Você está na página 1de 64

.....

·
•....... ·..,_;.,..
·-·~

.":,
,· . . ..
. ··~·-
~'·.-~
. -~··
...
·•·:··

.,.·_·.· ···::., ..... _._ .


. -++=


--:-----------_.:_
_.,., ..........

.....-....· '..\

··, ·.,,.
..
Todos os direitos reservados à
EDITORA FTD
Rua Rui Barbosa, 156 - Bela Vista - São Paulo - SP
CEP 01326-01 O - Tel. 0800 729 3232
Caixa Postal 65149 - CEP da Caixa Postal 01390-970
www.ftdse.com.br
relacionamento@ftdse.com.br
Ano de publicação: 2018
Produção grillk:a

fTlj
EDUCAÇÃO
1 GRÃFICA a.
LOGISTICA
Avenida Antônio Bardella. 300 - 07220-020 GUARULHOS (SP)
Fone: (11) 3545-8600 e Fax: (11) 241 2- 5375

Diretor Editorial
Lauri Cericato
Gerente Editorial
Sandra Carla Ferreira de Castro
Elaboradores de Original
Adriano F. de Medeiros
Antônio Sérgio Castro
Cristiano G. Barbosa
Editora
Aloana Oliveira Publio
Colaboradoras
Camila Rufino
Cll
Talita Gishitomi
Gerente de Produção Editorial
Mariana Milani
Coordenadora de Produção Editorial
Luzia Estevão Garcia
Coordenadora de Preparação e Revisão
Lilian Semenichin
Supervisora de Preparação e Revisão
Adriana Soares de Souza
Módulo 2
Preparação
Equipe FTD
Revisoras O movimento e
Lilian Garrafa
Raura Monique lkeda
Supervisora de Iconografia e Licenciamento de Textos
suas causas
Elaine Bueno
Pesquisa
Gabriela Araújo
Crédito de imagem de capa
Pete Niesen/ Shutterstock.com
Coordenadora de Ilustrações e Cartografia
Mareia Berne
Gerente de Arte
Ricardo Borges
Coordenadora de Arte
Daniela Máximo
Supervisora de Arte
Flávia Yamamoto Boni
Projeto Gráfico
Fabiano dos Santos Mariano
Editora de Arte
Patrícia da Rocha Lé
Diagramação
Adriana Maria Nery de Souza A comunicação impressa
Diretor de Operações e o papel têm uma õ11ma
história ambienlal
e Produção Gráfica
para contar
Reginaldo Soares Damasceno www.twoshks.org.br

Envidamos nossos melhores esforços para localizar e indicar adequadamente os créditos dos textos e
imagens presentes nesta obra didática. No entanto, colocamo-nos à disposição para avaliação de eventuais
irregularidades ou omissões de crédito e consequente correção nas próximas ec:Oções.
As imagens e os textos constantes nesta obra que, eventualmente, reproduzam algum tipo de material de
publicidade ou propaganda, ou a ele façam alusão, sao aplicados para fins didáticos
e não representam recomendação ou Incentivo ao consumo.

i•edição - 3456789 Fotos: 8azuki Muhammad/Reulers/latinslock, AP Photo/Chris O'Meara/Glow lmagesVa


@f,Jim@I
As leis de Newton

wt.umne1
Leis de Newton e suas aplicações
Forças no cotidiano 6
Sistemas de forças 36

1+1•uwm
Trabalho e potência

r
Capítulo 5

Leis de Newton e
suas aplicações ~
' ,

'::·, :,·,·,·,:,:,:-:-::/:< '. >~--~


, '
''
Podemos notar como a Física está presente nas mais
diversas atividades do dia a dia ao usar o sistema GPS
em nossos smartphones ou até mesmo na realização de
exames médicos, como as tomografias e os raios X. Nas
modalidades esportivas, isso também não é diferente: a
Física está implícita em cada esporte! As leis que regem
os movimentos interferem diretamente nas modalidades
esportivas, ou seja, a Física está diretamente associada ao
desempenho dos atletas.
Com o conhecimento do funcionamento das forças
e de outros fenômenos, é possível fazer com que um
atleta consiga poupar energia, aumentar sua velocidade,
superar o tempo, a distância e a inércia, que influi direta-
mente na aceleração de um corpo, e, assim, aperfeiçoar
suas técnicas da melhor forma possível.
Além disso, a Física tem um papel fundamental no
desenvolvimento de equipamentos para a prática es-
portiva. O estudo sobre as propriedades dos materiais
empregados em próteses, por exemplo, proporciona a
utilização de equipamentos de alta qualidade e resistên-
cia mecânica, importantes para a prática esportiva dos
atletas paralímpicos.
Qual é o papel do trampolim durante a execução
de um salto ornamental?
• No curling, por que se utilizam "vassouras" durante
o movimento da pedra sobre a pista de gelo?
• Por que as ginastas utilizam pó de magnésio duran-
te suas apresentações nos aparelhos?
• Como a Física poderia ajudar a aprimorar os trei-
nos dos atletas, determinando, por exemplo, a
força que deve ser exercida sobre os músculos nas
argolas?
• Como as próteses utilizadas pelos atletas podem
influenciar seus movimentos?
Curling, esporte praticado nos
Jogos de Inverno, cujo objetivo é
lançar uma pedra sobre uma pista
de gelo e aproximá-la de um alvo.

Paratriatlo - modalidade
bicicleta.
Forças no e
Vamos aplicar as leis de Newton em situaçOes qtlé obse
dia para •Profundar <>s conce;ios já estudadas, relacionando fo
movimento. Para isso, estudaremos as características de cada
uma das forças, identificando-as nas mais diversas
situações, como veremos a seguir.
.# ...............

,'...................
, ,
.... " :..~- ..... -
'

,,~
,,
,
,,. _.... ,, , ,,', , '
,,. :. ...... .... , '
' ,
. '

A força peso
Entre as diversas modalidades esportivas, provavelmente os saltos ornamentais estão
entre as mais belas provas olímpicas. Nela, os competidores saltam de plataformas que
podem medir até 1 O metros de altura, realizando acrobacias no ar durante a queda,
devendo o corpo estar perfeitamente alinhado com a vertical. Para que os atletas con-
sigam realizar esses saltos, eles utilizam o trampolim, que é uma espécie de plataforma
flexível na direção vertical. Assim que eles saltam da plataforma, a força da gravidade
atua sobre eles e imprime uma aceleração constante de g = 9,8 m/s 2 , aumentando sua
velocidade continuamente - pois trata-se de um movimento uniformemente variado
(MUV) - até atingirem a superfície da água.
Em nossos estudos, adotaremos, na maioria dos casos, o valor de 1 O m/s 2 para a
aceleração da gravidade próxima da superfície terrestre.

Mas, afinal, por que os objetos caem?


A resposta a essa pergunta foi dada por Isaac Newton,
no ano de 1687, em sua obra Philosophiae natura/is principia
mathematica (que pode ser traduzida como "Princípios mate-
máticos da Filosofia natural"), na qual ele afirma que "massa
atrai massa". Contudo, uma dessas massas deve ser muito
grande para percebermos essa atração, tão grande quanto a
massa de nosso planeta. Por exemplo, a atração da Terra sobre
você é maior que a da Lua, pois nosso planeta possui uma
massa maior que seu satélite natural e você está muito mais
próximo do centro da Terra que da Lua. Essa mesma força que
prende seus pés ao chão atrai a Lua o suficiente para ela ficar
em órbita sem vagar pelo espaço. Dessa forma, dizemos que
qualquer objeto próximo da superfície da Terra sofrerá a ação
de uma força de atração, a qual denominamos força peso.

8 Leis de Newton e suas aplicações


A grande contribuição de Newton foi mostrar que o movimento é,
na verdade, regido pelas mesmas forças e m nosso planeta e fora dele
(objetos celestes). No caso da famosa história da queda da maçã sobre
a cabeça de Newton, podemos dizer que a maçã representa qua lquer Por
objeto terrestre que cai em decorrência da força de atração do planeta. q ue
Assim como qua lque r objeto presente na Terra é atraído por ela, da as.
coisas ?
mesma forma acontece com a Lua, que é um corpo celeste. caem .
Você já parou para pensar o que aconteceria se a gravidade não ~-.,:..";;.: ~
existisse? A Lua não estaria em órbita ao redor da Terra, mas sim se
movimentaria em uma linha reta, infinitamente. O mesmo ocorreria
com nosso planeta, que não manteria mais sua órbita ao redor do Sol.
Além disso, não ficaríamos mais "presos" à supe rfície (chão) do pla neta
De leitura agradável, essa obra
e sairíamos voando por aí, de maneira simi lar aos astronautas dentro
de ficção traz diálogos entre dois
de um ônibus espacial. grandes personagens da história
da ciência, Newton e Einstein, que
expõem seus pontos de vista sobre
a gravidade. Divertida e descontra-
ída, é uma obra que amplia nossa
visão sobre as dificuldades que eles
enfrentaram, cada um a seu tempo,
quando o assunto era gravidade.
_J

Peso é massa?
É muito comum ouvirmos dizer: "Após completar uma maratona, )

o atleta perdeu 3 kg de peso" ou "Olhei na balança e meu peso era


de 60 kg". Essas afirmações são equivocadas, pois, ao relacionar peso
com massa, estamos, na verdade, lidando com duas grandezas com-
pletamente diferentes: uma esca lar (a massa) e outra vetorial (o peso).
Essas afirmações são aceitas na linguagem cofü:liana, porém no
âmbito da Física elas são inadequadas. O peso de um corpo é uma
força que está associada à atração gravitacional entre ele e o planeta
e, portanto, representada por um vetor que depende da aceleração da
gravidade local. Dessa forma, é importante compreender que a ace-
leração gravitacional não é constante e m todos os pontos do planeta,
mas depende, entre outros fatores, da altitude e da latitude em que o
corpo se encontra e da distribuição de massa.

Módulo 2 1 Capítulo 5 9
Na tabela abaixo, podemos verificar os valores da gravidade para diferentes latitudes.
Com esses dados, pode-se concluir, por exemplo, que um pacote de 1 kg de arroz na
cidade do Rio de Janeiro (RJ), cuja latitude é 22º54'1 O", tem peso ligeiramente supe-
rior ao q ue teria em Forta leza (CE), de latitude 3º43'02". Isso acontece porque no Rio
de Janeiro o pacote é atraído para o centro da Terra com uma força um pouco ma is
intensa que nas regiões mais próximas da linha do equador. O que não varia, nos dois
casos, é a massa do pacote, uma grandeza que está relacionada com a quantidade de
matéria que ele contém.
Q ua nto maior a massa, maior o peso do objeto. Massa e peso podem, então, ser
consideradas grandezas d iretamente proporciona is, e o fator de proporciona lidade entre
si é a aceleração da gravidade loca l.

1 Latit ude o 10 20 30 40 50 60 70 80 90

L Valor de g (m/s2) 9,780 9,782 9,786 9,793 9,802 9,812 9,813 9,826 9,831 9,837

Cálculo da força peso


Éimportante relembrar q ue qualquer t ipo de fo rça é uma grandeza do tipo vetorial,
ou seja, e la sempre possui intensidade (ou módu lo), direção e sentido. Assim, a intensi-
dade da força peso que age sobre um corpo na superfície da Terra depende basicamente
de sua massa. Dessa fo rma, podemos obtê-la utilizando a seguinte equação:

P=mg
Pé a força peso, m é a massa do corpo e o vetorg, a aceleração da gravidade local,
sempre vertical e apontado para baixo.
No Sistema Internacio na l (SI), a força peso é dada em newtons (N), assim como
para q ua lquer o ut ro tipo de força .

A força normal
No estudo sobre a terceira lei de Newton, foi possível verificar que, se
um objeto aplica um a fo rça sobre outro objeto, ele recebe uma reação de
mesma intensidad e e di reção, com sentido contrário, aplicada pelo segundo
corpo. Observando a imagem da ginasta no aparelho conhecido como t rave
de equilíbrio, podemos notar que ela está apoiada sobre sua superfície. Nessa
situação, estabelece-se uma força de contato entre a gi nasta e a superfície
da trave, que se caracteriza por ter direção sempre perpendicu lar ao plano
de apoio. Essa interação é chamada de força normal e, por se tratar de uma
fo rça, também é uma grandeza vetorial, representada por N.
Nesse caso, podemos afirmar que a resu ltante das forças é nu la, pois as
fo rças peso e normal são iguais (P = N). É muito importante lembrar q ue,
apesar de terem a mesma intensidade, em situações como o da imagem da
g inasta, a fo rça norma l não é uma força de reação à força peso.

10 Leis de Newton e suas aplicações


Imagine agora uma situação em que uma pessoa pretenda fixar uma bucha e um
parafuso na parede. Primeiro, ela deve fazer o furo com a broca e a furadeira, em seguida,
fixar a bucha com um martelo e, posteriormente, o parafuso com o auxílio da chave de
fenda. Observe que nas três etapas é necessário aplicar forças para executar as tarefas.
Portanto, ao se dirigir uma força sobre a parede, a parede devolve outra força, de mesma
intensidade e direção, mas de sentido contrário, estabelecendo-se, assim, a força normal
em direção perpendicu lar à parede. Esse mesmo raciocínio vale para o caso de uma pessoa
que utiliza um rolo para pintar o teto de uma residência. Por exemplo, ao pressionar o
rolo contra o teto, a pessoa aplica uma força sobre o teto; ao mesmo tempo, o teto aplica
uma força de mesma intensidade e direção, porém de sentido contrário sobre a pessoa,
estabelecendo-se a força normal em direção perpendicular ao teto .
Dessa forma, podemos verificar a ex istência da força normal no contato entre os
mais diversos corpos: nos livros de uma biblioteca, apoiados uns sobre os outros; na
estante; na caneta que seguramos ao escrever; em aparelhos eletroeletrônicos dispostos
sobre aparadores ou presos à parede, entre outros exemplos.

