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ELEMENTOS À ESTUDAR NO PÉRIODO:

FADIGA DOS MATERIAIS;


ENGRENAGENS CÔNICAS E SEM FIM;
FREIOS E EMBREAGEM;
ELEMENTOS MECÂNICOS FLEXIVEIS.

NOTA PARA OS ESTUDANTES:

O ensino completo, total, é impossível. Existem tantas


coisas a dizer de uma só vez ao iniciante que muitos
assuntos são simplificados para se tornarem
inteligíveis. Apesar da conveniência de haver
uniformidade no modo de atacar os problemas um
professor pode ter pontos de vista diferentes e
igualmente corretos. O seu professor ou supervisor
pode ter outros. Depois de alguns anos de experiência,
você seguirá por caminhos próprios.

Do mesmo modo, não há uma solução, apenas para um


projeto.

ELEMENTOS MECÂNICOS II 8º PÉRIODO


REVISANDO
TENSÃO ADMISSÍVEIS- FATORES DE SEGURANÇA

Chamaremos de tensão admissíveis à a tensão


utilizada no dimensionamento da peça, obtida
dividindo-se a tensão perigosa ( 𝝈 ; 𝝉 ) etc. por um
fator denominado fator de segurança (FS).

A tensão perigosa poderá ser, uma qualquer,


definida por ensaio do material, ou simplesmente
adotada pelo projetista .

Em geral adota-se o limite de escoamento do


material para material dúctil e carga constante.

E para materiais rígidos ou quebradiços, e carga


constante, considera-se a tensão de ruptura.

Com cargas variáveis interfere uma nova tensão:


limite de resistência a fadiga. (𝝈𝒏)

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QUADRO TENSÕES PERIGOSAS

Vamos analisar o diagrama de tensão/


deformação, referente a ductilidade do material,
a rigidez e as referidas, tensão de escoamento e
tensão de ruptura, com carga constante.

OBS. COM RELAÇÃO AS CARGAS VARIAVEIS


VEREMOS MAIS À FRENTE.

ELEMENTOS MECÂNICOS II 8º PÉRIODO


Diagrama tensão deformação metal dúctil

Gráfico -1.

Obs: a curva acima é básica. Pois, sua variação


depende do material.
Nem todo material dúctil tem patamar de escoamento
definido.

Os materiais frágeis tem patamar pontual. Veja


próxima página.

ELEMENTOS MECÂNICOS II 8º PÉRIODO


Grafico-2.
Figura (a) - curva material baixo carbono . (dúctil)
Figura (b) - curva material dúctil sem patamar de
escoamento .
Figura (c) – aparece um comportamento não linear em
baixos níveis de tensão , característica do ferro
fundido. Material frágil.
Figura (d)- comportamento é elástico e linear até
próximo da ruptura, característica de materiais
cerâmicos e ligas fundidas de elevada dureza. frágil

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COMPORTAMENTO DO AÇO NO ENSAIO A
TRAÇÃO EM FUNÇÃO DO TEOR DE CARBONO

Gráfico -3.

Quanto maior o % de carbono, maior tensão de


escoamento e maior a tensão de ruptura e menor a
deformação até a ruptura.

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REVISANDO

Gráfico - 4.

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ENSAIO DE TRAÇÃO

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ELEMENTOS MECÂNICOS II 8º PÉRIODO
ENSAIO INOX 304

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ENSAIO DE TRAÇÃO AÇO 1020

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RUPTURA METAL RUPTURA METAL
FRÁGIL DUCTÍL

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OBSERVAÇÃO: a classificação de materiais dúcteis e
frágeis não é rígida, pois um material pode mudar
suas características de comportamento, por
influência de vários fatores como por exemplo, a
temperatura de trabalho.

Altas temperaturas tendem a promover o


comportamento dúctil.

Baixas temperaturas tendem a promover o


comportamento frágil.

Então um material de comportamento frágil em


temperatura ambiente, poderá se tornar dúctil em
altas temperaturas, ou um material dúctil se tornar
frágil em baixas temperaturas.

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Coeficientes de segurança.

A qualidade de um projeto pode ser medida por


meio de muitos critérios.
É sempre necessário calcular um ou mais
coeficiente de segurança para estimar a
probabilidade de falha.

Obs. Quem antecede a falha é a fadiga do


material.
Um coeficiente de segurança ou fator de
segurança pode ser expresso de muitas formas.
Ele é a razão entre duas quantidades.

Exemplo 1: tensão de ruptura


÷ 𝒕𝒆𝒏𝒔ã𝒐 𝒂𝒕𝒖𝒂𝒏𝒕𝒆

Tensão de ruptura= 150kgf/mm²


Tensão atuante= 100kgf/mm²

Coeficiente de segurança= 1,5

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Coeficiente de segurança.

Exemplo 2: esforço que quebra ÷ esforço


estimado em serviço.

Esforço que quebra= 2500kgf


Esforço estimado em serviço= 1800kgf
Coeficiente de segurança= 1,38

Observe, que a carga que quebra, é maior


38% do que a carga em operação, ou a
carga que quebra é 1,38 da carga em
operação.

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Exemplo 3: velocidade que quebra/ velocidade de
operação.

Nota : n ( rotação) principal variável de uma


máquina de fluxo.

Fazendo uso das equações de semelhança aplicada


às máquinas de fluxo , um profissional altera as
características cinemática de uma bomba que
hora trabalhava com 1160 rpm. Vazão Q = 100m³/
hora, H= 34 mca, na intenção de atender a
demanda de 350m³/h.

Calcule o fator de segurança com a nova rotação e


faça uma conclusão.
Obs. Bomba com rotor em F° F°. Diâmetro 400mm.
velocidade periférica admissível para rotores
em F° F° 40m/s.
Calcule a nova rpm pelas equações da próxima
pagina.

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Equações de semelhanças aplicada as
máquinas de fluxo.

Quadro – 1.

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Gráfico – 5.
FATOR DE SEGURANÇA (FS).

Para o principiante, o fator de segurança (FS)


constitui de fato, o primeiro grande embaraço.

O numero de variáveis envolvidas é grande que


o projetista iniciante em geral superestima e
adota fatores de segurança grande demais.

O FS deve ser fixado com base em projetos


existentes, em indicações tabeladas, gerais ou
particulares, com o discernimento que o
conhecimento teórico propicia ao projetista.

Para facilitar a decisão do principiante o fator de


segurança será apresentado como produto de
subfatores.

