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Rio de Janeiro
2015
LUCIANO DE LIMA GONÇALVES
Rio de Janeiro
2015
LUCIANO DE LIMA GONÇALVES
BANCA EXAMINADORA
Agradecimentos
SUMÁRIO
1 Apresentação ............................................................................................................................. 3
2 Objetivos ................................................................................................................................... 6
4 Os Sistemas de Informações Geográficas e a noção abstrata de espaço ................................... 8
5 Questionamentos ..................................................................................................................... 12
6 Metodologia ............................................................................................................................ 12
6.1 Estruturação ......................................................................................................................... 14
6.1.1 Levantamento e coleta de dados (ou subsistema de aquisição) ......................................... 16
6.1.2 Das formas de tratamento ................................................................................................. 18
6.2 A análise espacial ................................................................................................................. 21
7 Representação ......................................................................................................................... 23
7.1 Zona de Fronteira, Zona de Fronteira e o espaço topológico ............................................... 24
7.1.2 A representação das densidades ......................................................................................... 28
7.1.3 As redes e a sua representação na Zona de Fronteira ........................................................ 33
7.1.4 As redes transfronteiriças ................................................................................................... 36
7.1.5 Arco Norte ......................................................................................................................... 44
7.1.5 Arco Central ...................................................................................................................... 56
7.1.5 Arco Sul ............................................................................................................................ 73
8 Conclusão ................................................................................................................................ 88
9 Referências .............................................................................................................................. 90
10 Anexo ................................................................................................................................... 107
15
1 Apresentação
Geográficas, esse processo deve ocorrer de maneira contínua, conformando uma práxis entre
classes diferentes, ou entre os componentes da mesma classe entre a forma e o conteúdo.
A análise se inicia com a conformação das classes de feições que irão representar os
principais componentes “topológicos” constituintes das zonas de fronteira. As áreas
formalmente delimitadas foram incluídas na análise à medida que se tornaram pertinentes.
Como suporte analítico, as densidades foram utilizadas para dar um apanhado geral das
articulações. Os tipos fronteiriços foram analisados a partir das formas de conectividade2.
Dentre os componentes caracterizadores da Zona de Fronteira destacamse as redes e as rotas
transfronteiriças possíveis, indicadas nos três arcos (central, norte e sul). Conforme o que foi
dito anteriormente, ao fim da etapa de análise as novas classes de feições são então reinseridas
na base de dados como novo insumo.
A terceira etapa diz respeito aos resultados. As classes, tomadas em conjunto, são
representativas da topologia da Zona de Fronteira, evidenciando aspetos do potencial de
integração do território. Isso se dá, notadamente, pela forma de representação das redes
transfronteiriças em conexão com a rede urbana brasileira, uma composição de
formasconteúdo.
A programação das atividades foi dividida em dois grupos, de acordo com as etapas
anteriormente referidas, definidas por semestre. O tempo foi estimado de acordo com as
demandas concomitantes, concernentes à abordagem do tema (com a composição do texto) e
2 Uma das referências para a escolha dos tipos foi a proposta do geógrafo francês Arnaud
CuisinierRaynal (2001), tipologia preconizada por Machado (2005), que fez algumas adaptações
necessárias ao caso brasileiro.
17
2 Objetivos
3 Justificativa
4 Tratase da abordagem dos “sistemas complexos evolutivos”, sistemas humanos dinâmicos, que
podem ser afetados por escolhas individuais, coletivas e por políticas de intervenção e de controle
(MACHADO, 2003).
5O termo grifado corresponde a um dos objetivos compartilhados pelas linhas de pesquisas
desenvolvidas pelo grupo Retis. Disponível em:
http://www.retis.igeo.ufrj.br/index.php/conteudo/pesquisa/, acessado em 23/07/2013.
20
6 Como em Circuits, Routes and Networks: Proposal of Spatial Analysis for Theft and Robbery of
Vehicle in the State of Rio de Janeiro (GONÇALVES e FERREIRA, 2015), onde foram analisados os
circuitos de deslocamentos de veículos roubados.
7 Como a Infraestrutura Nacional de Dados Espaciais (INDE); o Open Geoespatial Consortium (OGC)
e o projeto SISMAP/IBGE, cuja extensa produção que se encontra disponível em
ftp://geoftp.ibge.gov.br.
8 Recentemente, têm surgido algumas “soluções” de apoio a gestão da Zona de Fronteira, propostas
pelas empresas especializadas em geoprocessamento. Os produtos são rotulados como geotecnologias
aplicadas,8 que restringem a análise espacial a um jogo de simulação com combinações prédefinidas.
Por exemplo, o sistema INTELIGEO, um projeto da empresa Imagem (representante da plataforma
ESRI) para a Polícia Federal; o GEONETWORK, ligado ao SIPAM; o MOPS, do Ministério do
Desenvolvimento Social, entre outros.
21
Em geral, as noções usuais acerca dos Sistemas de Informações Geográficas têm sido
apresentadas basicamente de três formas10. Na forma “clássica” ele é descrito como um
conjunto de funções computacionais para realizar geoprocessamento, uma outra forma é a que
encara o GIS como uma ferramenta que auxilia o entendimento do mundo e dá suporte a
9 Abrange diferentes tipos de dados alfanuméricos: textuais, numéricos, data, booleanos, etc.
10 D. Sui and M.F. Goodchild (2011) The convergence of GIS and social media: Challenges for
GIScience.International Journal of Geographical Information Science 25(11): 17371748. [516].
22
decisão. Mais recentemente, dadas as perspectivas do mercado ele aparece como uma forma
de “mídia” (Goodchild, 2011). Nessas três perspectivas, o SIG aparece como produto. Como
corolário há o legado de um campo teórico estéril acerca do tema, em detrimento da
construção de um campo epistemológico acerca do SIG na pesquisa geográfica, isto é, como
elemento do método.
Não obstante, há um a outra questão que parece ter sido omitida nesse debate, que diz
respeito à geografia. No que se refere aos Sistemas de Informações Geográficas, não basta
“oferecer estruturas de dados e algoritmos” (CÂMARA, 2004, p.29), que por si só não são
capazes de representar a grande diversidade de concepções do espaço. O principal foco dessa
problemática é a “redução dos conceitos de ‘cada disciplina’ a algoritmos e estruturas de
dados” (CÂMARA, 2004 p. 134). Essa ideia dominante parte da premissa de que todas as
informações produzidas no SIG resultam de funções matemáticas definidas em conjuntos de
algoritmos específicos.
