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“The Water Hen”, Cricot-2 Theatre, Edinburgh 1972. Photograph by Richard Demarco
Um homem pode se recriar através de suas obras? Acreditamos que para Witkacy
isto seria fundamental. Em um episódio, um amigo, após assistir à apresentação
de “The Water Hen”, disse que a peça de Witkacy seria auto-biográfica. Witkacy
deu uma resposta pública negando o fato. O amigo fazia alusão principalmente à
relação de Witkacy com o pai. Sabe-se que este teve grande ascendência sobre
Witkacy, desde não deixando que ele frequentasse nenhuma escola, pois a
educação aconteceria em casa, com artistas e pensadores que a frequentassem e
de modo auto-didata. Witkacy não tinha autorização nem para frequentar uma
escola de arte, orientação à qual chega a “desobedecer” entre 1905 e 1906. Só
quando Witkacy faz 30 anos é que conseguirá maior autonomia, pois este é o
momento em que o pai, a quem admirava e de quem era amigo, morre.
Para Bakhtin a existência precede a consciência, de modo que não partia somente
dos “a prioris” de origem aristotélica. Fenomenólogo e materialista, preferia partir
do fenômeno e das relações humanas. Para Ponzio, Bakhtin tem uma posição
aproximada à de Edmund Husserl(1859-1938) em relação à crise da ciência
europeia, na medida em que identifica a crise da separação entre a ação com sua
concreta motivação e o seu produto pois a ação teria se tornado eminentemente
técnica. Para ele, esta perspectiva apriorística estaria resultando no descolamento
vida e cultura[14].
“Além disso, Bakhtin coloca em evidência como a separação entre produto e ação
responsável , entre aparato técnico-científico e motivação concreta, entre cultura e
vida, produz não somente a deterioração do produto, a perda de sentido do mundo
cultural tornado domínio autônomo, o esvaziamento de sentido dos saberes, mas
também a degradação da própria ação que, isolada dos significados da cultura,
empobrecida de seus momentos ideais, decai para o patamar de motivações
biológicas e econômicas elementares; portanto, parece que fora da cultura objetiva
não há nada mais que a individualidade biológica nua, o ato-necessidade[…] Para
Bakhtin, reside na singularidade do ato a possibilidade da religação entre cultura e
vida, entre consciência cultural e consciência viva. Diversamente, os valores
culturais, cognitivos, científicos, estéticos, políticos tornam-se valores em si e
perdem toda possibilidade de verificação, de funcionalidade, de transformação”
(BAKHTIN, 2010, pp.24-25).
Assim é que qualquer valor universalmente válido não pode existir abstratamente
mas na sua relação com o sujeito da situação. Para Bakhtin, “A ciência, a arte e a
vida adquirem unidade somente na pessoa que as incorpora na sua
unidade”(BAKHTIN, 2010, p.21). Witkacy faz a junção – esta é uma das coisas que
persegue em sua vida – tentando fazer das suas obras poéticas a busca
incessante e frenética do que denominava como Forma Pura, este um ideal
importante ao qual se dedicou com vários atos-responsáveis, emendados num fio
que nunca gostaria de perder pois estava unido à justificativa da sua existência, a
experimentação de sua individualidade. Através de sua obra poética conseguia
falar dos mais variados temas contemporâneos a ele. Assim, o seu lugar
específico – o tempo, as circunstâncias e a unidade moral de sua vida, ou seja, o
aspecto histórico-individual – lugar de quem tivera a liberdade para realizar o
aprendizado de diferentes áreas do conhecimento de modo não tradicional, assim
como sua relação com o pai, suas viagens, entre outros acontecimentos de sua
vida, agiram nele e tiveram uma responsividade ativa de sua parte, um sujeito
encarnado, participativo, não indiferente à singularidade dos outros, podendo
apenas ele responder do modo como respondeu. Para Bakhtin, o ato seria “um
Jano bifronte”, pois orientado em duas direções diferentes – a singularidade
irrepetível, e a unidade objetiva, abstrata. Segundo Ponzio:
Na peça “The Water Hen”, de Witkacy, no início temos contato com uma cena em
que uma mulher pede para que o homem a mate[15]. Ele está com uma
espingarda e a chama de “Water Hen”[16]. Ele é Edgar e não tem coragem de
atirar e, enquanto ele explica o porque disso, o leitor pode perceber laivos do que
seria a personalidade e o propósito maior de Edgar na peça. Caso a mate, diz, não