Quando se trabalha com tensão perigosa, como


sendo a de ruptura: FS= a.b.c.d

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SUBFATORES DE SEGURANÇA.
Os subfatores são elementos que tem seus
valores, tirados da experiência prática, de dados
estatísticos, de ensaios etc. que podem ser:

a = relação de elasticidade

a = tensão de ruptura÷ 𝒍𝒊𝒎𝒊𝒕𝒆 𝒆𝒍á𝒔𝒕𝒊𝒄𝒐


Se não disponibilizar do limite elástico, adote a=2 para
aço sem tratamento térmico.

b= fator que leva em conta o tipo de carga.


Carga constante: b= 1
Carga variável sem reversão. b =1,5 a 2
Carga variável com reversão . b = 2 a 3

C = fator de choque que depende do modo do aplicação


da carga.
Carga constante gradualmente aplicada. C= 1
Carga constante subitamente aplicada. C= 2
Choque = 2≤C ≥𝟑
Choque grande violência. C ≤ 𝟓

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d= margem ou fator real de segurança (condições de
funcionamento conhecida).

Para materiais dúcteis, pode-se adotar a faixa de:

1,5 a 2

Para materiais frágeis , adotar

2a 3

Quando considerar como tensão perigosa a tensão de


escoamento FS É:

FS= b . C . d

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Valores de FS --- material dúctil
Tensão considerada perigosa a tensão de
escoamento

Tabela 1

Obs. Não utilize estes dados para cálculo levando em


consideração a fadiga.

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OBSERVAÇÕES.

1 – O maior ou menor conhecimento do material e da


carga aproxima ou afastam o ‘FS’ dos valores
mínimos dados.

2 - Ao escolher um FS, o projetista deve verificar se


não existe algum valor imposto por lei ou mandado
adotar por normas técnicas. É o caso , por exemplo, de
cabos de aço para elevadores, pontes rolantes etc.

3 – O FS sobre o limite de resistência à fadiga, não


pode ser determinado pela aplicação da expressão
FS= a.b.c.d sem analise mais profunda.

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EXERCICIO.
Determinar o fator de segurança para calcular
uma barra de aço que será tracionada por uma
carga constante, gradualmente aplicada e
considerando a tensão perigosa, a tensão de
escoamento

De acordo com o que já estudamos:


Carga constante b= 1
Gradualmente aplicada c=1

obs. é em função da tensão perigosa adotada, é


que, o subfator ‘d’ é definido.

de acordo com o que já estudamos “d” é igual a:


(condições de funcionamento conhecida)

d = 1,5; FS = b.c.d FS = 1.1.1,5

FS = 1,5

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NOTA.
os projetos são concebidos para que o elemento
trabalhe no regime elástico, sob pena de perder as
dimensões ou deixar de funcionar adequadamente se
houver uma deformação plástica.

para que o elemento mecânico trabalhe na região


elástica a tensão deve está no limite de
proporcionalidade ou limite de escoamento de
engenharia. veja figura abaixo.

Região limite de
escoamento de
engenharia

Gráfico – 6.

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REGIÃO LIMITE DE ESCOAMENTO DE ENGENHARIA
Obs. Quando falamos limite de escoamento fazemos referência
ao inicio de escoamento, que é instantaneamente, ao limite de
proporcionalidade . Lembre-se no escoamento a tensão é
constante. A partir deste ponto começa a deformação plástica,
abaixo a tensão elástica.
O limite de escoamento é em algumas situações,
alternativa ao limite elástico, pois também delimita o
inicio da deformação permanente.

Vários metais não apresentam escoamento, com


patamar definido, porque acontece muito rápido e a
incerteza se faz presente induzindo ao erro. Por essas
razões, foram convencionados internacionalmente
alguns valores para determinar este limite.

LE = Limite de escoamento de
engenharia

𝜺 = 𝒅𝒆𝒇𝒐𝒓𝒎𝒂çã𝒐 𝒆𝒎 %
𝒐𝒖 𝒆𝒔𝒑𝒆𝒄í𝒇𝒊𝒄𝒂 𝒆𝒎 𝒎𝒎/𝒎𝒎
n = valor convencionado %

Gráfico – 7.

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O valor convencionado “n” corresponde a um
alongamento percentual.
Os valores de uso mais frequente são

n = 0,2%, para metais e ligas metálicas em geral;


n = 0,1%, para aços ou ligas não ferrosas mais duras;
n = 0,01%, para aços-mola.
n = 0,5% para cobre e suas ligas

n = 0,01 % corresponde a 0,0001mm/mm

Veja Gráfico na próxima pagina

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Após o limite de proporcionalidade, os
materiais poderão ainda apresentar uma
pequena quantidade de deformação elástica,
mas de caráter não linear, logo após essa
pequena deformação o material deverá
iniciar o estágio de escoamento.
Pelo fato dos limites de proporcionalidade e
escoamento se encontrar bastante próximo,
pode-se assumir, para efeito de cálculo
valores iguais para ambos os limites
𝝈𝒑 ≅ 𝝈𝒆. (GARCIA, 2014, P. 20.)

Gráfico 8

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Do ponto de vista do pesquisador, pelas incertezas,
caracteriza que estes percentuais ainda poderá está na
fase elástica. Dai, considerar o limite elástico igual aos
percentuais convencionado, ao limite de escoamento os
quais denominados de limite de engenharia.
Compreendendo com um exemplo.

Uma barra de aço 1020 com tensão de ruptura igual a


45kgf /mm². comprimento de 3000mm, carga de
choque de 3000 kg fator de segurança 6, tem como
resultado o seguinte:

𝝈 𝒂𝒅𝒎. = 𝟕𝒌𝒈𝒇/𝒎𝒎²
∆𝒍 = 𝟎, 𝟗𝟒𝟔 𝒎𝒎 Alongamento
𝜺 = 𝟎, 𝟎𝟎𝟎𝟑 𝒎𝒎/𝒎𝒎 deformação
Conclusão de acordo com a teoria :
o alongamento também é uma deformação que de acordo com o
que já estudamos, gerou uma deformação específica elástica de
0,0003mm/mm. Pois, a tensão admissível ficou abaixo da
tensão de ruptura com a aplicação do fator de segurança. A
deformação convencional para aço que é de 0,002mm/mm e o
valor encontrado foi 0,0003mm/mm, o qual ficou muito abaixo
do valor referenciado. conclui-se assim que a barra está
dimensionada na fase elástica.