Para Câmara (2004) é evidente que o espaço constitui “uma linguagem comum no uso
de Sistemas de Informações Geográficas em ‘qualquer’ campo disciplinar” (CÂMARA, 2004,
p.134.). No entanto, Câmara apresenta uma contradição em seus argumentos quando diz
inadvertidamente que a representação no SIG se dá sobre “conceitos de cada disciplina”
(idem). Na realidade, Para muitos autores (CÂMARA, 2004; ARONOF, 1996; HOMSBY
and ENGENHOFER, 2000; GOODCHILD, 2011) elas se resumem à “combinação de um
conjunto de dados de entrada através de uma função, produzindo um novo dado de saída”
(CÂMARA, 2004, p.94). Essa visão superficial acerca dos Sistemas de Informações
Geográficas impõe uma linguagem automática e programada, onde o foco é o algoritmo.
Cabe lembrar, primeiramente, que o termo “redução dos conceitos” (CÂMARA, idem)
é vago, pois todo objeto da pesquisa científica consiste em uma representação limitada da
realidade, uma vez que a coisa em si é incognoscível11, ou seja, toda inferência científica se dá
sobre uma forma de representação, algo que, ao mesmo tempo, coloca o objeto científico no
mundo e estabelece seus limites cognitivos.
11 Kant se refere ao numeno como a ontologia da coisa em si e ao fenômeno como os conjunto dos
aspectos apreensíveis e/ou explicáveis. KANT, IMMANUEL. Crítica da Razão Pura. Tradução de
Manuela Pinto dos Santos e Alexandre Fradique Morujão. Fundação Calouste Gulbenkian (5ª edição).
Lisboa, 2001).
23
humana, que recebe novo significado por meio de sua relação de interseção e simultaneidade
com a referida entidade geográfica. Isso denota a premência da topologia na pesquisa
geográfica e coloca o SIG como elemento central no método de análise espacial. Na prática,
qualquer relacionamento (anacrônico ou sincrônico) possível entre feições, ou entre classes de
feições, irá resultar em uma nova [re]classificação.
5 Questionamentos
6 Metodologia
Esse preceito irá nortear cada uma das três etapas, nas quais se divide o método
proposto. Na etapa estrutural, isso se reflete na escolha e na disposição dos atributos espaçais
e não espaciais, seus nomes, bem como na conformação dos tipos e das estruturas de dados
disponíveis em diferentes formatos de arquivos. Tais requisitos são verdadeiros reguladores
dos relacionamentos, sejam eles espaciais ou não. Na etapa analítica, os entes espaciais devem
ser analisados de acordo com sua correspondência categórica intrínseca. Por exemplo, as
feições de rede devem ser aferidas de acordo com o conceito de rede referido no escopo do
trabalho, ou seja, como um elemento representativo dos relacionamentos entre os demais
elementos, sendo um elemento crucial do método (DIAS, 1996). Na etapa de representação,
a ideia de forma conteúdo é preponderante, pois a informação final consiste de um conjunto
de elementos interdependentes em seus aspectos geométricos e alfanuméricos denominados
classes de feições, apreendidos a partir do acesso concomitante e interativo, visual e cognitivo
aos cartogramas e tabelas.
6.1 Estruturação
A análise classificatória segue com a estruturação das classes de feições que irão
representar os principais componentes da topologia da Zona de Fronteira: as redes, as
densidades e áreas formalmente delimitadas, que concernem ao material (pessoas e
mercadorias) nos três arcos (central, norte e sul). Com a conclusão dessas etapas será
materializada, em conformidade com o modelo proposto, uma base unificada de dados
geográficos integrados em um sistema de análise espacial.
É importante dizer que os processos de coleta e de análise exploratória dos dados são,
no escopo deste trabalho, concomitantes e interdependentes. Os dados concernentes às redes
analisadas estão dispostos em diferentes escalas de mensuração – isso sem mencionar a
variação da escala geográfica entre as redes analisadas –, de modo que a análise da rede foi
dividida em duas etapas, que equivalem às análise das duas redes (rede transfronteiriça e rede
urbana brasileira). Na prática, isso está diretamente relacionado ao tipo e à estrutura dos dados
que compõem cada “classe de feição”. Assim, as estruturas e os tipos de dados deverão ser
conjugados e compatibilizados entre si, de modo que otimizem os recursos analíticos em cada
classe de feição.
Quanto às fontes, a maior parte dos dados pode ser obtida do acervo digital do IBGE,
cuja extensa produção se encontra disponível em ftp://geoftp.ibge.gov.br e
ftp://ftp.ibge.gov.br . O acervo tornou possível a pronta apresentação de uma base de dados
sólida, tanto do ponto de vista gráfico (vetorial) e cartográfico, concernentes a estrutura
topológica, quanto dos conteúdos alfanuméricos, o que permitiu a elaboração de muitos
insumos na forma de tabelas e malhas vetoriais digitais georreferenciadas (grafos de rede,
pontos de interesse e áreas delimitadas). Os dados disponíveis para a conformação dos grafos
de redes que cruzam o limite nacional (redes transfronteiriças) estão dispostos na escala
nominal de mensuração. O tipo de modal é a única variável comum disponível para todos os
registros. Os grafos representativos dos diferentes modais viários foram escolhidos a partir de
28
feições que se estendem para além do limite nacional do Brasil (hidrografia, rodovia, ferrovia,
aeródromos e caminhos carroçáveis).
O modal rodoviário foi definido a partir da malha rodovias11 do IBGE (2010), com
exceção da subclasse denominada vias em planejamento (não construídas ou parcialmente
construídas). Os eixos podem incluir rodovias mais movimentadas11 O tema Rodovias
corresponde a uma adaptação da base de dados do Banco de Informações e Cartogramas de
Transportes do Plano Nacional de Logística dos Transportes (BITPNLT) Ministério dos
Transportes. Foram incorporadas ao cartograma as rodovias classificadas como duplicadas;
em obras de duplicação; pavimentadas; em obras de pavimentação; implantadas; em obras de
implantação; e travessias em regiões mais dinâmicas economicamente e menos movimentadas
no caso de regiões menos dinâmicas. Assim, foram consideradas rodovias estruturantes do
território aquelas que conectam as metrópoles e capitais estaduais entre si; aquelas que fazem
a articulação das principais cidades do interior dos estados com suas respectivas capitais; as
que conectam grandes regiões; e as que estabelecem conexões internacionais.Os modais de
29
Dessa maneira, no que concerne aos dados disponíveis, existe três situações distintas.
