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MEC/SETEC

IFC – Campus Videira


Curso Superior de Engenharia Elétrica
Dispositivos Eletrônicos I

Eletrônica Geral:
Amplificadores a Transistor

Adenes Schwantz
Curso Superior de Engenharia Elétrica Dispositivos Eletrônicos I

Índice
1. Amplificador a Transistor .......................................................................................... 4
1.1. Amplificador de Pequenos Sinais ............................................................................ 4
1.1.1. Amplificador de Pequenos Sinais em Emissor Comum ........................................ 5
1.1.2. Amplificador de Pequenos Sinais em Coletor Comum ......................................... 9
1.1.3. Amplificador de Pequenos Sinais em Base Comum ........................................... 12
1.1.4. Comparação entre as características das configurações.................................... 15
1.2. Ganhos em dB ....................................................................................................... 16
1.3. Acoplamento e Desacoplamento .......................................................................... 18
1.4. Casamento de Impedância.................................................................................... 22
1.5. Classes de Operação ............................................................................................. 23
1.5.1. Amplificador Classe A ......................................................................................... 23
1.5.2. Amplificador Classe B ......................................................................................... 23
1.5.3. Amplificador classe C .......................................................................................... 24
1.5.4. Amplificador Classe D ......................................................................................... 24
1.5.5. Comparação entre as Classes de Amplificadores ............................................... 25
2. Amplificadores de Áudio ......................................................................................... 26
2.1. Faixa de Frequência de Áudio ............................................................................... 26
2.2. Curva de Resposta em Frequência ........................................................................ 27
2.2.1. Bandas de frequências ........................................................................................ 28
2.2.2. Levantamento da Curva de Resposta em Frequência de um Amplificador ....... 29
2.3. Amplificadores Transistorizados ........................................................................... 31
2.3.1. Pré-amplificadores .............................................................................................. 32
2.3.2. Amplificadores Intermediários ........................................................................... 33
2.3.3. Etapas de Potência.............................................................................................. 34
2.3.4. Análise de Circuitos Amplificadores ................................................................... 35
2.4. Amplificadores de Áudio Integrados..................................................................... 38
2.5. Microfones ............................................................................................................ 40
2.5.1. Tipos de Microfones ........................................................................................... 40
2.5.2. Padrão polar dos microfones.............................................................................. 42
2.6. Alto falantes .......................................................................................................... 43
2.6.1. Principio de Funcionamento ............................................................................... 43
2.6.2. Faixa de Frequência de Operação ...................................................................... 45
3. Bibliografia ............................................................................................................... 46
Apêndice I – Respostas ................................................................................................... 46

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1. Amplificador a Transistor
1.1. Amplificador de Pequenos Sinais

A ideia simplificada de um amplificador é produzir ganho de amplitude, so-


bretudo em pequenos sinais, ou seja, um sinal aplicado na entrada, com Determineda
frequência e baixa amplitude gera na saída um sinal com mesma frequência, mas com
amplitude aumentada. Pode parecer difícil entender como um componente consegue
amplificar um sinal, pois sempre pensamos nas perdas associadas com dissipação de
calor, entre outras.
A amplificação é obtida através de uma transformação de um tipo de ener-
gia em outra: a tensão contínua (polarização) é convertida em alternada (sinal).
Os amplificadores de sinais possuem três configurações elementares: am-
plificador em emissor comum (EC), em coletor comum (CC) e em base comum (BC). As
diferenças entre as configurações se refletem na impedância de entrada, impedância
de saída, ganho de tensão e ganho de corrente. Não existe uma configuração melhor
que a outra, apenas uma configuração mais adequada para Determineda aplicação que
outra.
Além dessas configurações elementares, existem outras topologias, oriun-
das das primeiras: CC-EC, CC-CC (conexão Darlington) e CC-BC (cascode).
Antes da dedução das equações do amplificador, é necessário definir os
modelos utilizados para representar o transistor em pequenos sinais. Os mais comuns
são o modelo 𝝅 ou híbrido e o modelo 𝒓𝒆 .
Os modelos têm características semelhantes, entretanto o modelo 𝑟𝑒 é
mais simples e utiliza dados extraídos dos parâmetros de configuração. O modelo hí-
brido é utilizado quando devem ser analisadas as influências das capacitâncias parasi-
tas nas junções, que degradam o sinal em altas frequências.
ib ic ib Cc’b
ic
rb’b
B C B C

(1+b)re bib rb’e Cc’e bib

E E E E

Modelo 𝑟𝑒 Modelo híbrido

Para a análise das tensões e correntes será utilizada a seguinte notação:

• 𝐼𝐸 – Componente contínua da corrente de emissor.


• 𝑖𝑒 – Componente de sinal da corrente de emissor.
• 𝑖𝐸 – Somatório das componentes da corrente de emissor.
• 𝑉𝐵 – Componente contínua da tensão de base.
• 𝑣𝑏 – Componente de sinal da tensão de base.
• 𝑣𝐵 – Somatório das componentes da tensão de base.

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𝑖𝐸 = 𝐼𝐸 + 𝑖𝑒 𝑣𝐵 = 𝑉𝐵 + 𝑣𝑏

Os parâmetros mais relevantes entre as características de um amplificador


são:

• 𝒁𝒊 – Impedância de entrada: Pode ser descrita como a resistência vista pe-


la fonte de sinal, olhando para os terminais de entrada do amplificador.
𝑣𝑖
𝑍𝑖 =
𝑖𝑖

• 𝒁𝒐 – Impedância de saída: É a “resistência” vista pela carga (resistor 𝑅𝐿 ) na


saída do amplificador.
𝑣𝑜
𝑍𝑜 =
𝑖𝑜

• 𝑨𝒗 – Ganho de tensão: Razão entre a tensão do sinal de saída e a de en-


trada.
𝑣𝑜
𝐴𝑣 =
𝑣𝑖

• 𝑨𝒊 – Ganho de corrente: Razão entre a corrente do sinal de saída e a de en-


trada.
𝑖𝑜
𝐴𝑖 =
𝑖𝑖
Observações: As impedâncias não podem ser Determinedas com um oh-
mímetro, pois o instrumento utiliza tensão CC e as impedâncias representam a oposi-
ção à passagem de corrente CA.
O equivalente CA de um estágio amplificador é Determinedo através dos
seguintes passos:

1) As fontes CC são substituídas por suas resistências internas.


2) Os capacitores são substituídos por curto-circuitos.
3) Os elementos em paralelos com capacitores são eliminados.
4) O circuito deve ser redesenhado da forma mais conveniente.
5) O transistor é substituído pelo modelo 𝑟𝑒 .
6) As técnicas de análise de circuito são aplicadas para Determiner os pa-
râmetros.

1.1.1. Amplificador de Pequenos Sinais em Emissor Comum

Das polarizações estudadas, a por divisão de tensão é a menos susceptível


a variações de 𝛽, portanto esse circuito será adotado para demonstrar algumas defini-
ções importantes para amplificação de sinais.

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VCC
A diferença entre o circuito de polari-
zação do item 1.4.5 e do amplificador de sinais é
a adição dos capacitores 𝐶𝐵 , 𝐶𝐶 e 𝐶𝐸 , do resistor
R R 1
de carga 𝑅𝐿 e da fonte de sinal 𝑣𝑖 .
C

A função dos capacitores é permitir a


C C
passagem do sinal alternado sem alterar os níveis
C B
de tensão de polarização (tensão contínua). Os
R L
v
i
R R
capacitores 𝐶𝐵 e 𝐶𝐶 são chamados capacitores de
2 C E E

acoplamento e acoplam o sinal de áudio do cir-


cuito amplificador à fonte e à carga, respectiva-
mente. Já o capacitor 𝐶𝐸 desvia o sinal do emissor
a terra, evitando quedas do sinal sobre 𝑅𝐸 . Os capacitores isolam as tensões contínuas
de polarização, uma vez que estejam carregados, representando um circuito aberto,
mas para os sinais alternados, nas frequências de interesse, se comportam como cur-
to-circuitos.
O amplificador de pequenos sinais em emissor comum atingem ganhos de
tensão na ordem de 100 com relativa facilidade, quando são aplicados sinais de pe-
quenas amplitudes (faixa de mV).

Equivalente CA do Amplificador em Emissor Comum


As figuras abaixo demonstram, passo a passo, a conversão do circuito para
seu equivalente em emissor comum:

R1 RC R1 RC

CC

CB

RL RL
vi vi
R2 RE CE R2 RE

(1) (2)

R1 RC

RC RL
vi R1 R2
RL
vi
R2

(3) (4)

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ii io
vi vo
ib

vi R1 R2 (1+b)re bib RC RL

Zi Zo
(5)

A impedância de entrada (𝑍𝑖 ) é dada por


𝑣𝑖 𝑣𝑖
𝑍𝑖 = =
𝑖𝑖 𝑖1 + 𝑖2 + 𝑖𝑏
𝑣𝑖 𝑣𝑖
𝑍𝑖 = 𝑣 𝑣 𝑣 =
𝑖
+ 𝑖+ 𝑖 1 1 1
𝑅1 𝑅2 (𝛽 + 1)𝑟𝑒 𝑣𝑖 (𝑅1 + 𝑅2 + (𝛽 + 1)𝑟𝑒 )
1
𝑍𝑖 =
1 1 1
+ +
𝑅1 𝑅2 (1 + 𝛽)𝑟𝑒
𝜙𝑇
O parâmetro 𝑟𝑒 é dado por 𝑟𝑒 = , onde 𝜙 𝑇 é a tensão térmica, Determi-
𝐼𝐸
neda por
𝑘𝑇 𝑘 - Constante de Boltzman = 1,38.10−23 𝐽/𝐾.
𝜙𝑇 = 𝑇 - Temperatura, em Kelvin.
𝑞 𝑞 – Carga elétrica de um elétron = 1,6.10−19 𝐶.

Para a temperatura ambiente (25°C), 𝜙 𝑇 vale 26𝑚𝑉.

A impedância de saída é dada por 𝑍𝑜 = 𝑅𝐶 .

O ganho de tensão 𝐴𝑣 é dado por 𝑣𝑜 /𝑣𝑖 . Na configuração emissor comum,


𝑣𝑜 (𝑅𝐶 //𝑅𝐿 )𝑖𝑐
𝐴𝑣 = − = −
𝑣𝑖 (𝛽 + 1)𝑟𝑒 𝑖𝑏
(𝑅𝐶 //𝑅𝐿 )𝛽𝑖𝑏
𝐴𝑣 = −
(𝛽 + 1)𝑟𝑒 𝑖𝑏
(𝑅𝐶 //𝑅𝐿 ) 𝛽
𝐴𝑣 = −
𝑟𝑒 𝛽+1
𝑅𝐶 //𝑅𝐿
𝐴𝑣 = −𝛼
𝑟𝑒
𝐼𝐶 𝑅𝐶 𝑅𝐿
𝐼 𝑅 + 𝑅𝐿
𝐴𝑣 = − 𝐸 𝐶
𝜙𝑇
𝐼𝐸
𝐼𝐶 𝑅𝐶 𝑅𝐿
𝐴𝑣 = −
𝜙 𝑇 𝑅𝐶 + 𝑅𝐿

