucedidos porque eles estão constantemente fazendo, experimentando

e produzindo. Você desenvolverá uma compreensão sobre como criar

um bom conteúdo, qual conteúdo funciona melhor para os seus leitores

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e quais plataformas de publicação são mais adequadas para cada tipo

de conteúdo.

O que é conteúdo e marketing de conteúdo?

Conteúdo é qualquer tipo de ativo que transmite informações e

deve ser consumido ou engajado pelo público. O objetivo do conteúdo

pode ser informar, convencer ou entreter. O conteúdo pode ser baseado

em texto (postagens de blog, artigos, listas, documentação), multimídia

(vídeos, screencasts, transmissões ao vivo, podcasts, demonstrações),

projetos open-source, infográfi cos, imagens, postagens de mídia social,

entre outras formas.

O marketing de conteúdo é um tipo de marketing preocupado

em produzir e compartilhar conteúdo altamente relevante e valioso para

um público-alvo bem definido. Por que isso é importante? Porque, como

os bons criadores de conteúdo sabem, os desenvolvedores não gostam

das linguagens "marketeiras" e "vendedoras", mas um ótimo marketing

de conteúdo para desenvolvedores tem como objetivo fornecer algo de

valor ao leitor.

Você aprenderá conceitos básicos importantes sobre a estratégia

de marketing de conteúdo e terminará com táticas e planos acionáveis

que permitirão que você embarque na sua jornada de criação de

conteúdo com mais clareza, foco e confiança. Embora este livro se

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preocupe principalmente com blogs e conteúdo baseado em texto, os

conceitos explicados neste volume também são aplicáveis a outras

formas de conteúdo.

Como ler este livro

Este livro ensinará você como organizar suas ideias e criar planos

para transformar essas ideias em um bom conteúdo. Essencialmente, as

estratégias deste livro refletem o processo de escrita, que geralmente é

composto pelas cinco etapas a seguir:  

1.Brainstorming e planejamento

2.Elaboração

3.Edição

4.Refinamento

5.Promoção

Leia o livro na ordem, do começo para o final. Cada capítulo

subsequente se baseia nos anteriores e você precisará se familiarizar

com cada conceito antes de passar para o próximo. Depois de ler

completamente, você pode voltar para capítulos específicos na ordem

que desejar.

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Muitas seções incluem “Sua Vez!”, textos explicativos que são

exercícios guiados com planilhas para você completar. Isso ajuda a

organizar seus pensamentos e serve como ponto de partida.

Para tirar o máximo proveito dos conselhos fornecidos,

comprometa-se a fazer os exercícios. Salve suas respostas; convém

imprimi-las para referência ao criar conteúdo. Revise e refaça as planilhas

a qualquer momento quando começar a criar conteúdo (pelo menos

uma vez por trimestre, com base na frequência com que você publica

coisas novas).

Download das planilhas em: bit.ly/dgtcc-ptbr-worksheets. 

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CAPÍTULO UM:
DEFININDO SEUS OBJETIVOS

Há muitas razões para criar conteúdo, e suas razões podem diferir

em vários momentos. Independentemente, criar conteúdo é um caminho

maravilhoso para cristalizar sua compreensão de um tópico com o

benefício adicional de ajudar outras pessoas a fazerem o mesmo.

Me concentrarei em escrever nos próximos parágrafos - e por

grande parte deste livro - porque é o meio que funciona melhor para

mim (e para muitos criadores de conteúdo iniciantes). Você pode

escrever porque quer acompanhar o que está aprendendo. Ou você

pode escrever porque é um desenvolvedor referência que deseja ajudar

outros desenvolvedores a usar o produto da sua empresa. Qualquer

razão para escrever ou criar qualquer outro tipo de conteúdo é um bom

motivo. (A menos que você acredite que a criação de conteúdo é uma

maneira de ficar rico e famoso; escritores de todos os lugares podem

garantir que esse não é o caso!)

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Por que você quer criar conteúdo?

Sempre existe uma razão principal para tudo o que fazemos e

entregamos. O motivo pode ser melhorar os tempos de carregamento

da página e outros indicadores de desempenho. O mesmo vale para a

criação de conteúdo. Antes de começar, você deve ter clareza sobre os

motivos pelo qual vai criar algo.

Esse motivo - que evoluirá para seu objetivo ou declaração de

missão - servirá como sua “estrela do norte”, orientando todas as etapas

da sua jornada de conteúdo. Tudo o que você criar será desenvolvido

com a sua declaração de objetivo (ou "declaração de missão") em mente.

Sua declaração de objetivo ajudará você a definir tudo, quem é seu

público-alvo e quais tópicos são adequados para seu blog, screencast ou

podcast.

Por que você quer começar um blog (screencast, podcast, etc)? É

uma pergunta que você precisa fazer a si mesmo.

Cenário da vida real:

Aqui está a razão pela qual comecei a blogar:

Estou no setor de tecnologia há alguns anos e, com base nas

minhas observações, queria ajudar os desenvolvedores a

entenderem melhor as disciplinas relacionadas ao conteúdo.

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Também queria criar um portfólio que mostrasse minhas

habilidades de criação e experiência em estratégia de conteúdo.

Aqui está a declaração de objetivo que criei sobre meu blog:

“Meu objetivo é criar postagens de blog sobre tópicos

relacionados ao conteúdo que sejam altamente relevantes para os

desenvolvedores. Quero ajudar os desenvolvedores a se tornarem

escritores confiantes e encorajá-los a colaborar mais de perto com

as pessoas que trabalham nas disciplinas de conteúdo.”

***

Muitos anos atrás, quando eu estava aprendendo a codificar pela

primeira vez, eu mantive um blog de aprendizado. O propósito desse

blog era acompanhar os desafios e táticas que usei para resolver

problemas. O blog não foi criado para resolver os problemas de outras

pessoas (embora fosse legal). Seu principal objetivo era me ajudar a

visualizar todas as etapas da minha jornada de codificação.

O conteúdo que escrevi nesse blog é muito diferente do que existe

no meu blog atual.

Você pode criar conteúdo por razões pessoais ou profissionais (até

mesmo uma mistura de ambos). Por exemplo, você pode blogar para:

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• Ter o hábito de escrever mais

• Ter um novo trabalho ou mudar de carreira

• Usar o blog para referência de estudos de caso

• Criar conteúdo para iniciantes que estão aprendendo uma

linguagem de programação específica.

Note que seu objetivo pode mudar. Mas, desde que você tenha um

objetivo, cumpra-o. Como é a evolução de uma declaração de objetivo

na prática? Aqui está um exemplo:

“Meu objetivo com os blogs é escrever sobre tópicos relacionados

ao conteúdo que serão atraentes para os desenvolvedores. Mas às vezes

escrevo muito sobre outras coisas. Onde eu deveria colocar esse tipo de

coisas?”

A resposta: a newsletter! Comecei uma newsletter que servia para

um motivo muito diferente do meu blog. Eu queria um lugar onde

pudesse compartilhar todas as coisas legais que estava aprendendo e

documentar o crescimento da minha carreira. Queria que fosse mais

pessoal e informal. Ao contrário do meu blog, que tento preencher com

conteúdo educacional, a escrita da minha newsletter seria composta

principalmente pelas minhas perspectivas em relação às coisas.

Entender minhas razões e meus objetivos para começar um novo

projeto me ajudou a identificar a melhor saída para minha redação, para

que meu blog não fosse um acumulado de informações sem rumo.

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💡 Sua Vez! Exercício Guiado #1:

Imprima a planilha “Declaração de missão do blog”. Em algumas

frases, escreva as razões pelas quais você deseja iniciar um blog e o

objetivo.

Identificando seu público-alvo


A próxima pergunta que você deveria responder é: “Pra quem eu

estou escrevendo?” Quer percebamos ou não, todos nós temos um

público-alvo em mente quando criamos conteúdo.

Assumimos seu nível de conhecimento em um tema, qual área de

conhecimento eles possuem e quais são seus interesses. Assumimos que

nosso conteúdo seja do seu interesse ou talvez resolva os problemas que

eles encontraram. Definir para quem você está criando conteúdo

permitirá que você produza conteúdo nítido, coeso e relevante para o

seu público-alvo. Afinal, você está criando conteúdo na esperança de

que alguém veja e aprecie.

Cenário:

Aqui está o público-alvo que identifiquei para este livro:

“Meu público-alvo é formado por desenvolvedores de nível

intermediário até sênior que consomem conteúdo técnico

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constantemente. Eles leem regularmente blogs de tecnologia e assistem

aos tutoriais do YouTube para aprender novas habilidades. Eles

escreveram posts no passado, mas nunca deram sequência. Eles também

viram alguns dos desenvolvedores que admiram alavancarem seus blogs

com sucesso para conseguir empregos, trabalhos como freelancer e

palestras. Eles decidiram começar a blogar mais para documentar suas

descobertas e ajudar outras pessoas. Eles não querem ser inundados

com detalhes granulares sobre marketing, mas querem saber o suficiente

para criar conteúdo de alta qualidade que ganhe um público e desejam

fazer isso rapidamente”.

Esse "público-alvo" não é uma pessoa específica. Alguns dos

detalhes aqui podem não ser relevantes para você. Mas definir os

principais atributos do meu público-alvo me permitiu escrever um livro

que é altamente relevante para o leitor que eu tinha em mente.

Se você estiver criando conteúdo para um público externo (ou seja,

não apenas para si mesmo), lembre-se de que você não é o público-alvo.

Seu público-alvo tem um problema específico que você não tem. O que

você tem é a solução. Talvez você já esteve na posição em que eles estão

atualmente, mas superou isso e pode aconselhá-los.

Fazemos suposições sobre nosso público-alvo para determinar os

parâmetros do conteúdo. Nosso trabalho como criadores de conteúdo é

entender as necessidades do público e atendê-las.

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💡 Sua Vez! Exercício Guiado #2:

Abra a planilha "Público-alvo". Escreva cinco frases sobre o seu

leitor alvo. No seu artigo, certifique-se de responder às seguintes

perguntas:

• O que eles fazem?

• O que eles sabem atualmente?

• O que eles querem saber?

• Para que eles virão ao seu blog?

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CAPÍTULO DOIS:
GERANDO IDEIAS DE CONTEÚDO

Em termos gerais, você pode reunir suas ideias de conteúdo nas

quatro categorias a seguir (não mutuamente exclusivas): 

1. Coisas que você já sabe

2. Coisas que você já tem

3. Coisas que outras pessoas querem saber

4. Coisas que você quer aprender

O agrupamento nessas categorias amplas é útil para direcionar

novas ideias.

Coisas que você já sabe


Se você dominou uma habilidade, uma estrutura ou documentou

um processo que levou a um resultado específico, são coisas sobre as

quais você pode escrever, especialmente se elas abordarem um

problema que você suspeita que outros possam ter. Se você criou um

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site usando uma stack específica que não foi muito abordada, escreva

sobre ela!

Por exemplo, quando eu estava gerenciando o blog da empresa

DigitalOcean, me concentrei nas coisas que fizemos bem como empresa

e encontrei pessoas em departamentos diferentes para escrever sobre os

tópicos que eram mais relevantes para elas. Isso incluía coisas como:

• Cultura remota

• Desenvolvendo para open-source

• Gestão de Comunidades

• Engenharia de rede

• Storytelling criativo de forma visual

• Treinamentos

Esses tópicos surgiam frequentemente em conversas. Passei um

tempo considerável vasculhando a empresa Slack em busca de ideias e

para ter uma noção sobre o que as pessoas estavam entusiasmadas.

Escrever para o blog da empresa se tornou uma grande vitória para

todos; os engenheiros podiam usar as postagens do seu blog nas

análises de desempenho, as equipes que não trabalhavam diretamente

nos produtos voltados para o cliente podiam mostrar o seu trabalho, e

conseguimos recrutar pelo menos um engenheiro com base nas

postagens anteriores do blog.

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  Ainda não está claro como você pode fazer isso? Eu juro que você

já sabe algo sobre o qual vale a pena escrever. Se você precisar de um

início rápido, considere as seguintes perguntas:

• Você já pensou sobre fazer uma palestra em uma conferência


ou um Meetup?
• Se sim, sobre o que você falaria?

• Você já fez uma palestra em uma conferência ou um Meetup


relâmpago?
• Se sim, sobre o que você falou?

• Sua equipe de engenharia trabalhou em um produto de uma


maneira que você nunca viu ou ouviu falar antes?
• Se sim, o que eles fizeram e como fizeram?

• Você já encontrou uma solução alternativa para uma barreira


ou problema comum em um software open source usado?
• Se sim, qual foi a solução alternativa e como você fez
isso? 

• O que você fez antes de se tornar um desenvolvedor de


software?
• Você trouxe habilidades dos seus empregos anteriores
para o seu novo?

• Como você personalizou o seu shell do Unix e editor de texto?


• Quais atalhos comuns que você usa?

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• Como esses atalhos tornam você mais produtivo? 

• Você está trabalhando em um projeto paralelo?


• Se sim, como tem sido o processo?
• Que lições você está aprendendo sobre si mesmo, as
tecnologias que está usando, seu processo etc.?

Se você tiver respostas para qualquer uma dessas perguntas ou se

elas o levaram a fazer perguntas totalmente diferentes, faça. As ideias de

postagem no blog não precisam ser grandiosas para fornecer valor e não

há uma 'maneira certa' de processar e identificar novas ideias. Muitas

ideias que parecem "chatas" para você têm um tópico que as torna

interessantes e relevantes para o seu público. Analise um pouco mais

suas ideias; você sabe muito mais do que imagina!

Por exemplo, digamos que eu fosse um designer de UX e quisesse

criar um blog relacionado ao design de UX. Estes são tópicos que eu

conheço muito bem e que adicionariam ao meu inventário de ideias:

• Design de interação

• Sistemas de design

• Trabalhando em uma equipe de produtos

• Colaborando efetivamente com o time de Engenharia

• Arquitetura de informação

• Usando ferramentas de prototipagem como Figma e Sketch

• Pesquisa de usuário

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• Teste de usabilidade em dispositivos móveis

• Usando GitHub como design de produto

• Como colaborar com as equipes de design como funcionário

remoto

• Como atrair clientes como designer freelance de UX

💡 Sua Vez! Exercício Guiado #3:

Abra a planilha "Inventário de ideias: seu banco de

conhecimentos" e escreva uma lista de coisas que você conhece ou faz

muito bem. Isso deve ser relevante de alguma forma para o assunto

sobre o qual você escreverá no seu blog. Quando você terminar sua lista,

deixe-a de lado e passe para a próxima seção.

Coisas que você já tem


Se você participou recentemente de uma conferência, criou um

vídeo ou gravou um podcast, considere redirecioná-lo e reutilizá-lo como

uma postagem no blog. Passamos muito tempo criando conteúdo e

podemos extrair mais valor de um único conteúdo se o redirecionarmos

para outros meios. 

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Cenário da vida real:

Na DigitalOcean, soube que o (então) vice-presidente de

engenharia fez uma palestra na OSCON. Pedi suas anotações e percebi

que seria um ótimo post no blog. A maior parte da conversa foi sobre o

gerenciamento de equipes de engenharia distribuídas e eu pude usar as

anotações de discussão como base para uma postagem no blog

chamada “Como gerenciar, criar e cultivar equipes distribuídas”. Ele não

precisava criar nada de novo. Usamos o que ele já tinha e o adaptamos a

um meio diferente - um blog - antes de publicá-lo! Embora não

tenhamos adicionado o visual dos slides dele ao blog, você pode

incorporar o visual em sua própria postagem, conforme necessário.