. : - - - -
---~~

._e-

Representação vetorial
da força normal das
situações apresentadas.
1. Livros sobre a mesa.
2. Luminária na parede.
3. Rolo de tinta.
Atenção: a força peso
mantém-se sempre
alinhada com a direção
vertical, apontando para
o centro da Terra, e a
força normal mantém-
-se perpendicular à
superfície de apoio.
Os exemplos de força normal mostrados acima podem ser representados vetorial-
mente da seguinte maneira:

p
v
N

Não há uma fórmu la matemática para determinar a intensidade da força normal. Seu
valor dependerá da config uração do sistema de forças ao qual o objeto estiver sujeito.

Módulo 2 1 Capítulo 5 11
A força de tração

A força de tração (T) é a força que age por meio da interação entre os fios e os
cabos ligados a corpos que estão sendo puxados. No caso do g inasta da imagem aci-
ma, o aparelho da prova é constituído por uma estrutura de onde se suspendem duas
argolas, a cerca de 2,75 m do solo. A ideia desse apa relho é de que o atleta permaneça
suspenso através da corda, aplicando, para isso, uma força q ue acaba sendo transmitida
po r toda a sua extensão.
Na foto abaixo, podemos observar que um ho mem puxa um pneu aplicando uma
fo rça por meio da própria corda . Essa é a força de tração. A vantagem de utilizar cordas
e cabos para realizar essas tarefas é q ue a fo rça a plicada em um po nto da corda pode
ser transmitida a qualquer o utro ponto dela. Em situações ideais, podemos considerar
os fios e os cabos como ideais, ou seja, flexíveis, inextensíveis e de massa desprezível.
O esforço que sofrem é integralmente transmitindo ao longo de seu comprimento, o u
seja, com uma força de mesma intensidade.
Observando o esquema abaixo, em que p uxamos um bloco por meio de um fio,
apli camos uma força de tração T na extremidade livre do fio. Essa tração, que está
orientada na direção horizontal e sentido para a esquerda, é transmitida pelo fio até o
bloco. Este, por sua vez, oferece resistência a essa tração, com uma força de reação -T
sobre o fio de mesma intensidade e direção, porém de sentido contrário.
O fio, portanto, fica sujeito a trações de mesma intensidade e sentidos opostos, de
modo que a resultante das forças sobre ele é nula.

Assim como acontece com a força normal, não há uma fórmula para fazer o cálculo
da intensidade da força de tração, pois ela também depende da configuração do sistema
de forças ao qual o objeto está submetido.

Exercícios RESOLVIDOS
1. A missão Apollo 11 entrou para a história por ter sido a primeira a con-
seguir, em 1969, que os astronautas caminhassem na superfície da Lua e
retornassem à superfície terrestre em segurança. Durante a expedição, os
astronautas puderam experimentar sensações proporcionadas por diferen-
tes gravidades.
Considerando que um dos astronautas presentes na missão tivesse uma
massa de 85 kg, qual seria a diferença entre os pesos medidos na superfície
terrestre e na superfície lunar?
Dados: gTerra = 9,8 m/s 2 e gLua = 1,6 m/s2 •

Primeiro, é P,reciso determinar o peso do astronauta em cada uma das si-


tuações :
1) Na superfície terrestre:
p Terra= mgTerra => pTerra = 85 . 9,8 => pTerra= 833 N
2) Na superfície lunar:
PLua = mgLua => PLua = 85 . 1,6=>PLua =136 N
Logo:

Módulo 2 1 Capítulo 5 13
2. Na ginástica olímpica masculina,
existem diferentes tipos de provas,
e uma delas é conhecida como ca-
valo com alças. Nessa disputa, o
atleta deve utilizar a alças presas
na superfície para conseguir o im-
pulso necessário para realizar suas
acrobacias.

Considere que um atleta esteja trei-


nando nessa modalidade e que em
determinado momento de sua exe-
cução ele consiga ficar exatamente
perpendicular à superfície do apare-
lho. Determine o valor da força nor-
mal, sabendo que o atleta tem cerca
de 68 kg e que a aceleração g do lo-
cal é de 10 m/s 2 •
Para a situação descrita acima, podemos dizer que, quando o corpo do atleta
fica perpendicular à mesa, onde ocorre o contato, o valor da força normal é
igual ao da força peso. Assim, temos :
N = P ~ N = mg ~ N = 68 · 10 ~ N = 680
N = 680 N

3. Na imagem ao lado, podemos obser-


var uma garota pendurada em um
tipo de argola presa a um cabo fixo
no teto.

Sabendo que a massa da criança é


igual a 35 kg e que a aceleração da
gravidade local é igual a 10 m/s 2 ,
determine a tração na corda para
essa situação.
Fazendo a análise das forças que
atuam sobre a menina, podemos no-
tar que existem apenas duas forças :
a força peso da menina e a tração,
no cabo.
A tração na corda tem a mesma in-
tensidade da força peso, ou seja:
T =P
Como P = mg, então:
T = mg ~ T = 35 · 10 ~ T = 350 ~ T = 350 N

14 Leis de Newton e suas aplicações


- ATIVIDADES
1. (UFV-MG) Observe as situações (Ia IV) ilustra- 3. Um garoto resolve fazer um experimento com
das nas figuras abaixo, onde blocos de massas uma balança doméstica: coloca-a em um ele-
M e 2M são submetidos a forças resultantes F vador parado, sobe sobre ela e observa que
e 2F. o ponteiro indica o valor 50. Em seguida, ele
(1) (li) - aciona o botão de um dos andares superiores
•& m-t
.....................................•...................................
e verifica que, no início do movimento, o pon-
teiro aponta para o número 59 e que, quando
(Ili) (IV) o elevador inicia o processo de parada, o valor
..
2F' indicado cai para 41. Com base nas informa-
ções e sabendo que g = 10 m/s 2, faça o que se
Com relação aos módulos das acelerações (~. pede.
ªn• ª m e arv) sofridas pelos blocos, respectiva-
mente nas situações I, II, III e IV, é correto afir- a) É possível afirmar que houve variação da
mar que: massa do garoto, dada a alteração de valo-
res mostrados na balança?
a) ªII < ~ = ª rv < ª m
b) aII < ai= ~ > ª m
C) a! > aII = alll < a!V
d) ª1 > ªII = ª m> ª rv

2. Antes de sair de férias, um estudante de Porto


Alegre mediu seu peso na balança digital de
uma farmácia. Viajou com a família para São b) Descreva graficamente as forças que atuam
Luís do Maranhão para visitar seus primos, no corpo do garoto no início e no fim do des-
que não via desde as últimas férias. Passean- locamento do elevador.
do pela cidade, entrou em uma farmácia e en-
controu uma balança idêntica àquela de Porto
Alegre. Resolveu medir novamente seu peso e
teve uma surpresa. Estava com um peso me-
nor do que havia medido em sua cidade. Pode-
mos dizer que, nas proximidades da linha do
equador:
a) o valor da aceleração da gravidade é maior.
b) o valor da aceleração da gravidade é menor.
e) nosso organismo apresenta um pequeno
ganho de massa corporal.
d) nosso organismo apresenta pequena perda
de massa corporal.

Módulo 2 1 Capítulo 5 15
e) Determine o valor da aceleração para esses 5. (FMP-RJ) Um helicóptero transporta, preso por
dois movimentos. uma corda, um pacote de 100 kg de massa. O
helicóptero está subindo com aceleração cons-
tante vertical e para cima de 0,5 rn/s 2 .
Se a aceleração da gravidade no local vale
10 m /s 2 , a tração na corda, em newtons, que
sustenta o peso vale:
a) 500
b) 950

d) O que aconteceria se o elevador permane- e) 1000


cesse todo o tempo de subida com velocida- d) 1050
de constante? e) 1500

4. (UFTM-MG) No filme, pendurado em sua teia,


o Homem-Aranha lança-se em um movimento
6. (IFSul-RS) O sistema abaixo está em equilíbrio.
pendular em direção às ruas da cidade.

D D D D
i - - - - fiol
D D D D

D D D D 6kg
D D D D

D D D D

D D D D

D D D D T
A razão entre as intensidades das trações
-1.
D D D D T2
D D D D nos fios ideais 1 e 2 vale:
--., 11
a)~
A resultante das forças que agem sobre o Ho- 5
mem-Aranha, no momento indicado no dese- b) ~
nho, tem a direção e sentido mais próximos de: 3

a) e) ~
2
b)~ d)~
2
e)

l
PRATICAR: 1 a 4, 6, 8 e 11
e)--- APROFUNDAR :1 a 4

16 Leis de Newton e suas aplicações


A força de atrito f
Você já ouviu falar em curling?
Esse esporte é uma mistura de boliche com bocha e E
8
.,;
bilhar, d isputado sobre uma pista plana de gelo. Nessa
~
competição são arremessadas pedras de gran ito de j
formato circular, q ue devem acertar um alvo demar-
cado no solo, localizado a aproximadamente 45 m de l
"";,;-
d istância. '--~~~~~~~~.....;..-=""""'~~~~~~~~~..... !

Pedras lançadas além da


Hog line serão invalidadas
Hog line ........... --> "" \ ··.··································
Observe a representação
Pedras paradas entre as da pista de curling: os
Centerline ......................................... \. Hog tines serão retiradas
............................................. . círculos destacados no
solo são os chamados
"alvos", e a ideia
é atingir o círculo
destacado em vermelho
para pontuar. Existe
também a possibilidade
Hog llne ................. .
de tentar retirar a pedra
Pedras nessa área d d ' · d ·-
··... são inválidas o a versaria a pos1çao
·~:.··· ···· ·········· ·· ······· ·· ···· em que está.

Teeline ..................... >


a::..- -
___"·.·•. .'\ ::d.::;:::;;
são inválidas
Back line ...................... .

••
~uck ························ -········································> A pontuação é igual
ao número de pedras
ma is próximas do
button

No curling, a vassou ra (instrumento utilizado pelos esportistas q ue lembra u ma


vasso ura) é ut il izada pa ra "varrer" a p ista de gelo e d iminuir o atrito sob a pedra,
permit indo que os sweepers (como são chamados os varredores) ajudem a manter, ou
mesmo a mudar, a trajetória e a velocidade da pedra. Durante o la nçamento da pedra,
um ou dois jogadores podem "varrer" o gelo até determinado ponto a caminho do
alvo e, depois, ela continua seu movime nto de deslize até parar.

Módulo 2 1 Capítulo 5 17
Observe o segu inte esquema:

E o curling no Brasil?
No Brasil, a prática do curling
é recente. Em 2007, alguns jovens
estudantes brasileiros decidiram
montar um time e começar a prati-
car o esporte. De lá para cá, a prática
desse esporte no Brasil tem crescido
significativamente!
Para saber um pouco mais sobre
a história desse esporte em nosso
país, acesse o site da Confedera- Representação das forças que atuam
ção Brasileira de Desportos no Gelo sobre a pedra durante seu movimento.
(CBDG), disponível no link abaixo.
<http: //cbdg.org.br/curling/> Por meio da rep resentação acima, é possível verificar que as
forças normal (N) e peso (P) se anulam, restando somente a ação
da força de atrito (f.t), contrária ao movim ento. Como o atrito da
pedra com a superfície de gelo é pequeno, ela perde velocidade
gradualmente, enquanto percorre a pista, até cessar completamente
seu movimento.
Cada equipe deve tentar colocar a quantidade máxima de pedras
no centro do alvo ou, do ponto de vista da Física, "fazer com que a
força aplicada na pedra seja bastante precisa, na d ireção e no sentido
para que atinja o alvo" .
Assim, quanto maior a força durante o lançamento da pedra, maior
a velocidade inicial e, consequentemente, maior seu alcance até que
ela pare completamente.
Em outros esportes, como o atletismo e a natação, o atrito também
é de extrema importância.
Denis Kuvaev/Shutterstock.com

Sem o atrito não seria possível o movimento dos competidores Nas provas de natação, o atrito entre a água e o corpo do
em uma prova de atletismo. competidor dificulta sua movimentação nas piscinas.