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Segundo a última expressão, o ganho de tensão depende da corrente de


coletor e do paralelo entre 𝑅𝐶 e 𝑅𝐿 . Assim, se 𝑅𝐿 for de pequeno valor, o ganho de
tensão é baixo. Por isso, a configuração emissor comum é utilizada em estágios inter-
mediários como amplificador de tensão, já que na saída, com cargas como alto falan-
tes, que possuem resistência de poucos ohms, a tensão de saída é muito baixa.
O ganho de corrente 𝐴𝑖 costuma ser deixada em segundo plano, mas se
considerarmos que o ganho de potência é dado por 𝐴𝑝 = 𝐴𝑣 𝐴𝑖 , um aumento na cor-
rente leva a um aumento na potência do sinal.
𝑖𝑜
𝐴𝑖 = −
𝑖𝑖
𝑣𝑜
𝑅
𝐴𝑖 = − 𝑣𝐿
𝑖
𝑍𝑖
𝑍𝑖
𝐴𝑖 = −𝐴𝑣
𝑅𝐿
Exemplo: Determine as impedâncias de entrada e saída, os ganhos de ten-
10V são e corrente e a amplitude do sinal de saída.
Dados: 𝛽 = 200, 𝑉𝐵𝐸 = 0,7𝑉
𝑉𝐶𝐶 𝑅2 10𝑉. 10𝑘Ω
𝑉𝑇𝐻 = = = 2,5𝑉
R
1
30kW
C R
1,5kW 𝑅1 + 𝑅2 30𝑘Ω + 10𝑘Ω
𝑅1 𝑅2 30𝑘Ω. 10𝑘Ω
𝑅𝑇𝐻 = = = 7,5𝑘Ω
C C
100mF
𝑅1 + 𝑅2 30𝑘Ω + 10𝑘Ω
BC 𝑉𝑇𝐻 − 𝑉𝐵𝐸
100mF
R 𝐼𝐵 =
Vi
L
1kW 𝑅𝑇𝐻 + (𝛽 + 1)𝑅𝐸
R
1mVp 2 E
10kW 1kW
R E C
100mF
2,5𝑉 − 0,7𝑉
𝐼𝐵 =
7,5𝑘Ω + (200 + 1)1𝑘Ω
1,8𝑉
𝐼𝐵 = = 8,63𝜇𝐴
208,5𝑘Ω
𝐼𝐶 = 𝛽𝐼𝐵 = 200.8,63𝜇𝐴 = 1,73𝑚𝐴
𝑉𝐶 = 𝑉𝐶𝐶 − 𝑅𝐶 𝐼𝐶
𝑉𝐶 = 10𝑉 − 1,5𝑘Ω. 1,73𝑚𝐴
𝑉𝐶 = 10𝑉 − 2,59𝑉
𝑉𝐶 = 7,41𝑉
𝐼𝐸 = 𝐼𝐶 + 𝐼𝐵 = 1,73𝑚𝐴 + 8,63𝜇𝐴 = 1,73𝑚𝐴
𝑉𝐸 = 𝑅𝐸 𝐼𝐸 = 1,73𝑚𝐴. 1𝑘Ω = 1,73𝑉
𝑉𝐶𝐸 = 𝑉𝐶 − 𝑉𝐸 = 7,41𝑉 − 1,73𝑉 = 5,68𝑉

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ii io
vi vo
ib

RC RL
Vi RTH (1+b)re 200ib
1mVp 7,5kW 1,5kW 1kW

Zi Zo
𝜙𝑇 26𝑚𝑉
𝑟𝑒 = = = 15,03Ω (𝛽 + 1)𝑟𝑒 = (200 + 1)15,03Ω = 3021Ω
𝐼𝐸 1,73𝑚𝐴
1 1
𝑍𝑖 = = = 2,15𝑘Ω
1 1 1 1 1 1
+ + + +
𝑅1 𝑅2 (𝛽 + 1)𝑟𝑒 30𝑘Ω 10𝑘Ω 3021Ω
𝑍𝑜 = 𝑅𝑐 = 1,5𝑘Ω
𝐼𝑐 𝑅𝐶 𝑅𝐿 1,73𝑚𝐴 1,5𝑘Ω. 1𝑘Ω
𝐴𝑣 = − =− = −39,92
𝜙 𝑇 𝑅𝐶 + 𝑅𝐿 26𝑚𝑉 1,5𝑘Ω + 1𝑘Ω
𝑍𝑖 2,15𝑘Ω
𝐴𝑖 = −𝐴𝑣 = −(−39,92) = 85,83
𝑅𝐿 1𝑘Ω
𝑣𝑜 = −𝐴𝑣 𝑣𝑖 = −39,92.1𝑚𝑉𝑝 = −39,92𝑚𝑉𝑝

1.1.2. Amplificador de Pequenos Sinais em Coletor Comum

O circuito abaixo é o de um transistor polarizado por divisor de tensão, na


configuração coletor comum, que se diferencia da configuração emissor comum pela
falta do resistor e capacitor de coletor e pela troca de função do capacitor de emissor.
V CC Na configuração coletor comum, o sinal de entrada
é aplicado nos terminais base e coletor e o de saí-
da é recolhido entre emissor e coletor. Como o
R 1
resistor de coletor não é essencial para a polariza-
ção, pode ser eliminado, fazendo com que o ter-
C
minal de coletor esteja ligado a terra, do ponto de
B

vista do sinal. Esse fato permite que o capacitor de


v C E
i
R 2 R R coletor seja eliminado também. O capacitor de
E L

emissor passa de capacitor de desacoplamento


para capacitor de acoplamento da carga.
Equivalente CA do Amplificador em Coletor Comum
As figuras abaixo demonstram, passo a passo, a conversão do circuito para
seu equivalente em emissor comum:

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R1 R1

CB

vi CE
vi
R2 RE RL R2 RE RL

(1) (2)

R1

vi R1 R2

RE RL
vi
R2 RE RL

(3) (4)
ii
vi
ib

(1+b)re bib

vi R1 R2
vo
io

RE RL

Zi Zo
(5)
A impedância de entrada (𝑍𝑖 ) é dada por
1
𝑍𝑖 =
1 1 1
+ + 𝑅 𝑅
𝑅1 𝑅2
(𝛽 + 1) (𝑟𝑒 + 𝐸 𝐿 )
𝑅 +𝑅 𝐸 𝐿
A impedância de saída (𝑍𝑜 ) é dada por
𝑅𝐸 𝑟𝑒
𝑍𝑜 =
𝑅𝐸 + 𝑟𝑒

O ganho de tensão 𝐴𝑣 é dado, na configuração coletor comum, é


𝑣𝑜
𝐴𝑣 =
𝑣𝑖

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𝑅𝐸 //𝑅𝐿
𝑣
𝑟𝑒 + 𝑅𝐸 //𝑅𝐿 𝑖
𝐴𝑣 =
𝑣𝑖
𝑅𝐸 //𝑅𝐿
𝐴𝑣 =
𝑟𝑒 + 𝑅𝐸 //𝑅𝐿

O ganho de corrente 𝐴𝑖 é dado por


𝑣𝑜
𝑖𝑜 𝑅𝐿 𝑍𝑖
𝐴𝑖 = = 𝑣 = 𝐴𝑣
𝑖𝑖 𝑖 𝑅𝐿
𝑍𝑖
Exemplo:
10V Determine as características dinâmicas (im-
pedâncias e ganhos, de entrada e saída) do circui-
to ao lado. Dados: 𝛽 = 200, 𝑉𝐵𝐸 = 0,7𝑉
R 1 𝑉𝐶𝐶 𝑅2 10𝑉. 33𝑘Ω
27kW
𝑉𝑇𝐻 = = = 5,5𝑉
𝑅1 + 𝑅2 27𝑘Ω + 33𝑘Ω
𝑅1 𝑅2 27𝑘Ω. 33𝑘Ω
C E 𝑅𝑇𝐻 = = = 14,85𝑘Ω
CB 100mF 𝑅1 + 𝑅2 27𝑘Ω + 33𝑘Ω
100mF
𝑉𝑇𝐻 − 𝑉𝐵𝐸
Vi
R R R 𝐼𝐵 =
1mVp 2
33kW 2,5kW
E
100W
L
𝑅𝑇𝐻 + (𝛽 + 1)𝑅𝐸
5,5𝑉 − 0,7𝑉
𝐼𝐵 =
14,85𝑘Ω + (200 + 1)2,5𝑘Ω
4,8𝑉
𝐼𝐵 = = 9,28𝜇𝐴
517,35𝑘Ω
𝐼𝐶 = 𝛽𝐼𝐵 = 200.9,28𝜇𝐴 = 1,86𝑚𝐴
𝑉𝐶 = 𝑉𝐶𝐶
𝑉𝐶 = 10𝑉
𝐼𝐸 = 𝐼𝐶 + 𝐼𝐵 = 1,86𝑚𝐴 + 9,28𝜇𝐴 = 1,87𝑚𝐴
𝑉𝐸 = 𝑅𝐸 𝐼𝐸 = 1,87𝑚𝐴. 2,5𝑘Ω = 4,65𝑉
𝑉𝐶𝐸 = 𝑉𝐶 − 𝑉𝐸 = 10𝑉 − 4,65𝑉 = 5,35𝑉

ii
vi
ib

(1+b)re bib

RTH
vi 14,85kW vo
io

RE RL
2,5kW 100W

Zi Zo

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𝜙𝑇 26𝑚𝑉
𝑟𝑒 = = = 13,93Ω (𝛽 + 1)𝑟𝑒 = (200 + 1)13,93Ω = 2794Ω
𝐼𝐸 1,87𝑚𝐴
1
𝑍𝑖 =
1 1 1
+ + 𝑅𝐸 𝑅𝐿
𝑅1 𝑅2
(𝛽 + 1) (𝑟𝑒 +
𝑅𝐸 + 𝑅𝐿 )
1
𝑍𝑖 =
1 1 1
+ +
27𝑘Ω 33𝑘Ω 2,5𝑘Ω. 100Ω
(200 + 1) (13,93Ω + )
2,5𝑘Ω + 100Ω
1
𝑍𝑖 =
1 1 1
+ +
27𝑘Ω 33𝑘Ω 201(13,93Ω + 96,15Ω)
1
𝑍𝑖 = = 8,88𝑘Ω
1 1 1
+ +
27𝑘Ω 33𝑘Ω 22,12𝑘Ω
1 1
𝑍𝑜 = = = 13,85Ω
1 1 1 1
+ +
𝑅𝐸 𝑟𝑒 2,5𝑘Ω 13,93Ω
𝑅𝐸 𝑅𝐿
𝑅𝐸 + 𝑅𝐿
𝐴𝑣 =
𝑅 𝑅
𝑟𝑒 + 𝐸 𝐿
𝑅𝐸 + 𝑅𝐿
2,5𝑘Ω. 100Ω
2,5𝑘Ω + 100Ω 96,15Ω
𝐴𝑣 = = = 0,8735
2,5𝑘Ω. 100Ω 13,93Ω + 96,15Ω
13,93Ω +
2,5𝑘Ω + 100Ω
𝑍𝑖 8,88𝑘Ω
𝐴𝑖 = 𝐴𝑣 = 0,8735 = 77,64
𝑅𝐿 100Ω

1.1.3. Amplificador de Pequenos Sinais em Base Comum

O amplificador em base comum difere do emissor comum somente pelo


sinal de entrada ser aplicado ao emissor e a base ser desacoplada.
VCC

R1 CE RC

CC

RL
CB

vi R2 RE

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Equivalente CA do Amplificador em Base Comum


As figuras abaixo demonstram, passo a passo, a conversão do circuito para
seu equivalente em emissor comum:

R1 CE RC R1 RC

CC

RL RL
CB

vi R2 RE R2 RE vi

(1) (2)

RC

RL vi RE RC RL
RE vi

(3) (4)
vo
ib
io
(1+b)re bib

RC RL
vi
ii
vi
RE

Zi Zo
(5)

A impedância de entrada (𝑍𝑖 ) é dada por


1 𝑅𝐸 𝑟𝑒
𝑍𝑖 = =
1 1 𝑅𝐸 + 𝑟𝑒
+
𝑅𝐸 𝑟𝑒

A impedância de saída (𝑍𝑜 ) é dada por 𝑍𝑜 = 𝑅𝑐 .

