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Michele Guizzo

ESPECIALIZAÇÃO
Mídias na
Educação

TIC NA
PRÁTICA
PEDAGÓGICA

2013
G969t Guizzo, Michele
TIC na prática pedagógica / Michele Guizzo. – 2. ed.
rev. – Florianópolis : IFSC, 2013.
80 p. : il. ; 28 cm

Inclui Bibliografia.
ISBN: 978-85-64426-56-6

1. Tecnologia da informação e comunicação - TIC.


2. Tecnologia educacional. I. Título.

CDD: 371.3

Catalogado por: Laura da Rosa Bourscheid CRB14/983

Copyright © 2013, Instituto Federal de Santa Catarina - IFSC.


Todos os direitos reservados.
Edição adaptada ao novo projeto gráfico e instrucional do
Departamento de Educação a Distância - EaD - IFSC.

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Créditos do Livro
EDIÇÃO 2013
[ Conteúdo ]
Michele Guizzo

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[ Reitoria ]
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Airton Jordani Jardim Filho
[ Pró-Reitoria ] Rafael Martins Alves
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ampliando o acesso de estudantes catarinenses, como de
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possibilitando a disseminação do conhecimento por meio de seus
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Os materiais didáticos desenvolvidos para a EaD foram pensados


para que você, caro aluno, consiga acompanhar seu curso
contando com recursos de apoio a seus estudos, tais como
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didático. A intenção dos projetos gráfico e instrucional é manter
uma identidade única, inovadora, em consonância com os avanços
tecnológicos atuais, integrando os vários meios disponibilizados e
revelando a intencionalidade da instituição.

Bom estudo e sucesso!

Equipe de Produção dos Projetos Gráfico e Instrucional


Departamento EaD/IFSC
TIC na Prática
Pedagógica

Sumário

1. O computador e seus sistemas 07


2. Internet 23
3. O processo de ensino aprendizagem e tecnologia 33
4. Tecnologia de Informação e Comunicação 51
Considerações Finais 65
Sobre a autora 66
Referências 67
A disciplina de TIC na
Prática Pedagógica

Esta disciplina tem como objetivos embasá-lo tecnicamente sobre


o que é o computador e a internet e provocá-lo para uma reflexão
sobre sua atividade como professor. As unidades curriculares
seguintes estarão carregadas de tecnologia e técnicas, por isso
você precisa ter alguns conceitos claros para aproveitar todo o
conteúdo. Vamos rever teorias e discutiremos novas formas
de ensinar e aprender, a partir da utilização da Tecnologia de
Informação e Comunicação (TIC).

Na primeira unidade do livro, estudaremos brevemente a arquitetura


dos computadores, a classificação dos tipos mais importantes e o
significado das palavras hardware e software.
Na unidade 2, falaremos sobre internet. Você conhecerá as
características técnicas da rede, os serviços disponíveis e alguns
aspectos sobre segurança na rede.

A terceira unidade apresenta teorias sobre ensino e aprendizagem,


bem como uma reflexão sobre os desafios de conhecer e trabalhar
com uma nova escola, um novo professor e um novo aluno.
Por fim, na unidade 4, você vai conhecer algumas ferramentas
disponíveis na internet, que poderão ser utilizadas em suas práticas
pedagógicas.

Esperamos que você aproveite bem este livro e descubra na


tecnologia uma “extensão de sentidos e membros” (TECNOLOGIA,
2011, p. 24), aplicada ao desenvolvimento das qualidades
humanas.
TIC NA PRÁTICA PEDAGÓGICA UNIDADE 1

Michele Guizzo

O computador
e seus
sistemas
O objetivo desta unidade é apresentar a você o que é o computador,
qual a sua arquitetura básica, alguns tipos de computador e o que
difere hardware de software. Você vai conhecer também alguns tipos de
software, de modo que você possa avaliar a necessidade de utilização
de cada um. Esta unidade também será muito importante como base
para seus estudos nas próximas unidades deste livro e disciplinas
do curso.
O computador e seus sistemas
O que é o computador?
(...) Matt Ceniceros, 26 anos e pai de dois filhos, começa o
seu dia em Memphis com seu BlackBerry. “Eu o uso como
despertador, luz de cabeceira, relógio e telefone”, diz...
A caminho do trabalho, Matt não escuta nem as quarenta
músicas da parada de sucessos nem o noticiário no rádio
do carro. Ele conecta seu iPod ao carro e ouve sua própria
seleção de músicas (...). À noite, Matt não entra na rotina dos
seriados de tevê. Em vez disso, fala com amigos no Skype
(um serviço telefônico na Internet que permite que você faça
ligações de longa distância pagando centavos por hora)
e compartilha fotos no Facebook, joga o seu Nintendo Wii
e verifica as últimas novidades no YouTube enquanto seu
filho de dois anos assiste a vídeos de tubarões e aviões (...).
(TAPSCOTT, 2010, p. 55)

COMPUTADOR Depois de ler este texto nós poderíamos iniciar uma discussão sobre
[ GLOSSÁRIO ] como Matt tem se relacionado com seu filho, nos seus períodos de
O computador é uma máquina que folga, mas preferimos aqui falar de tecnologia e discutir com você
recebe dados de entrada, processa como ela tem transformado o dia a dia da família de Matt e o seu
estes dados obedecendo instruções dia a dia. Do aparelho celular ao computador, da televisão de LCD
pré-definidas, e obtém resultados que ao ar-condicionado digital: a tecnologia talvez tenha começado a
são divulgados aos seus usuários. invadir nosso cotidiano muito antes da chegada dos computadores,
mas eles ainda são nossa referência como ponto de partida desta
transformação.

Nesta unidade, vamos conversar sobre o que é o computador,


como classificá-lo e quais são seus componentes físicos e lógicos.

Mas, o que é o computador? O computador é uma máquina que


recebe dados de entrada, processa estes dados obedecendo
instruções pré-definidas, e obtém resultados que são divulgados
aos seus usuários.
O computador e seus sistemas 9

A palavra computador vem do latim “computare” que significa


calcular. Em outros países, a palavra para designar esse mesmo
objeto pode ter significados diferentes. Na França, por exemplo,
é “ordinateur”, que significa “organizador” ou “classificador”. Na
Espanha, é “ordenador”. Na Suécia, o computador hoje é chamado
de “dator”, que significa “dados”, mas, na década de 50, ele recebia
o nome de “matematikmaskin”, que significa “máquina matemática”.
Na Finlândia, o computador recebe o nome de “tietokone”, que
significa “máquina de informação”, enquanto, na Islândia, recebe o
nome de “tölva” (“profeta dos números”). Já na China, o computador
é chamado de “diànnão”, que significa “cérebro elétrico” (MARÇULA;
BENINI FILHO, 2008).

Para entender melhor a definição apresentada anteriormente, veja


na sequência, algumas definições formais para computador:

Computador é uma máquina que recebe e trabalha os dados de


maneira a obter um resultado. Para realizar isso, ele é programável,
ou seja, responde a um grupo de comandos específicos (instruções)
de uma maneira bem definida e pode executar uma lista pré-gravada
desses comandos (MARÇULA; BENINI FILHO, 2008, p. 49).

O computador é uma máquina que pode ser programada para


aceitar dados (entrada), transformá-los em informação útil (saída)
e armazená-los (em um dispositivo de armazenamento secundário)
para proteção e reutilização (CAPRON; JOHNSON, 2004, p. 12).
A partir dessas definições apresentadas, podemos destacar
algumas informações importantes sobre o computador:

a. é uma máquina;
b. recebe dados;
c. trabalha com estes dados, ou seja, comanda a transformação
destes dados;
d. é uma máquina programada, que executa uma lista pré-gravada
de comandos;
e. transforma dados em informação.
Você pode chamar a sequência de trabalho de um computador de
ciclo de processamento. Observe a representação desse ciclo na
figura a seguir.
Ciclo de Processamento

ENTRADA PROCESSAMENTO SAÍDA

PROGRAMA

Fonte: a autora

Representação da informação
Para a representação da informação e dos dados, o computador
trabalha com o sistema de numeração binário. Cada símbolo, 0 ou
1, da numeração binária é chamado de dígito binário. Este dígito
representa a menor unidade da informação e é conhecido como
BIT (BInary digiT).

A combinação de bits (zeros e uns) cria os diferentes caracteres que


compõem os dados de um sistema. Esta combinação normalmente
é feita pelo conjunto de 8 bits. Uma combinação que pode gerar
256 caracteres diferentes.

Cada grupo de 8 bits é chamado de byte. Ou seja, 8 bits correspondem


a 1 byte (B). Como em outras unidades de medidas, nós podemos
usar múltiplos para representar uma grande quantidade de bytes.
A tabela abaixo ajudará você na conversão de valores (MARÇULA;
BENINI FILHO, 2008).
O computador e seus sistemas 11

Conversão de medidas REFLITA SOBRE A PRÁTICA


[ ATIVIDADE]
Quantidade de Bytes Valor Aproximado Nome Um arquivo do seu computador tem
7.119KB. Qual o tamanho dele em
Megabytes? Utilizando os valores
1.024 B 1.000 B 1 KB - KILOBYTE aproximados da tabela podemos dizer
que: 1.000KB equivalem a 1MB,
logo, 7.119 KB representam 7 MB,
1.048.576 B 1.000.000 B = 1.000 KB 1 MB - MEGABYTE aproximadamente. Observe diferentes
tipos de arquivos no seu computador,
fotos, textos ou vídeos, e tente fazer
1.000.000.000 B = esta mesma conversão de KB para MB,
1.073.741.824 B 1 GB - GIGABYTE
1.000 MB ou então de MB para KB.
1.000.000.000.000 B =
1.099.511.627.776 B 1 TB - TERABYTE
1.000 GB

Tipos de computadores
Os computadores podem apresentar características diferentes:
tamanho, capacidade de processamento, finalidade, etc. Estas
características são utilizadas como forma de classificação. Vamos
utilizar abaixo a classificação sugerida por Marçula e Benini Filho
(2008), baseada no porte dos equipamentos.

Supercomputadores
Processam enormes quantidades de dados ao mesmo tempo.
Concentram sua capacidade de processamento para executar
poucos programas. São computadores de grande porte e atingem
as maiores velocidades de processamento. Normalmente, são
encontrados em grandes centros de pesquisa.

Mainframes
São computadores de grande porte como os supercomputadores.
Estes computadores têm capacidade para processar grandes
quantidades de dados. Entretanto, os computadores mainframes
são utilizados para executar vários programas ao mesmo tempo.
Os mainframes também podem ser chamados de servidores.
Eles trabalham em rede, conectados a outros computadores.
Sua utilização é comum em aplicações comerciais, por isso
para encontrar um mainframe basta você visitar o centro de
processamento de dados de uma empresa de médio ou grande
porte.
Minicomputadores
Eles recebem este nome porque, fisicamente, são bem menores
que os mainframes. São utilizados como servidores de rede, mas
não têm capacidade para conectar muitos usuários, logo, são
utilizados deforma departamental.

Microcomputadores
Utilizado sobre as mesas (desktop) de escritório ou em casa, os
microcomputadores são responsáveis pela popularização da
informática. Projetados para uso individual, estes computadores
têm uma capacidade de processamento bem inferior à dos
supercomputadores. O grande atrativo dos microcomputadores é
sua facilidade de utilização: usuários com pouca experiência em
computação facilmente trabalham com um computador deste tipo.
Utilizados isoladamente ou em rede, os microcomputadores podem
ser utilizados em aplicações domésticas ou comerciais.

Notebooks ou laptops
São computadores com capacidade de processamento iguais às
dos microcomputadores, mas sua principal característica está ligada
à aparência. Leves, pequenos e com capacidade de autonomia
através do uso de baterias, os notebooks e laptops foram criados
com a finalidade de proporcionar mobilidade aos seus usuários.

Palmtops ou handhelds
São computadores com capacidade de processamento inferior à
dos notebooks. Estes computadores cabem na sua mão e foram
criados como uma extensão das agendas eletrônicas. Contudo,
não devemos subestimar a capacidade destas pequenas máquinas,
a cada dia elas têm se tornado mais potentes. Um palmtop ou
handheld pode ser usado para leitura de e-mails, acesso a aplicações
remotas, utilização de softwares aplicativos (vamos falar sobre eles
ainda nesta unidade), imagens, músicas, entre outras coisas. .

Tablets
Fenômeno de vendas, principalmente entre os jovens, o tablet
possui uma capacidade de processamento limitada. Sua principal
função é a execução de diferentes mídias como textos, vídeos,
imagens, internet, entre outras. A tela sensível ao toque (touch
screen) funciona como dispositivo de entrada e pode ser citada
como sua principal característica (WIKIPÉDIA, 2013).
O computador e seus sistemas 13

Hardware de um sistema de computação DISPOSITIVOS DE ENTRADA


[ GLOSSÁRIO ]
MEMÓRIA Os dispositivos de entrada são assim
conhecidos porque é através deles
MEMÓRIA DE
ARMAZENAMENTO que os dados e as instruções entram
“ACESSO no sistema de computação para o
DE MASSA
DIRETO”
processamento

UNIDADE DE
CONTROLE
DISPOSITIVO DISPOSITIVO
PERIFÉRICO PERIFÉRICO
DE ENTRADA DE SAÍDA

UNIDADE LÓGICA
E ARITMÉTICA

UNIDADE CENTRAL

Fonte: a autora

O que é o hardware?
Ao estudar sobre o computador, é essencial que você compreenda
o significado de dois termos centrais: hardware e software. Em
outras palavras: os computadores são sistemas integrados de
hardware e software.