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VEJAMOS MAIS UM CONCEITO DE LIMITE ELÁSTICO E
LIMITE DE ESCOAMENTO.
O limite de escoamento a 0,2% de deformação permanente
é encontrado traçando-se a paralela AB à parte reta da
curva 𝝈𝒙𝜺 𝒑𝒂𝒔𝒔𝒂𝒏𝒅𝒐 𝒑𝒆𝒍𝒐 𝒗𝒂𝒍𝒐𝒓
0,2% , em A; a interação de AB com 𝝈𝒙𝜺
em B, dá o limite de escoamento procurado. Neste caso
particular o limite de escoamento á 0,2% e o
correspondente á distensão 0,4% são iguais. A parte da
reta da curva tensão deformação é denominada *linha de
modulo. Uma paralela a esta linha, passando por um
ponto de deformação pequeno, em geral 0,01%, como em
C, da a chamada tensão de verificação. Note-se que esta
tensão está mais próxima do limite elástico. P, que do
limite de escoamento. Como se pode, determinar o limite
de escoamento “arbitrário” partindo de diferentes bases,
sua indicação deve sempre ser da base considerada.
Entretanto, a literatura especializada nem sempre informa
claramente sôbre esse ponto. O limite de elasticidade é a
maior tensão para a qual o material não apresenta
deformação permanente a 𝒎𝒂𝒊𝒔 𝒐 𝒎𝒆𝒏𝒐𝒔
𝟎, 𝟎𝟎𝟎𝟎𝟑. (𝐅𝐀𝐈𝐑𝐄𝐒, 𝟏𝟗𝟔𝟔, 𝐏. 𝟗)
OBS. *Linha de módulo, é a linha de proporcionalidade , onde
se baseia a lei de hooke, para o módulo de elasticidade e é a
região de tensão admissível.
Com toda essa teoria conclui-se que o limite de escoamento para
aço, está à 0,2% de deformação da linha elástica.
GRÁFICO PROXIMA PAGINA.

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FALANDO AINDA SOBRE A REGIÃO LIMITE DE
ESCOAMENTO DE ENGENHARIA.

Gráfico – 9.

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Observe o gráfico abaixo e faça uma analogia com o
que já estudamos sobre região limite de escoamento
de engenharia. Material utilizado aço 1020.
laboratório da USP.

Gráfico -10.

ELEMENTOS MECÂNICOS II 8º PÉRIODO


CONTINUAÇAÕ DA PAGINA ANTERIOR

Gráfico -11.

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EXERCÍCIO.
Analise o desenho do arranjo apresentado abaixo e calcule
o diâmetro das barras , considerando mais de um tipo de
material.

DADOS DO MATERIAL DA BARRA:


Aço 1020 laminado a frio.
Tensão de escoamento. 𝝈 = 𝟑𝟓𝟎𝑴𝑷𝒂 = 𝟑𝟓𝒌𝒈𝒇/𝒎𝒎²
Tensão de ruptura no estado normalizado 42 a 55 kgf/ mm².
Aço CA 60 tenção de escoamento 600 Mpa
Tenção ultima 660 Mpa
Carga 3000 kgf gradualmente aplicada.

Veja resolução e equações na próxima página.

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ELEMENTOS MECÂNICOS II 8º PÉRIODO
Tabela – 2.

ELEMENTOS MECÂNICOS II 8º PÉRIODO


Tabela – 3.

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Resistência a fadiga

A fadiga é uma redução gradual da capacidade de


carga do componente, pela ruptura lenta do material,
consequência do avanço quase infinitesimal das fissuras
que se formam no seu interior.

Este crescimento ocorre para cada flutuação do estado


de tensões.

-As fissuras são rompimentos da estrutura cristalina que


não aflora na superfície do material, conhecidas
também como trinca interna.

-São descontinuidade decorrente de qualquer processo


de fabricação.

-Tende a se propagar devido ao efeito de concentração


de tenção.

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As falhas por fadiga tem sempre seu inicio com uma
pequena trinca, ou micro fratura, que podem está
presente no material desde a manufatura e/ou
desenvolve-se ao longo do tempo devido as
“deformações cíclicas” ao redor das concentrações de
tensão.

Estágios da falha por fadiga:

Início da trinca – estágio de curta duração

Propagação da trinca- envolve o maior tempo de vida


da peça.

Ruptura da peça- repentina, devido ao crescimento


instável da trinca; é instantâneo .

“A fratura surge devido a deformação plástica repetida”

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Falha devido a fadiga

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Falha por fadiga

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FADIGA.
Cargas variáveis.

As cargas que atuam nos elementos de máquinas são


dois grande grupos :

Cargas estáticas ou permanente e cargas variáveis.

As cargas estáticas já estudamos e vimos que um


criterioso dimensionamento garante a integridade dos
elementos mecânicos.

Vamos agora estudar as cargas variáveis ou cíclicas.

Dentre as cargas cíclicas encontramos:

- Carga cíclica com reversão total;

- Carga cíclica com reversão parcial;

- Carga cíclica sem reversão.

- Carga cíclica repetida.

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Carga alternada com reversão total

Ex. Eixo girando com carga de flexão constantemente


dirigidas em um determinado sentido

Cada ciclo está representa tensão de tração e compressõ.

Veja vídeo na próxima pagina

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Ensaio de fadiga por flexão rotativa

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Carga cíclica com reversão parcial

Ex. eixo com momento que varia de um torque -x à + y. caso


típico de uma barra de torsão, ou até mesmo um eixo arvore.

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Cargas cíclicas sem reversão

Ex. dentes de
engrenagens a cada
acoplamento.

repetida

Ex. elemento pré


carregado como
molas. etc.

Sem reversão

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Nas cargas definidas anteriormente, têm-se as tensões
máxima, mínima, média, variável ou amplitude.

Carga alternada

Nulo =

amplitude

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Carga repetida

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Carga variável com ou sem reversão parcial

Com reversão parcial:

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Carga sem reversão

Elementos com pré carga, ou seja, já partem com


uma carga mínima diferente de zero .

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Equações cíclicas
Carga alternada com reversão total

Carga com reversão parcial e sem reversão

Carga repetida ou pulsante

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Qualquer carga variável poderá ser interpretada como a
superposição de uma carga alternada sobre uma carga constante.

Na figura abaixo, a carga variável qualquer ( tens.max. , tens.


Min.) pode ser considerada como uma carga constante (tens. Med.)
𝒔𝒐𝒃𝒓𝒆 𝒂 𝒒𝒖𝒂𝒍 𝒔𝒆 𝒔𝒖𝒑𝒆𝒓𝒑õ𝒆 𝒂 𝒄𝒂𝒓𝒈𝒂 𝒂𝒍𝒕𝒆𝒓nada ( tens. Var.)

No estudo da fadiga os esforços variáveis podem ser quaisquer,


isto é, tração, compressão, flexão, torção ou qualquer
combinação dêsses.

