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Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural

Guia de Metodologia
de Extensão Rural

Niterói - Outubro/J99'
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Elaboração:

GNVPII DF MFTtlJ)fI[flGIA - GIIUIHFT

Participantes:

Luiz Sergio de Azeredo M edeiros - Supervisor Regional


Sebastião Antonio Rezen de - GTR - Culturas
Jorge Ferreira de Souza - Supervisor Regional
Luiz Victor Pereira Arentz - GTR - Criação
Pa ulo R u dnei B ertoldo - Supervisor Regional
Jorge Ronaldo C. Machado - GTR - Criações.
L uiz A lberto M. Azevedo - Supervisor Regional.
José Antonio D'etazari - GTR - Criações.
Luiz Carlos T. Guimarães - Supervisor Regional.
Yonne Ferreira de Souza - GTR - BES.
José Castro de M acedo - GTR - Irrigação e Drenagem.
Jorge Luiz de Barros - GTR - Criações.
Francisco José B. Leite - Supervisor Regional.
Ramiro Botelho de Oliveira - GTR - Culturas.
Knut Koster Mueller - GTE - Programação.
Eu dix Tereza C. Da Silva - Codes/Nudor.
Valdir Visconti Junior - GTE - Metodologia.

Digitadores: José Batista dos Santos FilholRosangela Cardoso da Cunha

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MetodologIa de Extensão Rural
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Página

Introdução 8
Conceituações 9
Escala de Aprendizagem 10 •
Escolha ou Seleção de Métodos e Combinações de Métodos 11
Avaliação da Metodologia de Extensão 13
Classificação dos Métodos : 14
Caracterização dos Métodos 15
Contato 15
Visita 15
Demonstração de Métodos 16
Unidade de Observação , , : 17
Reunião 18
Demonstração de Resultado 19
Unidade Demonstrativa 21
Excursão 22
Curso , 23
Treinamento 24
Propriedade Demonstrativa 26
Dia de Campo 27
Dia Especial 28
Mutirão 29
Concurso 29
Exposição 30
Semana Especial 31
Campanha 32

-5-
Metodologia de Extensão Rural
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APRESENTAÇÃO . ,
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I.

A Extensão Rural no Estado do Rio de Janeiro, nos seus 37 anos de atuação junto à família rural,
. com certeza contribuiu muito para o desenvolvimento do meio rural.

Hoje, com os resultados desta ação, com o maior acesso às informações e com a conscientização de
seu papel dentro do contexto político, econômico e social, a Família Rural e suas organizações estão
exigindo, além dê serviços públicos eficientes e eficazes, mais comprometimento com os movimentos
sociais rurais que buscam a auto-gestão através da troca de conhecimentos. Este público não admite mais
ser tratado como objeto das ações. Ele quer ser sujeito dO processo mediante a participação que exercita,
o
a reflexão, raciocínio, a inteligência, a imaginação e a criatividade. É desta forma e nesse contexto que
o Extensionista deve ser considerado um "agente de mudança", isto é, um facilitador do processo de ·1
transformação social e mudança de comportamento,

Para isso, é necessário também que a ação extensionista se renove, ajustando-se aos novos tempos,
principalmente em termo de conduta e comportamento perante seu público, e isto só se consolidará em
conhecimento, habilidade e atitudes, com muito exercício de aprofundamento teórico e intelectual, que
são a ponte entre a realidade atual e a prática transformadora.

Consciente de que a Extensão Rural é um processo educativo de caráter permanente e que os


Métodos de Extensão são os principais instrumentos didáticos para sua prática, a Diretoria da EMATER-
RIO sinalizou favoravelmente ao Projeto Metodologia, que tem como objetivo "melhorar a qualidade da
ação extensionista e o resultado desta ação".

o Projeto Metodologia vem cumprindo suas etapas, em caminhada árdua e fascinante que faz jus à
própria saga democrática. Realizamos o Seminário de Metodologia, onde reuniu-se um grupo de
extensionistas, carinhosamente chamado de GRUMET (Grupo de Metodologia) que alicerça este proje-
to, e que, por três dias discutiu os métodos de extensão, uniformizando conceitos, padronizando condu-
tas, revendo conteúdo etc., culminando com o documento Guia de Metodologia de Extensão Rural,
que seráum instrumento de consulta diária e a base para o treinamento de todos os Extensionistasda
EMATER-RIO. .

Valdir Jlisconti Junior


Gerente Técnico Estadual de Metodologia

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I := 'NfRODUeÃO
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o extensionista é um educador e este processo de educação se dá de maneira informal, onde os


Métodos de Extensão são as ferramentas para a comunicação entre as pessoas.

A comunicação extensionista é conscientizadora, participativa e dialógica, e é dentro deste contexto


que se desenvolve o processo educativo.

A concepção de educação ora preconizada não pretende educar mediante mera transmissão, nem
mediante a simples difusão. Se o conhecimento se gera e/ou se recria no diálogo ou na comunicação entre
sujeitos, desaparece a relação tradicional do instrutor e o treinando. Ambos serão educadores - educandos,
simultaneamente, educando-se reciprocamente no processo de relacionamento humano, no debate, na
problematização, no equacionamento, na ação criadora e na busca conjunta de solução para os problemas
da realidade que desejam transformar.

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Metodologia de Extensão Rural

~''c' ',: '", '.' ESCALA' DE APREND'ZAGEM '

Nem sempre todas as pessoas deum grupo encontram-se no mesmo grau de conhecimento e
informação sobre um tema ou prática,

É a partir desta diferença que algumas pessoas aceitam mais rapidamente novas idéias, enquanto
outras só aceitam depois de algum tempo, dependendo da forma como é recebida e da seqü ência de
estímulos oferecidos através de uma estratégia metodológica.

