Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
De acordo com Asti Vera, (1976,p.97), apud Marconi & Lakatos (2003,p.126), o tema de uma
pesquisa “é o assunto que se deseja provar ou desenvolver; é uma dificuldade, ainda sem
solução, que é mister determinar com precisão, para intentar, em seguida, seu exame, avaliação
crítica e solução”.
No entanto, nesta pesquisa, apresenta-se o seguinte tema: O Inicio da Luta Armada e a
reação colonial: Frente de Niassa 1964-1974.
Título do trabalho
A luta armada em Moçambique contra a ocupação colonial portuguesa.
Linha de pesquisa
Esta pesquisa trás como a seguinte linha de pesquisa: O saber da história local como
particularidade da história geral.
Objecto de Estudo
Segundo Bell (s/d,p.25), o objecto de estudo ilustra-nos a matéria que pretende-mos pesquisar ou
estudar por outro lado, o campo de acção em que o pesquisador pretende trabalhar.
O Inicio da Luta Armada e a reação colonial: Caso de Estudo, Frente de Niassa, 1964
a 1974.
Segundo Marconi e Lakatos (2003, p.218), “o processo de delimitação do tema só é dado por
concluído quando se faz a sua limitação geográfica e espacial, com vistas na realização da
pesquisa. Muitas vezes as verbas disponíveis determinam uma limitação maior do que o desejado
pelo coordenador, mas, se se pretende um trabalho científico, é preferível o aprofundamento à
extensão.”
A pesquisa far-se-ia, no período de 1964 a 1974. Esta delimitação deve-se ao facto de ter-
se dado o início da luta armada contra duas bases da administração colonial portuguesa na noite
de 24 para 25 de setembro em Moçambique.
Problematização
A luta armada de libertação, em particular a Frente de Niassa, foi uma experiência de unidade
política em que as contradições subjacentes derivaram da própria heterogeneidade da libertação,
uma vez que a Frente de Niassa se desenvolveu como uma geoestratégia operativa intersectorial,
interligando as populações Nianja, Yao, Macua, Angoni, entre outras dos sectores do ocidente,
oriente e sul do Niassa. Nas autoridades tradicionais, quase em todas as frentes de combate os
ataques aos alvos coloniais eram precedidos por acções clandestinas das mobilizações da
população, de recrutamento de jovens para as fileiras da FRELIMO e de reconhecimento das
posições do inimigo. Segundo eles, a mobilização era geralmente feita por comissários políticos
com o objectivo de explicar as com unidades as causas e a finalidade da luta e de persuadi-las a
dar todo o apoio necessário aos guerrilheiros da FRELIMO no Processo da luta.
Na visão de Lakatos & Marconi (1992), acredita-se que “por meio dos objectivos, indicam-se a
pretensão com o desenvolvimento da pesquisa e quais os resultados que se buscam alcançarem.
A especificação do objectivo de uma pesquisa responde às questões para que? E para quem? ”.
Objectivo Geral:
Assim sendo, nesta pesquisa, tem como o seguinte objectivo geral que é de:
Objectivos Específicos:
De acordo com Lakatos & Marconi (1992), “os objectivos específicos apresentam um carácter
mais concreto. A sua função é intermediária e instrumental porque auxilia no alcance do
objectivo geral e, ainda, permite aplicá-lo em situações particulares”.
Para esta pesquisa, são apresentados os seguintes objectivos específicos da presente pesquisa que
são:
Hipóteses
Como forma de responder a questão acima levantada, apresentam-se as seguintes hipóteses:
H1: Verifica-se que a resistência da frente de Niassa tinha um papel muito importante, a partir
dos ataques aos alvos coloniais e que faziam as acções clandestinas das mobilizações da
população, de recrutamento de jovens para as fileiras da FRELIMO e de reconhecimento das
posições do inimigo.
H2: A segunda hipótese esta relacionada com a mobilização ou o papel desempenhada pelas
autoridades tradicionais e pelos comissários políticos com o objectivo de explicar às
comunidades as causas e a finalidade da luta e de persuadi-las a dar todo apoio necessário aos
guerrilheiros da FRELIMO no processo da luta.