A primeira se aplica à rede transfronteiriça apresentando um conteúdo em escala nominal. A
segunda se refere ao regular de transportes, cujos conteúdos expressos em diferentes
variáveis (vide tabela em anexo) permitem a mensuração nas escalas nominal (tipo de
transporte), ordinal (entre os municípios de origem/destino, frequência) e de intervalo
(número de viagens e o tempo expresso em dias, horas e minutos). A terceira se refere ao
índice de ligação entre os centros e expressa em escala ordinal (vide tabela de variáveis em
anexo) alguns aspectos da hierarquia da rede urbana brasileira.
Uma vez que o universo dos dados foi devidamente definido, adquirido e referenciado
em metadados, será iniciada uma etapa de tratamento (também registrada em metadados)
tanto no que diz respeito à forma (geométrica e cartográfica), quanto aos conteúdos
alfanuméricos (ou não gráficos). Tratase do processo de unificação e formatação dos dados
préexistentes para uma plataforma única, na qual os diferentes tipos de dados sejam
compatíveis.
As características geométricas dos atributos gráficos são definidas nos três tipos
básicos da topologia das formas vetoriais: os nós, os arcos e os polígonos. Nesse caso, os
atributos não espaciais e espaciais estão originalmente atrelados. Vale ressaltar que as
estruturas originalmente obtidas no formato raster, como os estimadores de densidade
(kernel), passam por um processo de vetorização, a partir do qual a feição poderá tomar parte
no processo de consulta/reatribuição/reclassificação (módulo de análise).
aplicados durante nesta etapa são: verificação e ajuste das feições existentes quanto ao datum ,
sistema de coordenadas e projeção a fim de evitar inconsistências por incompatibilidade ;
análise crítica dos atributos de coordenadas e do sistema de geocodificação por endereços ;
definição formal do processo de georreferenciamento das ocorrências: apontando os
procedimentos de plotagem e as técnicas aplicadas para o ajuste de precisão.
Não obstante, por se tratar de uma estrutura topológica, muitas das classes de feições
armazenadas em um SGDB possuem inconsistências que podem inviabilizar um importante
aspecto da recuperação de dados, as consultas espaciais. Nas estruturas topológicas as classes
de feição têm a capacidade de armazenar uma série de relações espaciais (adjacência,
continência, justaposição, sobreposição, etc.) entre seus componentes e de seus componentes
com os componentes de outras classes.
Primeiramente, é preciso ter em mente que uma análise é sempre realizada sobre uma
representação, cujo resultado é uma nova representação a ser analisada. No escopo do
presente trabalho, análise espacial compreende um conjunto de procedimentos encadeados
que resultam na contínua reformulação geográfica, alfanumérica, geométrica e topológica em
um processo de retroalimentação positiva da base de dados. O resultado desse processo de
composição/recomposição e reatribuição/reclassificação das classes de feições por exemplo,
densidades, redes e outros recortes espaciais será novamente incorporado ao subsistema de
armazenamento como novo insumo (figura 1). Dentre as técnicas utilizadas, além do uso dos
operadores espaciais convencionais (junção, contingência, justaposição, interseção, entre
outros), destacamse os operadores espaciais de rede e os estimadores de densidade (kernel)
Com a conjunção de diferentes malhas de grafos orientados foi possível, por meio de
operadores de rede14, estimar rotas de entrada (e saída) para o território nacional. isso implica
identificar as pertinências de uma topologia complexa (espaços e subespaços; densidades;
tipos de articulação), que “desafia a perspectiva geométrica usual das ordenações territoriais”
(MACHADO, 19951, 88p.).
Como corolário, vale considerar que todas as feições (leiase formas) apresentam um
conteúdo relativo, de cujas variáveis revelam diferentes características, mensuráveis no que
diz respeito ao tempo e a magnitude das relações de troca material. Os principais resultados
derivam das análises referentes às relações da rede urbana brasileira com as conexões
possíveis de entrada (e saída) para o território nacional, assim como das densidades
pertinentes a esse processo.
35
7 Representação
Muito embora essa etapa se confunda com a apresentação dos resultados, é importante
destacar que os processos de análise propostos no item anterior são postos em prática à
medida que as formas de representação são construídas e finalizadas. Deste modo, os
processos de análise e representação são dinâmicos e interdependentes, de modo que se
sucedem intercaladamente.
16 Municípios brasileiros com área total ou parcialmente localizada na Faixa de Fronteira, que é a
faixa interna de 150 km de largura, paralela à linha divisória terrestre do território nacional. Tais
municípios constam em cadastro nacional (Cadastro de Municípios Localizados na Faixa de
Fronteira), onde foram classificados como: fronteiriço, parcial ou totalmente na faixa, referências da
sede a linha de fronteira e ao limite da faixa interna.
17 De acordo com a Lei nº 6.634, de 02/05/79, regulamentada pelo Decreto nº 85.064, de 26/08/80
36
específicos às suas respectivas fronteiras. Entretanto, ao menos até 2009, somente Bolívia e
Peru possuem Zona de Fronteira estabelecida em suas cartas magnas, ambas indicando uma
faixa de 50 km a partir de sua linha de fronteira.
Para Machado, apesar dos efeitos causados pelo limite formal do Estado, o conceito de
Zona de Fronteira aponta para “um espaço de interação, uma paisagem específica, com espaço
social transitivo, composto por diferenças oriundas da presença do limite internacional, e por
fluxos e interações transfronteiriças”. (MACHADO, 2004, p.5). Isso incorre na conformação
de uma topologia extremamente complexa, que “desafia a perspectiva geométrica usual das
ordenações territoriais” (MACHADO, 19951, 88p.). Nesses espaços, são articulados
"verticalmente", lugares, indivíduos, organizações, situados em níveis escalares distintos, e,
"horizontalmente", pontos do território, sem que sejam obedecidas as restrições de
contiguidade (Santos,1994; Machado,1995).