Teoricamente são cinco as fases identificadas no processo de aprendizagem ou de adoção de uma


nova idéia: ÁTENCÃO; INTERESSE, AVALIAÇÃO, EXPERIÊNCIA E ADOÇÃO.

A escala de aprendizagem auxilia o extensionista a escolher os métodos ajudando a identificarem


que fase da escala encontra-se a maioria ou a média do grupo em relação a um tema ou prática.

ADOÇÃO

EXPERIÊNCIA I
AVALIAÇÃO I
INTERESSEI
ATENÇÃO'

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IV - ES~OLHA OU SELEÇÃO DE MÉrODOS E COMBINAÇÃO DE MÉrODOS

Na habilidade de selecionar e combinar os métodos de Extensão é que o Extensionista demonstra


toda sua sensibilidade para realizar um bom trabalho de Extensão Rural.

Conforme previsto no planejamento da EMATER-RIO, o Extensionista, de forma participativa com


a população das Comunidades, faz a análise e interpretação do Estudo da Comunidade (Diagnóstico) e
elabora o Plano de Trabalho Comunitário, estabelecendo a Estratégia Metodológica, que irá repro-
duzir em ações a serem desenvolvidas para alcançar os objetivos estipulados.

Neste momento é que o Extensionista coloca todo seu conhecimento dos métodos, sua habilidade
de escolher, combinar e apoiar um com outro, numa verdadeira Estratégia Metodológica. Sabemos que
nenhum método de Extensão existe isoladamente, sempre estará no início, no centro ou no final de um
conjunto ou combinação de métodos. É ainda mais, o método pode ser a ligação entre um conjunto de
métodos e outros. E isto assim acontece porque a ação extensionista é feita através de métodos e o
processo de aprendizagem é permanente.

A) COMO SELECIONAR OS MÉTODOS?

B) COMO COMBINAR OS MÉTODOS?

Tentaremos responder estas perguntas com um exemplo:

- Suponhamos que na análise do Diagnóstico da Comunidade ficou constatado que a produtividade de


leite é baixa e a Qualidade do Rebanho é um dos fatores que mais contribui para isso, uma vez que a
alimentação está plenamente equilibrada.

SITUAÇÃO ATUAL SITUAÇÃO DESEJADA

Baixa Qualidade do Rebanho Seleção do Rebanho

Observação: Ter sempre em mente que o objetivo é aumentar a produtividade de leite na comunidade, e
não só de um produtor.

- ESTRATÉGIA METODOLÓGICA-

- Qual a prática tecnológica que melhor contribuirá para iniciarmos um trabalho extensionista para pro-
mover as mudanças desejadas na qualidade do rebanho?
Resposta: Controle Leiteiro.

- Uma vez definida a prática, esta deve ser explicada para todos os produtores da comunidade: o que é,
como deve ser executada e quais suas vantagens.

- Qual o método de extensão que melhor se aplicaria neste momento para mostrar e despertar atenção dos
possíveis adotantes desta prática? Jf

Resposta: Unidade Demonstrativa (UD)

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Metodologia de Extensão Rural

- Uma vez Selecionado o Método, este deve ser discutido e explicado para todos os produtores da
comunidade, em termos de definição; objetivo e utilização do método.

COMO ESTABELECER UMA COMBINAÇÃO DE MÉTODOS?

Uma vez instalada a Unidade Demonstrativa sobre Controle Leiteiro, ela permitirá um sistema com
utilização de vários outros métodos ao longo de seu tempo tais como: Treinamento, Reunião, DM, DR
etc., que irão influir sobre a atenção, interesse, avaliação, experiência e adoção dos produtores da
comunidade.

Observação:
1) Se o extensionista instala mais de uma UD, sobre outra prática qualquer, em várias comunidades,
facilmente podemos observar que seu trabalho de Extensão' estará plenamente calçado em sua principal
ferramenta de trabalho - Metodologia de Extensão Rural.

2) Cabe aqui também observar que, antes de ser instalada a Unidade Demonstrativa de Controle
Leiteiro na Comunidade, o Extensionista teve que executar uma série de outros métodos no sentido de
preparar para ação, tais como: Visita, Contato, Reunião, ou seja, Métodos Simples no preparo para um
Método Complexo (UD).

Um instrumento auxiliar na escolha da metodologia é a escala de aprendizagem, porém nem sempre


como recurso único.

Ajuda bastante procurar estabelecer em qual estágio da escala de aprendizagem encontra-se a mai-
oria ou a média de determinada categoria de público, em relação a um certo aspecto problemático a ser
trabalhado. No entanto, para adotar este procedimento, o extensionista deve conhecer e dominar, na
teoria e na prática, a metodologia de extensão rural. A improvisação, neste caso, resultará fatalmente em
prejuízo para a extensão rural e, o que é mais grave, para o público e comunidade rural.

o emprego da escala de aprendizagem é a forma mais completa para o estabelecimento de toda


uma estratégia metodológica para alcançar o resultado esperado compromissado com a comunidade
rural. Não atende somente a estratégia, mas permite estabelecer a utilização tática dos métodos de exten-
são e, ainda, planeja todo o apoio logístico, através dos meios de comunicação, auxílios audiovisuais,
recursos disponíveis na comunidade e propriedades rurais e as parcerias e apoios interinstitucionais.

