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Aula 11: Avaliação de Áreas

Universidade Federal do Ceará


Departamento de Engenharia de Transportes
Prof. Waldemiro de Aquino
Objetivo estimativa
Um dos objetivos de um levantamento topográfico é a
da área do terreno com seus limites, que pode ser
dada através de medições realizadas diretamente no terreno, ou
através de medições gráficas sobre uma planta topográfica.
As áreas que realmente interessam
em todos os trabalhos topográficos são as
da projeção horizontal, isto é, as
denominadas base produtiva, visto que
todas as construções apoiam-se em uma
projeção horizontal.

A área de um terreno é calculada para


todos os fins legais e administrativos,
segundo as projeções horizontais das
linhas que a delimitam.

Um terreno plano e um inclinado


podem ter a mesma área legal e
administrativa, mesmo que as suas áreas
reais sejam distintas.
Em Topografia a estimativa de uma área de uma porção do terreno pode
ser obtida em função de uma planta que representa a sua projeção horizontal,
ou então pelo método numérico, empregando-se os valores das coordenadas
retangulares dos pontos limítrofes do terreno.

Para se estimar uma área, pode-se utilizar diversos métodos. A escolha do


método é função de alguns fatores tais como:
- a precisão desejada;
- a aplicação de medições diretas obtidas no terreno;
- informações obtidas através de planta topográficas, etc..
A área total do terreno é
função da área da poligonal
básica e de áreas extra-
poligonais.
Cálculo de área de Figuras Planas
Avaliação de áreas de figuras
planas faz parte deste estudo
preliminar e tem como objetivo
informar quais as áreas aproximadas
envolvidas por um determinado
projeto.
Métodos de avaliação de áreas de Figuras Planas

Métodos de Equivalências Métodos Mecânicos ou Métodos Analíticos:


Gráficas / Decomposição: Eletrônicos:
● Trapézios ● Planímetro Polar ● Dupla Distância Meridiana
● Gabarito ● Balança de Precisão (Coordenadas Parciais)
● Por Faixas ● Gauss (Coordenadas
● Quadrículas Totais)
I) ÁREA INTERNA Os principais métodos para
determinar a área interna
DA POLIGONAL
da poligonal, de uma figura
plana são:

● Decomposição
● Equivalências Gráficas
Método de Decomposição
Esse processo consiste em decompor a
poligonal topográfica em figuras
geométricas conhecidas: retângulo,
triângulo, trapézio, etc.
Método de Equivalências Gráficas
Método das faixas: divisão do terreno em faixas de igual largura

h = largura da faixa
n = número de faixas
b = comprimento da faixa
Método de Equivalências Gráficas
Quadrículas: A área da figura é função da área da quadrícula base
(SQ) e do número de quadrículas constantes no terreno (Qn).
A precisão da área obtida por este método é tanto maior quanto
menor for a área da quadrícula.
Método Mecânico ou Eletrônico
O Método é dito mecânico, ou eletrônico, quando, para a avaliação
da área, utilizam-se aparelhos mecânicos ou eletrônicos.
● Planímetro Polar
É um aparelho que consiste de duas hastes articuladas, um pólo, um traçador,
e um tambor.
Método Mecânico ou Eletrônico
A diferença do aparelho mecânico para o eletrônico está na parte integrante.

O aparelho mecânico, há necessidade de ler o número de voltas que o aparelho


deu ao percorrer o perímetro de uma determinada figura e, em função da escala da
planta, calcular a área através de relação matemática.
Método Mecânico ou Eletrônico
O aparelho eletrônico, por sua vez, permite a entrada da escala da planta (através
de digitação) e a escolha da unidade a ser trabalhada;

Ao terminar de percorrer a figura, este exibe, automaticamente, o valor da área


num visor de LCD (cristal líquido).
Método Mecânico ou Eletrônico

Planímetro digital utilizado para a determinação da área de uma figura qualquer (Brandalize, 1999).
Processos analíticos
I) Método da DDM (Dupla Distância Meridiana)

I. Considere o polígono 1-2- II. Marque as projeções dos


3-4-5. vértices do polígono no eixo y

2 1

5
3

4 X
Processos analíticos
I) Método da DDM (Dupla Distância Meridiana)

III. Áreas
Processos analíticos
I) Método da DDM (Dupla Distância Meridiana)

III. Áreas A ÁREA DA POLIGONAL É FORMADA POR:

Área 11’5’5 Área 11’2’2

Área 22’3

Área 55’4’4

Área 34’4
Processos analíticos
I) Método da DDM (Dupla Distância Meridiana)