Nesta seção, vamos entender melhor o que é o hardware de um


computador.

Marçula e Benini Filho (2008) afirmam que hardware é a parte


física do computador, ou seja, o próprio computador e todos os
dispositivos ligados a ele. A próxima figura apresenta a estrutura
geral do hardware de um sistema de computação.

Leia na sequência a descrição de cada componente de um sistema


de computação, elaborada a partir de Marçula e Benini Filho (2008)
e Manzano e Manzano (2007).
Unidade Central de Processamento – UCP
(CPU - Central Processing Unit)
A UCP é o “cérebro” do computador, o componente de hardware
que realmente executa as instruções apresentadas pelo programa.
A Unidade Central de Processamento possui dois componentes
principais:

Unidade de Controle (UC): responsável pelo controle do fluxo dos


dados entre as partes do computador e por sua interpretação (se
são dados ou instruções).

Unidade Lógica e Aritmética (ULA): responsável pelos cálculos e


pela manipulação dos dados.

A unidade central de processamento é conhecida comercialmente


com o nome de microprocessador ou somente processador.
Responsável pela manipulação direta ou indireta dos dados
(processamento), o microprocessador determina o desempenho
do sistema. Fabricados, hoje, em um único chip, um minúsculo
quadrado de silício, os processadores tornam-se cada vez
menores e mais potentes.

Memória
A memória possibilita ao computador armazenar dados e instruções
durante o processamento. Podem existir dois tipos de memória em
um computador:

Memória de “acesso direto” ou memória principal: Nesse tipo de


memória, o armazenamento dos dados e programas é temporário.

Dispositivos de armazenamento de massa (mass storage): Este tipo


de dispositivo permite ao computador armazenar permanentemente
grandes quantidades de dados ou programas.

a) Memória principal
As memórias têm um custo de fabricação menor do que os
processadores, porque sua estrutura é mais simples. Elas podem
ser classificadas como memórias somente de leitura ou memórias
de leitura e escrita.
O computador e seus sistemas 15

As memórias somente de leitura (ROM) guardam os dados por [ A memória mantém as instruções
um longo período de tempo e dificilmente sofrem alterações. Elas e os dados correspondentes a
podem ser utilizadas para armazenar rotinas (programas de check- qualquer programa que você esteja
up do computador ou de início), ou tabelas com informações sobre executando no momento. São estes
o sistema para uso do processador. O acesso de dados a este dados e instruções armazenados na
tipo de memória é lento. Mesmo quando a energia do computador memória que o processador utiliza
é interrompida, os dados armazenados na memória ROM são para fazer o seu trabalho. ]
mantidos.

As memórias de leitura e escrita (RAM) sofrem operações de leitura


e escrita durante todo o tempo, logo, facilmente as informações
contidas nesse tipo de memória podem ser alteradas. Diferente
das memórias ROM, o conteúdo das memórias RAM é apagado
quando o computador é desligado da energia.

b) Dispositivos de armazenamento
Os dispositivos de armazenamento permitem que grandes
quantidades de dados sejam armazenadas e utilizadas
posteriormente, mesmo que o computador seja desligado. Estes
dispositivos podem ser magnéticos ou ópticos. Alguns exemplos
de dispositivos de armazenamento são: discos flexíveis (disquetes),
discos rígidos (hard disk), CD, DVD, unidade de fita streamer e fitas
DAT.
[ Os dispositivos de entrada são Dispositivos de entrada e de saída
assim conhecidos porque é através
deles que os dados e as instruções Os dispositivos de entrada e saída são conhecidos comercialmente
entram no sistema de computação como dispositivos periféricos. Os dispositivos periféricos permitem
para o processamento. Essas a interação do homem com o computador. Os periféricos de
entradas são traduzidas para um entrada permitem que o computador obtenha dados externos
código que a UCP entenda. Os
para processá-los. Os periféricos de saída possuem a capacidade
dispositivos de saída permitem a
de apresentar aos usuários o resultado desse processamento.
visualização dos resultados deste
processamento. ] Por fim, existem periféricos que permitem as duas funções. Eles
permitem tanto a entrada de dados quanto a saída destes dados
já processados. São exemplos de periféricos de entrada e saída
monitores touch screen e dispositivos multifuncionais.

Periféricos de Periféricos de
Entrada Saída
Monitor
Teclado

Mouse

Projetor multimídia
Joystick

Impressora
Câmera

Dispositivos de Plotter ou
captura de vídeo impressora de
grandes formatos

Microfone

Mesa digitalizadora
ou mesa gráfica Alto-falante
O computador e seus sistemas 17

O que é o software? SISTEMA LÓGICO


[ GLOSSÁRIO ]
Integrado ao hardware, o software compõe os sistemas Conjunto de sentenças e regras que
computacionais. Seu computador funciona graças a este visam representar formalmente o
casamento perfeito entre hardware e software. Você entendeu na raciocínio válido. (WIKIPÉDIA, 2011).
seção anterior o que é hardware, como ele funciona e quais seus
principais componentes. Nesta seção, vamos aprender o que é
software e de que forma podemos classificá-lo.

O software é a parte lógica do sistema de computação, que é


armazenado eletronicamente. O software é composto por um
ou mais programas (conjuntos de instruções) que capacitam o
hardware a realizar tarefas específicas. Alguns autores consideram
que software também são os dados que ele manipula e a
documentação (projeto e manuais) que fazem parte do pacote
(MARÇULA; BENINI FILHO, 2008, p. 154).

Você pode concluir então que:

1. Software é a parte lógica do sistema, enquanto hardware é a


parte física.
2. O software é formado por um conjunto de programas, que
são instruções que possibilitam a interação do usuário com o
hardware.
3. O software é constituído de programas (comandos),
documentação (projeto e manuais) e dados.

Software proprietário e software livre


Software proprietário é aquele que tem sua cópia, distribuição
ou modificação limitadas de alguma forma pelo seu criador, ou
seja, para utilizar esses softwares, você deve comprar licenças.
O software livre pode ser copiado, distribuído e modificado sem
restrições. Os softwares podem também ser classificados quanto
ao seu licenciamento da seguinte forma:

• Freeware – Você pode obtê-lo gratuitamente, mas o autor


mantém a propriedade legal e pode impor restrições de
uso. Estas restrições variam de autor para autor. É comum
que o autor não permita modificações em seu software, e o
seu código não seja aberto. Algumas restrições, às vezes,
dizem respeito à utilização em empresas.
• Shareware – O shareware é distribuído gratuitamente, mas
apenas durante um período experimental. Você utiliza a
ferramenta completa e, quando o prazo expira, o software é
bloqueado.

• Software comercial – é protegido por direitos autorais. Esse


tipo de software não deve ser copiado sem a permissão do
fabricante. Sua cópia e distribuição caracteriza pirataria.

Embora as políticas de licenciamento de software variem de


fornecedor para fornecedor, as empresas que necessitarem de um
grande número de pacotes podem conseguir alguns descontos
junto aos fabricantes. As empresas que trabalham com seus
computadores em rede podem optar por um software instalado em
rede. A licença para esse tipo de instalação pode corresponder ao
número total de computadores em rede ou ao número de seções
simultâneas do software (CAPRON; JOHNSON, 2004).

Sistemas operacionais
O hardware precisa de um software para funcionar. Este software
é o sistema operacional cujo objetivo principal é criar um ambiente
favorável ao usuário para a utilização do computador. Este tipo de
software trabalha entre o hardware da máquina e os programas que
o usuário utiliza.

Conforme Marçula e Benini Filho (2008), as funções básicas de um


sistema operacional são:

• Fornecer uma interface de comunicação entre o sistema de


comunicação e o usuário;

• Gerenciar a operação dos dispositivos de hardware do


computador;

• Gerenciar e manter o sistema de arquivos armazenados;

• Dar suporte aos programas que são executados.

Os sistemas conhecidos como monousuário, utilizados somente


por 1 (um) usuário, executam uma tarefa de cada vez, enquanto
que os sistemas chamados de multitarefa podem executar mais de
uma tarefa de cada vez.
O computador e seus sistemas 19

O avanço dos sistemas operacionais está ligado ao avanço do


hardware, em especial ao avanço dos microprocessadores.
Existem, hoje, vários sistemas operacionais no mercado, e até
a publicação deste livro podem surgir outros. É importante você
conhecer alguns exemplos de sistemas operacionais e ter certeza
que você consegue distingui-lo dos demais tipos de software.

a) MAC/OS - Amigável ao usuário, com a utilização de ícones e a


organização de pastas, o sistema operacional MAC/OS serviu de
inspiração para os criadores do sistema operacional Windows. O
MAC/OS é um software multitarefa desenvolvido pela empresa Apple
para o hardware Macintosh.

b) UNIX - O UNIX é um sistema operacional multiusuário e multitarefa


capaz de trabalhar com qualquer tipo de hardware. Ele é um dos mais
antigos e confiáveis sistemas operacionais. Foi desenvolvido pela
empresa AT&T, inicialmente, para universidades.

c) MS-DOS - É um sistema operacional comprado pela empresa


Microsoft para ser utilizado em computadores da empresa IBM. É
um sistema monousuário, que trabalha com linhas de comando. É o
responsável direto pelo sucesso da empresa Microsoft.

d) Windows XP, Vista, 7 e 8 - Lançado em 2006, o Windows XP foi o


maior sucesso em vendas da empresa Microsoft. As características
desse sistema operacional eram estabilidade, interface amigável,
suporte plug and play nativo, atualização de melhorias e um gama
de edições com possibilidades diferentes. Os sistemas operacionais
Windows Vista, Windows 7 e 8 têm as mesmas características do
antecessor, mas são ainda mais robustos e amigáveis.

e) Linux - O Linux é um sistema operacional distribuído gratuitamente


e tem código aberto. A ideia é que as comunidades de pesquisa
e desenvolvimento de softwares possam estudá-lo e melhorá-lo
cada vez mais. Cada novo sistema operacional baseado em Linux
e desenvolvido por uma instituição recebe um nome, e as últimas
versões chamam-se Kurumin, Kalango e Ubuntu (MANZANO;
MANZANO, 2007).

Softwares aplicativos
Software aplicativo é um programa de computador que tem por
objetivo o desempenho de tarefas práticas, em geral, ligadas ao
processamento de dados, como no trabalho em escritório ou
acadêmico, e tem como foco o usuário. Os softwares aplicativos
tornaram a relação do usuário com o computador prática. Com a
utilização de softwares ficou mais fácil entender porque utilizar o
hardware. Tarefas gerais ou específicas podem ser realizadas com
softwares aplicativos. Veja a seguir alguns exemplos citados por
Capron e Johnson (2004) e Manzano e Manzano (2007).

a) Processadores de texto - O software de processamento de


texto permite criar, editar, formatar, armazenar e imprimir textos e
gráficos em um documento. É muito comum encontrar este tipo
de software em suítes (conjunto de programas). Estas suítes são
compostas por softwares de edição de textos, softwares de planilhas
eletrônicas, edição de apresentações, gerenciadores de banco de
dados e softwares gráficos. As suítes têm a vantagem de manter um
mesmo aspecto e função para todos esses softwares. São botões
e menus que se repetem em todos os aplicativos, facilitando a vida
do usuário. Alguns exemplos de processadores de textos são o
Microsoft Word e o LibreOffice Writer.

b) Planilhas eletrônicas - Compostas por linhas e colunas, as


planilhas eletrônicas podem ser usadas como ferramenta de negócio
ou para controles domésticos. Os softwares de planilhas eletrônicas
permitem trabalhar de forma automática e simplificada com uma
grande massa de dados, com cálculos e análises de informações
que podem ser feitas através de gráficos. São exemplos de
softwares de planilhas eletrônicas o Microsoft Excel e o LibreOffice
Calc.

c) Gerenciamento de banco de dados - O software de


gerenciamento de banco dados pode armazenar dados, atualizá-los,
manipulá-los, recuperá-los, relatá-los em uma variedade de modos
de visualização e imprimi-los de diversas formas. Os softwares de
banco de dados são úteis para controlar uma grande quantidade de
dados.

d) Gráficos - Os pacotes de apresentação gráfica possibilitam que


as pessoas desenvolvam apresentações de slides profissionais
contendo gráficos, áudio e vídeo de alta qualidade. Podemos
citar dois exemplos de software para criação de apresentações: o
Microsoft PowerPoint e o LibreOffice Impress.

e) Gerenciadores de informações pessoais - Os gerenciadores


de informações pessoais são programas que oferecem as funções
necessárias para controlar as atividades do seu dia a dia. Em geral,
incluem um calendário de compromissos, catálogo de endereços,
gerenciador de tarefas, bloco de notas e calculadora.

f) Desktop publishing - Este tipo de software é utilizado para editorar


livros, jornais e revistas. Alguns exemplos são: Adobe InDesign,
Adobe PageMaker e Microsoft Publisher.
O computador e seus sistemas 21

g) Correio eletrônico - Este tipo de software permite o envio e


recebimento de mensagens principalmente por meio da internet. Um
exemplo de software bastante conhecido de correio eletrônico é o
Microsoft Outlook.

h) Segurança - O software de segurança oferece controle de


acesso às máquinas e proteção contra elementos invasores. Este
tipo de software normalmente é instalado em servidores de rede
e funcionam como uma barreira de proteção. Os softwares de
segurança podem ser firewalls, antispywares ou antispam.

i) Antivírus - O software de antivírus tem a finalidade de manter o


seu computador longe do ataque de vírus de computador. Alguns
exemplos de softwares antivírus são: Norton, AVG, McAfee e Avast.