Para alcançar o domínio no emprego deste processo, basta conhecer a metodologia de extensão
rural muito bem, saber utilizar os meios de comunicação e os auxílios audiovisuais. Desenvolver um
razoável espírito de observação em relação ao meio ambiente onde se acham as comunidades rurais e ao
público com o qual trabalha. A iniciativa, inovação e criatividade complementarão.

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v- AVALIAÇÃO DA MEJ'OLOGIA DE EJCJ'ENSÃO RURAL,

Sendo a extensão rural executada através de métodos próprios, sua apreciação fundamenta-se na
avaliação da execução de cada método, no resultado obtido e na estratégia metodológica utilizada.

o processo de avaliação tem três etapas distintas, porém complementares:

1) Quanto à execução do método - o método deve ser avaliado como ferramenta de trabalho do
extensionista, buscando sempre melhorar seu desempenho e utilização, através da auto-crítica,o mais
imediato possível após sua execução.

2) Quanto ao resultado - visa avaliar se os objetivos estipulados para o método foram atingidos. Estes
resultados podem ser observados a curto e médio prazos.

2.1 - A curto prazo - logo após a execução do método, podemos avaliar e analisar o grau de interesse e
participação do público, o entendimento e aprendizagem do assunto.

2.2 - A médio prazo - transcorrido um tempo após a execução do método, podemos avaliar e analisar o
comportamento do público quanto à procura de mais informações, as iniciativas e experiências feitas, a
adoção de práticas etc ..

3) Quanto à estratégia metodolõgica - esta avaliação visa analisar o método executado dentro deum
contexto de combinação de métodos, do qual é parte ativa. É a estratégia para alcançar o objetivo maior,
estabelecido participativamente com as comunidades, na programação.Isto faz parte do princípio de que
nenhum método é planejado para ser executado isoladamente. A Estratégia Metodológica deve ser cons-
tantemente revista e avaliada em sua seqüência já executada, introduzindo-se as modificações nas com-
binações e seleções de métodos, visando o processo de educação na escala de aprendizagem.

Consulte o Manual de Metodologia para avaliação específica de cada método.

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VI - CLASSIFICAÇÃO DOS MÉTODOS "

1) Quanto ao Alcance:

1.1) Individual - Contato (CT)


Visita (VS)
Unidade de Obserrvação (UO)

1.2) Grupal Demonstração de Método (DM)


Reunião (RE)
Demonstração de Resultado (DR)
Unidade Demonstrativa (UD)
Excursão (EX)
Curso (CS)
Treinamento (TR)
Propriedade Demonstrativa (PD)
Dia de Campo (De)
Dia Especial (DE)
Mutirão (MU)

1.3) Indefinido - Concurso (CN)


Exposição (EP)
Semana Especial (SE)
Campanha (CA)

2) Quanto à Estrutura:

2.1) Simples São aqueles que podem ser utilizados isoladamente


.,
São eles: Demonstração de Resultado (DR)
Unidade Demonstrativa (UD)
Excursão (EX)
Curso (CS)
Treinamento (TR)
Propriedade Demonstrativa (PD)
Dia de Campo (DC)
Dia Especial (DE)
Mutirão (MU)
Concurso (CN)
Exposição (EP)
Semana Especial (SE)
Campanha (CA)
Unidade de Observação (UP)

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Metodologia de Extensão Rural ~:: ~
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VII • CARACTERIZAÇÃO DOS MÉTODOS '

1) CONTATO (CT)

1) Definição - Método auxiliar de outros, cuja execução exige ou não planejamento.

2) Objetivo - Informar, motivar, convidar, oferecer ou solicitar cooperação, conhecer a situação, identi ...
ficar problemas e obter informações,

3) Utilização -O contato pode ocorrer em situação prevista ou imprevista em diferentes locais, como no
escritório, na rua, no campo e outros, "

4) Vantagens • Aproximação e entendimento,


• Comunicação interpessoal,
• Rapidez na realização,
• Transmissão de informações simples,
• Divulgação informal dos trabalhos.

5) Limitações • Não permite aprofundar as informações,


• É de alcance restrito,
• Nem sempre permite seleção de locais e horários apropriados,
• Às vezes é inoportuno,
• Pode se tornar de caráter pessoal ou particular.

2) VISITA (VS)

1) Definição - Método planejado, que visa a troca de informações para execução do programa de exten-
são,

2) Objetivo - Trocar conhecimentos e informações, capacitar, motivar, planejar, acompanhar e avaliar


as ações junto à unidade familiar.

3) ,Utilização -Fases do método:

3.1) Planejamento - Determinar época, duração, conteúdo, materiais e equipamentos necessários para
boa execução do método,

3.2) Execução - Não deve alterar a rotina da unidade familiar;


Respeitar os valores individuais;
Não esquecer o objetivo da visita;
Não pressionar decisões imediatas;
Sempre motivar a participação da wndade familiar nos trabalhos grupais e comuni-
tários. .

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4).Vantagens:
• Estabelece clima de confiança mútua,
• Facilita a preparação e execução de outros métodos,.
• Proporciona conhecimentos indispensáveis das atividades, dos problemas da unidade familiar e
do modo de vida por estar no seu ambiente.

5) Limitações:
• Custo elevado,
• Baixo alcance,
• Tendência a se concentrar em pessoas de mais afinidade e amizade.

3) DEMONSTRAÇÃO DE MÉTODO (DM)

1) Definição - É um método planejado, utilizado para introduzir novas práticas ou melhorar as existen-
tes, combinando os três principais fundamentos: ver, ouvir e fazer; demonstrando como fazê-Ias e permi-
tindo que os participantes as pratiquem.

2) Objetivo - Consolidar a aprendizagem; aprendendo, fazendo e entendendo, para o seu emprego


futuro pelos participantes.

