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DIVISÃO DE ENGENHARIA

CURSO DE ENGENHARIA DE MINAS

2º Ano Curso: Diurno Turma: B

CADEIRA: GEOLOGIA

MOÇAMBIQUE

TEMA: BENTONITA

Tete, Novembro de 2020


Discentes:
Clémisse Mateus Mandlate

Nilton Pedro José Neves

Trabalho da cadeira de Geologia


Moambique como parte dos
requisitos para a avaliação da cadeira
no Instituto Superior Politécnico de
Tete

Docente: MSc Gilberto Goba Sabonete

Tete, Novembro de 2020


Índice

I. INTRODUÇÃO.............................................................................................................3

2. Objectivo Geral ……………………………………………………………………….5


2.1 Objectivos Específicos……………………………………………………...……….5

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA……………………………………………………….6
3.1 Argilas e Argilominerais…………………………………………………...………..6
4. MINERALOGIA E GEOLOGIA..................................................................................7

5. LAVRA E PROCESSAMENTO..................................................................................8

5.1 Lavra e Beneficiamento de Bentonitas....................................................................8

6. LAVRA E BENEFICIAMENTO DE BENTONITA EM MOÇAMBIQUE............8

7. MERCADO MUNDIAL E APLICAÇÕES A DA BENTONITA..............................11

8. Minerais e Materiais A lternativos..............................................................................13

9. Tendências Futuras..................................................................................................14

10. Conclusões.................................................................................................................15

11. Referências bibliográficas.........................................................................................16

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I. INTRODUÇÃO

O termo bentonita foi derivado da localizaçãodo primeiro depósito comercial de uma


argil plástica nos Estados Unidos. Essa argila apresenta apropriedade de aumentar várias
vezes o seu volume inicial na presença de umidade. Em 1897, Knight reportou que
desde 1888 William Taylor comercializava uma argila peculiar encontrada em Fort
Benton, Wyoming, EUA e propôs a denominação de taylorite, sugerindo em seguida
"bentonita", uma vez que a primeira denominação já era utilizada.
A bentonita pode ser cálcica ou sódica, e possui uma característica física muito
particular: expande várias vezes o seu volume, quando em contato com a água,
formando géis tixotrópicos. Alguns cátions provocam uma expansão tão intensa que as
camadas dos cristais podem se separar até a sua célula unitária. O sódio provoca a
expansão mais notável.

As principais jazidas de bentonita em operação no mundo estão localizadas no Brasil no


município de Boa Vista, Estado da Paraíba. Existem outros depósitos de bentonita, no
município de Vitória da Conquista-BA, com possibilidade de aproveitamento
econômico. Com efeito, foi inaugurado neste município, no distrito de Padroso, em
2007, o empreendimento mineral da Companhia Brasileira de Bentonita-CBB, de
propriedade da Geosol, empresa especializada em sondagens e perfuração de poços
artesianos. A jazida foi arrendada da CBPM. A CBB apresenta capacidade de produção
de pelo menos 60 mil t/ano de bentonita ativada.

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2. Objectivo Geral
 Este trabalho tem como objectivo geral desenvolver o tema referente as
bentonitas.

2.1 Objectivos Específicos

 Conhecer a origem, os principais depósitos e o mercado das bentonitas.


 Identificar seu processo de formação geológica, lavra e beneficiamento.

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3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Para favorecer a leitura e interpretação do presente trabalho, são apresentados, de forma
geral, os fundamentos teóricos das argilas e argilominerais, especificamente das argilas
organofílicas.

3.1 Argilas e Argilominerais


As argilas são comumente definidas como rochas finamente divididas, constituídas
essencialmente por argilominerais. É um material natural, terroso, que, quando
umedecido com água, apresenta plasticidade.
De modo geral, o termo argilas refere-se às partículas do solo que possuem diâmetro
inferior a 2μm e das quais podem fazer parte diferentes tipos de minerais: silicatos
lamelares de magnésio e de alumínio (filossilicatos), quartzo, feldspato, carbonatos,
óxidos metálicos e até mesmo matéria orgânica (BARBOSA et al., 2006, apud
GREENE-KELLY, 1964).
Os argilominerais são especificamente os filossilicatos, constituídos por folhas
contínuas de tetraedros (SiO4) – ordenadas de forma hexagonal e condensadas com