H3: Acrescentando, talvez seja porque a sede da FRELIMO nessa altura localizava se na vizinha
Tanzânia e o relatório do ataque da frente do cabo delgado foi o primeiro a se apresentar aos
dirigentes da guerrilha da FRELIMO em relação a da frente de Niassa.
Justificativa
Segundo Marconi & Lakatos, (2003, p.219), “a justificativa é o elemento que contribui mais
directamente na aceitação da pesquisa pelas pessoas ou entidades que vão financiá-la esta.
Consiste numa exposição sucinta, porém completa, das razões de ordem teórica e dos motivos de
ordem prática que tomam importante a realização da pesquisa”.
Formação da Frelimo
A FRELIMO foi criada em 25 Junho de 1962, representando deste modo o início do fim do
colonialismo Português em Moçambique e essa fundação enunciava a reciprocidade geopolítica
que se desenvolvia entre a TANU, a FRELIMO e as populações das zonas afectadas pela luta
armada da independência nacional de Moçambique, e se compreendida como sendo a unidade
politica pela libertação do governo colonial português no país, (Namata apud Ndegue, 2009, p.
17).
Segundo Tembe apud João & Chongo (2015, p.17), a partir do dia 23 a 28 de Setembro de 1962,
em Dar-es-Salam na Tanzânia. Foi realizado o I congresso da FRELIMO, que tinha como
objectivo principal a tomada das decisões para o alcance da independência nacional. Que tinha
como lema a “liquidação geral do colonialismo português em todas as suas formas e
manifestações e lutar por todos os meios para a liquidação da dominação colonial portuguesa em
Moçambique, e a retirada de todos os vestígios do colonialismo e imperialismo”.
Para além de oficializar o Movimento que acabara de ser criado, foi também o Congresso
da Unidade, em que moçambicanos oriundos de vários quadrantes se reuniram e tomaram
decisões relevantes sobre o seu futuro. Desse modo, com a realização do I congresso, a
FRELIMO iniciou os preparativos para o desencadeamento da Insurreição Geral Armada de todo
o povo moçambicano. E foram lançadas campanhas de sensibilização nas comunidades com uma
explicação clara de que o inimigo era o colonialismo português e seus ideais e não o povo
português.
O I congresso “trouxe uma visão prévia e a ideologia para lutar contra o colonialismo português
e passou para a criação de condições logísticas e materiais para o desencadeamento da Luta
Armada de Libertação Nacional. Assim, em 1963 foram enviados os três primeiros grupos de
guerrilheiros para treinos militares na Argélia. No ano seguinte, outros grupos seguiram para
China, Egipto, Israel e a então União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) ”, João &
Chongo (2015, p.18).
Conforme Tembe (2014) Apud João & Chongo (2015), esta estratégia culminou com a queda das
resistências, dentre as quais se destacaram o Império de Gaza, em 1895, o Estado de Bárue, em
1918, e a última em 1920, no Planalto dos Makonde. Como consequência, a ocupação do
território moçambicano tornou-se efectiva o que permitiu a implantação da administração
colonial portuguesa.
Segundo Vieira (2011), apud Correia (2017, p14), no posto administrativo de Chai, distrito de
Macomia, Província nortenha de Cabo Delgado, disparou-se o primeiro tiro sob o comando de
Alberto Chipande na noite de 24 para 25 Setembro , marcando o início da luta armada pela
independência do País.
De lembrar que, sobre essa questão do primeiro tiro ainda existem inquietações a
respeito ao ataque sob liderança do Chipande. Não está claro quanto ao ataque, de salientar que,
na mesma noite pela acção de Tazama em Niassa no distrito de Metangula e no posto
administrativo de cobué, também houve ataques contra o colonialismo português.
Depoimentos dos integrantes da operação que culminou nos referidos ataques contaram
que a direcção da FRELIMO sediada em Dar-es-Salaam, designou Daniel Polela como o
comandante do grupo de onze guerrilheiros na missão de dar início da luta armada no
distrito do Niassa. Esses guerrilheiros aderiram a FRELIMO no ano de 1963 e ainda que
não tenham participado na sua fundação, todos eles foram integrantes dos primeiros
jovens moçambicanos formados na Argélia, (Correia, 2017).