3LUtilização - Este método exige que o extensionista conheça bem na teoria e na prática o que Vai
demonstrar.
A demonstração feita por um membro da comunidade que já tenha adotado a prática é 'sempre
conveniente e, para isso, o treinamento prévio deste membro é necessário.

3.1) Aspectos a considerar na preparação do método:


- Quanto ao local - fácil acesso, confortável e do conhecimento de todos.
- Quanto ao equipamento - já estar no local, testado e avaliado.
- Quanto ao colaborador onde será realizado - treinado e informado sobre o método e objetivo.

3.2) Etapas da Realização da Demonstração de Métodos:

a) Abertura e Objetivo - Faz-se a apresentação, informa-se o objetivo, ressalta-se a importância da


prática etc ...

b) Material e Equipamento - Descrever sobre o material e equipamento que vão ser utilizados.

c) Demonstração propriamente dita - Deve ser clara, objetiva, participativa e seguir uma ordem
lógica previamente estabelecida num "roteiro",

d) Repetição - Nesta etapa, se possível, todos os participantes repetem a prática demonstrada,


.exercitando o célebre dito: aprender a fazer, fazendo e entendendo.

Em ambos os casos, o extensionista procura facilitar esclarecendo e orientando mais


detalhadámente, verificando se a prática foi bem 'j.ompreendida.

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Metodologia de Extensão Rural j~
"::'.
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4) Vantagens:
• Estimula a ação grupal,
• Otimiza o tempo do extensionista,
• Permite o exercício da prática - aprender a fazer, fazendo e entendendo,
• Estimula os sentidos da visão, audição e tato.

5) Limitações:
Exige conhecimento e habilidade do demonstrador.

4) UNIDADE DE OBSERVAÇÃO (UO)

1) Definição - É um método utilizado para observar o comportamento de determinadas inovações e,


posteriormente, difundi-Ias em caso de sua viabilidade técnica, econômica e social.

2) Objetivo - Experimentar por observação, em condições locais, a viabilidade de introdução de uma ou


mais práticas não utilizadas ou inexistentes na área.

3) Utilização - Deve ser realizada em condições locais, que indiquem probabilidades suficientes para
o sucesso.
É importante que o colaborador e o extensionista estejam conscientes da incerteza do
resultado, bem como todos que venham tomar conhecimento do' andamento do método. .
Quando os resultados da UO são favoráveis,procura-se introduzir a inovação,através de ou-
tros métodos de extensão.

3.1) Fases da Unidade de Observação

a) Instalação:
a.I) Quanto ao colaborador:
• Ser representativo do público,
• Estar disposto à inovação,
• Informar dos riscos decorrentes quanto aos resultados incertos,
• Informar dos cuidados que envolvem o desenvolvimento da UO,
• Informar o objetivo a ser alcançado e custos do método.

a.2) Quanto ao local- de fácil acesso e com condições' agroecológicas representativàs da região.

b) Condução - Cabe ao extensionista,


• Elaborar e manter calendário de visitas periódicas,
• Avaliar o andamento e a evolução da UO,
• Orientar o colaborador na condução dos cuidados necessários,
• Verificar e avaliar as anotações periódicas e conclusões,
• Informar-se com o colaborador sobre os r1Pistros para manter atualizado o controle técnico
e econômico.

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4) Vantagens:
Permite a auto-aprendizagem do extensionista,
Verifica o desenvolvimento e potencialidade de inovações,
Permite aos participantes ter conhecimento na condução de experiências,
Estimula os participantes à prática de inovações com controle de custolbeneficio.

5) Limitações:
Só poderão ocorrer por descuido.

5) REUNIÃO (RE)

1) Definição: É um método no qual se reúne um grupo de pessoas, a fim de discutir assunto de interesse
comum e que venha a contribuir para encaminhar soluções, tomar decisões, assumir compromissos ou
trocar conhecimentos.

2) Objetivos:
• Motivar a comunidade na gestão de seu próprio desenvolvimento,
• Informar e trocar conhecimentos,
• Desenvolver espírito associativista e estimular a cooperação mútua,
• Exercitar a habilidade de pensar e falar em grupo,
• Avaliar os trabalhos e métodos realizados,
• Conscientizar sobre problemas,
• Fortalecer as formas organizacionais existentes,
• Planejar participativamente,
• Despertar interesse do público para aspecto específico ou geral.

3) Utilização:
Como método de Extensão Rural e, dentro de uma estratégia, a reunião nunca é realizada isolada-
mente, porém, fazendo parte de uma combinação de outros métodos e meios de comunicação.
Na ação extensionista, o método reunião também ocorre em situações com objetivos mais amplos
como:
a) Estudo de comunidade.
b) Planejamento participativo.
c) Avaliação/apresentação dos planos de trabalhos para autoridades e lideranças (Reunião de Sede).

Poderão ocorrer ocasiões em que é indicado recorrer a técnicas de condução de grupos mais
específicas com estrutura de desenvolvimento bem definido, tais como:

Estruturas: • Encontro
• Palestra
• Mesa redonda
• Seminário
• Simpósio etc ...

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Metodologia de Extensão Rural
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Técnicas de condução;
• Tempestade de idéias
• Análise de problemas
• Dramatização
• Discussão circular
• Grupos de trabalho etc ...

Para estruturar a reunião ou utilizar e~sas técnicas de condução de grupo, deverá ser consultado o
anexo específico.