O ganho de tensão 𝐴𝑣 é dado na configuração base comum é igual o do


emissor comum, exceto por não defasar o sinal:

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𝐼𝐶 𝑅𝐶 𝑅𝐿
𝐴𝑣 =
𝜙 𝑇 𝑅𝐶 + 𝑅𝐿

O ganho de corrente 𝐴𝑖 é dado por


𝑣𝑜
𝑖𝑜 𝑅𝐿 𝑍𝑖
𝐴𝑖 = = 𝑣 = 𝐴𝑣
𝑖𝑖 𝑖 𝑅𝐿
𝑍𝑖
Exemplo:
10V
Dados: 𝛽 = 200, 𝑉𝐵𝐸 = 0,7𝑉
𝑉𝐶𝐶 𝑅2 10𝑉. 10𝑘Ω
𝑉𝑇𝐻 = = = 2,5𝑉
𝑅1 + 𝑅2 30𝑘Ω + 10𝑘Ω
R C R
30kW
1 E C
100mF 1,5kW 𝑅1 𝑅2 30𝑘Ω. 10𝑘Ω
𝑅𝑇𝐻 = = = 7,5𝑘Ω
𝑅1 + 𝑅2 30𝑘Ω + 10𝑘Ω
CC
100mF
𝑉𝑇𝐻 − 𝑉𝐵𝐸
𝐼𝐵 =
𝑅𝑇𝐻 + (𝛽 + 1)𝑅𝐸
R
2,5𝑉 − 0,7𝑉
L

C 1kW
Vi
B
100mF R E R 𝐼𝐵 =
7,5𝑘Ω + (200 + 1)1𝑘Ω
2
1mVp 10kW 1kW

1,8𝑉
𝐼𝐵 = = 8,63𝜇𝐴
208,5𝑘Ω
𝐼𝐶 = 𝛽𝐼𝐵 = 200.8,63𝜇𝐴 = 1,73𝑚𝐴
𝑉𝐶 = 𝑉𝐶𝐶 − 𝑅𝐶 𝐼𝐶
𝑉𝐶 = 10𝑉 − 1,5𝑘Ω. 1,73𝑚𝐴
𝑉𝐶 = 10𝑉 − 2,59𝑉
𝑉𝐶 = 7,41𝑉
𝐼𝐸 = 𝐼𝐶 + 𝐼𝐵 = 1,73𝑚𝐴 + 8,63𝜇𝐴 = 1,73𝑚𝐴
𝑉𝐸 = 𝑅𝐸 𝐼𝐸 = 1,73𝑚𝐴. 1𝑘Ω = 1,73𝑉
𝑉𝐶𝐸 = 𝑉𝐶 − 𝑉𝐸 = 7,41𝑉 − 1,73𝑉 = 5,68𝑉
vo
ib
io
(1+b)re 200ib

RC RL
1,5kW 1kW
vi
ii
RE vi
1kW

Zi Zo
𝜙𝑇 26𝑚𝑉
𝑟𝑒 = = = 15,03Ω (𝛽 + 1)𝑟𝑒 = (200 + 1)15,03Ω = 3021Ω
𝐼𝐸 1,73𝑚𝐴
𝑅𝐸 𝑟𝑒 1𝑘Ω. 15,03Ω
𝑍𝑖 = = = 14,81Ω
𝑅𝐸 + 𝑟𝑒 1𝑘Ω + 15,03Ω
𝑍𝑜 = 𝑅𝑐 = 1,5𝑘Ω

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𝐼𝑐 𝑅𝐶 𝑅𝐿 1,73𝑚𝐴 1,5𝑘Ω. 1𝑘Ω


𝐴𝑣 = = = 39,92
𝜙 𝑇 𝑅𝐶 + 𝑅𝐿 26𝑚𝑉 1,5𝑘Ω + 1𝑘Ω
𝑍𝑖 14,81Ω
𝐴𝑖 = 𝐴𝑣 = 39,92 = 0,5912
𝑅𝐿 1𝑘Ω
𝑣𝑜 = 𝐴𝑣 𝑣𝑖 = 39,92.1𝑚𝑉𝑝 = 39,92𝑚𝑉𝑝

1.1.4. Comparação entre as características das configurações

Configuração 𝑍𝑖 𝑍𝑜 𝐴𝑣 𝐴𝑖
Base Comum 14,81Ω 1,5𝑘Ω 39,92 0,5912
Coletor Comum 2,29𝑘Ω 13,85Ω 0,8735 20
Emissor Comum 2,15𝑘Ω 1,5𝑘Ω −39,92 85,83

A partir da tabela se observa que:

• A configuração base comum apresenta baixa impedância de entrada,


média impedância de saída, alto ganho de tensão e baixo ganho de cor-
rente.
• A configuração coletor comum apresenta alta impedância de entrada,
baixa impedância de saída, baixo ganho de tensão e médio ganho de
corrente.
• A configuração emissor comum apresenta impedâncias médias de en-
trada e saída e altos ganhos de tensão e corrente, onde o ganho de ten-
são é dado como negativo, devido a defasagem de 180° característica
desta configuração.

Exercícios

1.1 – Calcule 𝐴𝑣 , 𝐴𝑖 , 𝑍𝑖 𝑒 𝑍𝑜 dos circuitos abaixo:


12V
24V
16V

RC
RC RC 1,2kW CC
RB
27kW 3,9kW
300kW
CC
CB
VBE=0,7V
CB b=150 VBE=0,6V
VBE=0,67V b=200
b=225
CC

100mVp CE
RL
1mVp 10kW RE RL RL
RE RE 2,2kW 1,5kW 680W
CE
15kW 3,3kW
RE
50mV 180W

-5V

(a) (b) (c)

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6V 6V 30V 30V
40V 40V

R1 RC R1 RC
47kW 12kW 100kW 2,2kW
RB RC
270kW 430W
CC CC

VBE=0,7V RL VBE=0,7V RL
CB CC b=285 27kW b=285 10kW
CB CB

VBE=0,75V RL R2
20mV 250mV RE 60mV R2 RE
b=325 470W 10kW 1,5kW CE 15kW 560W CE

(d) (e) (f)

1.2. Ganhos em dB

O decibel (dB) é uma medida relativa entre grandezas elétricas (tensões,


correntes ou potências). Esta unidade apresenta um meio conveniente de expressar
ganhos (amplificação) ou perdas (atenuação) em circuitos eletrônicos, quando compa-
radas medidas de saída em relação à entrada. Neste caso o dB representa é uma me-
dida relativa.
Se associado a um referencial padrão, o decibel gera uma grande faixa de
medidas absolutas:

• dBV – compara a tensão medida com 1V.


• dBm – compara uma potência medida com 1mW sobre uma carga de
600W. Usado na análise de sinais em circuitos eletrônicos e em teleco-
municações.
• dBkV – compara uma tensão medida com 1kV. Usado na análise de redes
de distribuição de energia elétrica.

A definição de 1 dB é um décimo de 1 Bel. Por sua vez, o Bel é definido pelo


logaritmo em base 10 da razão entre uma potência de saída (𝑃𝑜 ) e uma de entrada (𝑃𝑖 ).
𝑃𝑜
𝐴𝑃 (𝑑𝐵) = 10 log10
𝑃𝑖
Os ganhos de tensão e corrente são derivadas dessa expressão
𝑃𝑜
𝐴𝑉(𝑑𝐵) = 10 log10 𝑃𝑜
𝑃𝑖 𝐴𝐼(𝑑𝐵) = 10 log10
𝑉2 𝑃𝑖
( 𝑅𝑜 ) 𝑅𝐼𝑜2
𝐴𝑉(𝑑𝐵) = 10 log10 2 𝐴𝐼(𝑑𝐵) = 10 log10 2
𝑉 𝑅𝐼𝑖
( 𝑅𝑖 )
𝐼𝑜2
𝑉𝑜2 𝐴 𝐼(𝑑𝐵) = 10 log 10 2
𝐴𝑉(𝑑𝐵) = 10 log10 2 𝐼𝑖
𝑉𝑖 𝐼𝑜 2
𝑉𝑜 2 𝐴𝐼(𝑑𝐵) = 10 log10 ( )
𝐴𝑉(𝑑𝐵) = 10 log10 ( ) 𝐼𝑖
𝑉𝑖 𝐼𝑜
𝑉𝑜 𝐴𝐼(𝑑𝐵) = 20 log10
𝐴𝑉(𝑑𝐵) = 20 log10 𝐼𝑖
𝑉𝑖

Adenes Schwantz 16
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Obs.: Nos dois casos houve uma simplificação de 𝑅 no numerador e deno-


minador, portanto o ganho de tensão ou de corrente só serão iguais ao ganho de po-
tência se as impedâncias de entrada e de saída forem iguais. Caso as impedâncias se-
jam diferentes, é necessário compensar o ganho devido à diferença de impedâncias:
𝑉𝑜 𝑍𝑜 𝐼𝑜 𝑍𝑜
𝐴𝑉(𝑑𝐵) = 20 log10 − 10 log10 𝐴𝐼(𝑑𝐵) = 20 log10 + 10 log10
𝑉𝑖 𝑍𝑖 𝐼𝑖 𝑍𝑖
Como utiliza logaritmos, o ganho em dB será positivo toda vez que houver
amplificação, negativo quando houver atenuação e zero quando não houver alteração
na grandeza avaliada.
O dB é muito usado em eletrônica, tanto na avaliação de ganho de amplifi-
cadores e antenas, como na medição de sinais.
A tabela abaixo mostra a relação entre medidas em dB e os ganhos de ten-
são/corrente e potência equivalentes.

dB Ganho de Tensão Ganho de Potência dB Ganho de Tensão Ganho de Potência


-100 0,000 01 0,000 000 000 1 5 1,7783 3,1623
-60 0,0010 0,000 001 6,02 2,0000 4,0000
-20 0,1000 0,0100 10 3,1623 10,0000
-3 0,7079 0,5000 13,01 4,4720 20,0000
0 1,0000 1,0000 16,98 7,0711 50,0000
1 1,1220 1,2589 20 10,0000 100,0000
2 1,2589 1,5849 30 31,6228 1 000,0000
3,01 1,4142 2,0000 50 316,2278 100 000,0000
4 1,5849 2,5119 100 100 000,0000 1 000 000 000,0000

Outra vantagem é a compactação de números de ordens de grandeza mui-


to distintas, por exemplo, um amplificador com ganho de tensão de 10.000.000 em
frequências de áudio apresenta ganho de 0,000 000 000 001 para frequências de rádio.
Os números com muitos zeros muitas vezes podem dificultar a leitura, mas uma vez
convertidos para dB, ficam mais fáceis de ler:

• Ganho em frequências de áudio: 𝐺𝑑𝐵 = 20 log 10.000.000 = 140


• Ganho em frequências de rádio: 𝐺𝑑𝐵 = 20 log 0,000 000 000 001 = −240

Exercícios

1.2 – Qual a tensão de um sinal que fornece uma potência de -45dBm?


1.3 – Um sinal tem amplitude de 125mVp, qual seu valor em dBV?
1.4 – Um amplificador, com impedâncias de entrada e saída de 47kW e 8W, respec-
tivamente, apresenta um ganho de tensão de 1500. Qual o ganho em dB?
1.5 – Um amplificador desenvolve um ganho de 150 dB, se as impedâncias de en-
trada e saída forem 470kW e 0,25W, respectivamente, qual a amplitude da cor-
rente de saída se a de entrada for de 10mA?

