Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
ESPECIALIZAÇÃO
Mídias na
Educação
TIC NA
PRÁTICA
PEDAGÓGICA
2013
G969t Guizzo, Michele
TIC na prática pedagógica / Michele Guizzo. – 2. ed.
rev. – Florianópolis : IFSC, 2013.
80 p. : il. ; 28 cm
Inclui Bibliografia.
ISBN: 978-85-64426-56-6
CDD: 371.3
Sumário
Michele Guizzo
O computador
e seus
sistemas
O objetivo desta unidade é apresentar a você o que é o computador,
qual a sua arquitetura básica, alguns tipos de computador e o que
difere hardware de software. Você vai conhecer também alguns tipos de
software, de modo que você possa avaliar a necessidade de utilização
de cada um. Esta unidade também será muito importante como base
para seus estudos nas próximas unidades deste livro e disciplinas
do curso.
O computador e seus sistemas
O que é o computador?
(...) Matt Ceniceros, 26 anos e pai de dois filhos, começa o
seu dia em Memphis com seu BlackBerry. “Eu o uso como
despertador, luz de cabeceira, relógio e telefone”, diz...
A caminho do trabalho, Matt não escuta nem as quarenta
músicas da parada de sucessos nem o noticiário no rádio
do carro. Ele conecta seu iPod ao carro e ouve sua própria
seleção de músicas (...). À noite, Matt não entra na rotina dos
seriados de tevê. Em vez disso, fala com amigos no Skype
(um serviço telefônico na Internet que permite que você faça
ligações de longa distância pagando centavos por hora)
e compartilha fotos no Facebook, joga o seu Nintendo Wii
e verifica as últimas novidades no YouTube enquanto seu
filho de dois anos assiste a vídeos de tubarões e aviões (...).
(TAPSCOTT, 2010, p. 55)
COMPUTADOR Depois de ler este texto nós poderíamos iniciar uma discussão sobre
[ GLOSSÁRIO ] como Matt tem se relacionado com seu filho, nos seus períodos de
O computador é uma máquina que folga, mas preferimos aqui falar de tecnologia e discutir com você
recebe dados de entrada, processa como ela tem transformado o dia a dia da família de Matt e o seu
estes dados obedecendo instruções dia a dia. Do aparelho celular ao computador, da televisão de LCD
pré-definidas, e obtém resultados que ao ar-condicionado digital: a tecnologia talvez tenha começado a
são divulgados aos seus usuários. invadir nosso cotidiano muito antes da chegada dos computadores,
mas eles ainda são nossa referência como ponto de partida desta
transformação.
a. é uma máquina;
b. recebe dados;
c. trabalha com estes dados, ou seja, comanda a transformação
destes dados;
d. é uma máquina programada, que executa uma lista pré-gravada
de comandos;
e. transforma dados em informação.
Você pode chamar a sequência de trabalho de um computador de
ciclo de processamento. Observe a representação desse ciclo na
figura a seguir.
Ciclo de Processamento
PROGRAMA
Fonte: a autora
Representação da informação
Para a representação da informação e dos dados, o computador
trabalha com o sistema de numeração binário. Cada símbolo, 0 ou
1, da numeração binária é chamado de dígito binário. Este dígito
representa a menor unidade da informação e é conhecido como
BIT (BInary digiT).
Tipos de computadores
Os computadores podem apresentar características diferentes:
tamanho, capacidade de processamento, finalidade, etc. Estas
características são utilizadas como forma de classificação. Vamos
utilizar abaixo a classificação sugerida por Marçula e Benini Filho
(2008), baseada no porte dos equipamentos.
Supercomputadores
Processam enormes quantidades de dados ao mesmo tempo.
Concentram sua capacidade de processamento para executar
poucos programas. São computadores de grande porte e atingem
as maiores velocidades de processamento. Normalmente, são
encontrados em grandes centros de pesquisa.
Mainframes
São computadores de grande porte como os supercomputadores.