IBGE (2010) os municípios subjacentes a ela. Quanto aos limites internacionais, foram
recuperadas as subdivisões dos países limítrofes que equivalem à divisão municipal que em
sua maioria eram denominadas províncias e departamentos18 e que estão à cerca de 150 km do
limite com o Brasil19. Em seguida foi recuperado o conjunto de setores urbanos brasileiros
contidos na Zona de Fronteira.
Para estabelecer uma visão panorâmica introdutória da área de estudo, e dos aspectos
mais relevantes do potencial de integração, apontando o foco para uma escala de detalhe, a
representação mais adequada dos eventos e das entidades é a dos seus principais
adensamentos. A noção de “densidade” foi escolhida para representar a abrangência , o grau e
do tipo de desenvolvimento econômico, ou de qualquer outra natureza, de modo a subsidiar a
delimitação das subregiões e estabelecer sua tipologia. A noção de densidade aponta para o
fato de que, entre outras coisas, o desenvolvimento se dá de forma desigual, tanto nos lugares
como entre os lugares. Cada lugar ou local pode abrigar outros tipos de densidade que não só
a econômicoprodutiva, como é o caso da densidade social, culturalsimbólica e étnica.
Por meio da análise panorâmica das densidades é possível notar alguns “vazios
logísticos” onde a rede de transporte é mais escassa, como o interior do Nordeste; a região do
Pantanal, excetuandose a área de influência da hidrovia do Paraguai; e o interior da floresta
amazônica, à exceção do entorno das hidrovias SolimõesAmazonas e a do Madeira. Também
foi possível notar que, apesar da extensa linha de fronteira do Brasil com o Peru, a Bolívia e a
20 Além da espessura dos cursos d’água os grafos hidrográficos do IBGE (BCIM, 2007)apontam os
trechos com interrupção. Foram escolhidos os trechos sem interrupção, cuja espessura fosse superior a
30 m.
43
O termo rede foi introduzido no campo científico no início do século XIX, por
Lavoisier, no estudo das substâncias químicas (D.Parrochia, 1993, p. 21. Apud SANTOS ,
1996 ,p. 178). Nesse âmbito, o termo se refere às formas de interação e comunicação entre as
substâncias, tendo sido incorporado ao vocabulário da química clássica. Em âmbito
geográfico, ainda no século XIX, o termo é utilizado por SaintSimon (DIAS, 1995) como
metáfora organicista para o território. Ele comparou à necessidade de integração do território
francês a importância da circulação sanguínea na manutenção da vida dos tecidos (como a
descrita por Miguel de Servet no século XVI).
Nas ciências sociais o termo aparece com três usos possíveis (MARQUES, 2000, apud
DIAS, 2001, p.62): como metáfora; uso normativo e como método. O primeiro uso parte da
ideia de que os atores sociais estão sempre interconectados entre si. O segundo reside na
associação normativa e pragmática entre certos componentes de um processo. O melhor
exemplo é do sistema produtivo da indústria, onde diferentes unidades interagem remota e
simultaneamente – muitas vezes em diferentes países – na confecção de um mesmo produto.
O terceiro uso possível considera a rede como método para descrever e analisar os padrões de
relação entre seus componentes22.
Para Santos, as redes podem ser definidas a partir de duas perspectivas distintas
(SANTOS, 1996). A primeira está relacionada às ciências da natureza, que considera
prioritariamente o aspecto material dos seus componentes. A segunda visão considera
predominantemente os aspectos sociais e políticos, nessa perspectiva a “rede constitui mera
abstração” (SANTOS, 1996. p.176). C. Raffestin (1980, pp. 148 167), apresenta em sua
geografia do poder uma visão das redes espaciais, onde considera os aspectos não materiais e
materiais como indissociáveis. Para C.Raffestin (1981, apud Machado, 1998, p.45), as redes
constituem um meio relativamente novo de produzir o território. Redes de diferentes tipos se
apresentam hoje como as principais formas de estruturação das bases produtiva e
sóciocultural. Ela está intimamente integrada a fenômenos socioespaciais, sobrejacentes em
diferentes escalas de abrangência, e não deve ser tratada isoladamente, possuindo íntimas
relações com o processo de urbanização, com a divisão territorial do trabalho.
22 MARQUES. Eduardo, C. Estado e Redes Sociais. Rio de Janeiro: Revan; São Paulo, FAPESP.2000
p.350.
48
Conforme apresentado no subitem 6.4, tratase aqui da junção de ao menos duas redes,
cujos dados estão dispostos em diferentes escalas de mensuração. Por meio da conjugação
dessas duas redes é possível compreender alguns aspectos da permeabilidade potencial do
território nacional em relação aos países vizinhos. A primeira pode ser chamada de rede
transfronteiriça e consiste no conjunto das rotas estimadas a partir de técnicas de análise de
redes aplicadas sobre as malhas viárias dos diferentes modais de transporte 23. Ao atravessar o
limite territorial do Brasil, essa primeira rede se conecta imediatamente à rede urbana
brasileira, cuja atratividade será analisada a partir dos Pólos de articulação urbana (IBGE,
2010), situados em municípios da Zona de Fronteira (cartograma 2). Portanto, em relação às
ligações entre núcleos urbanos, cabe ressaltar que os dados estão agregados por par de
ligação, não importando, em termos vetoriais, o seu sentido. Este exercício de simetria
permite perceber as relações entre as cidades em uma perspectiva de bilateralidade
(IBGE,2014).
23 É importante deixar claro, que por se tratar de rotas possíveis, a ideia de “terminações” abrange as
áreas até de 500 m do ultimo ponto de um determinado modal (ou o ponto, no caso do modal
aeroviário)
24 Os dados referentes aos s de carga e passageiros foram obtidos da base de ligações aéreas (IBGE ,
2010), os demais modais não possuem essas referências.
50
Arco Norte abrange 6 subregiões: Alto Solimões; Alto Juru;, Vale do Acre – Purus;
Parima Alto Rio Negro; Campos do Rio Branco e OiapoqueTumucumaque. O arco
compreende 38 municípios imediatamente adjacentes à 7 países (Bolívia, Peru, Colômbia,
Venezuela, Guiana, Suriname e Guiana Francesa). A linha limítrofe correspondente ao Arco
Norte possui aproximadamente 8300 km, se incluirmos o litoral do estado Amapá.