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1.3. Acoplamento e Desacoplamento

No circuito do amplificador de pequenos sinais, os capacitores foram subs-


tituídos por curto-circuitos, na análise de sinal, e por circuitos abertos, na polarização.
O comportamento para tensão contínua é real e esperado, pois uma vez
carregado com a diferença de potencial entre seus pontos de conexão, não há circula-
ção de corrente pelos capacitores.
Para o sinal alternado, o capacitor é aproximado a um curtocircuito, mas,
na realidade, apresenta uma oposição à passagem de corrente alternada, chamada
reatância capacitiva. Essa reatância (𝑋𝐶 ) é medida em Ohms (Ω) e é definida por

1
𝑋𝐶 =
2𝜋𝑓𝑐 𝐶

A equação mostra que a reatância capacitiva depende da frequência, apre-


sentando alta reatância para baixas frequências e baixa para altas frequências. Como
apresenta alta reatância em baixas frequências, é nessa faixa que ocorrem as maiores
perdas, portanto o dimensionamento dos capacitores devem ser feitos baseados na
menor frequência de operação do amplificador.
Na frequência mínima, é esperada uma redução de me- VR
tade da potência de saída (redução de 3dB em relação ao ganho
normal do amplificador). Para um circuito RC série, a meia potência VC
V
ocorre quando a reatância capacitiva se iguala à resistência do circui-
to, de onde se Determine a frequência de corte.

Exemplo: No circuito RC abaixo, Determine o valor do capacitor que define


a frequência de corte em 1kHz, Determine a potência de saída nesta frequência e na
frequência 2 décadas acima e abaixo da de corte. Compara a diferença das potências
em dB.

C
R 1 1 1
1V 10kW 𝐶= = = = 15,92𝑛𝐹
2𝜋𝑓𝑐 𝑋𝐶 2𝜋𝑓𝑐 𝑅 2𝜋. 1𝑘𝐻𝑧. 10𝑘Ω

Comparação entre a potência de saída para frequências diversas:


2 Décadas Abaixo Frequência de Corte 2 Décadas Acima
𝑓𝑐 1𝑘𝐻𝑧
𝑓= = = 10𝐻𝑧 𝑓 = 1𝑘𝐻𝑧 𝑓 = 100𝑓𝑐 = 100.1𝑘𝐻𝑧 = 100𝑘𝐻𝑧
100 100 1 1
1 𝑋𝐶 = 𝑋𝐶 =
𝑋𝐶 = 2𝜋𝑓𝐶 2𝜋𝑓𝐶
2𝜋𝑓𝐶 1 1
𝑋𝐶 = 𝑋𝐶 =
2𝜋. 1𝑘𝐻𝑧. 15,92𝑛𝐹 2𝜋. 100𝑘𝐻𝑧. 15,92𝑛𝐹
Adenes Schwantz 18
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1 𝑋𝐶 = 10𝑘Ω 𝑋𝐶 = 100Ω
𝑋𝐶 =
2𝜋. 10𝐻𝑧. 15,92𝑛𝐹
𝑋𝐶 = 1𝑀Ω 𝑍 = √𝑅2 + 𝑋𝐶2 𝑍 = √𝑅2 + 𝑋𝐶2

𝑍 = √𝑅2 + 𝑋𝐶2 𝑍 = √(10𝑘Ω)2 + (10𝑘Ω)2 𝑍 = √(10𝑘Ω)2 + (100Ω)2


𝑍 = 14142,1356Ω 𝑍 = 10000,5000Ω
𝑍 = √(10𝑘Ω)2 + (1𝑀Ω)2 𝑉 1𝑉 𝑉 1𝑉
𝐼= = 𝐼= =
𝑍 = 1000049,9988Ω 𝑍 14142,1356Ω 𝑍 10000,5000Ω
𝑉 1𝑉 𝐼 = 70,7107𝜇𝐴 𝐼 = 99,9950𝜇𝐴
𝐼= =
𝑍 1000049,9988Ω 𝑃𝑅 = 𝐼 2 𝑅 𝑃𝑅 = 𝐼 2 𝑅
𝐼 = 999,95𝑛𝐴 𝑃𝑅 = (70,7107𝜇𝐴)2 10𝑘Ω 𝑃𝑅 = (99,9950𝜇𝐴)2 10𝑘Ω
𝑃𝑅 = 𝐼 2 𝑅 𝑃𝑅 = 50𝜇𝑊 𝑃𝑅 = 100𝜇𝑊
𝑃𝑅 = (999,95𝑛𝐴)2 10𝑘Ω
𝑃𝑅 = 10𝑛𝑊

Comparação das potências em relação a potência na frequência de corte:

10𝑛𝑊 50𝜇𝑊 100𝜇𝑊


𝐺𝑑𝐵 = 10 log 𝐺𝑑𝐵 = 10 log 𝐺𝑑𝐵 = 10 log
50𝜇𝑊 50𝜇𝑊 50𝜇𝑊
𝐺𝑑𝐵 = 10 log 0,0002 𝐺𝑑𝐵 = 10 log 1 𝐺𝑑𝐵 = 10 log 2
𝐺𝑑𝐵 = −36,9897 𝑑𝐵 𝐺𝑑𝐵 = 0 𝑑𝐵 𝐺𝑑𝐵 = 3,0103 𝑑𝐵

Exercícios

1.6 – Um circuito RC é composto por um capacitor de 15nF e resistor de 25kW.


Qual a frequência de corte deste circuito? C
470nF
2

vo
1.7 – Determine o capacitor para que um circuito com re-
sistência de 4W tenha frequência de corte de 7kHz. vi
R2
680W

1.8 – Calcule o ganho de tensão em dB do circuito ao lado,


na faixa de 10Hz a 10kHz, e Determine a frequência de
corte. Sugestão de frequências: 10Hz, 20Hz, 30Hz,
50Hz, 100Hz, 200Hz, 300Hz, 500Hz, 1kHz, 2kHz, 3kHz, 5kHz,10kHz.

Se o circuito for composto de mais de um capacitor e todos tiverem a fre-


quência de meia potência definida como a frequência de corte, cada capacitor gera
uma atenuação de 3dB nesta frequência, por exemplo: um circuito com 3 capacitores
com a mesma frequência de corte geraria uma atenuação total de 9dB nesta frequên-
cia. Isso faz com que a frequência de corte (ponto com atenuação de 3dB) seja maior
que a previamente estabelecida. Uma solução é deixar a frequência de meia potência
de somente um capacitor igual à de corte e todos os outros em uma década abaixo.

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Para dimensionarmos o capacitor, é necessária sua frequência de meia po-


tência e a reatância nessa frequência. A reatância é Determineda através da impedân-
cia equivalente do circuito “vista pelo capacitor”, considerando todos os outros capaci-
tores como curto-circuitos. Em todos os casos, as fontes são substituídas por suas re-
sistências internas (curto circuito para fontes de tensão e circuito aberto para fontes
de corrente).
Exemplo: Recalcule os capacitores do
CB CC

exemplo da seção 1.1.1 para que tenha uma frequên- (1+b)re bib

cia de corte de 20 Hz.


RTH RC RL

A partir do desenho do circuito equiva-


vi 7,5kW 1,5kW 1kW

lente AC, incluindo os capacitores, se Determine a RE


1kW
CE

reatância equivalente e valor para cada capacitor,


na frequência de corte.
Capacitor de Base:
CC
CB

Do ponto de vista do capacitor de base, o resis-


(1+b)re bib
tor de emissor está curto circuitado e os resisto-
RTH RC
res de coletor e carga não são considerados, pois
RL
vi
a fonte de corrente foi substituída por um circui-
7,5kW 1,5kW 1kW

RE to aberto. Assim, a reatância equivalente vista


1kW CE

pelo capacitor de base e seu valor na frequência


de corte são
𝑅𝑇𝐻 (1 + 𝛽)𝑟𝑒 7,5𝑘Ω. 3021Ω
𝑋𝐶𝐵 = = = 2153,55Ω
𝑅𝑇𝐻 + (1 + 𝛽)𝑟𝑒 7,5𝑘Ω + 3021Ω
1 1
𝐶𝐵 = = = 3,69𝜇𝐹
2𝜋𝑓𝑐 𝑋𝐶𝐵 2𝜋. 20𝐻𝑧. 2153,55Ω

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Capacitor de Emissor
CB
CC
Do ponto de vista do capacitor de emissor,
o resistor 𝑅𝑇𝐻 está curto circuitado e os re-
(1+b)re bib sistores de coletor e carga não são conside-
rados, pois a fonte de corrente foi substituí-
da por um circuito aberto. Assim, a reatân-
RTH RC RL
vi 7,5kW 1,5kW 1kW

cia equivalente vista pelo capacitor de emis-


RE
1kW CE sor e seu valor na frequência de corte são

𝑅𝐸 𝑟𝑒 1𝑘Ω. 15,03Ω
𝑋𝐶𝐸 = = = 14,8074Ω
𝑅𝐸 + 𝑟𝑒 1𝑘Ω + 15,03Ω
1 1
𝐶𝐸 = = = 537,42𝜇𝐹
2𝜋𝑓𝑐 𝑋𝐶𝐸 2𝜋. 20𝐻𝑧. 14,8074Ω

Capacitor de Coletor
CB
CC
Do ponto de vista do capacitor de coletor,
somente são considerados os resistores de
(1+b)re bib coletor e de carga. A reatância equivalente e
o valor do capacitor de coletor são Determi-
nedos por
RTH RC RL
vi 7,5kW 1,5kW 1kW

RE
1kW CE 𝑋𝐶𝐶 = 𝑅𝐶 + 𝑅𝐿 = 1,5𝑘Ω + 1𝑘Ω = 2,5kΩ
1 1
𝐶𝐶 = = = 3,18𝜇𝐹
2𝜋𝑓𝑐 𝑋𝐶𝐶 2𝜋. 20𝐻𝑧. 2,5𝑘Ω

Com os capacitores Determinedos, o de maior valor se mantém, enquanto que os


outros têm seus valores multiplicados por 10, assim a frequência de corte fica uma
década abaixo (10 vezes menor).

Capacitor Calculedo Ajustado Valor Comercial


𝐶𝐵 3,69𝜇𝐹 36,9𝜇𝐹 39𝜇𝐹
𝐶𝐶 3,18𝜇𝐹 31,8𝜇𝐹 33𝜇𝐹
𝐶𝐸 537,42𝜇𝐹 537,42𝜇𝐹 560𝜇𝐹
15V

Exercícios

1.9 – Calcule os valores dos capacitores para os RB


330kW

circuitos do exercício 1.1 para as seguintes C1


8,2nF

frequências: b=250
C2
33nF
VBE=0,7V
a) 120Hz b) 25Hz c) 10kHz 1mVp
600Hz
RE RL
d) 10Hz e) 200Hz f) 45Hz 1,5kW 2kW

1.10 – Determine a frequência de corte do circui-


to ao lado.

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1.11 – Se o capacitor C1 do circuito do item anterior for trocado por C2, qual a fre-
quência de corte?

1.4. Casamento de Impedância

Frequentemente, um estágio amplificador simples não é suficiente para ge-


rar ganho de potência apropriado para a maioria das aplicações, então a solução é a
conexão em cascata de vários estágios amplificadores.
Para que haja máxima transferência de sinal, a entrada de cada estágio de-
ve ter uma impedância equilibrada com a fonte de sinal (microfone, entrada auxiliar,
saída do estágio anterior) e sua saída deve ter impedância equilibrada com a carga
(alto falante, fone de ouvido, entrada do estágio posterior).

Zfonte
ESTÁGIO
vs Zi AMPLIFICADOR Zo RL

Na entrada de um estágio amplificador, a máxima transferência da tensão


do sinal se dá quando 𝑍𝑖 ≫ 𝑍𝑓𝑜𝑛𝑡𝑒 , pois a parcela do sinal aproveitada pelo estágio
amplificador se dá através do divisor de tensão:
𝑍𝑖 𝑣𝑠
𝑣𝑖𝑛 =
𝑍𝑓𝑜𝑛𝑡𝑒 + 𝑍𝑖

Na saída do estágio amplificador, ocorre uma divisão de corrente entre 𝑍𝑜


e 𝑅𝐿 , portanto a máxima transferência de corrente se dá quando 𝑅𝐿 ≪ 𝑍𝑜 .
Como a impedância da saída de um estágio amplificador também influen-
cia sua polarização, a regra geral de casamento de impedância de saída é que seja igual
à impedância de sua carga.
Exercícios

1.12 – Determine a tensão, corrente e potência sobre 𝑅2 , com os valores de 100W,


220W, 390W, 560W, 1kW, 1,5kW, 2,7kW, 3,3kW e 6,8kW, nos circuitos abaixo e
identifica qual o valor de 𝑅2 que garante a máxima transferência de tensão,
corrente e potência. Que conclusão se chega em relação à máxima transfe-
rência de tensão, corrente e potência, conforme os valores de 𝑅2 Determine-
dos?