As linguagens de programação representam um conjunto de


comandos compreensíveis pela máquina. Estes comandos
interpretados fazem com que o computador execute tarefas
específicas. Os programas são formados por uma sintaxe apropriada
a cada linguagem de programação e um vocabulário específico.
Os programadores são usuários responsáveis pela construção de
programas a partir de uma linguagem de programação.

Veja alguns exemplos de código de programas:

Pascal
program Oi (output)
begin
writeln(‘Oi, Mundo!’);
end.

C
#include<stdio.h>
int main()
{
printf(“Oi, Mundo!”);
return 0;
}

Java
public class Oi {
public static void main (String[ ] args {
System.out.println(“Oi, Mundo!”);
}}

(MARÇULA; BENINI FILHO, 2008)


Sistema de informação
Você pode entender sistema de informação (SI) como um
conjunto de componentes relacionados, que coletam informação,
processam informação e distribuem essa informação para os
gestores. É utilizando estas informações que gestores de empresas
ou instituições de ensino tomam decisões e controlam processos.
Os sistemas de informação em uma organização podem ser
classificados da seguinte forma:

• Os Sistemas de Processamento de Transações (SPT) realizam


tarefas rotineiras necessárias ao funcionamento de uma
organização, como lançar um produto no estoque ou cadastrar
um aluno no registro. Ele monitora, realiza transações e, a partir
delas, gera e armazena dados.

• Os Sistemas de Informações Gerenciais, conhecidos pela


sigla SIG, fornecem uma visão das operações básicas de uma
organização e permitem ao administrador controlar e organizar
sua empresa. Os SIGs fornecem relatórios ou acesso direto às
informações. Estas informações apresentam o desempenho
atual ou o desempenho passado da empresa. Nessa mesma
linha, podemos encontrar também softwares de apoio à decisão,
conhecidos como SAD, e sistemas de informações executivas,
chamados de SIE. Você já deve ter ouvido falar também sobre
sistemas baseados em inteligência artificial (IA). Estes sistemas
procuram desenvolver funções computacionais normalmente
associadas à inteligência humana e são aplicados em sistemas
especialistas. Sistemas especialistas agem como especialistas
humanos e são usados em determinadas áreas do conhecimento
(MARÇULA; BENINI FILHO, 2008).
TIC NA PRÁTICA PEDAGÓGICA UNIDADE 2

Michele Guizzo

Internet
A Internet é uma grande rede de colaboração, informação e
oportunidade. Com o estudo desta segunda unidade, você entenderá
o que é a Internet, conhecerá suas características e principais serviços.
A partir de agora, você irá conhecer também algumas das ameaças
mais importantes e conhecidas na rede, além de ser capaz de entender
seus riscos e defender-se deles. Daqui pra frente, a Internet passa a ser
uma ferramenta pedagógica muito importante na sua vida profissional e
aparecerá em outras unidades deste livro. Por isso, é muito importante
que você compreenda como ela funciona. Bom trabalho!
lnternet
Em janeiro de 2004, Mark Zuckerberg vivenciou uma versão
real de um pesadelo comum. Ele estava fazendo sua primeira
série de provas em Harvard e não havia estudado nem lido
nada que o professor havia indicado para um curso de história
da arte para calouros, chamado “A Roma de Augusto”.
Zuckerberg nem havia frequentado as aulas durante o
período, esteve ocupado demais criando um programa de
computador muito legal chamado Facebook, que ajudaria os
alunos a se conhecer e a compartilhar informações. Alguns
dias antes da prova, Zuckerberg estava, em suas próprias
palavras, “completamente ferrado”. Mas ele teve uma ideia,
que tirou diretamente da ciência da computação do século
XXI. Criou um site e colocou nele fotos do curso com uma
pequena discussão ao lado de cada uma das imagens.
Talvez os outros alunos pudessem ajudá-lo preenchendo as
lacunas. Em 24 horas, os colegas de classe de Zucherberg
o ajudaram com anotações tão incisivas que todos, inclusive
ele, passaram na prova com louvor. E, segundo Zuckenberg,
o professor não considerou aquilo uma fraude. Pelo contrário,
ficou “realmente satisfeito” de ver os alunos colaborando
de maneira tão criativa. Depois de superar a sua prova de
história da arte, Zuckerberg voltou ao seu projeto escolar, o
Facebook, que, desde então, se tornou um dos sites de rede
social mais onipresentes do mundo (TAPSCOTT, 2010, p. 53).

Características da Internet
Para você entender como funciona a Internet e quais as suas
características, vamos iniciar nossa conversa falando sobre redes de
computadores. Você já deve ter ouvido alguém dizer que a Internet é
uma grande rede. A principal função de uma rede de computadores
é possibilitar a comunicação entre esses computadores.
Internet 25

Para isso, a comunicação precisa de: CLIENTE/SERVIDOR


[ GLOSSÁRIO ]
• Transmissor: equipamento que transmite os dados.
Uma rede baseada na arquitetura
• Mensagem: componente principal da comunicação, o dado cliente/servidor envolve uma máquina
servidora, que é um computador que
em si.
controla a rede e oferece serviços
• Meio de comunicação: canal por onde o dado é transportado às estações de trabalho conectadas
a ela. Estes serviços podem ser
do transmissor ao receptor.
o armazenamento de arquivos, o
• Protocolo de comunicação: conjunto de regras conhecidas compartilhamento de impressoras ou
até mesmo processamento de dados.
pelo transmissor e pelo receptor, para que exista compreensão
Chamamos as estações que são
da mensagem enviada. conectadas ao servidor de clientes
• Receptor: equipamento que recebe os dados. (CAPRON; JOHNSON, 2004).

Utilizando esses componentes é possível que dois ou mais


computadores estejam ligados em rede e consigam trocar
informações e compartilhar recursos. A Internet é uma rede de
redes que conecta governos, universidades e computadores
particulares. Ela trabalha como uma enorme rede de transporte de
dados e mensagens para longas ou curtas distâncias.

A Internet pode ser acessada por qualquer empresa, instituição


ou pessoa. Os provedores de serviço de Internet (Internet Service
Provider – ISP) são empresas que prestam serviços de acesso à
Internet. A figura a seguir ilustra como funciona o serviço oferecido
pelos provedores, para que você navegue na Internet de sua casa.

Internet Service Provider - ISP

A principal característica técnica da


Internet é a descentralização: cada
computador ou host é independente.
A arquitetura utilizada é a cliente/
servidor, a partir da qual servidores
espalhados por todo o mundo
oferecem serviços para
Fonte: A autora máquinas clientes.
TCP O protocolo padrão da Internet é o TCP/IP. Quando você navega
[ GLOSSÁRIO ] na Internet, seu computador recebe um número de identificação
Protocolo de Controle de Transmissão único chamado IP, seu endereço na Internet. É através deste IP
que podemos identificar seu computador na rede, e ele é único!
IP (MARÇULA; BENINI FILHO, 2008; MANZANO; MANZANO, 2007)
[ GLOSSÁRIO ]
Protocolo de Interconexão

Serviços da Internet
a) Serviço de transferência de arquivos
Este tipo de serviço permite que um usuário conectado à Internet
transfira arquivos com informações para outro usuário conectado.
O serviço de FTP (File Transfer Protocol) utilizado na transferência
de arquivos é um dos primeiros serviços a serem usados pelos
usuários da Internet.

b) Serviços de comunicação
O correio eletrônico (e-mail) permite que sejam enviadas mensagens
escritas para usuários que tenham acesso à Internet. Cada usuário
que utiliza e-mail possui um endereço eletrônico. Para enviar uma
mensagem por e-mail, você precisa conhecer o endereço eletrônico
do destinatário. Os endereços de e-mail são formados pelo nome
que identifica o usuário e o local da rede onde a mensagem deve ser
depositada para, posteriormente, ser acessada pelo destinatário.

c) Serviços de informações multimídia


Os serviços de informação multimídia na Internet estão relacionados
com a World Wide Web (www). Conhecida como web, a World
Wide Web é muitas vezes confundida com a própria Internet. A
web é mais um serviço desta grande rede que é a Internet. A partir
da web é possível acessar informações que são disponibilizadas na
Internet por outros usuários. Para esse acesso, o usuário precisa
utilizar um software chamado browser (navegador). Atualmente,
existem vários softwares de navegação, como, por exemplo,
Internet Explorer, Firefox, Opera, entre outros.

As informações disponíveis na rede podem estar organizadas na


forma de uma homepage, página web ou site, como você preferir
chamar. É comum que estas páginas utilizem um recurso chamado
hyperlink em seus textos. Este recurso permite que o usuário clique
em uma palavra do texto ou figura e seja levado para outro site.
Temos então uma teia de informações: a cada texto, um novo
caminho e uma nova descoberta.
Internet 27

Para entrar em uma página web, você vai precisar conhecer a


sua URL, o endereço web desta página. Uma URL é também um
endereço, que irá levá-lo para o servidor onde a página que você
deseja consultar está armazenada. A URL é formada da seguinte
forma:

http://www.ifsc.edu.br/contato/fale-conosco
Protocolo://tipo de servidor.dominio/nome_caminho_e_arquivo_com_a_informação

O domínio indica o computador que será acessado, através do


endereço informado no navegador. A categoria, normalmente
formada por três letras, aparece logo após o domínio e informa que
tipo de instituição é dona daquele endereço. Veja a seguir alguns
exemplos de categoria.

• .com: empresas comerciais


• .net: provedores de acesso à Internet
• .org: organizações não governamentais sem fins lucrativos
• .edu: instituições de ensino
• .gov: instituições governamentais
• .mil: instituições militares
• .coop: cooperativas
• .tur: turismo

A categoria pode ser complementada ainda com o país de origem


da página, representado por duas letras. Veja a próxima tabela.

Códigos indicadores dos países de origem


de páginas da Internet

Brasil China França Portugal


.br .cn .fr .pt

Sérvia e
Suíça Croácia Inglaterra
Montenegro
.ch .hr .uk
.cs

Chile Alemanha Holanda África do Sul


.cl .de .nl .za

(MARÇULA; BENINI FILHO, 2008, p. 319 a 328)


Como começou a Internet
Na década de 1960, as redes de computador estavam em sua
infância. O Departamento de Defesa dos Estados Unidos patrocinou
um projeto para desenvolver uma tecnologia de rede que permitisse
a pesquisadores, em várias localizações no país, compartilharem
informações e que fosse, também, resistente a falhas (de maneira
que a rede não caísse por completo quando um dos computadores
tivesse uma falha).

O resultado desse projeto começou a funcionar em 1969 com


o nome de ARPANET. A ARPANET era uma rede de pesquisa
que ligava quatro computadores em Massachusetts, Utah e na
Califórnia. A ARPANET cresceu para 62 computadores em 1974, e
mais de 100 computadores de pesquisa e de universidades estavam
conectados em 1976. Em 1972, foi introduzida a capacidade de
enviar e-mail. Em 1986, a Fundação Nacional de Ciência (NSF –
National Science Foundation), do governo americano, conectou
sua grande rede, NSFnet, à ARPANET, e a rede resultante tornou-
se conhecida como Internet (GORDON; GORDON, 2006; CAPRON;
JOHNSON, 2004).

Segurança na Internet
A segurança de quem navega na Internet depende muito mais das
atitudes desse usuário na rede, do que do seu aparato tecnológico
de proteção. Na Internet, podemos classificar algumas ameaças
conhecidas, mas assumir uma atitude segura é a melhor decisão
que você pode tomar para se proteger dessas ameaças.

