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Definição:

Procedimento não invasivo no qual é utilizado o oftalmoscópio direto para a avaliação


da retina de um paciente e outras estruturas oculares.

Ela é o principal meio de triagem para as lesões fundoscópicas e que é utilizado não só
por oftalmologistas, mas também por clínicos, cardiologistas, neurologistas e pediatras,
por exemplo.

Diferentemente da oftalmoscopia direta, a oftalmoscopia indireta é feita utilizando o


oftalmoscópio binocular indireto, o qual permite melhor visualização global da retina,
através de uma fonte luminosa mais intensa.

A fundoscopia é um exame que avalia o segmento posterior do globo ocular (vítreo,


retina, coróide e nervo óptico).

Através desse exame, podemos diagnosticar patologias oculares e correlacionar os


achados (na circulação retiniana, disco óptico, entre outros) com lesões em outros
órgãos e sistemas (coração, rins, sistema nervoso central, etc.).

O oftalmoscópio direto:
O oftalmoscópio direito possui um conjunto de lentes e aberturas, pelas quais podemos
enxergar o que há no interior do globo ocular.

Ele possui também uma fonte, que emite iluminação refletida em um espelho, que passa
pela abertura anterior, reflete na retina do paciente, passa novamente pela abertura
anterior e segue em direção a abertura posterior e ao olho do examinador.

Isso possibilita a visualização do fundo de olho. No aparelho, há um conjunto de lentes


que permitem, se necessário, correção refrativa.

Na fonte luminosa, há diafragmas e filtros que regulam quantidade e cor de luz emitida
pelo oftalmoscópio. A luz verde (anéritra ou red free) permite visualização de vasos e
fibras nervosas.

Há ainda a luz azul de cobalto que permite a avaliação de estruturas da câmara anterior
do olho (como a córnea).

Já a abertura em fenda, por sua vez, permite analisar a profundidade da câmara anterior.
Indicações:
A oftalmoscopia direta é um exame prático e fácil de rotina que visa avaliar a situação
clínica do paciente, proporcionando informações sobre o desenvolvimento de algumas
patologias, tais como:

– Glaucoma

– Degeneração macular

– Hipertensão

– Hemorragias intracranianas

– Diabetes mellitus

– Hipertensão arterial

Materiais:
– Colírios midriáticos para utilizar quando não houver contraindicação (como câmara
anterior rasa ou glaucoma de ângulo fechado)

– Oftalmoscópio

Passo a passo:
Inicialmente, você deve iniciar com a explicação do procedimento para o paciente,
seguida de garantir que ele entendeu e consentiu com a sua realização.

Como medida de higiene, lave sempre as suas mãos antes de realizar qualquer tipo de
contato físico com o paciente. Essa lavagem não precisa ser cirúrgica e pode ser feita
com água e sabão, seguida da utilização de álcool a 70%.

Caso o paciente ou o examinador estejam de óculos, eles devem ser retirados. Quando
não houver contraindicação, colírios midriáticos deverão ser aplicados.

Se o paciente possuir alguma predisposição ao glaucoma agudo de ângulo fechado, os


colírios midriáticos não deverão ser aplicados!
Você descobre isso analisando o ângulo iridocorneano e identificando fatores de risco
para câmara anterior rasa (como por exemplo hipermetropia, nanoftalmia, história
familiar de glaucoma agudo, sexo feminino, idade avançada e uso de fármacos
midriáticos).

O ambiente deverá ser mantido em penumbra, com um foco de luz aceso, de maneira
que seja possível a visualização adequada da pupila do paciente. E o paciente deve ser
posicionado sentado na cadeira de exames, de modo que permaneça na mesma altura do
que o seu examinador.

Após o ambiente estar adequado e o paciente devidamente posicionado, o examinador


deve regular o foco do oftalmoscópio de acordo com o seu grau de visão, se esse existir.

Após ajustado, observaremos a pupila do paciente e, em seguida, vamos ajustar o


diâmetro do feixe de luz do aparelho que irá incidir sobre aquela pupila.

Lembre-se da técnica correta de segurar o oftalmoscópio, que é colocando o dedo


indicador no botão de ajustar o foco, estando o restante da mão envolvendo o cabo do
aparelho.