18 Leis de Newton e suas aplicações


Além disso, como vimos durante o estudo da terceira lei de Newton, a toda força
de ação corresponde uma força de reação. No atletismo, por exemplo, quando o
atleta corre, seu pé age empurrando o chão para trás. O chão, por sua vez, reage e
empurra o pé do competidor para a frente, ou seja, se não houvesse essa força de
resistência aos movimentos - entre o chão e o pé do atleta -, não haveria reação e,
portanto, o atleta não sairia do lugar. O mesmo raciocínio se aplica para muitas outras
práticas esportivas e, por ma is que uma superfície aparente ser lisa, ela sempre ofe-
recerá resistência aos movimentos. Sem essa resistência, ninguém conseguiria correr,
andar de bicicleta ou até mesmo cam inhar.
No caso dos nadadores, podemos dizer que o atrito não traz nenhum benefício
durante a d isputa; pelo contrário, ele atrapalha, e muito! Quanto maior o atrito entre
os nadadores e a água, maior o tempo necessário para completar uma prova . E, como
na natação cada centésimo de segundo é decisivo, uma mínima fração de tempo
perdido pode custar uma medalha!
O atrito de um corpo com um líquido - como no caso dos nadadores - é muito
maior que no caso de sólidos como o solo. Quando o nadador começa a nadar, parte
da água adere a seu corpo e se desloca com ele, gerando resistência ao movimento.
Para diminuir essa resistência e perm itir que a água escorra com maior facilidade, nos
últimos anos foram desenvolvidos trajes que visam à d iminuição do atrito entre a água
e o nadador, melhorando a aerodinâmica e, consequentemente, ajudando-o a obter
melhor desempenho.

Cálculo da força de atrito r

Vamos retomar o exemplo do curling para realizar o cálculo da força de atrito em


um corpo. Assim, observe novamente a imagem da representação das forças que atuam
sobre o objeto.
Sabendo que as forças normal e peso se anulam, ou seja, matematicamente pode-
mos escrever:
N=p

Sabemos também que o peso é dado pela massa do objeto (m) e pela gravidade
(g) do local. Dessa forma, temos:
P = mg

A força de atrito fat entre o piso de gelo e a pedra de granito pode ser escrita como:

fat = Nµ

em queµ é o coeficiente de atrito, uma constante adimensional q ue permite calcular


o va lor da força de atrito em função da componente norma l N.
Reescrevendo a equação para a força de atrito, substituindo a força normal N por
mg (N = P), temos:

f.t = mgµ

A unidade de medida para a força de atrito é em newtons (N).

Módulo 2 1 Capítulo 5 19
Estrada coberta
por gelo.

Qual pneu utilizar?


Provavelmente, você já deve ter
ouvido falar que, durante uma cor-
rida de Fórmula 1, é preciso trocar
os pneus de acordo com o que está
acontecendo na pista (por exemplo,
quando chove). Para essa e muitas
outras situações existem diversos ti-
pos de pneus, sendo eles para piso
seco, molhado, arenoso, para neve,
entre outros.
Procure pesquisar em sites e em
revistas especializadas de automo-
bilismo as diferentes texturas e de-
senhos que os pneus apresentam e
quais as funções de cada uma delas,
relacionando-as com o tipo de pista
que o motorista irá enfrentar.
M ·ÃONAMASSA
. . --
- - . . _ _._.. · .
""-
- · .
·
Atrito de escorregamento
O experimento proposto a seguir busca analisar e enfatizar as interações entre as superfícies que estão
em contato e o comportamento da reação normal. Descobriremos em que situações a força de atrito é
menos intensa e como ela se comporta enquanto o objeto está parado, entre outras questões relaciona-
das a esse tipo de força. Também verificaremos que o coeficiente de atrito entre duas superfícies pode
apresentar maior ou menor facilidade de escorregamento entre elas, ou seja, quanto maior o coeficiente
de atrito, maior a resistência oferecida ao deslizamento de uma sobre a outra.
Objetivos
• Observar que os objetos em contato oferecem resistência ao deslizamento.
• Veerificar que a intensidade da força de atrito varia com a força da reação normal.
• Determinar o coeficiente de atrito entre duas superfícies medindo a inclinação do plano sobre o qual
um corpo passa a escorregar.

Materiais
• tábua de madeira • bolinhas de gude
• transferidor • tabela trigonométrica
• caixas de papelão • caderno e caneta para anotações
• caixas de plástico • objetos diversos

ATENÇÃO
A tábua deve ser
obtida com o
professor.

22 Leis de Newton e suas aplicações


Procedimentos
a) Coloque um dos objetos sobre a tábua.
b) Peça a um de seus colegas que comece a inclinar a tábua vagarosamente, enquanto outro colega,
com o auxílio de transferidor, mede o ângulo de inclinação da tábua com a horizontal (solo). Preste
atenção ao momento em que o objeto começa a deslizar e marque o ângulo exato em que isso ocor-
re. Repita o procedimento pelo menos três vezes para cada objeto.
e) Na sequência, com os dados obtidos determine a média das medidas e construa uma tabela seme-
lhante à indicada abaixo.
d) No caso das caixas, que têm forma de paralelepípedo, realize medidas com os objetos apoiados
primeiro com a superfície de maior área e depois com a de área intermediária.

Objeto 9 1 (1ª medida) 9 2 (1ª medida) 93 (1" medida) 9médlo µ =tg e

ATIVIDADES

1. De acordo com o experimento realizado, à medida que a inclinação aumenta, o que acontece com a
força normal? O que se pode dizer a respeito da força de atrito?

2. Entre quais superfícies o coeficiente de atrito foi maior? Em que caso foi menor? De acordo com o
coeficiente de atrito, qual das caixas desliza mais facilmente?

3. O que aconteceria se, dentro de uma das caixas, fosse colocado, por exemplo, alguns pesos, como
bolinhas de gude? O ângulo de inclinação para que a caixa inicie o escorregamento seria diferente?

Módulo 2 1 Capítulo 5 23
Exercício RESOLVIDO
(IMED-RJ) Um professor de ensino médio deseja determinar o coeficiente
de atrito cinético entre dois tênis e o chão dos corredores da escola, supos-
tamente horizontais. Para tanto, ele mede inicialmente a massa dos dois
tênis, A e B, encontrando um valor de 400 g e 500 g, respectivamente. Após,
solicita que um aluno puxe horizontalmente os tênis com um dinamômetro,
verificando a sua marcação quando o tênis está se movendo com velocidade
constante, sendo que são registrados os valores de 2,8 N para o tênis A e
3,0 N para o tênis B. Com base nessas informações e considerando a acele-
ração da gravidade igual a 10 m/s2 , é correto afirmar que:
a) o coeficiente de atrito cinético determinado para o tênis A é um valor en-
tre 0,4 e 0,6.
b) mesmo sem ser realizada uma medida para o atrito estático, o valor do
coeficiente desse atrito será menor do que o encontrado para o atrito ciné-
tico em cada caso.
e) o tênis B possui maior coeficiente de atrito cinético do que o tênis A.
@ foi determinado um valor de 0,6 para o coeficiente de atrito cinético para
o tênis B.
e) em nenhuma das medidas foi determinado um valor maior ou igual a 0,7.
Para a velocidade ser constante, a força resultante deve ser nula, ou seja:
F = f at ~ F= µ eN

Como N = P = mg, então temos : F = µ e mg ~ µ e = _!_


mg
O coeficiente de atrito para o tênis A é dado por: µe = 2•8 = O, 7
(A) 0, 4 ' 10
O coeficiente de atrito para o tênis B é dado por: µ
CIB)
= 0,53• 10 = O, 6

•ATIVIDADES
7. (PUC-RS) Sobre uma caixa de massa 120 kg, atua uma força horizontal constante F de intensidade
600 N. A caixa encontra-se sobre uma superfície horizontal em um local no qual a aceleração gravita-
cional é 10 m/s 2 . Para que a aceleração da caixa seja constante, com módulo igual a 2 m/s 2 , e tenha a
mesma orientação da força F, o coeficiente de atrito cinético entre a superfície e a caixa deve ser de:
a) 0,1
b) 0,2
e) 0,3
d) 0,4
e) 0,5

24 Leis de Newton e suas aplicações


8. Uma diarista precisava limpar o local onde es- 10. Uma bala de revólver de massa 10 g é dispa-
tava a mesa de centro e, para isso, levantou-a, rada, com velocidade horizontal de 300 m/s,
porém havia um controle remoto de TV sobre contra um bloco de madeira. A bala perfura o
ela, que começou a deslizar para a borda da bloco e para somente depois de percorrer 8 cm
mesa. Então, ela baixou um pouco a mesa, di- sob a ação de uma força de atrito constante.
minuindo a inclinação, e percebeu que o con- Qual é a intensidade da força de atrito?
trole parou de deslizar. Sabendo que o controle
tem uma massa de 150 g e que a superfície da
mesa ficou inclinada em 20º em relação à ho-
rizontal, encontre o menor valor do coeficiente
de atrito para que o controle não deslize.

9. Após retomar de férias, um casal resolve mo- 11. (UFJF-MG) Em relação às forças de atrito entre
dificar a posição dos móveis da sala do apar- um bloco e uma superfície sobre a qual repou-
tamento. Começa arrastando o sofá, porém sa, assinale a afirmação correta.
encontra dificuldade para movê-lo. Percebe
que o piso não ajuda muito, pois é repleto de a) A força de atrito é diretamente proporcional
ondulações. Após pensar por alguns instantes, à área da superfície de contato.
tem uma ideia. Entre as possibilidades abaixo, b) O coeficiente de atrito estático não depende
qual delas facilitaria a movimentação do sofá? da natureza da superfície.
a) Utilizar um cabo de vassoura para servir e) A força de atrito máxima é diretamente pro-
como alavanca para levantar um dos lados porcional ao módulo da força normal.
e empurrar. d) A força de atrito máxima é inversamente
b) Molhar o piso decorado para provocar um proporcional ao módulo da força normal.
deslizamento melhor. e) Uma vez que o bloco começa a deslizar, a
e) Usar um tapete com o lado emborrachado força de atrito aumenta proporcionalmente
voltado para cima sob os pés do sofá. à velocidade do bloco.
d) Amarrar uma corda em volta do sofá que se-
ria puxada por ambos.

Módulo 2 1 Capítulo 5 25
12. Uma criança brinca de escalar uma porta fir- 13. (IFSul-RS) Uma caixa encontra-se em repouso
mando-se apenas com os pés em cada um em relação a uma superfície horizontal. Pre-
dos batentes, conforme mostram as figuras a tende-se colocar essa caixa em movimento em
seguir. Considerando que a massa da criança relação a essa superfície. Para tal, será aplica-
é 30 kg e o coeficiente de atrito entre seu pé e da uma força de módulo F que forma 53º aci-
o batente é igual a 1, qual é a intensidade da ma da direção horizontal. Considerando que o
reação do batente sobre seus pés no momento coeficiente de atrito estático entre a superfí-
em que ela se encontra em equilíbrio? cie da caixa e a superfície horizontal é igual a
0,25, que o coeficiente de atrito dinâmico entre
a superfície da caixa e a superfície horizontal
é igual a 0,10, que a massa do objeto é igual
2 kg e que a aceleração da gravidade no local é
igual a 10 m/s2 , o menor módulo da força F que
deverá ser aplicado para mover a caixa é um
valor mais próximo de:
Utilize: sen 53º = 0,8 ecos 53º = 0,6.
a) 6,25 N
b) 8,33 N
e) 12,50 N
d) 20,00 N

PRATICAR: 5, 7 e 14
APROFUNDAR: 7 a 9

26 Leis de Newton e suas aplicações


Nas provas de Física do Enem, o aluno precisa saber interpretar os enu nciados dos exercícios, bem
como interpreta r casos em q ue são ut ilizados gráfi cos para apresentar o comportamento de fenômenos do
cotidiano. Na questão proposta abaixo, temos a representação esquemática da força de atrito, presente nos
pneus de um veículo, para dois sistemas diferentes.

1. (Enem/MEC) Os freios ABS são uma importante medida de segurança no trânsito, os quais fun-
cionam para impedir o travamento das rodas do carro quando o sistema de freios é acionado,
liberando as rodas quando estão no limiar do deslizamento. Quando as rodas travam, a força de
frenagem é governada pelo atrito cinético.
As representações esquemáticas da força de atrito fat entre os pneus e a pista, em função da pres-
são p aplicada no pedal de freio, para carros sem ABS e com ABS , respectivamente, são:
d)
a) 1..

i//
1,,
·;:/
1

:
1

p p p p

b) 1.. f,. e)

p p p p

e) 1,,

p p

A força elástica
As próteses especiais para corredores, também conhecidas como lâminas,
revolucionaram as competições paralímpicas. As primeiras lâminas para compe-
tições foram criadas na década de 1970 e, desde então, têm evoluído bastante.
Atualmente, elas são construídas com cerca de 80 camadas de fibra de carbono,
cada uma mais fin a que um fio de cabelo, e não contam com nenhum tipo de
circuito eletrônico ou robótico; o processo é, portanto, puramente mecânico,
ou seja, a cada passo dado pelo corredor, a prótese acaba se contraindo, como
uma mola, e armazenando energ ia cinética, relacionada com o movimento
dos corpos e vinculada diretamente à massa e à velocidade. Quando a lâmina
retorna ao formato original, a energia é, então, liberada, impulsionando o atleta.

Módulo 2 1 Capítulo 5 27
Em nosso dia a dia, deparamo-nos inúmeras vezes com esse tipo de força, que age
para restabelecer condições de equilíbrio. Essa força, que chamamos de força elásti-
ca, está relacionada com d iversos t ipos de deformação; além das próteses usadas em
corridas, podemos mencionar o cabo utilizado no salto de bungee-jump, que apresenta
elasticidade e resistência, ficando preso ao corpo da pessoa. Nas competições de nata-
ção, a tecnologia também tem forte atuação, como nas roupas utilizadas, aderentes e
elásticas, que acabam permitindo ao nadador um melhor rendimento, maior facilidade
de movimento e diminuição do atrito com a água.