4) Vantagens:
• Permite atingir grande número de pessoas,
• Estabelece confiança no extensionista,
• Promove o comprometimento de todos no encaminhamento de soluções,
• Conscientiza problemas comuns e uniformiza conhecimento,
• Favorece pressões grupais e manifestação de lideranças,
• Permite desenvolver técnicas de organização,
• Método econômico em relação ao alcance e ao efeito multiplicador,
• É um método que se combina facilmente com outros.

5) Limitações:
• É um método que exige planejamento cuidadoso,
• Combinação com outros métodos,
• Requer habilidade por parte do extensionista,
• Exige o máximo envolvimento dos participantes,
• Ocupa muito tempo do público,
• Permite determinar apenas o alcance dos presentes,
• Nem todos têm oportunidade de se manifestar.

6) DEMONSTRAÇÃO DE RESUlTADO (DR)

1) Definição:

É um método grupal que 'visa demonstrar, por meio comparativo, as vantagens técnicas e econômi-
cas de uma ou mais práticas, já comprovadas, sobre outras tradicionalmente usadas pela família rural.

2) Objetivo:

Demonstrar à família rural que determinadas práticas são melhores do que outras já utilizadas por
elas - ver para crer.
Constituir um instrumento de aprendizagem e difusor de conhecimento.
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5) Limitações:

- Exige esforço no preparo do demonstrador,


- Pode introduzir resistência e descrétido na Extensão Rural.

8) EXCURSÃO (EX)

1) Definição:

É um método pelo qual o Extensionista acompanha um grupo de pessoas com interesses comuns, a
lugares onde existem evidências concretas sobre um tema.

2) Objetivos:

Mostrar "in loco" uma ou mais práticas, já concluídas ou em andamento. Pode representar o elemento de
decisão para pessoas que ainda mantenham dúvidas em relação à validade de alguma inovação, levando-
as à adoção.

3) Utilização:

Não deve ser praticado isoladamente, e sim fazendo parte de combinações de vários métodos, visando
complementar o processo de aprendizagem do grupo.

3.1) Tipos de Excursão:

Este, como quase todos os demais métodos de extensão, admite diversas formas, motivos e objetivos
para sua aplicação, dependendo da criatividade e habilidade do extensionista.

Para fins didáticos, podemos classificar as excursões: .

1) Quanto ao público - jovens, famílias, produtores e mista.


2) Quanto ao assunto - geral ou específico.
3) Quanto ao local- dentro ou fora de sua área de ação.

3.2) Preparo e execução:

- Planejar, cuidadosamente, local, duração, transporte, despesas etc ..,


- Dosar o conteúdo; definir objetivos em termos educacionais,
- Selecionar participantes,
- Limitar número de participantes, de forma a não prejudicar o objetivo a alcançar e permitir um controle
do grupo.
- Combinar outros métodos, tais como: DR, UD, DM, etc ..,
- Preparar materiais impressos e recursos necessários,
- Preparar o produtor e/ou local a ser visitado.

- 22-

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Metodologia de Extensão Rural 1~
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4) Vantagens:

- Fortalece as relações entre os participantes,


- Ajuda a encontrar soluções locais para problemas comuns,
- Fornece soluções alternativas para o extensionista,
- Motiva e amplia a experiência dos participantes,
- Visualiza "in loco" as inovações,
- Estimula a decisão de adotar as práticas.

5) Limitações:

Demanda grande tempo,


Requer recursos adicionais,
Depende de condições climáticas,
Alcance limitado,
Podem ser vistos aspectos negativos pelos excursionistas.

9) CURSO (CS)

1) Definição:

É um método que introduz conhecimentos de natureza predominantemente teórica, com programação


específica, abrangendo outros métodos e recursos didáticos, visando grupo de pessoas com interesses
comuns.

2) Objetivo:

Alcançar um determinado grau de conhecimentos teóricos uniformizados e nivelando o entendimento


do grupo para se poder desenvolver, através de uma combinação de métodos, uma estratégia de ação
extensionista na comunidade.
OBS.: O Curso difere do Treinamento pela predominância de assuntos teóricos, enquanto o Treinamen-
to enfoca assuntos eminentemente práticos.

3) Utilização:

Quando desejamos, em curto período de tempo, capacitar, aperfeiçoar ou especializar um grupo


homogêneo sobre uma série de informações práticas e técnicas em um assunto.
Combina-se com outros métodos, tais como: DR, Excursão e Reunião.

FASES DO MÉTODO:

1) Planejamento:
• Definir público - interesses convergentes.
• N° de participantes - no máximo 25 por grupo.
• Inscrição - controle e identificação do grupo.
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• Escolha de instrutores - com conhecimento.

- 23 -
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\\~~ MetodolOgia de Extensão Rural

• Buscar parceria - colaboradores técnico e financeiro,


• Definir programação - assunto e carga horária,
• Local, data e horário - cômodo, oportuna e adequado,
• Material de apoio - audiovisual, quadro negro, etc ..,
• Divulgação - jornal, rádio, cartazes, etc.

2) Execução:

• As aulas devem ser desenvolvidas com naturalidade e simplicidade,


• Provocar debates,
• Manter o grupo motivado e participativo,
• Avaliar o grau de acompanhamento e aprendizagem do grupo.

3) Encerramento:

Se possível, programar o encerramento de forma festiva e promocional.

4) Vantagens:

• Otimiza o tempo do Extensionista,


• Facilita a aprendizagem pela troca de informações e experiências,
• Nivela os conhecimentos, facilitando a ação extensionista,
• Possibilita a capacitação de maior número de pessoas em menor tempo,
• Possibilita visão mais ampla sobre o assunto pela utilização de vários métodos e auxílios
audiovisuais,
• Permite maior integração interinstitucional.

