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COLÉGIO ESTADUAL CORONEL PM MARCUS JARDIM

REBECCA VITÓRIA SANCHES BARROS

1002

TRABALHO DE SOCIOLOGIA:

Análise da música ‘’construção’’ Chico Buarque.


São Gonçalo, RJ

Introdução á pesquisa:

A música “construção” de Chico Buarque autor e compositor brasileiro foi lançada em 1971
juntamente com o álbum que leva o mesmo nome que a música. A canção conta a vida de um
trabalhador na construção civil, nesse contexto histórico o Brasil passava pela repressão da
ditadura militar e o fato de Chico Buarque compor diversas músicas de protesto colaboram
com essa interpretação. Porém, independentemente da leitura social, a carga poética que a
música adquire no final é impressionante. O compositor busca por meio das metáforas e das
proparoxítonas criar imagens que fazem com que o cotidiano se torne algo mágico, e
transforma o último dia desse trabalhador em uma desconstrução da rotina.

A perspectiva do personagem muda conforme cada parte da canção e cantada em algumas


estrofes da música é utilizada o mesmo modelo de estrutura porém com palavras alternadas
isso passa a idéia mudança de narrativa, como se a realidade fosse subjetiva. A música retrata
o dia de um trabalhador de uma determinada construção civil , onde o homem se despede de
sua família, vai para mais um dia árduo de trabalho na construção, tem um momento de
refrigério e na quebra dessa expectativa o personagem morre caindo da construção. Nessa
primeira parte da música faz referencia a um homem trabalhador, porém conforme a música é
retratada essa perspectiva muda.

A seguir, é apresentada a letra da música :

Subiu a construção como se fosse sólido


Ergueu Construção,

Amou daquela vez como se fosse a última


Beijou sua mulher como se fosse a última
E cada filho seu como se fosse o único
E atravessou a rua com seu passo tímido
Subiu a construção como se fosse máquina
Ergueu no patamar quatro paredes sólidas
Tijolo com tijolo num desenho mágico
Seus olhos embotados de cimento e lágrima
Sentou pra descansar como se fosse sábado
Comeu feijão com arroz como se fosse um príncipe
Bebeu e soluçou como se fosse um náufrago
Dançou e gargalhou como se ouvisse música
E tropeçou no céu como se fosse um bêbado
E flutuou no ar como se fosse um pássaro
E se acabou no chão feito um pacote flácido
Agonizou no meio do passeio público
Morreu na contramão atrapalhando o tráfego
como se fosse o último
(Beijou sua mulher) como se fosse a única
(E cada filho seu) como se fosse o pródigo
E atravessou a rua com seu passo bêbado
no patamar quatro paredes mágicas
Tijolo com tijolo num desenho lógico
Seus olhos embotados de cimento e tráfego
Sentou pra descansar como se fosse um príncipe
Comeu feijão com arroz como se fosse o máximo
Bebeu e soluçou como se fosse máquina
Dançou e gargalhou como se fosse o próximo
E tropeçou no céu como se ouvisse música
E flutuou no ar como se fosse sábado
E se acabou no chão feito um pacote tímido
Agonizou no meio do passeio náufrago
Morreu na contramão atrapalhando o público
Amou daquela vez como se fosse máquina
Beijou sua mulher como se fosse lógico
Ergueu no patamar quatro paredes flácidas
Sentou pra descansar como se fosse um pássaro
E flutuou no ar como se fosse um príncipe
E se acabou no chão feito um pacote bêbado
Morreu na contramão atrapalhando o sábado
Por esse pão pra comer, por esse chão pra dormir
A certidão pra nascer e a concessão pra sorrir
Por me deixar respirar, por me deixar existir
Deus lhe pague
Pela cachaça de graça que a gente tem que engolir
Pela fumaça, desgraça que a gente tem que tossir
Pelos andaimes pingentes que a gente tem que cair
Deus lhe pague
Pela mulher carpinteira pra nos louvar e cuspir
E pelas moscas bicheiras a nos beijar e cobrir
E pela paz derradeira que enfim vai nos redimir
Deus lhe pague.