Estes computadores têm capacidade para processar grandes
quantidades de dados. Entretanto, os computadores mainframes
são utilizados para executar vários programas ao mesmo tempo.
Os mainframes também podem ser chamados de servidores.
Eles trabalham em rede, conectados a outros computadores.
Sua utilização é comum em aplicações comerciais, por isso
para encontrar um mainframe basta você visitar o centro de
processamento de dados de uma empresa de médio ou grande
porte.
Minicomputadores
Eles recebem este nome porque, fisicamente, são bem menores
que os mainframes. São utilizados como servidores de rede, mas
não têm capacidade para conectar muitos usuários, logo, são
utilizados deforma departamental.
Microcomputadores
Utilizado sobre as mesas (desktop) de escritório ou em casa, os
microcomputadores são responsáveis pela popularização da
informática. Projetados para uso individual, estes computadores
têm uma capacidade de processamento bem inferior à dos
supercomputadores. O grande atrativo dos microcomputadores é
sua facilidade de utilização: usuários com pouca experiência em
computação facilmente trabalham com um computador deste tipo.
Utilizados isoladamente ou em rede, os microcomputadores podem
ser utilizados em aplicações domésticas ou comerciais.
Notebooks ou laptops
São computadores com capacidade de processamento iguais às
dos microcomputadores, mas sua principal característica está ligada
à aparência. Leves, pequenos e com capacidade de autonomia
através do uso de baterias, os notebooks e laptops foram criados
com a finalidade de proporcionar mobilidade aos seus usuários.
Palmtops ou handhelds
São computadores com capacidade de processamento inferior à
dos notebooks. Estes computadores cabem na sua mão e foram
criados como uma extensão das agendas eletrônicas. Contudo,
não devemos subestimar a capacidade destas pequenas máquinas,
a cada dia elas têm se tornado mais potentes. Um palmtop ou
handheld pode ser usado para leitura de e-mails, acesso a aplicações
remotas, utilização de softwares aplicativos (vamos falar sobre eles
ainda nesta unidade), imagens, músicas, entre outras coisas. .
Tablets
Fenômeno de vendas, principalmente entre os jovens, o tablet
possui uma capacidade de processamento limitada. Sua principal
função é a execução de diferentes mídias como textos, vídeos,
imagens, internet, entre outras. A tela sensível ao toque (touch
screen) funciona como dispositivo de entrada e pode ser citada
como sua principal característica (WIKIPÉDIA, 2013).
O computador e seus sistemas 13
UNIDADE DE
CONTROLE
DISPOSITIVO DISPOSITIVO
PERIFÉRICO PERIFÉRICO
DE ENTRADA DE SAÍDA
UNIDADE LÓGICA
E ARITMÉTICA
UNIDADE CENTRAL
Fonte: a autora
O que é o hardware?
Ao estudar sobre o computador, é essencial que você compreenda
o significado de dois termos centrais: hardware e software. Em
outras palavras: os computadores são sistemas integrados de
hardware e software.
Memória
A memória possibilita ao computador armazenar dados e instruções
durante o processamento. Podem existir dois tipos de memória em
um computador:
a) Memória principal
As memórias têm um custo de fabricação menor do que os
processadores, porque sua estrutura é mais simples. Elas podem
ser classificadas como memórias somente de leitura ou memórias
de leitura e escrita.
O computador e seus sistemas 15
As memórias somente de leitura (ROM) guardam os dados por [ A memória mantém as instruções
um longo período de tempo e dificilmente sofrem alterações. Elas e os dados correspondentes a
podem ser utilizadas para armazenar rotinas (programas de check- qualquer programa que você esteja
up do computador ou de início), ou tabelas com informações sobre executando no momento. São estes
o sistema para uso do processador. O acesso de dados a este dados e instruções armazenados na
tipo de memória é lento. Mesmo quando a energia do computador memória que o processador utiliza
é interrompida, os dados armazenados na memória ROM são para fazer o seu trabalho. ]
mantidos.
b) Dispositivos de armazenamento
Os dispositivos de armazenamento permitem que grandes
quantidades de dados sejam armazenadas e utilizadas
posteriormente, mesmo que o computador seja desligado. Estes
dispositivos podem ser magnéticos ou ópticos. Alguns exemplos
de dispositivos de armazenamento são: discos flexíveis (disquetes),
discos rígidos (hard disk), CD, DVD, unidade de fita streamer e fitas
DAT.
