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SUMÁRIO
LINHA DO TEMPO
INTRODUÇÃO
Nicolau Copérnico
Galileu Galilei
Charles Darwin
Alfred Wegener
Edwin Hubble
Leonardo da Vinci
Johannes Kepler
Sigmund Freud
Alberto Santos-Dumont
George Gamow
Michael Faraday
Konstantin Tsiolkovsky
Marie Curie
Stephen Hawking
PARTE 4: Mestres da Abstração
Isaac Newton
Max Planck
Albert Einstein
Werner Heisenberg
Linus Pauling
Thomas Edison
Nikola Tesla
Alan Turing
Steve Jobs
Elon Musk
AGRADECIMENTO
LEITURA RECOMENDADA
FICHA TÉCNICA
UMA INTRODUÇÃO
para 25 gênios
E , . O que é a genialidade? Identificar em que
exatamente ela consiste é um desafio ainda longe de ser vencido.
Passaremos algumas centenas de páginas falando disso e não sairemos
daqui mais perto de entendê-la do que quando começamos. E só podemos
fazer isso por que, apesar de não compreendermos a genialidade, a maior
parte das pessoas não tem a menor dificuldade em reconhecer um gênio,
quando está diante dele.
Este livro parte de duas premissas, ambas bastante seguras. A primeira é
a de que as grandes mentes que ajudaram a formar e moldar os rumos da
civilização são, antes de mais nada, pessoas. Gente de carne e osso, como
eu e você. Ao longo de sua vida, tiveram de lidar com problemas – às vezes
bem cabeludos – e dilemas existenciais – idem –, superando as dificuldades
e desabrochando a ponto de exercer sua genialidade e transformar a
história do mundo. E a segunda premissa, quase uma consequência, é a de
que podemos aprender com a história dessas grandes pessoas e aplicar
essas lições em nossa própria vida, seja no âmbito pessoal, seja
profissional.
Ao explorar a vida desses 25 extraordinários, esperamos encontrar não só
a inspiração que os tornou o que foram (e como ela pode nos ajudar), mas
também algumas pistas sobre a própria evolução do conhecimento e da
tecnologia nos últimos 500 anos.
Acho importante, antes de começarmos nossa jornada, gastar dois
dedinhos de prosa contando como foram escolhidos os caras perfilados
aqui. Afinal, não é preciso ser gênio para saber que existiram muitas e
muitas pessoas geniais na história do mundo e que elas manifestaram sua
genialidade de muitas formas diferentes. Pelé, que, dizem as más linguas,
calado é um poeta, foi um jogador de futebol genial. John Lennon e Paul
McCartney certamente merecem um lugar na lista dos mais mais da
música, ao lado de colegas mais eruditos como Beethoven ou Mozart. E o
que dizer de Charlie Chaplin, Steven Spielberg e Stanley Kubrick? Gênios.
E quanto a Machado de Assis e William Shakespeare? Os exemplos são
intermináveis. Resta aí a necessidade de uma primeira camada de
delimitação.
Entre as artes e as ciências, optei por me concentrar na segunda categoria,
por uma razão muito simples, ainda que não totalmente justa: o impacto
na evolução das ideias é mais fácil de mensurar no ramo científico do
conhecimento, uma vez que ele tem em sua base a estrutura de
pensamento racional. Ou, colocando em termos mais simples, é mais fácil
confiar na avaliação que cientistas fazem do trabalho de seus colegas do
que no que dizem os críticos de cinema sobre os filmes a que assistem. (Ou
vai me dizer que você costuma concordar com os críticos de cinema?)
Fechado esse cerco, chegamos a uma segunda etapa. Quantos gênios o
pensamento racional já teve na história humana? Direi agora, sem medo de
errar: incontáveis. Sério. Muitos mesmo. Que critério então usar para
escolher os campeões dos campeões, os 25 eleitos?
Entra em cena um jogo de equilíbrio. Por um lado, temos de reconhecer
que os gênios são como os vinhos: quanto mais antigos, melhores. Por quê?
Bem, um gênio contemporâneo ainda não teve seu impacto nos rumos da
humanidade completamente apreciado, enquanto uma figura do passado
já revelou completamente, de forma transparente, seu poder
transformador.
Por outro lado, conforme vamos mergulhando mais e mais no passado, as
histórias vão se turvando numa névoa de mistério, lacunas e informações
desencontradas. Da Antiguidade, o grande Arquimedes quase entrou na
lista final – ele esteve entre os 29 gênios que fizeram parte de uma edição
especial da SUPER que escrevi e editei em 2012, revista que serviu de
inspiração inicial para este livro. Mas acabou ficando de fora por conta
disso. Há momentos de sua vida que são muito nebulosos, há lendas
misturadas a fatos (afinal, ele usou ou não espelhos côncavos combinados
à luz do Sol para incendiar os navios que sitiavam Siracusa? Ele realmente
saiu pelado pelas ruas gritanto “eureka”?), e essa “romantização” não
ajudaria a concretizar nosso objetivo central – investigar o que a vida
dessas figuras brilhantes têm a dizer a respeito da nossa.
