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Pontifícia Universidade Católica de Goiás

Escola de Ciências Sociais e da Saúde


Curso de Psicologia
Disciplina: Estágio Básico Supervisionado III
Profª: Dra. Lenise Santana Borges
Alunas: Geovanna Rabelo, Maria Eduarda Berquó e Michelle Xavier

Atividade Extra-Disciplina (AED)- Atividade: Levantamento bibliográfico sobre a atuação


da psicologia na área comunitária.

Espaço e subjetividade: formação e intervenção em psicologia comunitária

O artigo publicado em 2008 pelos autores Conrrado Ramos e João Eduardo Coin traz
uma pesquisa etnográfica realizada junto ao complexo da funerária, conjunto de
favelas da zona norte de São Paulo. Os autores trazem que a Psicologia Social
Comunitária surge em um contexto de crise da psicologia social, onde se vê a
necessidade de um compromisso com as classes populares, sendo assim, a PSC se
apresenta como uma abordagem diferenciada para a inserção profissional e política do
psicólogo.

Atualmente o Brasil é um país onde existe demasiada desigualdade de renda,


coexistem situações de riqueza e extrema pobreza muito próximas, principalmente em
grandes metrópoles onde a urbanização desordenada junto com a negligência do
estado e a falta de políticas habitacionais adequadas, pôs milhões de pessoas vivendo
em locais fora do alcance dos serviços públicos básicos. A sociedade e o governo não
reconhecem os moradores das favelas, como habitantes da cidade, o que os mantém
invisíveis; em situação de pobreza estrutural e exclusão.

A pesquisa teve como objetivo a aproximação das comunidades, com isso estabelecer
um reconhecimento dos sujeitos e escutar suas demandas; onde, por um lado oferece
um contato teórico direto, para o aluno, e por outro oferece os recursos da
universidade para ações compromissadas com o interesse das comunidades.

A atuação dos autores se deu por meio de entrevistas, observações, visitas. Um


método dinâmico, não enrijecido, que busca com clareza e fluidez, uma investigação
atenta e sensível às demandas e características singulares de cada comunidade.
Buscando a historicidade e identidade de cada grupo, mas como uma análise de
marcos, onde busca-se as memorias, recordações, que aclara afetos, e não apenas
documentos históricos, o que serve de construção da identidade grupal das
comunidades.

Os pesquisadores (alunos e professores do 3º e 4º semestres do Curso de Psicologia e


seus colaboradores), a partir da abertura e atuação de seis líderes das comunidades:
Vila Nova Tietê; Vila São João e Cidade Nova, dentre esses líderes, uma mulher,
cinco destes com idade acima de 50 anos.

O discurso dos líderes traz suas preocupações e demandas das suas comunidades, o
que permeia suas atuações para solucionar as dificuldades, para promover melhorias,
provocar nos moradores engajamento para atingir os projetos construído pelos líderes
das comunidades. Pautas como “reconstrução da cidade”, “construir espaços de
interação e lazer” E “assistencialismo” são as bases e direções das ações.

Se fez inegável durante toda exposição do trabalho uma posição nenhum pouco
limitada da proposta de pesquisa. Foi um mergulho para além de uma mera coleta de
dados, colocando parâmetros que enriquecem a humanidade dessas existências numa
cuidadosa e implicada escuta e participação do cotidiano dos campos tema.

A formulação de uma análise dialética entre objetividade e subjetividade que


considerou todos os aspectos que marcam a historicidade daquele lugar e
consequentemente caracterizam a identidade das comunidades.

Concluímos que o artigo em questão além de uma proposta acadêmica brilhante nos
agrega no âmbito de fomentar assertivamente a necessidade da atuação de estudantes
de psicologia com o real do mundo, com o que se faz palpável e constitui nossa
sociedade devido a uma carga de dívidas históricas e o completo desamparo estatal: as
favelas. Sendo uma ferramenta para talvez caminharmos para visões mais
responsáveis, como o próprio autor diz… atenuadas por sensibilização e curiosidade
com a injustiça e a desigualdade instaurada pelo (neo)liberalismo no nosso país.
Referência
Ramos, C., & Carvalho, J. E. C. D. (2008). Espaço e subjetividade: formação e intervenção em
psicologia comunitária. Psicologia & sociedade, 20, 174-180.

https://doi.org/10.1590/S0102-71822008000200004

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