Vírus
Os vírus são programas que se unem a arquivos úteis do seu
computador. A partir dessa união, eles se tornam capazes de buscar
outros arquivos para uma nova união e, assim, infectar a maior
quantidade possível de arquivos do seu computador. Apenas essa
replicação já seria suficiente para prejudicar o desempenho do seu
equipamento. Afinal, como o vírus é um programa, se disseminado,
ele se tornaria dezenas de programas sendo executados ao mesmo
tempo em seu computador. Mas, além do prejuízo de desempenho
Internet 29

na sua máquina, os vírus normalmente ainda causam danos


aos seus arquivos, roubam informação e permitem acesso não
autorizado. Os vírus não surgem do vazio, eles são construídos
por programadores quase sempre mal intencionados. Os vírus se
espalham a partir da troca de arquivos infectados por pendrives e
outros dispositivos móveis, mas principalmente pela Internet.

Worms (Vermes)
Os worms são programas com a capacidade de se autoexecutar
e autocopiar. Depois da invasão, eles “roubam” todos os seus
recursos de operação da máquina e se multiplicam rapidamente.
Os worms podem chegar através de mensagens eletrônicas
camufladas. Eles ainda utilizam sua lista de destinatários para se
multiplicarem na rede e invadirem outros computadores.

Cavalo de Troia
As ameaças classificadas como cavalo de troia são programas
embutidos em programas aparentemente seguros, ou seja, ao ser
atacado você classifica como seguro e útil o programa, mas ele
traz junto a sua execução outro programa que rouba sua senha,
copia seus arquivos ou prejudica seu sistema. Diferente dos vírus e
dos worms, o cavalo de troia não consegue se replicar (MARÇULA;
BENINI FILHO, 2008, p. 352 a 354).

Spywares
O spyware é um programa de computador que recolhe a informação
sobre o usuário e transmite essa informação a uma entidade
externa, sem o conhecimento ou a autorização do usuário.

Teclado virtual falso


É um programa de computador mal intencionado que abre uma
tela de teclado virtual exatamente igual ao teclado virtual legítimo
do banco, por exemplo. Assim o usuário informa seus dados nele,
e estes são capturados.

Spam e Phishing
É o envio de mensagens não solicitadas a um grande número de
destinatários não conhecidos. O spam não é um ataque, mas o
conteúdo das mensagens que ele traz normalmente carrega links
que instalam vírus na máquina do usuário. O phishing é um tipo de
e-mail fraudulento que é enviado com o nome de uma instituição
conhecida, como, por exemplo, a Receita Federal ou o Banco do
Brasil. O e-mail procura induzir o acesso a páginas que simulam
formulários destas instituições e furtam informações pessoais do
usuário (WIKIPÉDIA, 2013).
[ Ter uma atitude segura significa Atitudes seguras
ter cuidado em não fornecer, sem O espaço livre que representa a Internet permite que você encontre
necessidade, informações pessoais. pessoas em todo mundo e converse com elas. Mas, você já parou
As consultas em sites que suscitam para pensar que você pode estar conversando com uma pessoa
alguma desconfiança devem ser mascarada? Como garantir que, em uma sala de chat, você está
evitadas, até que sua idoneidade
falando com uma mulher, de 33 anos, casada e brasileira? Nossas
seja confirmada. ]
atitudes definem o quão seguros nós estamos das pessoas de má-
fé que também utilizam a Internet.

Estar em rede pode significar ser monitorado. Muitos sites que você
utiliza monitoram tudo o que você faz quando está navegando nele.
Isso não é de todo ruim, mas como saber que essas informações
sobre os seus hábitos de acesso à Internet serão respeitadas e
utilizadas sem más intenções? A Internet é assim: um espaço
maravilhoso de conhecimento, de contato com o ser humano e
tudo o que ele já produziu e produz, mas nesse espaço existem
maus e bons sujeitos.

Os serviços de comunicação, principalmente o correio eletrônico,


facilitaram muito a comunicação entre as pessoas. Quando você
recebe um e-mail, confere sua data e horário de chegada e o
remetente da mensagem. Todas essas informações a respeito do
texto recebido imprimem em você uma sensação de segurança,
mas atenção! Todas estas informações podem ser manipuladas.
Mensagens mentirosas, como a notícia (falsa) de que uma menina
está morrendo e precisa que você deposite qualquer valor em
uma conta bancária (verdadeira), ou a publicação de leis que nos
favorecem, são comuns, e você já deve ter recebido.

Outro tipo ainda mais perigoso de mensagens maliciosas são


aquelas enviadas supostamente por uma entidade financeira.
Elas disponibilizam um link para você atualizar dados ou acessar
informações ditas importantes. Ao utilizar o link contido no e-mail,
você é levado a uma página de Internet idêntica à da instituição
financeira: uma página falsa, forjada para capturar seus dados
pessoais e senhas. Com uma imitação de página bem feita, você
não vai nem perceber que foi enganado.

Por isso, a regra é clara: não acredite em tudo que você recebe
por e-mail. Procure sempre outras fontes de informação para se
certificar da validade do assunto. E não acesse links em e-mails de
origem duvidosa. Observe que estes links nunca correspondem
ao verdadeiro endereço da instituição. O ditado popular “quando a
esmola é demais, o santo desconfia” pode ser aplicado neste caso.
Internet 31

Duvide sempre de mensagens que indicam uma vantagem para


você. Você não precisa deixar de usar e-mail ou de aproveitar
todas as coisas boas da Internet. Use o seu bom senso e, como no
mundo real, valide as informações que recebe. Os riscos que o mau
uso da Internet podem oferecer vão além do prejuízo financeiro ou
pessoal. A integridade física dos usuários da rede pode também
estar em risco.

Atualmente, milhões de usuários estão conectados à Internet


em todo o mundo, enviando e recebendo e-mails, navegando,
trocando mensagens, arquivos de textos, músicas, vídeos e
imagens. Crianças e adolescentes representam uma grande
parte destes usuários. Estimulados pela sua curiosidade natural,
a Internet representa para eles um universo de novos saberes e
possibilidades de comunicação. Este público, em especial, precisa
ser orientado, para que sua experiência na rede torne-se segura. O
problema não está na tecnologia, mas sim no uso que fazemos dela
(FONTES, 2006).
Algumas regras para
navegar com segurança
• Não divulgar dados pessoais, como nome, endereço,
telefone, fotografias, escola e endereço eletrônico (e-mail)
em locais públicos da Internet.

• Usar apelido sempre! Da mesma forma que não sabemos


quem está do outro lado, quem está do outro lado também
não precisa saber quem somos.

• Ler sempre as políticas de privacidade dos sites. Nesse


espaço, você encontrará formas de proteger suas
informações e só divulgá-las para amigos reais.

• Há muitas pessoas usando a Internet. Elas podem se


apresentar de verdade, como podem estar mentindo.
Nunca falar com estranhos também serve para o ambiente
virtual!

• Preserve sua privacidade sempre! Sua intimidade só diz


respeito a você. Lembre-se que tudo que falar ou divulgar
poderá ser exposto mundialmente na Internet ou usado
para chantageá-lo!

• Fique sempre atento e sem medo de dizer NÃO, mesmo


que seja para uma pessoa conhecida (NAVEGAR, 2006). Se
conhecida como Internet.

(GORDON; GORDON, 2006; CAPRON; JOHNSON, 2004).


TIC NA PRÁTICA PEDAGÓGICA UNIDADE 3

Michele Guizzo

O processo
de ensino e
aprendizagem
e a tecnologia
A proposta desta terceira unidade é que você reconstrua o caminho
do aluno no processo de ensino e aprendizagem, revendo algumas
teorias desse processo. Vamos também refletir sobre as mudanças que
a tecnologia tem realizado na sociedade, para que você possa construir
novas maneiras de ensinar.
O processo de
ensino e aprendizagem
e a tecnologia
Na educação é como se todos os problemas do ensino-
aprendizagem fossem resolvidos quando trabalhamos
com Datashow, com computadores ou alguma mídia mais
moderna. A tecnologia passa a ser o próprio fim da educação,
e não um meio para formarmos juntos sujeitos com mais
consciência crítica. Uma boa aula fica definida a partir
dos recursos tecnológicos disponíveis. Essa é uma visão
positivista da educação: as técnicas determinam o processo
de aprendizagem. É claro que não vamos dispensar a
Optar por tecnologia, que pode acrescentar muito ao processo: vídeos
mudanças consiste e sites educativos, por exemplo, são muito importantes, mas
não podem ser pensados como fossem facilitar o aprendizado
em fazer escolhas. sozinhos (TECNOLOGIA, 2011, p. 24).
Não precisamos
abandonar ideias
antigas que O que é aprender e ensinar?
deram certo, mas
O seu desafio como professor é fazer com que seus alunos
precisamos estar
aprendam. É importante falarmos um pouco sobre o que significa
abertos a esse processo, para então iniciarmos nossa discussão sobre novas
ideias novas. formas de aprender e ensinar.
O processo de ensino e aprendizagem e a tecnologia 35

Aprender
Segundo Bordenave e Pereira (2010), aprender compreende uma
série de processos pela qual nossos alunos passam, como:

a) Necessidade de resolver um problema: O ato de aprender se


inicia quando o aluno constata um problema e, por motivação
espontânea ou induzida, sente necessidade de resolver este
problema.

b) Consciência sobre o sucesso ou fracasso de sua ação: O


aluno que se dispõe a aprender está sempre avaliando o sucesso
ou fracasso de sua ação. Ele faz várias tentativas de solução
para o problema, e pode repeti-las até alcançar o sucesso. A
recompensa pode ser a constatação de que a aprendizagem foi
bem sucedida ou simplesmente um “Muito bem!” do professor.

c) Diferentes objetos de aprendizagem: O problema que o


aluno sente necessidade de resolver pode corresponder a
um processo que ele deseja conhecer, ou a uma ferramenta
que ele queira saber usar. Os problemas podem ainda ser de
natureza abstrata envolvendo teorias ou comparações que o
aluno precise fazer. Para cada tipo de objeto de aprendizagem
o aluno desenvolverá um processo mental diferente para tentar
resolvê-lo.

d) Aprendizagens anteriores: Toda aprendizagem se baseia em


aprendizagens anteriores. O aluno sempre traz para uma nova
experiência de aprendizagem tudo aquilo que ele já aprendeu.
O aluno nunca é um papel em branco a ser escrito, mas um livro
completo com algumas páginas a serem acabadas.

e) Sentimento: Quando aprende, o aluno não desenvolve apenas


mudanças cognitivas, absorvendo saberes. O processo
de aprender envolve muitas outras emoções desse aluno:
sentimentos de curiosidade, tensão, ansiedade, angústia,
entusiasmo, frustração, alegria, emoção, estática, impaciência, “A aprendizagem é um processo
obstinação e várias outras emoções. integrado no qual toda a pessoa
(intelecto, afetividade, sistema
muscular) se mobiliza de maneira
Você pode concluir, então, que o processo de aprender é algo que orgânica... Não se trata, pois,
envolve a construção de vários outros saberes além da solução de um aumento quantitativo de
de um problema. Quando aprende, o aluno passa a conhecer a conhecimentos, mas de uma
resposta para um problema, mas também melhora sua operação transformação estrutural da
manual ou motora, aprende a ter confiança na sua capacidade de inteligência da pessoa.”
aprender e a controlar suas próprias emoções. (BORDENAVE; PEREIRA, 2010, p. 25)
Dois movimentos simultâneos,
mas de sentido contrário
Para Jean Piaget, dois movimentos simultâneos, mas de
sentido contrário, dão vida ao processo de aprendizagem: a
assimilação e a acomodação. Pela assimilação, o organismo
explora o ambiente. Para isso, a mente tem “esquemas de
assimilação”, uma base de conceitos e ações que já foram
aprendidos e que serão utilizados para desenvolver novos
conhecimentos. Quanto maior os estímulos do ambiente
para com este organismo, mais “esquemas de assimilação”
são construídos em sua mente, aumentando assim sua
capacidade de adaptar-se ao seu meio ambiente e aprender
Jean Piaget sobre ele.

(1896 - 1980) Pela acomodação, o organismo transforma sua própria


estrutura para adequar-se à natureza dos objetos que
serão aprendidos. Você já acomodou conceitos impostos
pela realidade, como a formação do sistema solar e o
espaço ocupado pelo planeta Terra nesse sistema. Piaget
demonstrou, com vários testes, que o funcionamento
da inteligência está condicionado pelas etapas de
desenvolvimento da própria base neurônica do cérebro,
assim como pelas experiências que a pessoa vai tendo com
seu meio ambiente.
Psicólogo e filósofo suíço,
é considerado um dos mais
importantes pensadores do
século XX. Defendeu uma
abordagem interdisciplinar
para a investigação
epistemológica e fundou Jean Piaget foi um biólogo e filósofo suíço que atribuiu ao
a Epistemologia Genética, fenômeno biológico da inteligência a maneira do pensamento
se manifestar. Para Piaget, a inteligência mantém-se num
teoria do conhecimento
processo contínuo de construção, ela não é fixa ou acabada.
com base no estudo da Conforme o organismo interage com o meio ambiente, para
gênese psicológica do manter-se e adaptar-se a ele, a inteligência é construída.
pensamento humano. Seus Nesse contexto, a aprendizagem aparece como um conjunto
estudos influenciaram de mecanismos que o organismo movimenta para promover
diretamente a Psicologia esta adaptação ao meio ambiente (BORDENAVE; PEREIRA,
e a Pedagogia. 2010).
O processo de ensino e aprendizagem e a tecnologia 37

Para Burrhus Frederic Skinner, a aprendizagem é a consequência


dos estímulos ambientais. O cientista parte da premissa fundamental
de que toda ação que produza satisfação tenderá a ser repetida e
aprendida. Ele provou que se pode conseguir que um animal ou
pessoa aprenda qualquer resposta operante se esta resposta for
reforçada ou recompensada de forma adequada. A partir de seu
método podemos citar alguns passos importantes na constituição
do processo de aprendizagem (BORDENAVE; PEREIRA, 2010):

a) Especifique claramente qual é o comportamento final que se


deseja implantar.

b) Identifique a sequência de movimentos que o aprendiz deve


executar para chegar gradualmente ao comportamento final
desejado.

c) Coloque o organismo em atividade por meio da privação de


necessidades básicas.

d) Condicione o aprendiz a responder a um estímulo substituto.

e) Aplique o reforço toda vez que o aprendiz executa movimentos


no sentido do comportamento desejado e somente neste caso.

f) Quando o objetivo final for cumprido, recompense o aprendiz


em momentos alternados e não sempre.