Você segura o oftalmoscópio com a mão direita, olhando no seu olho direito o olho
direito do paciente, e vice-versa, segurando o oftalmoscópio com a mão esquerda,
olhando com o seu olho esquerdo, para examinar o olho esquerdo do seu paciente.

Oriente sempre o seu paciente a olhar para frente, fixando o seu olhar em um ponto
distante, pois assim conseguimos evitar a acomodação e o reflexo de miose desse
paciente, e, com isso, permite-se que todo o fundo de olho seja examinado.

Você inicia o exame observando o reflexo vermelho do paciente, a uma distância de


mais ou menos 70 cm ou um braço.

Essa primeira etapa é extremamente importante pois nos mostrará a permeabilidade da


luz nos meios ópticos daquele olho, sabendo, mesmo que indiretamente, se aquele
exame vai ter condições de ser realizado, pois existem algumas condições que impedem
a sua correta realização, como por exemplo, opacidades corneanas e cristalinas.

Após a correta observação do reflexo vermelho, você deverá segui-lo com o


oftalmoscópio, aproximando ele do paciente, até que seu dedo médio encoste na maxila
do paciente, e você consiga focar em alguma estrutura da retina do paciente,
normalmente são alguns vasos.

Estruturas a serem avaliadas:


 Arcadas vasculares:
No fundo de olho, você é capaz de observar as arcadas vasculares que aquele seu
paciente apresenta na fundoscopia. Da papila, emerge a artéria e a veia central da retina,
que vão formar as arcadas vasculares temporais e nasais, superiores e inferiores.

As artérias são mais delgadas e possuem coloração vermelho mais clara. Por outro lado,
as veias são mais calibrosas e de coloração vermelho mais escura. Também deveremos
avaliar a proporção arteriovenosa, que a normal deverá ser de 2:3.

 Disco óptico:
Esta deverá ser a primeira estrutura a ser analisada durante o exame. Você consegue
observar essa estrutura à medida que seguir o vaso que foi focalizado no fundo do olho
do paciente.

Seguindo esses vasos (na direção aonde o seu calibre for aumentando), você irá chegar
no disco óptico ou também conhecida como papila do nervo óptico.

Quando você conseguir observar essa estrutura, você deve avaliar algumas
características para saber se ela está normal, ou se há alguma alteração que possa
justificar alguma patologia.

Essas características são para saber se as bordas do disco estão nítidas, bem definidas e
regulares, se a sua coloração está amarelo-alaranjada e, por último, você observa a
escavação do disco óptico, que corresponde a depressão central do mesmo.

A escavação normal do disco óptico deve ser de 0,3 ou 3/10 do diâmetro total do disco
óptico.

 Retina:
Também deveremos observar o aspecto da retina de maneira geral. Avalia-se
principalmente sua coloração e uniformidade. Algumas variações de coloração são
fisiológicas como, por exemplo, em indivíduos de pele clara, a retina tem a coloração
vermelho clara e, em indivíduos de pele escura, apresenta-se com coloração marrom.

Existem algumas manobras podem ser realizadas para facilitar a verificação da retina,
como: olhar para cima, para melhor visualizar a retina superior; para baixo, para melhor
visualizar a retina inferior; para dentro (adução), visualizando a retina nasal, e para fora
(abdução), visualizando a retina temporal.

 Mácula e fóvea:
Por fim, para terminar o seu exame, a última estrutura que deve ser observada é a
mácula do paciente. Ela é deixada por último justamente por ser mais sensível a
luminosidade.
Para observá-la, você deverá pedir ao paciente para que ele olhe para a luz, e deve ser
rapidamente observada, não ultrapassando um período muito prolongado de tempo.

Com isso, você é capaz de, na emergência, ou em qualquer circunstância, avaliar o


fundo do olho de um paciente.

Sabendo também que esse exame não é utilizado somente na oftalmologia, mas sim pelo
clínico geral, pois existem diversas doenças não-oftalmológicas que podem cursar com
alterações no fundo de olho dos pacientes. E você, como um bom médico e aluno do
Jaleko, deve estar preparado para diagnosticar corretamente o seu paciente.

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