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Fatores que influenciam o limite de resistência a
fadiga
Estes fatores são de correção da tensão de resistencia a
fadiga.
- Frequencia dos ciclos nos testes
- Acabamento superficial;
- Tamanho da peça.

a correção é feita pelo fato dos corpos de prova estarem em


condição ideal, condição esta que num elemento de maquina
inviabiliza a produção como por exemplo acabamento
espelhado.

Com relação ao tamanho os corpos de prova são de tamanho


padrão. Observe no quadro de correção de tamanho, que de
10mm para 50mm a tensão varia de v100% a 70%.

Com relação a frequência do ciclo em teste até 5000 ciclo/min.


Não há efeito algum. Acima deste a tensão aumenta e o efeito é
de segurança, isto é, há aumento do limite de resistência a
fadiga . Pois, não se garante que num elemento de máquina que
é fora das dimensões da barreta de ensaio, venha a conservar
esse aumento da resistência a fadiga para segurança não é
aconselhável a correção dos valores tabelados quando se trata
de rotação acima de 5000 cicl./min

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Gráfico fator de correção relativo ao estado
da superfície da peça.

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Gráfico de fator de correção tamanho da peça

O gráfico acima permite determinar a correção a ser


considerada, tendo em vista o tamanho da peça. Note
que entre 10 e 50 mm de diâmetro, o limite de
resistência vária de 100% a 70%. Nesta faixa, alguns
autores preferem trabalhar com valor de 85%.

ELEMENTOS MECÂNICOS II 8º PÉRIODO


Nota. Relativo a kb

O fator de tamanho 𝒌𝒃 pode ser calculado veja


abaixo.

Para : 2,79 ≤ 𝒅 ≤ 𝟓𝟏 𝒎𝒎

𝒌𝒃 = 𝒅 ;𝟎,𝟏𝟏𝟑𝟑 = 1,24*𝒅;𝟎,𝟏𝟎𝟕
𝟕,𝟔𝟐

Para : 𝟓𝟏 ≤ d ≤ 𝟐𝟓𝟒 𝒎𝒎

𝒌𝒃 = 0,859 – 0,000837*d

Para valores maiores, kb varia de 0,6 a 0,7

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carga material Limite de resistência a fadiga

ferrosos
Aço forjado → 𝝈𝒏 ≈ 𝟎, 𝟓 𝝈𝒓, 𝒄𝒐𝒎 𝒅𝒖𝒓𝒆𝒛𝒂 𝒃𝒓𝒊𝒏𝒆𝒍𝒍 < 𝟒𝟎𝟎
Aço inoxidável → 𝝈𝒏 ≈ 𝟎, 𝟒 𝝈𝒓, 𝒄𝒐𝒎 𝝈𝒓 ≤ 𝟏𝟏𝟐 𝒌𝒈 𝒎𝒎2
Aço- liga de alta resistência → 𝝈𝒏 ≈ 𝒂 ∗ 𝝈𝒆 + 𝒃 ∗ 𝝈𝒓
𝟔𝟎𝒌𝒈
para: 𝝈𝒆 = → 𝒂 = 𝟎, 𝟐
𝒎𝒎2
Barreta polida diâmetro 7,62mm

𝟏𝟑𝟑𝒌𝒈
para: 𝝈𝒆 = → 𝒂 = 𝟎, 𝟒
𝒎𝒎2

Valores intermediários: interpolação direta


Flexão alternada 𝒌𝒈
Para: 𝝈𝒓 𝟔𝟎 𝒎𝒎2 → 𝒃 = 𝟎, 𝟒𝟓

Para: 𝝈𝒓 = 133kg/cm² → 𝒃 = 𝟎
Valores intermediários: interpolação direta
Aço fundido → 𝝈𝒏 ≈ 𝟎, 𝟒 𝝈𝒓

𝝈𝒏 ≈ 𝟎, 𝟒 𝛔𝒓 𝒐𝒖 ( 𝟎, 𝟒 𝒂 𝟎, 𝟔) 𝒅𝒆 𝝈𝒓
Ferro fundido →

Não ferrosos 𝝈𝒏 ≈ 𝟎, 𝟑 𝝈𝒓

Axial alternada σ𝒏′ ≈ 𝟎, 𝟕 𝝈𝒏 𝒐𝒖 𝟎, 𝟖𝟓 𝝈𝒏


Aço 𝝉𝒏 ≈ 𝟎, 𝟔 𝝈𝒏 ou ( 0,5 a 0,6) 𝝈𝒏
Torção alternada
Ferro fundido 𝝉𝒏 ≈ 𝟐 𝝈𝒏
Fatores de segurança no caso da fadiga

Considerando a tensão limite de resistência a fadiga


como a tensão perigosa, o fator de serviço, fica na faixa
de :

1,25 ≤ FS ≤ 2,5

Valores maiores do que 2,5 exigem estudo mais


minucioso para se verificar se há alguma razão
especial ! Para esse aumento ou se é apenas por
incerteza. Em geral , valores acima de 3,5 só são
aceito em situação especial como por exemplo
risco de vida.

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A equação de Soderberg, pela sua simplicidade, é grandemente
usada na prática.

O ponto ‘A’ zero, é tensão de resistencia a fadiga, caracteriza a


ação de uma carga alternada igual ao limite de resistência a
fadiga.

O ponto ‘B’ zero, tensão de escoamento, caracteriza a tensão


igual ao limite de escoamento do material.

Qualquer ponto ‘C’ indicará a ação de uma carga variavel


qualquer C = tensão media e tensão variavel .

Assim, a linha AB caracteriza a falha da peça, por fadiga ponto ’A’,


por deformação ponto ’B’, por efeito de uma carga variável
qualquer ponto ‘C’ . Continua próxima pg.

ELEMENTOS MECÂNICOS II 8º PÉRIODO


Para dimensionar precisamos de uma linha de segurança.

Aplicando fatores de segurança a tensão de resistência a


fadiga e a tensão de escoamento, temos a linha DE. Essa linha
é o lugar dos pontos de segurança FS.

A equação da reta “DE” pode ser escrita, sendo “P” referente


aos pontos de tensão média e tensão variável (ponto qualquer)
ver gráfico pg. anterior

Equação de Soderberg

A equação de SODERBERG, aplicada aos materiais


dúcteis e com o mesmo FS sobre e sobre

Equação de Goodman

Para materiais quebradiços substituir pela que é


a equação modificada de goodman .

ELEMENTOS MECÂNICOS II 8º PÉRIODO


soderberg goodman

A equação abaixo é para esforço de torção para material


frágil troca a tensão de escoamento pela de ruptura.