Analisando a força elástica


Com a característica de esticar ou comprimir, as molas são bons exemplos em
que a força elástica é sempre atuante. Dessa forma, vamos analisar como as molas se
comportam quando são distendidas ou comprimidas. Existem molas de diversos tipos,
formas e tamanho, cada uma exercendo sua função de acordo com o uso a que se
destinam, podendo ser arranjadas de maneira que produzam efeitos mais específicos.
Observe as representações para as possíveis situações com molas fixas em uma de
suas extremidades.
1) Distensão
Sobre a mola representada abaixo (figura 1) é aplicada uma força F, o que a faz
sofrer uma deformação (figura 2).
Representaremos por x essa deformação, q ue nada ma is é do que o módulo da
diferença entre o comprimento origina l da mola e o comprimento adquirido após ser
esticada ou comprimida.

Mola no Mola
estado natural. distendida.

28 Leis de Newton e suas aplicações


2) Compressão
Aplicando a mesma força F do item anterior e comprim indo a mola, teremos a
mesma deformação x, porém no sentido contrário. Observe:

Mola
comprimida.

3) Lei de Hooke
Ao aplicarmos sobre a mola uma força de 2F, a fim de esticá-la, teremos uma de-
formação equivalente a 2x .

Mola no Mola
estado natural. distendida.

Assim, comparando a situação 1 com a 3, encontraremos a razão de proporção:


F 2F
- = - = constante = k
X 2X
Observamos que a razão entre a força realizada e a deformação provocada é
sempre constante para uma mesma mola. A essa constante de proporcionalidade
chamamos de constante elástica da mola (k), cuja unidade de medida no Sistema
Internacional é N/m.
Ao aplicarmos uma força Fna mola, esta responde com uma força de igual direção
e intensidade, porém em sentido contrário. A essa força que atua para restituir seu
tamanho natural, sem qualquer distensão ou compressão, chamamos de força elástica.
Representando a razão de maneira linear, temos:
Fel =-kx

em que x representa a distensão, k é o coeficiente de restituição e o sinal negativo ind ica


que o sentido da força é tal que se opõe à distensão .
Essa é a representação da lei de Hooke, que estabelece uma proporção constante
para cada objeto entre a força aplicada e a deformação provocada.

Módulo 2 1 Capítulo 5 29
Note, no esquema abaixo, a condição restauradora da força e lástica, que sempre
busca o equilíbrio da mola, ou seja, sem qualquer distensão ou compressão.

Associação de molas
Para a lgumas situações específicas, torna-se interessante fazer uso de associação de
molas, que podem ser dispostas de várias maneiras, como veremos a seguir. A partir do
momento em que houver ma is de uma mola conectada, será formada uma associação
q ue resultará em uma mola equivalente.

Associação de molas em série


No esquema abaixo, há duas molas associadas em sequência, de maneira linear,
compondo um comprimento tota l que é a soma de seus tama nhos. Trata-se de uma
associação em série. Suas constantes elásticas são k, e k2 • Nesse caso, as molas 1 e 2
estão sujeitas à mesma força Fe sofrem deformações diferentes x1 e x2 •

mola
equivalente

Matematicamente, temos:
F
Para a mola 1 : F1 = k1x1 ~ x1 = -1..
k,
F
Para a mola 2: F2 = k2 x 2 ~ x 2 = ...L
k2
Como x =x1 + x2 e F = F1 = F2, podemos escrever:

1._=t +L~ k =~
keq k1 k2 eq k1 + k2

30 Leis de Newton e suas aplicações


A força Fserá transferida igualmente para ambas as molas. É importante notar que,
nesse tipo de associação, a mola equivalente tem maior comprimento e menor constante
e lástica no conjunto que a das molas individuais, tratando-se de um tipo de combinação
em que se deseja reduzir a constante e lástica. Assim, em associação de molas em série,
o aumento do comprime nto de urna mola resulta em urna constante elástica inversa-
mente proporcional ao comprimento da mola.

Associação de molas em paralelo

A força aplicada no sistema será dividida entre as duas molas, as quais, por serem
igua is, têm os valores das forças F1 e F2 igualados. Observe:

keq

mola
equivalente

Matematicamente, ternos:
Para a mola 1: F1 = k1 x 1
Pa ra a mola 2: F2 = k2x2
Corno x1 = x2 = x e F = F1 + F2 , podemos escrever:

keq/ =k1/1+ k2/2


keq = kl + k2

Módulo 2 1 Capítulo 5 31
Exercício RESOLVIDO
(Acafe-SC) Em um brinquedo infantil, um garoto
está suspenso por duas molas 1 e 2 verticais parale-
las onde atuam as forças de módulos 100 N e 200 N,
respectivamente, como mostra a figura (a). O mesmo
garoto é suspenso agora com as mesmas molas 1e2,
agora associadas em série como na figura (b).
Em relação à segunda situação (figura b), analise
as afirmações a seguir.
I. O módulo da força aplicada na mola 2 é 200 N.
II. O módulo da força resultante na figura b é 300 N.
III. As molas possuem a mesma constante elástica k .
IV. A mola 1 aplica uma força de módulo 300 N.
Todas as afirmações corretas estão em:
a) III - IV e) I - II - III - IV
b) ! - II - III @)II - IV
Na figura (a) , podemos ver que as molas estão em paralelo. Assim:
Feq = F 1 + F 2 =100 + 200 = 300:::::>Feq= N
Na figura (b), em que as molas estão associadas em série, a força é igual à
força equivalente do sistema de molas , ou seja, 300 N.
Analisando as alternativas, podemos concluir que (I) e (III) estão incorretas :
em série, as forças são iguais, mas cada mola tem sua constante elástica e,
em paralelo, as distâncias são iguais, mas cada mola tem sua constante elas-
tica. Em paralelo, a força equivalente é de 300 N (100 + 200), e em serie, ela
é a mesma em cada mola.

•ATIVIDADES
14. (Unioeste-PR) Na figura, um bloco de massa M está preso a N
uma mola que se encontra esticada. O bloco está em repouso
sobre uma superfície áspera. O coeficiente de atrito estático
entre o bloco e a superfície é µ. Considerando o bloco como
partícula, todas as forças mostradas na figura atuam no cen- P
tro de gravidade.Pé a força peso "exercida pela Terra", N é a força normal "exercida pela superfície" ,
Fé a força exercida pela mola e fé a força de atrito, também exercida pela superfície.
Considerando o exposto, assinale a alternativa correta.
a) As intensidades das forças N e P devem ser iguais para satisfazer a Terceira Lei de Newton.
b) A intensidade da força fpode ser calculada pela expressão f = µN.
e) As intensidades das forças F e f devem ser iguais para satisfazer a Segunda Lei de Newton.
d) A resultante das forças N e fé igual à resultante das forças F e P.
e) A resultante das forças N, f e Pé oposta à força F e possui a mesma intensidade desta.

32 Leis de Newton e suas aplicações


15. Dois amigos, Nílton e Kelvin, ao praticarem bungee-jump, decidiram saltar utilizando cordas com
diferentes constantes elásticas. Nílton preferiu usar duas cordas de mesmo comprimento, dispostas
em paralelo. Kelvin, por sua vez, resolveu aumentar o comprimento de sua corda.

Os gráficos abaixo apresentam a constante elástica desse tipo de corda. O gráfico I, à esquerda,
representa a corda original e indica a relação entre a força de restauração de uma corda elástica de
acordo com seu deslocamento (elongação) e em relação à posição de equilíbrio (parada), que ocorre
durante o salto de bungee-jump.
O gráfico II, à direita, apresenta duas retas, A e B. Cada uma representa a elongação dos diferentes
tipos de cordas usadas por Nílton e Kelvin no salto de bungee-jump.
Gráfico 1 Gráfico li
F(N) F (N)
A

1 000

850 .
800 ································. 800
600 ······················· 600
400 ............... 400
200

10 20 30 40 X (m) 1015 20 30 X (m)

Observe as retas A e B, no gráfico II, e indique aquela que melhor representa a corda usada por
Nílton e por Kelvin.

míiltll•M•>M!•l!1l•llil !11il !li!I ;:;j


APROFUNDAR: 5

Módulo 2 1 Capítulo 5 33
REFLETIR
EUA vetam nova roupa da natação
para a seletiva nacional
A Associação Norte-Americana de natação decidiu vetar [... ] a utilização dos trajes es-
peciais que cobrem todo o corpo dos nadadores, nas seletivas nacionais que definirão os
atletas da equipe dos EUA para os Jogos Olímpicos de Sydney.
A decisão de não permitir os trajes visa evitar problemas legais e garantir a imparcialidade
dos competidores.
O traje especial é um macacão, cobrindo o corpo dos atletas do tornozelo ao pescoço,
feito com urna fibra de lycra especial. O tecido foi desen volvido para imitar urna pele de
tubarão e conseguir uma menor resistência da água.
Diminuindo o atrito do corpo dos nadadores, o maca-
cão chega a melhorar em até 7,5% a performance dos atletas.
Se a melhora dos tempos já causa questionamentos
de ordem ética, que dirá o fato de que nem todos os
nadadores dispõem deste traje.
[...]
A Fina (Federação Internacional de Natação) já ofi-
cializou a liberação dos trajes para o uso em compe-
tições internacionais, inclusive nos Jogos Olímpicos.
Mas uma brecha no regulamento da entidade m aior da
natação mundial permite que atletas questionem judi-
cialmente os resultados obtidos com o uso destes trajes,

1 o que provocaria urna corrida de nadadores derrotados


aos tribunais. E é exatamente isso que a associação nor-
te-americana quer evitar.
A entidade afirmou, no entanto, que permitirá que
os atletas norte-am ericanos u sem a roupa durante os
Jogos de Sydney, que começam em setembro [de 2000].
Folha de S.Paulo, 23 jun . 2000. Disponível em: <WWWl.folha.uol.com.
br/folha/esporte/ult92u826.shtml>. Acesso em: 8 nov. 2016.

Pode-se afirmar que a Física teve papel de extrema


importância na produção dessa vestimenta. O polêmico
traje, usado por vários nadadores nos Jogos Olímpicos
de Sydney, em 2000, é feito com tecido ultrafino que
repele a água e ajuda a comprimir os músculos. Assim,

34 Leis de Newton e suas aplicações


o nadador desliza com maior facilidade, realizando um esforço muito menor dentro da
piscina. Além disso, uma solda ultrassônica é responsável por unir os pedaços de tecido sem
precisar de costura, deixando-o mais leve ainda.
Graças às suas propriedades, o maiô acabou sendo totalmente proibido em 2010. Durante
os Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008, os maiôs pele de tubarão diminuíram ao máximo
a força resistiva da água em relação ao corpo do nadador, proporcionando uma quebra de
74 recordes mundiais, o que causou polêmica sobre seu uso.

1. De acordo com o que foi apresentado, você acredita que o uso do maiô especial para
competições acaba, na verdade, privilegiando quem o veste e tornando a competi-
ção desigual?

2. Nesse cenário, com o desenvolvimento da Ciência, você acredita que seria possível
pessoas comuns se tornarem grandes competidores dessas provas?

3. Pense em tecnologias criadas para melhorar as disputas esportivas, mas que não
influenciam diretamente o desempenho dos atletas e cite algumas.

Uso do
maiô pele
de tubarão
ajuda atletas
a derrubar
recordes
mundiais.
Sistemas de forças
Anteriormente, ainda neste capítulo, conhecemos as forças peso, normal, de tração,
de atrito e elástica. A partir de agora, será possível trabalharmos com todas essas forças
em situações dinâmicas, que envolvem interações entre vários corpos, pois, quando
pensamos nas aplicações das leis de Newton, é inevitável considerarmos sistemas em
que existem várias forças atuando de forma simultânea. Compreender a contribuição
de cada uma delas e construi r sistemas que ajudem a executar tarefas difíceis para o
ser humano têm sido um desafio há mu ito tempo.
Dessa forma, é importante compreender que as leis de Newton podem ser aplicadas
em quaisquer sistemas de corpos, tanto isolados quanto em co njuntos de corpos em
contato. As três leis de Newton tornam possível obter as forças que agem no conjunto
de corpos ou em cada corpo isoladamente e determinar a aceleração do movimento.
Devemos sempre identificar as forças que agem em cada corpo, analisando quais cons-
tituem um par ação e reação; real izar o d iagrama de corpo livre, ou seja, analisar cada
corpo separadamente; resolver as equações das forças resultantes para cada corpo; e,
por fim, resolver o sistema de equações.
Estudaremos a seguir algu ns casos especiais, como as forças no plano inclinado e,
na sequência, as forças no movimento circular, em que aplicaremos essas estratégias.

Forças no plano inclinado

Trecho com
inclinação.
Percorrer um trecho que possui inclinação (desnível) significa deslocar-se de um
local mais ba ixo para outro, mais elevado, ou vice-versa. Nesse contexto, parece que
as ladeiras atrapalham os deslocamentos, o que não é verdade.

36 Leis de Newton e suas aplicações


Em outras situações, essas elevações, que na Física chamamos de planos inclinados,
ou simplesmente rampas, são utilizadas para faci litar tanto a subida quanto a descida
de pessoas e objetos. Trata-se, então, de uma superfície plana e inclinada que forma
um ângulo menor que 90º com a superfície horizonta l na qua l está apoiada. As rampas
são consideradas máqu inas simples por permitirem a realização de tarefas com redução
de esforço e são empregadas em inúmeras situações do cotidiano, como nas indicadas
nas imagens a seguir.