As palestras em conferências não são as únicas coisas que você

pode redirecionar. Você pode: 

•Transformar descrições de podcast em “notas” que você publica

em seu blog;

•Criar vídeos curtos de 30 segundos para promover seu screencast

nas mídias sociais;

•Usar uma demonstração antiga criada no GitHub como base para

um tutorial em vídeo;

•Escrever uma postagem no blog sobre um projeto criativo de

código aberto que você criou, explicando o mesmo;

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•Incorporar as postagens existentes do blog em um livro que você

está escrevendo.

💡 Sua Vez! Exercício Guiado #4:

Você tem um blog antigo que não acompanha há anos? Você tem

vários projetos ou demonstrações de código aberto que nunca

compartilhou com o mundo? Quais blogs ou podcasts você segue?

Existe um tópico recente que mexeu com você sobre o qual você pode

compartilhar seus pensamentos?

Abra a planilha "Inventário de ideias: seu conteúdo existente" e

anote os ativos existentes que você possui na primeira coluna. Na

segunda coluna, escreva que tipo de ativo é esse: postagem no blog,

projeto de código aberto ou vídeo, por exemplo. E, na terceira coluna,

anote se o ativo está atual ou desatualizado.

Dica profissional: Se o conteúdo estiver desatualizado, você ainda

poderá usá-lo; apenas atualize-o para dar conta de quaisquer alterações

nas tecnologias sobre as quais você está escrevendo.

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Coisas que outras pessoas querem saber
Na sequência, você vai querer saber o que as outras pessoas

precisam. Não importa o motivo da criação de conteúdo, é provável que

você também deseje resolver problemas de outras pessoas. A melhor

maneira de descobrir sobre o que mais você pode escrever é ouvir o que

os seus leitores-alvo precisam e querem. Ser um ouvinte e um

observador interessado é uma habilidade que será muito útil. Isso

ajudará você a manter seu pipeline de conteúdo cheio de ideias,

permitindo que você comece a criar algo a qualquer momento. Aqui

estão apenas alguns lugares onde você pode encontrar novas ideias:

• Fóruns: StackOverfl ow, Quora, Reddit e outras comunidades on-

line são ótimos lugares para procurar ideias de conteúdo. Com o

que as pessoas estão frustradas? Do que as pessoas estão falando?

Em quais problemas as pessoas precisam de ajuda? As pessoas

acessam as mídias sociais o tempo todo para encontrar soluções

para seus problemas.

• Rastreadores de problemas: Embora muitos desses problemas se

apliquem a outros usuários e possam (e devam) ser tratados com a

documentação ofi cial, outros problemas são exclusivos de um

usuário ou subconjunto de usuários e podem ser tratados com

outros tipos de conteúdo. Observe os rastreadores de problemas

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dos projetos de código aberto que você usa e identifi que quais

problemas os usuários têm. Tente ver se há algum padrão.

• Converse com as pessoas: Pergunte à sua rede! O que eles

querem aprender? No que eles estão presos? Realize pesquisas

nas mídias sociais, faça perguntas abertas, faça uma pesquisa.

Pergunte às pessoas o que elas desejam aprender (que esteja

alinhado com os tópicos / tecnologias sobre as quais você está

escrevendo) e responda às perguntas delas! 

Dica profissional: Reserve um tempo para enviar para as pessoas

um link de sua postagem depois de publicá-la, para que saibam que

você tem uma solução que as ajudará. 

***

As perguntas abertas nas mídias sociais são ótimas, porque você

não precisa de muitos seguidores para serem úteis. Você pode fazer uma

pergunta como: "Qual é o seu blog de tecnologia favorito e por quê?" e

ver o que as pessoas dizem. São ótimas maneiras de se aprofundar no

que as pessoas se importam e você se envolve com seu público.

As pesquisas são breves e super focadas, e pedem aos usuários

que escolham entre um conjunto de opções. Se você é um usuário do

Twitter, já viu isso antes. As pesquisas podem ajudar você a decidir entre

algumas ideias ou a entender se os usuários querem aprender sobre

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algo ou não. Eles não podem dizer "por quê" alguém escolheu uma

opção específica, a menos que você pergunte.

Cenário da vida real:

Em 2017, fui escritora técnica do Bundler, o gerenciador de

dependências da linguagem de programação Ruby. O líder do projeto,

André, queria um guia abrangente que explicava como o Ruby usava

certificados SSL e mostrava aos usuários como solucionar problemas

relacionados ao SSL.

Quando fiz uma pesquisa inicial do problema, uma pergunta sobre

estouro de pilha foi o único resultado. Depois de passar semanas no

artigo, o publicamos no site oficial de documentação do Bundler, sob o

título "Como solucionar problemas de RubyGems e TLS / SSL do

Bundler". Em apenas algumas semanas, tornou-se a página mais visitada

no site e permaneceu assim por meses. Quando você pesquisa por

"rubygems tls", "rubygems ssl", "bundler tls" ou "bundler ssl", o artigo é

um dos 2 ou 3 primeiros resultados na página. Aqui está uma captura de

tela da consulta "rubygems ssl error":

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Figura 1: Captura de tela da consulta "rubygems ssl error" no Google. O guia que

eu ajudei a criar para a resolução do problema é o primeiro hit na página. 

Coisas que você quer aprender


Finalmente, o que você quer aprender? Mantenha uma lista de

execução de estruturas, bibliotecas ou novas linguagens de

programação específicas que deseja aprender. Você tem permissão para

escrever sobre o que aprendeu a fazer. Há valor em compartilhar ideias

sobre o processo de aprendizagem.

Se você planeja criar algo com uma estrutura, biblioteca ou

linguagem de programação desconhecida, escreva sobre o processo.

Onde você estava preso? Como você conseguiu quebrar algo que

parecia complicado? Quais outras tecnologias você usou?

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Sua empolgação em escrever sobre suas paixões será mostrada na sua

escrita e essa atitude provavelmente também deixará seus leitores

animados com o assunto.

💡 Sua Vez! Exercício Guiado #5:

Abra a planilha "Inventário de ideias: O que eu quero aprender" e crie

uma lista com pelo menos três coisas que você realmente quer aprender.

Limitando sua lista com pesquisas


Antes de você ter uma ideia, passe um tempo fazendo uma

pesquisa online (sites de busca, mídias sociais, fóruns) ou conversando

com pessoas. A pesquisa ajuda você a entender o que já existe e se sua

postagem no blog pode preencher uma necessidade. Isso pode lhe

ajudar a responder às seguintes perguntas:

• Isso é algo que me interessa?

• Esse tópico/ideia é relevante?

• Terei o apelo do meu leitor? Se sim, por quê?

• Esse tópico já foi escrito/falado sobre diversas vezes

anteriormente? 

• Isso foi escrito recentemente?

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• Se sim, o meu conteúdo pode se diferenciar ao menos um

pouco do que já existe? 

• Existe algum aspecto dessa ideia que ainda não foi explorado?

Leve em consideração essa série de questões para cada ideia da sua

lista. 

💡 Sua Vez! Exercício Guiado #6:

Abra a planilha "Inventário de ideias: Pesquisa" e escolha cinco ideias

sobre as quais você quer fazer uma pesquisa mais exploratória. Depois

de encontrar respostas para as questões em cada coluna, escreva “Sim”

ou “Não” para cada ideia. Nessa última coluna, coloque uma marcação

na caixa que você acredita ser uma boa escolha para sua ideia. Após

terminar esse exercício, você provavelmente completou sua lista de

ideias para colocar na sua lista de conteúdo! Escreva a mesma em um

papel e guarde-a para a seção “Crie um calendário de conteúdo” a

seguir.

Não escreva ideias “simples”


Previamente neste capítulo, mencionei que ideias não precisam ser

grandiosas para serem valiosas. Tendemos a escrever ideias que

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assumimos que são conhecimentos comuns. Algo que você acredita que

todos saibam pode ser algo que eles não saibam.

Na realidade, meus melhores posts no blog são os que eu pensei

que fossem tópicos que seriam muito introdutórios para os leitores.

Confira as postagens abaixo (que foram escritas no idioma inglês):

• What Remote Work Has Taught Me About Communication

• How to Find Writer-Contributors for Open Source Projects

• How Content Strategy Can Help OSS Maintainers Improve Their

Docs

• Things to Keep in Mind When Building an Engineering Blog

• Naming Things is Hard But We Still Have to Try

Três desses posts foram colocados em newsletters de

desenvolvedores, e um deles foi redirecionado a uma palestra que eu

ministrei.

Então aqui está o seu dever de casa: escreva todas as suas ideias e

não risque nenhuma da lista, não importa o quanto você esteja disposto

a riscá-la.

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CAPÍTULO TRÊS:
O ESTÁGIO DE PLANEJAMENTO

Tipos de postagens do blog

Se você já interagiu com profissionais de marketing, já deve ter

ouvido falar do "funil de marketing". O funil de marketing é apenas uma

maneira de descrever a familiaridade relativa de um indivíduo com uma

marca, produto ou serviço, de fãs inconscientes a fiéis e clientes

pagantes. Quando as pessoas dizem "mover alguém para o funil", estão

descrevendo o processo de mover as pessoas de um estágio para o

outro.

Como isso se relaciona com o conteúdo? O tipo de conteúdo que

você cria para um público que não conhece você ou um tópico é

diferente do que você criaria para alguém que acompanha seu blog há

muito tempo.

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Figura 2: minha versão desenhada à mão do funil de marketing. O funil parece
um triângulo ou pirâmide invertido, com a parte mais larga no topo e a ponta do
funil na parte inferior. O número de pessoas em cada estágio diminui e apenas uma
pequena porcentagem de pessoas que conhecem uma marca acabam "comprando".
(Um exemplo relacionável: apenas uma pequena porcentagem de pessoas que já
viram um de seus tweets na linha do tempo acabam seguindo você.)

Todas as postagens do blog não são iguais e cada "tipo" de

postagem cumpre uma função diferente. Como o profissional de

marketing que tem planos de marketing diferentes para cada estágio do

funil, conhecer as características dos diferentes tipos de postagens do

blog ajudará você a escolher o mais relevante para o leitor-alvo. Isso

depende, é claro, do que você sabe sobre eles.

Não se preocupe; isso não significa que estou pedindo para você

adotar o funil de marketing ou até "vender" qualquer coisa. Em vez disso,

Guia de Criação de Conteúdo para Desenvolvedores 31


quero que você identifique o tipo certo de postagem para fazer seu

conteúdo brilhar.

Aqui estão os tipos comuns de postagem no blog para o conteúdo do

desenvolvedor (nenhum desses rótulos são "rótulos oficiais de

marketing):

• Tutorials: Os tutoriais mostram aos usuários como criar algo passo

a passo. Pense nos tutoriais como uma receita de comida. Uma

receita diz a você:

1. O que você fará 

2. Como você fará isso

3. Que utensílios de cozinha / equipamentos você precisa 

4. Uma lista de ingredientes

5. Um passo a passo detalhado do que você está fazendo

(A documentação do produto tende a seguir uma estrutura

semelhante a tutoriais, mas os tutoriais também são excelentes para

postagens no blog!)

• Artigos Introdutórios: Geralmente, são mergulhos profundos em

um tópico. Eles procuram fornecer conhecimentos fundamentais

(ou abrangentes, dependendo da duração) sobre um assunto. É útil

pensar em artigos informativos como este: eles respondem

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perguntas do tipo "o que". Publicações com títulos como "O que é

o Kubernetes?" ou "O que são microsserviços?" geralmente se

enquadram nessa categoria.

• Roundups: Roundups são postagens que giram em torno de um

tópico e listam atributos específi cos sobre esse tópico. Por

exemplo, minha postagem no blog “7 erros comuns de marketing

de conteúdo cometidos por desenvolvedores e como evitá-los”

aborda um tópico (erros comuns de marketing de conteúdo) e lista

sete exemplos. Na minha postagem, eu mostro cada ponto,

descrevo como ele é e por que é um problema comum. Ofereço

recomendações para resolver esse problema também. Voilà, uma

lista!

• Observações, Tendências e Peças editoriais: As tendências são

um subconjunto de postagens de opinião, especifi camente sobre a

previsão do futuro. Você está usando as informações atualmente

disponíveis para prever para onde vai algo. Exemplos dessas

postagens incluem “As melhores linguagens de programação para

iniciantes em 2020” ou “Cinco ameaças à segurança cibernética às

quais as empresas devem prestar atenção na próxima década”. 

Guia de Criação de Conteúdo para Desenvolvedores 33


• Artigos de Opinião: Essas postagens também são conhecidas

como artigos de “líderes de pensamento”. Em um artigo de

opinião, você está fazendo uma declaração usando anedotas,

fontes de dados e pesquisas independentes que realizou. Um

exemplo do meu blog é um post chamado "Nomear as coisas é

difícil, mas ainda precisamos tentar". Argumento que, embora

“nomear coisas” seja chamado de brincadeira como o “problema

mais difícil da ciência da computação”, o ato de rotular algo não

pode ser realizado levianamente e requer profunda consideração.

Utilizo minhas experiências aprendendo arquitetura da informação,

um artigo que descreve um fenômeno linguístico e uso exemplos

sobre más escolhas de nomes em tecnologia e como elas afetam

os tecnólogos que interagem com certas tecnologias todos os dias.

Resumindo: elaborei uma opinião bem formada, recorrendo a

diferentes fontes, a fi m de ilustrar meu argumento para o meu

leitor.

• Lições Aprendidas: As postagens das lições aprendidas são sobre

introspecção e retrospecção. Gosto muito dessas postagens,

porque elas permitem ao escritor tirar lições universais de

experiências pessoais. Você fez algo que não saiu como o

planejado? Você fez algo que não correspondeu às suas

expectativas? Eu escrevi um post introspectivo no blog chamado "5

Guia de Criação de Conteúdo para Desenvolvedores 34


lições de carreira que aprendi em 2017". As experiências que

documentei foram minhas, mas as lições que aprendi também

podem ser aplicadas a outras pessoas.

• Anúncios: quando uma empresa ou pessoa lança um novo

produto ou recurso, eles alertam os clientes com uma postagem no

blog. Eles anunciarão o nome do produto, o que é, qual o

problema que resolve, qual é o valor e outras informações que os

usuários precisam saber (como o funcionamento). Em muitas

empresas, as publicações de blog de anúncios de produtos estão

no centro de enormes forças de marketing multifuncional. Eles

podem ser compartilhados e anunciados em comunicados à

imprensa, notifi cações no aplicativo e e-mails promocionais.

Os anúncios de produtos estão entre as postagens de blog com

melhor desempenho nos blogs da empresa. Por quê? Porque usuários e

clientes sempre querem saber o que há de novo. Eles podem confiar

nesses anúncios para entender se e como um novo lançamento pode

ajudá-los.

No seu caso, você pode escrever um "anúncio" para compartilhar

atualizações como lançar um novo produto, projeto ou para anunciar que

você dará uma conferência sobre um novo tópico. Publiquei uma

postagem no blog de anúncios no Medium para anunciar este livro.

Guia de Criação de Conteúdo para Desenvolvedores 35


As postagens de anúncio ainda devem agregar valor ao leitor. Elas

não devem ser postagens pessoais sobre você. A pergunta "Por que o

leitor se preocuparia com isso?" deve sempre permanecer em sua

mente.

Por fim, todo anúncio deve incluir o seguinte:

1. Links para uma página de destino onde os leitores possam acessar

o projeto/produto

2. Links para documentação de suporte do produto, se relevante

3. Um endereço de e-mail ou link onde os leitores possam enviar

perguntas ou comentários

Configurando um calendário de conteúdo

Se você fez alguma pesquisa sobre marketing de conteúdo,

provavelmente já ouviu o termo "calendário de conteúdo" antes. Os

calendários de conteúdo (ou "calendários editoriais") são exatamente o

que parecem: geralmente são um plano que descreve todo o conteúdo

que você planeja publicar em qualquer período.