[ Os dispositivos de entrada são Dispositivos de entrada e de saída
assim conhecidos porque é através
deles que os dados e as instruções Os dispositivos de entrada e saída são conhecidos comercialmente
entram no sistema de computação como dispositivos periféricos. Os dispositivos periféricos permitem
para o processamento. Essas a interação do homem com o computador. Os periféricos de
entradas são traduzidas para um entrada permitem que o computador obtenha dados externos
código que a UCP entenda. Os
para processá-los. Os periféricos de saída possuem a capacidade
dispositivos de saída permitem a
de apresentar aos usuários o resultado desse processamento.
visualização dos resultados deste
processamento. ] Por fim, existem periféricos que permitem as duas funções. Eles
permitem tanto a entrada de dados quanto a saída destes dados
já processados. São exemplos de periféricos de entrada e saída
monitores touch screen e dispositivos multifuncionais.
Periféricos de Periféricos de
Entrada Saída
Monitor
Teclado
Mouse
Projetor multimídia
Joystick
Impressora
Câmera
Dispositivos de Plotter ou
captura de vídeo impressora de
grandes formatos
Microfone
Mesa digitalizadora
ou mesa gráfica Alto-falante
O computador e seus sistemas 17
Sistemas operacionais
O hardware precisa de um software para funcionar. Este software
é o sistema operacional cujo objetivo principal é criar um ambiente
favorável ao usuário para a utilização do computador. Este tipo de
software trabalha entre o hardware da máquina e os programas que
o usuário utiliza.
Softwares aplicativos
Software aplicativo é um programa de computador que tem por
objetivo o desempenho de tarefas práticas, em geral, ligadas ao
processamento de dados, como no trabalho em escritório ou
acadêmico, e tem como foco o usuário. Os softwares aplicativos
tornaram a relação do usuário com o computador prática. Com a
utilização de softwares ficou mais fácil entender porque utilizar o
hardware. Tarefas gerais ou específicas podem ser realizadas com
softwares aplicativos. Veja a seguir alguns exemplos citados por
Capron e Johnson (2004) e Manzano e Manzano (2007).
Pascal
program Oi (output)
begin
writeln(‘Oi, Mundo!’);
end.
C
#include<stdio.h>
int main()
{
printf(“Oi, Mundo!”);
return 0;
}
Java
public class Oi {
public static void main (String[ ] args {
System.out.println(“Oi, Mundo!”);
}}
Michele Guizzo
Internet
A Internet é uma grande rede de colaboração, informação e
oportunidade. Com o estudo desta segunda unidade, você entenderá
o que é a Internet, conhecerá suas características e principais serviços.
A partir de agora, você irá conhecer também algumas das ameaças
mais importantes e conhecidas na rede, além de ser capaz de entender
seus riscos e defender-se deles. Daqui pra frente, a Internet passa a ser
uma ferramenta pedagógica muito importante na sua vida profissional e
aparecerá em outras unidades deste livro. Por isso, é muito importante
que você compreenda como ela funciona. Bom trabalho!
lnternet
Em janeiro de 2004, Mark Zuckerberg vivenciou uma versão
real de um pesadelo comum. Ele estava fazendo sua primeira
série de provas em Harvard e não havia estudado nem lido
nada que o professor havia indicado para um curso de história
da arte para calouros, chamado “A Roma de Augusto”.