1. A rampa no
caminhão de guincho
faci lita a subida e a
descida dos veículos.
2. A rampa eletrônica
nos transportes
coletivos é de extrema
]'
e: importância para o
~
acesso de pessoas
portadoras de
necessidades especiais.
E E
$ 8 3. Muitos supermercados
s ~!í)
~

utilizam as rampas
~ rolantes, que permitem
~

6i "'
~
6i a locomoção de pessoas
e: õ.
~
~
l"
o ! e seus carrinhos de
o .e
l"
~
compras de forma
segura e prática.
4. Os praticantes de
skate utilizam rampas
para realizar manobras
radicais.

Para entender como o plano inclinado facilita o traba lho de elevar ou descer objetos
entre alturas diferentes, observe a situação representada abaixo, na qua l um gu incho
mantém um veículo parado sobre sua plataforma.

No esquema acima, as forças que estão atuando sobre o automóvel guinchado são:
a força peso, a reação normal e a tração exercida pelo cabo. É possível observar que a
força de reação normal (N) é sempre perpendicular à superfície de contato. Já a força
de tração puxa o veícu lo na mesma direção e sentido em que o cabo se movimenta.
Quanto à força peso, esta aponta sempre para o centro da Terra, ou seja, é perpendicular
à superfície terrestre. A vantagem em se utilizar um plano incl inado para elevar objetos
está na d iminuição da contribuição negativa que a força peso provoca.

Módulo 2 1 Capítulo 5 37
Para estudar a ação da força peso d e um objeto situado sobre um plano inclinado,
é conveniente representá-la por meio de duas componentes perpendiculares entre
si: uma normal à superfície de contato (P N) e outra seguindo a direção de inclinação
do p lano, ou seja, tangente à superfície d e contato (PT). Assim, o vetor força peso
(P) é a resultante dos vetores normal e tangente, o u seja, P = PN + Pr
Observe essas forças representadas no esquema abaixo:

\
\
\
\
\
\
\
\
\
\
\
\
\_, .,,"'.,,..,,.
p

Para determinarmos mate maticamente os valores das compone ntes da força peso,
basta utilizarmos as relações trigonométricas do triângulo retângu lo com base no
ângu lo e . Assim, temos :
pT= Psen e e pN = Pcos e
Se conside rarmos que, nessa situação, o ângulo de inclinação mede 30º (sen e = 0,50
e cos e = 0,86) e que a massa do carro guinchado é algo e m torno de 1 000 kg, tere-
mos a proximadamente os seguintes valores de módulo para as componentes da força
peso (P):
1 PT= 10000 . 0,50 => PT= 5000 => PT= 5000 N
pN = 1o000 . 0,86 => pN = 8 600 => pN = 8 600 N
Observando os valores obtidos e comparando-os com o peso do veículo (P = 10000 N),
pode mos concluir que a componente tangencial (PT) é menor, o que nos mostra que, ao
utilizar um plano inclinado, o motor do guincho precisa exercer uma força de 5 000 N,
metad e do q ue se levantasse o carro verticalmente (sem considerarmos as forças dissi-
pativas, como a força de atrito).
Ainda em relação a esse exemplo, como o guincho está parado (o cabo não está
puxando e o veículo está parado sobre a rampa), pode mos afirmar que a força exercida
pelo cabo (T) é igua l à componente na mesma direção (eixo x), ou seja:
T = PT :. T= Psen e
já na d ireção d a força de reação normal (eixo y), temos:
N = pN :. N = Pcos e

38 Leis de Newton e suas aplicações


Tomemos agora outro exemplo que envolve planos inclinados.
Na imagem ao lado, podemos observar uma garota que desce em
um escorregador.
Ao trabalharmos os conce itos relacionados com a força de
atrito, vimos que, na maioria das situações, ela acaba se opondo
ao movimento, ou seja, seu sentido é oposto ao do movimento.
Pensando no exemp lo da garota no escorregador, vamos deter-
minar a força de atrito que o plano exerce sobre ele. Para isso,
consideraremos que a inclinação do brinquedo em relação ao solo
mede 30º (sen 30º = 0,5 ecos 30º = 0,86), a massa da garota é de
28 kg e que ela está descendo o escorregador com uma aceleração
constante de 0,5 m/s 2 •
Devemos, inicialmente, decompor a força peso, conforme fize-
mos na situação anterior.

Esquema que representa as forças atuando.

pT = Psen e ~ p = mgsen e ~ p = 28 . 1o . 0,5 = 140 ~ p = 140 N


T T T

e
pN = Pcos e~ pN = mgcos e~ pN = 28 . 1o . 0,86 = 240,8 ~ pN = 240,8 N
Como a força de atrito está tentando impedir o movimento de descida da garota,
ao aplicarmos a segunda lei de Newton, teremos, na direção do movimento (eixo x):

FR= ma
pT - f.t = ma ~ Psene - fat = ma ~ mgsen e - f.t = ma ~
~ f at = mgsen e - ma

Substituindo os valores para calcular a força de atrito, obtemos:

f.t = 28 . 1o . 0,5 - 28 . 0,5 = 126


f. 1 = 126 N

Como o valor da componente tangencial da força peso (PT) é maior do que a força
de atrito, o garoto consegue escorregar até atingir o solo.

Módulo 2 1 Capítulo 5 39
Ex ereí ei os l;IJi1)til.t1ii
As questões 1 e 2 referem-se ao enunciado e gráfico a seguir.
Na figura abaixo, um bloco de massa m é colocado sobre um plano inclinado,
sem atrito, que forma um ângulo ex. com a direção horizontal. Considere g o mó-
dulo da aceleração da gravidade.

1. (UFRGS-RS) Nessa situação, os módulos da força peso do bloco e da força


normal sobre o bloco valem, respectivamente:
a) mgemg. d) mgsen a e mg.
b) mg e mgsen a. e) mgcos a e mgsen ex..
@ mg e mgcos ex..
A força peso é dada sempre por P = mg.
Para determinar a força normal, nesse caso, é preciso realizar a decomposi-
çao das forças que atuam sobre o bloco, como mostra a figura abaixo.

N = P v = mgcos a
'

P = mgcos a
' y
'
P=mg

Dessa forma, a componente normal é equivalente à componente da força


peso na direção do eixo y, ou seja, N = mgcos a .

2. (UFRGS-RS) O módulo da força resultante sobre o bloco é igual a:


a) mgcos ex. d) mg
@ mgsen ex. e) zero
e) mgtan ex.
Analisando novamente a imagem da decomposição das forças no item ante-
rior, podemos verificar que a componente da força peso no eixo y e a força
normal se anulam. Assim, a única força que atua no bloco durante sua desci-
da é a componente x da força peso, ou seja:
Px= mgsen a

40 Leis de Newton e suas aplicações


- ATIVIDADES
16. (Unifesp-SP) Um abajur está apoiado sobre a superfície plana e horizontal de uma mesa em repouso
em relação ao solo. Ele é acionado por meio de um cordão que pende verticalmente, paralelo à haste
do abajur, conforme a figura 1.
Para mudar a mesa de posição, duas pessoas a transportam inclinada, em movimento retilíneo e uni-
forme na direção horizontal, de modo que o cordão mantém-se vertical, agora inclinado de um ângulo
e= 30º, constante em relação à haste do abajur, de acordo com a figura 2. Nessa situação, o abajur
continua apoiado sobre a mesa, mas na iminência de escorregar em relação a ela, ou seja, qualquer
pequena inclinação a mais da mesa provocaria o deslizamento do abajur.
I.
1

Figura 1 Figura 2

Calcule:

a) o valor da relação N1 , sendo N1 o módulo da força normal que a mesa exerce sobre o abajur na
N2
situação da figura 1 e N2 o módulo da mesma força na situação da figura 2;

b) o valor do coeficiente de atrito estático entre a base do abajur e a superfície da mesa.

Módulo 2 1 Capítulo 5 41
17. (UEMA) Um estudante analisou uma crian- Sabe-se que a força F, paralela ao plano inclina-
ça brincando em um escorregador o qual tem do, conforme indica a figura acima, tem inten-
uma leve inclinação. sidade igual a 36 N. No instante t = 9 s, qual o
A velocidade foi constante em determinado módulo, em newtons, da força de atrito entre
trecho do escorregador em razão de o(a): o caixote e o plano? Nesse mesmo instante, o
bloco estará subindo, descendo ou permanece
a) aceleração ter sido maior que zero. em repouso sobre o plano inclinado?
b) atrito estático ter sido igual a zero.
Dados: sen 30º = 0,5 ; cos 30º = 0,9.
e) atrito estático ter sido menor que o atrito
cinético. a) 14 e descendo.
d) atrito estático ter sido igual ao atrito cinético. b) 11 e permanece em repouso.
e) aceleração ter sido igual a zero. e) 9,0 e subindo.
d) 8,5 e permanece em repouso.
e) 4,5 e subindo.
18. (CPAEN-RJ) Observe a figura a seguir.

Um caixote pesando 50 N, no instante t = O,


encontra-se em repouso sobre um plano muito
longo e inclinado de 30º em relação à horizontal.
Entre o caixote e o plano inclinado, o coeficien-
te de atrito estático é 0,20 e o cinético é 0, 10.

PRATICAR: 9 e 10
APROFUNDAR: 6 e 12

1 Nas p rovas d o Enem, as le is d e Newton são ut ilizadas na inte rpretação d e situações simples, vivenciadas
no d ia a dia, tal como ap rese ntado na questão a seg uir.

2. (Enem/ME C) Uma pessoa necessita da força de atrito em seu s pés para se deslocar sobre uma su-
perfície. Logo, uma pessoa que sobe uma rampa em linha reta será auxiliada pela força de atrito
exercida pelo chão em seus pés.
Em relação ao movimento dessa pessoa, quais são a direção e o sentido da força de atrito men-
cionada no texto?
a) Perpendicular ao plano e no mesmo sentido do movimento.
b) Paralelo ao plano e no sentido contrário ao movimento.
e) Paralelo ao plano e no mesmo sentido do movimento.
d) Horizontal e no mesmo sentido do movimento.
e) Vertical e sentido para cima.

42 Leis de Newton e suas aplicações


..
e:

f
Lançamento de martelo,
Forças no movimento circular modalidade olímpica.

Força e habilidade são fundamentais para a prova o límpica do lançamento de


martelo. Assim como em o utros lançamentos, a técnica e os treinamentos exaustivos
permitem que o atleta alcance seus limites. Durante a preparação inicial, o atleta repete
o movimento várias vezes até o momento efetivo do lançamen- I
I '
,' direção
to. A trajetória circular rea lizada pela esfera, que nesse esporte ,' normal
I
é chamada de martelo, tem seu centro o rientado nas mãos do '
atleta, mais precisamente no ponto em que segura o cabo de aço ' ''
que está preso à esfera. Os movimentos de giro proporcionam ''
, ,' 'E
velocidade suficiente para lançá-la o mais distante possível. , ,, ''' 2
, ',', ~

,,, \
\

Pouco antes do lançamento, podemos dizer que a trajetória I


\
\
\

circular está em um plano paralelo ao solo e sua velocidade é ' I


I \ direção
1
I
\tangente
constante. Observe, no esq uema ao lado, a representação da I
I
I
d ireção e do sentido do vetor velocidade. 1
1
1
1 1
1
Note que o vetor velocid ade (\i) é tangente à trajetó ria e \
\
I
I

\
I
I
perpendicular (normal) ao cabo de aço que prende o objeto. \
\
I
I

,,
\
I
Assim, no momento em que o martelo é solto, essa é a direção \
\

''
e o sentido que levará o conjunto a uma d istância considerável. '' ........... _,,,/
,'
Em uma competição, o módulo do vetor velocidade pode passar ----------
de 100 km/h.

Cálculo da força resultante no movimento circular


Ao percorrer a trajetória em uma curva, a esfera tem a direção do vetor velocidade
alterada com o passar do tempo, o que confirma a presença da aceleração centrípeta
e, como consequência, caracteriza o movimento curvilíneo. A força resultante no mo-
vimento circu lar uniforme é sempre perpendicular à velocidade.

Módulo 2 1 Capítulo 5 43
De acordo com o princípio fundamental da Dinâmica, temos:

A força resultante é chamada de força resultante centrípeta, ou simplesmente


força centrípeta, por ser o movimento do t ipo circular e apontar sempre em direção
ao centro da circunferência. Matematicamente, podemos reescrever a segunda lei de
Newton como:

Fcp = macp

No movimento circular, a aceleração possui uma definição particular, que chamare-


mos a partir de agora de aceleração centrípeta. Essa aceleração varia de acordo com
a velocidade do objeto (v) e o raio da curva (r) na trajetória circular. Dessa forma, ela
é dada por:

v2
r

Com a aceleração para o movimento circular definida, a resultante centrípeta pode


ser escrita como:

v2
Fcr = m - r

Podemos escrevê-la também em função da velocidade angu lar. Le mbramos que a


velocidade linear (v) e a velocidade angular (m) se relacionam da seguinte forma:

v = wr
Então:

v2 m 2
F = m- = - ( wr) = mw 2 r
cp r r

1 A resultante centrípeta, assim como a aceleração ce ntrípeta, tem orientação radial,


apontando sempre para o centro da circunferência, conforme pode ser observado na
representação abaixo:
' -
v ,,---------~',,
.. ,,,. a cp ',,
' \
-a F,p ''
/ 'P \

'
'' -
\
\
1
,' F,P ',
1 1

: e ~~
1 ; ~
1
1
\ 1
\
1
\ I
I '
\ I
\ I
\ I
' I

' ,,
I
I

' .............