Os calendários de conteúdo são documentos de planejamento

dinâmicos - pense neles como um quadro Kanban. Você acompanha

todo o seu conteúdo em todas as fases do ciclo de vida, desde o backlog

até a conclusão. Seu calendário de conteúdo pode incluir categorias de

status como:

Guia de Criação de Conteúdo para Desenvolvedores 36


• Backlog

• Em andamento (pesquisa)

• Em andamento (redação)

• Em andamento (edição)

• Bloqueado

• Programado

• Publicado / Concluído

Há um modelo de calendário de conteúdo na seção de Fichas de

Trabalho que você pode imprimir e usar. Outros modelos de calendário

de conteúdo incluem:

• Um quadro Kanban

• Notas autoadesivas em um quadro branco

• Uma planilha 

O importante é não manter suas ideias na cabeça. Quanto mais

organizado você for, melhor será sua capacidade de planejar com

antecedência. Se uma parte estiver demorando mais do que o esperado,

passe para outros itens no backlog do calendário de conteúdo que

podem ser concluídos o mais rápido possível, mas observe os prazos.

Não há necessidade de usar um modelo sofisticado. O que importa é

que você escolha um formato no qual possa se ater... e fique com ele!

Guia de Criação de Conteúdo para Desenvolvedores 37


💡 Sua Vez! Exercício Guiado #7: 

Abra a planilha "Calendário de conteúdo" e retire a folha de

inventário de ideias que você usou para criar sua lista de ideias do blog.

Priorize três ideias nessa lista na ordem em que você deseja publicá-las.

Crie títulos de postagens de blog no espaço reservado para essas ideias

e coloque-os na coluna "Título". Você não precisa preencher as outras

colunas por enquanto. 

Nota do autor: Voltaremos ao calendário de conteúdo no capítulo 7,

quando o usarmos para planejar como promover suas postagens no blog.

Escolhendo a plataforma certa para seu conteúdo

A plataforma certa para você é aquela que você pode manter com

facilidade. Nesta seção, abordaremos as opções autogerenciadas e

gerenciadas externamente e outras plataformas de blog.

Autogerenciado e Auto-hospedado

As opções aqui são infinitas! Entre os desenvolvedores, os sistemas

de gerenciamento de conteúdo (CMSs) e os geradores de sites estáticos

são os mais populares. Sites auto-hospedados e autogerenciados

Guia de Criação de Conteúdo para Desenvolvedores 38


oferecem controle de todos os aspectos do seu site. Se você gosta desse

nível de controle, essas soluções podem ser uma boa opção. 

CMS sem cabeça. Um CMS 'decapitado', diferente de um CMS

tradicional como o WordPress, permite veicular conteúdo por meio de

uma API. O CMS tradicional, como Drupal, Joomla e WordPress, é

associado a bancos de dados (como MySQL) e requer que você

arquitete o CMS em si e o banco de dados. O CMS oferece o melhor dos

dois mundos. Você pode gerenciar seu conteúdo por meio de uma

interface do usuário (e muitos CMSs empregam editores que permitem

escrever no Markdown) e pode servir o conteúdo a partir de qualquer

fonte de dados que você escolher por meio de uma API.

Exemplos de CMSs incluem:

• Ghost CMS

• Netlify CMS

• Contentful

• Kirby CMS

• Craft CMS

Geradores estáticos de sites. Mas se você não deseja nem mesmo

lidar com APIs, os geradores de sites estáticos são outra opção. Muitos

geradores de sites estáticos populares (SSGs) são de código aberto e

leves. Com apenas alguns comandos, você terá o esqueleto de um blog

em sua máquina local. E enquanto os SSGs dão a você a liberdade de

Guia de Criação de Conteúdo para Desenvolvedores 39


fazer seu blog parecer como quiser, muitos também fornecem modelos

gratuitos (ou pagos) para você escolher. A primeira iteração do meu site

foi construída com Jekyll e empregou um modelo que eu aprimorei ao

meu gosto.

Exemplos de SSGs populares incluem:

• GatsbyJS

• Hugo

• Jekyll

• Middleman

Hospedagem. Em termos de hospedagem, as opções são

igualmente infinitas. Você pode pagar por um servidor virtual privado

(VPS) e hospedar seu blog por um preço relativamente baixo (mesmo de

graça). No entanto, observe que, além de ser responsável por corrigir o

seu blog, se algo ocorrer, você também é responsável por provisionar e

proteger um servidor. Muitos provedores de VPS têm a opção de pagar

por uma certa quantidade de espaço no servidor (pense em 5 GB) e, se

você ficar sem espaço, precisará fazer o upgrade. Além disso, você é

responsável por proteger seu servidor, configurar um servidor web,

configurar certificados TLS e muito mais. Felizmente, os provedores de

VPS publicam documentação extensa para orientá-lo em cada estágio da

instalação e execução do servidor. Os provedores de VPS incluem

Linode, Vultr, DigitalOcean e Amazon Lightsail.

Guia de Criação de Conteúdo para Desenvolvedores 40


Se a ideia de provisionar e proteger um servidor não agrada a

você, GitHub Pages, Netlify, Heroku, Zeit e Surge são algumas opções a

serem consideradas.

Hospedagem gerenciada

Muitas empresas oferecem hospedagem gerenciada para clientes

que não desejam se preocupar com gerenciamento de servidor,

gerenciamento de banco de dados ou codificação. Essas plataformas

cuidam de uma variedade de serviços, como dimensionamento

automático, gerenciamento de nomes de domínio e certificados TLS.

Muitas dessas empresas empregam um modelo "freemium": uma conta

gratuita oferece funcionalidades limitadas para iniciar. Se você decidir

pagar por uma assinatura, terá mais controle sobre a aparência do seu

site, no qual poderá remover a marca. Além disso, você poderá usar o

nome de domínio que escolher para o seu site.

Aqui estão alguns construtores de sites sem código que vêm com

modelos que você pode usar e podem ter a funcionalidade de arrastar e

soltar:

• Webflow

• Wix.com

• Squarespace

Guia de Criação de Conteúdo para Desenvolvedores 41


• WordPress.com

E as plataformas da comunidade, como Medium ou dev.to?

Medium e dev.to são espaços incríveis para descobrir novos conteúdos,

gerar ideias e, o mais importante, interagir com outros desenvolvedores.

Ambas as plataformas permitem que os leitores deixem comentários e

essa seção pode ser uma ótima maneira de obter feedback, identificar

áreas de melhoria e aprender diretamente com os leitores como eles

descrevem seus problemas.

Muitos desenvolvedores fazem blog em uma dessas plataformas,

enquanto outros o fazem em ambas. Se você gosta do que leu nessas

plataformas, com certeza deve se inscrever. Mas Medium e dev.to não

devem ser seu único canal de conteúdo. Você deve ter um site ou blog

pessoal que sirva como "seu cartão de visitas na web". Se você observar

sua presença on-line de forma holística, perceberá que interage e

compartilha conteúdo entre muitas plataformas diferentes.

Veja a aparência da presença on-line de um desenvolvedor em

várias plataformas:

• Twitter

• Medium

• Twitch

• Dev.to

Guia de Criação de Conteúdo para Desenvolvedores 42


• GitHub

• GitLab

• LinkedIn

• Dev.to

• YouTube

• Articles on a smattering of tech publications

Mantenha essas contas abertas se você visitar qualquer uma dessas

plataformas regularmente! Afinal, convém experimentar a transmissão ao

vivo no Twitch. Plataformas diferentes servem a propósitos diferentes e

você deve manter sua presença nas plataformas que fazem sentido para

você. Ainda assim, você precisa de um espaço exclusivo que reforce sua

marca, e seu blog / site pessoal é esse lugar.

Se você achar que seu interesse está fracassando em uma

plataforma, ou se o site está diminuindo em popularidade (lembra do

Tumblr?), pense em migrar esse conteúdo para outro lugar. Exclua contas

em qualquer plataforma que você não usa mais.

Por enquanto, recomendo que você construa sua plataforma de

conteúdo em um local para começar e inclua uma seção "Sobre" com

uma breve biografia e uma lista de links para outras plataformas nas

quais você publica regularmente. Comece criando seu blog ou site

pessoal e escolha outras plataformas quando sentir que está pronto. 

Guia de Criação de Conteúdo para Desenvolvedores 43


Nota do autor: se você estiver criando um screencast ou podcast, é

provável que eles sejam hospedados em uma plataforma como o

YouTube ou o Podomatic. E tudo bem hospedá-los lá, já que essas

plataformas são populares entre os desenvolvedores por uma razão e não

há necessidade de você reinventar a roda. É recomendável criar um site

pessoal para você, no mínimo com uma breve biografia e links para perfis

relevantes de mídia social (até um site de uma página é bom). Adicione

um link para seu site em seu perfil do YouTube, Twitch ou Podomatic. 

Decidindo sobre a frequência de publicação

Agora, você tem todas as ideias alinhadas em um calendário de

conteúdo. Você pode até escrever alguns posts e mantê-los em

rascunhos. Você publica cada postagem do blog em alguns dias e

depois... fica sem conteúdo. Você acaba publicando esporadicamente.

Se você não tiver metas de publicação específicas, pode ser tentador

criar um lote de conteúdo e fazer upload de tudo de uma só vez. No

entanto, fazer isso (por exemplo, publicar três vídeos em seu canal do

YouTube ou duas postagens no mesmo dia) sobrecarregará seu público

e tornará difícil promover seu conteúdo com eficiência. A falta de espaço

entre suas postagens faz com que você corra o risco de não ter conteúdo

novo suficiente chegando no pipeline. Avançar e atrasar um pouco as

postagens tem uma vantagem de criar agitação e entusiasmo entre o

Guia de Criação de Conteúdo para Desenvolvedores 44


público, desde que você crie anúncios de que está prestes a publicar

algo inovador, por exemplo!

Não subestime o tempo necessário para terminar com um produto

acabado e polido. Estabelecer um ritmo realista requer alguma prática;

portanto, seja paciente. Você não precisa publicar uma nova postagem

ou vídeo no blog por semana para sentir que está progredindo!

Cenário da vida real:

Quando mudei para a função de editora de blog da empresa, meu

objetivo era publicar duas novas postagens por mês nos primeiros três

meses. Para fazer isso, eu precisava ter muitas conversas internamente

para encontrar histórias e pessoas para escrevê-las. E como todas essas

pessoas estavam ocupadas, levei meses para que um post do blog

desde sua concepção fosse publicado (especialmente se os escritores

convidados tivessem uma tarefa de maior prioridade para realizar no

trabalho). Para publicar duas postagens por mês, eu precisava ter cerca

de oito em andamento em vários estágios de conclusão. E este era o

meu trabalho em tempo integral! Eu sabia quais eram meus objetivos de

antemão e sabia que tinha apenas duas opções: atingir ou superar meus

objetivos. Publicar menos do que minha meta não era uma opção.

Comecei muito pequeno (duas postagens por mês) para tornar o

processo gerenciável. Gerenciei o blog de ponta a ponta - da concepção

Guia de Criação de Conteúdo para Desenvolvedores 45


ao planejamento, da atribuição de histórias à edição e à publicação - e

queria ter certeza de que eu poderia desenvolver o blog de maneira

sustentável.

***

Como editor e escritor de seu próprio blog, você não precisa se

esforçar tanto para preencher seu pipeline. É fácil definir metas

ambiciosas para nós mesmos: "Escreverei três novos posts por semana!"

- mas quando a vida atrapalha, é fácil desistir.

Solução: estabeleça uma frequência de publicação realista.

Você deve publicar uma vez por semana, duas vezes por semana ou

mais? A primeira parte da resposta depende de você: quanto você pode

criar realmente em um determinado período de tempo? Comecei uma

newsletter há alguns meses e estabeleci uma meta para publicar a cada

duas semanas. Queria algo que me desafi asse a publicar mais do que

alguns meses, mas não tão ambicioso que não pudesse cumprir meu

prazo. Até agora, deu certo!

Guia de Criação de Conteúdo para Desenvolvedores 46


💡 Sua Vez! Exercício Guiado #8:

Adicione sua frequência de publicação na caixa "Frequência de

publicação" na planilha "Calendário de conteúdo". Por exemplo, "Vou publicar

duas novas postagens no blog a cada mês" ou "Vou lançar um novo

episódio de podcast toda quinta-feira". Você sempre pode alterar sua

frequência de publicação quando entra no ritmo de criar e publicar

conteúdo regularmente.

Dica profissional: clique em "agendar" e esqueça! Uma variedade

de plataformas (desde plataformas de blog hospedadas a serviços de

compartilhamento de vídeo e ferramentas de mídia social) tem

funcionalidade de agendamento. Se você está usando um tipo de CMS e

pode agendar postagens de blog com antecedência, use-o!

Guia de Criação de Conteúdo para Desenvolvedores 47


CAPÍTULO QUATRO:
O ESTÁGIO DE ESCRITA

Neste capítulo, abordaremos como criar um resumo, delinear uma

postagem, estruturar o conteúdo (incluindo imagens, conteúdo

multimídia e trechos de código) e como aproveitar os guias de estilo

para escrever com a inclusão em mente.

A mecânica completa de escrever bem está fora do escopo deste

livro. Caso deseje melhorar sua redação, consulte os recursos listados no

"Apêndice" ou as dicas de redação nas seções "Epílogo e pensamentos

de despedida", ambas no final deste livro.

Criando um resumo

Imagine isso: Você está pronto para começar a trabalhar em uma

postagem no blog. Você tem o tópico e até um título. Você está

preparado e abre seu editor de texto apenas para descobrir que não

sabe por onde começar!

Guia de Criação de Conteúdo para Desenvolvedores 48


A verdade sobre o processo de escrita é que escrever é difícil.

Vemos o produto final de um blog, artigo, tutorial ou livro bem escrito e

nos perguntamos como qualquer pessoa poderia ter feito isso.

O primeiro passo é criar um resumo. Um resumo é uma breve descrição

que explica sobre o que é a sua postagem, qual o valor que ela traz ao

leitor e o que ele pode fazer para alcançar seus objetivos

posteriormente.

💡 Sua Vez! Exercício Guiado #9:

Preencha a planilha “Resumo”. Você terá uma breve descrição que

inclui o seguinte:

• Título: Como você chamará este post?

• Resumo: Em 3 a 5 frases, explique sobre o que é a publicação.

Qual é o problema que a postagem abordará? Qual é a proposta

de solução? Quais são seus principais pontos?

• Pré-requisitos: Quais informações o leitor já precisa conhecer para

acompanhar sua postagem? Existem tecnologias, ferramentas,

conceitos e metodologias específi cas com as quais ele deve estar

familiarizado com antecedência?

• Aprendizado: O que o leitor será capaz de aprender/fazer/

entender depois que acabar de ler sua postagem?

Guia de Criação de Conteúdo para Desenvolvedores 49


• Próximas etapas: Depois que seu leitor terminar, o que você

deseja que ele aprenda/faça/entenda a seguir?

O objetivo deste exercício é fornecer clareza e ajudá-lo a

permanecer no caminho certo. Não é incomum sentir-se sobrecarregado

ou achar difícil abordar o assunto. O resultado final é como uma

especificação de recurso; você definiu pontos de início e fim. Você pode

ajustar essas informações mais tarde, mas isso ajudará você a começar.

Esboçando sua postagem

Criar um esboço é uma ótima maneira de garantir que você fique

no caminho certo ao escrever. Esboçar seu conteúdo também é

excelente para a legibilidade do público (consulte a próxima seção para

mais detalhes) e para ajudar os leitores a entenderem onde eles estão.