folhas octaédricas de hidróxidos de metais tri e divalentes – são hidrofílicos e conferem


plasticidade às argilas (Figura 1). Os argilominerais são subdivididos em função de suas
propriedades estruturais e são essas características que fornecem o desempenho da
argila para as mais diversas aplicações (SANTOS et al., 2002, apud COELHO e
SOUZA SANTOS, 2006).
Uma argila qualquer pode ser composta por um único argilomineral ou por uma mistura
de vários deles e o total de componentes que não são argilominerais nas argilas difi-
cilmente é inferior a 10% em massa. Sendo assim, além da composição mineralógica
dos argilominerais e dos não-argilominerais, outros fatores que controlam as
propriedades das argilas são a distribuição do tamanho das suas partículas, o teor em
eletrólitos dos cátions trocáveis e sais solúveis, a natureza e o teor de componentes
orgânicos e as características texturais do material (TEIXEIRA – NETO e TEIXEIRA –
NETO, 2009, BARBOSA et al. 2006, COELHO e SOUZA SANTOS, 2006).

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4. MINERALOGIA E GEOLOGIA

Esmectita é o termo dado a um grupo de minerais constituído por: montimorillonita,


beidelita, nontronita, hectorita e saponita. Cada mineral forma uma estrutura similar,
entretanto quimicamente diferente. A nontronita, por exemplo, é uma esmectita rica em
ferro e a hectorita é rica em lítio. O mineral mais comum nos depósitos econômicos do
grupo da esmectita é a montimorillonita. As variedades cálcicas e sódicas, baseadas no
cátion trocável, são as mais abundantes.

Do ponto de vista estrutural, os argilominerais da bentonita são constituídos de unidades


empilhadas que compreendem camadas de sanduíches de íons coordenados
octaedralmente entre duas camadas de íons coordenados tetraedralmente.

A bentonita, na região de Wyoming, ocorre em rochas do cretáceo e terciário. A


bentonita é uma rocha composta essencialmente de uma argila cristalina, tendo as
características de um mineral formado pela desvitrificação de um material ígneo e
vítreo, normalmente um tufo ou cinza vulcânica. Esse material normalmente contém
proporções variadas de grãos de cristais acessórios que foram originalmente fenocristais
num vidro vulcânico. Esses minerais geralmente são feldspatos (ortoclásio e
oligoclásio), biotita, quartzo, piroxênio, zircônio e vários outros tipos de minerais,
característicos de rochas vulcânicas (Elzea e Murray, 1995; Luz et al., 2001a).

Uma das formas de caracterizar a bentonita (esmectita sódica) é baseada na sua


capacidade de inchamento, quando se adiciona água. A bentonita, tendo o sódio como
elemento dominante ou como um íon tipicamente trocável, possui elevada capacidade
de inchamento e tem as características de uma massa, quando se adiciona água. Esse é o
caso das bentonitas sódicas do estado de Wyoming-EUA. Quando a bentonita tem o
cálcio como íon predominante, possui menor capacidade de inchamento. As bentonitas
sódicas/cálcicas, denominadas mistas, incham de forma moderada e formam géis de
menor volume do que as bentonitas sódicas. Dessa forma, as bentonitas são
classificadas como de alto inchamento ou sódica, baixo inchamento ou cálcica e de
moderado inchamento ou tipo mista.

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5. LAVRA E PROCESSAMENTO

5.1 Lavra e Beneficiamento de Bentonitas

Nas minerações de bentonita no Estado da Paraíba, a preparação das frentes de lavra


tem início com a remoção do capeamento, realizado com tratores e carregadeira frontal.
O estéril da mina é transportado, por caminhões fora de estrada, para locais onde
comprovadamente não exista bentonita.

Na mina Bravo e demais da região de Boa Vista, a lavra é feita a céu aberto, em
bancadas que atingem no máximo 2,5 m de altura. As operações de desmonte e
carregamento são executadas com o auxílio de pá carregadeira de esteira. A bentonita é
lavrada e transportada por caminhões fora de estrada, para pilhas de estoque localizadas
próximo à mina. Esse procedimento deve-se ao fato de que, na estação chuvosa,
algumas vezes as atividades de lavra são paralisadas devido a impossibilidade de tráfego
nas minas (Luz et al., 2001b).

