CAMPUS ARARANGUÁ EES7397- Energia e Poluição Ambiental Laryssa F. B. de Moraes Atividade 01.
“Um nevoeiro misterioso tomou conta da cidade de Londres em dezembro de 1952,
hospitalizando 150 mil pessoas e matando 12 mil. O mistério só foi revelado em 2016.” Na época o nevoeiro foi atribuído ao consumo de carvão, porém por décadas os detalhes que levaram a ocorrência dessa névoa tóxica permaneceram indefinidos. Somente em 2016 uma equipe liderada por Renyi Zhang, da Universidade Texas A&M, retomou os estudos sobre o fenômeno, que esclarece os fatores que levaram ao Grande Nevoeiro, além da análise de outros acidentes de poluição atmosférica. Os cientistas revelaram que uma das características foi à presença de partículas de ácido sulfúrico no ar, que causaram o tom amarelado e esverdeado no céu. A inalação dessa substância também foi uma das principais causas de hospitalização das pessoas.Zhang e sua equipe atestaram que o ácido sulfúrico pode se acumular dentro das gotículas de água nas neblinas por causa de interações químicas entre o dióxido de enxofre e o dióxido de nitrogênio. Esses elementos, por sua vez, são liberados em razão da queima de carvão, ou pelos escapamentos de automóveis.
O evento climático foi causado então pelo crescimento incontrolado da queima
de combustíveis fósseis na indústria e nos transportes. O aumento na poluição do ar foi agravado por uma inversão térmica, causada pela densa massa de ar frio. O acúmulo de poluentes foi crescente, especialmente de fumaça e partículas do carvão que era queimado. Devido aos problemas econômicos no pós-guerra, o carvão de melhor qualidade para o aquecimento havia sido exportado. Como resultado, os londrinos usaram o carvão de baixa qualidade. Depois do grande evento de poluição do ar novas regulamentações legais foram baixadas, restringindo o uso de combustíveis sujos na indústria e banindo a fumaça negra. Nos anos seguintes, uma série de normas legais como o Clean Air Act 1956 e o Clean Air Act 1968, restringiram a poluição do ar. A Lei Clean Air Act 1956 foi uma Lei do Parlamento do Reino Unido e foi patrocinada pelo Ministério da Habitação e Governo Local da Inglaterra e pelo Departamento de Saúde da Escócia, e foi vigência até 1993. A lei introduziu uma série de medidas. O principal deles foi o movimento obrigatório em direção a combustíveis sem fumaça, especialmente em “áreas de controle de fumaça” de alta população para reduzir a poluição por fumaça e dióxido de enxofre de incêndios domésticos. A Lei também incluiu medidas que reduziram a emissão de gases, areia e poeira de chaminés e chaminés. A Lei foi um marco significativo no desenvolvimento de uma estrutura legal para proteger o meio ambiente.Foi modificado por promulgações posteriores, incluindo a Lei Clean Air Act 1968. O estudo foi publicado na Proceedings of the National Academies of Sciences e foi feito através de medições atmosféricas em duas cidades propensas à poluição (Xian e Pequim, ambas localizadas na China), e alguns experimentos laboratoriais.
Cenário Brasileiro da Poluição do Ar tende as mesmas características do cenário de
Londres que antecedeu o evento climático.
No Brasil, os padrões nacionais de qualidade do ar são da década de 1990, desatualizados
em relação aos internacionais, o que dificulta um controle eficaz dos níveis de poluição e contribui para a continuidade de mortes e internações. A Organização Mundial da Saúde (OMS) lista uma série de componentes tóxicos para a saúde relacionados à poluição do ar. Estes componentes podem tanto ser emitidos para a atmosfera, como dióxido de enxofre, monóxido de carbono e óxido de nitrogênio, quanto formados a partir de reações químicas, a exemplo do ozônio e material particulado (WHO, 2006). Um dos poluentes com maior efeito sobre a saúde é o material particulado, que corresponde a uma mistura de componentes sólidos e líquidos que podem variar na composição, tamanho e de acordo com a fonte de emissão e condições meteorológicas presentes no ambiente. Estudos apontam que até 2030, mantendo o nível de poluição observado em 2011, haverá um total de mais de 246 mil óbitos por todas as causas entre 2012 e 2030, cerca de 953 mil internações hospitalares públicas e um gasto público estimado em internações de mais de R$ 1,6 bilhão. A magnitude dos resultados aponta para a necessidade de implementação de medidas mais rigorosas para o controle da poluição do ar, formas alternativas de energia limpa de transporte, entre outras ações, como forma de reduzir os danos à saúde da população, os gastos governamentais e evitar eventos climáticos prejudiciais ao ar como aconteceu em Londres em 1952.