2 1

Área do Polígono = 11’5’5 + 55’4’4 - 11’2’2 - 22’3 - 34’4

5
3

4 X
Processos analíticos
I) Método da DDM (Dupla Distância Meridiana)

IV. Área do trapézio

Bm
Processos analíticos
I) Método da DDM (Dupla Distância Meridiana)

Bm

Bm = média das duas bases

Considere o alinhamento 4-5. A dm 4-5


corresponde a distância horizontal entre o dm 4-5
ponto médio do alinhamento 4-5 e o eixo y. h 4-5
Processos analíticos
I) Método da DDM (Dupla Distância Meridiana)
V. Como determinar a DM?

A regra diz: “a distância


meridiana de um alinhamento é
igual a distância meridiana do
alinhamento anterior somada à
metade da abscissa do
alinhamento anterior somada à
metade da abscissa do próprio
alinhamento”.
Processos analíticos
I) Método da DDM (Dupla Distância Meridiana)
V. Como determinar a DM?

A regra diz: “a distância


meridiana de um alinhamento é
igual a distância meridiana do
alinhamento anterior somada à
metade da abscissa do
alinhamento anterior somada à dm4-5
metade da abscissa do próprio dm3-4
alinhamento”.
X3-4 X4-5
Processos analíticos
I) Método da DDM (Dupla Distância Meridiana)
V. Como determinar a DM?

Coordenadas
parciais (E-W)

dm4-5
dm3-4

X3-4 X4-5
Processos analíticos
I) Método da DDM (Dupla Distância Meridiana)
VI. Para calcular a DM:
A equação associa a DM de uma alinhamento com a DM do alinhamento
anterior. Mas não conhecemos nenhuma DM ainda...
Vamos ver o que acontece no alinhamento que se inicia no ponto mais à
oeste (alinhamento 3-4).
Processos analíticos
VI. Para calcular a DM:

Como o alinhamento 2-3 tem coordenada


parcial X negativa e dimensão igual a dm2-3,
estas parcelas se anula,.
𝑿𝟐−𝟑
𝟐

Assim, sempre no alinhamento que se inicia no


dm2-3
ponto mais à oeste teremos:

dm3-4
𝑿𝟑−𝟒
𝟐
Processos analíticos
I) Método da DDM (Dupla Distância Meridiana)
A partir deste alinhamento, podemos calcular as demais DM.

Como vimos, a DM é calculada nos


alinhamentos sendo somada à metade dos
valores das abcissas (coord. parciais E-W)
Processos analíticos
I) Método da DDM (Dupla Distância Meridiana)
Por exemplo,

𝑿𝟑−𝟒 𝑿𝟒−𝟓
𝑫𝑴𝟒−𝟓 = 𝑫𝑴𝟑−𝟒 + + (I)
𝟐 𝟐

Se multiplicarmos a equação (I) por 2, teremos:

𝑫𝑫𝑴𝟒−𝟓 = 𝑫𝑫𝑴𝟑−𝟒 + 𝑿𝟑−𝟒 + 𝑿𝟒−𝟓

evitando, assim, ter que dividir os valores das coord. parciais (E+W).
Processos analíticos
I) Método da DDM (Dupla Distância Meridiana)
Se calcularmos então a área do polígono usando a variável DDM no lugar de DM,
obteremos o dobro da área, assim:

Observe que as parcelas das áreas a serem somadas correspondem aos produtos
com coordenada y orientada para o norte e as parcelas das áreas a serem
subtraídas correspondem aos produtos com coordenada y orientada para o sul.
Processos analíticos
I) Método da DDM (Dupla Distância Meridiana)
A ÁREA DA POLIGONAL É FORMADA POR:

Área 11’5’5 Área 11’2’2

Área 22’3

Área 55’4’4

Área 34’4
Processos analíticos
I) Método da DDM (Dupla Distância Meridiana)

Chamaremos estas parcelas de produto norte (PN) e produto sul (PS).