Segundo os mesmos autores, o beneficiamento das bentonitas da Paraíba consta de:


desintegração, adição de 2,5 a 3% em peso de barrilha, homogeneização, laminação ou
extrudagem, cura (2 a 10 dias), secagem, moagem, classificação pneumática e
ensacamento (Figura 2). Não existe, atualmente, uma uniformidade no processamento
das bentonitas da Paraíba. Algumas empresas fazem a adição da barrilha a seco, outras a
úmido. A secagem e o tempo de ativação variam de empresa para empresa; algumas
secam ao sol, outras usam secador rotativo.

6. LAVRA E BENEFICIAMENTO DE BENTONITA EM MOÇAMBIQUE

6.1 Aspectos Geológicos da Bentonita Coral Que Ocorre em Moçambique

A bentonita Coral natural da Companhia de Minerais Industriais de Moçambique Ltda.


(MIMOC) é derivada da alteração de finos fragmentos vulcânicos, rochas riolíticas,
tufos e vidros vulcânicos de segunda fase eruptiva, cuja A idade geológica da formação
das rochas varia do período jurássico ao quaternário.
A espessura da camada de argila é de variação considerável, situando-se entre valores
de 2,1m a 10,6m. Na Figura 9 pode-se observar que a área é drenada por pequenos
afluentes e córregos que estão ligados ao rio Umbeluzi, o principal rio da região. A
espessura da camada de argila é de variação considerável, situando-se entre valores de

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2,1m a 10,6m. Na Figura 9 pode-se observar que a área é drenada por pequenos
afluentes e córregos que estão ligados ao rio Umbeluzi, o principal rio da região.

Figura 1: Imagem de satélite (aproximada) do depósito de Bentonita da


MIMOC (Fonte: Google Earth® 2008)

A mina de beneficiamento da MIMOC está localizada a cerca de 10 km da linha


ferroviária e a 45 km a sudoeste da província de Maputo, capital de Moçambique. A
planta é de 32 km ao sul da nova rodovia “Maputo Corredor” e também é ligada à
Estrada Nacional 2 de Maputo e Suazilândia.
A mina de beneficiamento já é explorada por vários anos e, atualmente, a empresa tem
duas grandes áreas com licença adequada, garantindo o abastecimento por um longo
período. No ano de 2000, a mina foi inundada por causa da chuva que afetou o sul da
região de Moçambique. Hoje, a MIMOC emprega cerca de 35 pessoas, contribuindo
com a redução da pobreza de mais de 175 pessoas, pois cada família possui em média 5
membros.
O produto é fornecido para vários clientes em todo o Sul da África, Zimbábue e
Moçambique, sendo destinada uma parcela de apenas 25% da produção para

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fornecimento local, principalmente para utilização em fluidos de perfuração e nas
indústrias de fundição.
Atualmente, os principais objetivos da MIMOC têm sido explorar um programa de
avaliação e seleção, a fim de aumentar a produção de bentonita a granel, a reabilitação,
para a 27 expansão da planta de processamento, controlando a melhoria da qualidade
em todas as fases da produção e também a aquisição de equipamentos para aumento da
infra-estrutura, tais como: um secador de sombra, caminhões, escavadeiras,
transformador, etc. Visando a redução no impacto negativo ao meio ambiente, a
MIMOC vem desenvolvendo a instalação de filtros nas plantas de beneficiamento, para
eliminar a emissão de poeiras.

Figura 2 – Fluxograma de processamento de bentonita (PB) (Luz et al.,


2001b).

7. MERCADO MUNDIAL E APLICAÇÕES A DA BENTONITA

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No ano de 2006, da bentonita consumida nos EUA, 26% é usada como pet litter
(absorvente de dejetos de animais domésticos), 22% como agente tixotrópico de fluidos
de perfuração de poços de petróleo e d’água, 23% como aglutinante de areias na
indústria de fundição, 13% como aglomerante na pelotização de minério de ferro e 16%
em outros usos (USGS, 2007).

No Brasil, dados preliminares sobre o consumo de bentonita bruta, apresentaram a


seguinte distribuição (Resende et al., DNPM 2007): pelotização (45,2%); extração de
petróleo e gás (22%); fabricação de filtros (10,5%); fundição (7,2%); construção civil
(4,8%); cosméticos (3,8%); tintas, esmaltes e vernizes (1,8%), cerâmica branca (0,5%),
outros não especificados (4,2%).