Os tutoriais da DigitalOcean são um ótimo exemplo de estrutura de

tópicos para promover a legibilidade. Veja como eles estruturam muitos

de seus tutoriais.

Eu apliquei versões deste esboço ao meu próprio conteúdo. A

formatação do seu conteúdo de maneira semelhante facilita que os

leitores o escaneiem e entendam o que aprenderão. Também será muito

mais fácil escrever conteúdo sem ficar sobrecarregado.

Essa não é a única maneira de descrever seu conteúdo. Se você

não está escrevendo um tutorial, seu esboço pode ser algo como isso:

Guia de Criação de Conteúdo para Desenvolvedores 50


• Introdução: Descreve o problema / seu(s) ponto(s) principal(s) e o

que os leitores obterão ao ler esta postagem

• Seção 1: Entra em detalhes sobre seu primeiro ponto principal

• Seção 2: Entra em detalhes sobre seu segundo ponto

• Seção 3: Entra em detalhes sobre seu terceiro ponto

• Conclusão: Resume os principais pontos e reitera o que o leitor

deve saber agora

• Próximas etapas: Uma lista de artigos e outros recursos para

leitura e aprendizado contínuo

Os esboços não são restritos apenas às listas com marcadores;

fique à vontade para usar anotações, fichas de índice ou qualquer outro

método para ajudá-lo a delinear.

💡 Sua Vez! Exercício Guiado #10: 

Abra a planilha “Esboço da postagem do blog”. Escolha uma das

ideias do seu inventário e crie uma postagem de blog de alto nível. 

Quebrando as coisas em etapas

Se você estiver escrevendo uma postagem de blog que mostrará

aos usuários como fazer algo passo a passo, você deve descrever cada

etapa antes de começar a redigir sua postagem. Não é incomum

encontrar um guia que deixe de fora um passo, pois assume que o leitor

Guia de Criação de Conteúdo para Desenvolvedores 51


teria tomado a ação. Um tutorial que lista três etapas pode realmente

precisar ser dividido em seis etapas.

Dica profissional: execute o tutorial em uma máquina/VM

completamente limpa para garantir que você não perdeu predefi nições

ou coisas que esqueceu que instalou em sua máquina.

A imagem a seguir ilustra o esboço que criei para este livro:

Figura 3: O esboço inicial original do livro que escrevi no aplicativo Notes do meu

iPhone. Os capítulos originais do livro foram: Definição de objetivos, Marketing de

conteúdo 101, Concepção, Planejamento, Redação, Refinamento, Publicação e

Promoção.

Desenvolvi meu esboço para estabelecer uma ordem para os

tópicos em meu livro, além de fornecer inspiração sobre quais tópicos

adicionais poderia haver. Quando comecei a escrever, percebi que

precisava aprofundar algumas dessas seções ou movê-las para criar um

fluxo abrangente. Revisei meu esboço conforme necessário, o que me

Guia de Criação de Conteúdo para Desenvolvedores 52


permitiu antecipar as próximas etapas. Não precisei me lembrar tanto ou

perder um tempo valioso para descobrir meus próximos passos.

Ao escrever um tutorial passo a passo, é recomendável ter em

mente o seguinte:

• Escreva uma lista de etapas conforme você compreendê-las

• Mantenha uma ação por etapa. Não adicione várias ações em uma

etapa, pois isso confunde o leitor

• Use verbos de ação para cada etapa para esclarecer o que um

usuário deve fazer

• Revise cada etapa conforme necessário ao concluir uma seção

Estruturando seu conteúdo

Antes de começar a escrever, você precisa entender como as

pessoas leem on-line. As pessoas não leem todas as palavras e frases;

elas escaneiam. Elas procuram as informações mais relevantes e algumas

coisas que aparecem nelas chamarão sua atenção. As pessoas procuram

por:

• Palavras-chave

• Títulos de seção

• Lista com marcadores (Bullets)

• Texto âncora (com hiperlink)

Guia de Criação de Conteúdo para Desenvolvedores 53


• Palavras em negrito ou itálico para ênfase

Viu o que eu fiz ali? Os usuários não gostam de ler blocos de texto

digital. Eles podem ser bons em ler páginas de texto ininterrupto em um

romance, mas não em um blog. Portanto, sempre que possível, divida

suas informações em pedaços consumíveis.

• Descreva siglas em sua primeira menção. Sempre que possível,

descreva siglas na primeira vez em que mencioná-las

(especialmente aquelas que não são universalmente entendidas).

Por exemplo, se você estiver escrevendo uma postagem sobre

ferramentas de observação e depois usar o acrônimo "o11y",

poderá confundir os leitores que não sabem que esses dois são a

mesma coisa. Escreva “observability (o11y)” na primeira menção e

use o acrônimo depois.

• Divida o conteúdo em seções. Cada seção deve ter um ponto

principal.

• Use cabeçalhos de seção para introduzir uma seção. Use estilos

de cabeçalho que ajudem a destacá-lo do restante do parágrafo. O

cabeçalho da seção apresenta a seção, portanto, descreva-a.

• Use bullets. Em vez de escrever “Você precisa fazer A, B e C” em

um parágrafo, coloque-os em uma lista com marcadores para

destacar cada ponto.

Guia de Criação de Conteúdo para Desenvolvedores 54


• Escolha uma cor de hiperlink que destaque os links do texto.

Em algumas plataformas, como Medium, os hiperlinks são pretos

como o restante do texto. Sempre que possível, escolha uma cor

para seus hiperlinks que forneça contraste sufi ciente para se

destacar. Se você não conseguir alterar a cor do hiperlink, também

agrupe os links em uma seção "Recursos" separada, caso os

leitores não passem o mouse sobre o hiperlink no corpo da sua

postagem.

• Crie texto âncora descritivo. O texto âncora é um texto com

hiperlink em uma página. É um aspecto importante (mas

esquecido) da escrita para a Web, porque fornece informações

contextuais sobre o link no qual você deseja que os usuários

cliquem.

Quiz: digamos que você esteja vinculando um artigo sobre

problemas de TLS no RubyGems. Qual das seguintes opções de texto

âncora é mais descritiva para o leitor? (O texto âncora aparece em roxo e

está sublinhado.)

1. “Para saber como solucionar problemas de TLS ao obter

atualizações do RubyGems, clique aqui” ou

2. "Use este guia para solucionar problemas de TLS ao obter

atualizações do RubyGems.”

Guia de Criação de Conteúdo para Desenvolvedores 55


A segunda opção é muito mais descritiva, pois informa aos leitores

exatamente o que esperar quando clicarem no link.

Incorporating images and multimedia content

Adicionar imagens ou incorporar vídeo em uma postagem de blog

é uma ótima maneira de dividir o texto e exibir o conteúdo de maneira

atraente. Quando incorporado com sucesso, o conteúdo multimídia

pode dar ao seu blog espaço para "respirar" e solidificar conceitos.

Um post de blog com várias imagens pode facilmente abafar o

texto e sobrecarregar o leitor (esses tipos de posts são considerados

“ruidosos”). Eles adicionarão muito tempo à sua postagem, frustrando os

leitores que não desejam rolar continuamente e podem tornar seu

conteúdo inacessível aos leitores que usam tecnologia assistida para

acessar o conteúdo da web. 

Aqui estão algumas dicas para incorporar conteúdo multimídia com

sucesso:

• Coloque uma imagem de capa na parte superior da postagem.

Se você tiver apenas uma imagem ou vídeo incorporado, coloque-

o na parte superior da postagem. Uma imagem de capa (também

conhecida como imagem principal) ilustra o que você está

Guia de Criação de Conteúdo para Desenvolvedores 56


descrevendo no restante da postagem e pode fornecer o contexto

necessário para o leitor.

• Se você estiver usando várias imagens, redimensione-as e

disperse-as por toda parte. Não há fórmula para isto; se você for

visual, como eu, precisará deixar seus olhos ser seu guia. Eu gosto

de colocar uma imagem após cada terceiro parágrafo para dar aos

leitores a chance de ler o texto. As imagens são muito maiores que

os parágrafos e podem facilmente abafar o texto se não forem

distribuídas adequadamente.

• Ou combine duas imagens em uma. Edite imagens para que duas

ou três sejam colocadas lado a lado. Isso economiza espaço e

quantas rolagens os leitores precisam fazer.

• Adicione descrições curtas abaixo de cada imagem ou na tag

de texto alternativo da imagem. Lembre-se que alguns leitores

usam tecnologia assistida (como software de texto para voz) para

acessar o conteúdo da web. Quando o software de conversão de

texto em voz se depara com uma imagem em uma página da web,

ele interpreta qualquer informação que esteja no "texto alternativo"

em HTML e a lê em voz alta para o usuário. Se você colocar uma

imagem sem uma meta descrição, ou pelo menos uma descrição

Guia de Criação de Conteúdo para Desenvolvedores 57


na página da web, o software não poderá descrever o que é

mostrado na imagem. Isso torna o conteúdo inacessível ao usuário

fi nal.

• Adicione créditos de fotos abaixo de uma imagem. Se você

encontrou a imagem em um site como o Flickr ou GIPHY, dê o

crédito adequado e vincule ao URL de origem da imagem.

Formatando blocos de código

Você está escrevendo uma postagem que requer que você formate

blocos de código para mostrar aos usuários comandos para executar,

exibir saída da linha de comando ou código em um editor de texto?

Você não consegue formatar blocos de código como texto no seu site?

Algumas pessoas resolveram isso capturando imagens de blocos

de código e adicionando-as em uma postagem. Se você optar por fazer

isso, coloque o trecho do código em um snippet e compartilhe o link

abaixo das capturas de tela. Conforme mencionado na seção anterior,

alguns tipos de tecnologia assistida podem apenas ler texto. Como você

deseja que sua postagem seja acessível a todos os leitores, adicione um

link a um snippet e será muito mais fácil o acompanhamento dos leitores.

Guia de Criação de Conteúdo para Desenvolvedores 58


Para obter dicas sobre como escrever melhor exemplos de código,

assista o vídeo "Fazendo seus exemplos de código brilharem" (“Write the

Docs” Portland 2018; vídeo em inglês).

Escolhendo as palavras certas para usar

Você já usou algum tutorial para aprender uma estrutura que nunca

usou antes, no qual o escritor descreve um conceito complicado como

“simples”? Talvez você tenha encontrado frases como estas:

• “Apenas siga estes simples passos” 

• “É fácil montar”

• “A resposta é óbvia”

E se o processo fosse qualquer coisa, menos simples, fácil ou

óbvio? E se fosse necessário mais do que "apenas" três etapas e você

precisasse fazer mais pesquisas on-line para entender como o escritor

chegou à conclusão "óbvia"? Percebi que muitos escritores de conteúdo

técnico usam essas palavras para fazer com que o assunto pareça menos

intimidador para o leitor. Eles realmente desejam atenuar a questão para

seus usuários, mas estão usando uma linguagem que faz com que o

leitor sinta que o problema está com eles.

Alguns leitores podem pensar: “Isso é fácil? Não, este tutorial é

difícil! Precisa ser refeito”. Outros podem pensar: “Isso é fácil? Devo ser

estúpido, porque não entendi!". Em outras palavras: alguns leitores

Guia de Criação de Conteúdo para Desenvolvedores 59


internalizam o problema e pensam que são o problema quando não

o são.

Como afirmei anteriormente, "fácil", "simples" e "óbvio" são termos

relativos. O que me parece fácil pode ser um desafio para outra pessoa.

Nosso objetivo é remover o atrito. Seu trabalho deve ser claro, a fim de

facilitar o aprendizado de alguém. Se você estiver escrevendo um tutorial

que exige que os leitores prestem muita atenção para conseguir algo, vá

direto ao ponto o mais rápido possível. Concentre-se na ação. Não

presuma que seu público saberá o que você quer que eles façam a

seguir - diga a eles o que fazer em seguida! (Em caso de dúvida,

pergunte! Discutiremos mais isso no próximo capítulo.)

Da mesma forma, entenda que o significado das palavras muda

com o tempo. Existem palavras e frases politicamente carregadas,

inadequadas ou desatualizadas em todos os idiomas. Um exemplo

comum que ilustra isso são os termos "mestre/escravo", que na

computação descrevem o relacionamento entre “pai/filho”. As variações

atualizadas desses termos incluem "primário/secundário" ou "primário/

réplica". Esses termos capturam bem o significado do relacionamento

entre dois nós sem usar termos com conotações negativas.

Parte dessa linguagem está profundamente arraigada, mas, felizmente,

existem ferramentas disponíveis que identificarão esses problemas e

ajudarão você a se tornar um escritor mais polido e empático:

Guia de Criação de Conteúdo para Desenvolvedores 60


• AlexJS é uma ferramenta de código-fonte aberto que ajudará você a

“identificar textos invisíveis e sem consideração”.

• Hemingway App é um editor on-line que ajuda a simplificar sua

escrita. Ele destaca seções confusas, áreas que são muito longas e

muito mais.

• O guia de estilo da comunicação responsável é um guia de estilo

abrangente que inclui dicas para o uso de palavras e inclui um

extenso glossário de termos inclusivos a serem usados, além de

palavras a serem evitadas. (Divulgação completa: eu fui um dos

editores deste volume!)

• Open Demographics é um site que ajuda você a solicitar informações

demográficas de maneira inclusiva e ponderada. Se você já desejou

realizar uma pesquisa, mas não ficou claro quais opções incluir, use

isso como uma estrutura.

• Making Users Awesome (video) é um livro e uma palestra de Kathy

Sierra. Esse vídeo vai direto ao ponto sobre o que os usuários

querem (por exemplo, sua audiência) e qual deve ser o nosso

trabalho para facilitar isso.

Dica profissional: lembre-se de como usar referências culturais

como exemplos ou para ilustrar conceitos. Referências culturais - como

fi lmes, jogos, livros, música - podem tornar os exemplos mais tangíveis

Guia de Criação de Conteúdo para Desenvolvedores 61


para os leitores, mas se um leitor precisar entender uma referência

cultural para entender o conteúdo, isso alienará alguns de seus leitores.

Uma maneira de atenuar isso é mostrar sua postagem para alguém e

pedir que ele/ela a revise. Se ele/ela não entender a referência,

considere usar um exemplo diferente.

💡 Sua Vez! Exercício Guiado #11:

Usando o resumo que você criou anteriormente no capítulo como

guia, abra um novo documento e escreva as primeiras 500 palavras da

sua postagem no blog (softwares de processamento de texto como

Apple Pages, Google Docs e Microsoft Word têm a opção 'Contagem de

palavras'). Depois de escrever suas primeiras 500 palavras, desenvolva-as

ao longo de alguns dias até que o primeiro rascunho de sua postagem

esteja concluído.

Permita-se sentar e escrever um primeiro rascunho (ainda que

precário). Se você esquecer alguma ou toda a orientação descrita neste

capítulo, volte a ela mais tarde. A coisa mais importante que você pode

fazer nesta etapa é simplesmente escrever. Escreva com orgulho, escreva

mal, mas escreva!

Você pode comprar todos os livros de autoajuda, mas nenhum

deles pode te vender um atalho. Todo mundo tem que começar em

algum lugar e o primeiro rascunho geralmente é áspero e grosseiro. Seu

Guia de Criação de Conteúdo para Desenvolvedores 62


objetivo aqui é tirar os pensamentos da cabeça e colocar no papel. Você

pode se preocupar em tornar a sua escrita mais polida posteriormente.

Boa sorte!