Assim, a área do polígono será:
Processos analíticos
I) Método da DDM (Dupla Distância Meridiana)
Exemplo:
Dadas as coord. parciais da poligonal 1-2-3-4-5, calcule sua área.
DM -> ponto mais a oeste, arbitramos que um dos pontos tem coord. total x = 0
30

DDM -> ponto mais a oeste, arbitramos que um dos pontos tem coord. total x = 0
30
30+30+20

DDM -> ponto mais a oeste, arbitramos que um dos pontos tem coord. total x = 0
1
Á𝑟𝑒𝑎 𝑑𝑜 𝑃𝑜𝑙í𝑔𝑜𝑛𝑜 = ෍ 𝑃𝑁 − ෍ 𝑃𝑆
2

𝐴𝑝𝑜𝑙í𝑔𝑜𝑛𝑜 = 787,5 𝑚2
Processos analíticos
II) Método de Gauss (Coordenadas Totais)

A ÁREA DA POLIGONAL É FORMADA POR:


Processos analíticos
II) Método de Gauss (Coordenadas Totais)

𝐵+𝑏 ℎ 𝑋1 + 𝑋2 . (𝑌1 − 𝑌2 )
𝐴1′ 122′ = =
2 2

𝐵+𝑏 ℎ 𝑋5 + 𝑋1 . (𝑌1 − 𝑌5 )
𝐴1′ 155′ = =
2 2 𝐵+𝑏 ℎ 𝑋2 + 𝑋3 . (𝑌2 − 𝑌3 )
𝐴2′ 233′ = =
2 2

𝐵+𝑏 ℎ 𝑋3 + 𝑋4 . (𝑌3 − 𝑌4 )
𝐴3′ 344′ = =
2 2
𝐵+𝑏 ℎ 𝑋5 + 𝑋4 . (𝑌5 − 𝑌4 )
𝐴5′ 544′ = =
2 2
Processos analíticos
II) Método de Gauss (Coordenadas Totais)
𝐴12345 = 𝐴1′ 155′ + 𝐴5′ 544′ − 𝐴1′ 122′ − 𝐴2′ 233′ − 𝐴3′ 344′
𝑋5 +𝑋1 ∗(𝑌1 −𝑌5 ) 𝑋5 +𝑋4 ∗(𝑌5 −𝑌4 ) 𝑋 +𝑋 ∗(𝑌 −𝑌 ) 𝑋2 +𝑋3 𝑥(𝑌2 −𝑌3 ) 𝑋3 +𝑋4 𝑥(𝑌3 −𝑌4 )
𝐴12345 = + - 1 2 1 2 - -
2 2 2 2 2
1
𝐴12345 = ( 𝑋5 + 𝑋1 ∗ 𝑌1 − 𝑌5 + 𝑋5 + 𝑋4 ∗ (𝑌5 − 𝑌4 )- 𝑋1 + 𝑋2 ∗ (𝑌1 − 𝑌2 )- 𝑋2 + 𝑋3 𝑥(𝑌2 − 𝑌3 )- 𝑋3 + 𝑋4 𝑥(𝑌3 − 𝑌4 ))
2
1
𝐴12345 = (𝑋5 𝑌1 − 𝑋5 𝑌5 + 𝑋1 𝑌1 − 𝑋1 𝑌5 + 𝑋5 𝑌5 − 𝑋5 𝑌4 + 𝑋4 𝑌5 − 𝑋4 𝑌4 - 𝑋1 𝑌1 + 𝑋1 𝑌2 − 𝑋2 𝑌1 + 𝑋2 𝑌2
2
- 𝑋2 𝑌2 + 𝑋2 𝑌3 − 𝑋3 𝑌2 + 𝑋3 𝑌3 - 𝑋3 𝑌3 + 𝑋3 𝑌4 − 𝑋4 𝑌3 + 𝑋4 𝑌4
1
𝐴12345 = (𝑋5 𝑌1 − 𝑋1 𝑌5 −𝑋5 𝑌4 + 𝑋4 𝑌5 +𝑋1 𝑌2 − 𝑋2 𝑌1 + 𝑋2 𝑌3 − 𝑋3 𝑌2 +𝑋3 𝑌4 − 𝑋4 𝑌3)
2

A equação 𝐴12345 pode ser apresentada em forma matricial:


1 𝑋1 𝑋2 𝑋3 𝑋4 𝑋5 𝑋1
𝐴12345 =
2 𝑌1 𝑌2 𝑌3 𝑌4 𝑌5 𝑌1
Processos analíticos
II) Método de Gauss (Coordenadas Totais)
Exemplo 2:

1 𝑋1 𝑋2 𝑋3 𝑋4 𝑋5 𝑋1
PONTO X Y 𝐴12345 =
2 𝑌1 𝑌2 𝑌3 𝑌4 𝑌5 𝑌1
1 50 50 1 50 35 10 40 60 50
𝐴12345 =
2 35 45
2 50 45 35 20 30 50
1
3 10 35 𝐴12345 = (50 ∗ 45 + 35 ∗ 35 + 10 ∗ 20 + 40 ∗ 30 + 60 ∗ 50
2
4 40 20 −35 ∗ 50 − 10 ∗ 45 − 40 ∗ 35 − 60 ∗ 20 − 50 ∗ 30)

5 60 30 𝐴12345 = 787,5 𝑚2
Define-se como área extra-poligonal
II) ÁREA EXTRA- a área compreendida entre um
POLIGONAL trecho reto (lado da poligonal) e a
curva limite da área levantada.
Interna Externa As áreas extra-poligonais podem ser
internas e/ou externas à poligonal
básica.
Cálculo de áreas extra-poligonais

Dentre os processos analíticos, os


mais usados são os que subdividem as
áreas extra-poligonais em pequenos
trapézios.
Cálculo de áreas extra-poligonais
Cálculo de áreas extra-poligonais
Quando a área extra-poligonal apresenta grandes mudanças direcionais (grande
sinuosidade), a figura deve ser decomposta em trapézios desiguais e suas áreas
parciais serem avaliadas pela equação do trapézio para determinação da área.
Cálculo de áreas extra-poligonais
Nos casos em que as áreas extra-poligonais não apresentarem grandes
sinuosidades, é recomendável a aplicação de equações baseadas na divisão da
figura em trapézios de intervalos regulares, empregando uma das três fórmulas
clássicas:
● BEZOUT
● SIMPSON
● PONCELET
Cálculo de áreas extra-poligonais
● Fórmula dos trapézios ou Bezout
A área extra-poligonal deve ser dividida em um trapézios de mesma
altura h.
Cálculo de áreas extra-poligonais
● Fórmula dos trapézios ou Bezout

Resumindo:

onde,
E=bases externas
M = bases internas
Cálculo de áreas extra-poligonais
● Fórmula de Simpson
A área extra-poligonal deve ser subdividida em um número par de trapézios.
- Método mais adequado que Bezout quando os limites são curvos.


𝑆𝑆 = (𝐸 + 2𝑃 + 4𝐼)
3
E = soma das medidas das ordenadas
externas;

I = soma das medidas das ordenadas internas


de ordem ímpar;

P = soma das medidas das ordenadas internas


de ordem par;
Cálculo de áreas extra-poligonais
● Fórmula de Poncelet
Considera-se um número par de trapézios com a mesma altura

P = soma das bases de ordem par;

E = soma das bases extremas;

E’= soma da segunda base com a


penúltima base;
Cálculo de áreas
extra-poligonais
Exemplo - Bezout:
E = 1,8 + 3,8 = 5,6

M = 3,5 + 4,7 + 5,5 + 5,8 + 5,4 = 24,9

𝟐𝟎
𝑺= 𝟓, 𝟔 + 𝟐 ∗ 𝟐𝟒, 𝟗
𝟐

𝑆 = 554 𝑚2
Cálculo de áreas ℎ
extra-poligonais 𝑆𝑆 = (𝐸 + 2𝑃 + 4𝐼)
3
Exemplo - Simpson:
E = 1,8 + 3,8 = 5,6

I = 3,5 + 5,5 + 5,4 = 14,4

P = 4,7 + 5,8 = 10,5

𝟐𝟎
S= (𝟓, 𝟔 + 𝟐 ∗ 𝟏𝟎, 𝟓 + 𝟒 ∗ 𝟏𝟒, 𝟒)
𝟑

𝑆 = 561,333 𝑚2
Cálculo de áreas
extra-poligonais
Exemplo - Poncelet:
E = 1,8 + 3,8 = 5,6

E’=3,5 + 5,4 = 8,9

P = 3,5 + 5,5 + 5,4 = 14,4

𝟓,𝟔−𝟖,𝟗
S = 𝟐𝟎 ∗ 𝟐 ∗ 𝟏𝟒, 𝟒 + 𝟒

𝑆 = 559,5 𝑚2

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