5) Limitações:

• Desnível de conhecimento dos participantes,


• Deslocamento do público de seu meio,
• Dificuldade relativa à programação de época e horário.

10) TREINAMENTO (TR)

1) Definição:

É um método que introduz ou modifica habilidades da população.


Sua principal característica está em ser desenvolvido sob forma prática, incluindo apenas os conheci-
mentos teóricos mínimos necessários.

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2) Objetivo:

Proporcionar capacitação prática ou operacional a um grupo de pessoas com interesses ou ativida-


des semelhantes.

3) Utilização:

Por se tratar de método ligado a assuntos eminentemente práticos, são executados nas comunidades
ou em locais adequados para atingir o objetivo.
Não se deve formar grupos muito grandes, para não dificultar a prática, que deve ser oportunizada para
todos os participantes.

FASES DO MÉTODO:

a) Preparação:

Envolvimento do público, limitação de público, interesse do grupo, nível de habilidade, local, assun-
to, materiais, equipamentos e calendário.

b) Execução:

Como se trata de ações práticas, sua execução poderá contemplar uma seqüência de métodos de
extensão inseridos dentro da programação do Treinamento. Ex.: DM, Excursão a uma DR, Reunião, etc ..
Desta forma, o extensionista estrutura a execução do Treinamento a uma combinação de outros
métodos em seqü ência lógica, facilitando o aprendizado.

4) Vantagens:

• Desenvolve habilidades e destreza,


• Mostra a aplicação prática do conhecimento,
• Acelera a adoção de práticas,
• Baseia-se em "Aprender a Fazer, Fazendo e Entendendo".

5) Limitações:

• Exige organização antecipada e meticulosa,


• Exige tempo e dedicação de todos,
• A freqüência dos treinandos deve ser assídua.

- 25 -
11) PROPRIEDADE DEMONSTRATIVA (PD)

1) Definição:

É um método que envolve uma combinação racional dos fatores de produção (Terra-Capital- Traba-
lho-Tecnologia), disponíveis preferencialmente na propriedade.
Nesta propriedade são concentrados os esforços da ação extensionista na busca de transformá-Ia
progressivamente em exemplos que vão sendo acompanhados e avaliados pelas famílias, servindo de
modelo para a comunidade e outras áreas com condições semelhantes.

2) Objetivo:

Demonstrar como a família rural pode progredir, através de administração global, utilizando prefe-
rencialmente os recursos disponíveis na propriedade.

3) Utilização:

Deve ser utilizada como uma unidade de divulgação de uma ou mais atividades econômicas, sociais
e técnicas integradas, a partir dos recursos disponíveis, para serem acompanhadas, avaliadas, experimen-
tadas e adotadas pelas outras famílias da comunidade.
Como método complexo, exige a realização de vários outros métodos de extensão durante toda sua
execução, visando sempre a disseminação dos conhecimentos, mudanças de habilidades e atitudes das
demais famílias. .,
Uma vez decidida a utilização deste método, para seu início se faz necessário um plano de adminis-
tração, envolvendo aspectos econômicos, técnicos e sociais, com a participação da família já instruída
sobre a utilização do método.

4) Vantagens:

• Obtém um efeito demonstrativo das vantagens de uma propriedade rural representativa, adotan- .
do inovações e melhorias,
• Intensifica e concentra a participação das famílias na comunidade,
• Representa um exemplo amplo e completo da melhor utilização dos recursos disponíveis na
propriedade,
• Propicia ao extensionista um instrumento de maior alcance e profundidade na sua ação educativa.

5) Limitações:

• Risco de privilegiar poucas famílias nas comunidades,


• Exige dedicação e um plano da propriedade demonstrativa bem elaborado e completo.

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Metodologia de Extensão Rural "Q
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12) D1ADE CAM~O (De)

1) Definição:

.É um método que reúne um grande número de pessoas (produtor-família-jovem) em uma proprie-


dade, onde já vem sendo obtido bons resultados em determinadas práticas, e que merece ser conhecido
pelo público e trasmitido ao maior número de pessoas.

2) Objetivo:

Mostrar uma ou mais práticas referentes a um só assunto, visando motivar e despertar o interesse do
público.

3) Utilização:

• Só deve ser aplicado, após obtenção de bons resultados, pois ele mostra resultados já alcança
dos,.
• Tem efeito multiplicador da ação extensionista, para apresentar inovação ou prática a possíveis
interessados,
• Não tem a finalidade de ensinar como fazer, apenas motivar para o assunto,
• Deve ser aproveitado para mostrar o trabalho extensionista.

3.1) Planejamento do Método:

• Pode ser planejado em nível local (comunidades), municipal ou regional; dependendo da


abrangência dos problemas ou assunto.
• Por se tratar de um método que visa principalmente despertar interesse, é preciso que no planejamen
to preveja uma continuidade do processo de aprendizagem para adoção das práticas ou inovações,
com utilização de outros métodos,
• Por ser método complexo, exige preparo esmerado, e com bastante antecedência,
• Devem ser formadas comissões específicas para execução ~o método,
Ex.: Comissão de trânsito, comissão de guias, comissão de entretenimento etc,
• Aspectos a serem considerados no preparo do método:
a) Seleção do tema,
b) Divulgação do evento,
c) Equipe executora,
d) Preparo do local (estações-espaço-etc.),
e) Programa,
f) Alimentação,
g) Materiais e equipamentos,
h) Área de entretenimento,
i) Ensaio dos palestrantes.

Obs.: A propriedade escolhida para realizar o método deve ser trabalhada pela Extensão
Rural.