terá com quem conversar, coisa de que precisa, pois é mais um ser do
pensamento e melancólico do que da ação, e até este momento não sabe o que
poderá fazer de sua existência, o que de algum modo “Water Hen” poderia tentar
aclarar para ele[17]. Finalmente Edgar, após pedidos da “Water Hen”, tem
coragem de atirar e enquanto esta não morre, aparece Tadzio, um filho de que
Edgar não sabia da existência[18]. O expediente de os personagens aparecerem
sem explicação e não se definirem ao certo terá continuidade ao longo da peça,
sendo que à medida que nos acostumamos um pouco com elas, aventaremos
possibilidades de relacionar uma fala com outra para matar o quebra-cabeça que,
no entanto, provavelmente nunca ganhará o arremate final desejado, a obra
podendo ter diferentes acabamentos dependendo da quantidade de espectadores
ou de vezes que um mesmo espectador assista ou leia a peça. O leitor deverá se
comprazer em pensar possibilidades do que seria tudo aquilo e também se não
vivemos em nossas vidas tal qual como numa atmosfera de sonho em que as
coisas nunca vão ter a sua devida explicação.
Quando Water Hen finalmente morre – o que não acontece lentamente, mas na
duração do processo acontece todo um diálogo entre Edgar, Tadzio e ela – Tadzio
começa a demonstrar sua habilidade filosófica que o filia a Edgar, pois neste
momento diz que agora entende o que é a infinitude. Em seguida, é o Pai,
personagem cujo nome é Albert Valpor, mas que aparece como “Pai”, que entra.
Ele havia acompanhado um pouco da conversa entre Edgar e Tadzio e percebe
que Water Hen foi assassinada por Edgar. A empatia entre este provável avô, que
se veste como almirante, e o possível neto, é imediata, o que resulta em certo
ciúme por parte de Edgar. Enquanto a cena acontece o Pai orienta os serviçais,
que tem presença constante em cena, ora arrumando a casa ora o cenário, num
expediente metateatral de Witkacy. São os serviçais que arrumam a iluminação em
uma transição de cena e que colocam mesa e cadeiras para os convidados após
retirarem o corpo de Water Hen. Tudo acontece de forma breve e como que
natural, então Edgar pergunta o porque de tantas cadeiras e da mesa, ao que logo
chegam os convidados – uma Duquesa de Inglaterra e alguns velhos que a
acompanham. Ela é esposa de Edgar, cujo nome igual ao do protagonista o
transforma em uma espécie de duplo deste. Mas este Edgar seria o Duque de
“Nevermore”. O protagonista se sente bem com o fato de o outro Edgar, o duque,
ter morrido, apesar de que aparentemente não haveria nenhuma rixa entre os dois,
na medida em que até trocavam cartas. O pai diz para o protagonista se controlar
em seus comentários, mas Edgar ainda comete mais um ato “mal educado” ao
dizer que nas cartas o Duque Edgar de Nevermore dizia gostar de Elizabeth, a
Water Hen, ao que a Duquesa imediatamente retruca dizendo que o Duque
apenas amava a ela, a Duquesa e que isto era um expediente do marido para
enganar Edgar, no caso o protagonista.
Antes, a Duquesa ao chegar, logo fica sabendo que Water Hen havia sido
assassinada pelo protagonista e comenta que isto era uma pena pois pretendia
falar com ela. A Duquesa se oferece então como futura esposa do protagonista
para o Pai, que concorda sem perguntar a Edgar. Este diz não estar preparado,
pois ainda não sabe quem é ele mesmo, tentando então adiar para pelo menos um
dia depois, mas a Duquesa responde com o de xofre – “amanhã” e o personagem
do Pai o faz por fim concordar com o fato, apesar de que Edgar tinha notícias do
Duque de que ela seria uma depravada. Neste momento, ele também fica sabendo
que ela é acompanhada sempre por um amante, que inclusive recebia salário do
Duque para ocupar tal papel. Repentinamente Edgar se vê com uma família, um
filho e uma esposa. Em seguida, começam a falar – à parte Edgar – que vão abrir
uma organização religiosa, a Theosofical Jam Company. Em outro momento Edgar
sai para buscar o dinheiro no banco para fundar a organização. No terceiro ato,
entre outras coisas, Water Hen novamente aparece e novamente é assassinada e
Edgar também se torna um defunto. A revolução corre lá fora enquanto os
aristocratas tentam ainda se divertir com um jogo de cartas e chamando mulheres
para lhes satisfazerem os desejos enquanto os revolucionários não adentram o
recinto, quando tentarão e quem sabe consigam um acordo e até um cargo no
novo governo.