R1
560W
R1
10mV R2 50mA R2
2,7kW

(a) (b)

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1.5. Classes de Operação

De acordo com a polarização empregada a um transistor, podemos atribuir


classes de operação a um estágio amplificador:

1.5.1. Amplificador Classe A

Os amplificadores da classe A operam durante os dois semiciclos do sinal


de entrada (360°). São polarizados para trabalhar o tempo todo na região ativa, com
ponto de operação Projetedo no ponto médio da parte linear da característica de
transferência (via de regra, 𝑉𝐶𝐸 = 𝑉𝐶𝐶 /2). Amplificadores classe A têm baixa eficiência
(𝜂), que chegam a 20%, nos piores casos.
VCC VCE
VCC

vi vo

VCEq

1.5.2. Amplificador Classe B

Os amplificadores classe B utilizam um par de transistores complementa-


res, onde cada transistor conduz durante somente um semiciclo do sinal de entrada
(180°).

VCC
VRL

Distorção
vi vo
Crossover

A distorção ocorre porque o sinal é responsável pela polarização das jun-


ções base emissor dos transistores, assim na proximidade do cruzamento por zero
aparece uma não linearidade no sinal de saída.

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A solução para este problema é a polarização dos transistores para que


mesmo sem a aplicação do sinal as junções base emissor estejam polarizadas direta-
mente. Esse arranjo é chamado amplificador Classe AB.
VCC VCC O resistor 𝑅2 é um resistor variável que deve
ser ajustado para que sua queda de tensão seja suficiente
R1

para polarizar os transistores, e pode ser substituído por


vi
um NTC ou 2 diodos em série para um ajuste automático.
R2 vo

Os diodos podem ajudar na proteção térmica dos transis-


tores, se montados sobre os dissipadores.
R3

A eficiência teórica dos amplificadores classe B


e AB chega a 78%.

1.5.3. Amplificador classe C

Os transistores desses amplificadores conduzem durante aproximadamen-


te 120° do ciclo senoidal e sua eficiência chega a 90%. Nesta classe, o amplificador é
polarizado em região chamada de além do corte.
VCC
VCE

vi
vo VCC
t

vi

-VBB t

A utilização dessa classe está em declínio, pois este tipo de amplificador


funciona somente numa faixa muito restrita em torno de uma frequência específica.
Somente são Encontredos em rádios e televisores antigos.

1.5.4. Amplificador Classe D

Os amplificadores classe D operam de forma pulsada, com implementação


digital, ou seja, os transistores funcionam como chaves, acionados pelo PWM (modu-
lação por largura de pulso, do inglês Pulse Width Modulation). Como os transistores
operam como chave, a eficiência destes amplificadores se aproxima de 100%.

Amplificador
PWM Classe D
Filtro

Adenes Schwantz 24
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A modulação PWM ocorre


pela comparação do sinal de entrada
com outro sinal senoidal, triangular
ou dente de serra, com frequência
constante e muito maior que a maior
frequência do sinal.
O circuito de saída de um amplificador classe D é semelhante a um circuito
em classe B. As diferenças são os transistores de saída em classe B estão na configura-
ção coletor comum, enquanto que em classe D estão como chave, as bases são acio-
nadas separadamente e existe um filtro na saída.
VCC

SAÍDA BAIXA

CODIFICADOR
PWM
ENTRADA

SAÍDA
SAÍDA ALTA

-VCC

1.5.5. Comparação entre as Classes de Operação

Classe A AB B C D
Ciclo de Operação 360° 180° 160° 120° 360° (pulsado)
Eficiência 25%-50% 25%-78% 78% 90% >95%

Exercícios

1.13 – Determine a classe de operação dos amplificadores abaixo:

(a) (b) (c)

1.14 – Qual a diferença de um amplificador em classe AB e em classe B? Quais as


variações possíveis do circuito na classe AB?
1.15 – Qual a aplicação principal do amplificador em classe C?

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2. Amplificadores de Áudio
Amplificadores de áudio são equipamentos capazes de receber sinais de di-
ferentes fontes, como microfones, captadores de instrumentos, saídas de reproduto-
res de áudio, etc..., equalizar os sinais (ajustar todos os sinais para uma mesma ampli-
tude máxima, com resposta em frequência plana), combiná-los, converter a tensão
contínua de sua alimentação em tensão alternada que são uma cópia da combinação
dos sinais de entrada, com amplitude e potência necessárias para acionar sistemas de
alto falantes, que convertem o sinal elétrico em ondas sonoras.

2.1. Faixa de Frequência de Áudio

A faixa de frequência de interesse dessa disciplina é a faixa de áudio, pois é


nesse intervalo que os amplificadores que estamos estudando irão operar. Por isso é
importante entender as características dessa faixa de frequências e sua disposição
dentro do espectro de frequências.
O espectro de frequências eletromagnéticas compreende uma vasta faixa
de frequências.

A figura categoriza as diversas aplicações das faixas de frequência, evitando


a interferência entre um sistema e outro. No Brasil, a ANATEL – Agência Nacional de
Telecomunicações – é o órgão responsável pela organização do espectro de frequên-
cias, podendo atribuir aplicações para faixas de frequências, emitir, fiscalizar e caçar
licenças de utilização de canais dentro de Determineda faixa. No mundo, o ITU – União
Internacional de Telecomunicações, do inglês International Telecommunications Union
– é responsável pela organização, discussões sobre o espectro de frequências, além de
gerar recomendações com o intuito de universalizar as atribuições aplicação/faixa de
frequência por todo o mundo. Essas atribuições normalmente se aplicam a radiofre-
quências, como:

Aplicação Faixa de Frequência Comprimento de Onda Largura do Canal


Rádio AM 540kHz a 1800kHz 555,56m a 166,67m 10kHz
Rádio FM 88MHz a 108MHz 3,41m a 2,78m 200kHz
Televisão VHF 54MHz a 216MHz 5,56m a 1,39m 6MHz
Televisão UHF 470MHz a 806MHz 0,64m a 0,37m 6MHz
Celular GSM 898,5MHz a 915MHz 33,38cm a 32,79cm 200kHz
900 947,5MHz a 960MHz 31,66cm a 31,25cm 200kHz

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Celular GSM 1710MHz a 1785MHz 17,54cm a 16,81cm 200kHz


1800 1805MHz a 1880MHz 16,62cm a 15,96cm 200kHz
1920MHz a 1935MHz 15,63cm a 15,50cm 15MHz
1935MHz a 1980MHz 15,50cm a 15,15cm 10MHz
Celular 3G
2110MHz a 2125MHz 14,22cm a 14,12cm 15MHz
2125MHz a 2171MHz 14,12cm a 13,82cm 10MHz
O comprimento de onda () é definido é a distância percorrida pela onda
até que se desenvolva uma repetição. O comprimento de onda é dado por:
𝜈
𝜆=
𝑓
Onde 𝜆 é o comprimento de onda (dado em metros), 𝜈 é a velocidade de
propagação da onda (dada em metros por segundo, é a velocidade da luz – c – para
ondas eletromagnéticas) e 𝑓 é a frequência do sinal (dada em hertz – Hz).

A faixa de frequências de áudio é dividida em três categorias principais:

Categoria Faixa de Frequência


Graves 20Hz a 300Hz
Médios 300Hz a 3kHz
Agudos 3kHz a 20kHz

2.2. Curva de Resposta em Frequência

As características gerais desejadas para amplificadores já foram vistas: Alta


impedância de entrada (𝑍𝑖 ), baixa impedância de saída (𝑍𝑜 ), alto ganho de tensão (𝐴𝑣 )
e de corrente (𝐴𝑖 ), mas também podem ser incluídas a alta eficiência (𝜂), baixa distor-
ção harmônica total (THD, do inglês Total Harmonic Distortion), alta imunidade a ruí-
dos e boa resposta em frequência, que representa um amplificador que apresente ca-
racterísticas ótimas de 𝑍𝑖 , 𝑍𝑜 , 𝐴𝑣 𝑒 𝐴𝑖 para toda e qualquer frequência do sinal de en-
trada. O conceito de resposta em frequência, infelizmente é teórico, portanto os am-
plificadores são otimizados para funcionar em uma Determineda faixa de frequência.
Ao se afastar desta faixa, as características citadas se deterioram.

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Os componentes que impedem que o amplificador apresente uma resposta


ótima, para qualquer frequência, são os transistores e capacitores de acoplamento.
Cada transistor tem sua característica de resposta em frequência relacionada às capa-
citâncias parasitas de suas junções PN. Essas capacitâncias deterioram as característi-
cas do sinal em altas frequências. Por outro lado, os capacitores também influenciam
esse processo já que sua reatância varia com a frequência, limitando o ganho em bai-
xas frequências, com visto na seção 1.3.
Os catálogos dos tran-
sistores apresentam entre suas ca-
racterísticas a frequência de transi-
ção (𝑓𝑇 ) do transistor. Este parâme-
tro define a frequência onde o ga-
nho de corrente do transistor cai a
1.
A frequência de transi-
ção depende da corrente de coletor
do transistor. Conforme o gráfico
ao lado (frequência de transição em
função da corrente de coletor para um transistor BC368), o transistor apresenta 𝑓𝑇 de
200MHz, para uma corrente de 5mA.

2.2.1. Bandas de frequências

Considerando um amplificador transistorizado com acoplamento capaciti-


vo, sua resposta em frequência pode ser dividida em regiões, denominadas bandas:

• Banda de corte inferior – Composta pelas frequências menores ou iguais a


frequência de corte inferior (𝑓𝑖 ).
• Banda de passagem – Faixa de frequências, situadas entre as frequências
de corte inferior e superior. Nesta banda o amplificador mantém as carac-
terísticas Projetedas.
• Banda de corte superior – Composta pelas frequências maiores ou iguais à
frequência de corte superior (𝑓𝑠 ).

Na curva de resposta do amplificador, as três bandas de frequência podem


ser facilmente identificadas.

Adenes Schwantz 28
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As frequências de corte do amplificador (𝑓𝑖 e 𝑓𝑠 ) são Determinedas pela


frequência onde sua potência cai à metade da potência nominal, ou seja, quando o
ganho tem uma redução de 3dB.
Um parâmetro derivado da resposta em frequência do amplificador é a lar-
gura de banda(𝑩𝑾) do amplificador, que é Determineda por:

𝐵𝑊 = 𝑓𝑠 − 𝑓𝑖
É importante ressaltar que todo equipamento de áudio: captador, microfo-
ne, equalizador, amplificador, mixer, alto falantes, cornetas, tweeters, etc..., tem sua
própria característica de resposta em frequência e que as respostas em frequência dos
componentes de um sistema interagem entre si. Assim, mesmo que o amplificador
tenha boa resposta em toda a faixa de frequência de áudio (20Hz a 20kHz), terá fraco
desempenho em altas frequências, se o alto falante utilizado for otimizado para repro-
dução de graves (frequências baixas).