Zuckerberg nem havia frequentado as aulas durante o
período, esteve ocupado demais criando um programa de
computador muito legal chamado Facebook, que ajudaria os
alunos a se conhecer e a compartilhar informações. Alguns
dias antes da prova, Zuckerberg estava, em suas próprias
palavras, “completamente ferrado”. Mas ele teve uma ideia,
que tirou diretamente da ciência da computação do século
XXI. Criou um site e colocou nele fotos do curso com uma
pequena discussão ao lado de cada uma das imagens.
Talvez os outros alunos pudessem ajudá-lo preenchendo as
lacunas. Em 24 horas, os colegas de classe de Zucherberg
o ajudaram com anotações tão incisivas que todos, inclusive
ele, passaram na prova com louvor. E, segundo Zuckenberg,
o professor não considerou aquilo uma fraude. Pelo contrário,
ficou “realmente satisfeito” de ver os alunos colaborando
de maneira tão criativa. Depois de superar a sua prova de
história da arte, Zuckerberg voltou ao seu projeto escolar, o
Facebook, que, desde então, se tornou um dos sites de rede
social mais onipresentes do mundo (TAPSCOTT, 2010, p. 53).
Características da Internet
Para você entender como funciona a Internet e quais as suas
características, vamos iniciar nossa conversa falando sobre redes de
computadores. Você já deve ter ouvido alguém dizer que a Internet é
uma grande rede. A principal função de uma rede de computadores
é possibilitar a comunicação entre esses computadores.
Internet 25
Serviços da Internet
a) Serviço de transferência de arquivos
Este tipo de serviço permite que um usuário conectado à Internet
transfira arquivos com informações para outro usuário conectado.
O serviço de FTP (File Transfer Protocol) utilizado na transferência
de arquivos é um dos primeiros serviços a serem usados pelos
usuários da Internet.
b) Serviços de comunicação
O correio eletrônico (e-mail) permite que sejam enviadas mensagens
escritas para usuários que tenham acesso à Internet. Cada usuário
que utiliza e-mail possui um endereço eletrônico. Para enviar uma
mensagem por e-mail, você precisa conhecer o endereço eletrônico
do destinatário. Os endereços de e-mail são formados pelo nome
que identifica o usuário e o local da rede onde a mensagem deve ser
depositada para, posteriormente, ser acessada pelo destinatário.
http://www.ifsc.edu.br/contato/fale-conosco
Protocolo://tipo de servidor.dominio/nome_caminho_e_arquivo_com_a_informação
Sérvia e
Suíça Croácia Inglaterra
Montenegro
.ch .hr .uk
.cs
Segurança na Internet
A segurança de quem navega na Internet depende muito mais das
atitudes desse usuário na rede, do que do seu aparato tecnológico
de proteção. Na Internet, podemos classificar algumas ameaças
conhecidas, mas assumir uma atitude segura é a melhor decisão
que você pode tomar para se proteger dessas ameaças.
Vírus
Os vírus são programas que se unem a arquivos úteis do seu
computador. A partir dessa união, eles se tornam capazes de buscar
outros arquivos para uma nova união e, assim, infectar a maior
quantidade possível de arquivos do seu computador. Apenas essa
replicação já seria suficiente para prejudicar o desempenho do seu
equipamento. Afinal, como o vírus é um programa, se disseminado,
ele se tornaria dezenas de programas sendo executados ao mesmo
tempo em seu computador. Mas, além do prejuízo de desempenho
Internet 29
Worms (Vermes)
Os worms são programas com a capacidade de se autoexecutar
e autocopiar. Depois da invasão, eles “roubam” todos os seus
recursos de operação da máquina e se multiplicam rapidamente.
Os worms podem chegar através de mensagens eletrônicas
camufladas. Eles ainda utilizam sua lista de destinatários para se
multiplicarem na rede e invadirem outros computadores.
Cavalo de Troia
As ameaças classificadas como cavalo de troia são programas
embutidos em programas aparentemente seguros, ou seja, ao ser
atacado você classifica como seguro e útil o programa, mas ele
traz junto a sua execução outro programa que rouba sua senha,
copia seus arquivos ou prejudica seu sistema. Diferente dos vírus e
dos worms, o cavalo de troia não consegue se replicar (MARÇULA;
BENINI FILHO, 2008, p. 352 a 354).