Analise da letra com as minhas palavras:

Amou daquela vez como se fosse a última


Beijou sua mulher como se fosse a última
E cada filho seu como se fosse o único
E atravessou a rua com seu passo tímido

Nesses primeiros versos ele conta sua trajetória para ir ao trabalho, aqui retrata o homem
como um herói, vitima da grande maquina do sistema. A palavra ‘’ultima’’ nos versos, a
exaltação do que ele faz se da pois ele faz se uma maneira muito intensa. E na ultima linha
‘’atravessou a rua com seu passo tímido’’ se refere a alguém que ao tem ligar de fala na
sociedade.

Subiu a construção como se fosse máquina


Ergueu no patamar quatro paredes sólidas
Tijolo com tijolo num desenho mágico
Seus olhos embotados de cimento e lágrima

Aqui nós percebemos as amarras no sistema, todas as palavras que são colocadas
aqui é para representar a engrenagem que o personagem faz parte. Quando o autor
da canção fala: ‘’subiu a construção como se fosse máquina’’ é um sinal que ele é
mais uma peça que vai fazer com aquela construção evolua, desumanizando o
homem, se refere ao capitalismo.

Sentou pra descansar como se fosse sábado


Comeu feijão com arroz como se fosse um príncipe
Bebeu e soluçou como se fosse um náufrago
Dançou e gargalhou como se ouvisse música

Aqui mais uma vez ele volta a falar da intensidade do trabalhador, nessa parte fala
sobre seu momento de descanso, após ter trabalhado tanto.

E tropeçou no céu como se fosse um bêbado


E flutuou no ar como se fosse um pássaro
E se acabou no chão feito um pacote flácido
Agonizou no meio do passeio público
Morreu na contramão atrapalhando o tráfego

A parte final, o momento da tragédia, ‘’tropeçou no céu como se fosse um bêbado’’


Evidencia que ele caiu da constrição e agoniza o transito, atrapalhando o trafego dos
carros,como se a vida dele não valesse nada ele só fosse um empecilho.

(Beijou sua mulher) como se fosse a única


(E cada filho seu) como se fosse o pródigo
E atravessou a rua com seu passo bêbado

Nessa parte da música tem -se a repetição porém com outra perspectiva do
trabalhador. Nessa parte a canção trás uma idéia de condenação da parte do
homem. Uma mudança pequena na estrofe mas criando uma narrativa
completamente diferente, um lado mostra a intensidade e nessa mostra o egoísmo.

Subiu a construção como se fosse sólido


Ergueu no patamar quatro paredes mágicas
Tijolo com tijolo num desenho lógico
Seus olhos embotados de cimento e tráfego
Sentou pra descansar como se fosse um príncipe
Comeu feijão com arroz como se fosse o máximo
Bebeu e soluçou como se fosse máquina
Dançou e gargalhou como se fosse o próximo
E tropeçou no céu como se ouvisse música

Aqui temos uma demonstração de ironia e seu trabalho é desdenhado .

E flutuou no ar como se fosse sábado


E se acabou no chão feito um pacote tímido
Agonizou no meio do passeio náufrago
Morreu na contramão atrapalhando o público

Representa uma ironia na parte ‘’flutuou no ar como se fosse sábado’’.


E sua morte mais uma vez representada um empecilho.

Amou daquela vez como se fosse máquina


Beijou sua mulher como se fosse lógico
Ergueu no patamar quatro paredes flácidas
Sentou pra descansar como se fosse um pássaro
E flutuou no ar como se fosse um príncipe
E se acabou no chão feito um pacote bêbado
Morreu na contramão atrapalhando o sábado
Nessa terceira parte, formada por frases ilógicas representa como a narrativa é dita
através de outras pessoas passando uma outra perspectiva.
Por esse pão pra comer, por esse chão pra dormir
A certidão pra nascer e a concessão pra sorrir
Por me deixar respirar, por me deixar existir
Deus lhe pague
Pela cachaça de graça que a gente tem que engolir
Pela fumaça, desgraça que a gente tem que tossir
Pelos andaimes pingentes que a gente tem que cair
Deus lhe pague
Pela mulher carpinteira pra nos louvar e cuspir
E pelas moscas bicheiras a nos beijar e cobrir
E pela paz derradeira que enfim vai nos redimir
Deus lhe pague

Nesta conclusão o Chico Buarque agoniza o autor e o trata como um ser humano
que se satisfaz com o mínimo.

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