𝝈𝒎 = 𝒕𝒆𝒏𝒔ã𝒐 𝒎é𝒅𝒊𝒂
𝝈𝒓 = 𝒕𝒆𝒏𝒔ã𝒐 𝒅𝒆 𝒓𝒖𝒑𝒕𝒖𝒓𝒂
𝝈𝒆 = 𝒕𝒆𝒏𝒔ã𝒐 𝒅𝒆 𝒆𝒔𝒄𝒐𝒂𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐
𝝈𝒗 = 𝒕𝒆𝒏𝒔ã𝒐 𝒗𝒂𝒓𝒊á𝒗𝒆𝒍
𝝈𝒏 = tensão limite de resistência a fadiga
𝝉 = 𝒕𝒆𝒏𝒔ã𝒐 𝒄𝒊𝒔𝒂𝒍𝒉𝒂𝒏𝒕𝒆 de torção.

Estas equações são para dimensionamento de


elementos mecânicos com vida indeterminada ou
infinita. > 𝟏𝟎𝟔 ciclos.

ELEMENTOS MECÂNICOS II 8º PÉRIODO


As equações de Soderberg e Goodman acompanha o
esforço considerado . Como no caso de esforço de
torção que usa tensões cisalhantes a representação é
feita com outro símbolo. Veja abaixo

Com relação a fatores de segurança, se quisermos um


para cada tesão , ou seja, um para e outro para
As equações de soderberg e de goodman terão aspectos
diferentes. Poderão ser facilmente determinadas pela
equação da reta passando por dois pontos.

Para vida infinita ou ilimitada vamos trabalhar com as


equações de soderberg e a equação modificada de goodman .
Existe outras linhas de pesquisa. Apesar de ter autores que cita
soderberg como teoria com poucos elementos, mas, acaba
avaliando como a mais usada pela simplicidade e segurança.

ELEMENTOS MECÂNICOS II 8º PÉRIODO


Exercício. 01
Calcular o diâmetro da barra para vida infinita, para
uma carga cíclica repetida de 0 à 3000 kg.

barra laminada a quente;


De acordo com a literatura técnica, Adote 85%
para influência de tamanho, pois, a dimensão
ainda vamos calcular.
Tensão de escoamento = 35kg/mm²
Tensão de ruptura= 42kg/mm²
Tensão limite de resistência a fadiga.- 𝝈𝒏 = 𝟎, 𝟓𝒙 𝝈𝒓
FS= 1,5
E= 21000 kg/mm²

Após achar a dimensão da barra calcule o


alongamento e a deformação especifica e percentual
para um comprimento de 3000 mm.

Lembre-se dos fatores de correção para achar 𝝈𝒏′ .

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Exercício 02

Com os mesmos dados do exercício anterior calcule o


diâmetro da barra, pela resistência, coletando dados
da tabela 1.

Obs. O dimensionamento da resistência, da barra é


diferente do dimensionamento pelas equações de
fadiga.

ELEMENTOS MECÂNICOS II 8º PÉRIODO


Exercício 03
Utilizando critérios da fadiga, calcular os diâmetros de uma
barra de torção, sujeita a um momento torçor que varia de +
40kg m à -40 kg m. a barra tem uma secção oca ( coroa
circular). d = 0,5 D

- Barra usinada;
- Para correção relativo ao diâmetro, o qual será calculado,
arbitraremos 0,85, que é prática adotada por quem
projeta, segundo a literatura técnica. Porem, não é regra
geral ; poderia ser 0,8; 0,75, pequeno desvio da média.

Dados do material. Dados para substituição


Aço comum;
𝒌𝒈
𝝈𝒓 = 𝟒𝟐
𝒎𝒎2

𝟐𝟏𝒌𝒈
𝝈𝒆 =
𝒎𝒎2

Obs. Reveja os conceitos dos elementos de resistência


dos materiais, como, momento resistente.
obs. faça as substituições na equação de soderberg
para cisalhamento.

ELEMENTOS MECÂNICOS II 8º PÉRIODO


Resistencia a fadiga para vida finita ou
limitada
É prática considerar elementos de maquinas com vida até 1000
ciclos como um problema de estática. Deve-se observar,
entretanto , que as falhas por fadiga a N < 1000 ciclos ocorrem
em exemplos isolados.
como exemplo de elementos de máquinas com vida finita,
citamos os mancais de rolamentos.

As cargas cíclicas estão relacionadas com a vida finita e infinita


dos elementos de maquinas. Assim os elementos podem ser
dimensionado pela resistência ou pela fadiga.

Nota.
Resistencia a fadiga e limite de resistência a fadiga veja gráfico
abaixo.

ELEMENTOS MECÂNICOS II 8º PÉRIODO


Entendendo o gráfico S-N da pg. anterior

Chama-se resistência a fadiga Sf a ordenada do


diagrama S-N; ao mencionar esta resistência, deve-se
especificar o numero ‘N’ de ciclos ao qual ela
corresponde.

No caso de aços, aparece uma inflexão no gráfico e


abaixo deste ponto não ocorrerá a falha, não
importando o número de ciclos. A resistência
correspondente a esse ponto de inflexão chama-se
limite de resistência a fadiga, Sn, ou limite de fadiga.
Nota.
Veja, que, a simbologia das variáveis mudou, com
relação ao que já estudamos; isto vai depender do
autor. Vamos deixar assim para se familiarizar.

Obs. O ‘S’ corresponde a fadiga que deriva do


stress isto caracteriza literatura americana.
‘Sf’ corresponde a ordenada de um ponto qualquer do
gráfico. ‘Sn’ corresponde ao ponto limite de resistência
a fadiga que é na inflexão. A vida finita é caracterizada
por um ‘N’ de ciclos.

ELEMENTOS MECÂNICOS II 8º PÉRIODO


Vida finita dos elementos de máquinas.

O gráfico abaixo reúne dados de muitos aços


diferentes, com diversos tratamentos térmicos e
diferentes processos de obtenção.

A linha da resistência média relativa a todo grupo de


aços para a confecção do gráfico abaixo pode
coincidir realmente com a linha da resistência média
a fadiga de determinado aço.

Assim recomenda-se que se use a linha de resistência


média à fadiga até a sexta potência.

ELEMENTOS MECÂNICOS II 8º PÉRIODO


Equações de resistência para vida finita

ELEMENTOS MECÂNICOS II 8º PÉRIODO


Vida finita dos elementos de máquinas.

