Você está na página 1de 3

Família

 Alguém, pai, avô, ou outro parente, já falou algo sobre a família ser de judeus?
 Alguém da família fala/falava alguma língua desconhecida? Parecia com o espanhol? Era
totalmente desconhecida?
 Algum parente evita ou evitava igrejas católicas? As Igrejas, mesmo católicas, que os familiares
frequentavam não tinham imagens? As Igrejas tinham divisão, com local para os homens e local
para as mulheres ficarem? Qual a relação dos familiares com a igreja católica e com os membros
do clero? (uma relação de aversão, ironia, chacota, raiva, desprezo pode indicar origem judaica).
 Alguém da família participava de reuniões secretas, ou de encontros onde só homens ou só os
pais podiam ir? Ou de algum grupo de oração secreto?
 Os nomes bíblicos são/eram comuns entre os familiares?
 Era comum o casamento consangüíneo? Tataravós, bisavós, avós, pais ou familiares casaram
entre primos e/ou tio com sobrinha.

Ritos de Nascimento e Infância


 Colocar a cabeça de um galo em cima da porta do quarto onde o nascimento iria acontecer.
 Depois do nascimento, a mãe não deveria descobrir-se ou mudar de roupas durante 30 ou 40
dias. Ela deveria permanecer em repouso em sua cama, e afastada do contato com outras
pessoas, pois segundo a Lei, a mulher fica impura durante vários dias após um parto (Levítico
12). Parecida com esta prática é a de afastar-se do contato com o esposo no período menstrual,
em que também é considerada impura (Levítico 15. 19-33).
 Ainda durante esses trinta dias, a mulher só comia frango, de manhã, de tarde e de noite. Dava
“sustância”, força para a recuperação.
 Lançar uma moeda prateada na primeira água de banho do bebê.
 Dizer uma oração oito dias depois de nascimento na qual o nome do bebê é citado. Realizar a
circuncisão ou mesmo batizar o menino ao oitavo dia de nascido.
 Acender alguma vela ou lamparina no quarto onde o parto ia acontecer, porque o menino não
podia ficar no escuro até ser batizado (ou circuncidado).
 Logo após o batismo, raspar o óleo da crisma e colocar sal na boca da criança.

Ritos Matrimoniais
 Os noivos e seus padrinhos e madrinhas deveriam jejuar no dia do casamento.
 Na cerimônia, as mãos dos noivos eram envoltas por um pano branco, enquanto fazia-se uma
oração.
 Da cerimônia seguia-se uma refeição leve: vinho, ervas, mel, sal e pão sem fermento.
 Noivo e noiva comiam e tomavam do mesmo prato e copo.