Recursos (em inglês):

• How Users Read on the Web

• Searching Online: Why Keywords Matter

• 7 tips for creating technical content (video) 

• Writer? Editor? Teacher? (video)

• Making Your Code Examples Shine (video)

• Documenting APIs: A guide for technical writers and engineers

• The accessibility cheat sheet

• How to write a manual worth reading

• DigitalOcean’s Technical Writing Guidelines

• How to write a great README for your GitHub project

Guia de Criação de Conteúdo para Desenvolvedores 63


CAPÍTULO CINCO:
O ESTÁGIO DE EDIÇÃO

Nesta fase, você provavelmente já escreveu algo. Excelente

trabalho! Você investiu tempo em pesquisa e em escrever seu primeiro

post. Você também está confiante de que tem algo valioso para

compartilhar. A edição é a etapa final do processo de redação e gastar

algum tempo limpando sua publicação renderá bons frutos.

Um dos erros de blogs mais comuns que eu já vi é a publicação de

uma postagem no blog sem nenhuma forma de edição. Não estou me

referindo ao erro de digitação ocasional que todos deixamos escapar. O

que pode realmente prejudicar sua mensagem são vários erros de

ortografia, erros gramaticais, peculiaridades de formatação e outros

problemas estruturais. Algumas razões pelas quais os autores publicam

sem edição incluem:

• Ficar atrasado na escrita, com o prazo se aproximando

rapidamente

Guia de Criação de Conteúdo para Desenvolvedores 64


• Estar exausto da fase de escrever e querer apenas compartilhar o

post

• Ignorância para questões flagrantes na peça

Se você está fazendo seu próprio blog e está atrasado em sua

programação, não há problema em adiar uma postagem. A menos que

você esteja na mesma postagem há várias semanas ou meses, poderá

esperar mais alguns dias até que sua postagem esteja polida e pronta

para ser usada. 

Colocando seu chapéu de editor

A edição é um processo muito diferente da escrita. Quando você

está escrevendo, sua única preocupação é garantir que entendam seu

ponto de vista. Seu objetivo é colocar todos os seus pensamentos no

papel. Com a edição, o foco é muito mais na apresentação e no aumento

da compreensão do leitor.

Como editor, suas escolhas são guiadas pela sua compreensão da

experiência do leitor. Imagine-se como se fosse um leitor olhando para

isso pela primeira vez. Esta postagem tem todas as informações

necessárias para realizar o que o escritor diz que o leitor poderá fazer?

Escolhi as melhores palavras para transmitir significado ao leitor? O leitor

será capaz de entender esta frase? Existem áreas supérfluas e que não

Guia de Criação de Conteúdo para Desenvolvedores 65


agregam nada de valor? O restante da seção será menos complicado

sem esse parágrafo?

A autoedição não é fácil. Como escritor, você já viu a mesma

passagem inúmeras vezes. Nem sempre sabemos como identificar o que

está errado em nossa escrita. Felizmente, existem maneiras de aliviar isso.

Aqui estão algumas dicas de autoedição:

• Aguarde um ou dois dias depois de escrever para iniciar a edição.

Você precisa de um espaço para limpar sua mente entre escrever e

editar. 

• Leia uma vez do início ao fim para revisar a postagem quanto à

integridade e precisão. Você perdeu um passo em algum lugar?

Você definiu corretamente esse conceito na introdução? Você

checou as coisas como nomes e versões do software? Você

realmente colocou um link naquele local que diz: “Aqui está um

link”?

• Se escreveu sua postagem no Markdown, use um software como

Hemingway ou Grammarly para verificar erros de digitação e

gramaticais. Leia sua postagem em voz alta para ter uma noção do

ritmo, encontrar frases estranhas e captar erros de digitação.

• Use AlexJS para checar se sua linguagem é inclusiva.

Guia de Criação de Conteúdo para Desenvolvedores 66


• Se você estiver escrevendo um tutorial, conclua uma revisão técnica

do início ao fim, executando todas as etapas (incluindo a instalação,

etc) para garantir que você não encontre erros inesperados, erros

ortográficos ou qualquer outra coisa.

Working with editors

Trabalhar com um editor, leitor ou revisor gramatical é totalmente

opcional, mas muito benéfico, especialmente se você ainda não está

muito confiante em sua redação. Um leitor ou revisor pode ser um amigo

ou colega. Os revisores não editam sua peça; eles estão lá para garantir

que o conteúdo pareça bom, para que sua peça seja completa e precisa.

Eles podem indicar áreas para melhoria ou erros no seu código. Antes de

pedir a alguém para revisar sua peça, esclareça o que deseja que eles

procurem. Se alguém está oferecendo seu tempo para lhe fornecer

feedback, precisa saber qual tipo de feedback seria mais valioso para

você.

Se você deseja trabalhar com um editor ou revisor, pague pelos

serviços deles. Dependendo do tipo de edição que você precisa (vamos

falar mais sobre isso daqui a pouco), sua postagem pode exigir edição

pesada ou apenas alguns toques “cosméticos” menores. Dois tipos

comuns de serviços de edição são edição de conteúdo e edição de texto

Guia de Criação de Conteúdo para Desenvolvedores 67


(esta postagem no blog do Editage apresenta um gráfico útil que explica

as diferenças entre ambos):

• Edição de conteúdo: os editores de conteúdo estão preocupados

com o conteúdo geral de uma peça. Eles apontam redundâncias,

áreas de melhoria e conteúdo ausente. Eles também farão

recomendações para estruturar uma peça para tornar a narrativa

mais coesa e efi caz. Eles se preocupam com a maneira como uma

peça fl ui. Os editores de conteúdo também podem editar o texto,

mas isso depende do editor. 

• Edição de texto: os editores de texto editam principalmente

gramática, sintaxe, ortografi a e pontuação. Eles estão preocupados

com a mecânica da linguagem e a construção da escrita. Eles não

deixarão comentários sobre o conteúdo em si e geralmente não

farão recomendações sobre como seu conteúdo está estruturado.

Os editores de texto tornarão a sua escrita muito mais organizada,

mas o resto será com você.

Quando você recuperar o trabalho editado, revise-o com cuidado.

Você precisa entender as alterações propostas pelo editor, avaliar seus

comentários e analisar qualquer dúvida que possa ter. Você passará

algum tempo aceitando (ou rejeitando) as alterações propostas, fazendo

cortes ou acréscimos e respondendo a perguntas. 

Guia de Criação de Conteúdo para Desenvolvedores 68


Recursos:

• Hemingway App

• Grammarly

• AlexJS

Guia de Criação de Conteúdo para Desenvolvedores 69


CAPÍTULO SEIS:
TÍTULOS, CHAMADAS PARA AÇÃO E RECURSOS

Criando títulos de postagem


A parte mais difícil de escrever uma postagem no blog é descobrir

o que colocar como título. Uma vez eu trabalhei em uma empresa onde o

escopo de todo o meu trabalho era escrever newsletters. Meu chefe

queria que apresentássemos títulos engenhosos e inovadores. Isso

significava que, para cada e-mail que escrevi, eu tinha que apresentar

sete linhas de assunto.

Para enfatizar, foram sete linhas de assunto por e-mail. Muitas vezes

escrevia mais de quarenta e-mails por semana, o que equivalia a 280

linhas de assunto por semana! Felizmente, conseguimos reutilizar e

redefinir as linhas de assunto.

Então por que os títulos são importantes?

1. Eles são a primeira coisa que seu leitor vê quando se depara com

sua postagem.

2. Eles convencem o leitor a abrir e ler sua postagem.

Guia de Criação de Conteúdo para Desenvolvedores 70


3. Eles ajudam sua postagem a ter uma classificação mais alta nos

mecanismos de pesquisa.

O último ponto importa porque se refere à capacidade de

descoberta de seu conteúdo na Internet, especificamente nos

mecanismos de busca universais. Você deseja que os leitores visitem seu

site, mesmo que nunca tenham ouvido falar de você antes. É aqui que

entra uma ferramenta útil chamada SEO (“Search Engine Optimization”,

ou seja, “otimização para mecanismos de busca”).

O site de marketing SEO Moz define a otimização para mecanismos

de busca como "a prática de aumentar a quantidade e a qualidade do

tráfego do seu site por meio de resultados orgânicos". Os resultados dos

mecanismos de pesquisa orgânica são exibidos abaixo dos anúncios

pagos na página de resultados.

Em resumo, você deseja que sua publicação se destaque entre

todas as outras publicações relacionadas ao tópico (por exemplo:

publicações sobre problemas de TLS do RubyGems). Sabemos por

experiência e estudos do usuário que as pessoas olham apenas para a

primeira página dos resultados dos mecanismos de pesquisa. O título da

sua página é um dos principais fatores que os mecanismos de busca

analisam para determinar se sua postagem é "altamente relevante" para

qualquer consulta. 

Guia de Criação de Conteúdo para Desenvolvedores 71


• Faça títulos específicos e relacionados ao que você deseja que o
leitor aprenda. O que um leitor poderá fazer depois de ler sua

postagem? Declare com antecedência o principal assunto do título e

seja o mais específi co possível. Qual dessas opções é mais específi ca:

“Criando um blog com Jekyll” ou “Como criar um blog com Jekyll e

implantar nas páginas do GitHub”? Escolha a que fornece aos leitores

o máximo de informações sobre o que eles podem fazer.

• Coloque os nomes próprios de quaisquer tecnologias que você


referenciar no título. Se você está escrevendo um post sobre o

Ubuntu 18.04, diga “Ubuntu 18.04” em vez de termos mais genéricos

como "Linux" ou "Ubuntu". Use os nomes adequados de produtos e

serviços ao se referir a uma oferta de um provedor. (Em outras

palavras: "Docker" e "Kubernetes", em vez de "Containers"; "Azure

Functions" e "AWS Lambda", em vez de “FaaS.”)

Recursos (em inglês:

• How to Write Catchy Headlines and Blog Titles Your Readers Can’t

Resist

• Headline Analyzer: How to Write Powerful Headlines

• SEO Guide by Wix

Guia de Criação de Conteúdo para Desenvolvedores 72


Criando chamadas para ação

As “chamadas para ação” (“call to action” ou CTAs) são o próximo

passo que você quer que os leitores sigam depois que terminarem de ler

sua postagem no blog. Os CTAs são usados com mais frequência pelos

profissionais de marketing. No capítulo 3, descrevi brevemente o funil de

marketing e como os profissionais de marketing usam táticas diferentes

para canalizar clientes em potencial mais adiante no funil até se tornarem

clientes pagantes. É bom observar que os CTAs não precisam vender

algo para serem úteis!

Pense na jornada que o leitor fez para chegar ao seu post. O seu

leitor:

1. Teve um problema

2. Ele precisava de uma solução

3. Ele procurou a solução (geralmente por meio de um mecanismo de

busca)

4. A postagem do seu blog apareceu nos resultados da pesquisa

5. Ele clicou no seu blog

6. Ele leu o conteúdo

7. Ele seguiu as instruçōes

8. Ele resolveu com sucesso a problema

9. Ele chegou ao final da postagem de blog

Guia de Criação de Conteúdo para Desenvolvedores 73


10. E agora?

Você pode:

1. Levar seu leitor para outro post relacionado em seu blog. Se

você escreveu postagens sobre um tópico semelhante ou uma

tecnologia específi ca, considere vinculá-los. (Observação: algumas

plataformas de blog, como o WordPress, têm módulos "Postagens

sugeridas" que indicarão automaticamente as postagens para os

leitores com base nas tags ou categorias atribuídas a elas.)

2. Levá-lo para um site ou página externa. Envie-o para tutoriais,

documentação de suporte ou páginas de produtos aplicáveis, se

relevante.

Aqui estão exemplos reais de como os CTAs podem ser usados nas

postagens do blog:

Descrição da
Tipo de post Objetivo CTA primário CTA primário
publicação

Junte-se à nossa
Uma postagem da Aumentar a
Confira o repositório equipe - estamos
equipe de engenharia conscienti
contratando
de uma empresa que Como postar/ zação sobre os
(Links para o
descreve o repositório Referir projetos de
repositório GitHub do (Links para a
monolítico usado para código aberto
projeto) página “Carreiras”
projetos Go desta empresa
da empresa)

Guia de Criação de Conteúdo para Desenvolvedores 74


Uma postagem que Saiba mais atalhos
Faça o download do
mostra aos leitores
editor de texto
como usar quatro Motivar as (Links para uma
atalhos em um editor Roundup pessoas a baixar postagem de blog
(Links para o site onde
de texto de código o editor de texto ou um vídeo que
eles podem baixar o
aberto que aumentará possui ainda mais
editor de texto)
a produtividade atalhos)

Observe como o texto do CTA é orientado para a ação. Use verbos

de ação. Se você não souber quais palavras escolher, use um dicionário

para encontrar sinônimos para verbos diferentes!

💡 Sua Vez! Exercício Guiado #12:

Volte para a planilha “Calendário de conteúdo”. Escreva um ou dois

CTAs possíveis para cada ideia na coluna “CTA.

Adicionando recursos
Recursos podem ser qualquer conteúdo que esteja vinculado à sua

postagem no blog. Você pode vincular as postagens de seu próprio blog

ou conteúdo hospedado externamente. Você pode colocar links em uma

postagem ou em uma seção dedicada apenas para links. Você também

pode fazer uma mistura de ambos.

Eu recomendo experimentar cada opção para ver qual funciona

melhor. Se você tiver apenas alguns links que deseja incluir, não há

problema em incluí-los no corpo da sua postagem. Certifique-se de

Guia de Criação de Conteúdo para Desenvolvedores 75


espaçar os locais onde os links aparecerão. Você não deseja um monte

de links desagradáveis em um parágrafo, por exemplo. Colocar muitos

links no corpo de uma postagem pode ser perturbador e esmagador. Se

houver vários links que você deseja incluir na sua postagem, coloque-os

em uma seção chamada "Recursos" no final.

A imagem a seguir mostra um exemplo de como o espaçamento

da ocorrência de links pode afetar bastante a legibilidade de um texto:

Figura 6: Como eu exibi “Recursos” de maneira diferente em duas postagens de blog

diferentes. Na imagem da esquerda, coloquei todos no final em uma lista com

marcadores. Na imagem da direita, os links foram intercalados por todo o corpo da

postagem.

Guia de Criação de Conteúdo para Desenvolvedores 76


CAPÍTULO SETE:
PROMOVENDO CONTEÚDOS

Você está pronto para publicar sua matéria - ou talvez tenha

acabado de publicar - e agora está pronto para compartilhar. Qual é a

maneira mais impactante e eficaz de compartilhar seu conteúdo? Até os

profissionais de marketing sabem que não existe uma fórmula perfeita,

mas existem algumas ferramentas à sua disposição. Neste capítulo,

abordamos o uso da análise de mídia social para determinar o melhor

momento para postar, o uso de tags para melhorar a capacidade de

descoberta e como criar uma publicação em mídia social.

Usando a análise de mídia social para encontrar a


melhor hora para postar

Embora abordaremos mais a análise no próximo capítulo, é bom

entender que a análise de mídia social pode ser usada para encontrar

um momento ideal para postar seu conteúdo. Os gestores de conteúdo

que administram blogs da empresa e outros canais de conteúdo usam a

Guia de Criação de Conteúdo para Desenvolvedores 77


análise para o mesmo objetivo. Eles podem testar se a publicação e a

promoção de uma postagem em determinados horários do dia ou em

determinados dias da semana levará a um aumento nas pessoas que

visualizam um post (por exemplo, um tweet) e clicam na postagem do

blog.