2.2.2. Levantamento da Curva de Resposta em Frequência de um Amplificador

A curva de resposta em frequência de um amplificador pode ser Determi-


neda analiticamente, considerando as frequências de corte individuais de cada capaci-
tor de acoplamento e capacitâncias parasitas de cada transistor, o que é um processo
bastante trabalhoso. Como alternativa, a curva de resposta em frequência pode ser
levantada experimentalmente.
Para isso são necessários, além do amplificador, um gerador de sinais capaz
de cobrir toda a faixa frequências de áudio, um osciloscópio de dois canais, uma carga
resistiva compatível com sua saída.
O levantamento consiste em medir e registrar a amplitude (RMS, pico ou
pico a pico) dos sinais de entrada e saída para várias frequências, sempre tomando
cuidado de evitar a distorção do sinal de saída, através do controle da amplitude do
sinal de entrada.
A partir das medições, os ganhos absolutos e em dB são ser Determinedos
e a curva dos ganhos em dB em relação à frequência pode ser traçada, utilizando uma
escala logarítmica para as frequências.

Adenes Schwantz 29
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Exemplo:
Após o registro das amplitudes dos sinais de entrada e saída de um amplifi-
cador, com várias frequências, a tabela abaixo foi montada. Determine os ganhos de
tensão absolutos e em dB e o ganho de potência em dB, dada as impedâncias de 47kW
e 2W para a entrada e a saída do amplificador, respectivamente. Determine as fre-
quências de corte inferior e superior e a largura de banda do amplificador. Traça a cur-
va de resposta em frequência.
𝒇(𝑯𝒛) 𝑽𝒊 (𝑹𝑴𝑺) 𝑽𝒐 (𝑹𝑴𝑺) 𝑨𝑽 𝑨𝑽(𝒅𝑩) 𝑨𝑷(𝒅𝑩) 𝐥𝐨𝐠(𝒇)
5 0,020 0,55 27,5 28,79 72,50 0,6990
10 0,020 1,72 86 38,69 82,40 1,0000
20 0,020 3,11 155,5 43,83 87,55 1,3010
30 0,020 3,65 182,5 45,23 88,94 1,4771
50 0,020 4,01 200,5 46,04 89,75 1,6990
100 0,020 4,18 209 46,40 90,11 2,0000
200 0,020 4,23 211,5 46,51 90,22 2,3010
300 0,020 4,24 212 46,53 90,24 2,4771
500 0,020 4,24 212 46,53 90,24 2,6990
1000 0,020 4,24 212 46,53 90,24 3,0000
2000 0,020 4,21 210,5 46,47 90,18 3,3010
3000 0,020 4,17 208,5 46,38 90,09 3,4771
5000 0,020 4,03 201,5 46,09 89,80 3,6990
10000 0,020 3,49 174,5 44,84 88,52 4,0000
12000 0,020 3,23 161,5 44,16 87,87 4,0792
13000 0,020 3,10 155 43,81 87,52 4,1139
15000 0,020 2,84 142 43,05 86,76 4,1761
20000 0,020 2,23 111,5 40,95 84,66 4,3010
25000 0,020 1,73 86,5 38,74 82,45 4,3979
30000 0,020 1,34 67 36,52 80,23 4,4771

O preenchimento da tabela é um processo repetitivo, portanto será de-


monstrado somente para a frequência de 5Hz:
𝑉𝑜 0,55𝑉
𝐴𝑉 = = = 27,5
𝑉𝑖 0,020𝑉
𝐴𝑉(𝑑𝐵) = 20 log 𝐴𝑣 = 20 log 27,5 = 20.1,4393 = 28,79
Para o ganho de potência, a diferença das impedâncias deve ser incluída
𝑍𝑜 2Ω
𝐴𝑃(𝑑𝐵) = 𝐴𝑉(𝑑𝐵) − 10 log = 28,79 − 10 log
𝑍𝑖 47𝑘Ω
−5
𝐴𝑃(𝑑𝐵) = 28,79 − 10 log 4,26.10 = 28,79 − 10(−4,3711)
𝐴𝑃(𝑑𝐵) = 28,79 + 43,71 = 72,50
Na última coluna, foi Calculedo o logaritmo da frequência para montar o
gráfico.
As frequências de corte são Determinedas através da análise dos ganhos de
potência. Primeiro o ganho máximo é localizado: 90,24 dB de 300Hz a 1kHz. Depois, o
ganho nas frequências de corte é Determinedo:

Adenes Schwantz 30
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𝐺𝑓𝑐 = 90,24𝑑𝐵 − 3𝑑𝐵 = 87,24𝑑𝐵

Então, de volta à tabela, as frequências cujos ganhos de potência estão


próximos a 87,24dB são identificadas:
𝑓𝑖 = 20𝐻𝑧 (87,55𝑑𝐵) e 𝑓𝑠 = 13𝑘𝐻𝑧 (87,52𝑑𝐵)

A partir destas frequências, a largura de banda é Calculeda:


𝐵𝑊 = 𝑓𝑠 − 𝑓𝑖 = 13𝑘𝐻𝑧 − 20𝐻𝑧 = 12,98𝑘𝐻𝑧

Por último, a curva é traçada baseado em 𝐴𝑃𝑑𝐵 e log(𝑓).


AP(dB)

90,24
87,24

5 10 100 1k 10k 30k f(Hz)


19,10 13,77k
Exercícios

2.1 – Como se categorizam os sinais de áudio? Quais suas faixas de frequência?


2.2 – Quais as características desejadas para um amplificador de áudio?
2.3 – Porque um amplificador não apresenta uma resposta em frequência ideal?
2.4 – Quais são as bandas de frequência de um amplificador de áudio? Essas ca-
racterísticas dependem exclusivamente do amplificador?
2.5 – Quais as faixas dos comprimentos de onda do sinal de áudio, depois de
convertidos para som pelos transdutores? Obs.: A velocidade do som é de
3400 m/s.
2.6 – Baseado na relação nas tensões de saída para sinais de entrada com ampli-
tude constante de 25mVpp, com diferentes frequências aplicadas a um am-
plificador, Determine:
f (Hz) 30 50 300 500 3k 5k 20k 100k
Vopp(V) 8,14 12,63 16,40 23,15 23,18 23,00 16,41 5,78
a) As frequências de corte superior e inferior.
b) A largura de banda.
c) O ganho máximo absoluto e em dB.
d) Quais os tipos de sinais de áudio (graves, médios e agudos) estão na
banda de passagem do amplificador?
e) Traça a curva de resposta do amplificador.

2.3. Amplificadores Transistorizados

Adenes Schwantz 31
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Em um circuito amplificador de sinal, na grande maioria das aplicações, não


é possível atingir as especificações desejadas com apenas um estágio de ganho, ou
seja, utilizando apenas um dos circuitos do item 1.1, portanto se faz necessário utilizar
diversos transistores, que unindo suas características de ganho e impedância de entra-
da e saída, alcançam o desempenho desejado.
Assim, um amplificador mais complexo pode ser dividido em três blocos
fundamentais: pré-amplificador, estágio intermediário e etapa de potência. Quando
um fabricante de amplificador promove treinamentos técnicos, com certeza o circuito
do amplificador será dividido nesses três blocos.

Os transistores utilizados nos três blocos podem utilizar quaisquer das con-
figurações básicas: base comum, coletor comum ou emissor comum. A diferença notá-
vel entre as etapas está na capacidade de dissipação de potência.
Os amplificadores atuais utilizam, frequentemente, circuitos integrados,
que têm incorporado os três blocos básicos. De qualquer forma, o importante é co-
nhecer o comportamento dos nós internos de um circuito amplificador transistorizado
de relativa complexidade. Assim a descrição dos blocos pré-amplificador, amplificador
intermediário e etapa de potência se baseiam em circuitos discretos.

2.3.1. Pré-amplificadores

O estágio pré-amplificador tem por função acondicionar os diversos sinais


de entrada, que podem vir de fontes diversas, padronizando suas impedâncias de en-
trada, respostas em frequência e amplitudes. As características do pré-amplificador
dependem do tipo do sinal de entrada, por isso amplificadores têm entradas específi-
cas para Determinedas fontes de sinal.
Os pré-amplificadores costumam utilizar transistores na configuração
emissor comum, geralmente com estágio único, mas podem utilizar um estágio de en-
trada em coletor comum, para aumentar a impedância de entrada, com sua saída liga-
da a outro estágio em emissor comum. Como a potência dissipada nesse estágio é bai-
xa, transistores da linha BC (BC 557, BC 369, BC337) são utilizados frequentemente.
Obviamente, o uso de dissipadores de calor para este estágio não é necessário.
Outra função do pré-amplificador é a equalização do sinal de entrada. Exis-
tem alguns reprodutores de mídia, como o toca discos que entrega um sinal cuja res-
posta em frequência não é plana, se comparado com o sinal original. No caso específi-

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co do vinil, as frequências mais altas são submetidas a maior ganho no processo de


gravação, para serem registradas corretamente na mídia. Assim, o sinal fornecido pelo
toca discos apresenta os sinais de alta frequência com amplitude maior que o original,
então o sinal deve ter suas amplitudes corrigidas, através da equalização RIAA, com
resposta em frequência mostrada na figura abaixo.
Equalização RIAA - Característica de Reprodução
20

15

10

5
G (dB)

-5

-10

-15

-20
1 2 3 4 5
10 10 10 10 10
f (Hz)

Outro exemplo de pré-amplificador é para microfones dinâmicos, que de-


vem ter alta impedância de entrada, alto ganho e equalização plana.
Circuitos comuns na etapa de pré-amplificação são mostrados abaixo.

(a) (b) (c)

O circuito (a), utilizado em aplicações que exigem alta impedância de en-


trada, é composto por estágio na configuração coletor comum, com alta impedância
de entrada, acoplado de forma direta ao segundo estágio, na configuração emissor
comum para amplificação da tensão. O circuito (b) é de um pré-amplificador simples,
com estágio único em emissor comum. O circuito (c) é composto de um estágio em
coletor comum, onde os circuitos RC série alteram a resposta em frequência, já que o
ramo RC entre base e coletor reduz a amplitude do sinal em altas frequências e o ramo
em paralelo com o resistor de emissor dá um maior ganho para baixas frequências.

2.3.2. Amplificadores Intermediários

Adenes Schwantz 33
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Este estágio recebe o sinal entregue pelo(s) pré-amplificador(es) e tem por


função amplificar a tensão dos sinais, portanto é composto por vários estágios com
transistores na configuração emissor comum. Os circuitos da figura abaixo mostram
três tipos comuns de amplificadores intermediários, com dois estágios, para demons-
trar algumas variações no acoplamento do sinal, embora seja comum existirem mais
de dois estágios de amplificação. O primeiro circuito apresenta um acoplamento direto
entre os estágios, o segundo circuito apresenta um acoplamento capacitivo, já o ter-
ceiro circuito é uma variação do primeiro, onde o segundo estágio utiliza um transistor
PNP no lugar do NPN do primeiro.

2.3.3. Etapas de Potência

A etapa de potência é o bloco responsável por conectar o amplificador in-


termediário ao alto falante. Basicamente, esse bloco pode ser entendido como um
cascateamento de etapas em coletor comum.
Como o próprio nome do bloco já diz, nesse estágio, os transistores devem
ter a capacidade de dissipar altas potências. Por isso, transistores que usam o encapsu-
lamento TO-03 são os mais indicados. Nesse bloco, na maioria das vezes se faz neces-
sário o uso de dissipadores de calor. A figura mostra alguns dissipadores de calor para
transistor e circuitos integrados (CI).

Adenes Schwantz 34
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Os dissipadores de calor são chapas de alumínio ou ferro usadas para "es-


palhar" o calor gerado por um transistor ou um CI de média ou alta potência. Na maio-
ria dos casos é colocado um pouco de pasta térmica entre o transistor e o dissipador
para melhor transferência do calor.
Exercícios

2.7 – Quais são os blocos fundamentais que compõe um amplificador de áudio?