Outra questão era que o Edgar jovem era promissor assim como o menino Tadzio,
com grande potencial para pensar sobre a existência e no entanto estas
habilidades acabam por não serem suficientemente desenvolvidas para serem
reconhecidas socialmente. Teria a ver com o não reconhecimento de Witkacy
como um grande filósofo? O personagem do Pai se nomeia e à família como
sendo da velha aristocracia, antes tidos como os melhores, os que tinham berço e
não precisariam fazer grandes esforços para fazerem o que quisessem entre as
atividades nobres…não teriam, por exemplo, que frequentar uma escola comum,
pois teriam tutores especiais…Será que Witkacy se sentiu prejudicado pela
educação proporcionada pelo pai? Será que ele teria se tornado um indeciso
acabando por apontar em muitas direções – artes plásticas, teatro e filosofia – e
não se considerando suficientemente bom em nada? Mesmo que eventualmente
de algum modo Witkacy achasse isso a seu próprio respeito, há que se dizer que
foi extremamente frutífero, que alguns de seus apontamentos a respeito da Forma
Pura no teatro foram manifestos 15 anos antes de Antonin Artaud(1896-1948)[20],
considerado grande visionário do teatro do século XX e até do século XXI, e que
tem uma obra que a partir dos anos 50 passou a ser redescoberta e
valorizada[21]. À parte as questões de cunho mais autobiográfico, várias reflexões
condizentes à época são levantadas, questões às quais o artista foi responsivo
ativo[22] exercendo inúmeros atos-responsáveis irrepetíveis e únicos através da
peça e também de suas outras obras e de sua existência. Há que se dizer também
que para este acabamento estético em específico, a peça “The Water Hen”,
Witkacy não simplesmente se mistura e mostra rastros de sua vida como exerce a
exotopia.
Não se sabe, mas com certeza a atmosfera final da peça traz um desencanto
próprio do catastrofismo de Witkacy. A peça, de fato, parece ser constituída de
uma série de atmosferas que vão mudando de modo fluido, fazendo retornos nos
momentos menos esperados. Trata-se de uma dramaturgia que o
prefaciador[23] de “The Water Hen” denomina como circular, esférica. O leitor
então passa como num sonho de uma atmosfera para outra e circularmente
retorna a “deja vus”, traçando novas interpretações para o que virá. A atmosfera
cômica se instala em seguida à demonstração de ciúmes, talvez denunciando a
pouca filiação de Witkacy a Sigmund Freud(1856-1939), só mais uma de suas
referências num universo de possibilidades e sem verdades absolutas. A crítica de
Witkacy acontece a Freud, mas também aos socialistas e aos fascistas. Witkacy
não via, tal como chegaram a ver o russo Vsevolod Meyerhold(1874-1940) ou o
francês Antonin Artaud(1896-1948), também envolvidos com o teatro e com o
pensamento estético, a possibilidade de um novo homem, de uma nova sociedade,
ou de um retorno às origens rituais para uma revolução sócio-cultural. Seu lado
paródico talvez tenha muito a ver com esta descrença no futuro que já se fazia
presente graças às guerras, aos avanços tecnológicos, à mecanização do mundo
e ao massacre da individualidade.
Mas Witkacy gostaria de chegar com suas obras poéticas à Forma Pura, assim
como com “The Water Hen”. A dramaturgia de Witkacy é não realista, não existe
uma narrativa linear, havendo um relativismo total de tempo e espaço, com
personagens que retornam após a morte, os personagens são liberados das leis
da psicologia, da ética, da biologia, há um rompimento com a intriga e a ação, com
a lógica da causa e efeito e quer-se eliminar funções teóricas de caráter didático,
político, social, etc (GRENDA, 2000, pp. 493-505).