7.1 Aplicações Industriais das Bentonitas Organofílicas


Dentre as inúmeras aplicações das bentonitas organofílicas, três delas vêm sendo
amplamente pesquisadas devido à intensificação do caráter de molhamento do
argilomineral em materiais orgânicos, sendo elas: a utilização como agente tixotrópico
em fluidos de perfuração na indústria petrolífera, o desenvolvimento de nanocompósitos
argilapolímeros e o uso como material adsorvente de micotoxinas com ação no trato
gastrointestinal de animais como aves e suínos.
7.2 Bentonita Organofílica na Indústria Petrolífera
Os fluidos de perfuração podem ser conceituados como composições freqüentemente
líquidas destinadas a auxiliar o processo de perfuração de poços de petróleo, poços
tubulares e operações de sondagem, sendo indispensáveis durante essas atividades, por
desempenharem uma série de funções essenciais, como: resfriar e lubrificar a broca de
perfuração, limpar o fundo do poço dos detritos gerados durante a perfuração e
transportá-los para a superfície, estabilizar o poço e permitir uma adequada avaliação da
formação geológica (AMORIM et al., 2008, apud MENEZES et al., 2010).

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A escolha de um fluido de perfuração para poços na indústria petrolífera é feita de
acordo com os resultados de inúmeros testes de avaliação. São diversos os fatores a
serem considerados, e, dentre eles os principais são: o projeto do poço; as características
geológicas do local, como a química de formação; os índices de pressão; a mecânica das
rochas; temperatura; a necessidade de limitar os danos ao meio ambiente e obedecer
àregulamentação ambiental do local; a logística e a economia em questão. Com isso, o
fluido de perfuração deve oferecer um conjunto complexo de propriedades relacionadas,
estando entre as cinco principais características a serem definidas e monitoradas durante
a perfuração: a densidade e a viscosidade; o bolo de filtro que controla a perda de
fluidos; a espessura do reboco da parede; o teor de sólidos e a qualidade da água que
compõem (FALODE et al., 2007). A classificação dos fluidos de perfuração é feita em
relação ao meio dispersante líquido, podendo ser de dois tipos: fluidos à base de água e
fluidos não aquosos. Nos fluidos à base de água são utilizadas dispersões aquosas de
bentonita. No entanto, em perfurações sensíveis ao contato com a água ou com
necessidades tecnológicas particulares, utilizam-se fluidos não aquosos que possuem
meios orgânicos ao invés de água como agente dispersante. Os meios dispersantes
orgânicos mais utilizados são os de alto conteúdo aromático, como óleo diesel marítimo
convencional e óleos minerais, entretanto, esses materiais apresentam grande ação
poluente (FERREIRA et al., 2008).
No intuito de diminuir os danos ao meio ambiente causados pelos compostos
aromáticos e por apresentarem características particulares, bentonitas organofílicas têm
sido amplamente utilizadas nas indústrias como agentes tixotrópicos de fluidos de
perfuração de poços de petróleo à base de óleo (FERREIRA et al., 2006). Após a troca
catiônica, as argilas apresentam as propriedades de dispersar e expandir em meios
orgânicos e também melhores valores de viscosidade plástica. A elevação do seu caráter
hidrofóbico tende a facilitar a molhabilidade do fluido na lama de petróleo
A escolha da bentonita, do sal quaternário de amônio e do processo de síntese do
material organofílico são fatores determinantes para bons resultados nesta aplicação. A
presença de grande quantidade de elementos contaminantes na argila dificulta a troca
catiônica estequiométrica e o sal quaternário utilizado na organofilização define o grau
de compatibilidade entre a argila e o meio orgânico. Sendo assim, a realização de
estudos prévios quanto à pureza mineralógica da bentonita e a compatibilidade do sal
em determinados solventes orgânicos, bem como o uso de um método que diminua o
risco de contaminação e facilite a troca dos íons inorgânicos pelos íons de alquilamônio

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são fundamentais para a síntese de um material com características indispensáveis para
a aplicação em fluidos de perfuração.

