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Prefácio
Levando em consideração a falta de mão de obra especializada nesta área de conhecimento e a falta
de cursos que possam capacitar novos profissionais. O nosso trabalho busca humildemente
compartilhar de uma forma simples e objetiva essa disciplina fundamental e básica para um
preparador de torno automático. Acreditamos que a partir dessa apostila o aluno poderá aprender
desde a calcular os cames, quantidade de peças por hora e por segundo, fazer plano de preparação e
muito mais.
Bons estudos!!
O torno automático é uma máquina-ferramenta muito utilizada na produção seriada em função dos
curtos tempos dos ciclos de trabalho e da simultaneidade das operações.
O torno automático consiste de uma bancada ou base sendo que a parte superior é montado o
cabeçote, contendo a árvore principal com passagem, onde corre o material de trabalho, os eixos de
comando dos cames, os carros transversais porta-ferramenta, contra-ponta ou o dispositivo revólver
porta-ferramenta.
Os principais tipos de operações que se efetuam num torno automático são as seguintes;
Em geral, o torno automático monofuso de cabeçote fixo trabalha com 4 carros porta-ferramentas
radiais, podendo-se aplicar uma contra-ponta de furar dispositivos de furar e rosquear, ou então
dispositivo revólver-estrela para as operações com movimentos longitudinais em relação à árvore
principal.
Suporte transversal dianteiro: QV, S1 ou STD torneamento longitudinal, sangramento, assim como
para ferramentas de perfilar.
Suporte transversal traseiro: QH, S2 ou STT torneamento longitudinal, sangramento,assim como para
ferramentas de perfilar.
Suporte vertical traseiro: SSH, S3 ou SVT sangramentos leves, pré-cortes chanfro e recartilhados.
Uma vez resolvidos esses pontos inicia-se o cálculo da produção horária e desenvolvimento dos
cames. Para simplificar o cálculo é definido o perímetro dos cames em 360° ( uma volta completa dos
eixos de comando). Assim sendo, distinguem-se os chamados tempos principais ou produtivos
expressos em rotações da árvore principal durante os quais se efetua a retirada de cavacos, e os
tempos secundários ou improdutivos expressos em graus de giro dos eixos de comando.
Os tempos principais ou produtivos resultam do cálculo das rotações da árvore principal, que ocorrem
em cada operação. As rotações da árvore, que são determinadas para o rendimento, variam segundo
a dimensão a ser usinada e o material da peça. Os tempos secundários resultam principalmente do
ângulo de giro do eixo de comando expresso em graus. Estes ocorrem nos movimentos de;
Abrir e fechar a pinça e avançar o material, sendo que para efeito de preparação da folha de cálculo
será denominado apenas como alimentar.
Para o primeiro item de sujeição da peça o valor do tempo secundário é constatado e vale em
geral 40 °. Assim sendo, para a elaboração da folha de cálculo tem-se os seguintes passos.
O RPM se determina através da velocidade de corte apropriada para o material a ser usinado levando
em conta o tipo de operação que se efetua chamado de;
N = V. 1000
_______
𝛑. D
N = RPM
(𝛑 = 3,1416)
Fórmula simplificada
N= 318. V
_____
D.
N = RPM
obs; 318 é uma constante que é encontrada a partir da divisão das constantes 1000 e 3,1416 (𝛑)
sendo assim;
1000
------- = 318,30
3,1416
A determinação da ordem das operações depende da peça que será usinada, não se podendo
portanto fixar uma regra. Como última operação, deve-se anotar sempre alimentar. Tais dados se
registram na coluna de operações da folha de cálculo.
Para este fim é fundamental que se conheça as dimensões do produto a ser usinado. Por segurança,
deve-se acrescentar ao percurso de trabalho 0,2 a 0,4. Na folha de cálculo, o curso total resultante
deve ser anotado na coluna de percurso em milímetros.
Os avanços que serão utilizados dependem de vários fatores, tais como a qualidade do material que
se emprega, tolerâncias e qualidades das superfícies, forma das ferramentas e etc. Estes dados se
registram na coluna de avanço em milímetros por rotação.(Consultar a Tabela Valores para referência
de avanço).
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5- Cálculo das rotações efetuadas pela árvore principal para cada uma das operações de
trabalho (tempos produtivos).
O cálculo das rotações produtivas necessárias para a realização de uma determinada operação é feito
pela divisão do percurso de trabalho (mm) pelo Avanço (mm/rot),valores que devem ser registrados
nas colunas rotações necessárias e rotações produtivas.
Rotações necessárias são aquelas que determinam o tempo total de cada operação e rotações
produtivas são aquelas que determinam o tempo principal de usinagem.
Os tempos secundários são característicos de cada máquina e do tipo de cames utilizados, sendo que
estes dados são tabelados pelos diversos fabricantes de tornos automáticos e relacionados com a
peça a ser produzida. Os tempos são expressos em graus e são de grande importância para o
funcionamento e a otimização do processo idealizado.
7- Cálculo de produção
O tempo necessário para a fabricação de uma peça é obtido pela soma dos tempos principais
(gerados das rotações produtivas) e tempos secundários. Durante um processo de usinagem, onde
ocorrem várias operações distintas e simultâneas, o tempo principal para efeito de cálculo é aquele
realizado pela operação mais longa. Este tempo é o responsável pela produção na usinagem das
peças. Serão somados todos os valores de "Rotações produtivas" E também os tempos secundários.
Assim sendo, a diferença entre o valor de 360° e a soma dos tempos secundários em graus
representará os graus produtivos disponíveis para a usinagem.
Produção/hora = N . (360-G2)
------------------------
R . 6 (constante)
A produção a ser ajustada na máquina é a mais próxima da calculada, conforme a tabela das RPM
escalonadas da máquina utilizada. O tempo do ciclo para cada peça em segundos será calculado
dividindo-se 3.600 pela reprodução horária.