Podemos observar rastros da primeira e da segunda viagens na teoria da Forma
Pura que Witkacy adapta para o teatro[24], que não deveria ser experimental e sim
arte. Apesar de não ser uma arte pura como a música – cujo elemento essencial e
à parte à vida seriam as notas – ou a pintura – cujo elemento seria a cor, o teatro
seria de grande complexidade e de enormes possibilidades criativas, apesar de ter
sido a linguagem artística que mais sofrera “degeneração” devido ao fato de os
artistas quererem convertê-la na própria vida[25]. Witkacy mostra-se na teoria
contrário a um teatro literário, mas também contra o exagero da plasticização ou
da sonorização da cena. Para instaurar o fenômeno autônomo o encenador
deveria buscar equilíbrio de todos os meios. Witkacy acreditava que a renovação
do teatro não residia nas novas tendências dramáticas como o simbolismo, nem
nos insólitos efeitos cênicos do expressionismo[26], nem na estilização, nem na
reteatralização do teatro a partir da degradação do papel do texto dando prioridade
aos elementos plásticos e acústicos. O importante não seria provocar sensações
caóticas ao explorar o subconsciente freudiano, nem chegar ao absurdo como
Alfred Jarry(1873-1907)[27]. Witkacy parece querer explodir o teatro naturalista a
partir de dentro introduzindo no palco tradicional um drama novo acompanhado de
uma técnica de interpretação particular. Para isso, o texto teria grande importância,
uma vez que os atores enquanto co-criadores[28] deveriam entender a ideia
formal do autor para então poderem criar, o que então só poderia ser feito a partir
do texto. O ator deveria então compreender sua participação na obra como um dos
elementos dela constitutivos, como uma mancha na composição, sendo por isso
qualquer movimento importante, de modo que deveria se entender a disposição
dos atores em cena como uma composição pictórica.[29]
A Forma Pura resultaria num teatro racional com regras diferentes das da vida
real, com sua própria construção e lógica interna. Todos os elementos, mesmo que
contraditórios, deveriam ser unidos pelo autor por meio de uma ideia interna da
forma, porque a arte necessitaria de certa tensão de elementos para poder ser
encenada de forma realista e entendida pelos espectadores, mesmo que lhes
causando estranhamento, estupefação, êxtase, deslumbramento ou transe, já que
seria fundamental chegar no limite entre o teatro e o sagrado. Tanto na Grécia
Antiga quanto no Renascimento, teria havido, segundo Witkacy, a quebra dessa
possibilidade, tornando inviável a experiência mística por parte dos espectadores.
Para tanto, o diretor e os atores seriam os criadores essenciais da obra em cena,
enquanto o autor só daria o libreto pois a obra seria criada em cena[30]. Witkacy
preconizava que o homem contemporâneo, apesar do desconhecimento em
relação a mitos e crenças, pudesse viver sentimentos metafísicos como antes o
homem vivia por causa dos mitos e crenças. O teatro teria vindo à tona na sua
forma mais pura onde se desintegrou o antigo culto. Quando a arte cumpria com
suas vocações metafísicas complementando o culto, acontecia a unidade entre
forma e conteúdo. Assim, o teatro da Forma Pura deveria levar a outra dimensão,
à realidade das vivências metafisicas, muito distantes da crença do que fosse a
realidade da vida. Os sentimentos seriam meros pretextos para expressar as
relações formais através de suas relações e da síntese entre imagens e sons, e
finalmente, dos significados das palavras pronunciadas, remetendo a uma
dimensão psíquica distinta, uma dimensão metafísica.
Este aspecto metafísico da Forma Pura tem também a ver com a segunda
importante viagem de Witkacy, a que ele realiza quando conhece tribos na Nova
Zelândia, tendo contato com povos ancestrais e seus ritos. Witkacy usava
drogas[31] para fazer suas pinturas, eram momentos em que ele buscava essa
espécie de conexão perdida com a natureza e com o cosmos, que lhe
proporcionavam um contato com uma dimensão outra do real[32] e com a qual ele
chegou a ter contato em meio a estes povos. A Forma Pura seria a maneira de
conquistar este efeito através da arte.