44 Leis de Newton e suas aplicações


Ex ereí ei os f;IJi1)fJl1l1ii
1. (UFF-RJ) Na prova de lançamento de martelo nas Olimpíadas, o atleta coloca
o martelo a girar e o solta quando atinge a maior velocidade que ele lhe con-
segue imprimir. Para modelar este fenômeno , suponha que o martelo execu-
te uma trajetória circular num plano horizontal. A figura abaixo representa
esquematicamente esta trajetória enquanto o atleta o acelera, e o ponto A é
aquele no qual o martelo é solto.

Assinale a opção que representa corretamente a trajetória do martelo, vista


de cima, após ser solto.
a} d}

b}

e}

O vetor velocidade é tangente à trajetória em cada ponto e tem o sentido


do movimento circular. Quando o martelo é solto, ele obedece à direção e ao
sentido do vetor velocidade e acaba saindo pela tangente, de acordo com o
princípio da inércia.

Módulo 2 1 Capítulo 5 45
2. (PUC-SP) A figura representa em plano vertical um trecho dos trilhos de uma
montanha-russa na qual um carrinho está prestes a realizar uma curva. Des-
preze atritos, considere a massa total dos ocupantes e do carrinho igual a
500 kg e a máxima velocidade com que o carrinho consegue realizar a curva
sem perder contato com os trilhos igual a 36 km/h. O raio da curva, conside-
rada circular, é, em metros, igual a:
Dados: m = 500 kg; v = 36 km/h= 10 m/s .

.---------------------~~-~
~
~

:o
u
o
:;
~

a) 3,6 e) 1,0 @ 10
b) 18 d) 6,0
O carrinho é mantido nos trilhos pela força de compressão que exerce sobre
estes, que é igual e de sentido contrário à reação N dos trilhos sobre o carri-
nho. Assim, se N = O, o carrinho descarrilaria. A resultante das forças sobre
o carrinho é:
mv 2
P - N = Fcp ~P - N=- r
Na situação-limite de perda de contato com a superfície, quando a normal é
praticamente nula, apenas a força peso agiria no carrinho.
Assim, temos :
~ r = 10 =::) r = 10 m
500 2
(500 . 10) - O= · (l0)
r

1
• ATIVIDADES
19. O lançamento do martelo, incluído oficialmente pela primeira vez nos Jogos Olímpicos de Paris, em
1900, é uma modalidade olímpica do atletismo. Na verdade, o martelo, como é chamado, nada mais
é do que uma esfera metálica que, para os homens, tem massa de 7,26 kg e, para as mulheres, 4 kg.
Essa esfera é presa a um cabo de aço de 1,2 m de comprimento, com uma manopla na extremidade
para que o atleta possa segurá-lo. Um atleta olímpico dessa modalidade executa vários giros sobre
seu eixo antes de realizar o lançamento. No momento em que é lançado, o martelo parte com uma
velocidade de 28 m/s. Para esse limiar da soltura do martelo, encontre o valor da força de tração que
atua no cabo de aço.

46 Leis de Newton e suas aplicações


20. Um balde contendo 1,5 litro de água apresen- • Calcule a velocidade dessas gotas.
ta um pequeno furo no fundo, e sua alça está
amarrada à extremidade de uma corda de com-
primento r = 50 cm. Segurando a outra extremi-
dade da corda, uma pessoa gira o balde em um
plano vertical, imprimindo ao conjunto uma
velocidade mínima suficiente para que no pon-
to mais alto da trajetória a água não caia, ainda
que o balde esteja com a boca virada para bai-
xo. Um observador percebe, no entanto, que
pelo furo escapam gotas de água.

21. A pista de Daytona, nos Estados Unidos, é con-


siderada um dos grandes templos do automo-
bilismo. Trata-se de um circuito trioval, com
2,5 milhas de comprimento, cerca de 4 km,
com duas curvas sobrelevadas, com uma de-
las atingindo a inclinação de 30º. O raio dessa
curva é aproximadamente 300 m. Encontre a
máxima velocidade que um carro da N ascar
(massa de 1,5 t) poderia atingir para fazer a
Dados: curva, independentemente do atrito.

g = 10m/s2
massa específica da água: p = 1 kg/L
m= pV = 0,5 kg
r= 0,5 m
• Assinale com um x o vetor que melhor repre-
senta a direção do movimento das gotas que
saem pelo furo.
a)=> b) ~ e) <:=

Módulo 2 1 Capítulo 5 47
22. (UPE-PE) Em um filme de ficção científica, uma 23. (IFCE) Considere a figura a seguir, na qual é
nave espacial possui um sistema de cabines mostrado um piloto acrobata fazendo sua moto
girantes que permite ao astronauta dentro de girar por dentro de um "globo da morte".
uma cabine ter percepção de uma aceleração
similar à gravidade terrestre. Uma representa-
ção esquemática desse sistema de gravidade
artificial é mostrada na figura a seguir. Se, no
espaço vazio, o sistema de cabines gira com
uma velocidade angular coe o astronauta den-
tro de uma delas tem massa m, determine o
valor da força normal exercida sobre o astro-
nauta quando a distância do eixo de rotação
vale R. Considere que R é muito maior que a Ao realizar o movimento de loop dentro do glo-
altura do astronauta e que existe atrito entre o bo da morte (ou seja, percorrendo a trajetória
solo e seus pés. ABCD mostrada acima) , o piloto precisa man-
ter uma velocidade mínima de sua moto para
que a mesma não caia ao passar pelo ponto
mais alto do globo (ponto "A").
Nestas condições, a velocidade mínima "v" da
moto , de forma que a mesma não caia ao pas-
sar pelo ponto "A", dado que o globo da morte
tem raio R de 3,60 m, é:
(Considere a aceleração da gravidade com o
valor g = 10 m/s'.)

a) mRco2
a) 6 km/h
b) 2mRco2 b) 12 km/h

mRco2 e) 21,6 km/h


e) - 2 -
d) 15 km/h
d) mco2 e) 18 km/h
1 R
e) 8mRco2
1

48 Leis de Newton e suas aplicações


24. (Unesp-SP) Uma garota de 50 kg está brincando em um balanço constituído de um assento e de urna
corda ideal que tem uma de suas extremidades presa nesse assento e a outra, em um saco de areia
de 66 kg que está apoiado, em repouso, sobre o piso horizontal. A corda passa por duas roldanas
ideais fixas no teto e, enquanto oscila, a garota percorre uma trajetória circular contida em um plano
vertical de modo que, ao passar pelo ponto A, a corda fica instantaneamente vertical.

1
5m 1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1

i.
fora de escala

Desprezando a resistência do ar e a massa do assento, considerando g = 10 rn/s2 e as informações


contidas na figura, a maior velocidade, em rn/s, com a qual a garota pode passar pelo ponto A sem
que o saco de areia perca contato com o solo é igual a:
a) 2
b) 5
e) 3
d) 4
e) 1

PRATICAR: 12, 13, 15 e 16


APROFUNDAR: 10, 11, 13 a 16

Módulo 2 1 Capítulo 5 49
• ATIVIDADES complementares
PRATICAR e) como o movimento é inclinado, quem
equilibra o peso do homem é uma das
1. (Unicentro-PR) As leis de Newton não po- componentes da reação da escada sobre
dem, de maneira alguma, ser deduzidas ele, e por isso ele se move.
matematicamente. Elas são generalizações d) nesta situação a reação da escada sobre
de observações experimentais do movi- o homem não pode ser normal.
mento real de objetos materiais e da manei- e) neste caso parte do peso do homem é
ra que as forças aplicadas afetam tais mo- anulado pela força que movimenta a es-
vimentos. Elas são, portanto, leis naturais cada rolante.
que descrevem o comportamento do mun-
do externo e não axiomas matemáticos. 3. (Unisc-RS) Para representar a força peso,
Com base nos conhecimentos sobre a Dinâ- utilizamos um segmento de reta denomina-
mica, é correto afirmar: do vetor. Assim, quando da sua representa-
a) O peso de um corpo depende de sua lo- ção, a força peso sempre deve apresentar:
calização. a) intensidade ou módulo, direção e sentido.
b) O movimento de um corpo está sempre b) apenas sentido.
na direção da força resultante. e) apenas intensidade ou módulo e direção.
e) As ações mútuas de dois corpos entre si d) apenas direção e sentido.
são sempre dirigidas no mesmo sentido.
e) apenas direção.
d) Um carro que faz uma curva com velo-
cidade constante, em módulo, não sofre
4. (UFRJ) Uma pessoa
ação de nenhuma força.
idosa, de 68 kg, ao se
e) A taxa de variação do trabalho realizado pesar, o faz apoiada em
sobre um corpo com o tempo é igual à sua bengala como mos-
resultante das forças externas que agem tra a figura ao lado.
sobre o corpo.
1 Com a pessoa em re-
2. (Unicentro-PR) Um homem encontra-se pa- pouso a leitura da ba-
rado sobre um degrau de uma escada rolan- lança é de 650 N. Con-
te que o conduz de um andar a outro supe- sidere g = 10 m/s2 •
rior, com movimento retilíneo uniforme. A a) Supondo que a força
reta que liga os pontos inicial e final do mo- exercida pela benga-
vimento forma um ângulo com a horizontal. la sobre a pessoa seja
Neste caso é correto concluir que: vertical, calcule o seu
a) embora o homem se movimente entre dois módulo e determine
pontos, a força que a escada faz sobre seus o seu sentido.
pés é diretamente oposta ao peso dele. b) Calcule o módulo da força que a balança
b) se o homem sobe, é porque a escada exerce exerce sobre a pessoa e determine a sua
sobre ele uma força maior que o seu peso. direção e o seu sentido.

50 Leis de Newton e suas aplicações


5. (UEG-GO) No jargão aeronáutico, fala-se Desprezando os efeitos da resistência do
costumeiramente em "quatro forças" : força ar, indique a figura que representa correta-
de sustentação, força peso, força de propul- mente as forças !1 e f 2 que o fio faz sobre os
são e força de arrasto. O diagrama de corpo corpos de massa m e 5m, respectivamente,
livre de um avião está representado abaixo. durante a queda.
s a)

i
FA- -E: t,

b) e)
p t, t, =0

Para um voo em linha reta, nivelado e com


f, t, =o
velocidade constante, tem-se:
a)S+P=ÕeFA+E=Õ
b) s + p + FA+E= o
e)
e) S+P=OeFA + E = O
f,
d) FA + E=Õ

6. (UFF-RJ) Dois corpos, um de massa me ou- t, =o


tro de massa 5m, estão conectados entre si
por um fio e o conjunto encontra-se original-
mente em repouso, suspenso por uma linha 7. (Unisc-RS) Um operador aplica uma força
presa a uma haste, como mostra a figura. A F0 P = 350 N horizontal e constante sobre
linha que prende o conjunto à haste é quei- um bloco de massa m que se movimenta à
mada e o conjunto cai em queda livre. velocidade constante sobre um plano hori-
zontal. Sabendo que existe um coeficiente
de atrito dinâmico (µ = 0,35) entre o bloco
de massa m e a superfície do plano de des-
lizamento e considerando que g = 10 m/s 2,
podemos deduzir que a massa m do bloco é
igual a:
a) 35 kg
b) 75 kg
e) 100 kg
d) 125 kg
e) 150 kg

Módulo 2 1 Capítulo 5 51
(UFRJ) Duas pequenas esferas homogê- um suporte com rodas de massa desprezível,
neas de massas m1 e m2 estão unidas por como mostra a situação II.
um fio elástico muito fino de massa despre-
zível. Com a esfera de massa m 1 em repouso
e apoiada no chão, a esfera de massa m2 é
lançada para cima ao longo da reta vertical
que passa pelos centros das esferas, como
indica a figura 1.
A esfera lançada sobe esticando o fio até
suspender a outra esfera do chão. A figura 2
ilustra o instante em que a esfera de massa
m1 perde contato com o chão, instante no
qual o fio está ao longo da reta que passa Na situação II, a pessoa conseguiu empur-
pelos centros das esferas. rar a caixa até a caçamba da caminhonete,
pois:
t a) o uso das rodinhas aumentou a força de

i atrito entre a caixa e a rampa, que, por


ser maior, diminuiu o ângulo formado
com a horizontal.
figura 2
b) o uso das rodinhas diminuiu as forças de
atrito entre a caixa e a rampa, que, por
ser maior, diminuiu o peso da caixa.
e) as rodinhas diminuíram a força normal
entre a rampa e a caixa, e a rampa mais
comprida diminuiu a componente do
peso da caixa paralela à rampa.
1 Considerando como dados m1 , m2 e o mó-
dulo da aceleração da gravidade g, calcule
d) o uso das rodinhas diminuiu a força
de atrito entre a caixa e a rampa, que,
no instante em que a esfera de massa m1
por ser maior, diminuiu o ângulo com a
perde o contato com o chão:
horizontal.
a) a tensão no fio; e) as rodinhas, por causa de seu atrito com
b) a aceleração da esfera de massa m2 . a rampa, auxiliaram no movimento, e a
rampa mais comprida diminuiu o peso
Uma pessoa está tentando colocar uma caixa da caixa.
em uma caminhonete, utilizando para isso
uma rampa, conforme mostra a situação I. 10. As ruínas de Machu Picchu são considera-
Nessa situação, mesmo empurrando a caixa das uma das sete maravilhas do mundo mo-
com força máxima, paralela à rampa, não ob- derno. Há mais de quatro séculos as ruínas
teve sucesso. Por causa disso, utilizou outra eram uma cidade de pedras construída pe-
rampa mais comprida e colocou a caixa sobre los incas. Sua construção intrigou e ainda