Deste modo, esta abordagem nos remete a uma nova visão daquilo que foram os marcos
históricos realizados a partir do dia 24 a 25 de setembro de 1974, sobre o início da luta armada
ou a insurreição da luta armada. No entanto, os ataques foram efectuados em simultâneo, tanto
como na frente de Cabo Delgado e na Frente de Niassa.
Conforme Ndegue (2009, p.42), Niassa “foi uma das províncias que foi contemplada para essa
heroica missão, e as condições já estavam criadas pela FRELIMO. De lembrar que a base tinha-
se instalado na província desde de Janeiro de 1963”. Com isso o comité central decidiu
desencadear a luta armada de libertação nacional a 25 de 1964”. O autor afirma ainda que:
Ate finais de 1963 a FRELIMO tinha montado seus núcleos clandestinos a partir
da fronteira com Tanzânia até as proximidades da vila de Metangula. Na vila Cabral
actual cidade de Lichinga tendo sido montada o núcleo na zona austral e oriental da
província nos princípios de 1964 nessa altura o trabalho de mobilização já se tinha
intensificado no mesmo período. Por mais incrível que pareça o trabalho de
desencadeamento da luta armada na frente do Niassa foi realizado por um contingente de
onze guerrilheiros e o grupo era liderado por Daniel Assahel Polela auxiliado por
Osvaldo Assahel Tazama seu primo e Mateus Bernabe Malipa.
Para Ndegue (2009, p.18) na frente de Niassa os primeiros membros da FRELIMO foram
exilados na antiga colónia Britânica de Tanganyka African National Union (TANU), partido
nacionalista fundado por nacionalista Kembarage Nyerere nos princípios de 1962, membros
esses que haviam aderido a MANU, uma das três organizações nacionalistas que fizeram nascer
a FRELIMO, dentre eles que participaram na criação da frente de libertação de Moçambique
figuram, James Msaldala, José Chiteji, Carlos Dewasi, Mwenda e Mandindi.
O segundo grupo a entrar na FRELIMO era constituído por pessoas que vinham
directamente do interior do país. E eram precisos jovens para serem recrutados
para Tanzânia, e em Cobué existiam muitas células clandestinas FRELIMO com a
tarefa de recrutar jovens para Tanganyika.
O terceiro grupo de membros da FRELIMO, nos primeiros tempos da sua
existência, era constituído por uma camada intelectual daquele tempo, na sua
maioria era composto por professores, enfermeiros e alunos de grande Missão
Anglicana de Messumba.
Segundo Ndegue (2009, p.85), sob comando do comandante provincial Osvaldo Assabel
Tazama, os combatentes marcharam sobre o território nacional, para Mandamubuzi, dirigiram se
as margens de um pequeno rio Mtamachi, este rio desce ao lago Niassa. E perto do rio, erguesse
um grande rochedo conhecido por Mbembe entre Mandamubuzi e Lucambo, deste modo ergue-
se a primeira Base central da FRELIMO na província de Niassa.
Os antecedentes da Luta de Libertação na frente de Niassa
Com a movimentação das forças armadas portuguesas, após ao ataque perpectuado pelos
guerrilheiros da FRELIMO sob liderança de Osvaldo Assahel Tazama, estabeleceu-se a segunda
base na região de Nkwuipi na província de Niassa e a base de Ngombe criada em Outubro de
1964. O grupo dos combatentes tinham como objectivo de mobilizar a população.
Essas afirmações demostram o amplo papel desencadeado pelas forças da guerrilha da frente de
Niassa, e nos remete a conclusões diferentes sobre os impactos e efeitos do inicio da luta de
libertação em Moçambique.
METODOLOGIAS DA PESQUISA
Tipo de pesquisa
Quanto a abordagem
Quanto a abordagem, trata-se de uma pesquisa qualitativa. Pode ser considerada pesquisa
qualitativa porque pode-se notar nas investigações sociais, propicia o aprofundar da
investigação das questões relacionadas ao fenómeno em estudo e das suas relações, mediante a
máxima valorização o contacto directo com a situação estudada, (Markoni & Lakatos, 2001).