Por fim, Robert Gagné criou classificações para os tipos de


aprendizagem que, por sua vez, exigem estratégias de ensino
específicas a cada tipo (BORDENAVE; PEREIRA, 2010). Veja:

Aprendizagem de signos: “Signo” é qualquer coisa que substitui ou


indica outra coisa graças a algum tipo de associação que fazemos
entre elas. Assim, quando vemos o céu escuro ou ouvimos trovões
pensamos em chuva. Esses são signos naturais, mas signos e suas
associações podem ser criados.

Aprendizagem estímulo-resposta: Respostas precisas e objetivas.


Esse tipo de aprendizagem é chamado de “condicionamento
operante”. Nesse caso, não existem relações entre signos como a
classificação anterior. Caso a instrução ao aprendiz seja levantar o
braço, a reposta será o movimento preciso dos músculos e ossos
para realizar essa ação.

Aprendizagem em cadeia: Para a solução de um problema, muitas


vezes é preciso vencer pequenas etapas, uma de cada vez. Cada
etapa constitui um todo que é aprendido na globalidade, como
quando você faz um bolo, passo a passo, seguindo uma receita.
Aprendizagem de associações verbais: Este tipo de aprendizagem
acontece quando é possível aprender através de associações de
palavras. É como olhar para a expressão “2 olho” e constatar que o
ser humano tem dois olhos.

Aprendizagem de discriminações múltiplas: Reconhecer as


várias características de um objeto e perceber a sua diferença
entre outro objeto representam esta classificação, como quando
você aprende o nome de seus alunos, assimilando seu nome e
separando cada aluno por suas características. Ex.: “O ruivo com
pintinhas é o André”.

Aprendizagem de conceitos: Disse Gagné: “Aprender um


conceito significa aprender a responder a estímulos em termos
de propriedades abstratas (cor, forma, posição, número), como
opostas a propriedades físicas concretas (comprimento de onda
ou intensidades específicas)”.

Aprendizagem de princípios: Quando o aluno consegue relacionar


conceitos aprendidos, entende o que é um princípio. Nessa
classificação, aprender um princípio significa conhecer conceitos
envolvidos e não apenas “decorar uma sequência verbal”.

Aprendizagem de resolução de problemas: Resolver um


problema, encontrar sua solução, pode significar elaborar um novo
princípio combinando princípios já aprendidos. Quando o aluno
aprende a resolver um problema e, para isso, cria um novo princípio,
aprendeu a pensar.

[ Considerando as teorias Características como sequência lógica no processo de


apresentadas, você pode observar aprendizagem, foco na solução do problema, visão do todo e
que todas elas tratam o aluno capacidade de raciocínio favorecem o emprego do diálogo e a
como agente propulsor aplicação de dinâmicas em grupo na teoria piagetiana. A posição
de sua aprendizagem.
skinneriana tende ao individualismo, com a aprendizagem construída
Piaget propõe que a motivação para
em pequenos passos, e a ênfase dada a um comportamento como
a aprendizagem vem do desejo do
aluno de solucionar um problema. objetivo.
Skinner entende que o processo
Bordenave e Pereira (2010) concluem de maneira fantástica a
acontece motivado por uma
análise dessas teorias: o professor precisa prestar atenção às
“recompensa” ou “reforço”.
Completando estas duas teorias, diferenças individuais entre os alunos e acompanhar de maneira
Gagné identifica tipos diferentes individualizada sua aprendizagem. O aluno não tem culpa de ter
de aprendizagem de maneira que crescido em um ambiente sem estímulos, um ambiente que não
você precise trabalhar estratégias proporcionou desenvolvimento as suas potencialidades. Você
diferentes para cada precisa agora recuperar o tempo perdido e prestar muita atenção
assunto aplicado. ] nesse aluno.
O processo de ensino e aprendizagem e a tecnologia 39

Ensinar
Aprender é uma atividade que acontece no aluno. Como professor,
você não pode obrigar seu aluno a aprender, mas pode encontrar
a melhor maneira de ensinar para que ele possa aprender mais e
melhor.

Bordenave e Pereira (2010, p. 41) apresentam alguns fatores que


afetam o processo de ensino.

Fatores que afetam o processo de ensino

ALUNO ASSUNTO PROFESSOR


• Motivações • Atitude com a • Ordem de
disciplina apresentação
• Conhecimentos
prévios • Estrutura: • Situação
estimuladora
componentes e
• Relação com o ambiental
relações
professor • Comunicação
• Tipos de verbal de
• Atitude com a
aprendizagem instruções
disciplina
requeridos • Informação ao
• Ordem de aluno sobre seus
progressos
apresentação
• Relação com o
aluno
• Atitude com a
matéria ensinada

Fonte: Bordenave e Pereira (2010, p. 41)

O processo de ensino consiste em trabalhar esses fatores, de


maneira mais ou menos planejada e sistemática para então controlar
e orientar a aprendizagem dos alunos. Além de respeitar o processo
natural de aprendizagem, podemos realizar ações simples para
ensinar ou nos apropriar de técnicas mais apuradas para promover
esse processo. Para um modelo básico do processo de ensino,
considere que:

1. O processo precisa ser iniciado considerando os conhecimentos


que o aluno já apresenta sobre aquele assunto, e ainda
considerando qual a sua posição ou atitude sobre aquele
assunto.

2. É preciso estabelecer objetivos claros de ensino. Estes


objetivos podem ser cognitivos, afetivos ou motores. O aluno,
ao final do processo, pode ter aprimorado suas habilidades
intelectuais, ter desenvolvido uma atitude, construído um valor,
ou ainda adquirido uma habilidade motora. Tendo estabelecido
um objetivo para o processo em questão, você poderá avaliar
claramente, ao final desse processo, o que o aluno efetivamente
aprendeu.

3. Para que ocorram no aluno as modificações desejadas, ele


deve viver experiências estimuladoras, por meio de atividades
de ensino e aprendizagem. A principal tarefa do professor é
planejar e compor recursos e meios para desenvolver essas
atividades de ensino e aprendizagem com o aluno. O professor
vai propor tarefas de crescente complexidade e amplitude
respeitando o progresso do aluno.

4. Por fim, através de instrumentos formais ou informais, o professor


avalia as atividades desenvolvidas pelo aluno. Caso necessário,
propõe atividades corretivas. A aplicação de instrumentos
de avaliação deve ser constante, assim o professor orienta e
controla a aprendizagem.

Nós já falamos sobre as contribuições de Skinner no processo


de aprendizagem. No ensino, a teoria de Skinner continua dando
ênfase ao conceito de “reforço das respostas”. O aluno recebe
uma satisfação ou recompensa quando aprende. O processo de
ensino e aprendizagem pode ser dividido nas seguintes etapas
(BORDENAVE; PEREIRA, 2010):

• 1ª Etapa – O aluno percebe: organização da situação


estimuladora
O aluno deve perceber os estímulos apresentados pelo
ambiente e, muito mais que isso, compreender seus
significados e relacioná-los. O professor precisa conhecer
muito bem o assunto que será ensinado e também a
melhor sequência de apresentação para criar esse arranjo
espacial e temporal.

• 2ª Etapa – O aluno reage: importância da resposta


adequada à situação estimuladora
O aluno reage aos estímulos empregados no processo. É
preciso estar claro para ele quais as respostas esperadas.
Dessa forma, o professor pode orientar e controlar o
processo de aprendizagem.
• 3ª Etapa – Realimentação + reforço: o aprendiz
confirma a correção de sua resposta
Quando o aluno percebe que os objetivos do ensino estão
sendo alcançados, ele se sente motivado para continuar.

• 4ª Etapa – O aluno memoriza: retenção versus


esquecimento
O professor precisa prever momentos de recapitulação
no processo de ensino. Assim o que foi armazenado na
memória em curto prazo, poderá ser armazenado de forma
duradoura.

• 5ª Etapa – O aluno aplica: transferência do aprendizado


e criatividade
O aluno deve aplicar o que foi aprendido em diversas
situações e não somente na situação que lhe foi
apresentada no processo de ensino. Assim, ele aprende a
tomar decisões e desenvolve sua criatividade.

As contribuições de James H. Mosel a esse assunto tratam da


organização da matéria no processo de ensino. Uma das regras
para esta organização, que se destaca, é a ideia dos núcleos e
transformações.

Primeiro, o professor precisa ter claro aquilo que vai ensinar.


Assim, ele poderá determinar qual o núcleo, e, partindo desse
núcleo, o aluno poderá transformar aquilo que foi aprendido em
novas aprendizagens. Esse processo pode ser comparado ao que
acontece com uma criança, que aprende a sintaxe da língua materna
inicialmente pela imitação de seus pais e memorização. Entretanto,
a criança descobre regularidades nas frases que memoriza e que
permitem que ela crie novas frases nunca ouvidas, mas de algum
modo implícitas naquelas que ela já utilizou.

A ideia de identificar o núcleo e suas transformações está baseada


ainda no princípio de decomposição do assunto ou tarefa em seus
componentes. Uma tarefa ou assunto pode ser decomposta em
várias partes, requerendo ações de ensino diferentes. A próxima
etapa é então determinar a ordem ou sequência ótima, para que
esses vários assuntos, frutos da decomposição de um todo, sejam
ensinados.

O aluno precisa ainda memorizar o que foi ensinado. O professor


precisa reconhecer e ensinar ao aluno formas de inter-relação
“Se nossa sociedade vai enfrentar o existentes entre os itens, tornando possível a reconstrução daquilo
desafio das vertiginosas mudanças que foi ensinado. Envolver e motivar o aluno podem também
em ciência, tecnologia, comunicação garantir equilíbrio entre ensino e aprendizagem. O aluno precisa se
e relações sociais – disse Rogers
sentir parte do processo.
– não podemos repousar nas
respostas fornecidas no passado,
Por fim, o professor deve fazer o aluno conhecer seus resultados, com
mas devemos depositar nossa
confiança nos processos pelos quais preferência aos resultados positivos. Fornecer a “realimentação”,
os novos problemas são enfrentados.” através de respostas objetivas e diretas sobre o seu desempenho,
(BORDENAVE; PEREIRA, 2010, p. 48) conferem ao processo motivação, recompensa e orientação. É
importante estar atento para o fato de que a resposta fornecida pela
“realimentação” diz respeito ao aluno-aprendiz, e não a pessoa do
aluno.

Carl Rogers contribui com nossa reflexão lançando um desafio que


vai além das teorias apresentadas até aqui. Para ele, o ambiente
atual é de mudança, logo a função da educação não deveria ser
ensinar, mas facilitar a mudança e a aprendizagem.

A seguir são listados alguns métodos que, segundo Rogers,


contribuem para uma atmosfera de liberdade, facilitando a
aprendizagem.

1. Apresentar ao aluno um problema real de interesse dele.

2. Utilizar todo tipo de recurso, de modo que propicie experiências


relevantes à aprendizagem.

