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FACULDADE LUCIANO FEIJÃO

CURSO DE PSICOLOGIA
DISCIPLINA: PSICOPALTOLOGIA INFANTIL
PROFESSORA: MARIA LUISA XIMENES FEIJÃO

PRISCILA CARNEIRO LIMA

SOBRAL 2023
RESUMO
O DOPING DAS CRIANÇAS

O texto “O Doping das Crianças” aponta o abuso do metilfenidato como


um problema de saúde pública no Brasil e destaca que a droga é utilizada por
pessoas de todas as idades que acreditam que ela pode melhorar o
desempenho cognitivo e físico. A referida pesquisa também questiona a
distribuição desigual do medicamento nas diferentes regiões da república e a
alta prescrição médica em áreas específicas.
Embora o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) seja
reconhecido como uma condição neurológica que afeta crianças e
adolescentes, o uso não diagnosticado de drogas é bastante comum. Esse tipo
de uso é totalmente contraindicado, mas ainda é bastante difundido na vida
escolar, profissional e social, com alguns indivíduos buscando o mercado ilegal
ou fingindo sintomas para obter receitas médicas.
O texto enfatiza que a droga não deve ser entendida como um método
pedagógico ou uma forma de moldar o comportamento, mas sim como uma
substância auxiliar no estabelecimento do equilíbrio do comportamento do
indivíduo em combinação com outras medidas educacionais, sociais e
psicológicas. É necessário questionar se o uso do medicamento é seguro, com
a indicação adequada do medicamento para as pessoas certas, na dosagem e
período adequados.
O texto, assim, chama a atenção para a questão de saber se a escola
homogeneíza e silencia crianças e adolescentes considerados “diferentes” e se
há legalização do doping de crianças. Para contribuir com o desenvolvimento
de alternativas práticas ao uso de drogas, é preciso promover a educação para
os diversos segmentos da sociedade e abordar o tema de forma não
repressiva. Ao invés de julgar moralmente o uso de drogas, é preciso fazer
uma reflexão crítica e aprofundada sobre esse complexo problema.
A complexidade da história da medicina, que não se limita à busca da
cura da doença, mas inclui também a definição do que é considerado normal e
saudável. No entanto, a medicalização da vida é um fenômeno perturbador que
transforma problemas sociais e humanos em questões biológicas e médicas,
interfere na construção de conceitos, regras de higiene, padrões morais e
costumes prescritos, e também afeta o comportamento social. O discurso
médico muitas vezes está sintonizado com as demandas dos grupos
hegemônicos, e a medicalização da vida pode sustentar julgamentos
provisórios e preconceitos que regem o cotidiano. É necessário questionar a
influência da medicina na definição do que é considerado normal e saudável e
buscar soluções mais abrangentes e integradas para os desafios que
enfrentamos como sociedade. A medicina desempenha um papel importante
na promoção da saúde e no tratamento da doença, mas não deve ser a única
fonte de soluções.
A medicalização é vista como uma forma de responder às demandas
sociais das instituições de acolhimento, e a escola tornou-se um mecanismo de
integração da criança no campo médico-psiquiátrico. No entanto, essa prática
não se restringe às escolas públicas e afeta a sociedade como um todo. A
medicina tem determinado quem é "educável ou ineducável", não
responsabilizando a escola por seus fracassos. É importante que o diagnóstico
do TDAH seja feito com cautela e envolva uma equipe multidisciplinar de
profissionais da saúde mental. O tratamento não deve ser limitado ao uso de
drogas psicoestimulantes, mas deve ser integrado a outras terapias, como
psicoterapia e terapia comportamental. Escolas, profissionais de saúde e
famílias precisam trabalhar juntos para compreender e tratar o TDAH de forma
mais integral e humanizada.
O processo de medicalização da infância tem sido criticado por
especialistas e ativistas por reduzir as crianças a objetos com falhas em seus
corpos que precisam ser consertadas, ao invés de vê-las como sujeitos com
suas próprias histórias e singularidades. Isso dificulta o processo educativo,
que deve ser pautado na escuta atenta e no reconhecimento das diferenças
individuais, podendo levar à rotulação de crianças com transtornos e à
prescrição de medicamentos com efeitos colaterais graves. Essa abordagem
também pode apagar a identidade de uma criança e afetar sua autoestima e
desenvolvimento emocional. É necessário um esforço coletivo para construir
um ambiente mais acolhedor e inclusivo, onde as crianças sejam valorizadas
em sua diversidade e estimuladas a se expressarem livremente, com
abordagens mais holísticas e sensíveis às necessidades individuais de cada
criança.
É importante reavaliar a abordagem da saúde mental de crianças e
adolescentes, criticar a tendência de super medicalizar comportamentos
rotulados como patológicos. Ressalta-se que as dificuldades enfrentadas pelos
jovens podem ter origens diversas e que é fundamental que a família e a
escola trabalhem juntas para ajudá-los em seus problemas. O texto destaca a
importância de não desresponsabilizar os jovens e investir em estratégias mais
amplas de apoio emocional e psicológico ao invés de buscar soluções fáceis e
prontas. Além disso, alerta que a super medicalização pode trazer sérias
consequências a longo prazo para a saúde física e mental dos jovens.
Assim, há críticas à super medicalização do transtorno de déficit de
atenção e hiperatividade (TDAH) e outros problemas comportamentais e
emocionais. Os críticos argumentam que essa prática se baseia mais na lógica
do mercado do que na saúde, e que é preciso considerar a complexidade do
ser humano e buscar alternativas mais saudáveis e eficazes para lidar com
esses desafios. A naturalização do uso de drogas para resolver problemas
comportamentais e emocionais tem levado à subordinação do sujeito à
bioquímica do cérebro, o que pode trazer consequências negativas a longo
prazo.

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