Quanto a natureza
Segundo Lakatos & Markoni (2001), este tipo de pesquisa, tem por objectivo “gerar
conhecimentos novos, úteis para o avanço da ciência sem aplicação prática prevista, envolve
verdades e interesses universais.”
Métodos
Método de abordagem
A escolha deste método, derivou pelo facto de este ter maior familiaridade com o
problema, visto que o objectivo dos argumentos indutivos é levar a conclusões cujo conteúdo é
muito mais amplo do que o das premissas nas quais se basearam. Portanto, na indução todo o
conhecimento provém da experimentação, podendo-se observar desta feita casos particulares da
realidade e produzir-se uma conclusão geral, daí a escolha deste procedimento para a pesquisa
em destaque.
Método de procedimento
Método histórico
Conforme Lakatos & Marconi (2003, pp.106-107), o método histórico “consiste em investigar
acontecimentos, processos e instituições do passado para verificar a sua influência na sociedade
de hoje, pois as instituições alcançaram sua forma actual através de alterações de suas partes
componentes, ao longo do tempo, influenciadas pelo contexto cultural particular de cada época.
Seu estudo, para urna melhor compreensão do papel que actualmente desempenham na
sociedade, deve remontar aos períodos de sua formação e de suas modificações”.
Técnica de pesquisa
A pesquisa usar-se-á a técnica bibliográfica De acordo com, Lakatos & Marconi (2003, p.183), a
“pesquisa bibliográfica, ou de fontes secundárias, abrange toda bibliografia já tornada pública em
relação ao tema de estudo, desde publicações avulsas, boletins, jornais, revistas, livros, pesquisas,
monografias, teses, material cartográfico etc., até meios de comunicação orais: rádio, gravações em fita
magnética e audiovisuais: filmes e televisão”.
Com isso, autores como Trujillo apud Lakatos & Marconi (2003, p.183), afirmam que:
A pesquisa bibliográfica “não é mera repetição do que já foi dito ou escrito sobre certo
assunto, mas propicia o exame de um tema sob novo enfoque ou abordagem, chegando a
conclusões inovadoras”, (Trujillo, 1974).
Por essa razão, a preferência por está técnica advém pelo facto desta, facilitar o conteúdo
das abordagens já tratadas anteriormente, e uma vez a outra colhidas as informações por meio da
“entrevista” caso haja, há necessidade de se fazer uma confrontação com aquilo que já foi escrito
sobre o que se está a estudar para se tirar outras conclusões, como novos problemas e hipóteses.
No ponto de vista de Lakatos e Marconi (2003, p.222), “técnicas são conjuntos de preceitos ou
processos de que se serve uma ciência. São também, as habilidades para usar preceitos ou
normas, na obtenção de seus propósitos. Correspondem, portanto, à parte prática de colecta de
dados”.
Pesquisa documental
A pesquisa documental inicia-se com algumas leituras exploratórias, que “permitem uma
primeira abordagem às temáticas e perceber o que já foi escrito sobre o tema para, assim,
perceber a pertinência do nosso contributo”, ou para suscitar novas abordagens, (Quivy et al.,
1992).
Amostra
Conforme Lakatos & Marconi (2003, p.163), a amostra “é uma parcela convenientemente
selecionada do universo (população); é um subconjunto do universo”.
3 Líderes comunitários;
7 Simpatizantes.
Cronograma
Elaboração do tema X
Elaboração do projecto X X
Colecta de dados e X X
levantamento
bibliográfico
Revisões de texto X
Entrega do relatório X
GIL, António Carlos. Como elaborar Projecto de Pesquisa. 6ª Edição, São Paulo, Editora Atlas,
2008.
João & Chongo. Moçambique 40 anos de Independência: Unidade Nacional, Paz e Progresso.
Maputo, 2015
Tembe. J. das N. (2015). História da Luta de Libertação Nacional. Ministério dos Combatentes.
Direcção Nacional de Historia. Maputo