52 Leis de Newton e suas aplicações


intriga os cientistas: para construir muros 11. (UFRN) Em tirinhas, é muito comum encon-
e templos, foi necessário erguer alguns trarmos situações que envolvem conceitos
blocos de pedra com mais de 20 toneladas de Física e que, ínclusive, têm sua parte
cada um. Estudos sugerem que, para car- cômica relacionada, de alguma forma, com
regar esses grandes blocos, foram constru- a Física. Considere a tirinha envolvendo a
ídas rampas de terra e colocadas pequenas "Turma da Mônica", mostrada a seguir.
bolas de pedras abaixo deles, conforme
mostra a figura a seguir. 1
11
i
f

Supondo que o sistema se encontra em


equilíbrio, é correto afirmar que, de acor-
bloco de
do com a Lei da Ação e Reação (3 ~ Lei de
pedra ~ Newton):
a) a força que a Mônica exerce sobre a cor-
da e a força que os meninos exercem so-
bre a corda formam um par ação-reação.
b) a força que a Mônica exerce sobre o chão
Dados: sen 45º = 0,7 e a força que a corda faz sobre a Mônica
cos 45º = 0,7
formam um par ação-reação.
As bolas de pedra usadas procuram dimi- e) a força que a Mônica exerce sobre a cor-
nuir o atrito para se erguer o grande bloco da e a força que a corda faz sobre a Mô-
de pedra. Modelos matemáticos indicam nica formam um par ação-reação.
que, com essas bolas de pedra, o coefi- d) a força que a Mônica exerce sobre a cor-
ciente de atrito para o grande bloco subir da e a força que os meninos exercem so-
a rampa pode ser considerado constante e bre o chão formam um par ação-reação.
com o valor deµ = 0,3. Se, nessas condições,
um homem conseguir puxar uma corda com 12. (UEG-GO) Consideremos um corpo esfé-
uma força máxima de 700 N, o número mí- rico, semelhante a uma bola de futebol,
nimo de homens necessários para se levan- abandonado do repouso de uma grande
tar um bloco de 20 t é: altitude em relação ao solo. Durante a que-
a) 120 da, seu peso P = mg permanecerá constan-
t e, enquanto a força de resistência do ar F,
b) 260
terá sua intensidade crescente à medida
e) 400
que o corpo ganha velocidade (F, = Kv2) .
d) 440 Essa etapa de movimento acelerado tem
e) 800 sua duraçao limitada, visto que atingida

Módulo 2 1 Capítulo 5 53
certa velocidade-limite (vlim), a força de re- O estudante, desejando compreender a si-
sistência assumirá intensidade igual à for- tuação-problema vivida, levou-a para a sala
ça peso. A partir daí, a força resultante será de aula, a qual foi tema de discussão. Para
nula, de modo que o corpo prosseguirá sua compreendê-la, o professor apresentou aos
queda em movimento retilíneo uniforme. estudantes um gráfico, abaixo, que relacio-
Considerando essas informações e despre- nava as intensidades da força de atrito (te,
zando as variações de campo gravitacional, estático, e te, cinético) com as intensidades
construa o gráfico da intensidade da força das forças aplicadas ao objeto deslizante.
resultante em função da velocidade. Força de atrito

13. (Unimontes-MG) Considere uma mola


1
ideal de constante elástica k = 16 N/m, • - - -O-O.---..:..=:.:.:....:=.:..::;..:.;:__
f, - - - - - - -:- Atrito cinético
cujo comprimento, quando não deforma- 1
1
1
1
da, é de 1,0 m. Uma das extremidades da Atrito•estático
1
1
mola está presa a um anel liso por dentro, 1

do qual passa um prego fixado em uma Força aplicada F

mesa lisa. A outra extremidade está presa Com base nas informações apresentadas
a uma massa m = 3,0 kg, também apoiada no gráfico e na situação vivida pelos irmãos,
na mesa. Dando-se um impulso à massa, em casa, é correto afirmar que:
ela passa a descrever um movimento cir-
a) o valor da força de atrito estático é
cular com velocidade escalar constante e
sempre maior do que o valor da força
igual a 2,0 m/s. Calcule o comprimento da
de atrito cinético entre as duas mesmas
mola nessas condições.
superfícies.
b) a força de atrito estático entre o guarda-
-roupa e o chão é sempre numericamen-
te igual ao peso do guarda-roupa.
1 e) a força de intensidade F, exercida ini-
cialmente pelo estudante, foi inferior
14. (UEPB) Um jovem aluno de física, atenden-
ao valor da força de atrito cinético entre
do ao pedido de sua mãe para alterar a po- o guarda-roupa e o chão.
sição de alguns móveis da residência, co- d) a força resultante da ação dos dois
meçou empurrando o guarda-roupa do seu irmãos conseguiu deslocar o guarda-
quarto, que tem 200 kg de massa. A força -roupa porque foi superior ao valor má-
que ele empregou, de intensidade F, hori- ximo da força de atrito estático entre o
zontal, paralela à superfície sobre a qual o guarda-roupa e o chão.
guarda-roupa deslizaria, se mostrou insufi- e) a força resultante da ação dos dois ir-
ciente para deslocar o móvel. O estudante mãos conseguiu deslocar o guarda-rou-
solicitou a ajuda do seu irmão e, desta vez, pa porque foi superior à intensidade da
somando à sua força uma outra força igual, força de atrito cinético entre o guarda-
foi possível a mudança pretendida. -roupa e o chão.

54 Leis de Newton e suas aplicações


15. (Udesc-SC) Nos quadrinhos abaixo, o coe- pode ser sentida também pelos tripulantes
lho de pelúcia, após o artifício utilizado pelo de um avião que faça manobras especial-
personagem Cebolinha, altera a direção de mente planejadas para tal.
movimento. Sobre essa mudança, é correto A figura a seguir mostra a trajetória de um
afirmar: avião durante uma manobra planejada para
produzir a sensação de imponderabilidade
na qual se pretende que, num determinado
ponto da trajetória, a força resultante seja
centrípeta e proporcionada pelo peso.
p
Copyright © 1999 Mauricio de Sousa Produções Ltda.
Todos os direitos reservados.

a) A lei zero de Newton (lei da Cinemática)


diz que corpos de inércia pequena podem ..
mudar suas trajetórias, evitando colisões; ' ', ...... ____.. ....
portanto, o coelho realiza o movimento
mostrado no quadrinho. Qual deve ser a velocidade do avião, em
b) O raio de curvatura no movimento do módulo, para que no ponto P indicado na
coelho é muito pequeno, permitindo a trajetória os passageiros fiquem em queda
realização do movimento. livre e, portanto, sintam-se imponderáveis?
e) A força centrífuga que age sobre o coelho a) V= .j2gR
é maior que a força centrípeta, possibili-
tando a realização do movimento.
b) v=J9R
e) V = gR
d) A força inercial contida no coelho é sufi-
ciente para desviar sua trajetória inicial. d) V=g

e) A direção do movimento do coelho pode e) v=J*


ser alterada apenas com a ação de forças
externas.
APROFUNDAR
16. (PUC-RS) Imponderabilidade é a sensação
de ausência de peso. Essa sensação tam- 1. Um carro que se desloca a 120 km/h freia
bém ocorre quando a aceleração do corpo é bruscamente, percorrendo 60 metros até
a aceleração da gravidade, como numa que- parar. Por inércia, os passageiros são "lan-
da livre, e não necessariamente pela ausên- çados para a frente mas usam cinto de 11
,

cia de gravidade, como se poderia imaginar. segurança, que são projetados para supor-
A imponderabilidade é sentida pelos as- tar trações de até 15000 N. Supondo que
tronautas quando em órbita numa estação durante a frenagem uma pessoa de 80 kg
espacial ou até mesmo por você, quando o tenha sido "lançada com toda sua massa 11

carro em que você está passa muito rápido para a frente, o sistema de segurança irá
sobre uma lombada. A imponderabilidade suportar a t1a.ção?

Módulo 2 1 Capítulo 5 55
(UFPE) Um bloco de massa igual a 6,3 kg é 4. (UFSJ-MG) Um elevador funciona de acor-
pendurado por urna corda como mostrado do com o esquema simplificado mostrado
na figura. Calcule a força máxima, em N, que na figura abaixo. Um motor é responsável
pode ser aplicada na corda interior tal que a por exercer uma força sobre o elevador por
corda superior não rompa. As cordas utiliza- meio de um cabo de aço. Passando por uma
das suportam uma tensão máxima de 100 N. roldana, outro cabo de aço liga o elevador a
Considere as massas das cordas desprezí- um contrapeso.
veis em comparação com a massa do bloco.
Roldana

cordas

Contrapeso

a) 35
b) 36 Elevador
e) 37
d) 38
Ambos os cabos de aço e a roldana possuem
(UFRJ) Um bloco de massa m é abaixado
massas desprezíveis. Quando o elevador
e levantado por meio de um fio ideal. Ini-
está subindo a uma velocidade constante, é
cialmente, o bloco é abaixado com acele-
correto afirmar que o módulo da força exer-
ração constante vertical, para baixo, de
cida pelo motor sobre o elevador é igual:
módulo a (por hipótese, menor do que o
módulo g da aceleração da gravidade), a) à soma dos módulos do peso do elevador
como mostra a figura 1. Em seguida, o e o peso do contrapeso.
1
bloco é levantado com aceleração cons- b) a zero, uma vez que a velocidade do ele-
1 tante vertical, para cima, também de mó- vador é constante.
dulo a, como mostra a figura 2. Sejam Ta
e) à diferença entre os módulos do peso do
tensão do fio na descida e T' a tensão do
elevador e o peso do contrapeso.
fio na subida.
d) ao peso do elevador.

T T' 5. (UFPA) Sistemas de navegação inercial


figura 1 figura 2
são utilizados na aviação, em mísseis e
submarinos. Particularmente em subma-
rinos, onde a tecnologia de GPS (Sistema
de Posicionamento Global) não pode ser
T' utilizada, esses sistemas são emprega-
Determine a razão T em função de a e g.
dos para determinar o posicionamento.

56 Leis de Newton e suas aplicações


Fundamentalmente, eles se baseiam em Calcule o módulo da força resultante que atua
sensores que medem aceleração. A figu- no bloco, ao longo da descida, em newtons.
ra abaixo mostra um sistema massa-mola
representando o sensor de um aparelho
de navegação inercial, em duas configu-
rações em que a massa m permanece imó-
vel dentro do sensor. Considere que não
há atrito no movimento da massa ligada à
mola dentro do invólucro, e o movimento
7. (UEM-PR) Um bloco de massa M é colocado
ocorre sobre um trecho retilíneo.
sobre uma mesa plana e horizontal. Saben-
do que g é a aceleração gravitacional, ana-
lise as alternativas abaixo e assinale o que
for correto.
sensor em repouso
01) As forças peso do bloco e normal que a
mesa exerce sobre o bloco constituem o
par ação e reação descritos pela Terceira
sensor em movimento
Lei de Newton.

Considerando, exclusivamente, este modelo, 02) Se a mesa for inclinada de um ângulo e


com a horizontal e se desprezarmos os
é correto afirmar que:
atritos entre as superfícies, a aceleração
a) o que permite medir a aceleração é o fato do bloco, em módulo, será igual a g(sen O).
de ela ser diretamente proporcional ao
04) Se o coeficiente de atrito cinético entre a
quadrado da deformação da mola.
mesa e o bloco for igual a 0,5 e se a mesa
b) a configuração indicada para o Sensor for inclinada de um ângulo e com a ho-
em movimento ocorre se o sensor está rizontal, de modo que o bloco entre em
sendo acelerado para a direita. movimento, a aceleração do bloco, em
c) a configuração de repouso é diferente da
configuração de movimento uniforme.
módulo, será igual a g ( sen e-% cos e}
d) a deformação na mola independe da 08) Se uma força for aplicada horizon-
massa m do sensor. talmente sobre a mesa, de modo
e) quanto maior o valor da constante elásti- que o conjunto bloco-mesa passe a
ca da mola, menor o valor da aceleração movimentar-se, a força de atrito sobre
máxima que o sensor consegue medir. o bloco terá a mesma direção e o mes-
mo sentido dessa força.
6. (UFPE) Um bloco de massa m = 4,0 kg é im- 16) O coeficiente de atrito estático entre o
pulsionado sobre um plano inclinado com bloco e a mesa é diretamente proporcio-
velocidade inicial v0 = 15 m/s, como mostra a nal à força peso do bloco.
figura. Ele desliza em um movimento descen-
dente por uma distância L = 5,0 m, até parar.