Spywares
O spyware é um programa de computador que recolhe a informação
sobre o usuário e transmite essa informação a uma entidade
externa, sem o conhecimento ou a autorização do usuário.
Spam e Phishing
É o envio de mensagens não solicitadas a um grande número de
destinatários não conhecidos. O spam não é um ataque, mas o
conteúdo das mensagens que ele traz normalmente carrega links
que instalam vírus na máquina do usuário. O phishing é um tipo de
e-mail fraudulento que é enviado com o nome de uma instituição
conhecida, como, por exemplo, a Receita Federal ou o Banco do
Brasil. O e-mail procura induzir o acesso a páginas que simulam
formulários destas instituições e furtam informações pessoais do
usuário (WIKIPÉDIA, 2013).
[ Ter uma atitude segura significa Atitudes seguras
ter cuidado em não fornecer, sem O espaço livre que representa a Internet permite que você encontre
necessidade, informações pessoais. pessoas em todo mundo e converse com elas. Mas, você já parou
As consultas em sites que suscitam para pensar que você pode estar conversando com uma pessoa
alguma desconfiança devem ser mascarada? Como garantir que, em uma sala de chat, você está
evitadas, até que sua idoneidade
falando com uma mulher, de 33 anos, casada e brasileira? Nossas
seja confirmada. ]
atitudes definem o quão seguros nós estamos das pessoas de má-
fé que também utilizam a Internet.
Estar em rede pode significar ser monitorado. Muitos sites que você
utiliza monitoram tudo o que você faz quando está navegando nele.
Isso não é de todo ruim, mas como saber que essas informações
sobre os seus hábitos de acesso à Internet serão respeitadas e
utilizadas sem más intenções? A Internet é assim: um espaço
maravilhoso de conhecimento, de contato com o ser humano e
tudo o que ele já produziu e produz, mas nesse espaço existem
maus e bons sujeitos.
Por isso, a regra é clara: não acredite em tudo que você recebe
por e-mail. Procure sempre outras fontes de informação para se
certificar da validade do assunto. E não acesse links em e-mails de
origem duvidosa. Observe que estes links nunca correspondem
ao verdadeiro endereço da instituição. O ditado popular “quando a
esmola é demais, o santo desconfia” pode ser aplicado neste caso.
Internet 31
Michele Guizzo
O processo
de ensino e
aprendizagem
e a tecnologia
A proposta desta terceira unidade é que você reconstrua o caminho
do aluno no processo de ensino e aprendizagem, revendo algumas
teorias desse processo. Vamos também refletir sobre as mudanças que
a tecnologia tem realizado na sociedade, para que você possa construir
novas maneiras de ensinar.
O processo de
ensino e aprendizagem
e a tecnologia
Na educação é como se todos os problemas do ensino-
aprendizagem fossem resolvidos quando trabalhamos
com Datashow, com computadores ou alguma mídia mais
moderna. A tecnologia passa a ser o próprio fim da educação,
e não um meio para formarmos juntos sujeitos com mais
consciência crítica. Uma boa aula fica definida a partir
dos recursos tecnológicos disponíveis. Essa é uma visão
positivista da educação: as técnicas determinam o processo
de aprendizagem. É claro que não vamos dispensar a
Optar por tecnologia, que pode acrescentar muito ao processo: vídeos
mudanças consiste e sites educativos, por exemplo, são muito importantes, mas
não podem ser pensados como fossem facilitar o aprendizado
em fazer escolhas. sozinhos (TECNOLOGIA, 2011, p. 24).
Não precisamos
abandonar ideias
antigas que O que é aprender e ensinar?
deram certo, mas
O seu desafio como professor é fazer com que seus alunos
precisamos estar
aprendam. É importante falarmos um pouco sobre o que significa
abertos a esse processo, para então iniciarmos nossa discussão sobre novas
ideias novas. formas de aprender e ensinar.