Acesse o painel "Analytics" de qualquer plataforma de mídia social

usada e veja todas as suas postagens nos últimos dois meses. Você

precisa anotar:

• Quantas curtidas cada uma de suas postagens recebeu

• Quantas comentários você recebeu em cada postagem

• Quantos compartilhamentos você recebeu em uma postagem

Curtidas, comentários e compartilhamentos são denominados

"métricas de desempenho" pelos profissionais de marketing, que atuam

como dados de análise para estabelecer como as pessoas interagem

com suas postagens nas redes sociais. Algumas métricas de

desempenho, como as listadas acima, são chamadas de "métricas de

vaidade" pelos profissionais de marketing, porque nem sempre são as

coisas mais importantes a serem medidas. 

Se isso parecer confuso, deixe-me voltar um passo atrás. Por um

lado, familiarizar-se com o número de curtidas, comentários e

compartilhamentos informa quantas pessoas estão envolvidas com o seu

conteúdo. No entanto, essas métricas não nos contam a história

Guia de Criação de Conteúdo para Desenvolvedores 78


completa e conclusiva. Há muitas razões pelas quais um determinado

post pode ter alcançado métricas de desempenho mais altas do que

outro.

Outras variáveis a serem consideradas são:

• A hora do dia em que você publica

• O dia da semana em que você publica

• O tipo de post (Você estava promovendo conteúdo ou apenas


compartilhando um meme engraçado?)

A premissa por trás de um tweet com meme é muito diferente de

um tweet compartilhando um assunto muito sério. De forma similar, o

engajamento que você recebe publicando às 10h da manhã será

diferente do que às 3h da tarde. Para fazer uma comparação justa e com

significado, você deve considerar outras variáveis (como as que listei

acima) para te ajudar a entender melhor o cenário.

Se os seus seguidores são mais ativos no período da manhã,

promova seus posts nesse período e veja o que acontece. Muitas

pessoas viram seu post ou foi um número negligenciável? Promova-o

novamente em outro período do dia. O que acontece? E se for em outro

dia da semana? Você pode escrever pequenos tweets como esse para

encontrar a melhor hora para compartilhar seu primeiro post

promocional em mídias sociais, que provavelmente será o que vai

Guia de Criação de Conteúdo para Desenvolvedores 79


“anunciar” o que você criou. Cada vez que você testar, analise uma

variável (horário do dia e dia da semana) ou teste em outros diversos

posts e observe se um padrão emergirá.

Tudo bem se você não tiver um grande público ou se nunca

compartilhou seu conteúdo em redes sociais antes. Comece com essa

regra geral: promova seu post no blog quando seus seguidores

estiverem mais ativos e então experimente como será!

Marcando posts para obter descobertas

Se você estiver publicando seu conteúdo em uma plataforma como

o Medium, Youtube ou dev.to, adicione tags no seus posts. Tags são

etiquetas que se referem a um tópico específico. Criadores de conteúdo

adicionam tags em seus posts para que alguns usuários possam

encontrar seu conteúdo através das tags.  

• Pesquise possíveis tags minuciosamente. Faça uma pesquisa

rápida de conteúdo disponível em uma tag antes de adicionar uma

ao seu post. Analise se a tag tem tráfego: qual conteúdo foi

adicionado à tag recentemente e existem poucos - ou muitos -

posts com essa tag? Você precisa escolher tags que aumentarão

suas chances de o post ser descoberto e visto pelo seu público-

alvo.

Guia de Criação de Conteúdo para Desenvolvedores 80


• Inclua tags para nomes de produtos genéricos e não genéricos.

Digamos que você esteja escrevendo sobre um produto imaginário

de serverless chamado Masqify. Adicione as tags

“serverless” (genérica) e “Masqify” (nome do produto) ao seu post.

Muitos leitores provavelmente saberão e podem ter interesse em

serverless porém ainda não sabem da existência do Masqify.

Adicionando ambas as tags você garante que seu conteúdo seja

visto pelo máximo de pessoas possível.

Tente repetir esse exercício algumas vezes no ano. A popularidade

das tags pode mudar de tempos em tempos, e as pessoas podem

atualizar seus filtros de pesquisa para outros conceitos diferentes.

Fonte (em inglês):

• Searching Online: Why Keywords Matter

💡 Sua Vez! Exercício Guiado #13:

Se você estiver publicando em uma plataforma de conteúdo,

pesquise tags com base nas ideias do seu calendário de conteúdo. Abra

a planilha "Pesquisa de tags". Escolha de 1 a 4 tags que resumam seu

conteúdo. Elas devem ser descritivas, mas não com focos muito

específicos. (Você deseja se destacar, mas não deseja escolher termos

Guia de Criação de Conteúdo para Desenvolvedores 81


tão específicos que as pessoas nunca pesquisem sobre eles). Para cada

tag, responda às seguintes perguntas:

• Há muito conteúdo relacionado a esta tag? 

• O conteúdo marcado parece cobrir tópicos como o seu conteúdo? 

• As pessoas esperariam ver seu conteúdo nessa categoria de tag?

Comece a redigir seu post de mídia social alguns dias antes de

publicar. Eu gosto de criar duas ou três variações, com pequenas

diferenças entre cada uma. Isso me permite escolher a que eu mais

gosto em um conjunto de opções.

Você pode mostrar personalidade em sua postagem de mídia

social. Por exemplo, eu uso emojis para chamar a atenção e isso se

tornou parte do meu estilo. Algumas pessoas incluem imagens ou GIFs

(adicione texto alternativo!) e até pequenos trechos de vídeo para se

destacar. Você não precisa pensar demais! Como linha de base, lembre-

se de:

• Adicione sua personalidade nele

• Resuma sobre o que é sua postagem

• Inclua uma lição para o leitor

• Adicione um link (isso é o mais importante)

Guia de Criação de Conteúdo para Desenvolvedores 82


Vi uma tendência em que os desenvolvedores tweetam

sarcasticamente "eu escrevi uma coisa" e compartilham um link,

esperando que o público entenda o que eles querem dizer ou clique

nele. Pode funcionar para alguns leitores, mas não para todos. É

importante motivar o leitor a clicar no link, e a única maneira de fazer isso

é fornecendo informações relevantes e valiosas. (Além disso, seu

conteúdo é mais do que uma "coisa". É um trabalho no qual você

investiu algum tempo e esforço para criar. Orgulhe-se dele!)

Guia de Criação de Conteúdo para Desenvolvedores 83


CAPÍTULO OITO:
USANDO ANALYTICS PARA ITERAR E MELHORAR

Se você está fazendo um blog por motivos pessoais e não

pretende compartilhar seu trabalho, esta seção será menos relevante

para você. Mas se você planeja mostrar suas coisas para um público,

continue lendo para entender como dados quantitativos e experimentos

ajudarão você a melhorar seu conteúdo e sua estratégia promocional.

Dados quantitativos: análise da web


Usability.gov define análise da web como "Coleta, relatório e

análise de dados do site". Ela ajuda você a entender o que seus visitantes

fazem quando estão no seu site. Por exemplo, o Analytics mostra em

quais links eles clicam, as páginas que visitam e onde caem. A análise do

site também pode fornecer algumas informações sobre seus visitantes,

incluindo em quais países eles se baseiam e que tipo de dispositivo eles

usaram para ler sua postagem no blog.

Guia de Criação de Conteúdo para Desenvolvedores 84


Exemplos de plataformas de análise da web incluem o Google

Analytics (provavelmente a plataforma de análise mais popular) e os

painéis de análise que você vê em sites de mídia social como Medium,

Twitter e Facebook.

Google Analytics é considerado a plataforma de análise padrão da

web (gratuita), mas não é o único provedor existente. Aqui estão outros

provedores de análise da web a serem considerados:

• Heap

• Mixpanel

• Simple Analytics

• Statcounter

• Fathom Analytics (versão open-source e versão paga)

• Matomo (código aberto e gratuito)

Pesquise essas e outras plataformas de análise da web para

determinar qual atende melhor suas necessidades. Então, por que a

análise da web é importante? Ela pode ajudar você a entender:

• Como um visitante encontrou seu blog: conhecido como uma

"fonte de referência". Você aprenderá qual porcentagem de

visitantes veio de uma pesquisa, de canais de mídia social, e-mail

ou qualquer outra coisa. Se você tem uma alta porcentagem de

visitantes vindo de um mecanismo de pesquisa, isso signifi ca que

Guia de Criação de Conteúdo para Desenvolvedores 85


sua postagem provavelmente está com uma classifi cação orgânica

alta. Se mais pessoas acessarem as mídias sociais, isso pode

signifi car que muitos de seus seguidores estão vendo seu

conteúdo ou outras pessoas estão compartilhando seu conteúdo.

• Quais dispositivos seus visitantes usam: Conhecer

detalhadamente os visitantes por tipo de dispositivo pode ser uma

boa maneira de ajudar você a entender como os usuários

consomem seu conteúdo. A maioria dos visitantes lê seus tutoriais

no celular? Pode ser um bom momento para verifi car se o seu blog

tem uma ótima experiência para o usuário móvel.

• Onde os visitantes estão localizados: Conhecer a localização

geográfi ca dos visitantes do seu blog pode ajudar você a descobrir

o melhor momento para agendar suas postagens no blog e nas

mídias sociais. Por exemplo, você pode estar no Reino Unido, mas

uma porcentagem signifi cativa de visitantes da web reside na Índia

e Cingapura. Convém agendar suas postagens para que sejam

publicadas nos horários em que os desenvolvedores desses países

estejam mais ativos.

• Quais postagens do blog são as mais populares: As visualizações

de página podem informar rapidamente quais postagens do blog

Guia de Criação de Conteúdo para Desenvolvedores 86


repercutem mais com seus usuários. Com o tempo, você pode usar

as visualizações de página para ajudar a identifi car padrões no seu

conteúdo. Existem tópicos específi cos ou tipos de postagem de

blog que apresentam um desempenho muito bom? Existem

postagens de alto valor, mas que não recebem tantos visitantes?

Esses são os tipos de informação que você pode obter observando

as visualizações de página ao longo do tempo.

O Google Analytics pode ajudar você a entender quais dias e

horários do dia são mais adequados para você publicar uma postagem

ou um tweet. Você também coletará informações sobre os tipos de

conteúdo que seus leitores apreciam, como seus visitantes encontram

seu conteúdo e que conteúdo não repercute com eles. 

Experimentação

A promoção de conteúdo não é uma ciência exata; você pode

alterar continuamente sua abordagem ao longo do tempo. Algo que

funcionou por seis meses de repente pode não render tanto. Para

descobrir o que funciona bem, seja curioso ao testar hipóteses. Isso é

chamado de experimentação. Os profissionais de marketing usam

experimentos em escala para testar tudo, desde alterações de textos a

redesign. (Se você já ouviu falar ou usou o teste A / B, está familiarizado

com a experimentação.)

Guia de Criação de Conteúdo para Desenvolvedores 87


Existem muitos componentes para executar um experimento. Não

vou me concentrar em todos eles, mas a tabela a seguir ilustra os seis

principais componentes de um experimento:

Componentes básicos do experimento

Componente Descrição Exemplo

“Compartilho minhas postagens nas


A “declaração do problema “ é mídias sociais em diferentes
Declaração do a razão pela qual você quer momentos do dia, mas recebo um
problema primeiro experimentar. envolvimento muito baixo nesses
posts”.

É aqui que você declara o que “Quero ver se eu postar meu tweet num
Objetivos deseja aprender com esse determinado momento do dia levará mais
experimento. pessoas a clicarem no meu blog.”

As hipóteses declaram a
“Se eu promover meu post às 10h,
mudança que você deseja
Hipóteses mais pessoas o verão, o que trará
fazer e o resultado que deseja
mais cliques no meu blog.”
influenciar.

Essas são métricas que você “Examinarei as impressões e curtidas


analisará para determinar se de tweets semelhantes e as
Métricas
seu teste foi ou não bem- visualizações de página de postagens
sucedido. de blogs semelhantes.”

“Minhas visualizações de página por


um período de sete dias foram 300 a
Isso indica qual foi o resultado mais do que a última postagem que
Resultado publiquei em um período de sete dias.”
do seu teste.

“Não houve mudança discernível.”

“Farei outro teste com outra postagem


no blog.”
É o que você planeja fazer a
Próximos passos
seguir. “Promoverei meus posts às 10h das
quintas-feiras nos próximos seis
meses e farei outro teste no futuro.”

Guia de Criação de Conteúdo para Desenvolvedores 88


Aqui está um exemplo de como ficaria isso na prática:

Declaração do
Objetivos Hipóteses Métricas Próximos passos
problema

As postagens são
publicadas em dias
Ver se a promoção
aleatórios da O post B recebeu 20
de uma postagem
semana e apenas curtidas, dois tweets
do blog em um dia
algumas pessoas e cinquenta
específico da Execute outro teste
veem minhas visualizações de
semana aumentará com outra postagem
postagens “Se eu promover página em sua
o envolvimento. do blog (postagem
promocionais nas meu blog às terças- primeira semana. C) para ver se você
mídias sociais. feiras, mais pessoas
(A publicação B será obtém resultados
clicarão nele.” A promoção do post
publicada em breve semelhantes com
A última publicação B teve um conteúdo diferente.
e será usada para
do blog (publicação desempenho muito
“testar” os tempos
A) recebeu três superior à promoção
de publicação e
curtidas no Twitter e do post A.
promoção.)
dez exibições de
página.

O melhor dos experimentos é que você pode testar praticamente

qualquer coisa: títulos de post de blog, tags, texto de mídia social e, sim, os

horários que você publica e promove sua postagem.

💡 Sua Vez! Exercício Guiado #14:

Imprima a planilha “Sua Experiências” e use-a para orientar

experiências futuras. Você pode usá-la para qualquer coisa que queira testar.

Recursos (em inglês):

• Optimizely’s Big Book of Experimentation

Guia de Criação de Conteúdo para Desenvolvedores 89


• Web Analytics Basics - Usability.gov

Guia de Criação de Conteúdo para Desenvolvedores 90


CAPÍTULO BÔNUS:
ESCREVENDO PARA OUTRAS PUBLICAÇÕES
DE TECNOLOGIA

Escrever para publicações técnicas externas é uma excelente

maneira de divulgar seu nome! Muitas publicações têm grandes leitores

(dezenas de milhares de visualizações de páginas por mês), seguidores

de mídias sociais e listas de e-mail. Isso lhe dará a oportunidade de

publicar um artigo que será potencialmente visto por mais pessoas do

que o que você alcança atualmente.

Antes de decidir escrever para uma publicação técnica, considere o

seguinte:

• O que você quer tirar disso?

• Por que você deseja publicar um artigo nesse site?

• Quão bem o seu conteúdo se encaixa no conteúdo que eles

publicam?

• Você está aberto a trabalhar com um editor?

Guia de Criação de Conteúdo para Desenvolvedores 91


Vamos esmiuçar cada um deles.

O que você quer tirar disso? Deseja ganhar algum dinheiro e

aumentar seu alcance? Você quer que seu artigo apareça em uma

publicação respeitada? Deseja promover suas postagens no blog?

Deseja aumentar seus seguidores nas mídias sociais? Use essas

perguntas como um guia para esclarecer o que é importante para você.

Por que você deseja publicar um artigo nesse site? A resposta

ideal é porque você leu o que eles publicam e acha que está alinhado

com o seu conteúdo. Eu recomendo começar a publicar em sites que

você já gosta de ler. Por quê? Porque você gostaria de escrever um artigo

para eles! Você provavelmente já leu muito do conteúdo que eles

produzem e conhece o estilo deles. Você tem uma ideia de quem é o

público deles. Você pode adaptar seu argumento e artigo porque os

conhece muito bem.

Quão bem o seu conteúdo se encaixa no conteúdo que eles

publicam? Imagine tentar ser publicado no New York Times sem nunca

ter lido um artigo desse importante veículo de notícias. Como você

saberia se o que você está oferecendo é algo que eles publicariam?