3. Em conjunto com o aluno, estabelecer objetivos e planos de


O foco é a facilitação da
modo que estes sejam alcançados no processo.
aprendizagem. É preciso identificar
como, por que e quando os alunos 4. Trabalhar com os alunos formando grupos. O aluno escolhe
vivem e sentem essa aprendizagem
como quer trabalhar, isto é, individualmente ou em grupo.
e quais as consequências do
processo de aprendizagem 5. Organizar grupos de pesquisa sob a orientação do professor.
sobre a vida do aluno.
Essa mudança de foco depende 6. Empregar experiências que envolvam a simulação para a prática
do tipo de atitude empregada na da tomada de decisão.
relação interpessoal estabelecida
entre facilitador e aprendiz. O 7. Instrução programada. Utilizar-se de programas para aquisição
facilitador deve ser e viver os seus de informações.
pensamentos, apreciar e respeitar
o aluno. O facilitador deve escutar 8. Formar grupos de encontro.
o aluno com empatia, colocando-
se no lugar dele e, principalmente, 9. Autoavaliação. Através dela, professor e aluno chegam num
confiar no potencial do estudante, acordo sobre qual a melhor maneira de avaliar o aluno. Esta
proporcionando-lhe crescer em um avaliação fica por conta do aluno com o objetivo de desenvolver
ambiente de liberdade e apoio. sua responsabilidade pessoal.
O processo de ensino e aprendizagem e a tecnologia 43

Educação e Tecnologia de
Informação e Comunicação (TIC)
Um modelo escolar baseado na cultura industrial tem a função
de transmitir o conhecimento acumulado e desenvolvido pela
humanidade. Como numa linha de produção, as áreas de
conhecimento estão organizadas em disciplinas e conteúdos. O
professor seleciona, organiza e transmite esse conhecimento para
uma fileira de alunos, que recebem de forma passiva o que lhes é
ensinado, em um ambiente fora da realidade de nossos alunos, que
nasceram mergulhados no ambiente digital, cheio de possibilidades
e em constante movimento (MORAIS; FAGUNDES, 2011).

Qualquer que seja o modelo pedagógico utilizado, a TIC contribui


para o aumento das oportunidades do aluno de estar em contato
com o conhecimento. Isso em qualquer hora ou local e a qualquer
tempo, dentro ou fora de sua trajetória escolar. A TIC cria redes de “A Tecnologia de Informação e
aprendizagem, envolvendo alunos e professores e potencializando Comunicação (TIC) combina várias
seu crescimento pessoal e profissional. Ela cria novos canais de linguagens já conhecidas pelo homem,
linguagem escrita, linguagem oral,
comunicação entre a escola, o aluno e a família e auxilia na gestão
linguagem visual e audiovisual, criando
do sistema educacional (BASTOS, 2010). assim uma nova forma de entender
e aprender o mundo. Para isso, nós
O papel fundamental da escola, do professor e do aluno podem somos forçados a desenvolver novas
estar intactos, mas suas competências precisam ser modificadas estratégias cognitivas.”
frente esta nova realidade. (JACINSKI; FARACO, 2002).
[ Essa nova sociedade que A Tecnologia de Informação e
mapeamos, chamada de sociedade
do conhecimento, precisa de Comunicação e a escola
profissionais cada vez mais
qualificados. Mas, o que As transformações decorrentes do desenvolvimento tecnológico
significa essa qualificação? provocam alterações nos modos de viver, na interação social,
Significa que esses profissionais no trabalho, enfim, em todos os aspectos da vida humana. Com
precisam estar preparados para o advento da Revolução Tecnológica, encontramos uma nova
assumir responsabilidades, tomar sociedade.
decisões e resolver problemas que
ainda não foram pensados. Esse • VERDADE – Não existem mais verdades absolutas, tudo
tipo de educação requer um nível muda, o tempo todo.
de consciência para lidar com
problemas complexos que não • PASSADO – Os problemas também são novos e
podem ser resolvidos de forma imprevisíveis. As soluções precisam ser rápidas, e receitas
parcial. A capacidade de aprender do passado não funcionam mais.
a aprender precisa fazer parte do
trabalho pedagógico pelo qual • COMPETITIVIDADE – Vence o melhor, o mais ágil, o mais
o sujeito possa desenvolver a preparado. A competitividade é uma marca dessa nova
capacidade de ter novas sociedade.
ideias e soluções. ]
• SABER FAZER – Não basta saber, é preciso saber fazer e
aplicar o conhecimento em coisas úteis. Não há tempo a
perder!

• INFORMAÇÃO – A informação está em toda parte, e a


escola não é mais o único local onde se aprende.

• EQUIPE – O trabalho em equipe fortalece a todos, e nós


precisamos aprender a trabalhar em equipe e ensinar
nossos alunos a fazê-lo.

• ESCOLA – Educar é um trabalho cada vez mais complexo.


Toda a sociedade é responsável. É impossível imaginar a
escola trabalhando sozinha.

A escola precisa rever seu papel social e preparar-se para


atender a duas necessidades fundamentais do aluno. Ela deve
responder às exigências econômicas e sociais, impostas por um
mercado globalizado, sem que perca seu comprometimento com a
reconstrução da cultura nacional e local e participe efetivamente da
sociedade onde está inserido.
O processo de ensino e aprendizagem e a tecnologia 45

As funções da nova escola


Esta nova escola, concebida para corresponder às necessidades
de uma nova sociedade, tem as seguintes funções apontadas por
Vieira, Almeida e Alonso (2003):

• Formar cidadãos ativos, participantes e conscientes do seu


papel social;

• Formar um ser humanizado, capaz de conviver com a


diversidade;

• Desenvolver no aluno habilidades cognitivas, para que ele seja


capaz de pesquisar, escolher, selecionar informações, criar,
desenvolver ideias próprias, participar, etc.;

• Oferecer ambientes de aprendizagem e vivência ao aluno;

• Preparar o aluno para o mercado de trabalho, de forma que ele


desenvolva habilidades e capacidades amplas e versáteis.

A tecnologia de comunicação e informação contribui, seja na


formação do aluno para o mercado de trabalho, seja na sua
formação como cidadão. Os novos desafios da escola para com
a sociedade podem encontrar na TIC uma importante aliada. Um
sistema de ensino desmotivador e desligado da realidade dos
alunos coloca-nos frente a frente à necessidade de rever nossos
paradigmas educacionais. (JACINSKI; FARACO, 2002) (BASTOS,
2010).

E como tem sido a tentativa de integração entre a TIC e a escola?


Um exemplo de utilização pode ser citado quando o computador
é empregado para a transmissão de algum conhecimento e sua
prática repetitiva, por meio de softwares e exercícios pré-instalados
-uma utilização limitada e óbvia do computador, que responde
aos objetivos da escola no que diz respeito à transmissão de
conhecimento e fixação.
Podemos citar também como uma tentativa de integração entre TIC
e a escola a inclusão de disciplinas de informática no currículo, em
que o aluno aprende sobre sistemas de informação, funcionamento
do computador e princípios de lógica de programação. Neste
exemplo, transformamos a tentativa de integração em uma lista de
conteúdos a ser acrescida ao currículo escolar. A TIC pode também
ser utilizada na escola como uma ferramenta de trabalho de
professores e alunos, para a execução das mais variadas tarefas,
de maneira criativa, incorporada em projetos e priorizando o papel
do aluno e do professor no processo de ensino e aprendizagem.
Esta última pode ser a tentativa mais interessante de promover
a integração das tecnologias da informação e comunicação e a
escola.

Contudo, criar uma identificação cultural com as tecnologias de


informação dentro de nossas escolas tem um significado muito
maior do que o simples domínio de uma técnica. Elas precisam
ser utilizadas com desembaraço, naturalidade e espírito crítico
para então serem incorporadas, criando assim possibilidades de
integração, construção de conhecimento, expressão criativa e
reflexão crítica (PONTE, 2000).

A Tecnologia da Informação e
Comunicação e o professor
[ Somente no final da década As tentativas de se articular educação e tecnologia têm sido descritas
de 1990, a tecnologia na escola no cenário acadêmico há mais de três décadas. A primeira leitura
recebeu um olhar mais significativo que se faz das tecnologias no contexto pedagógico, datada na
no Brasil. Consequentemente,
década de 1970, criou o mito de que o professor seria substituído
as tecnologias presentes na
pelo computador, mito que ainda se mantém na imaginação de
sociedade passaram fazer parte
da escola. Estas tecnologias alguns professores.
puderam ser compreendidas como
Santos e Alves (2006) chamam de “saber prévio” um possível
elementos que podem mediar a
obstáculo para a aceitação da tecnologia. Os conhecimentos
prática pedagógica, ampliando e
transformando as suas funções anteriores, a frase “eu aprendi desse jeito”, ameaçam a instalação
cognitivas. No entanto, existe ainda de novos conceitos -um comportamento de acomodação diante
uma grande dificuldade para que de mudanças que serão necessárias, preferindo-se manter antigas
haja um discurso teórico que faça receitas. Professores e alunos permanecem estagnados, mantendo
reflexões sobre tecnologia crenças e conceitos sobre a tecnologia sem questionar estes
e práticas pedagógicas. ] conhecimentos.
O processo de ensino e aprendizagem e a tecnologia 47

Assim, retomamos o texto anterior, quando discutimos que a escola “Se pensarmos a tecnologia da
precisa formar cabeças dispostas a mudanças e novas ideias. informação e comunicação como
Os professores também precisam romper com ideias antigas e linguagem e não ferramenta, como
obstáculos que existem entre eles e as tecnologias, assim como sugere muitos autores, vamos
promover questionamentos que desequilibrem conhecimentos perceber o desafio que temos
construídos e consolidados (SANTOS; ALVES, 2006). pela frente. Nossa sala de aula
aprende de um modo diferente, e
Perrenoud (2000), em seu livro 10 Novas Competências para isso exige de você professor uma
Ensinar tem sido referência para identificar quem é o novo ator no nova forma de ensinar. O professor
papel de educador. Algumas competências são novas ou recebem torna-se mediador e contribui de
uma crescente importância frente às transformações que vimos até
forma cooperativa no crescimento
intelectual e emocional do aluno.”
aqui. O autor divide as competências em dez grandes famílias.
(JACINSKI; FARACO, 2002)
1. Organizar e estimular situações de aprendizagem.

2. Gerar a progressão das aprendizagens.

3. Conceber e fazer com que os dispositivos de diferenciação


evoluam.

4. Envolver os alunos em suas aprendizagens e no trabalho.

5. Trabalhar em equipe.

6. Participar da gestão da escola.

7. Informar e envolver os pais.

8. Utilizar as novas tecnologias.

9. Enfrentar os deveres e os dilemas éticos da profissão.

10. Gerar sua própria formação contínua.

O professor passa a trabalhar em rede, integrando e coordenando


uma equipe multidisciplinar num currículo multireferencial. Os
estudantes tornam-se coautores nesse processo.

O professor é aquele que:

• Disponibiliza possibilidades de múltiplas experimentações,


de múltiplas expressões;

• Disponibiliza uma montagem de conexões em rede que


permite múltiplas ocorrências;

• Formula problemas;
• Provoca situações;

• Arquiteta percursos;

• Mobiliza a experiência do conhecimento;

• Constrói uma rede e não uma rota;

• Cria possibilidade de envolvimento;

• Oferece ocasião de engendramentos, de agenciamentos,


de significações;

• Estimula a intervenção dos alunos como coautores da


construção do conhecimento e da comunicação. (SANTOS,
2002)

Quando falamos destas novas competências, precisamos lembrar


que o professor precisa ser capacitado para executá-las, e ainda
que sua prática depende do apoio e da infraestrutura que este
professor recebe da escola (BASTOS, 2010).

A Tecnologia de Informação e
Comunicação e o aluno
O termo Geração Internet foi utilizado de maneira muito apropriada
por Tapscott (2010) para denominar uma geração que nasceu
“imersa em bits”. A Geração Internet foi moldada pela invenção
da Internet e a popularização do computador. Para as crianças,
assimilar a tecnologia foi muito mais fácil que para nós, adultos. A
tecnologia, como qualquer outra coisa, faz parte do ambiente da
criança. Precisamos nos adaptar a ela, um tipo diferente e mais
difícil de aprendizado, que nos exige flexibilidade para assimilar
outras maneiras de se comunicar, de se informar e até de se divertir.
Até então sabíamos usar o controle remoto, pedais, fotocopiadoras,
janelas, corretores líquidos e portas. Esses objetos representam
para nós anos de significado e associações. A Geração Internet já
começou olhando para a tecnologia de cabeça limpa, portanto, a
absorção foi mais fácil.

As influências sofridas pela nossa geração com a televisão e as


influências da Internet na nova geração possuem características
diferentes. Enquanto a televisão apresentava programas segundo
valores que refletiam o pensamento de seus proprietários, na
O processo de ensino e aprendizagem e a tecnologia 49

Internet, os jovens e crianças têm de procurar a informação e [ Compare a relação da criança


assumem o controle. Quais os sites confiáveis? O que é verdade ou com o computador com a sua
mentira na Internet? Isso desenvolve em nossos jovens e crianças relação com a televisão anos atrás.
da Geração Internet capacidade de raciocínio e habilidades Você ficava encantado com aquilo
investigativas (TAPSCOTT, 2010). que a televisão lhe proporcionava,
horas e horas a fio, assistindo
aos programas. Você nunca se
perguntou como áudio e vídeo
Para entender melhor esta geração, Tapscott cita oito normas da se combinavam e chegavam
Geração Internet, características que expressam sua maneira de até sua casa através de um tubo
pensar e agir. Elas nos ajudarão a entender melhor esses jovens e de imagem. Você simplesmente
crianças e qual a sua relação com o futuro. assistia e aproveitava ao máximo
tudo aquilo que a televisão podia
Norma 1: Eles querem liberdade em tudo que fazem. lhe proporcionar. A Geração Internet
A geração da liberdade, liberdade em tudo que fazem, liberdade de é igual a você, se compararmos a
escolha e expressão. Nós adoramos liberdade, mas essa geração relação dela com a tecnologia. À
respira liberdade. Enquanto a variedade de escolha nos confunde medida que a tecnologia evolui, os
e assusta, para a Geração Internet, ela é fundamental. Eles usam a jovens simplesmente a absorvem,
sem se perguntarem: “Como tudo
tecnologia para descartar o que não é necessário e escolher o que
isso foi possível?”. ]
lhes atende. A Geração Internet não tem medo de escolher onde
quer trabalhar ou de mudar se necessário. Ela deseja encontrar seu
próprio caminho.