O processo de ensino e aprendizagem e a tecnologia 35
Aprender
Segundo Bordenave e Pereira (2010), aprender compreende uma
série de processos pela qual nossos alunos passam, como:
Ensinar
Aprender é uma atividade que acontece no aluno. Como professor,
você não pode obrigar seu aluno a aprender, mas pode encontrar
a melhor maneira de ensinar para que ele possa aprender mais e
melhor.
Educação e Tecnologia de
Informação e Comunicação (TIC)
Um modelo escolar baseado na cultura industrial tem a função
de transmitir o conhecimento acumulado e desenvolvido pela
humanidade. Como numa linha de produção, as áreas de
conhecimento estão organizadas em disciplinas e conteúdos. O
professor seleciona, organiza e transmite esse conhecimento para
uma fileira de alunos, que recebem de forma passiva o que lhes é
ensinado, em um ambiente fora da realidade de nossos alunos, que
nasceram mergulhados no ambiente digital, cheio de possibilidades
e em constante movimento (MORAIS; FAGUNDES, 2011).
A Tecnologia da Informação e
Comunicação e o professor
[ Somente no final da década As tentativas de se articular educação e tecnologia têm sido descritas
de 1990, a tecnologia na escola no cenário acadêmico há mais de três décadas. A primeira leitura
recebeu um olhar mais significativo que se faz das tecnologias no contexto pedagógico, datada na
no Brasil. Consequentemente,
década de 1970, criou o mito de que o professor seria substituído
as tecnologias presentes na
pelo computador, mito que ainda se mantém na imaginação de
sociedade passaram fazer parte
da escola. Estas tecnologias alguns professores.
puderam ser compreendidas como
Santos e Alves (2006) chamam de “saber prévio” um possível
elementos que podem mediar a
obstáculo para a aceitação da tecnologia. Os conhecimentos
prática pedagógica, ampliando e
transformando as suas funções anteriores, a frase “eu aprendi desse jeito”, ameaçam a instalação
cognitivas. No entanto, existe ainda de novos conceitos -um comportamento de acomodação diante
uma grande dificuldade para que de mudanças que serão necessárias, preferindo-se manter antigas
haja um discurso teórico que faça receitas. Professores e alunos permanecem estagnados, mantendo
reflexões sobre tecnologia crenças e conceitos sobre a tecnologia sem questionar estes
e práticas pedagógicas. ] conhecimentos.
O processo de ensino e aprendizagem e a tecnologia 47
Assim, retomamos o texto anterior, quando discutimos que a escola “Se pensarmos a tecnologia da
precisa formar cabeças dispostas a mudanças e novas ideias. informação e comunicação como
Os professores também precisam romper com ideias antigas e linguagem e não ferramenta, como
obstáculos que existem entre eles e as tecnologias, assim como sugere muitos autores, vamos
promover questionamentos que desequilibrem conhecimentos perceber o desafio que temos
construídos e consolidados (SANTOS; ALVES, 2006). pela frente. Nossa sala de aula
aprende de um modo diferente, e
Perrenoud (2000), em seu livro 10 Novas Competências para isso exige de você professor uma
Ensinar tem sido referência para identificar quem é o novo ator no nova forma de ensinar. O professor
papel de educador. Algumas competências são novas ou recebem torna-se mediador e contribui de
uma crescente importância frente às transformações que vimos até
forma cooperativa no crescimento
intelectual e emocional do aluno.”
aqui. O autor divide as competências em dez grandes famílias.
(JACINSKI; FARACO, 2002)
1. Organizar e estimular situações de aprendizagem.
5. Trabalhar em equipe.
• Formula problemas;
• Provoca situações;
• Arquiteta percursos;
A Tecnologia de Informação e
Comunicação e o aluno
O termo Geração Internet foi utilizado de maneira muito apropriada
por Tapscott (2010) para denominar uma geração que nasceu
“imersa em bits”. A Geração Internet foi moldada pela invenção
da Internet e a popularização do computador. Para as crianças,
assimilar a tecnologia foi muito mais fácil que para nós, adultos. A
tecnologia, como qualquer outra coisa, faz parte do ambiente da
criança. Precisamos nos adaptar a ela, um tipo diferente e mais
difícil de aprendizado, que nos exige flexibilidade para assimilar
outras maneiras de se comunicar, de se informar e até de se divertir.