Passe algum tempo lendo os artigos que eles publicam. Observe os

tópicos e públicos específicos aos quais esse conteúdo pode recorrer.

Não há duas publicações técnicas iguais.

Guia de Criação de Conteúdo para Desenvolvedores 92


Você está aberto a trabalhar com um editor? No Capítulo 5,

discuti brevemente o que esperar se você trabalha com um editor.

Algumas publicações técnicas não editam suas peças, mas muitas o

fazem. Se você não estiver pronto para pedir a alguém que analise e

revise seu trabalho, tente primeiramente obter feedback de suas

postagens de desenvolvedores nos quais você confia. Dessa forma, você

pode começar a se sentir mais confortável com a ideia de trabalhar com

um editor.

Apresentando uma publicação: diretrizes de envio

O primeiro passo para publicar um artigo é apresentá-lo. Um

argumento é um resumo ou uma breve descrição sobre o que é o seu

artigo, por que é relevante e qual o público-alvo imaginado. (Você

elaborou um resumo no Capítulo 1.) As publicações revisam os

argumentos para ver se eles gostam da ideia do artigo antes de lerem o

mesmo. Também é menor para eles lerem do que um rascunho de 1.500

palavras!

Felizmente, muitas publicações de tecnologia simplificaram o

processo de envio de artigos. Procure "Diretrizes para envio" ou

"Diretrizes para colaboradores" no site deles. Isso pode estar na página

"Sobre" ou em uma página separada. As diretrizes de envio geralmente

incluem as seguintes informações:

Guia de Criação de Conteúdo para Desenvolvedores 93


• Uma breve descrição da publicação

• Algumas frases sobre o que eles estão buscando

• O que eles querem em um resumo

• Informações sobre remuneração

• Como enviar sua ideia

Reserve um momento para revisar cuidadosamente as diretrizes de

envio. Se eles solicitarem que você use um formato específico, faça isso.

Se eles não estiverem interessados em determinados tópicos ou em

certos tipos de peças, não envie um argumento com um assunto que

eles não estejam procurando. Se eles solicitarem links para trabalhos

anteriores, inclua links para suas melhores postagens no blog. Por

"melhores" quero dizer as que tenham a mais alta qualidade e das quais

você mais se orgulha.

Se uma publicação não tiver diretrizes de envio publicadas no site,

procure um endereço de e-mail e envie uma boa mensagem

perguntando como você pode enviar uma proposta para consideração.

💡 Sua Vez! Exercício Guiado #15:

Usando a planilha "Lista de publicações", monte uma lista de

publicações das quais você realmente gosta e preencha o máximo de

Guia de Criação de Conteúdo para Desenvolvedores 94


informações possível sobre elas. Volte a essa lista quando desejar

apresentar um artigo e quiser encontrar a publicação certa para ele.

Pesquisando o alcance potencial de uma publicação

Algumas publicações e newsletters possuem um "Kit de Mídia", "Kit

de Imprensa" ou "Kit de Patrocínio" em seus sites. Esses kits são usados

para fornecer aos patrocinadores em potencial (principalmente

empresas) informações que os convencerão a apoiar financeiramente a

publicação ou a newsletter. Os kits podem incluir informações como:

• Total de visualizações de página mensal

• Número total de assinantes da newsletter

• Algumas informações demográficas do público-alvo

Como são os kits de mídia? A publicação de newsletters técnicas

Cooperpress produziu um kit de mídia (PDF em inglês) que contém

informações sobre a publicação e seus públicos-alvo.

Verifique se a publicação tem um kit disponível. Isso lhe dará uma

noção de quão ampla é a audiência deles. (Isso não significa que

dezenas de milhares de pessoas verão, lerão ou compartilharão seu

artigo, mas significa que eles têm uma grande plataforma, o que

aumenta a probabilidade de muitas pessoas verem seu artigo.) Observe

os seguintes itens:

Guia de Criação de Conteúdo para Desenvolvedores 95


• Contagem de seguidores

• Com que frequência o novo conteúdo é compartilhado

• Compartilhamentos e curtidas por postagem

There are data points that you can use to understand their reach.

Existem dados que você pode usar para entender o alcance deles.

A contagem de seguidores não é o mais importante. O que você precisa

saber é se a publicação de tecnologia publica artigos de outros autores e

o tipo de envolvimento que obtém (compartilhamentos, curtidas,

comentários etc.).

Aceitar uma proposta: o que esperar

Se uma publicação aceitar seu argumento, parabéns! Você está um

passo mais perto de se tornar um escritor publicado. O editor

geralmente entra em contato para fornecer algumas informações e fazer

algumas perguntas. Embora as perguntas e solicitações exatas variem de

acordo com a publicação, geralmente elas podem incluir:

Prazo: em quanto tempo (o mais rápido possível) você consegue

preparar um rascunho? Escolha um prazo realista para você. Se você

sabe que tem uma viagem daqui a duas semanas, não prometa ao editor

que você entregará um rascunho enquanto estiver fora. É perfeitamente

correto dizer: “Devido a outros compromissos nas próximas semanas,

Guia de Criação de Conteúdo para Desenvolvedores 96


posso ter um rascunho completo pronto para sua revisão em 28 de

fevereiro (daqui a quatro semanas). Isso funciona para você?”

Qualquer que seja o prazo com o qual você e seu editor

concordem, tente aderir a ele. Se você estiver chegando perto do prazo

e precisar de mais tempo (a vida acontece), não espere até o último

minuto para enviar um e-mail ao seu editor. Informe a ele que você

precisará de mais tempo (2 ou 3 dias) para concluir o rascunho. Dê a ele

um número específico, não apenas "alguns dias". Por fim, verifique se

você cumpriu o prazo.

Sua biografia: tenha uma pequena biografia elaborada e pronta

para ser usada. Se você nunca criou uma biografia antes, aqui está uma

pequena lista do que você pode incluir:

• Seu nome

• Seu título (cargo ou profissão)

• Seu empregador (isso é totalmente opcional)

• Seus interesses

• Suas realizações

• Links para seus perfis de mídia social e site

Aqui está um pequeno exemplo:

Stephanie Morillo é uma aspirante a gerente de produtos da

cidade de Nova York. Ela está no setor de tecnologia há oito anos,

Guia de Criação de Conteúdo para Desenvolvedores 97


tendo trabalhado em equipes de engenharia, marketing e relações

com desenvolvedores. Ela é fã de redação técnica, filmes de

suspense e cheesecake. Você pode encontrá-la no Twitter:

@radiomorillo e ler o blog dela em www.stephaniemorillo.co.

Declaração de trabalho: uma declaração de trabalho é um

documento que descreve o trabalho que você concorda em fazer para o

editor. Se você receber uma declaração de trabalho ou contrato do

editor, revise-o cuidadosamente. Declarações de trabalho e contratos

favorecem o editor. Isso não significa que o editor está enganando você,

mas você deve entender com o que você está concordando. Algumas

coisas a serem observadas:

• Direitos: como escritor, você deseja manter os direitos de seu

trabalho. Isso significa que esta peça pertence a você. 

• Exclusividade: um contrato pode mencionar uma "licença exclusiva

e sem royalties". Isso significa que você está concedendo à

publicação o direito de exclusividade do seu conteúdo. A

exclusividade pode ser por um período curto (como 6 meses ou

um ano) ou para sempre. Se você deseja republicar seu artigo no

blog no futuro, faça perguntas ao editor sobre quanto tempo a

licença é válida antes de avançar.

Guia de Criação de Conteúdo para Desenvolvedores 98


• Remuneração: se o editor prometeu uma compensação financeira,

o valor será incluso no contrato. Eles também podem informar

quando você receberá seu pagamento. (Se não o fizerem, pergunte

ao editor.)

Depois de se comprometer com um prazo e assinar um contrato

(se houver), crie um cronograma para si mesmo. Separe um tempo

suficiente para planejar, delinear, pesquisar, escrever e editar antes de

enviar.

Lidando com a rejeição

Ah, rejeição. Isso acontece com todo mundo. Há muitas razões

pelas quais uma publicação pode decidir não avançar com sua matéria.

Pode ser porque:

• Eles já têm artigos em seu nome na sua pipeline

• O artigo é muito limitado ou muito amplo

• Não se encaixa em nada do que eles escrevem atualmente

• A ideia não foi desenvolvida o suficiente

Isso nunca é pessoal. Os editores são responsáveis por garantir que

as publicações cumpram suas declarações de missão e que os artigos

atendam às necessidades de seu público. Quando eles consideram uma

Guia de Criação de Conteúdo para Desenvolvedores 99


peça, não estão olhando para ela isoladamente. Eles também estão se

perguntando como sua peça se encaixa na missão, no conteúdo

existente e no planejado. Quando você é rejeitado, tem algumas opções:

• Peça feedback ao editor. Se eles forneceram feedback, ótimo! Mas

se não, você pode perguntar. Não espere uma resposta, mas se

você receber uma, agradeça a eles.

• Publique em outro lugar. Seu conteúdo pode ser mais adequado a

outra publicação. Verifique, tente e veja o que acontece!

• Publique o artigo em seu próprio blog. Você também pode

esquecer completamente as publicações técnicas e publicá-las em

seu próprio blog.

• Ajuste sua ideia e reenvie. Às vezes, você pode encontrar um editor

que não considera a ideia adequada para a publicação. Eles

podem sugerir um ângulo diferente! Se você gosta do ângulo que

eles estão propondo, ajuste o ângulo e reenvie.

• Abandone a ideia e crie uma nova. Nem toda ideia é boa, e isso é

bom. Deixe a ideia de lado por enquanto e procure outros assuntos

sobre os quais escrever. Você pode até perguntar ao editor se ele

está procurando por tópicos específicos; eu já fiz isso no passado e

Guia de Criação de Conteúdo para Desenvolvedores 100


consegui publicar artigos depois que a ideia original foi rejeitada!

Guia de Criação de Conteúdo para Desenvolvedores 101


CAPÍTULO BÔNUS DOIS:
CONSIDERAÇÕES ESPECIAIS PARA
PODCASTS E SCREENCASTS

Este é um capítulo especial para os interessados em criar podcasts

ou screencasts! 

Títulos e descrições

Existem duas áreas de conteúdo “imóvel” que nunca devem ser

negligenciadas pelos desenvolvedores que produzem podcasts e

screencasts. Estes são o título e a descrição.

O título e a descrição estão frequentemente no final da lista de

prioridades dos criadores de podcast e screencast. Você deve iniciar seu

processo criativo concluindo-os ou, no mínimo, começar a criar seus

títulos e descrições quando estiver na fase de edição.

Guia de Criação de Conteúdo para Desenvolvedores 102


Figura 4: Captura de tela do vídeo "Python Django Web Framework - Curso completo

para iniciantes" no canal do freeCodeCamp no YouTube. O título do vídeo aparece

abaixo do player de vídeo e a descrição aparece abaixo do nome do canal e da

contagem de inscritos.

Questionário: em quais destes títulos você acha que um visitante

do YouTube provavelmente clicaria?

1. Criando sua primeira Ruby gem

2. Ruby gems e Bundler

3. Tudo sobre Ruby (Ep 2): Faça sua própria gem!

4. Tudo sobre Ruby: Episódio 2

5. Como criar Ruby gem com Bundler

Guia de Criação de Conteúdo para Desenvolvedores 103


Resposta: Depende. (Sim, essa foi uma pergunta complicada!) Os

números 3 e 5 podem ser as melhores opções, porque deixam bem claro

para o espectador o que ele estará assistindo. O número 3 inclui o nome

de um screencast no título, excelente da perspectiva da marca e do SEO.

O número 5 reflete o tipo de consulta que um desenvolvedor pode usar

para encontrar esse tipo de conteúdo.

As descrições são como você atrai os espectadores a clicarem em

"Reproduzir". Os screencasts e podcasts são muito mais longos que um

post de blog. Eles exigem um investimento de tempo significativo do seu

público. Para que eles pressionem "Play" e ouçam ou assistam por cinco

minutos ou uma hora, você deve atraí-los.

Cenário: Sou um produtor de podcast que entrevista pessoas que

trabalham em funções adjacentes à engenharia em pequenas e grandes

empresas. Minha última convidada é Stephanie, gerente de programa

técnico da The Coolest Co. Ltd. Aqui está minha primeira passagem na

criação de notas de programa para este episódio:

“Imagine isso: você está olhando para o painel e percebe uma

enxurrada de novas solicitações. Os itens de trabalho aparecem

instantaneamente no backlog e você os abre para revisão. Você

tem alguns segundos para decidir o que fazer a seguir: há

informações suficientes aqui para mover isso para o editorial? Ou

Guia de Criação de Conteúdo para Desenvolvedores 104


o designer precisa estar envolvido? Precisamos de informações

editoriais ou de design ou essa é uma solicitação que deve ser

direcionada à engenharia? Enquanto isso, você gerencia

solicitações semelhantes e comunica atualizações às partes

interessadas.

Neste episódio, Stephanie Morillo, gerente de programa técnico

(GPT) da The Coolest Co. Ltd., explica como os gerentes de

programas técnicos das equipes de engenharia são semelhantes

aos controladores de tráfego aéreo nos aeroportos. Você

aprenderá como é ter uma visão geral do processo de

desenvolvimento de ponta a ponta e como GPTs e

desenvolvedores podem trabalhar melhor juntos.”

O primeiro parágrafo define o cenário para o ouvinte. Ele

provavelmente não conhece o sujeito que está sendo entrevistado. Ele

precisa de informações que respondam à pergunta: "Por que você está

entrevistando essa pessoa?". Ele quer saber por que isso é relevante. No

segundo parágrafo, resumi os pontos específicos que o podcast aborda.

Eu digo ao ouvinte o que ele obterá desse episódio depois de ouvi-lo.

Coisas a incluir:

Guia de Criação de Conteúdo para Desenvolvedores 105


• Palavras-chave. Pense em 2-3 palavras-chave relacionadas.

Lembre-se de que seu público provavelmente verifi cará sua

descrição. Se o seu podcast é sobre resposta a incidentes, inclua

"resposta a incidentes" em sua descrição. Se o seu screencast

orienta os desenvolvedores de back-end pelo web design, inclua

palavras-chave como "design", "CSS", "folhas de estilo", "back-

end", "desenvolvedores". As palavras-chave dizem ao seu público:

“Isso é relevante para você! É exatamente o que você estava

procurando.”

• Use aspas. Adicione uma citação interessante da sua entrevista de

podcast para destacar na sua descrição. 

Adicionando transcrições ou legendas

No artigo "A Monocultura Auditiva Rejeita Quem Não Pode Ouvir",

o engenheiro de software David Peter escreve: "Eu vejo regularmente

tutoriais em vídeo sem legenda para bibliotecas de código aberto e

podcasts de tecnologia sem transcrição. Reconhecer que existe um atrito

na comunicação e que trabalhar conosco - pessoas com experiência,

opiniões e emoções - significa trabalhar sempre com esse atrito”. Isso

significa que podcasts e screencasts devem incluir transcrições

(podcasts) e legendas (screencasts). A acessibilidade torna seu conteúdo

mais disponível para mais pessoas. Como afirmei no capítulo 4, as

Guia de Criação de Conteúdo para Desenvolvedores 106


pessoas podem usar a tecnologia assistida para consumir conteúdo on-

line. A produção de podcasts sem transcrições ou legendas torna o seu

conteúdo inacessível aos desenvolvedores que exigem as referidas

tecnologias de assistência.