2.8 – Qual a função do pré-amplificador?
2.9 – Qual a função de um estágio amplificador em configuração coletor comum
em um pré-amplificador?
2.10 – O que é a equalização? Em qual dos blocos do amplificador pode estar pre-
sente?
2.11 – Qual é a função do amplificador intermediário? Qual a configuração mais
comum nos estágios amplificadores deste bloco?
2.12 – Qual a função da etapa de potência? Qual a configuração mais comum dos
estágios deste bloco?

2.3.4. Análise de Circuitos Amplificadores

Nessa seção será dada uma ênfase maior aos circuitos amplificadores mais
complexos. O circuito da figura abaixo representa uma implementação possível de um
amplificador, com as três etapas estudadas. Neste circuito, Q1 representa o estágio
pré amplificador, enquanto que Q2 o amplificador intermediário e Q3 e Q4 a etapa de
potência.
O mais importante nesta análise é Determiner o caminho por onde o sinal
é processado pelo amplificador, ou seja, a identificação das configurações emissor co-
mum, coletor comum ou base comum e, em consequência disso, saber onde é a en-
trada e a saída do sinal em cada estágio de ganho.

Adenes Schwantz 35
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É possível observar, na figura, o caminho percorrido pelo sinal alternado


nos nós internos do amplificador. Esse entendimento é muito importante para um téc-
nico, pois somente sabendo desse trajeto é que será possível interpretar melhor o cir-
cuito, permitindo concluir se cada estágio de ganho do amplificador está operando
adequadamente.
Realizando um detalhamento do circuito, o transistor Q1 está na configura-
ção emissor comum. Logo, o sinal da fonte entrará pela base e será extraído pelo cole-
tor de Q1. O transistor Q2 recebe o sinal de saída do transistor Q1. Nesse caso, esse
sinal passa a ser o sinal de entrada de Q2 que, também se Encontre na configuração
emissor comum. Por isso, nesse transistor a entrada será na base e a saída será no co-
letor. Os transistores Q3 e Q4 formam o estágio de saída desse amplificador. Esses dois
dispositivos estão na configuração coletor comum. Por isso, o sinal alternado da saída
de Q2 (no coletor) será a entrada para ser aplicada na base de Q3 e de Q4. Repare que,
a saída desse amplificador é tomada no emissor, caracterizando a topologia coletor
comum.
Q3 conduz durante metade do ciclo senoidal, enquanto que Q4 opera nos
outros 180°. Os dois diodos posicionado nas bases de Q3 e Q4 polarizam esses transis-
tores para que não ocorra a distorção de crossover. Consequentemente, Q3 e Q4 estão
operando na Classe AB. Todos os resistores do circuito são utilizados para polarizar os
transistores em certo ponto de operação DC. Já os capacitores são para acoplar e de-
sacoplar o sinal alternado. Finalmente, o potenciômetro é importante para ajustar o
ponto quiescente no emissor de Q3 e Q4 em um valor próximo da metade da tensão
de alimentação do amplificador (VEQ3=VEQ4=VCC/2).

Exercícios

2.13 – Verifica em qual configuração está cada um dos transistores das figuras
abaixo.
2.14 – Aponta o caminho percorrido pelo sinal alternado desde a entrada até a
saída nos circuitos abaixo.
2.15 – Qual a função do potenciômetro nos circuitos?
2.16 – Qual a função dos diodos nos circuitos?

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(a)

(b)

(c)

Adenes Schwantz 37
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(d)

(e)

2.4. Amplificadores de Áudio Integrados

Os amplificadores de áudio integrados são circuitos muito mais compactos,


pois são centrados em circuitos integrados analógicos, que normalmente encapsulam
os blocos pré-amplificador, amplificador intermediário e etapa de saída. Esses circuitos
integrados são amplificadores operacionais com transistores de potência incorporados
e, muitas vezes, disponibilizam algumas facilidades extras, como realimentação interna
e filtros para equalização. Os amplificadores integrados mais comuns são o TDA2002,
LM380, LM3883 e TDA1505.

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Exemplo de amplificador em ponte de 15W com o TDA2002:

Este circuito é composto por dois TDA2002 com fase invertida (o TDA2002
da esquerda é um amplificador operacional não inversor com ganho 101, enquanto
que o da esquerda é um inversor com ganho 100), assim os ganhos se somam, totali-
zando um ganho de 201. Os circuitos RC (R2 C3 e R7 C8) funcionam como filtro passa-
baixas para limitar a frequência de corte superior. Este circuito foi retirado do catálogo
do CI TDA2002, publicado pela Fairchild Linear Integrated Circuit.

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Os dados e características de cada amplificador de áudio integrado devem


ser identificados nos catálogos dos componentes, pois variam conforme seu projeto. A
figura acima mostra algumas das informações do TDA2002, como: potência de saída de
até 10W, quando alimentado com 16V, ligado a uma carga de 2W resistência de en-
trada entre 70kW e 150kW; ganho de tensão de 80dB (10.000) em malha aberta e
40dB(100) em malha fechada; largura de banda de 40Hz-15kHz; eficiência de 58%, com
potência de saída de 8W, sobre uma carga de 4W; entre outros. Além disso, o catálogo
evidencia recursos como: proteção térmica, por desligamento; proteção contra curto
circuito; proteção contra sobretensão; alta capacidade de corrente (3,5A) e faixa larga
de tensão de alimentação (8V a 18V).
Exercícios

2.17 – Quais as diferenças entre um amplificador de áudio integrado e um ampli-


ficador operacional?
2.18 – Quais as vantagens de utilizar os circuitos integrados sobre os circuitos dis-
cretos em amplificadores de áudio?

2.5. Microfones

São dispositivos transdutores que convertem vibrações sonoras em sinais


elétricos. Existem vários modelos, com princípios de funcionamento diferentes, alguns
são Projetedos especificamente para Determinedas aplicações.

2.5.1. Tipos de Microfones

Os tipos de microfones mais comuns são:

2.5.1.1. Microfone a Condensador

Este microfone é composto por duas placas, uma fixa e outra móvel. A vi-
bração sonora movimenta a placa móvel, variando a capacitância entre as placas.
Este microfone necessita de alimentação DC para o circuito eletrônico in-
corporado ao microfone que converte a variação da capacitância em sinal elétrico. A
alimentação pode ser fornecida por pilhas incorporadas no microfone ou ser enviada
pelo cabo de sinal (normalmente 48VDC).

Adenes Schwantz 40
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Existem dois tipos de detecção da capacitância:

• DC Bias: É aplicada uma tensão contínua sobre o capacitor e medida a cor-


rente que circula para o capacitor, pois se a tensão aplicada permanece
constante, quando a capacitância varia, há deslocamento de cargas para
equalizar a equação: 𝑞 = 𝐶𝑉.
• RF: É aplicado ao capacitor um sinal alternado de alta frequência, com fre-
quência fixa, portanto a variação da capacitância afeta a reatância capaciti-
va.

Estes microfones proporcionam alta qualidade de sinal, tanto que é a tec-


nologia mais utilizada em microfones profissionais.

2.5.1.2. Microfone de Eletreto

É uma variação do microfone a con-


densador, onde o equivalente à placa móvel do
microfone é feita de eletreto: um filme metálico
fino que se mantém carregado eletricamente de
forma permanente.
Também exige alimentação para funcionar, pois gera um sinal de pequena
amplitude. O microfone de eletreto tem incorporado em seu encapsulamento um
transistor de alta impedância de entrada (JFET) para entregar um sinal pré-amplificado.
É a tecnologia mais utilizada hoje em dia em dispositivos de massa, como
celulares, câmeras, headsets, etc...

2.5.1.3. Microfone Dinâmico

Utiliza o princípio inverso do funcio-


namento do alto falante. As vibrações sonoras
movimentam a bobina, acoplada à membrana do
microfone, dentro de um campo magnético, ge-
rando um sinal elétrico resultante da tensão in-
duzida na bobina. Este microfone não exige alimentação.
A resposta em frequência deste microfone não é linear, portanto os micro-
fones dinâmicos de alta qualidade são complicados de produzir e têm custo elevado.

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Este tipo de microfones são muito utilizados em shows, karaokê, reportagens, grava-
ções externas, etc ...

2.5.1.4. Microfone de Fita

É uma variação do microfone dinâmico, que utiliza uma fita metálica muito
fina, imersa em um forte campo magnético. Diferente do dinâmico, o microfone de fita
detecta a aceleração do ar devido à diferença da pressão sonora, em vez da pressão
sonora em si. Por isso são considerados microfones de velocidade.

São microfones caros e delicados, mas com ótimo desempenho e fidelida-


de em altas frequências.

2.5.2. Padrão polar dos microfones

O padrão polar é fornecido pelo fabricante do microfone e demonstra sua


direcionalidade.

Os padrões mais comuns são:

2.5.2.1. Omnidirecional

Capta sons de todas as direções, praticamente com mesma intensidade.

2.5.2.2. Unidirecional

São sensíveis a sons provenientes de somente uma direção. Subdividem-se


em cardioide, supercardiode e hipercardiode. É o padrão mais comum.

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2.5.2.3. Shotgun

O microfone que apresenta este padrão altamente direcional é fino e com-


prido, utilizado na captação de sons de animais na natureza ou gravações onde o mi-
crofone deve estar longe da fonte sonora.

2.5.2.4. Bidirecional (Figura 8)

Apresenta boa sensibilidade tanto na frente como atrás.

Exercícios

2.19 – Qual a função do microfone? Quais os tipos de microfones disponíveis no


mercado?
2.20 – Porque microfones com princípio de funcionamento baseado na capaci-
tância exigem alimentação para que funcionem? Quais são esses tipos?
2.21 - Quais as características comuns entre o microfone de fita e o dinâmico? Es-
ses microfones exigem alimentação externa para seu funcionamento?
2.22 – Descreve as aplicações mais comuns para cada tipo de microfone.
2.23 – O que é o padrão polar de um microfone? Classifica os padrões polares.

2.6. Alto falantes

A função do alto falante é converter sinais elétricos em vibrações sonoras.


Os alto falantes podem ser classificados pelo princípio de funcionamento ou pela faixa
de operação.

2.6.1. Principio de Funcionamento

2.6.1.1. Alto falante dinâmico

A tensão aplicada na bobina induz um campo magnético que interage com


o campo do ímã permanente, movimentando o cone do alto falante. Os alto falantes
dinâmicos têm melhor resposta em baixas e médias frequências.

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2.6.1.2. Alto falante piezoelétrico

O alto falante piezoelétrico utiliza um pequeno cristal com características


piezoelétricas.

2.6.1.2.1. Efeito Piezoelétrico

O efeito piezoelétrico descreve a relação entre pressão mecânica e campo


elétrico em Determinedos sólidos. Este efeito é reversível: uma pressão aplicada a um
material gera um campo elétrico e um campo elétrico aplicado modifica o formato do
sólido.
O efeito piezoelétrico foi descoberto em 1880 pelos irmãos Jacques e Pier-
re Curie. Eles descobriram que quando materiais, como turmalina, topázio e quartzo,
são submetidos a stress mecânico, uma carga elétrica aparece em sua superfície e esta
tensão é proporcional ao stress. Os cristais usados na descoberta eram extraídos da
natureza.
Durante a II Guerra Mundial, ambos os lados começaram a utilizar este tipo
de materiais em sistemas de sonar, para detecção de submarinos sob a água, mas os
materiais in natura utilizados apresentaram alta sensibilidade à temperatura e umida-
de, que tornou seu uso impraticável.
A solução Encontreda foi a síntese de materiais piezoelétricos que ofere-
cem alta eficiência de conversão eletromecânica com características de estabilidade à
temperatura e à umidade melhoradas. Estes materiais foram chamados de PZT por se
tratarem de estruturas policristalinas, baseadas em óxidos de chumbo (Pb), zircônio (Z)
e titânio (T).
A grande diferença entre materiais piezoelétricos naturais e os PZTs é que
os PZTs devem ser processados para que apresentem piezoeletricidade. Os microcris-
tais, conhecidos como domínios, são formados de forma aleatória nos PZTs e devem
ser alinhados para tornar o material útil, através de um processo chamado de polariza-
ção. A polarização ocorre através da aplicação de um campo elétrico de alta intensida-
de através do material que causa o alinhamento dos domínios com o campo elétrico.
Após a remoção do campo elétrico, o domínio permanece alinhado. A partir daí, o PZT
polarizado é um material piezelétrico e mantém esta característica a menos que o ma-
terial seja submetido a uma tensão muito alta ou se for aquecido a uma temperatura
muito alta, casos em que a energia fornecida aos domínios excede as forças de ligação
que mantém os domínios alinhados e o material se torna despolarizado.
A capacidade de um material PZT manter a polarização é baseada em sua
qualidade. Existem materiais de baixa qualidade que perdem sua polarização durante
o uso normal, fazendo com que o alto falante perca sua eficiência gradualmente.