Oprimido entre as brumas do passado e a incerteza do presente, preferi
concentrar meus esforços nos gênios dos últimos 5 séculos. Mesmo assim,
admito que corri alguns riscos, pelo menos com dois dos perfilados: Steve
Jobs e Elon Musk. Não resta dúvida quanto ao mérito deles em figurar em
nossa distinta lista, mas também é verdade que só o futuro dirá o real
tamanho de sua contribuição à civilização. (Podemos dizer que esse
impacto está em algum lugar entre “moda passageira” e “salvação da
humanidade”, o que dá uma medida do risco assumido.)
Por fim, numa tentativa de nos aproximar de uma compreensão, ainda
que intuitiva, do que define um gênio científico, dividimos nossos
personagens em 5 categorias, de acordo com o “poder” mais marcante de
cada um deles: temos, portanto, os mestres da observação, da intuição, da
superação, da abstração e da visão.
Esse recorte também colaborou no processo seletivo, uma vez que foi
preciso encontrar equilíbrio entre as diferentes características, para não
deixar nossa lista desequilibrada, por assim dizer – cada categoria ficou
com 5 mestres. Importante notar que não é porque o sujeito está na lista da
superação que ele não foi um grande observador ou um amante do
pensamento abstrato. É óbvio que, nos gênios, assim como em cada um de
nós, pobres mortais, todas essas qualidades se manifestam de forma
simultânea e com diferentes graus de ênfase.
O que esses recortes fazem é nos ajudar a entrever, em meio às histórias
de vida de cada um dos nossos perfilados, algo de essencial no caráter de
todo gênio – e, na real, também de todos nós, pobres mortais. Eles também
reforçam a ideia de que a decifração da genialidade, embora passível de
investigação, dificilmente será reduzida algum dia a uma definição simples
e inflexível (ou talvez seja preciso um gênio, ainda não descoberto, para
finalmente fazer essa síntese).
Após todo esse processo, terminamos com uma escalação digna de
reverência. Uma passagem rápida pelo nosso escrete de craques:
Copérnico, Galileu, Darwin, Wegener e Hubble; Leonardo da Vinci, Kepler,
Freud, Santos-Dumont e Gamow; Faraday, Landell de Moura, Tsiolkovsky,
Marie Curie e Stephen Hawking; Newton, Planck, Einstein, Heisenberg e
Pauling; Edison, Tesla, Turing, Steve Jobs e Elon Musk.
Um timaço. Mas não podemos deixar de notar que ele também revela
alguma das mazelas da nossa própria sociedade. Dos 25, apenas uma
mulher. Nenhum negro. A explicação é naturalmente histórica, uma vez
que só em meados do século passado o Ocidente começou a se apegar a
noções como a igualdade de direitos e oportunidades entre os gêneros e as
etnias. E essa é uma luta que, com certeza, ainda não terminou. Apesar de
reconhecer e compreender esses fatos, não posso me furtar a um
sentimento de tristeza ao pensar em todas as pessoas incríveis do passado
que não tiveram seu lugar ao sol por terem nascido com o sexo ou a cor de
pele “errados”. Espero que, em mais uns 100 ou 200 anos, quem revisitar
essa ideia de elencar uma coletânea de gênios num livro tenha a
possibilidade de, sem prejuízo de sua honestidade intelectual, formular
uma lista mais variada e representativa de todos os habitantes do planeta
Terra (e quem sabe até de colônias humanas espalhadas pelo espaço, se
Elon Musk, nosso último gênio, conseguir mesmo fazer tudo que está
querendo).
1
OS MESTRES DA
Observação
A capacidade de observar é a tão falada diferença entre olhar e ver. Como deixar de ser um
espectador involuntário da natureza e conseguir, ao perceber suas nuances, extrair uma verdade
subjacente? Uma das grandes características que marcam os gênios é a capacidade de ler as
entrelinhas do mundo.
Nicolau Copérnico
“O corpo maciço da Terra de fato encolhe à
insignificância em comparação ao tamanho dos céus.”
Santos-Dumont
“Aqueles que, como eu, foram os humildes pioneiros da conquista do ar, pensavam mais em criar
novos meios de expansão pacífica dos povos do que em lhes fornecer novas armas de combate.”
de Moura
“Sei bem o que é sentir como Galileu e exclamar como ele: E pur si muove. Quando todos eram
contra mim, eu contentava-me em conservar-me no meu terreno, e dizia: é assim; não pode ser de
outro modo.”
Tsiolkovsky
“Primeiro, inevitavelmente, a ideia, a fantasia, o conto de fadas. Então, cálculo científico. Ao fim, a
realização coroa o sonho.”