‘N’ = ciclo de vida finita


‘m’ = adimensional
‘b’ = adimensional
S’f = resistência a fadiga média para um Nº n... de
Ciclos
S’n = limite de resistência a fadiga de um corpo de
prova dados tabelado

As variáveis linha, como por exemplo N’ normalmente


são do ensaio do corpo em prova.

Obs. Se já temos um dado tabelado, que resultou da


estatística de um corpo de prova calculamos a
resistência à fadiga para um Nº n... De ciclos. Vejamos
no exercício.

ELEMENTOS MECÂNICOS II 8º PÉRIODO


Exercício.
O limite de resistência à fadiga tabelado de um
elemento de máquina em aço é de 112 Mpa e seu limite
de resistência à tração é de 385 Mpa. Qual será a
resistência a fadiga correspondente a uma vida de
70.000 ciclos ?

𝟏 𝑺𝒓𝒕 1 0,9∗385
m= log 0, 𝟗 = log = 0,163
𝟑 𝑺𝒏 3 112

𝟑𝟒𝟔 2
𝟎,𝟗 𝑺𝒓𝒕 2 = log = 𝟑, 𝟎𝟐𝟗
b = log 𝟏𝟏𝟐
𝑺𝒏

𝟏𝟎𝟑,𝟎𝟐𝟗
Sf= 𝟏𝟎𝒃 /𝑵𝒎 = = 173 Mpa
(𝟕𝟎∗𝟏𝟎3 )𝟎,𝟏𝟔𝟑
O valor encontrado, é o que corresponde a um determinado
material resistr a fadiga, com uma tensão de 173 Mpa e 70.000
ciclos de vida finita, denominado de Sf.
Já o limite de resistência a fadica é caracterizado pelo fato da
tensão está numa região entre a região de tensão com um
correspondente número de ciclos e uma tensão correspondente a
uma vida infinita. Ou seja é a tensão abaixo da qual o corpo de
prova terá uma vida infinita.

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‘FATORES DE CONCENTRAÇÃO DE TENSÕES’
Fazendo uso das equações de resistência dos materiais pode-se
calcular as tensões que atuam nas peças. Porem, em muitos
casos, aparecem em certos pontos tensões maiores do que as
calculadas. Diz-se que houve concentração de tensões.
O fenômeno da concentração de tensões aparece sempre que a
peça apresenta qualquer descontinuidade ou mudança na forma:
furos, recortes, ressaltos, rasgos, mudança, brusca de seção,
interferência metálica com ajustagem sob pressão, marcas de
ferramentas etc.
Concentração de
uma maior tensão

descontinuidade

Tensão distribuida

ELEMENTOS MECÂNICOS II 8º PÉRIODO


Vamos usar a figura abaixo e a equação básica de tensão
para entender o fenômeno da concentração de tenção.

𝐹
𝜎=
𝐴
Como a tensão é especifica, ou seja por unidade de área,
ao aparecer uma descontinuidade gerando uma redução
de área, com uma nova tensão localizada , ou
concentrada de maior intensidade que a tensão
admissível.

Podemos escrever que: 𝝈 𝒎𝒂𝒙 = 𝒌 ∗ 𝝈


K= fator de concentração de tenção.

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Exemplos de concentração de tensões

ELEMENTOS MECÂNICOS II 8º PÉRIODO


Observe que a tensão
antes do entalhe
encontra-se distribuída
ou seja: está equalizada.

Na região do entalhe
houve uma redistribuição
das tensões, de forma
não equalizada, com
concentração de maior
valor na região do
entalhe

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Concentração de tensões em cantos reentrantes
método fotoelástico.

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Exemplos de concentração de tensões

ELEMENTOS MECÂNICOS II 8º PÉRIODO


Vamos trabalhar com dois fatores de concentração de
tensões. Kt e kf, e um índice de sensibilidade ‘q’.

Kt = fator teórico ou geométrico de concentração de


tensões, ou seja do corpo de prova. (tabelado)

Kf = fator de concentração do elemento mecânico em


questão.

Índice de sensibilidade.

O índice de sensibilidade, ‘q’ , caracteriza a maior ou


menor tendência de um material ser atingido pela
concentração de tensões.

𝒌𝒇;𝟏
q = 𝒌𝒕;𝟏 kf = 1+ q ( kt – 1 )

O valor máximo é q = 1 acarretando nesses casos kf = kt.


O valor de ‘q’ é dado, em geral, em diagramas. Veja
diagrama na próxima pg.

ELEMENTOS MECÂNICOS II 8º PÉRIODO


Exemplo de diagrama do índice de sensibilidade

A concentração de tensões é fenômeno puramente local,


influenciando, exclusivamente, o material na vizinhança do
ponto de concentração, principalmente em materiais
quebradiços.

Um material dúctil, com a possibilidade de escoamento que tem,


apresenta deformação plástica nos pontos de concentração de
tensões, sem prejudicar a segurança do conjunto.

Em consequência, a introdução dos fatores de concentração de


tensão nos cálculos deve ser feita de modo a não corrigir tensões
desnecessariamente.

ELEMENTOS MECÂNICOS II 8º PÉRIODO


diagrama de Índices ou fatores de
sensibilidade para aços.
diagrama de Índices ou fatores de
sensibilidade para alumínio.
diagrama de Índices ou fatores de
sensibilidade para alumínio
Outra maneira de calcular o índice de sensibilidade
é utilizando a equação de HUHN- HARDRATH.

1
𝑞= 𝑎
1+ 𝑟

Como a constante de NEUBER é a raiz quadrada de ‘a’,


e os dados de tabela já é a raiz, a equação fica:

𝟏
q = 𝒂
𝟏:
𝒓

𝒂 = constante de NEUBER

r = raio do entalhe

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Constante de neuber para aço

Sut (ksi) 𝒂 (𝒊𝒏𝒄𝒉𝟎,𝟓 ) Sut (Mpa) 𝒂 ( 𝒎𝒎𝟎,𝟓 )

50 0,130 345 0,665


55 0,118 379 0,594
60 0,108 414 0,544
70 0,093 483 0,468
80 0,080 552 0,403
90 0,070 620 0,352
100 0,062 689 0,312
110 0,055 758 0,277
120 0,049 827 0,246
130 0,044 896 0,221
140 0,039 965 0,196
160 0,031 1103 0,156
180 0,024 1241 0,121
200 0,018 1378 0,009
220 0,013 1517 0,007
240 0,009 1655 0,005

ELEMENTOS MECÂNICOS II 8º PÉRIODO


ELEMENTOS MECÂNICOS II 8º PÉRIODO
ELEMENTOS MECÂNICOS II 8º PÉRIODO
Introdução dos fatores de concentração de
tensões nos cálculos.