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Assim sendo:
Xi = (360 - G2) . Ri
___________
R
𝑋𝑖 = (360 − 𝐺2) . 𝑅𝑖 / 𝑅
G1= 360°- G2
Operação de corte
A operação de corte é executada através de um dos carros radiais com um auxílio de uma ferramenta
chamada, de bedame de corte. A fim de aliviar o esforço e o desgaste da ferramenta de cortar,
pode-se usar uma ferramenta de pré-cortar, isto caso haja um porta-ferramenta disponível e caso seja
necessário. Mas geralmente não precisa, a não ser que precise cortar muito material.
É só dividir Os graus produtivos pelo Giros produtivos isso vai gerar uma constante.
Depois é só multiplicar a constante pelas rotações necessárias para cada operação e você obterá os
graus dos cames.
Orientação importante
O Máximo de Graus que uma curva pode chegar é 270° para passar no eixo se caso der mais o
cálculo no Manual a Traub orienta fazermos 2 came para o que passar disso mas, não é necessário
uma curva de 270° você consegue fazer.
Caso for preciso dividir em 2 ou fazer a mais de 270° e tirar o escudo da máquina para colocar ( lhe
dará muito mais trabalho).
Importante; O torno A25 TRAUB os suportes transversais multiplica por 1,12 na soma do percurso
relação do pino de baixo e 2,06 do pino de cima.
Material= Chumbaloy
Bitola= 10mm
Lembrando que pode-se adotar mais do que uma forma de distribuição de operações isso fica a
critério de quem vai fazer o plano
S2 pré-cortar
S4 chanfrar
S1 cortar
E alimentar (abrir e fechar a pinça) 40 graus então nesse caso trabalharemos com 360-40= 320
subtraindo o top 320-10 = 310 subtraindo o retrocesso da ferramenta de corte.
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RPM = 318.80
________
10
Cortar
QV = 10 ÷ 2
QV = 5
II. Multiplique o resultado por 1.12, que é a relação dos suportes transversal.
QH = 3×1,12= 3,41
Giros produtivos = 208 + 10 (É necessário o pré corte entrar antes do corte eu colquei aqui 10 giros
de diferença).
Chanfrar = 50 giros ( Fará enquanto acontece outra operação principal por isso essa operação será
improdutiva).
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218 × 6 = 1308
Para descobrir quantos segundos cada peça = 3600 ÷ 602 = 5,98 seg
Encontrar a constante 310 ÷ 218 = 1,42 (dividir os graus produtivos pelos giros necessários).
QH 97 × 1,42 = 137°
QV 295°× 7,3
QH 137° × 3
SSV 71° × 1,5
Fórmula
H da broca = 2,4
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RPM = 318 × 80
_______
10
RPM = 2544
Furar
22 + 2,4 = 24,4
Cortar
QH Chanfrar = ~ 1,5
788,640
P/H = ---------------
1962
P/H = 401
Encontrar a constante
QH 0,94 × 50 = 47°
Graus e Percursos
BP 175° × 24,4
QH 47° × 1,5
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Este último só pode começar uma vez que se tenha terminado o tombo (giro). Dependendo em
cada caso da peça que for trabalhada, pode ser determinante do rendimento o movimento do tombo é
a aproximação das pinolas do dispositivo.
Ao se cortar uma peça, em que se tenha efetuada uma rosca interna passante, procura-se,
inevitavelmente, uma rebarba na zona de saída da rosca. Para que essa rebarba seja a menor
possível, efetua-se o corte de forma escalonada. O avanço para o último terço do corte é, neste
caso,somente de ⅔ do avanço usado para o corte.
OBS: Usar as folhas de cálculos que estarão nas páginas seguintes para treinamento de
cálculo dessas e outras Peças.
Material: 9S Ø7
Tolerância: +/- 0,1 mm
Suportes porta-ferramentas
QH = Pré-cortar
QV = Cortar
SSH= Chanfrar
N = 70 × 1000
--------------
3,14 × 7
RPM = 3200
SSH Chanfrar
QV Cortar
QH Pré-cortar
Neste cálculo usaremos tempos secundários para o retrocesso só da ferramenta de cortar assim como
para Alimentar.
40° = Alimentar
10° = Retrocesso
Rotações produtivas
3200 × 310
= ----------------
145 × 6
992000
= ------------
870
= 1140 P/H
3600
= -------
1140
= 3,15 segundos
2,21 × 40 = 85°
2,21 × 72 = 153°
QH 153° × 2,5
QV 276° × 4,9
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Obs;
Somente podem ser utilizadas curvas com um comprimento de 270 graus como
máximo. Se a utilização de uma curva mais comprida é inevitável (como esse caso 298
graus da QV).
A segunda é;
Diminuir a curva para 270 graus isso não vai interferir muito no resultado mas, caso
você sinta necessário a primeira forma é a mais correta, mas, isso não significa que
essa é errada só é uma forma de você economizar caso for possível, pois ao invés de
comprar 2 você comprará 1 curva.
No módulo 3 do curso de cálculo teremos essa peça como exemplo desde o ponto de
partida do cálculo até o plano de montagem.
Confira lá!
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Considerações finais
Uma vez entendido esses exemplos acima será possível fazer qualquer outro cálculo de peça que
precisar. Existem alguns dispositivos a parte que podem ser acrescentados no torno automático.
Baseando-se nas explicações consultar no Manual da Traub.
Parabéns pela aquisição da apostila e consequentemente do curso na sua totalidade. Sendo assim,
espero que esta apostila contribua no seu aprendizado e que desperte a sua curiosidade mais e mais
para o conhecimento nesta área.
OBRIGADO
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Referências
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