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A intertextualidade é a relação estabelecida entre dois ou mais

textos. Em outros termos, é estabelecido um diálogo entre ambos


em que um cita o outro. Para Bakhtin, a linguagem é, por natureza,
dialógica. Em outras palavras, ela sempre estabelece uma
relação/diálogo entre pelo menos dois seres, dois discursos, duas
palavras.

Paródia

O que é paródia?

Em linhas gerais, a paródia é uma releitura de


uma obra já existente, lhe conferindo caráter
cômico pelas alterações feitas. Essa
ressignificação pode ser feita em obras visuais e
escritas como poemas, filmes e músicas.
Normalmente, aquele que faz a paródia utiliza
ironia e deboche para fazer as alterações.
As obras escolhidas para serem parodiadas
geralmente são as que possuem status de
consagradas. Há uma adaptação da obra original
a um novo contexto, lhe dando uma roupagem
mais despojada. As paródias são comumente
utilizadas para discutir assuntos de teor
polêmico com descontração e menos tensão

Qual é a origem da paródia?

A origem da paródia como gênero de composição


literária remonta ao século XVI. Destacam-se
como seus principais representantes os
compositores italianos Orlando di Lasso e
Giovanni Pierluigi da Palestrina e o espanhol
Tomás Luis de Victoria. Ao longo do tempo, esse
gênero se popularizou, ajudando a fazer
avaliações críticas a respeito de diferentes
temas.

Paródia no Brasil

A legislação brasileira responsável por regular


os direitos autorais (lei nº 9.610, de 19 de
fevereiro de 1998) considera as paródias
validades com a condição de não serem
reproduções idênticas à obra preexistente.

Paródia: conheça suas principais características

A característica mais marcante de uma paródia


com certeza é a intertextualidade, ou seja, a
criação de um texto a partir de outro já
existente. Também possui forte
intratextualidade, isto é, usa referências de
outra obra para dar origem a um novo trabalho.
Uma obra é usada como base realizando então
alterações.

Podemos exemplificar tomando por base


músicas, as paródias utilizam o ritmo original,
alterando apenas a letra da composição. Com
outras obras, como pinturas e filmes, também
ocorre o mesmo. Nos textos, a base da paródia
está na mudança da interpretação das palavras
utilizadas na obra original.

Na literatura, no cinema e na música é comum


se deparar com paródias. Nos últimos anos esse
gênero vem ganhando ainda mais popularidade
com a internet. Redes sociais e especialmente a
plataforma do YouTube contam com diversas
paródias. Tornou-se habitual que músicas que
entram nas paradas de sucesso ganhem
rapidamente paródias.
Exemplos de paródias

Confira a seguir alguns exemplos de paródias.

Dom Quixote
A obra “Dom Quixote” de Miguel de Cervantes é
considerada uma paródia dos romances. O autor
subverteu em seu texto o heroísmo e demais
valores comuns nos romances. Há forte uso de
humor e ironia.

Todo Mundo em Pânico

No universo cinematográfico, podemos destacar


a franquia “Todo Mundo em Pânico” (Scary
Movie) como um exemplo de paródia. A base
desses filmes é satirizar as cenas dos filmes de
horror da franquia “Pânico” (Scream). Com o
passar dos anos, outros títulos de terror foram
parodiados.

Os Simpsons

O desenho “Os Simpsons” é outro ótimo exemplo


de uso de diferentes paródias. Há diversas
situações apresentadas que brincam com
situações reais e até mesmo com pessoas. O
palhaço Krusty é um personagem que parodia
uma situação real, a de animadores infantis que
não têm muito tato com as crianças.

Na música:
Como uma paródia é feita?

Aquele que deseja produzir uma paródia deve


apostar na criatividade, pois precisa transmitir
alguma mensagem através das alterações e
distanciar o resultado da obra já existente. Para
quem está começando a produzir paródias, é
indicado fazer isso através de músicas
inicialmente.

Para começar seu processo de produção de uma


paródia, escolha o tema que será abordado pelas
suas alterações. Defina, ainda, se o caminho
escolhido será a crítica, a ironia ou somente uma
versão cômica. Com essas definições, chega o
momento de produzir a sua paródia, para isso
leve em consideração a melodia e os elementos
da obra original.

A paródia deve manter a coesão e coerência,


então é essencial se atentar para manter o fio
condutor do que está sendo produzido.
O contexto deve ser abordado ao longo de toda
a produção para que não perca o seu sentido.
Também é essencial que mantenha diálogo com
a obra preexistente. No caso da música, esse
diálogo se mantém pelo uso da melodia e ritmo.

A paródia é uma forma divertida de chamar


atenção para temas relevantes!

Atividade

Compare o poema de Carlos Drummond

de Andrade com a charge do personagem

Garfield e responda às questões

apresentadas na sequência.
No meio do caminho
No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.
Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
Tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra.

ANDRADE, C.D. Antologia poética. Rio de


Janeiro/São Paulo: Record, 2000.
DAVIS, J. Garfielod, um charme de gat – 7. Trad. Da Agência
Internacional Press. Porto

Alegre: L&PM, 2000 .

a) O que você acha que representa a pedra


sobre a qual o autor fala no poema?

b) Qual a intenção de Garfield ao dizer que


“tinha uma cortina no caminho”?

c) Relacione a obra original e a paródia

fazendo uma comparação entre o significado de

“caminho” em cada uma delas.


História do Garfield.

O gato Garfield é estrela de uma das tirinhas


mais famosas da história, sendo publicado em
2570 jornais de todo o mundo. As outras
personagens principais são Odie, um cão, e Jon
Arbuckle, um cartunista, dono dos dois. Garfield
é criação de Jim Davis, que tirou o nome de seu
avô James Garfield Davis

Nas histórias, Garfield nasceu na cozinha do


restaurante italiano Mamma Leoni. Foi vendido
para uma loja de animais quando quase levou o
estabelecimento à falência por ser o responsável
pela “falta de massas”. O gato acabou sendo
adotado por Jon. Garfield adora TV e odeia
segundas-feiras.

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