Vejamos como fica a equação de soderberg com o


fator de concentração de tensões.
Fator kf

Nota: kf, fator de concentração de tensões ou modificador,


quando aplicado a tensão variável caracteriza um
aumento de carga com uma consequente secção maior.

ELEMENTOS MECÂNICOS II 8º PÉRIODO


Fator de concentração de tensões na
equação de goodman
Fator kt

ou

Lembre-se que a equação de goodman é adaptada da


de soderberg, para material quebradiço.

ELEMENTOS MECÂNICOS II 8º PÉRIODO


No caso de eixo ou árvore com diâmetros
escalonados, pode-se na falta de diagrama, usar
a seguinte expressão para calcular kt :

Tração. 𝒕
Para >𝟏
𝒓

𝒕 𝒅
𝒌𝒕 ≈ 𝟏, 𝟔 + (𝟎, 𝟎𝟖 ) ( 1+0,08 )
𝒓 𝒓

Flexão - reduzir o valor achado, para a tração,


de 20%

Torção - reduzir o valor achado, para tração,


em 25%

ELEMENTOS MECÂNICOS II 8º PÉRIODO


O fator de concentração de tenção teórico ou
geométrico, kt calcula-se também pela equação
abaixo .

𝑘𝑡 = 𝐴(𝑑𝑟 )𝑏

As constantes A e b encontre-as nos diagramas de


concentração de tensão . Anexo -1

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Fator de concentração de tensões em roscas

Recozido Temperado
Perfil da rosca
Rolado Usinado Rolado Usinado
Perfil em v 60° raiz
aguda e raiz plana. 2,2 2,8 3,0 3,8
perfil quadrado

Perfil v 55° e 60°


raiz arredondada 1,4 1,8 2,6 3,3

Rosca dardelet e
trapezoidal. 1,8 2,3 2,6 3,3

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Fatores de concentração de tensões em rasgos
de chaveta

Valores de kf

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Fator de concentração de tensão para uma
vida finita.

𝒏(𝐥𝐨𝐠 𝒌𝒇)/𝟑
𝒌𝒇′ = 𝒌𝒇

Existe literatura técnica que aborda as superfícies


tratadas, como fatores de aumento da resistência a
cargas estáticas e resistência a fadiga.

Dos tratamentos térmicos podemos citar:


carbonetação, têmpera por indução, têmpera por
chama, nitretação, trabalho a frio.

O processo de nitretação proporciona uma superfície muito


dura e forte, tão forte que a ruptura por fadiga, caso ocorra,
parece iniciar-se no interior, imediatamente depois da
superfície endurecida. Este processo é mais eficaz quando se
apresenta uma causa de concentração de tensão.

Ao utilizar os demais processos, relativo a resistência e a fadiga


fazer uma consulta técnica a respeito do mesmo. Pois, existe
detalhes técnicos .

ELEMENTOS MECÂNICOS II 8º PÉRIODO


OBS.

ELEMENTOS MECÂNICOS II 8º PÉRIODO


Outra forma de abordar a correção do limite
de resistência a fadiga.

Relativo a fatores corretores ou modificadores, do limite de


resistência a fadiga, Já vimos: frequência do ciclo, acabamento
da peça ou estado de superfície e fator de tamanho .

Como cada pesquisador segue uma linha de raciocínio e lógica e


critérios vamos agora estudar outros fatores modificadores do
limite de resistência a fadiga de uma outra linha de pesquisa, dos
quais alguns já conhecemos.

𝑺𝒏 = 𝒌𝒂 ∗ 𝒌𝒃 ∗ 𝒌𝒄 ∗ 𝒌𝒅 ∗ 𝑲𝒆 ∗ 𝑺′ 𝒏

𝑺𝒏 = 𝒍𝒊𝒎𝒊𝒕𝒆 𝒅𝒆 𝒓𝒆𝒔𝒊𝒔𝒕ê𝒏𝒄𝒊𝒂 𝒂 𝒇𝒂𝒅𝒊𝒈𝒂


𝑺′ 𝒏 = 𝒍𝒊𝒎𝒊𝒕𝒆 𝒅𝒆 𝒓𝒆𝒔𝒊𝒔𝒕ê𝒏𝒄𝒊𝒂 𝒂 𝒇𝒂𝒅𝒊𝒈𝒂 𝒕é𝒐𝒓𝒊𝒄𝒐
𝑲𝒂 = 𝒇𝒂𝒕𝒐𝒓 𝒅𝒆 𝒔𝒖𝒑𝒆𝒓𝒇𝒊𝒄𝒊𝒆
𝑲𝒃 = 𝒇𝒂𝒕𝒐𝒓 𝒅𝒆 𝒕𝒂𝒎𝒂𝒏𝒉𝒐
𝑲𝒄 = 𝒇𝒂𝒕𝒐𝒓 𝒅𝒆 𝒄𝒐𝒏𝒇𝒊𝒂𝒃𝒊𝒍𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆
𝑲𝒅 = 𝒇𝒂𝒕𝒐𝒓 𝒅𝒆 𝒕𝒆𝒎𝒑𝒆𝒓𝒂𝒕𝒖𝒓𝒂
𝑲𝒆 = 𝒇𝒂𝒕𝒐𝒓 𝒅𝒆 𝒄𝒐𝒏𝒄𝒆𝒏𝒕𝒓𝒂çã𝒐 𝒅𝒆 𝒕𝒆𝒏𝒔ã𝒐

ELEMENTOS MECÂNICOS II 8º PÉRIODO


Veja que, dos fatores de correção apresentados na
página anterior, já conhecemos:

𝑲𝒂 = 𝒇𝒂𝒕𝒐𝒓 𝒅𝒆 𝒔𝒖𝒑𝒆𝒓𝒇𝒊𝒄𝒊𝒆
𝑲𝒃 = 𝒇𝒂𝒕𝒐𝒓 𝒅𝒆 𝒕𝒂𝒎𝒂𝒏𝒉𝒐
𝑲𝒇 = 𝒇𝒂𝒕𝒐𝒓 𝒅𝒆 𝒄𝒐𝒏𝒄𝒆𝒏𝒕𝒓𝒂çã𝒐 𝒅𝒆 𝒕𝒆𝒏𝒔ã𝒐

Vamos estudar agora os fatores:

Fator de confiabilidade

Com a finalidade de definir o exato significado de


confiabilidade, suponha que exista um grupo grande
ou população de peças. Pode-se associar uma
resistência S e uma certa tensão 𝝈 a cada peça.

ELEMENTOS MECÂNICOS II 8º PÉRIODO


Porem, como há um grande número de peças, tem-se
uma população de resistência e uma população de
tensão .