De acordo com o Ministério da Integração Nacional (2004), A maior parte da linha de
fronteira nas subregiões do Arco Norte, pode ser classificada como zonatampão natural
(montanhas, florestas) e zonatampão indígena. o grande tamanho dos municípios no Arco
Norte (Amazônia) explica a mais alta proporção de municípios com sede fora da Faixa, assim
como a intensa subdivisão da malha municipal.
Fonte:IBGE 2010
55
Venezuela Guiana
Colômbia Guiana
Suriname Francesa
Peru
Bolívia
São Gabriel da Cachoeira, São Paulo de Olivença, Tabatinga, Amajari e Boa Vista) dos 12
nesse recorte da Zona de Fronteira.
Vale ressaltar que Manaus, apesar de ter perdido a vinculação preferencial com as
demais capitais do Arco Norte (IBGE, 2014) para os centros nacionais como São Paulo e
Brasília , sobretudo a partir da década de 1990, a partir da metade da década de 2000, esse
quadro começa a apresentar alguns sinais de mudança, como se pode observar nos gráficos
abaixo.
Figura 2: Evolução de Carga e Passageiro Modal Aeroviário Boa Vista Manaus 1972/2005
Carga kg Numero de Passageiros
3000000 160000
140000
2500000
120000
2000000
100000
1500000 80000
60000
1000000
40000
500000
20000
0 0
CARGA_2010_KG
PASSAGEIROS_2010
8000000 200000
7000000 180000
160000
6000000
140000
5000000
120000
4000000 100000
80000
3000000
60000
2000000
40000
1000000
20000
0 0
CARGA_2010_KG
PASSAGEIROS_2010
A atração urbana exercida pelas outras capitais situadas no Arco Norte, Rio Branco e
Boa Vista é bem menos significativa. Manaus, mesmo estando fora da Zona de Fronteira, se
sobressai pelo conjunto de possíveis vetores de entrada (e saída) do território brasileiro em
sua esfera de atração no Arco Norte. Vale destacar, que os municípios de Almeirim e
Oriximiná possuem posições intermediária nessa conexão, devido à maior distância dos países
vizinhos e da menor relevância quanto as conexões com esses países. No entanto, se
57
Fonte:IBGE 2010
Vale ressaltar, que embora não se trate de uma área isolada do restante do território
brasileiro – haja vista a existência de uma malha rodoviária consolidada conectada ao
território vizinho , essa área possui uma integração bastante restrita com a rede urbana
brasileira. Em primeiro lugar, não há conexão com nenhum dos Pólos de articulação definidos
no âmbito do presente trabalho.
59
Número de viagens
Freqüência
de destino
Minutos
destino
Nome
Horas
Tipo
Dias
Fonte:IBGE 2007
embora haja o encontro entre os territórios do Brasil, Guiana e Venezuela, não se pode falar
de “tríplice fronteira”. Na realidade, as principais conexões do Brasil com esses países se dá
de forma isolada.
ligações de ordem
Nome do destino
Aeroportos
Código de
município
Nome
1a4
Fonte:IBGE 2007
62
Cartograma 12: Zona de Fronteira Arco Norte zona tampão de São Gabriel da Cachoeira
(AM)
26.
por frentes Hoje, no entanto, a área apresenta diferentes recortes territoriais de regime
especial como terras indígenas, terras de uso militar, além de diferentes unidades de
conservação, como o Parque Nacional do Pico da Neblina. O termo “zonatampão” passa a ser
válido pelo fato de coibir movimentos migratórios nãoindígenas e de dar uma cobertura
institucional às áreas culturais indígenas, cuja mobilidade transfronteira espontânea é antiga e
bastante intensa.
município de
Número de
Freqüência
Código do
Código de
município
Nome do
Minutos
viagens
destino
destino
Nome
Horas
Tipo
Dias
São Gabriel da
0040 Barcelos 130380 A 1 s 30 1
Cachoeira
Santa Isabel do Rio
130360 130040 Barcelos B 2 s 12
Negro
Santa Isabel do Rio
130360 130260 Manaus A 2 s 2
Negro
São Gabriel da
130040 Barcelos 130380 B 2 s 6 1
Cachoeira
Santa Isabel do Rio
130360 130260 Manaus B 2 s 2
Negro
Santa Isabel do Rio São Gabriel da
130360 130380 B 2 s 12
Negro Cachoeira
Santa Isabel do Rio
130360 130040 Barcelos A 1 s 1
Negro
Santa Isabel do Rio São Gabriel da
130360 130380 A 1 s 1
Negro Cachoeira
130370 Santo Antônio do Içá 130260 Manaus B 3 s 5
130370 Santo Antônio do Içá 130406 Tabatinga B 3 s 2
130370 Santo Antônio do Içá 130423 Tonantins B 3 s 8
São Gabriel da
130380 130260 Manaus A 4 s 30 2
Cachoeira
São Gabriel da
130380 130260 Manaus B 1 s 6 4
Cachoeira
São Gabriel da Santa Isabel do Rio
130380 130360 B 1 s 13
Cachoeira Negro
São Paulo de
130390 130260 Manaus B 3 s 6
Olivença
São Paulo de
130390 130406 Tabatinga B 3 s 12
Olivença
Fonte:IBGE 2007
26 “A frente indígena da área conhecida como “cabeça do cachorro”, na fronteira do município de São
Gabriel da Cachoeira/AM no Alto Rio Negro (Uaupés Caquetá) com a Colômbia conviveu com a
frente militar do lado brasileiro durante anos, mais tarde substituída pela “marca” indígena e unidade
de conservação natural do Alto Rio Negro. Os batalhões de fronteira permanecem na zona, e apesar da
grande base militar em São Gabriel, é a FUNAI o órgão governamental com maior penetração”
(MINISTÉRIO DA INTEGRAÇÃO NACIONAL & Machado. Retis – UFRJ. Proposta de
Reestruturação do Programa de Desenvolvimento da Faixa de Fronteira: Bases de uma Política
Integrada de Desenvolvimento Regional para a Faixa de Fronteira, 2005 – Brasília).
64
A imagem acima aponta para a importância usual do rio Uapes na conexão de São
Gabriel com o território colombiano. A necessidade de transpor o obstáculo natural ao
deslocamento por via hidrográfica pode ser observada pelo caminho aberto, que possibilita
dar sequência ao deslocamento intercalado em direção a São Gabriel.
65
27 Dada pela exacerbação da luta do Estado colombiano contra as FARC e o tráfico de cocaína (Plan
Colombia) e pela efetivação das conexões rodoviárias com o Peru.
