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UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO

FACULDADE DE AGRONOMIA E MEDICINA VETERINÁRIA

CURSO DE AGRONOMIA

ESTUDO DIRIGIDO SOBRE BANANA

ALUNO: Henrique Pacheco

PROFESSORA: Claudia Petry

DISCIPLINA: Horticultura Geral

PASSO FUNDO, ABRIL DE 2010


1) Especificações Técnicas:
 Nome Científico: Musa spp.
 Espécies e híbridos importantes: Musa balbisiana,
Musa acuminata, Musa X paradisíaca;
 Nome Popular: Bananeira, banana;
 Família: Musaceae;
 Divisão: Magnoliophyta;
 Origem: Sudeste da Ásia;
 Ciclo de Vida: Perene;
 Provável importância econômica: Financeira e Alimentícia, sendo muito
utilizadas na culinária de centenas de países, consumidas ao natural, fritas,
cozidas e assadas.
 Principais Características: É uma fruta tropical de cor verde, quando imatura,
chegando a amarela ou vermelha, quando madura. Seu formato é alongado,
podendo, contudo variar muito na sua forma consoante as variedades e
cultivares.

2) Forma de propagação:
As bananeiras são propagadas por meio de mudas desenvolvidas a partir de
gemas do seu caule subterrâneo, o rizoma. O ideal é que as mudas sejam oriundas de
viveiros estabelecidos com a finalidade exclusiva de produção de material propagativo
de boa qualidade.
As mudas mais adequadas para o plantio são: a) Chifrinho - caracterizada por
apresentar altura entre 20 a 30 cm e presença única de folhas lanceoladas; b) Chifre - de
50 a 60 cm de altura e folhas lanceoladas; e c) Chifrão - altura entre 60 e 150 cm,
apresentando mistura de folhas lanceoladas com folhas típicas de planta adulta.

3) Duração do ciclo:
15 anos ou mais

4) Estruturas de viveiro para sua produção:


A banana é plantada a céu aberto, a muda deve ser posicionada no centro da
cova adubada, colocando-se em seguida a terra removida, pressionando-a bem para
evitar que a água de chuva
ou irrigação acumulada
possa, depois do plantio,
ocasionar o apodrecimento
da muda.
As mudas
micropropagadas, depois
de climatizadas por um
período de 45 a 60 dias,
são levadas para o local de
plantio, em época de alta
umidade, a fim de facilitar o seu estabelecimento. Devem ser retiradas cuidadosamente
do recipiente que as contém, para não danificar as raízes, e distribuídas no centro das
covas, sobre a terra misturada, com adubo orgânico e fertilizante fosfatado, fechando-se
a cova.
O plantio de mudas procedentes de viveiros ou de bananal sadio (mudas
convencionais) é feito de acordo com os tipos (chifrinho, chifre e chifrão), e devem ser
plantados nesta ordem, colocando numa mesma área mudas do mesmo tamanho. Após o
plantio, coloca-se 5 a 10 cm de terra solta sobre o pseudocaule, evitando-se que os
tecidos sejam danificados pela exposição direta da luz solar.

5) Nível tecnológico (água, adubos e insumos):


A bananeira é uma planta bastante exigente em nutrientes, principalmente
potássio, e em ordem de importância o nitrogênio, cálcio, magnésio, enxofre e o fósforo.
Entre os micronutrientes a ordem é: cloro, manganês, ferro, zinco, boro e cobre.
- Calagem
A bananeira pode se desenvolver em solos com pH extremos de 3,5 (ácido) e 9,0
(alcalino), porém, as maiores produtividades têm sido encontradas em solos com pH
entre 6,0 e 6,5. A aplicação do calcário, quando recomendada, deve ser feita com trinta
dias de antecedência do plantio. Não se recomenda aplicar o calcário na cova e nem ao
redor, deve-se aplicá-lo em toda a área do bananal, devido às raízes crescerem
rapidamente e se projetarem além do espaço limitado da cova. Entre 40 a 50 dias as
bananeiras já têm raízes com 1 m de comprimento, chegando a atingir até 4 m, quando
adultas. Recomenda-se o uso de calcário dolomítico, que contém cálcio e magnésio,
para evitar a ocorrência do distúrbio fisiológico "azul da bananeira" (deficiência de Mg
induzida pelo excesso de K). Para determinar a dosagem da calagem, recomenda-se
elevar a saturação por base a 60%, mantendo o teor de magnésio acima de 0,9 meq/100
cm3.
- Adubação química
A adubação química em cobertura deve ser recomendada de acordo com os
resultados de análise do solo. Devem ser feitas de preferência após o desbaste. As
plantas jovens devem ser adubadas em círculos, com 10-20 cm de largura e 20 a 40 cm
distante da muda. No bananal adulto, os adubos são distribuídos em meia-lua em frente
à planta filha e neta. Em terrenos inclinados, adubar em meia-lua, do lado de cima da
cova e incorporado ao solo. Em plantios adensados e em terrenos planos, a adubação
pode ser feita a lanço, nas ruas.
- Pragas e Doenças
A broca do rizoma (Cosmopolites sordidas), tripes-da-flor (Frankliniella spp.) e
abelha arapuá (trigona Spinipes) são as principais pragas da bananeira. As brocas
causam sérios danos aos bananais, pois abrem galerias no rizoma, debilitando as plantas
e tornando-as mais sujeitas ao tombamento e à penetração de microorganismos
patogênicos. As plantas atacadas tornam-se raquíticas, com folhas amareladas que
ocasionam a diminuição da produtividade e qualidade dos frutos. Seu controle começa
antes do plantio, com a seleção e/ou tratamento das mudas. No pomar já instalado,
recomenda-se o uso de iscas e/ou aplicação de inseticidas específicos.
O tripes-da-flor é facilmente controlado cm aplicação de inseticidas fosforados nas
inflorescências e com a remoção do “coração”.
As principais doenças são:
a.  Mal-do-panamá (Fusarium oxisporium) que ocasiona o amarelamento das folhas,
seguido de murchamento, seca e quebra, ficando pendentes, tipo um guarda-chuva
semifechado; internamente, os feixes vasculares ficam de coloração pardo-
avermelhado. O controle é preventivo, por meio de variedades tolerantes, mudas
sadias, controle rigoroso da nutrição da planta, controle sistemático de brocas e
nematóides e manutenção dos solos bem drenados e ricos em matéria orgânica;
b.   Sigatoka amarela (Mycospharella musicola), que é fortemente influenciada pelas
condições climáticas, onde temperaturas acima de 23°, combinadas com umidades
do ar maiores que 80% e pluviosidade elevada, são as condições ideais para o
desenvolvimento da doença. Os sintomas principais são a ocorrência de necrose em
forma de estrias, que vão se unindo até comprometer totalmente a folha.
Conseqüentemente, ocasiona diminuição da produtividade e quantidade dos frutos.
Seu controle é feito com pulverizações quinzenais de óleo mineral com fungicida
sistêmico (proficonazol ou benomyl);
c.   Nematóides;
d.  Doenças dos frutos causadas por fungos, embora existam outras doenças
importantes para a bananeira que não ocorrem nessa região.