Até então sabíamos usar o controle remoto, pedais, fotocopiadoras,
janelas, corretores líquidos e portas. Esses objetos representam
para nós anos de significado e associações. A Geração Internet já
começou olhando para a tecnologia de cabeça limpa, portanto, a
absorção foi mais fácil.
Michele Guizzo
Tecnologia de
Informação e
Comunicação (TIC)
Ao estudar a quarta e última unidade deste livro, você será capaz de
utilizar ferramentas baseadas na web para a construção de suas aulas. A
unidade 4 apresenta recursos disponíveis, gratuitamente ou não, através da
internet que podem ser utilizados no processo de ensino-aprendizagem.
Os recursos apresentados são classificados como bases de dados e
informações, comunicação e interação e construção de conteúdo.
Tecnologia de Informação e
Comunicação (TIC)
A Tecnologia de Informação e Comunicação (TIC) começou
a ser utilizada na educação com o objetivo de informatizar
atividades administrativas. Mais tarde, a TIC passou a fazer
parte do processo de ensino e aprendizagem em projetos
extraclasse, desenvolvidos sob a orientação de professores
e facilitados pela utilização de laboratórios de informática.
Essas atividades levaram os educadores a compreender
que o uso da tecnologia da informação e comunicação nas
escolas contribuiria com o acesso a informações, e mudaria a
relação do aluno com o professor. O conhecimento passaria a
ultrapassar os limites dos materiais instrucionais tradicionais,
e a tecnologia de informação e comunicação contribuiria na
construção de comunidades colaborativas e na redução de
distâncias (VIEIRA; ALMEIDA; ALONSO, 2003).
Tecnologia de Informação e Comunicação (TIC) 53
Bases de e-mails
BASES DE EMAIL
Existem programas que você utiliza para armazenar as
mensagens eletrônicas (e-mails) no seu computador. Todavia, [ ATIVIDADE ]
existem recursos virtuais,chamados de bases de e-mails, Você conhece outros endereços que
que armazenam mensagens eletrônicas em um computador oferecem este serviço?
servidor remoto. Esse serviço pode ser gratuito. Podemos
citar como exemplo de bases gratuitas e muito populares:
Gmail, Hotmail, Yahoo! Mail.
REPOSITÓRIO DE VÍDEOS
Bases de vídeos
[ ATIVIDADE ]
Você conhece outros endereços que No item anterior, conhecemos recursos de imagens e mapas
oferecem este serviço? que podem auxiliar nosso processo de ensino e aprendizagem.
Os vídeos também são ferramentas facilitadoras deste
processo, que contextualizam situações e são capazes de
ilustrar de forma atraente aos alunos o conteúdo. Assim, sua
contribuição pode acelerar o processo de ensinar e aprender.
O YouTube é um repositório gratuito de vídeos, em que
o usuário pode buscar vídeos por assunto e por temas, ou
publicar seus próprios vídeos.
0:00 / 1:58
Tecnologia de Informação e Comunicação (TIC) 55
Comunicação e interação
A internet possui inúmeros recursos para a comunicação e
interação que você, professor, pode utilizar. Neste item sobre
comunicação e interação, você conhecerá um conjunto de
práticas de comunicação e interação que podem ser empregas
na sua prática, para a ampliação da rede de relacionamento
entre você e seus alunos.
Chats CHATS
[ ATIVIDADE]
Com a internet, uma ferramenta chamada mIRC passou
a dominar ambientes de bate-papo, também conhecidos Você conhece outros endereços que
oferecem este serviço?
como chats. Esta ferramenta permite que o computador se
conecte a um servidor em qualquer lugar do mundo. Você
pode acessar salas de bate-papo, conhecer e conversar com
pessoas, dependendo do canal/sala que você escolher.
