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Bruxas

na
Idade Média
O conceito de bruxaria surgiu na Idade Média, de
acordo com o Martelo das Feiticeiras (1487) e outros
manuais da época usados para caçar, prender e
exterminar as “agentes de Satã”. Bruxa (ou bruxo)
era a pessoa que praticava magia para fins malignos,
com a ajuda do demônio.
Contudo, na realidade as bruxas eram, em sua
maioria, mulheres camponesas muito pobres, que
viviam sozinhas em pequenos casebres às margens
das aldeias e, para sobreviver, atuavam como
curandeiras, fazendo feitiços, simpatias e remédios
naturais.
É preciso entender que formas de magia eram
praticadas desde a Antiguidade, e nem sempre eram
vistas como algo ruim. Durante o período greco-
romano, a palavra mageia designava uma espécie de
religião não oficial baseada no culto de deuses
ligados à noite e à escuridão.
Com a Europa convertida ao cristianismo, a
maneira de encarar as religiões que usavam
magia mudou na Idade Média. Os ritos
mágicos caíram no enorme balaio de
crenças proibidas.

Entre as figuras mais respeitadas nas


aldeias e nos campos – onde viviam 95% da
população européia no século 15 – estavam
as curandeiras, chamadas de “mulheres
sábias” na Inglaterra, França, Alemanha e
outros países europeus.
Essas mulheres eram geralmente viúvas ou
solteironas, com enorme conhecimento de
ervas medicinais. Embora fossem
miseráveis, tinham grande prestígio em
uma realidade de pouquíssimos médicos,
pois atuavam como faz-tudo: parteiras,
adivinhas, terapeutas...
Segundo as crença cristã que criminalizava a bruxaria entre
os séculos 15 e 17, as bruxas eram acusadas deveriam ser
mortas porque eram acusadas de adorar o Diabo, promover
rituais malignos, lançar feitiços e maldições, roubar bebês
recém-nascidos na calada da noite, e os esquartejar antes de
serem batizados. Depois, ferviam os corpos mutilados num
caldeirão para fabricar venenos e poções mágicas.
Nessa noitada diabólica, as bruxas se entregavam a uma
maratona de pecados e blasfêmias. Comiam banquetes
canibalescos, cujo cardápio incluía corações de crianças e
carne de homens enforcados. Promoviam orgias em que todas
as perversões sexuais imagináveis eram permitidas.
Acreditavam que nos sabás, o Diabo em pessoa entrava nas
festas dançando e amando suas servas na forma de bode
preto, gato gigante ou homem-monstro, com 7 chifres na
cabeça
Era preciso culpar alguém pelas calamidades que
arrasaram a Europa no século 14, em 1315,
catástrofes climáticas destruíram colheitas em toda a
Europa, exterminando 20% da população e originando
surtos de canibalismo. Décadas depois veio a peste
negra, uma gigantesca epidemia que matou um terço
dos habitantes da Europa, cerca de 20 milhões de
pessoas. Numa época cheia de superstições, sobrou
para as curandeiras.
“Durante as crises, os pobres do campo passaram a
descontar sua frustração pelas colheitas ruins ou pela
alta taxa de mortalidade infantil sobre aquelas que
tinham menos capacidade de reagir. As solteironas e
as viúvas que foram rotuladas como bruxas.
A caça às bruxas, até então esporádica, foi
oficializada em 1484, quando o papa Inocêncio 8°
publicou uma bula transformando em hereges todos
aqueles que “realizam encantamentos, sortilégios,
conjurações de espíritos e outras abominações do
gênero”. A sabedoria popular sem respaldo da Igreja
passou a ser coisa do Diabo.
Em razão de tantas acusações contra a bruxaria, a
Inquisição, que eram tribunais da Igreja Católica que
perseguiam, julgavam e puniam pessoas acusadas
de desviarem de normas e condutas consideradas cristãs,
oficializou a Caça às Bruxas em 1484, século 15, a
perseguição perdurou até o século 18.

Foi um período de transição do mundo medieval para o


período moderno, no qual durante cerca de 400 anos, os
governos laicos e as autoridades religiosas da Europa
prenderam, torturaram e assassinaram uma multidão de
pessoas pelo crime de feitiçaria.

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