Distribuindo estas duas populações, teremos temos,


desvios médio e padrão das tensões e desvios
médio e padrão da resistência.

Embora, geralmente, a resistência seja maior do que a


tensão a figura abaixo da curva de tensões se
superpõe a extremidade da distribuição de
resistências resultando alguma falha.

Gráfico de distribuição tensões e resistências

ELEMENTOS MECÂNICOS II 8º PÉRIODO


A população combinada, então, tem os seguintes
desvio médio e desvio padrão:

Desvio médio

Desvio padrão

𝝁𝒔< média das resistências à fadiga


𝝁𝝈< média das tensões de ensaio
𝝈𝒔< desvio padrão das resistências a fadiga
𝝈′𝝈< desvio padrão das tensões de ensaio
Nota. A média das resistências à fadiga é o resultado do
ensaio de uma população ou amostra representativa de um
mesmo tipo de peça, com o mesmo material, fabricadas com o
mesmo processo, mesmo tamanho, mesmo acabamento,
numa mesma temperatura e com mesmo coeficiente de
concentração de tensão se fôr o caso.

As tensões de testes são menores que as de fadiga pois corrigimos


fazendo variar cada fator.

ELEMENTOS MECÂNICOS II 8º PÉRIODO


Variável padronizada correspondente 𝒁𝑹 é:

Entrando com o valor 𝒁𝑹 na tabela determina-se


𝑨𝒁 sob a curva de distribuição normal.

Ex: se o valor de 𝒁𝑹 encontrado por exemplo 1,08


que corresponde na tabela a uma área sob a curva
correspondente a 𝑨𝒁< 0,3599

A probabilidade é :

R= 0,5 + 𝑨𝒁 Logo: R= 85,99%

A confiabilidade de R= 85,99% significa que há 85,99%


de chance de que a peça irá cumprir sua função de forma
apropriada, sem falha.

ELEMENTOS MECÂNICOS II 8º PÉRIODO


Vejamos na prática

A falha de 12 peças numa batelada de 2500 peças


considera-se uma razão de falha razoável para um
determinado tipo de produto. Veja abaixo.

𝟏𝟐
𝑹 = 𝟏 − 𝟐𝟓𝟎𝟎 = 0,9952 = 99,52%

Uma confiabilidade de 99,52 % de a peça cumprir sua


função sem falha.

Um corpo de prova se não for estabelecida a


confiabilidade, considera-se o limite de resistência a
fadiga com uma R= 0,50, isto é, o limite médio de
resistência a fadiga.

ELEMENTOS MECÂNICOS II 8º PÉRIODO


Segundo a literatura técnica o desvio -padrão do limite
de resistência a fadiga normalmente não ultrapassa 8%.

Isto significa que se pode obter o limite de resistência a


fadiga correspondente a qualquer confiabilidade
desejada R , subtraindo-se do limite de resistência a
fadiga um número de desvio-padrão. Assim o fator de
confiabilidade é :

𝒌𝒄 = 1- 0,08 𝒁𝑹
Como se calcula o escore padrão 𝒁𝑹
Exemplo

o limite de resistência a fadiga de um determinado material é


de 170 Mpa. calcule o escore padrão Z e determine a sua
confiabilidade para uma tensão de 150 Mpa. E desvio-padrão
6%.

𝝁;𝒙 𝜇 = 𝑚é𝑑𝑖𝑎
𝒁= 𝑥 = 𝑒𝑠𝑐𝑜𝑟𝑒 𝑏𝑟𝑢𝑡𝑜
𝝈
𝜎 = 𝑑𝑒𝑠𝑣𝑖𝑜 − 𝑝𝑎𝑑𝑟ã𝑜
Z = escore padrão ou
variável padronizada.

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Solução:
𝟏𝟕𝟎;𝟏𝟓𝟎
𝒁= 𝟏𝟎,𝟐
= 1,96

Agora vamos até a tabela de escore padrão e


encontramos o valor da área 𝑨𝒛 sob acurva que
corresponde ao lado direito. Como a curva é simétrica ,
temos 50% do lado esquerdo. Dai a equação da
confiabilidade resulta:

d.a.c.t. 𝐴𝑍 = 0,4750

Logo: 𝑹 = 𝟎, 𝟓 + 𝟎, 𝟒𝟕𝟓𝟎 = 𝟎, 𝟗𝟕𝟓

Conclusão: 97,5 % de a peça cumprir sua função sem


falha.

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Observação interesante

Ao dimensionar um elemento mecânico que


apresente concentração de tensão em mais de uma
seção utilize o método das seções precedentes. Ou
seja calcule a tensão de cada seção independente.

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Distribuição normal acumulada
Voltemos agora ao fator de confiabilidade

Uma maneira prática de achar o 𝑲𝑪 é já ter definido


o valor da confiabilidade e utilizar a tabela abaixo

Fatores de confiabilidade de Kc correspondente a


8% do desvio-padrão do limite de resistência a
fadiga.

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Fator de temperatura Kd

Elementos mecânicos trabalhando em altas


temperaturas deve-se obter o fator de temperatura Kd,
também é desejável, em tais casos, a verificação da
possibilidade de falha devido a fluência.

𝟑𝟒𝟒,𝟒
𝒌𝒅 = 𝟐𝟕𝟑,𝟑:𝑻 para T > 𝟕𝟏°𝑪

Obs. No inicio identificamos o fator de concentração


de tenção como 𝑲𝒇 só que, foi substituído por 𝑲𝒆 .

𝟏
𝑲𝒆<
𝒌𝒇

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Exercício

Valendo 7,0 pontos da 1ª oficial

De acordo com o desenho calcule o s diâmetros da


barra de torção, sabendo que o diâmetro menor ‘d’ é
0,7 de ‘D’
Material da barra- aço
Tensão de ruptura = 42kg/mm²
Tensão de escoamento = 21 kg/mm²
Adote segurança= 2
Obs. Ignorar os furos transversal e o comprimento.

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ELEMENTOS MECÂNICOS II 8º PÉRIODO
ELEMENTOS MECÂNICOS II 8º PÉRIODO
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Anexos. 1
Fatores de concentração de tensão teórico

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FATORES DE CONCENTRAÇÃO DE TENSÃO TEÓRICO
FATORES DE CONCENTRAÇÃO DE TENSÃO TEÓRICO
Anexo- 2
Anexo- 3
Anexo- 4
ELEMENTOS MECÂNICOS II 8º PÉRIODO
ELEMENTOS MECÂNICOS II 8º PÉRIODO
ELEMENTOS MECÂNICOS II 8º PÉRIODO

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