Blogs BLOGS
[ ATIVIDADE ]
Os blogs são páginas pessoais semelhantes a um diário.
Organizados de forma cronológica decrescente, são Você conhece outros endereços que
construídos a partir de textos pessoais, artigos, fotos, recados oferecem este serviço?
e links. Geralmente, sofrem atualizações periódicas e também
admitem que visitantes postem opiniões e comentários, a
depender das configurações definidas pelos responsáveis.
PORTAIS DE TV
TV pela internet [ ATIVIDADE ]
Você conhece outros endereços que
Grandes redes de comunicação e entretenimento renderam-
oferecem este serviço?
se à Internet. Portais de TV aberta, como a Globo.com, utilizam
recursos de mensagens eletrônicas e chats para tornarem
seus programas mais interativos.
Construção de conteúdo
Novas possibilidades de construção de conteúdo, por meio
da utilização de tecnologias de informação e comunicação,
estão permitindo que a transmissão de conteúdo nas aulas
e atividades educacionais tradicionais sejam aperfeiçoadas.
Vamos trabalhar nesta seção com algumas práticas para a
construção de conteúdo.
Planilhas eletrônicas
Os softwares de planilhas eletrônicas organizam as
informações em linhas e colunas. As intersecções entre linha
Tecnologia de Informação e Comunicação (TIC) 63
Bons estudos!
Sobre a autora
BORDENAVE, Juan E. Diaz; PEREIRA, Adair Martins. Estratégias de ensino-aprendizagem. 30. ed.
Rio de Janeiro: Vozes, 2010.
CAPRON, H. L.; JOHNSON, J. A. Introdução à informática. 8. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall,
2004.
CARVALHO, Fábio Câmara Araújo de; IVANOFF, Gregorio Bittar. Tecnologias que educam: ensinar
e aprender com as tecnologias de informação e comunicação. São Paulo: Pearson Prentice Hall,
2010.
FONTES, Edison. Segurança da informação: o usuário faz a diferença. São Paulo: Saraiva, 2006.
GORDON, Steven R.; GORDON, Judith R. Sistemas de informação: uma abordagem gerencial. 3.
ed. Rio de Janeiro: Ltc, 2006.
MANZANO, André Luiz N. G.; MANZANO, Maria Izabel N. G. Informática básica. 7. ed. São Paulo:
Érica, 2007.
MARÇULA, Marcelo; BENINI FILHO, Pio Armando. Informática: conceitos e aplicações. 3. ed. São
Paulo: Érica, 2008.
MORAIS, Anuar Daian de; FAGUNDES, Léa da Cruz. A Inclusão Digital da Escola ou a Inclusão da
Escola na Cultura Digital. Revista Diálogo, Canoas, n. 19, p. 97-113, jul./dez. 2011. Semestral.
PERRENOUD, Philippe. 10 novas competências para ensinar. Porto Alegre: Artes, 2000.
SANTOS, Edméa; ALVES, Lynn (Org.). Práticas pedagógicas e tecnologias digitais. Rio de Janeiro:
E-papers, 2006.
TAPSCOTT, Don. A hora da geração digital: como os jovens que cresceram usando a Internet
estão mudando tudo, das empresas aos governos. Rio de Janeiro: Agir Negócios, 2010.
TECNOLOGIA: Dicionário. Revista POLI: Saúde, educação e trabalho, Rio de Janeiro, n. 19, p. 23-24,
set./out. 2011. Bimestral.
VIEIRA, Alexandre Thomaz; ALMEIDA, Maria Elizabeth Bianconcini de; ALONSO, Myrtes (Org.).
Gestão educacional e tecnologia. São Paulo: Avercamp, 2003.
WIKIPÉDIA: A enciclopédia livre. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org>. Acesso em: 14 out. 2013.