Refeições
 A prática de jejuns era comum.
 Era proibido comer carne com sangue. Às vezes também se retiravam os nervos, com uma faca
especial para tal.
 O sangue caído ao chão no abate do animal era coberto com terra ou mesmo propositalmente
derramado todo ao chão e depois coberto com terra.
 A faca usada no abate de animais era testada na unha.
 Ovos com mancha de sangue eram jogados fora.
 Não se comia carne de porco, pois é considerada impura.
 Não era permitido cozinhar carne e leite juntos. Ás vezes esperava-se um tempo entre a ingestão
do leite e da carne.
 Comia-se apenas comida preparada pela mãe ou pela avó materna.
 Um menino jejuava durante 24 horas antes de completar 7 anos.
 Costumava-se beijar qualquer pedaço de pão que cai no chão.
 Era proibido comer carne de animal de sangue quente que não tivesse sido sangrado. Havia
certas restrições quanto aos tipos de peixe comestíveis: os peixes “de couro” (sem escamas) não
serviam para consumo, e às vezes só os peixes do mar podiam ser ingeridos. Moluscos e mariscos
também eram proibidos.
Costumes
 Acender velas nas sextas-feiras à noite.
 Celebrar a Páscoa, e jejuar durante a Semana Santa. As datas da Páscoa Cristã e da Páscoa judaica
freqüentemente coincidem.
 Limpar a casa nas sextas-feiras durante o dia.
 Era proibido fazer qualquer coisa na sexta-feira à noite (até mesmo lavagem de cabelo).
 Realizar alguma reunião familiar nas sextas-feiras à noite.
 Aos sábados, velas eram acesas diante do oratório e deveriam queimar até o fim do dia.
 Evitar trabalhar aos sábados. Sábado era o dia do banho bem tomado e de vestir roupas novas.
 Dizeres comuns: “O Sábado é o dia da glória”, ou “Deus te crie” (HayimTovim), para quando
alguém espirrava.
 Comemorações diferentes das católicas, como o “Dia Puro” (YomKippur) ou algum feriado de
Primavera. Era costume de alguns acender no Natal oito velas.
 Quando acontecia algo ruim, rasgavam-se as vestes.
 Um costume ainda muito comum hoje em dia era varrer o chão longe da porta, ou varrer a casa
de fora pra dentro, com a crença de que se o contrário fosse feito as visitas não voltariam mais.
Na verdade esta prática está ligada ao respeito pela Mezuzah (caixa com texto bíblico), que era
pendurada nos portais de entrada, e passar o lixo por ela seria um sacrilégio.
 Pedir a benção para os pais na hora da saída e da chegada em casa. Normalmente ao abençoar
um filho, neto ou sobrinho, costumava-se fazer com a mão sobre a cabeça.
 Como o dia judaico começa na noite do dia anterior, o início de um dia era marcado pelo
despontar da primeira estrela no céu. Então o sábado começava com o surgir a primeira estrela
no céu na sexta-feira. Se uma pessoa demonstrasse alguma reação publicamente com relação a
tal estrela, ela seria alvo de suspeitas. Um adulto consegue conter-se, mas uma criança não.
Então ensinava-se às crianças a lenda de que apontar estrelas fazia crescer verrugas nos dedos.
 Tradição de seguir as fases da lua (Salmo 104.19), correlacionando com o ciclo agrícola.
 Deixar restos de grãos nas lavouras para os pobres.
 Tradição de não jogar alimentos fora e aproveitar tudo.
 Prática de usura (empréstimos com juros), tanto em dinheiro como objetos e coisas. Atração pelo
comércio e por pedras preciosas (ex: ouro e prata). Destaque pelo excesso de trabalho, ganância
e inteligência.
 Mantinham-se unidos e transmitiam as tradições familiares aos filhos. Os filhos eram educados
e recebiam educação religiosa (costume antigo, com fim de despistar inquisidores). Em geral
eram religiosos, com fé, mas sem santos e imagens.
 Antes de beber, jogar um pouco de bebida para o santo (tradição com origem no vinho
derramado para Elias no ritual de Pêssach, a Páscoa Judaica).
 O uso de barba cerrada sempre foi um costume judaico.
 Uso de expressões como “Que massada” (uma fortaleza judaica que foi destruida), ou “pagar a
siza” (sizá é imposto em hebraico) ou “fazer mezuras” (reverência à mezuzah). Ainda expressões
como “a carapuça serviu”, que é referência aos chapéus usados por judeus na Idade Média para
diferenciar dos não judeus.
 Lavar as mãos antes de refeições, seja por pureza ou higiene.
 Uso de objetos como Estrela de Davi (estrela de 6 pontas), usada em paredes e em jóias, algumas
vezes era vista como amuleto.

Ritos Fúnebres
 Cobrir todos os espelhos da casa.
 Toda a água da casa do defunto era jogada fora.
 Cortar as unhas do defunto como também alguns fios de cabelo e envolver tudo em um pedaço
de papel ou pano.
 Lavar o corpo de um morto. Normalmente com água trazida da fonte em um recipiente novo,
que nunca tenha sido usado, e vestir o corpo em roupas brancas, as mortalhas.
 O corpo era velado durante um dia, e então uma procissão levava-o à igreja e de lá ao cemitério.
 Jogar um punhado de terra sobre o caixão, quando esse era descido à sepultura.
 A casa então era lavada.
 Durante uma semana manter-se-ia o quarto do finado iluminado.
 A casa da família enlutada fechada ao máximo, durante uma semana, com incenso queimando
pelos cômodos. Quase ninguém entrava ou saía durante esse período.
 Os homens não se barbeavam durante trinta dias.
 Manter o lugar do defunto à mesa, encher o prato dele ou dela e dar a comida a um mendigo.
 Não comer carne durante uma semana depois de uma morte na família.
 Jejuar no terceiro e oitavo dia e uma vez a cada três meses durante um ano.
 Colocar comida perto da cama do falecido.
 Fazer a cama do falecido com linho fresco e queimar uma luz perto dela durante um ano.
 As parentes mulheres deveriam cobrir suas cabeças e esconder as faces com uma manta.
 Ir para o quarto do defunto por oito dias e dizer: "Que Deus te dê uma boa noite. Você foi uma
vez como nós, nós seremos como você".
 Passar uma moeda de ouro ou prata em cima da boca do defunto, e então dá-la a um mendigo.
Passar um pedaço de pão em cima dos olhos do defunto e dá-lo a um mendigo.
 Dar esmolas em toda esquina antes da procissão funerária chegar ao cemitério.
 Ter várias luzes iluminando em véspera de Dia Puro, em memória do defunto.
 Em algumas cidades havia o chamado “abafador”, que deveria ajudar alguém gravemente
doente a ir embora antes que um médico viesse examiná-lo e descobrisse que o enfermo é judeu.
O abafador, a portas fechadas, sufocava o doente, proferindo calmamente a frase “Vamos, meu
filho, Nosso Senhor está esperando!”. Feito o trabalho, o corpo era recomposto e o abafador saía
para dar a notícia aos parentes: “ele se foi como um passarinho...”.
 Jurar pelo descanso de um morto querido ou pela alma da mãe ou do pai.

Você também pode gostar