Se parte desse plano soa hoje um pouco fantasioso, não custa lembrar
que, quando ele foi concebido, ele era inteiramente especulativo. Mesmo os
aviões-foguetes, passo 1, ainda não existiam! Hoje, os 8 primeiros passos já
foram perseguidos e executados, o que nos faz pensar que talvez o resto da
visão de Tsiolkovsky, um dia, venha a se tornar realidade. Ele estava muito
adiante de seu tempo e, embora já possamos a essa altura admirar sua
genialidade, ele ainda está adiante do nosso tempo também.
Detalhe: até o momento de sua morte, vítima de câncer no estômago, em
19 de setembro de 1935, em termos acadêmicos, Tsiolkovsky jamais chegou
a ser mais do um professor de matemática do ensino médio.
Salvador Nogueira
S P , 10 2016
Leitura recomendada
A QUEM QUISER SE APROFUNDAR na biografia de alguns dos personagens elencados ao longo do livro,
deixo uma lista de obras com esse enfoque mais específico. Na seleção, priorizei edições em português
sempre que foi possível.
Alan Turing
Alan Turing: The Enigma, de Andrew Hodges (Vintage, 2012)
Albert Einstein
Einstein Apaixonado, de Dennis Overbye (Globo, 2012)
Einstein, uma biografia, de Jürgen Neffe (Novo Século, 2012)
Alberto Santos-Dumont
Santos-Dumont e a Invenção do Voo, de Henrique Lins de Barros (Zahar,
2003)
Alberto Santos-Dumont, Novas Revelações, de Cosme Degenar Drumond
(Cultura, 2009)
Conexão Wright-Santos-Dumont, de Salvador Nogueira (Record, 2006)
Alfred Wegener
Ending in Ice, de Roger M. McCoy (Oxford University Press, 2006)
Charles Darwin
Darwin, o Retrato de um Gênio, de Paul Johnson (Nova Fronteira, 2013)
A Origem das Espécies, de Charles Darwin
Edwin Hubble
Hubble, A Expansão do Universo, de Augusto Damineli (Odysseus, 2003)
Elon Musk
Elon Musk, de Ashlee Vance (Intrínseca, 2015)
Galileu Galilei
Galileu Galileu, um Revolucionário e Seu Tempo, de Atle Naess (Zahar,
2015)
A Filha de Galileu, de Dava Sobel (Companhia das Letras, 2000)
George Gamow
George Gamow: The Whimsical Mind Behind the Big Bang, por Beverly
Orndorff (autopublicação, 2014)
The Creation of the Universe, de George Gamow (Dover, 2012)
Isaac Newton
Isaac Newton, de James Gleick (Companhia das Letras, 2004)
Johannes Kepler
Konstantin Tsiolkovsky
Konstantin Tsiolkovsky, His Life and Work, de A. Kosmodemyansky
(Minerva, 2000)
Leonardo da Vinci
Leonardo da Vinci, de Sophie Chauveau (L&PM Pocket, 2010)
Linus Pauling
Force of Nature: The Life of Linus Pauling, de Thomas Hager (Monroe,
2011)
Marie Curie
Madame Curie, de Eve Curie (Doubleday, 2013)
Max Planck
Autobiografia Científica e Outros Ensaios, de Max Planck (Contraponto,
2012)
Michael Faraday
Faraday, Maxwell, and the Electromagnetic Field, de Nancy Forbes e Basil
Mahon (Prometheus, 2014)
Nicolau Copérnico
Um Céu Mais Perfeito, de Dava Sobel (Companhia das Letras, 2015)
Nikola Tesla
My Inventions,de Nikola Tesla
Roberto Landell de Moura
Padre Landell de Moura, um Herói Sem Glória, de Hamilton Almeida
(Record, 2006)
Sigmund Freud
Dossiê Freud, de Elizabeth Mednicoff (Universo dos Livros, 2013)
Stephen Hawking
A Teoria de Tudo, de Jane Hawking (Única, 2014)
Minha Breve História, de Stephen Hawking (Intrínseca, 2013)
Stephen Hawking, uma Biografia, de Kristine Larsen (A Girafa, 2005)
Stephen Hawking, uma Vida para a Ciência, de Michael White e John
Gribbin (Record, 2005)
Steve Jobs
Steve Jobs, por Walter Isaacson (Companhia das Letras, 2011)
Thomas Edison
Thomas Edison, o Feiticeiro de Menlo Park, de Randall Stross
(Novo Século, 2013)
Werner Heisenberg
Heisenberg, de Francisco Caruso (Livraria da Física, 2014)
A Parte e o Todo, de Werner Heisenberg (Contraponto, 1996)
© ₂₀₁₆, S N
D E A Alecsandra Zapparolli
D E –E V Sérgio Gwercman
D Denis Russo Burgierman
D Fabricio Miranda
R - Alexandre Versignassi
C Nik Neves
P Bruna Lora
Cássio Bi encourt e Rodrigo Didier
R Kátia Shimabukuro
P Anderson C. S. de Faria
2016
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