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\:::~:.5Metodologia de Extensão Rural

4) Vantagens:
• Desperta interesse e atenção em um maior número de pessoas , em um só dia ,
• Estimula a decisão para adotar as práticas por produtores já interessados,
• Amplia e fortalece o relacionamento entre equipe de extensionistas e produtores,
• Divulga a atuação da Extensão Rural,
• Informa e demonstra ao vivo resultados , J' á obtidos ,
• Custos relativamente baixos em função do alcance.

5) Limitações:
• Exige tempo da equipe na preparação,
• Exige uma propriedade que possua bons resultados nas tecnologias, objeto do método,
• Depende de condições climáticas.

13) DIA ESPECIAL (DE)

1) Definição:
É uma série de métodos combinados realizados em um dia, sob uma denominação específica, como
por exemplo: Dia da Laranja, Dia do Arroz, Dia da Caprinocultura etc ..
Consiste em executar uma programação dedicada a um assunto de importância para comunidade ou
município.

2) Objetivo:
Uniformizar, aperfeiçoar e melhorar as práticas e conhecimentos das pessoas envolvidas, bem como
fortalecer as relações entre a família rural, líderes e autoridades.
Promover um produto ou atividade e informar sobre inovações ou práticas.

3) Utilização:
Deve estar combinado com outros métodos e meios, tais como: DM, Exposição, Reunião, Filme,
Slides etc ..
É recomendado se estabelecer comissões específicas para facilitar a execução, tais como: comissão
de assuntos técnicos, de aspectos festivos, de projeção, de exposições etc ..
Pode ser realizado no campo e nos centros urbanos.
É um método promocional, motivacional e informativo e a divulgação deve ser feita com antece-
dência, com toda programação bem explicada.

4) Vantagens:

• Desenvolve-se em ambiente festivo e descontraído, facilitando a adoção,


• Com a combinação de outros métodos, permite alcançar um grande número de pessoas,
• Permite desenvolver uma série de práticas,
• Estimula, divulga e promove uma exploração (atividade) com representação econômica na área,
• Promove a relação entre o setor rural e urbano .
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Metodologia de Extensão Rural
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5) Limitações:

• Exige tempo da equipe na preparação e dedicação na execução,


• Exige grande esforço de coordenação.

14) MUTIRÃO (MU)

1) Definição:

É um método complexo e grupal, utilizado geralmente em nível de comunidade, e a beneficiada é


sempre a coletividade. Neste método, reúne-se um grupo de pessoas que desenvolve uma ou mais ações
com objetivos e interesses comuns.

2) Objetivo:

• Agregar os esforços para alcançar um beneficio comum.

3) Utilização:

• Em forma de parceria ou não para realizar ações que resultem em beneficio da comunidade.
• Como todo método de extensão, deve ser utilizado em conjunto ou combinado com outros
métodos.

4) Vantagens:

• Promove a integração da comunidade,


• Proporciona soluções de problemas, que de outra forma seria quase impossível,
• Desenvolve lideranças e iniciativas.

5) Limitações:

Exige gerenciamento e manutenção do espírito de colaboraç~o.

15) CONCURSO (CN)

1) Definição:

- É um método realizado através de uma competição construtiva e educativa, que demonstra aos
participantes e interessados que existem muitas maneiras para avaliar os resultados de seus esforços.

2) Objetivo:

- Medir comparativamente os resultados da aeão da família rural em suas produções econômicas


e sociais.

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Metodologia de Extensão Rural

3) Utilização/Planejamento:
•. Organizar de forma que haja participação voluntária de todos os interessados,
• Formar uma comissão do concurso,
•. Elaborar um regulamento do concurso com as regras que o regerão,
• Fazer ampla divulgação,
• Escolher a melhor época para realização,
• Evitar qualquer atitude ou ação de parcialidade,
• Prever uma forma de premiação para os melhores colocados.

Apuração dos Resultados:


• Criar uma comissão de apuração de resultados composta, na maioria, por produtores,
• Pode-se convidar Extensionistas de outros Escritórios Locais para participar da comissão,
• Avisar a todos os concorrentes do dia e hora em que receberá a visita da comissão .
•. Se possível, levar a imprensa nesta ocasião.

4) Vantagens:
• Possibilita uma aferição dos níveis alcançados em relação a outras regiões,
•. Atinge grande número de pessoas,
• Tem efeito estimulante e multiplicador,
• Mostra e motiva na prática os resultados de inovações e técnicas,
• Possibilita destacar pessoas da comunidade com resultados melhores.

5) Limitações:
• Pode gerar competição pessoal;
•. Pode gerar dúvidas quanto aos resultados;
•. Requer bastante envolvimento e responsabilidade da equipe local.

16) EXPOSIÇÃO (EP)

1) Definição:

É um método eficiente que possibilita a utilização simultânea de meios de comunicação permitindo


aproveitamento de dois fatores importantes para a memorização do ensiriamento, que são: a repetição da
idéia e a visualização da mensagem.

2) Objetivo:
Propiciar ao público mostras de produtos, materiais, artesanatos etc., levando informações de natu-
reza técnica ou educativa, procurando motivar o público a tomar decisões em relação a determinados .
assuntos.

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Metodologia de Extensão Rural
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3) Utilização:

- É utilizado para apresentar e divulgar trabalhos realizados pela extensão em conjunto com a
comunidade,
- Desperta .atenção e interesse do público para seus problemas e suas soluções,
- Explica o desenvolvimento de um programa ou uma atividade,
- Mostra para o público urbano os vários aspectos do setor agropecuário,
- Introduz novas idéias,
- Para Extensão Rural, os tipos mais comuns de exposição são: municipal, comunitária e regional,
inclusive inseridas em exposições que não sejam de iniciativa da extensão.