Mesmo que eu não use tecnologia assistida, descobri que ter

acesso a transcrições me ajudou a aprender melhor. Meu programa de

pós-graduação foi totalmente on-line e cada lição veio com um vídeo

pré-gravado do instrutor ensinando a matéria daquela semana. O vídeo

era composto de um longo conjunto de slides com o professor narrando.

Cada vídeo veio com uma transcrição em PDF para download de todos

os slides e a narração do vídeo para cada slide. Aprendo melhor através

da leitura, e isso significava que eu nunca precisava assistir aos vídeos

em nenhum dos meus cursos. Eu sempre baixava a transcrição da lição e

a acompanhava.

• Ative as legendas ocultas, se disponíveis. As plataformas como o

YouTube oferecem a opção de ativar legendas ocultas para seus

vídeos, enquanto algumas plataformas fornecem plug-ins para

legendas ao vivo (de qualidade variável). Ative as legendas ocultas

por padrão e teste os plug-ins em um vídeo antes de publicar para

garantir a qualidade.

Guia de Criação de Conteúdo para Desenvolvedores 107


• Invista em um serviço de transcrição. Existem serviços que

oferecem transcrição de vídeo e áudio. Eu usei o rev.com no

passado com ótimos resultados, mas é melhor pesquisar a opção

mais adequada para você. Quando você recuperar sua transcrição,

verifi que se há erros. A qualidade do áudio, o barulho, o murmúrio

e outros ruídos podem afetar o que o transcritor coloca. Os termos

técnicos também podem precisar ser alterados ou atualizados.

O podcast Indie Hackers publica transcrições completas para cada

episódio, disponíveis em seu site. Em resumo, se você planeja executar

um podcast ou screencast, pesquise as opções disponíveis e invista em

serviços de transcrição e legenda.

Toques finais

Finalmente, boas descrições incluem links para recursos adicionais.

Se o seu vídeo ou podcast exigir que os usuários baixem algo, crie uma

conta ou consulte a documentação de suporte, adicione esses links na

caixa de descrição. Torne mais fácil para o seu público encontrar o que

ele precisa para agir. 

Seu screencast mostra aos usuários como criar um aplicativo CRUD

com o Rails 6.0? Você precisa incluir links para a documentação oficial do

Ruby on Rails e talvez alguns artigos que explicam o MVC ou outros

Guia de Criação de Conteúdo para Desenvolvedores 108


conceitos. Se você produziu outros vídeos do Rails 6.0, também pode

adicioná-los. Coloque esta lista em suas descrições usando um

cabeçalho como "Recursos adicionais". Seus espectadores agradecerão!

💡 Sua Vez! Exercício Guiado #16:

Imprima a planilha "Descrições de podcast / screencast". Assista a

um episódio antigo de podcast ou screencast que você criou e reescreva

a descrição para incorporar palavras-chave, aspas (se aplicável) e links.

Recursos (em inglês):

• 9 Free Keyword Research Tools

• Podcast Accessibility

• How to Make Accessible Videos with Closed Captions

• The accessibility cheat sheet

Guia de Criação de Conteúdo para Desenvolvedores 109


EPÍLOGO E
PENSAMENTOS DE DESPEDIDA

A verdade é que não existe fórmula mágica, atalhos, feitiços ou

segredos para motivar-se a escrever mais. A única maneira de melhorar a

escrita é escrever com frequência. 

Não há nada de mágico no processo de escrita. Você não pode

esperar pela inspiração para começar a escrever. Mais importante ainda,

não exija ideias potencialmente boas. Seu primeiro rascunho não será

uma obra-prima. Escrever exige muita escuta e observação. Observe o

mundo ao seu redor, veja quais ideias surgem dessas observações e

depois escreva sobre elas. Escreva mesmo quando não quiser. Para

tornar o processo gerenciável, divida-o em pedaços menores. Permita-se

fazer uma bagunça e seguir em frente. Escrever é um músculo que você

deve usar de forma consistente.

Embora este livro não seja sobre escrita, quero deixar alguns

conselhos para guiá-lo em sua jornada.

Guia de Criação de Conteúdo para Desenvolvedores 110


Leia muito. Leia o maior número possível de artigos técnicos,

postagens de blog, documentos e tutoriais. Veja a documentação do

produto produzida pelas empresas de "ferramentas de

desenvolvimento". Não é incomum imitar os estilos de escrita de outras

pessoas no início de nossa jornada. Encontre os escritores que escrevem

muito bem e descreva como eles escrevem de maneira eficaz.

Mantenha um diário. Fazer o diário todos os dias fará de você um

escritor melhor, porque você estará escrevendo com frequência. A

incorporação de uma prática diária de escrita em sua rotina significa que

você exercita suas capacidades de escrita diariamente e não apenas

limita sua escrita a uma ou duas vezes por mês em que produz uma

postagem no blog. Isso o ensinará a escrever, mesmo quando você não

quiser (essa é a luta) e você desenvolverá a disciplina para atingir sua

contagem de palavras (ou páginas). O melhor de tudo é que ninguém

precisa vê-lo, pelo que você pode escrever livremente sobre o que

quiser! Comece escrevendo uma página por dia. Alguns dias serão mais

fáceis do que outros, mas se comprometa a escrever uma página inteira

por dia nos primeiros seis meses e aumente a contagem de páginas

quando você se sentir pronto para assumir mais.

Faça pausas. Eu não consigo enfatizar isso suficientemente. Faça

pausas. Escrever é um exercício intensivo; você vai se cansar. Você não

precisa alcançar sua contagem de palavras em um longo período de três

horas. Você pode fazer quantas pausas precisar e voltar ao trabalho

Guia de Criação de Conteúdo para Desenvolvedores 111


quando se sentir mais alerta e revigorado. Escrevi o primeiro rascunho

deste livro inteiro ao longo de dez dias. Não tinha como eu conseguir

concluí-lo sem fazer pausas durante o dia. 

Faça amizade com escritores técnicos. A documentação é um

produto e os escritores técnicos permitem que os usuários mostrem

como usar o software. Desenvolva um interesse genuíno em redação

técnica. Sente-se com escritores técnicos, pergunte a eles sobre os

desafios que enfrentam, o que aprenderam e entenda como você pode

ajudá-los. 

Write the Docs é a comunidade proeminente para escritores

técnicos no espaço de software. Se você mora nos Estados Unidos,

Europa e Austrália, considere participar das conferências anuais do Write

the Docs nesses locais; você aprenderá muito. O Write the Docs também

tem uma comunidade Slack e organiza Meetups por todo o mundo.

Entre e ouça. Você pode se surpreender com o que aprende.

Opcional: Participe de uma oficina de redação. Escrever não

precisa ser uma atividade solitária. Se você tiver tempo, dinheiro e

acesso, um workshop de redação é realmente uma boa maneira de obter

feedback sobre sua redação e sentir-se parte de um grupo. Oficinas de

redação podem ser encontradas on-line, em bibliotecas e faculdades

locais ou em espaços dedicados a escritores. Fiz duas oficinas de escrita

on-line em 2019 que não estavam relacionadas à escrita de não-ficção

para desenvolvedores. (Ambos os workshops foram oferecidos por uma

Guia de Criação de Conteúdo para Desenvolvedores 112


editora chamada Catapult. Se você está nos Estados Unidos e está

interessado em aulas de redação on-line, consulte o catálogo de aulas

on-line da Catapult.)

O primeiro workshop que participei foi de três semanas, com o

objetivo de superar o bloqueio de escritores. Meu objetivo era ter ideias

para um romance em potencial. No entanto, os exercícios do workshop

me inspiraram a escrever minha primeira postagem no blog em um ano.

O segundo workshop foi um workshop de redação de romances que nos

ensinou como passar de uma nova ideia para outra. Não havia pré-

requisitos. A cada semana, adicionamos mais páginas ao nosso livro. No

final, tínhamos um esboço completo do romance e as cinco primeiras

páginas concluídas. Não escrevi um romance em 2019. Mas usei o

modelo de romance como guia para preencher uma proposta de livro,

que se transformou no Guia do Desenvolvedor para Criação de

Conteúdo.

Guia de Criação de Conteúdo para Desenvolvedores 113


💡 Sua Vez! Exercício Guiado #17:

Neste exercício, reuniremos tudo o que você aprendeu neste livro.

Abra a planilha "Sua pilha de conteúdo" e preencha o modelo. Aqui está

um exemplo de resposta:

URL do site pessoal: www.stephaniemorillo.co

URL principal do blog: www.stephaniemorillo.co/blog

Tipo de site: Hospedado

Principais mídias sociais: @radiomorillo (Twitter), @rubymorillo

(GitHub)

Tópicos principais do blog: : marketing de conteúdo, estratégia

de conteúdo, UX

Público-alvo: desenvolvedores de nível intermediário a sênior que

estão interessados em escrever.

Frequência de publicação do blog: Uma vez por mês

Plataforma secundária (se houver):

stephaniemorillo.substack.com

Frequência de publicação: Quinzenal

Software de escrita: Google Docs, Sublime Text

Plataforma de análise do site: Google Analytics

Guia de Criação de Conteúdo para Desenvolvedores 114


Tags: redação, estratégia de conteúdo, marketing de conteúdo,

desenvolvimento de software

Guia de Criação de Conteúdo para Desenvolvedores 115


APÊNDICE:
RECURSOS E LEITURA CONTÍNUA

A jornada para ser o melhor criador de conteúdo que você pode

ser não termina com este livro. 

Os livros listados nesta seção fizeram de mim uma tecnóloga

melhor e uma escritora melhor. Eles me ensinaram como ser uma

escritora intencional, como colocar o leitor (ou usuário) em primeiro

lugar e como ser um melhor ouvinte.

• Making Users Awesome de Kathy Sierra: Este livro é uma leitura

obrigatória. Muitas vezes nos concentramos nas coisas que criamos

e não nas pessoas para quem criamos essas coisas. Kathy Sierra

detalha brilhantemente quais são nossos papéis como criadores /

designers / desenvolvedores e o que os usuários realmente

querem de nós. 

• Just Fucking Ship de Amy Hoy: Um guia curto que fornece 21

princípios para lutar contra o perfeccionismo, construir algo e

lançá-lo. Comecei a escrever o Guia do Desenvolvedor para Criação

Guia de Criação de Conteúdo para Desenvolvedores 116


de Conteúdo no dia seguinte ao término deste livro. É desse tanto

que ele é motivacional.

• Mismatch: How Inclusion Shapes Design de Kat Holmes:

Acredite ou não, a criação de conteúdo é uma forma de design.

Este pequeno volume explica a importância da inclusão e

acessibilidade no design e nos obriga a considerar como pessoas

de habilidades variadas interagem com nosso conteúdo.

• Technical Communication Today by Richard Johnson-Sheehan:

Usei este livro para um curso on-line de comunicação técnica que

fi z e achei imensamente útil. Este livro me ajudou a pensar em

como formatei informações, acessibilidade e redigir mais

claramente o conteúdo técnico. Eu recomendo.

Guia de Criação de Conteúdo para Desenvolvedores 117


Aqui está uma lista de recursos que aparecem ao longo do livro:

Fichas de trabalho

• bit.ly/dgtcc-ptbr-worksheets

Capítulo 4: O Estágio de Escrita

• How Users Read on the Web

• Searching Online: Why Keywords Matter

• 7 tips for creating technical content (video) 

• Writer? Editor? Teacher? (video)

• Making Your Code Examples Shine (video)

• Documenting APIs: A guide for technical writers and engineers

• The accessibility cheat sheet

• How to write a manual worth reading

• DigitalOcean’s Technical Writing Guidelines

• How to write a great README for your GitHub project

• The Responsible Communication Style Guide

• Open Demographics

Capítulo 5: O Estágio de Edição

• Hemingway App

• Grammarly

• AlexJS

Guia de Criação de Conteúdo para Desenvolvedores 118


Capítulo 6: Títulos, Chamadas para Ação e Recursos

• How to Write Catchy Headlines and Blog Titles Your Readers Can’t

Resist

• Headline Analyzer: How to Write Powerful Headlines

• SEO Guide by Wix

Capítulo 8: Usando o Analytics para Iterar e Melhorar

• Optimizely’s Big Book of Experimentation

• Web Analytics Basics - Usability.gov

Capítulo Bônus 2

• 9 Free Keyword Research Tools

• Podcast Accessibility

• How to Make Accessible Videos with Closed Captions

• The accessibility cheat sheet

Guia de Criação de Conteúdo para Desenvolvedores 119


RECONHECIMENTOS

O sucesso é um esporte de equipe. Muitas pessoas me ajudaram

em diferentes pontos durante minha jornada. Este livro foi possível

graças ao amor, paciência e apoio deles.

Obrigado Steven Nuñez, Shanley Kane, Jim Remsik, Ashe Dryden,

André Arko, Amy Wibowo, Suzan Bond, Audrey Eschright e Thursday

Bram, que me apoiaram no início da minha carreira na tecnologia.

Através de minhas interações com vocês, aprendi a codificar, me tornar

uma escritora técnica e editora freelancer, falar em conferências e

escrever publicações técnicas. Eu nunca esqueci a generosidade de

vocês. Obrigado, Christina, por ser minha amiga e por me manter sã

quando as coisas ficaram difíceis. Obrigado Kristen, Tianna e Al, por me

incentivarem sempre e por serem amigos tão incríveis. Agradeço a Lacey

Butler por ser a primeira leitora deste livro e a Cynthia Zanoni e Glaucia

Lemos por me encorajarem a avançar com uma tradução para o

português. E obrigado Ray Carneiro, Pollyanna Carneiro e Isabella Mello

(Agência Hex) pela tradução e revisão do livro.

Guia de Criação de Conteúdo para Desenvolvedores 120


Gostaria de agradecer ao meu marido Amrit por ser meu maior

apoiador e meu principal revisor. Sua atenção aos detalhes é como

nenhuma outra e você nunca me diz o que eu quero ouvir. Minha escrita

é muito melhor por sua causa. 

Por fim, obrigado, leitor, por adquirir este livro. Mantenha-me

informada sobre sua jornada de conteúdo! Você pode me encontrar no

Twitter: @radiomorillo.

***

Layout do livro e design da capa: Stephanie Morillo

Tradução para o português: Ray Carneiro e Isabella Mello (Agência Hex


Comunicação LTDA)
Fontes utilizadas: League Spartan, Avenir Next, Beyond the Mountains,

DIN Condensed, Caveat, Permanent Marker, and Georgia

Direito autoral © 2020. Stephanie Morillo.

Compre o livro em: developersguidetocontent.com

Guia de Criação de Conteúdo para Desenvolvedores 121


Sobre a autora

Stephanie Morillo, M.S. é estrategista de conteúdo, escritora, editora e


gerente de programa técnico. A carreira multidisciplinar de Stephanie a
levou a cargos em marketing, relações com desenvolvedores e
engenharia na General Assembly, DigitalOcean, GitHub e Microsoft. Em
2015, Stephanie foi co-fundadora do #WOCinTech Chat, iniciativa
responsável pela publicação de uma coleção de imagens gratuitas com
mulheres de tecnologia.

Ela fez palestras sobre a importância do conteúdo na experiência do


usuário, o papel da estratégia de conteúdo em código aberto e defende
a criação de carreiras tecnológicas acessíveis a pessoas de grupos sub-
representados. Seu trabalho já apareceu em várias publicações e
também atuou como editora de títulos publicados por O'Reilly Media e
CRC Press.

Stephanie é beneficiária do Subsídio de Assistente de Ensino de Inglês


da Fulbright (Malásia, 2009) e do Subsídio de Desenvolvimento de
Carreira da Associação Americana de Mulheres da Universidade (2017).
Ela possui mestrado em Design de Experiência do Usuário pela Kent
State University.

Guia de Criação de Conteúdo para Desenvolvedores 122

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