6) Como é embalada?
Após a colheita, as pencas são postas, então, em repouso para que exsudem a
seiva em excesso, sendo depois lavadas e mergulhadas numa solução fungicida que
evitará o apodrecimento a partir dos cortes.
Após a lavagem, classificação, pesagem e etiquetagem, os buquês ou pencas são
colocados em caixas revestidas com
plástico de baixa densidade para proteção
dos frutos contra escoriações. Podem ser
utilizadas caixas de papelão, de madeira
ou de plástico fabricadas especificamente
para frutos. Em todos os casos, as
dimensões são de 52 x 39 x 24,5 cm
(comprimento x largura x altura), com
capacidade para aproximadamente 18 kg
de frutos.

7) Como é comercializada?
O comércio dessa fruta possui alguns inconvenientes com o transporte de
bananas, uma vez que ela amadurece rapidamente quando retirada de seu cacho e
amassa com facilidade por ter uma casca não muito resistente. Além disso, como é uma
fruta muito aromática, transfere o seu odor para objetos que com ela entrem em contato.
A maior parte da produção para o mercado interno é constituída por bananas verdes para
cozinhar ou banana-pão.
As cultivares comerciais de sobremesa mais consumidas nas regiões temperadas
(espécies Musa acuminata ou o híbrido cultígeno Musa X paradisiaca) são importadas
em larga escala dos trópicos. São muito populares também devido ao fato de
constituírem uma fruta não sazonal, que pode ser consumida fresca durante todo o ano.
No comércio global, a variedade cultivar de maior importância econômica é, de longe, a
banana Cavendish que ganhou em popularidade, durante a década de 1950 à cultivar
Gros Michel, depois de esta ter sido dizimada pelo mal-do-panamá, um fungo que
atacava as raízes das bananeiras.

8) Conclusões sobre viabilidade da produção:


A bananeira é uma fruteira de clima tropical e subtropical, com bom
desenvolvimento em condições de alta umidade e temperaturas elevadas,
uniformemente distribuídas, sendo 15° a 35°C, uma faixa segura para exploração. A
temperatura ideal está em torno de 26°C. Abaixo de 15ºC a atividade da planta é
paralisada, podendo ocorrer um distúrbio fisiológico, denominado "chilling ou friagem",
que prejudica o fruto, devido a coagulação da seiva na região superficial dos tecidos da
casca. Por outro lado, as temperaturas superiores a 35ºC inibem o desenvolvimento
normal da planta, em decorrência da desidratação excessiva dos tecidos, especialmente
das folhas.
A pluviosidade é de importância primordial para o desenvolvimento da
bananeira, pois esta exige um consumo elevado e constante de água, devido a
necessidade de alto índice de hidratação dos tecidos da planta. Médias anuais de
precipitação em torno de 1900 mm, com boa distribuição das chuvas no decorrer do
ano, propiciará condições de alta produtividade e qualidade dos frutos.
Assim, podemos concluir que a banana é uma planta adaptável em praticamente
todas as regiões do nosso país, sendo apenas prejudicada quando cultivada em regiões
mais frias, uma vez que temperaturas abaixo de 15ºC não são recomendadas. Podemos
considerar então a região norte a mais propícia para o cultivo dessa planta.

9) Referências bibliográficas:

ALVES, E.J. (Org.) A cultura da banana: aspectos técnicos, socioeconômicos e


agroindustriais. 2.ed. Brasília: Embrapa-SPI; Cruz das Almas: Embrapa-CNPMF, 1999.
585p.

AMARO, A.A. Aspectos econômicos e comerciais da bananicultura. In: SIMPÓSIO


BRASILEIRO SOBRE BANANICULTURA, 1., 1984, Jaboticabal. Anais...
Jaboticabal: FCAVJ, 1984. p.19-45.
BORGES, A.L. (Org.) O cultivo da banana. Cruz das Almas: Embrapa-CNPMF, 1997.
109p. (Embrapa-CNPMF. Circular Técnica, 27)

MASCARENHAS, G. Análise do mercado brasileiro de banana. Preços Agrícolas, n.


134, p. 4-12, dez. 1997.

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