Witkacy chegou a dizer que poderiam não considerá-lo um bom artista, mas que
de modo nenhum poderiam não considerá-lo um artista. Ele mesmo dizia que uma
obra de arte que fosse completamente Forma Pura era uma utopia. No entanto,
isso não fez com que deixasse de perseguir a Forma Pura. Se buscarmos um
conceito de artista em Bakhtin perceberemos certa familiaridade com o de Witkacy
no ensaio Arte e Responsabilidade(BAKHTIN, 1919):
Para Bakhtin, o artista não pode ser um ingênuo e não deve se entregar à
inspiração, pois o trabalho a ser demandado é grande. A técnica, por mais
habilidosa, sozinha é pouco. O conteúdo da vida também deveria estar presente,
no entanto, modificado, para então ser criada uma vida autônoma, unindo
finalmente cultura e vida em uma tensão apropriada. Provavelmente Witkacy
concordaria. Bakhtin tinha suas críticas em relação aos formalistas, que podem ser
vistas como análogas às críticas de Witkacy às vanguardas, algumas citadas
quando foi abordada a Forma Pura em relação ao teatro.
Arte e “mea culpa” – que arte existe hoje em dia que poderia ser comparada à
Forma Pura responsiva? Será esta ainda uma questão importante? Estaríamos já
completamente mergulhados neste mundo mecânico de que falou Witkacy? Ou
ainda existiriam estas ilhas utópicas ou mesmo laivos de fenômenos neste
sentido? E quem poderia dizer algo assertivamente para que o restante da
humanidade acreditasse após Marcel Duchamp(1887-1962)[33]?
Como último Ato da peça “Witkacy”, o suicídio. Provavelmente perdera qualquer
esperança em relação a poder continuar a agir sua própria vida de modo mais
pleno, ou seja, através da arte e da filosofia.
BIBLIOGRAFIA:
ARTAUD, Antonin. Obra completa. Paris: Gallimard, Collection Blanche, 28 vols,
1998.
BAKHTIN, Mikhail. Estética da criação verbal. trad. Paulo Bezerra. São Paulo:
Martins Fontes, 2003.
BAKHTIN, Mikhail M. Para uma filosofia do Ato Responsável. São Carlos: Pedro e
João Editores, 2010.
BAKHTIN, Mikhail. Estética da criação verbal. Trad. Paulo Bezerra. São Paulo:
Martins Fontes, 1997.
______. Arte e responsabilidade. Estética da criação verbal. Trad. Paulo Bezerra.
São Paulo: Martins Fontes, 2003.
CAMARGO, Robson Corrêa de. A teatralização do mundo segundo Witkacy (1885-
1939): As formas de um artista nas margens de seu tempo. Revista Moringa, 2013.
Disponível
em: https://www.academia.edu/9271061/a_teatraliza%c3%87%c3%83o_do_mu
ndo_segundo_witkacy_moring_2013. Acesso: 28-09-16.
Gerould, Daniel (orgs). Witkacy: Stanislaw Ignacy Witkiewicz As an Imaginative
Writer. 1981.
[29] Há a indicação de que, ao falar ou após falar, o ator poderia fazer algum
movimento, mas não mímica.
[30] Há certa contradição neste comentário de Witkacy, na medida em que o texto
seria um elemento importante. Na sua teoria formulada para o teatro é importante
perceber, no entanto, que ele acaba falando mais do autor e do ator do que
propriamente do diretor ou do cenógrafo. De todo modo, dizia que a palavra traria
a questão essencial e que o restante deveria se adequar a ela. O diretor deveria
então entender o conteúdo puramente formal da obra e criar uma unidade de
construção homogênea da obra com a subordinação de todos os elementos à ideia
geral da encenação e ao tom formal do espetáculo (GRENDA, 2000, pp. 493-505).
[31] .Onde chegava a deixar registrado o que usara durante a sua criação, como
que deixando histórias do processo criativo dentro da obra, um procedimento que
poderíamos considerar de filiação modernista mas que pode ser considerado
extremamente influenciador de procedimentos na arte contemporânea.
[32] Com certeza muito distante da lógica, e muito próxima de imagens
desconexas, coloridas, vibrantes, distorcidas, mas com uma inteligência maior.
[33] Artista dadaísta que criou o ready-made e colocou em revolução o conceito
canônico de arte.