7.3 Bentonitas Organofílicas como Agente Inativador de Micotoxinas


Micotoxinas são substâncias tóxicas resultantes do metabolismo secundário de diversas
cepas de fungos filamentosos, particularmente por espécies de Aspergillus, Fusarium,
Penicillium, Claviceps e Alternaria que se desenvolvem naturalmente como parasitas
em plantas vivas ou durante o armazenamento da colheita de frutas, sementes, cereais e
subprodutos que são utilizados na alimentação humana e animal. O clima dos países
tropicais e subtropicais favorece a ploriferação de fungos e consequentemente a
produção de micotoxinas, uma vez que fatores como a umidade do ar e do alimento,
efeitos climáticos adversos, como períodos de seca ou de umidade prolongados e
também as lesões ao produto causadas por insetos, danos mecânicos ou térmicos,
contribuem para a contaminação dos alimentos, destacando-se o problema em grãos e
rações utilizadas na alimentação animal.

8. Minerais e Materiais A lternativos

Como minerais e materiais alternativos à bentonita, podem ser citados, em função do


uso:

 Como fluido de perfuração na indústria de petróleo é influenciado pelo preço do


petróleo e pelas tecnologias de exploração. O uso de fluidos de perfuração onde
a fase contínua é um polímero, e não água, vem contribuindo para reduzir o
consumo de bentonita nesta aplicação;
 Na pelotização de minérios, os polímeros orgânicos, já disponibilizados há
mais de 20 anos. O atrativo maior é a isenção de sílica, possibilitando a
produção de pelotas com baixíssimo teor de sílica. Devido ao preço, no entanto,
ainda não ameaçam a bentonita nesta utilização.
 Na indústria de fundição, como aglutinante de areia de moldagem, o uso de
polímeros orgânicos se restringe a situações especiais de fundição. No longo
prazo, a bentonita deve continuar sendo o principal material para esse fim.

Por outro lado, vale registrar que cresce, nos EUA, o uso de bentonita na formulação de
material para pet litter, ocupando espaço de outros minerais como atapulgita, sepiolita e
zeólita.

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9. Tendências Futuras

Nos últimos anos, crescem as pesquisas visando o uso da esmectita como carga
funcional nos polímeros. Para esse tipo de aplicação, as partículas individuais de
esmectita são dispersas em uma matriz polimérica, resultando em um material
compósito argila-polímero. Tendo em vista que a espessura das placas de argila estão
próxima de 1 nm, o material compósito formado pode ser denominado de
nanocompósito . O uso desse tipo de material tem ainda um mercado limitado, mas
espera-se um crescimento, na medida que o mercado se adapte a essa nova tecnologia
(Eisenhour and Reisch, 2006).

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10. Conclusões

Foram apresentados conceitos, estruturas, propriedades, usos industriais, reservas,


produção e produtores / fornecedores nacionais e internacionais das argilas bentoníticas,
chegando-se as seguintes conclusões: As argilas bentoníticas, esmectíticas e
montmoriloníticas são extremamente versáteis quanto a sua capacidade de sofrer
modificações (taylor made) de acordo com as propriedades desempenhadas em virtude
das características físico-quimicas resultantes de sua estrutura cristalina. Estas argilas
apresentam usos industriais superando em número de aplicações todas outras argilas
industriais reunidas. As reservas nacionais destas argilas representam cerca de 3% das
reservas mundiais.

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11. Referências bibliográficas

 ARANHA, I. B. (2007). Preparação, caracterização e propriedades de argilas


organofílicas, Tese de Doutorado, Programa de Química Orgânica do Instituto
de Química – UFRJ, 2007.
 DARLEY, H. C. GRAY. G. R. (1988). Composition and Properties of Drilling
and Completion Fluids, Fifth Edition, 634p, Gulf Publishing Company,
HoustonUSA, p. 1-37.
 ELZEA, J e MURRAY, H. H. (1995). Bentonite, In: Industrial Mineral and
Rocks, AIME, p. 223-246.
 EISENHOUR, D., REISCH, F. (2006). Bentonite. In: Industrial Minerals &
Rocks, Ed. Jéssica Elzea Kogel, Nikhil C. Trivedi, James M. Barker and Stanley
T. Krukowski, p. 357-368, 2006.
 HARBEN, P., KUSZVZART, M. (1996). Clays: Bentonite and Hectorite. In:
Industrial Minerals – A Global Geology, Industrial Minerals Information Ltd.,
Metal Bulletin PLC, London, p. 128-138.

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