Norma 2: Eles adoram customizar, personalizar.


Você comprava um CD de música na loja e ouvia a mesma lista,
escolhida pelo artista, várias vezes. A Geração Internet monta sua
própria seleção e a ouve pelo celular ou MP3. Ela personaliza o
toque do celular, cria uma página de Facebook que tem a sua cara
na Internet e escolhe o seu próprio nome (apelido) para falar com
os amigos. É uma geração que cria, com o respaldo da tecnologia,
seu próprio conteúdo. Para eles tudo pode ser mudado a sua volta.

Norma 3: Eles são os novos investigadores.


Qual a sua opinião sobre um determinado produto? Você gostou
dele? Informações sobre empresas, produtos e serviços estão
disponíveis de uma forma tão transparente na Internet que esta
nova geração não dispensa investigá-los antes de tomar alguma
decisão.

Norma 4: Eles procuram integridade e abertura ao decidir o que


comprar e onde trabalhar.
A tecnologia eliminou barreiras entre o jovem e o mercado de
trabalho. Ele pode conhecer através das redes de relacionamento e
da Internet quais os valores daquela empresa ou instituição e quais
empresas estão alinhadas aos seus próprios valores.
Norma 5: A Geração Internet quer entretenimento e diversão no
trabalho, na educação e na vida social.
Esta geração cresceu vivendo experiências interativas. Ela tem
uma mentalidade divertida e sabe que é possível atingir um mesmo
objetivo de várias maneiras.

Norma 6: Eles são a geração da colaboração e do relacionamento.


A tecnologia na vida destes jovens favoreceu a colaboração e o
relacionamento -Facebook, mensagens eletrônicas, jogos on-line
com vários jogadores e compras coletivas. Os jovens colaboram
por diversão ou pelo trabalho. Eles se influenciam mutuamente,
criando redes de influência.

Norma 7: A Geração Internet precisa de velocidade.


A Internet e seus serviços tornaram a comunicação rápida
para a Geração Internet. Essa é a nova norma para estabelecer
relacionamentos com esta geração, perguntas rápidas e respostas
rápidas. O fluxo de informação também é rápido, esta geração é
alimentada de informação de forma instantânea.

Norma 8: Eles são inovadores.


Eles buscam o novo não porque o velho saiu de moda, mas porque
enxergam no novo uma oportunidade de encontrar novas formas
para colaborar, se divertir, aprender e trabalhar.
TIC NA PRÁTICA PEDAGÓGICA UNIDADE 4

Michele Guizzo

Tecnologia de
Informação e
Comunicação (TIC)
Ao estudar a quarta e última unidade deste livro, você será capaz de
utilizar ferramentas baseadas na web para a construção de suas aulas. A
unidade 4 apresenta recursos disponíveis, gratuitamente ou não, através da
internet que podem ser utilizados no processo de ensino-aprendizagem.
Os recursos apresentados são classificados como bases de dados e
informações, comunicação e interação e construção de conteúdo.
Tecnologia de Informação e
Comunicação (TIC)
A Tecnologia de Informação e Comunicação (TIC) começou
a ser utilizada na educação com o objetivo de informatizar
atividades administrativas. Mais tarde, a TIC passou a fazer
parte do processo de ensino e aprendizagem em projetos
extraclasse, desenvolvidos sob a orientação de professores
e facilitados pela utilização de laboratórios de informática.
Essas atividades levaram os educadores a compreender
que o uso da tecnologia da informação e comunicação nas
escolas contribuiria com o acesso a informações, e mudaria a
relação do aluno com o professor. O conhecimento passaria a
ultrapassar os limites dos materiais instrucionais tradicionais,
e a tecnologia de informação e comunicação contribuiria na
construção de comunidades colaborativas e na redução de
distâncias (VIEIRA; ALMEIDA; ALONSO, 2003).
Tecnologia de Informação e Comunicação (TIC) 53

Bases de dados e informações “A tecnologia pode significar não um


‘meio de ampliação da exploração do
trabalho, de mutilação de direitos, de
A internet possui muitos recursos para armazenagem de vidas e do meio ambiente, mas (...)
arquivos e conteúdo, que podem ser utilizados no processo de se constituir efetivamente em extensão
ensino e aprendizagem. Muitos desses recursos são gratuitos de sentidos e membros humanos para
ou parcialmente gratuitos. A seguir, são apresentadas dilatar o tempo livre; vale dizer, tempo
algumas práticas que podem fazer parte do planejamento de para desenvolvimento das qualidades
suas aulas (CARVALHO; IVANOFF, 2010). propriamente humanas para todos os
humanos. ’” (TECNOLOGIA, 2011, p.
24)

Bases de e-mails
BASES DE EMAIL
Existem programas que você utiliza para armazenar as
mensagens eletrônicas (e-mails) no seu computador. Todavia, [ ATIVIDADE ]
existem recursos virtuais,chamados de bases de e-mails, Você conhece outros endereços que
que armazenam mensagens eletrônicas em um computador oferecem este serviço?
servidor remoto. Esse serviço pode ser gratuito. Podemos
citar como exemplo de bases gratuitas e muito populares:
Gmail, Hotmail, Yahoo! Mail.

Esses recursos de bases de e-mail possuem um limite variado


de capacidade para o armazenamento de mensagens. Todos,
entretanto, fornecem recursos para criação e gerenciamento
de pastas, listas de contatos e serviços, como troca de
mensagens instantâneas entre usuários conectados.

Bases de busca na internet


BASES DE BUSCA
Estas bases são servidores utilizados para buscar informações [ ATIVIDADE ]
na internet. O Altavista é o mais antigo, de 1995. Desde então,
Você conhece outros endereços que
vários outros servidores apareceram: Yahoo!, MSN, Google. oferecem este serviço?
Para utilizar essas bases de busca na internet são criados
softwares chamados robôs inteligentes. Estes robôs fazem
a busca pelas páginas mais acessadas da internet, sobre
o assunto que você deseja pesquisar. Eles criam um índice
de todo material da internet e mostram para você, por uma
ordem estabelecida por eles, todo material relacionado a sua
pesquisa.

O Google, que é o servidor de pesquisa mais utilizado


atualmente, criou o Google Acadêmico. Essa base possui um
índice específico de material acadêmico com artigos e bases
científicas, mecanismo que pode ser bastante interessante.

Alguns exemplos de sites de busca na internet são: Google ,


Yahoo! Brasil, Bing.
SERVIDORES DE IMAGEM
Bases de imagens e mapas
[ ATIVIDADE ]
Você conhece outros endereços que “Uma imagem vale mais que mil palavras”. A utilização de
oferecem este serviço? imagens na preparação de conteúdo está cada vez mais
simples e valorizada, e é muito fácil encontrar imagens e
mapas na Internet que podem ser utilizados gratuitamente ou
referenciados. No entanto, é importante preocupar-se com os
direitos de autoria dessas imagens. Mas você imagens. Você
também pode usar servidores de imagens gratuitos.

Veja alguns exemplos: Stock.xchng, MorgueFile, Openphoto,


Photo Rack, Unprofound, Freerange Stock.

Além de servidores de imagens gratuitas, você pode usar


ferramentas para editar, organizar e compartilhar fotos. Para
a utilização de mapas, um recurso disponível e muito utilizado
na IInternet é o Google Maps. Ele permite localizar mapas,
desenhar e armazenar rotas.

REPOSITÓRIO DE VÍDEOS
Bases de vídeos
[ ATIVIDADE ]
Você conhece outros endereços que No item anterior, conhecemos recursos de imagens e mapas
oferecem este serviço? que podem auxiliar nosso processo de ensino e aprendizagem.
Os vídeos também são ferramentas facilitadoras deste
processo, que contextualizam situações e são capazes de
ilustrar de forma atraente aos alunos o conteúdo. Assim, sua
contribuição pode acelerar o processo de ensinar e aprender.
O YouTube é um repositório gratuito de vídeos, em que
o usuário pode buscar vídeos por assunto e por temas, ou
publicar seus próprios vídeos.

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Tecnologia de Informação e Comunicação (TIC) 55

Recursos para armazenamento de arquivos ARMAZENAMENTO


[ ATIVIDADE ]
na internet Você conhece outros endereços que
oferecem este serviço?
Não é recomendado enviar arquivos por e-mail. Você pode
comprometer a sua rede, o destinatário em questão pode ter
um espaço limitado na sua caixa postal, ou ainda o servidor
de destino pode ter restrições para alguns tipos de arquivos.
Você pode compartilhar arquivos ou armazená-los através
da internet. As opções de armazenamento são contas de
e-mail gratuitas (vimos no item Bases de e-mails), portais
pagos (como UOL, IG, Terra), grupos virtuais, que veremos
logo adiante, ou servidores criados exatamente para esta
finalidade. Alguns exemplos de servidores de armazenamento
são: Mega e Rapidshare. Essas ferramentas tornam o seu
arquivo disponível para o momento em que ele for necessário.

Dicionários e tradutores virtuais


DICIONÁRIO E TRADUTORES
Os dicionários permitem entender o significado das palavras e [ ATIVIDADE ]
locuções e informam sobre sinônimos, antônimos, ortografia, Você conhece outros endereços que
pronúncia, classe gramatical e etimologia. Frequentemente, oferecem este serviço?
esse tipo de ferramenta é necessário para resolver problemas
linguísticos.

A internet dispõe de vários dicionários da língua portuguesa,


como o Aurélio, o Houaiss e o Michaelis. Alguns dicionários
podem exigir cadastro em servidores pagos, como IG e UOL.
A Academia Brasileira de Letras disponibiliza gratuitamente
o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (Volp), que
permite consultar a ortografia vigente de todas as palavras do
português.

Também existem opções de dicionários e tradutores para


língua estrangeira na internet. Alguns, com recurso de som,
permitem que você ouça a pronúncia das palavras. Os
recursos de tradução podem ser ou não gratuitos.

São exemplos de dicionários para línguas estrangeiras:


Google Tradutor , FreeTranslation.
BIBLIOTECAS VIRTUAIS
Bibliotecas virtuais
[ ATIVIDADE ]
Você conhece outros endereços que No Brasil, desde o início das operações da internet, em
oferecem este serviço? 1995, as bibliotecas, institutos de pesquisa e editoras
desenvolveram bastante sua capacidade de virtualização.
Podemos classificar três tipos de bibliotecas encontradas
na internet: as bibliotecas de interesse público, as científico-
acadêmicas e as universitárias. Seguem alguns exemplos de
bibliotecas de domínio público:

Portal de Periódicos da CAPESO: Este portal é mantido


pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior (Capes), órgão do governo brasileiro responsável
pela expansão e manutenção de programas de mestrado e
doutorado no Brasil. Por meio desse portal, é possível ter
acesso a artigos em bases de dados e revistas nacionais e
internacionais.

Portal Domínio Público: O Portal Domínio Público tem o


objetivo de promover o acesso a obras literárias, artísticas
e científicas brasileiras. Estas obras estão autorizadas para
divulgação pública, ampla e irrestrita.

Scientif Electronic Library Online (SciELO): A biblioteca de


domínio público SciELO fornece artigos de diversas áreas
do conhecimento e congrega diversos países de língua
portuguesa e espanhola. É uma biblioteca desenvolvida pela
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo
(Fapesp).

Biblioteca Virtual em Saúde (BVS): Referência na área da


saúde, a Biblioteca Virtual em Saúde é associada ao Centro
Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da
Saúde.

As bibliotecas científico-acadêmicas geralmente são


utilizadas para pesquisas de trabalhos e artigos científicos
que são referência mundial. Algumas representam o que há
de mais novo sendo produzido em centros de pesquisa e na
comunidade científica mundial. Alguns exemplos são:
• ISI Web of Knowledge
• EBSCO
• Emerald
Nas universidades, a consulta ao acervo da biblioteca já
aparece em todas as páginas. Além de consultar os títulos
disponíveis, você encontra textos de artigos, teses e
dissertações que podem ser consultados on-line.
Tecnologia de Informação e Comunicação (TIC) 57

Comunicação e interação
A internet possui inúmeros recursos para a comunicação e
interação que você, professor, pode utilizar. Neste item sobre
comunicação e interação, você conhecerá um conjunto de
práticas de comunicação e interação que podem ser empregas
na sua prática, para a ampliação da rede de relacionamento
entre você e seus alunos.