66
frentes, Tabatinga (AM) foi escolhido como lugar estratégico pelos portugueses (século
XVIII),
), no século XX voltou a ser considerada lugar estratégico pelo Governo Brasileiro,
apresenta hoje padrão sináptico, embora seja dotada de importante infraestrutura militar que
ocupa boa parte da área do município.
Rio Branco é o polo natural da região e concentra maior mercado urbano regional. A
capital acreana absorve boa parte dos fluxos das zonas de fronteira de Cruzeiro do Sul,
Marechal Thaumaturgo, Guajará, Santa Rosa do Purus, Manoel Urbano, Rodrigues Alves,
Feijó, Assis Brasil, Basiléia e Epitaciolândia. A base produtiva subregional é também a mais
forte do Arco Norte.
município de
Número de
Freqüência
Código do
Código de
município
Nome do
Minutos
viagens
destino
destino
Nome
Horas
Tipo
Dias
110033 Nova Mamoré 120040 Rio Branco r 1 d 5
120001 Acrelândia 120040 Rio Branco r 4 d 2
120005 Assis Brasil 120040 Rio Branco r 2 d 30 4
120013 Bujari 120040 Rio Branco r 13 d 40
120017 Capixaba 120040 Rio Branco r 3 d 30 1
120025 Epitaciolândia 120040 Rio Branco r 5 d 4
120030 Feijó 120040 Rio Branco a 1 d 50
120038 Plácido de Castro 120040 Rio Branco r 3 d 2
Santa Rosa do
120043 120040 Rio Branco a 2 s 45 1
Purus
120045 Senador Guiomard 120040 Rio Branco r 6 D 40
120070 Xapuri 120040 Rio Branco r 2 D 2
120080 Porto Acre 120040 Rio Branco r 5 D 30 1
130070 Boca do Acre 120040 Rio Branco r 2 D 4
130350 Pauini 120040 Rio Branco a 2 S 45 1
510343 Curvelândia 510720 Rio Branco r 2 D 40
510523 Lambari d'Oeste 510720 Rio Branco r 2 D 50
510775 Salto do Céu 510720 Rio Branco r 2 D 40
Fonte:IBGE 2007
68
do destino
Aeroporto
s ligações
de ordem
Nome do
Código
destino
Nome
1a4
Acrelândia 120040 Rio Branco 1
Assis Brasil 120040 Rio Branco 1
Bujari 120040 Rio Branco 1
Capixaba 120040 Rio Branco 1
Epitaciolândia 120040 Rio Branco 1
Feijó 120040 Rio Branco 1
Jordão 120040 Rio Branco 2
Mâncio Lima 120040 Rio Branco
Manoel Urbano 120040 Rio Branco 1
Marechal Thaumaturgo 120040 Rio Branco
Plácido de Castro 120040 Rio Branco 1
Porto Walter 120040 Rio Branco 2
Rodrigues Alves 120040 Rio Branco
Santa Rosa do Purus 120040 Rio Branco 1
Senador Guiomard 120040 Rio Branco 1
Xapuri 120040 Rio Branco 1
Porto Acre 120040 Rio Branco 1
Boca do Acre 120040 Rio Branco 1
Pauini 120040 Rio Branco 1
Lambari d'Oeste 510720 Rio Branco
Salto do Céu 510720 Rio Branco
Fonte:IBGE 2010
RIO
AC RO JIPARANÁ 168 0
BRANCO
RIO CRUZEIRO
AC AC 76229 285338
BRANCO DO SUL
BOCA DO RIO
AM AC 13 0
ACRE BRANCO
RIO
AM MANAUS AC 23740 131642
BRANCO
Fonte:IBGE 2010
69
trechos da rodovia que liga Assis Brasil a Brasiléia e Rio Branco a Cruzeiro do Sul. “A
construção da rodovia federal (BR317) entre Brasiléia e Assis Brasil (2002) na Subregião
Vale do AcrePurus, e o acordo bilateral (2004) para construir uma ponte ligando Assis Brasil
a Iñapari no Peru (tríplice fronteira Peru–Brasil–Bolívia) sugerem a intenção do governo
brasileiro em gradualmente estimular interações de tipo capilar e sináptico em segmentos da
fronteira acreana com o Peru”.
Número de
Freqüência
Código do
Código de
de destino
de destino
município
município
município
Nome do
Minutos
viagens
Nome
Horas
Tipo
Dias
120005 Assis Brasil 120010 Brasiléia r 3 d 30 2
120005 Assis Brasil 120040 Rio Branco r 2 d 30 4
120025 Epitaciolândia 120005 Assis Brasil r 1 d 30 1
120033 Mâncio Lima 120020 Cruzeiro do Sul r 5 d 2
120034 Manoel Urbano 120050 Sena Madureira b 2 s 24
120035 Marechal Thaumaturgo 120020 Cruzeiro do Sul a 2 s 45
120035 Marechal Thaumaturgo 120020 Cruzeiro do Sul b 2 s 2
120038 Plácido de Castro 120001 Acrelândia r 4 d 40
120038 Plácido de Castro 120040 Rio Branco r 3 d 2
Fonte:IBGE 2007
A Zona de Fronteira no Arco Central abrange a Zona de Fronteira nos estados de Mato
Grosso, Rondônia e Mato Grosso do Sul, a partir das subregiões do MadeiraMamoré,
Fronteira do Guaporé, Chapada do Parecis, Alto Paraguai, Pantanal, Bodoquena, Dourados e
Cone Sul MatoGrossense. O Arco Central abrange 99 municípios. A linha limítrofe possui
km de extensão ao longo de 25 municípios (tabela?).