Módulo 2 1 Capítulo 5 57
8. (UFABC-SP) 9. (PUC-RS) Freios com sistema antibloqueio
(ABS) são eficientes em frenagens bruscas
Quem diria que uma brincadeira de
porque evitam que as rodas sejam bloquea-
criança já valeu medalha de ouro. Esse es-
das e que os pneus deslizem no pavimento.
porte esteve presente em todas as Olimpía-
Essa eficiência decorre do fato de que a for-
das disputadas entre 1900 e 1920, quando
ainda era considerado uma modalidade de ça de atrito que o pavimento exerce sobre
as rodas é máxima quando:
atletismo. Em 1908, em Londres, o resulta-
do foi um pódio caseiro e fardado. A polícia a) os pneus estão deslizando, porque o
de Londres ficou em primeiro, seguida por atrito cinético é maior que o estático
policiais de Liverpool e da polícia metropo- máximo.
litana, respectivamente. b) os pneus estão na iminência de deslizar,
Revista Gnlile11 1 n. 204, jul. 2008. porque o atrito estático máximo é maior
que o cinético.
Considere duas equipes A e B, formadas
por três garotas cada uma, numa disputa e) o carro está parado, porque o atrito está-
de cabo de guerra sobre uma superfície pla- tico é sempre máximo nessa situação.
na e horizontal, como mostra a figura . d) a velocidade do carro é constante, por-

equipe A
que o atrito cinético é constante.
equipe B
e) a velocidade do carro começa a diminuir,

''' ;;;
porque nessa situação o atrito cinético
está aumentando .
.
·~ _..._ ·-- ...__..... ..._ . . . . ··- ..._-_...-_....: _•·...-_... . ·-- ..... .-...-_.-...-_.-,;:_.-..-_
- -··,: _ __ -

10 (FFFCMPA-RS) Para que um automóvel em


A alternativa que mostra corretamente movimento faça uma trajetória curva, man-
a força de tração aplicada pela corda nas tendo a intensidade da velocidade, a força
mãos e a força de atrito aplicada pelo solo aplicada sobre o carro deverá:
nos pés, respectivamente, de uma inte- a) ser normal à trajetória.
1 grante da equipe B, durante a disputa, é:
b) ser zero.

__ 1
a) tração d) tração e) ser tangencial à trajetória.

1
1

._
atrito d) ter componente normal e tangencial à
trajetória.
atrito/
e) ser infinita.

__ 1
b) tração e) tração

1
11. (PUCCamp-SP) Num trecho retilíneo de
atrito
atrito ..,. uma pista de automobilismo há uma lomba-
da cujo raio de curvatura é de 50 m. Um car-
ro passa pelo ponto mais alto da elevação
e) tração com velocidade v, de forma que a interação

atrito 1 entre o veículo e o solo (peso aparente) é


mg neste ponto. Adote g = 10 m/s2 .
5

58 Leis de Newton e suas aplicações


Nestas condições, em mls, o valor de vé: 13. É possível pilotar um carro de corridas
atual em uma pista com uma inclinação de
a) 10 d) 40
90 graus em relação ao solo.
b) 20 e) 50
É o que garante uma equipe de quatro
e) 30
estudantes de física da Universidade de Lei-
12. (FGV-SP) A figura representa dois alpinistas cester, no Reino Unido.
A e B, em que B, tendo atingido o cume da E os prnfessores assinaram embaixo: o
montanha, puxa A por uma corda, ajudan- trabalho foi publicado em urna revista cien-
do-o a terminar a escalada. O alpinista A tífica revisada, neste caso, não pelos pares,
pesa 1 000 N e está em equilíbrio na encos- mas pelos mestres.
ta da montanha, com tendência de deslizar Segundo os cálculos da equipe, um carro
num ponto de inclinação de 60º com a hori- viajando a uma velocidade de pelo men os
zont al (sen 60º = 0,87 e cos 60º = 0,50); há 240 km/h (67 m/s) teria aderência garantida
atrito de coeficiente 0, 1 entre os pés de A e em uma pista perfeitamente circular inclina-
a rocha. No ponto P, o alpinista fixa uma rol- da a 90º em relação ao solo.
dana que tem a função exclusiva de desviar Disponível em: <www.inovacaotecnologica.eom .br/ noticias/
a direção da corda. noticia.php ?artigo=corrida-carro-paredc&id=Ol O170140403#.
U2K3F_ldVnY>. Acesso em: 8 nov. 2016. [Adaptado.]

Suponha que o carro mencionado no texto


possua 700 kg e percorra uma pista circular
A componente horizontal da força que B de 50 m de raio e inclinação de 90º com o
exerce sobre o solo horizontal, na situação solo, e velocidade acima de 67 m/s em um
descrita, tem intensidade, em N: local onde a aceleração da gravidade vale
g = 10 m/s 2 • Para o carro não cair, ao des-
a) 380
considerar a resistência do ar, deve apre-
b) 430 sentar um coeficiente de atrito (µ) entre os
e) 500 pneus e a pista, no mínimo, maior que :
d) 820 a) 0,11 e) 0,43 e) 0,72
e) 920 b) 0,24 d) 0,59

Módulo 2 1 Capítulo 5 59
14. (UFSC) Rotor é um brinquedo que pode ser 08. o coeficiente de atrito estático entre a
visto em parques de diversões. Consiste superfície do rotor e as roupas de cada
em um grande cilindro de raio R que pode pessoa dentro dele é proporcional ao
girar em torno de seu eixo vertical central. raio do rotor.
Após a entrada das pessoas no rotor, elas 16. o coeficiente de atrito estático entre a
se encostam nas suas paredes e este come- superfície do rotor e as roupas de cada
ça a girar. pessoa dentro dele é proporcional à ve-
locidade v do rotor.
eixo

15. O globo da morte é uma espécie de gaiola


de formato esférico, de material bastante
resistente, em cujo interior pode ser visto
um ou mais motoqueiros dando voltas. O
auge da apresentação ocorre quando o mo-
toqueiro passa pelo ponto mais alto do glo-
bo, conforme mostra a figura a seguir.
O rotor aumenta sua velocidade de rota-
ção até que as pessoas atinjam uma ve-
locidade v, quando, então, o piso é retira-
do. As pessoas ficam suspensas, como se
estivessem "ligadas" à parede interna do
cilindro enquanto o mesmo está girando,
sem nenhum apoio debaixo dos pés e ven-
do um buraco abaixo delas.
Em relação à situação descrita, é correto
afirmar que:
1
01. a força normal, ou seja, a força que a pa-
1 rede faz sobre uma pessoa encostada na
parede do rotor em movimento, é uma Admitindo que n = 3 e que a aceleração gra-
força centrípeta. vitacional no local é g = 10 m/s2 , se o moto-
02. se duas pessoas dentro do rotor tive- queiro mantiver a velocidade constante em
rem massas diferentes, aquela que tiver toda a sua trajetória, o maior tempo possí-
maior massa será a que terá maior chan- vel que ele conseguirá completar uma volta
ce de deslizar e cair no buraco abaixo de sem cair é :
seus pés. a) 2,1 s
04. o coeficiente de atrito estático entre a b) 3,6 s
superfície do rotor e as roupas de cada e) 5,2 s
pessoa dentro dele deve ser maior ou d) 7,0 s
1 gR
.
igua a -vz· e) 9,8 s

60 Leis de Newton e suas aplicações


16. (Unesp-SP) Em um show de patinação no curvas do circuito, com velocidades escala-
gelo, duas garotas de massas iguais giram res iguais e constantes.
em movimento circular uniforme em torno
de uma haste vertical fixa, perpendicular
ao plano horizontal. Duas fitas, F1 e F2 ,
inextensíveis, de massas desprezíveis e
mantidas na horizontal, ligam uma garota
à outra e uma delas à haste. Enquanto as Curva
garotas patinam, as fitas , ahaste e os cen- Um
tros de massa das garotas mantêm-se num
mesmo plano perpendicular ao piso plano
e horizontal.

F ~
1

haste As tabelas 1 e 2 indicam, respectivamente


vertical
e de forma comparativa, as massas de cada
veículo e os raios de curvatura das curvas
representadas na figura, nas posições onde
se encontram os veículos.
Tabela 1

Veículo
Considerando as infarmações indicadas na
kart M
figura, que o módulo da força de tração na
fita F1 é igual a 120 N e desprezando o atrito fórmula 1 3M
e a resistência do ar, é correto afirmar que o stock-cor 6M
módulo da força de tração, em newtons, na
fita F2 é igual a: Tabela 2

a) 120 Curva :~. • ...


"""
b) 240 Tala Larga 2R
e) 60 do Laço R
d) 210
Um 3R
e) 180
Sendo FK, FFe F8 os módulos das forças resul-
17. (Unesp-SP) A figura representa, de forma tantes centrípetas que atuam em cada um
simplificada, o autódromo de Tarumã, lo- dos veículos nas posições em que eles se
calizado na cidade de Viamão, na Grande encontram na figura, é correto afirmar que:
Porto Alegre. Em um evento comemorativo,
a) F8 < FK < FF d) FF< F8 < FK
três veículos de diferentes categorias do au-
tomobilismo, um kart (K), um fórmula 1 (F) b) FK< F8 < FF e) F8 < FF < FK
e um stock-car (S), passam por diferentes e) FK< FF < F8

Módulo 2 1 Capítulo 5 61
•Força peso
l
•Peso e massa são grandezas distintas, embora relacionadas.
•Nas proximidades da superfície terrestre, o peso de um corpo é praticamente constante
e a reação correspondente ao peso se dá no planeta.
• Essa força é calculada como: P = mg.
• Força normal
• Objetos em contato podem estar sujeitos a interações, forças de ação e reação.

~ ••Ir""
-- - • A reação normal de uma superfície sobre um objeto é a componente força de reação
do apoio na direção perpendicular à superfície.
• Força de tração
• Fios e cabos presos a objetos podem ficar sujeitos a forças de tração, que correspondem
à ação dos objetos ou dispositivos mecânicos sobre eles.

•Em um mesmo fio ideal, a tração terá sempre a mesma intensidade.


• Força elástica
•Esse tipo de força ocorre quando há deformação de objetos como molas ou elásticos.
É uma força restauradora que se opõe à deformação.

• A força elástica obedece à lei de Hooke, que estabelece uma proporção constante para
cada objeto entre a força aplicada e a deformação provocada.
•Essa força é calculada como: F01 = - kx.
• Força de atrito
• O coeficiente de atrito expressa a resistência ao deslocamento entre duas superfícies.

1 • Quando as superfícies dos objetos interagem sem que ocorra movimento relativo entre
elas, o coeficiente de atrito de escorregamento é chamado estático.
1
•Quando ocorre o movimento, o coeficiente de atrito, denominado cinético, tem valor
menor que o estático para as mesmas superfícies.
•Essa força é calculada como: fª1 = µN.
• Sistemas de forças: plano inclinado e movimento circular
•No plano inclinado: superfície plana e inclinada que forma um ângulo menor que 90º
com a superfície horizontal.
•Forças no movimento circular: uma partícula em movimento curvilíneo está sujeita a
uma força resultante centrípeta, dirigida para o centro da curva.
2
•No MCU, essa força está relacionada com a velocidade pela expressão: Fcp = mv
r

62 Leis de Newton e suas aplicações


Gabarito
- ATIVIDADES 17. E
18. E
1. A
19. 4743,2 N
2. B
20. • e
3. a) Não é possível afirmar que a massa de um corpo va-
ria. No exemplo, balanças de mola como as domésticas • v=J5 m/s
medem força, e não massa. A força medida é a força 21. 150, 17 km/h
de contato entre o garoto e o instrumento. No caso em 22. A
questão, mede-se a força normal, ou seja, a reação do 23. C
apoio, que, nesse exemplo, varia.
24. D
b) Descrever graficamente as forças significa mostrar
como atuam em um esquema semelhante a este: •ATIVIDADES complementares
início: N > P fim: N < P PRATICAR
CDN ® 1. A
2. A
3. A
4. a) 30 N, sentido para cima.
b) 650 N, direção vertical e sentido para cima.
5. A
6. E
7. C
p
8. a) T=m1g
c) a = 1,8 m/s2 (início do movimento) e a= - 1,8 m/s2(fim
do movimento). b) a =-[m2+m1]g
2 m 2
d) Se a velocidade de subida do elevador permaneces-
se constante, a balança indicaria 50 kg ou 500 N. 9. D
4. D 10. B
5. D 11. C
6. D 12. R
7. C
8. =0,36
9. C mg
10. 5,625 · 103 N
11. C
12. 183,7 N
13. A
14. E V

15. Em uma associação de molas em paralelo, a constante


elástica equivalente aumenta. Na associação em série,
13. 1,5 m
ela diminui. Assim, a reta A é a que melhor representa
a corda usada por Nílton. A reta B é a que melhor repre- 14. D
senta a corda usada por Kelvin. 15. E
N 2J3 16. B
16. a) N =-
1
3
-
2
ENEM
b)µ = -
J3 1. A
• 3
2. C

Módulo 2 1 Capítulo 5 63
APROFUNDAR 7. 14 (02 + 04 + 08)
8. E
1. F = 740 N. Esse valor está bem abaixo da capacidade de
suporte do cinto de segurança, que é de até 15000 N. 9. B
Dessa forma, não haverá motivos para o passageiro se 10.A
preocupar. 11. B
2.C 12. E
3• T' = g+a 13. A
T g-a 14. 05 (01 + 04)
4.C 15. B
5. B 16. E
6. 90N 17. B

64 Leis de Newton e suas aplicações

Você também pode gostar