Correio eletrônico (e-mails) BASES DE EMAIL


[ ATIVIDADE]
O correio eletrônico ou e-mail é uma forma de comunicação
Você conhece outros endereços que
assíncrona. Isso significa que você envia uma mensagem e
oferecem este serviço?
pode receber a resposta desta mensagem segundos, dias ou
meses depois. As mensagens que trocamos via e-mail não
são em tempo real.

As mensagens via e-mail hoje podem ser incrementadas


com links, vídeos, imagens ou qualquer outro tipo de arquivo
em anexo. Os recursos disponíveis em softwares de e-mail
permitem o gerenciamento das mensagens, que podem ser
armazenadas no computador ou utilizadas virtualmente,
quando armazenamos em servidores remotos.

Como exemplo de software utilizado para correio eletrônico,


nós temos o Microsoft Outlook e o Eudora. Alguns sites
disponibilizam serviço de e-mail gratuitamente, como vimos
no item Bases de e-mails, da seção anterior. Existem também
os servidores pagos. Seguem alguns exemplos de opções
gratuitas e pagas: UOL , Terra, IG, Globo, Gmail, Yahoo! Mail.
Tecnologia de Informação e Comunicação (TIC) 59

Mensagens instantâneas MENSAGENS INSTANTÂNEAS


[ ATIVIDADE]
Pela internet, é possível se comunicar por meio de mensagens Você conhece outros endereços que
instantâneas, de maneira síncrona. Se você estiver conectado, oferecem este serviço?
receberá a mensagem em tempo real; caso contrário, somente
no momento que estiver on-line. Os softwares para troca de
mensagens podem ser utilizados para simples bate-papos
informais, mas têm potencial para serem explorados do ponto
de vista acadêmico.

Os softwares mais utilizados no Brasil são:

Skype: O Skype, para finalidades acadêmicas, pode ser


utilizado na troca de mensagens eletrônicas, conversações
on-line, reuniões e videoconferências.

Google Talk: promove a troca de mensagens instantâneas


entre os membros do Google.

Yahoo! Messenger: promove a troca de mensagens eletrônicas


dentro da rede social que o grupo mantém.

ICQ: foi a primeira ferramenta de sucesso para troca de


mensagens eletrônicas pela internet.

Chats CHATS
[ ATIVIDADE]
Com a internet, uma ferramenta chamada mIRC passou
a dominar ambientes de bate-papo, também conhecidos Você conhece outros endereços que
oferecem este serviço?
como chats. Esta ferramenta permite que o computador se
conecte a um servidor em qualquer lugar do mundo. Você
pode acessar salas de bate-papo, conhecer e conversar com
pessoas, dependendo do canal/sala que você escolher.

Com o formato diferente do mIRC, ferramentas de bate-papo


passaram a ser fornecidas por portais de conteúdo, como
UOL, Globo e Terra.

O acesso às salas de Chat é limitado às pessoas que acessam


aquele sistema. Nas salas de bate-papo, você se identifica
com um apelido, conhecido como nick ou nickname, e pode
assumir qualquer identidade. Não existe uma garantia de que
as informações fornecidas pelos usuários nestas salas sejam
verdadeiras.
COMUNIDADES E GRUPOS
VIRTUAIS
Grupos de comunidades virtuais
[ ATIVIDADE ] A construção de grupos na web pode ser utilizada na
Você conhece outros endereços quecriação de grupos interdisciplinares ou ainda grupos com
oferecem este serviço?foco em disciplinas específicas ou programas educacionais.
Estes grupos podem compartilhar arquivos, ter uma lista de
distribuição de e-mails própria, podem enviar fotos entre os
participantes do grupo, compartilhar links, realizar enquetes,
construir uma agenda do grupo ou ainda criar um banco de
dados para a comunidade.

O Yahoo! é um dos maiores portais de comunidades e grupos


virtuais, embora existam outros que possam ser usados
gratuitamente, como o Google Grupos e o Grupos.com.br.

VIDEOCONFERÊNCIA Reuniões e videoconferências


[ ATIVIDADE ]
Vimos em seções anteriores que recursos de mensagens
Você conhece outros endereços que instantâneas permitem realizar conversas on-line em
oferecem este serviço?
ambientes virtuais. Nessas conversas, é possível acrescentar
recursos de áudio e vídeo que possibilitam a realização de
reuniões em ambientes virtuais.

O objetivo da videoconferência é unir dois ou mais


participantes, de modo que todos possam ver e ouvir os
demais, exatamente como numa reunião. Comercialmente,
este recurso já é bastante utilizado para reunir profissionais
de uma empresa separados geograficamente.
Redes de relacionamento
Febre! As redes sociais de relacionamento viraram uma febre.
Principalmente entre os jovens. Você vai ter dificuldades para
encontrar um aluno que não participe de uma

Blogs BLOGS
[ ATIVIDADE ]
Os blogs são páginas pessoais semelhantes a um diário.
Organizados de forma cronológica decrescente, são Você conhece outros endereços que
construídos a partir de textos pessoais, artigos, fotos, recados oferecem este serviço?
e links. Geralmente, sofrem atualizações periódicas e também
admitem que visitantes postem opiniões e comentários, a
depender das configurações definidas pelos responsáveis.

Existem vários tipos de blogs. Eles podem ser jornalísticos,


políticos, acadêmicos, de humor, entretenimento ou páginas
pessoais, e podem tratar dos mais diversos assuntos.

PORTAIS DE TV
TV pela internet [ ATIVIDADE ]
Você conhece outros endereços que
Grandes redes de comunicação e entretenimento renderam-
oferecem este serviço?
se à Internet. Portais de TV aberta, como a Globo.com, utilizam
recursos de mensagens eletrônicas e chats para tornarem
seus programas mais interativos.
Construção de conteúdo
Novas possibilidades de construção de conteúdo, por meio
da utilização de tecnologias de informação e comunicação,
estão permitindo que a transmissão de conteúdo nas aulas
e atividades educacionais tradicionais sejam aperfeiçoadas.
Vamos trabalhar nesta seção com algumas práticas para a
construção de conteúdo.

EDIÇÃO DE TEXTOS Criação de documentos eletrônicos


[ ATIVIDADE ]
Dois exemplos de softwares de edição de textos que podemos
Você conhece outros endereços que
citar são o Microsoft Word (software pago) e o LibreOffice
oferecem este serviço?
Writer (software livre). Ambos permitem trabalhar com edições
e reedições de textos. Existem também recursos que auxiliam
no desenvolvimento de um modelo muito interessante de
textos, aqueles de conteúdo colaborativo. Estes recursos
podem ser acessados gratuitamente pela internet. Esse tipo de
ferramenta permite ao autor compartilhar o desenvolvimento
do conteúdo com outros autores. O GoogleDocs, por exemplo,
é uma ferramenta do Google para a construção desse tipo de
documento.

Outro tipo de texto que podemos citar nesta seção é o


hipertexto. O hipertexto é um conteúdo digital em formato
multimídia interconectado. Todas as páginas da internet são
exemplos de um sistema em hipertextos, com interconexões
que chamamos de links. Os links facilitam a navegação entre
diversos textos, sons, vídeos e imagens, tornando-a rápida
e dinâmica. Estes textos interconectados formam uma rede
que necessita de um sistema baseado em tecnologias de
informação e comunicação para gerenciar os conteúdos
publicados.

O Twiki é uma ferramenta que possibilita a várias pessoas


criar e gerenciar o conteúdo de textos colaborativos. Ele é
um software de gestão de conteúdos em hipertexto baseado
na web. Possui recursos para criar diferentes modelos de
estrutura e apresentação de conteúdo. Também permite
integrar, em uma mesma página, vários programas e ainda
executa de forma simples tarefas como elaborar listas, tabelas,
cálculos e mapas de conteúdo. O Twiki é um software livre.

Planilhas eletrônicas
Os softwares de planilhas eletrônicas organizam as
informações em linhas e colunas. As intersecções entre linha
Tecnologia de Informação e Comunicação (TIC) 63

e coluna são chamadas de célula. As células podem receber PLANILHAS ELETRÔNICAS


informações de valor ou texto. [ ATIVIDADE ]
Você conhece outros endereços que
Os dois exemplos mais conhecidos de software para criação oferecem este serviço?
e edição de planilhas eletrônicas são o Microsoft Excel
(software pago) e o LibreOffice Calc (software livre). Assim
como nos editores de texto, existem também disponíveis na
internet ferramentas para o desenvolvimento colaborativo
de planilhas eletrônicas. O GoogleDocs também serve de
exemplo para este caso. SLIDES
[ ATIVIDADE ]
Apresentação de slides Você conhece outros endereços que
oferecem este serviço?
Os softwares para construção de apresentações cada vez
mais estão sendo utilizados por professores. Tecnologia
facilitada pela aquisição de equipamentos de projeção nas
escolas, estes softwares permitem a construção de slides de
textos, gráficos, imagens, som e acesso a vídeos.

Os softwares mais conhecidos são o Microsoft PowerPoint


(software pago) e o LibreOffice Impress (software livre). Todavia,
o uso desses softwares na construção de apresentações não
pode substituir a ação do professor no processo de ensino e
aprendizagem.

Também existem recursos gratuitos em que o autor pode


compartilhar o desenvolvimento da apresentação. O módulo

Para ajudá-lo na construção das suas apresentações,


algumas dicas importantes:
• Use marcadores para listar o conteúdo.
• Utilize fontes legíveis em tamanho superior a 20.
• O número de marcadores por slide não deve passar de oito.
• Seja claro! O texto contido no slide é apenas um lembrete para você da ordem de sua apresentação e mais uma forma
de prender seus espectadores (e não de deixá-los com sono!).
• Mantenha à mão informações completas sobre o conteúdo que será apresentado. É melhor você recorrer à “colinha”, do
que carregar seus slides de conteúdo.
• Cuidado com a combinação de cores, elas podem dificultar a leitura quando sua apresentação estiver projetada.
• Imagens de má qualidade e mal dimensionadas podem prejudicar sua apresentação. Utilize imagens, mas imagens certas.
• Evite copiar tabelas. Crie a sua própria apresentação. Tabelas adaptadas, muitas vezes, ficam pequenas e difíceis de ler.
Quando precisar copiar tabelas, copie como figura para manter a formatação da origem.
• Sempre faça referência quando utilizar conteúdo de outros autores.
• O foco é você, e aquilo que você tem pra dizer! A sua apresentação deve ser apenas uma ferramenta de apoio e não o
centro das atenções.
GoogleDocs do Google também é um exemplo de recurso
para essa tarefa.

ENCICLOPÉDIAS Enciclopédias virtuais


[ ATIVIDADE ]
Desenvolvida a partir de um conceito de conteúdo colaborativo,
Você conhece outros endereços que
a Wikipédia é a mais famosa enciclopédia da internet.
oferecem este serviço?
Baseada na confiança das fontes e colaboradores, ela foi
desenvolvida por meio de contribuições de pessoas comuns e
de comunidades ao redor do mundo. Infelizmente, o conteúdo
disponível na Wikipédia nem sempre tem credibilidade e pode
apresentar distorções, por descuido ou má-fé.
Considerações
Finais
Você chegou ao final da unidade curricular TIC na Prática
Pedagógica, e com ela você conheceu alguns aspectos
relacionados ao computador e à internet. Você viu também
que a internet é uma rede de redes que transporta dados, e
sua principal característica técnica é a descentralização: cada
computador ou host é independente.

Sobre as teorias, você pôde observar que o processo de ensino


consiste em trabalhar fatores como motivação e conhecimentos
prévios do aluno, estrutura e tipos de aprendizagem do
assunto. A tecnologia de informação e comunicação propõe
ao professor, à escola e ao aluno um novo papel. Por isso,
você recebeu um convite para utilizar alguns recursos simples
e disponíveis na internet nas suas atividades de ensino.

Incorporar a tecnologia aos nossos desafios do dia a dia, no


ato de ensinar e aprender, significa ir ao encontro de uma
escola que está mudando, e que tem o propósito de fazer do
aluno um cidadão responsável e criativo, capaz de realizar
seu trabalho e construir uma sociedade melhor. Para isso,
precisamos também aceitar que podemos mudar, transformar
nossa vida de educadores e a vida desses novos alunos.

Bons estudos!
Sobre a autora

[ Michele Alda Rosso Guizzo ]


Michele Alda Rosso Guizzo é graduada em Ciência da Computação (1999) pela Universidade do Sul de Santa
Catarina (Unisul) e mestre na mesma área (2004) pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Atualmente é professora de Informática do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa
Catarina (IFSC) em Criciúma. Como profissional da área de informática, atuou durante 13 anos na empresa
Cecrisa Revestimentos Cerâmicos, na coordenação de projetos de implantação de sistemas, desenvolvimento
de ferramentas web, suporte e treinamento em informática. Lecionou também disciplinas de Engenharia de
Software, Teoria dos Sistemas de Informação e Informática Básica para o ensino superior.
Referências
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formação de docentes na América Latina. Conferência Internacional “O Impacto das TICs
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