71
ArcoCentral, tanto pela densidade, quanto pela diversidade dos modais de transporte. Do
ponto de vista hidrográfico, o transfronteiriço se dá a partir da bacia do rio Mamoré (Rio
Yata no lado boliviano), que se estende ao território boliviano, conectando várias províncias
situadas ao sul na fronteira com o Brasil. Do ponto de vista rodoviário, a principal conexão se
dá a partir da BR425, ligada as principais rodovias bolivianas da região. Vale destacar a
conexão ferroviária, que se dá a partir da estrada de ferro MadeiraMamoré, o que fortalece
bastante a influência da capital rondoniense na Zona de Fronteira.
imagem negativa associada ao tráfico. Os fluxos ocorrem a partir dos modais rodoviário, pelas
rodovias BR429 e RO478, com hidroviário a partir da bacia do Guaporé ( Río Baures, Río
Itonamas, Río Machupo).
município de
município de
Número de
Freqüência
Código do
Código de
município
Nome do
Minutos
viagens
destino
destino
Nome
Horas
Tipo
Dias
110008 Costa Marques 110020 Porto Velho r 3 d 22
São Miguel do
110008 Costa Marques 110032 r 3 d 6
Guaporé
110008 Costa Marques 110045 Buritis r 3 d 19
110008 Costa Marques 240810 Natal r 3 d 4
110008 Costa Marques 250400 Campina Grande r 3 d 5
110008 Costa Marques 110010 GuajaráMirim b 2 q 3
110008 Costa Marques 110010 GuajaráMirim r 1 d 24
Alvorada
110034 110008 Costa Marques r 3 d 7
d'Oeste
110033 Nova Mamoré 110010 GuajaráMirim r 4 d 40
Pimenteiras do
110146 110010 GuajaráMirim b 1 m 7
Oeste
Fonte:IBGE 2007
Nome do
destino
destino
Nome
Fonte:IBGE 2007
75
município de
município de
Número de
Freqüência
Código do
Código de
município
Nome do
Minutos
viagens
destino
destino
Nome
Horas
Tipo
Dias
110146 Pimenteiras do Oeste 110005 Cerejeiras r 1 d 40
110146 Pimenteiras do Oeste 110010 GuajaráMirim b 1 m 7
Fonte:IBGE 2007
Tabela 14: Destino Transportes Coletivos Vila Bela da Santíssima Trindade (MT)
município de
município de
Número de
Freqüência
Código do
Código de
município
Nome do
Minutos
viagens
destino
destino
Nome
Horas
Tipo
Dias
Pontes e
510550 Vila Bela da Santíssima Trindade 510675 r 3 d 20 1
Lacerda
510550 Vila Bela da Santíssima Trindade 510250 Cáceres r 2 d 10 5
510550 Vila Bela da Santíssima Trindade 510340 Cuiabá r 2 d 20 7
Fonte:IBGE 2007
ordem 1 a 4
Aeroportos
ligações de
Código do
Código de
município
Nome do
destino
destino
Nome
Cáceres está a 80 km de San Matias, zona franca boliviana, mal articulada às áreas mais
dinâmicas daquele país. Exceto pelo tráfico de pasta de coca e cocaína, as articulações
transfronteiriças não são significativas.
79
A Zona de Fronteira de Corumbá , pode ser classificada como capilar, tendo seu já
consolidado pela existência de trabalhadores paraguaios e bolivianos dolado brasileiro. A
conectividade nessa área se dá em todos os modais. Além do número considerável de
aeródromos dos dois lados, há conexão pela via hidrográfica a partir do Río Jordan Soruco na
bacia do Paraguai, pela via ferroviária pela Ferrovia Nordeste, além de uma malha rodoviária
pouco densa (sem denominação no lado boliviano), vinculada à BR262, bem como às
rodovias estaduais MS307 e a MS228. Corumbá, cidadegêmea de AguirrePorto Suarez
81
(fronteira seca), que se conecta através de rodovia (implantada) à segunda maior cidade da
Bolívia, Santa Cruz de la Sierra, tem sido bastante estigmatizada “imagem de marca” pelo
tráfico de drogas historicamente consolidado nessa área.
município de
município de
Número de
Freqüência
Código do
Código de
município
Nome do
Minutos
viagens
destino
destino
Nome
Horas
Tipo
Dias
500070 Anastácio 500320 Corumbá r 9 d 30 4
500520 Ladário 500320 Corumbá r 72 d 15
500560 Miranda 500320 Corumbá r 10 d 30 3
Fonte:IBGE 2007
ordem 1 a 4
Aeroportos
ligações de
Código do
Código de
município
Nome do
destino
destino
Nome
Nome do município de
Código do município
Código de município
Número de viagens
Freqüência
de destino
Minutos
destino
Nome
Horas
Tipo
Dias
500690 Porto Murtinho 500210 Bela Vista r 1 d 3
500690 Porto Murtinho 500270 Campo Grande r 3 d 7
500690 Porto Murtinho 500280 Caracol r 1 d 30 1
500690 Porto Murtinho 500500 Jardim r 3 d 3
500690 Porto Murtinho 500660 Ponta Porã r 1 d 6
500280 Caracol 500690 Porto Murtinho r 3 s 45 1
Fonte:IBGE 2007
ordem 1 a 4
Aeroportos
ligações de
Código do
Código de
município
Nome do
destino
destino
Nome
Fonte:IBGE 2010
84
O cartograma 23 apresenta a Zona de Fronteira em Bela Vista, cidade que se liga a por
meio de ponte à cidade gêmea de mesmo nome no território paraguaio e possui 23181
habitantes (IBGE, 2010). Segundo o IBGE (Regic, 2007), Bela Vista está na esfera de
influência do polo de articulação de Dourados, exercendo certa atração sobre Caracol (MS).
Apresar de comportar cidades gêmeas (Vila Bela/Villa Bela), cuja conectividade é, via de
regra, de tipo sináptico, essa área apresenta um tipo de conectividade capilar pouco
desenvolvido, com movimentos pendulares localizados. Os deslocamentos são orientados
pelas terminações rodoviárias das estradas BR 060, MS 384 e MS 472, bem como pelo
hidroviário na Bacia do Rio Apa, cujo principal trecho hidrográfico se dá pelo rio Arroyo.
85
Nome do município de
Código do município
Número de viagens
Freqüência
de destino
Minutos
destino
Nome
Horas
Tipo
Dias
7
Fonte:IBGE 2007
ordem 1 a 4
Aeroportos
ligações de
Código do
Código de
município
Nome do
destino
destino
Nome
Fonte:IBGE 2010
86
O Arco Sul compreende a Zona de Fronteira dos Estados do Paraná, Santa Catarina e
Rio Grande do Sul, correspondente à área mais meridional do país. Sua diferenciação interna
exige a distinção de pelo menos três subregiões principais: o Portal do Paraná, no Noroeste
paranaense; os Vales Coloniais Sulinos, subdivididos em três segmentos, Sudoeste do Paraná,
Oeste de Santa Catarina e Noroeste do Rio Grande do Sul; e o segmento de fronteira da
Mesorregião Metade Sul do Rio Grande do Sul (segmento de fronteira conhecido
culturalmente como Campanha Gaúcha).
