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Ela é o principal meio de triagem para as lesões fundoscópicas e que é utilizado não só
por oftalmologistas, mas também por clínicos, cardiologistas, neurologistas e pediatras,
por exemplo.
O oftalmoscópio direto:
O oftalmoscópio direito possui um conjunto de lentes e aberturas, pelas quais podemos
enxergar o que há no interior do globo ocular.
Ele possui também uma fonte, que emite iluminação refletida em um espelho, que passa
pela abertura anterior, reflete na retina do paciente, passa novamente pela abertura
anterior e segue em direção a abertura posterior e ao olho do examinador.
Na fonte luminosa, há diafragmas e filtros que regulam quantidade e cor de luz emitida
pelo oftalmoscópio. A luz verde (anéritra ou red free) permite visualização de vasos e
fibras nervosas.
Há ainda a luz azul de cobalto que permite a avaliação de estruturas da câmara anterior
do olho (como a córnea).
Já a abertura em fenda, por sua vez, permite analisar a profundidade da câmara anterior.
Indicações:
A oftalmoscopia direta é um exame prático e fácil de rotina que visa avaliar a situação
clínica do paciente, proporcionando informações sobre o desenvolvimento de algumas
patologias, tais como:
– Glaucoma
– Degeneração macular
– Hipertensão
– Hemorragias intracranianas
– Diabetes mellitus
– Hipertensão arterial
Materiais:
– Colírios midriáticos para utilizar quando não houver contraindicação (como câmara
anterior rasa ou glaucoma de ângulo fechado)
– Oftalmoscópio
Passo a passo:
Inicialmente, você deve iniciar com a explicação do procedimento para o paciente,
seguida de garantir que ele entendeu e consentiu com a sua realização.
Como medida de higiene, lave sempre as suas mãos antes de realizar qualquer tipo de
contato físico com o paciente. Essa lavagem não precisa ser cirúrgica e pode ser feita
com água e sabão, seguida da utilização de álcool a 70%.
Caso o paciente ou o examinador estejam de óculos, eles devem ser retirados. Quando
não houver contraindicação, colírios midriáticos deverão ser aplicados.
O ambiente deverá ser mantido em penumbra, com um foco de luz aceso, de maneira
que seja possível a visualização adequada da pupila do paciente. E o paciente deve ser
posicionado sentado na cadeira de exames, de modo que permaneça na mesma altura do
que o seu examinador.
Você segura o oftalmoscópio com a mão direita, olhando no seu olho direito o olho
direito do paciente, e vice-versa, segurando o oftalmoscópio com a mão esquerda,
olhando com o seu olho esquerdo, para examinar o olho esquerdo do seu paciente.
Oriente sempre o seu paciente a olhar para frente, fixando o seu olhar em um ponto
distante, pois assim conseguimos evitar a acomodação e o reflexo de miose desse
paciente, e, com isso, permite-se que todo o fundo de olho seja examinado.
As artérias são mais delgadas e possuem coloração vermelho mais clara. Por outro lado,
as veias são mais calibrosas e de coloração vermelho mais escura. Também deveremos
avaliar a proporção arteriovenosa, que a normal deverá ser de 2:3.
Disco óptico:
Esta deverá ser a primeira estrutura a ser analisada durante o exame. Você consegue
observar essa estrutura à medida que seguir o vaso que foi focalizado no fundo do olho
do paciente.
Seguindo esses vasos (na direção aonde o seu calibre for aumentando), você irá chegar
no disco óptico ou também conhecida como papila do nervo óptico.
Quando você conseguir observar essa estrutura, você deve avaliar algumas
características para saber se ela está normal, ou se há alguma alteração que possa
justificar alguma patologia.
Essas características são para saber se as bordas do disco estão nítidas, bem definidas e
regulares, se a sua coloração está amarelo-alaranjada e, por último, você observa a
escavação do disco óptico, que corresponde a depressão central do mesmo.
A escavação normal do disco óptico deve ser de 0,3 ou 3/10 do diâmetro total do disco
óptico.
Retina:
Também deveremos observar o aspecto da retina de maneira geral. Avalia-se
principalmente sua coloração e uniformidade. Algumas variações de coloração são
fisiológicas como, por exemplo, em indivíduos de pele clara, a retina tem a coloração
vermelho clara e, em indivíduos de pele escura, apresenta-se com coloração marrom.
Existem algumas manobras podem ser realizadas para facilitar a verificação da retina,
como: olhar para cima, para melhor visualizar a retina superior; para baixo, para melhor
visualizar a retina inferior; para dentro (adução), visualizando a retina nasal, e para fora
(abdução), visualizando a retina temporal.
Mácula e fóvea:
Por fim, para terminar o seu exame, a última estrutura que deve ser observada é a
mácula do paciente. Ela é deixada por último justamente por ser mais sensível a
luminosidade.
Para observá-la, você deverá pedir ao paciente para que ele olhe para a luz, e deve ser
rapidamente observada, não ultrapassando um período muito prolongado de tempo.
Sabendo também que esse exame não é utilizado somente na oftalmologia, mas sim pelo
clínico geral, pois existem diversas doenças não-oftalmológicas que podem cursar com
alterações no fundo de olho dos pacientes. E você, como um bom médico e aluno do
Jaleko, deve estar preparado para diagnosticar corretamente o seu paciente.