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2.6.1.2.2. Princípio de Funcionamento

Um wafer PZT polarizado altera levemente suas dimensões quando um


campo elétrico externo é aplicado, voltando às suas dimensões originais quando reti-
rado. Essa alteração das dimensões é muito pequena (na ordem de micrometros), mas
desenvolve bastante força e quando acoplados diretamente a um meio líquido ou sóli-
do são uteis na geração de movimentos discretos.

V=0 V<0 V>0

Quando acoplados ao ar, essa movimentação é útil somente com frequên-


cias altas, onde a impedância acústica do ar é mais alta, apresentando um melhor ca-
samento de impedância do PZT.
Já que os PZTs são materiais isolantes e a relação entre deslocamento do
PZT e a tensão aplicada é bastante pequena, o transformador mecânico é alimentado
por um transformador elevador, que além de aumentar a amplitude do sinal aplicado
ao transformador mecânico também baixa a impedância de entrada do alto falante
piezoelétrico.

Tampa
Traseira
PZT
Corneta
Externa

Transformador

Separador

Cone

2.6.2. Faixa de Frequência de Operação

Os alto falantes são classificados pela faixa de frequência de operação:

• Sub-woofers: Para sons subgraves e graves retumbantes, opera em fre-


quências na faixa de 20Hz a 1,5kHz, com tamanho entre 8” e 18”.

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• Woofers: Reproduzem sons graves, médio/graves e parte dos médios. Fai-


xa de frequência varia de 50Hz a 5kHz. Seu tamanho varia de 6” a 12”.
• Mid-bass: Reproduzem sons médio/graves. O cone tem de 6” a 8”, ope-
rando na faixa de 60Hz a 5,5kHz.
• Mid-range: Para sons médios, opera na faixa de 200 a 3,5kHz, com tama-
nho entre 3 ½” e 6”.
• Tweeter: Reproduzem sons agudos, opera com frequências acima de
2,5kHz. Pode ser dinâmico ou piezoelétrico.

Exercícios

2.24 – Como podem ser classificados os alto falantes?


2.25 – Como funciona um alto falante dinâmico? Quais as faixas de frequência
são mais apropriadas para este tipo de alto falante? Por quê?
2.26 – Qual o princípio de funcionamento dos alto falantes piezoelétricos?
2.27 – Qual a função do transformador interno ao alto falante piezoelétrico?
2.28 – Em relação a frequência de operação, quais os tipos de alto falantes?

3. Bibliografia

• BOYLESTAD, R.; NASHELSKY, L. Dispositivos eletrônicos e teoria de circuitos. 10


ed. Rio de Janeiro: Pearson Prentice Hall, 2004.
• SEDRA, A. S.; SMITH, K. C. Microeletrônica. 5 ed. São Paulo: Pearson Prentice
Hall, 2007.
• TOOLEY, M. Circuitos eletrônicos: Fundamentos e aplicações. 3 ed. Rio de Janei-
ro: Elsevier, 2007.
• MALVINO, A. P.. Eletrônica. 1 ed. Vol. 1 São Paulo: McGraw-Hill, 1987a.
• MALVINO, A. P.. Eletrônica no laboratório. 1 ed. Vol. 1 São Paulo: McGraw-Hill,
1987b.

Apêndice I – Respostas
1.1.a) 𝑍𝑖 = 2,77𝑘Ω; 𝑍𝑜 = 3,9𝑘Ω; 𝐴𝑣 = −162,13; 𝐴𝑖 = 44,97
1.1.b)𝑍𝑖 = 93,64𝑘Ω; 𝑍𝑜 = 9,59Ω; 𝐴𝑣 = 0,9893; 𝐴𝑖 = 61,76
1.1.c)𝑍𝑖 = 1,06Ω; 𝑍𝑜 = 1,2𝑘Ω; 𝐴𝑣 = 406,04; 𝐴𝑖 = 0,6314
1.1.d)𝑍𝑖 = 178,74Ω; 𝑍𝑜 = 430Ω; 𝐴𝑣 = −408,05; 𝐴𝑖 = 155,18
1.1.e)𝑍𝑖 = 6,57𝑘Ω; 𝑍𝑜 = 12𝑘Ω; 𝐴𝑣 = −73,44; 𝐴𝑖 = 17,86
1.1.f)𝑍𝑖 = 1,27𝑘Ω; 𝑍𝑜 = 2,2𝑘Ω; 𝐴𝑣 = −366,69; 𝐴𝑖 = 46,41
1.2) 137,75𝑚𝑉
1.3) −18,06𝑑𝐵
1.4) 101,21𝑑𝐵

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1.5) 230,68𝑚𝐴
1.6) 424,41𝐻𝑧
1.7) 5,68𝜇𝐹
1.8)
𝑓 𝑋𝐶 𝑍 𝑣𝑜 /𝑣𝑖 𝐺𝑉
10 𝐻𝑧 33,8628𝑘Ω 33,8696𝑘Ω 0,0200770 −33,95 𝑑𝐵
20 𝐻𝑧 16,9314𝑘Ω 16,9450𝑘Ω 0,0401298 −27,93 𝑑𝐵
30 𝐻𝑧 11,2876𝑘Ω 11,3080𝑘Ω 0,0601342 −24,42 𝑑𝐵
50 𝐻𝑧 6,7726𝑘Ω 6,8066𝑘Ω 0,0999030 −20 𝑑𝐵
100 𝐻𝑧 3,3863𝑘Ω 3,4539𝑘Ω 0,1968802 −14,12 𝑑𝐵
200 𝐻𝑧 1,6931𝑘Ω 1,8246𝑘Ω 0,3726872 −8,57 𝑑𝐵
300 𝐻𝑧 1,1288𝑘Ω 1,3178𝑘Ω 0,5160266 −5,75 𝑑𝐵
500 𝐻𝑧 677,26Ω 959,73Ω 0,7085354 −2,99 𝑑𝐵
1𝑘𝐻𝑧 338,63Ω 759,65Ω 0,8951487 −0,962 𝑑𝐵
2𝑘𝐻𝑧 169,31Ω 700,76Ω 0,9703725 −0,261 𝑑𝐵
3𝑘𝐻𝑧 112,88Ω 689,30Ω 0,9865013 −0,118 𝑑𝐵
5𝑘𝐻𝑧 67,73Ω 683,36Ω 0,9950769 −0,043 𝑑𝐵
10𝑘𝐻𝑧 33,86Ω 680,84Ω 0,9987624 −0,011 𝑑𝐵
1.9.a) 𝐶𝐵 = 560𝑛𝐹; 𝐶𝐶 = 1𝜇𝐹; 𝐶𝐸 = 82𝜇𝐹
1.9.b)𝐶𝐵 = 680𝑛𝐹; 𝐶𝐶 = 4,7𝜇𝐹
1.9.c)𝐶𝐶 = 82𝑛𝐹; 𝐶𝐸 = 15𝜇𝐹
1.9.d)𝐶𝐵 = 100𝜇𝐹; 𝐶𝐶 = 180𝜇𝐹
1.9.e)𝐶𝐵 = 120𝑛𝐹; 𝐶𝐶 = 220𝑛𝐹; 𝐶𝐸 = 8,2𝜇𝐹
1.9.f)𝐶𝐵 = 3,3𝜇𝐹; 𝐶𝐶 = 3,3𝜇𝐹; 𝐶𝐸 = 820𝜇𝐹
1.10) 𝑓𝐶𝐵 = 154,4𝐻𝑧; 𝑓𝐶𝐸 = 2,41𝑘𝐻𝑧 → 𝑓𝑐 = 2,41𝐻𝑧
1.11)𝑓𝐶𝐵 = 38,37𝐻𝑧; 𝑓𝐶𝐸 = 9,68𝑘𝐻𝑧 → 𝑓𝑐 = 9,68𝐻𝑧
1.12.a) M.T=Máxima Transferência
𝑅2 100Ω 220Ω 390Ω 560Ω 1𝑘Ω 1,5𝑘Ω 2,7𝑘Ω 3,3𝑘Ω 6,8𝑘Ω M.T.
𝑉𝑅2 1,52𝑚𝑉 2,82𝑚𝑉 4,11𝑚𝑉 5𝑚𝑉 6,41𝑚𝑉 7,28𝑚𝑉 8,28𝑚𝑉 8,55𝑚𝑉 9,24𝑚𝑉 6,8𝑘Ω
𝐼𝑅2 15,15𝜇𝐴 12,82𝜇𝐴 10,53𝜇𝐴 8,93𝜇𝐴 6,41𝜇𝐴 4,85𝜇𝐴 3,07𝜇𝐴 2,59𝜇𝐴 1,36𝜇𝐴 100Ω
𝑃𝑅2 22,96𝑛𝑊 36,16𝑛𝑊 43,21𝑛𝑊 44,64𝑛𝑊 41,09𝑛𝑊 35,35𝑛𝑊 24,41𝑛𝑊 22,15𝑛𝑊 12,55𝑛𝑊 560Ω
1.12.b)
𝑅2 100Ω 220Ω 390Ω 560Ω 1𝑘Ω 1,5𝑘Ω 2,7𝑘Ω 3,3𝑘Ω 6,8𝑘Ω M.T.
𝑉𝑅2 4,82𝑚𝑉 10,17𝑚𝑉 17,04𝑚𝑉 23,19𝑚𝑉 36,49𝑚𝑉 48,21𝑚𝑉 67,5𝑚𝑉 74,25𝑚𝑉 96,63𝑚𝑉 6,8𝑘Ω
𝐼𝑅2 48,21𝐴 46,23𝑚𝐴 43,69𝑚𝐴 41,41𝑚𝐴 36,49𝑚𝐴 32,14𝑚𝐴 25𝑚𝐴 22,5𝑚𝐴 14,21𝑚𝐴 100Ω
𝑃𝑅2 0,232𝑊 0,470𝑊 0,744𝑛𝑊 0,960𝑊 1,33𝑊 1,55𝑊 1,69𝑊 1,67𝑊 1,37𝑊 2,7𝑘Ω

2.5)
Faixa 𝑓𝑚𝑖𝑛 𝑓𝑚𝑎𝑥 𝜆𝑚𝑖𝑛 𝜆𝑚𝑎𝑥
Graves 20Hz 300Hz 170m 11,33m
Médios 300Hz 3kHz 11,33m 1,13m
Agudos 3kHz 20kHz 1,13m 0,17m

2.6)

f (Hz) 30 50 300 500 3k 5k 20k 100k


Vopp(V) 8,14 12,63 16,40 23,15 23,18 23,00 16,41 5,78
GAV 325,6 505,2 656,0 926,0 927,2 920,0 656,4 231,2
GAV(dB) 100,51 108,14 112,68 118,66 118,69 118,55 112,69 94,56

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2.6.a) 𝑓𝑐𝑠 = 400𝐻𝑧 ,𝑓𝑐𝑖 = 10𝑘𝐻𝑧


2.6.b) 𝐵𝑊 = 9600𝐻𝑧
2.6.c)3𝑘𝐻𝑧

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