A exposição pode ser combinada, fazendo parte de outros métodos, aparecendo no momento
conveniente, tais como: Campanha, Semana, Dia de Campo, Dia Especial etc ..

4) Vantagens:

- Facilita a introdução de novas práticas,


- Desenvolve o espírito de cooperação,
- Estimula a competição,
- Desenvolve a capacidade de solução e crítica e apura o senso de julgar,
- Atinge um grande número de pessoas, aumentando o conhecimento.

5) Limitações:

- É um método bastante complexo e exige dedicação e empenho de toda a equipe,


- Requer um local especial,
- Nem sempre o que mostra está ao alcance de todos, ou corresponde à realidade local.

17) SEMANA ESPECIAL (SE)

1) Definição:

É um método em que se desenvolve uma série de atividades educacionais, abrangendo grupos de


pessoas com diversos interesses e de várias localidades com programação específica durante vários dias
ou uma semana.
Cabe ressaltar que muitas vezes as semanas transformam-se em eventos periódicos e geralmente
anuais.

2) Objetivo:

- Dinamizar atividades prioritárias de um programa de trabalho,


- Envolver a comunidade para soluções de problemas,
- Informar e motivar sobre atividades ou práticas,
- Comemorar datas de caráter social ou cívico.
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Metodologia de. Extensão Rural

3) Utilização:

Da realização deste método deve constar,


- Lançamento,
- Desenvolvimento,
. - Avaliação.

É utilizado com uma complexa combinação de outros métodos e meios perfeitamente comple-
mentares e interdependentes, formando uma sequência lógica. Ex.: Reuniões, mostruário (exposição),
excursão, treinamento, DR, DM etc ..
Para demonstracões técnicas, devem ser utilizados, de preferência, materiais existentes no próprio
local.

4) Vantagens:

- Grande alcance de público,


- Divulga e estimula o setor agropecuário,
- Promove relacionamento entre autoridades, líderes, família rural e técnicos,
~Proporciona melhor aproveitamento de materiais didáticos.

5) Limitações:

- Exige bom relacionamento com autoridades e instituições existentes na área de atuação,


Exige deslocamento da equipe e material. .,

18) CAMPANHA (CA)

1) Definição:

É um método complexo que consiste no emprego ordenado de várias técnicas de comunicação e


atividades educativas realizadas em relação a um tema definido, durante um período determinado.

2) Objetivo:

- Concentrar esforços para concientizar e envolver a comunidade no conhecimento e solução de


problemas;
-Provocar mudanças no modo de pensar, sentir e atuar das pessoas, adotando novas idéias.

3) Utilização:

Deve ser executada por etapas, relacionadas entre si, mediante a combinação dos demais métodos
e meios de comunicação.

- 32-
Metodologia de Extensão Rural
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A oportunidade e conveniência de utilizar a campanha está relacionada a situações, tais como:


- Tema a ser abordado.
- Amplitude e alcance (comunitário ou municipal). .
O princípio básico da campanha diz: "A freqüência com que uma pessoa recebe uma nova idéia,
influi decisivamente na adoção dessa idéia".
O encerramento de uma campanha deve ser programado, estimulado e conhecido, dando a ação o
devido valor, culminando com uma avaliação e divulgação da mesma.

4) Vantagens:

- Atinge um grande número de pessoas,


- Promove a participação efetiva de toca a comunidade no processo de difusão e adoção,
- Acelera a adoção de práticas,
- Desperta bastante atenção em torno de um determinado tema.

5) Limitações:

- Exige o envolvimento de diversos órgãos,


- Só pode abranger uma única idéia,
- Exige muita coordenação e tempo do extensionista.

- 33 -
Metodologia de Extensão Rural

BIBLIOGRAfIA

- Manual de Metodologiade Extensão Rural- EMATER-RIO - 1991 - 174 pago

- Metodologia e Dinâmica de Métodos usados no trabalho de Assistência Técnica e Extensão Rural-

José Carlos Lima Dias e outros, Belo Horizonte, 1987 - 39 pago

- Série "Comunicação e Metodologia de Extensão Rural" - Boletins diversos EMBRAPA, 1982.

- Algumas orientações sobre o uso de Metodologia e de Comunicação no Trabalho Extensionista -

Wilson Schmitt - EMBRATER, 1987 - 49 pago

- Metodologia de Extensão Rural- Aldecy José Hemerly, 1980 - Apostila EMATER-RIO - 41 pago

- Manual de Metodologia - Diversos especialistas, Centro de Ensino de Extensão - Universidade

Rural do Estado de Minas Gerais - Viçosa, 1968 - 131 pago

- 34-
ERRATA _ Página 14

VD CLASSIFICAÇÃO DOS MÉTODOS

2) Quanto à Estrutura

2.1) Simples - São aqueles que podem ser utilizados isoladamente


São eles: Contato (CT)
Visita(VS)
Demonstração Método (DM)
Reunião (RE)

2.2) Complexos- São aqueles que exigem a utilização de outros métodos para sua execução.
São eles: Demonstração de Resultado (DR)
Unidade Demonstrativa (UD)
Excursão (EX)
Curso (CS)
Treinamento (TR)
Propriedade Demonstrativa (PD)
Dia de Campo (DC)
Dia Especial (DE)
Mutirão (MU)
Concurso (CN)
Exposição (EP)
Semana Especial (SE)
Campanha(CA)
Unidade de Observação (UO)
Elaboração: Grupo de Metodologia (GRUMET)
Editoração: A~com
Impressão:NIAVI

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