É importante ressaltar, que as áreas que ligam se ligam ao território uruguaio não
foram apresentadas no presente trabalho devido ao fato que as rotas rodoviárias de translado
são muito intensas e não seguem necessariamente à lógica origem/destino.
Nome do município de
Código do município
Código de município
Número de viagens
Freqüência
de destino
Minutos
destino
Nome
Horas
Tipo
Dias
410880 Guaíra 500568 Mundo Novo r 14 d 30
410880 Guaíra 411520 Maringá r 11 d 50 1
410880 Guaíra 412810 Umuarama r 11 d 50 1
410880 Guaíra 411790 Palotina r 10 d 20 1
410880 Guaíra 500570 Naviraí r 10 d 50 2
Marechal Cândido
410880 Guaíra 411460 r 5 d 30 1
Rondon
Fonte:IBGE 2007
Foz do Iguaçu, situada na Subregião Vales Coloniais Sulinos (Região Cultural dos
Vales Coloniais), no segmento Sudoeste do Paraná, é, sem sombra de dúvida, o maior
90
município lindeiro do Brasil, apresentando o padrão sináptico dos mais desenvolvido dentre
os municípios situados ao longo da fronteira continental brasileira. Gêmea de Cidade del Este,
conectada pela famosa Ponte da Amizade, a zona de tríplice fronteira é a base da economia
regional nos três países que conecta (Brasil, Argentina e Paraguai). A farta literatura sobre
essa Zona de Fronteira dispensa uma análise mais aprofundada sobre as possíveis rotas de
translado.
Cartograma 27: Zona de Fronteira Arco Sul –
Marechal Cândido Rondon (PR) e Santa Helena (PR)
Número de viagens
Freqüência
de destino
Minutos
destino
Nome
Horas
Tipo
Dias
Fonte:IBGE 2007
92
A tabela 24 demonstra a boa fluidez material dada pela frequência e regularidade dos
meios de transporte coletivos no modal rodoviário, o que torna essa Zona de Fronteira ainda
mais atrativa às atividades anteriormente referidas, devido a grande permeabilidade potencial.
Nome do município de
Código do município
Código de município
Número de viagens
Freqüência
de destino
Minutos
destino
Nome
Horas
Tipo
Dias
420500 Dionísio Cerqueira 420080 Anchieta r 1 d 1
420500 Dionísio Cerqueira 410480 Cascavel r 6 d 3
1
420500 Dionísio Cerqueira 420540 Florianópolis r 3 d
3
1
420500 Dionísio Cerqueira 410840 Francisco Beltrão r 3 d 1
5
4
420500 Dionísio Cerqueira 421670 São José do Cedro r 16 d
5
São Miguel do 4
420500 Dionísio Cerqueira 421720 r 16 d 1
Oeste 5
2
420660 Guarujá do Sul 420500 Dionísio Cerqueira r 11 d
5
1
421200 Palma Sola 420500 Dionísio Cerqueira r 3 d 1
0
421415 Princesa 420500 Dionísio Cerqueira r 1 d 2
4
421670 São José do Cedro 420500 Dionísio Cerqueira r 16 d
5
Fonte:IBGE 2007
94
número estradas. Vale ressaltar, no que diz respeito às rotas transfronteiriças, que além das
rodovias que cruzam os limites internacionais, há um grande potencial hidroviário, devido a
pujança da bacia do Rio Uruguai, o principal delimitador do território nacional em toda essa
região.
Nome do município de
Código do município
Código de município
Número de viagens
Freqüência
de destino
Minutos
destino
Nome
Horas
Tipo
Dias
432147 Tiradentes do Sul 432190 Três Passos r 2 d 30
Fonte:IBGE 2007
Nome do
destino
destino
Nome
Fonte:IBGE 2007
96
Nome do município de
Código do município
Código de município
Número de viagens
Freqüência
de destino
Minutos
destino
Nome
Horas
Tipo
Dias
431505 Porto Mauá 431490 Porto Alegre r 1 d 45 10
431505 Porto Mauá 431720 Santa Rosa r 7 d 45 1
431505 Porto Mauá 432230 Tuparendi r 7 d 10 1
Fonte:IBGE 2007
Nº de Ligações
ordem 1 a 4
ligações de
Aeroportos
Código do
Nome do
destino
destino
Nome
Fonte:IBGE 2007
As interações capilares podem, nesse caso, se dar somente no nível local, ou se dar
através de trocas difusas entre vizinhos fronteiriços com limitadas redes de comunicação.
Notase o Estado intervindo pouco, principalmente não patrocinando a construção de
infraestrutura de articulação transfronteira.
98
Cartograma 31: Zona de Fronteira Arco Sul Porto Xavier (RS) e Porto Lucena (RS)
Tabela 30: destino transportes coletivos Porto Xavier (RS) e Porto Lucena (RS)
Nome do município de
Código do município
Código de município
Número de viagens
Freqüência
de destino
Minutos
destino
Nome
Horas
Tipo
Dias
431500 Porto Lucena 430520 Cerro Largo r 2 d 2
431510 Porto Xavier 430520 Cerro Largo r 6 d 15 1
431500 Porto Lucena 431490 Porto Alegre r 1 d 11
431510 Porto Xavier 431490 Porto Alegre r 2 d 11
431500 Porto Lucena 431510 Porto Xavier r 4 d 40
431510 Porto Xavier 431690 Santa Maria r 1 d 7
431500 Porto Lucena 431720 Santa Rosa r 5 d 2
431510 Porto Xavier 431720 Santa Rosa r 3 d 30 2
431500 Porto Lucena 431750 Santo Ângelo r 1 d 3
431510 Porto Xavier 431750 Santo Ângelo r 5 d 30 2
São Luiz
431510 Porto Xavier 431890 r 1 d 2
Gonzaga
Fonte:IBGE 2007
Tabela 31: Destino Demais Temas Porto Xavier (RS) e Porto Lucena (RS)
Aeroportos
Código do Nº de
Nome Nome do destino ligações de
destino Ligações
ordem 1 a 4
Porto Lucena 431720 Santa Rosa 3
Porto Lucena 431790 Santo Cristo 3
Porto Lucena 431490 Porto Alegre 1 1
Porto Lucena 431510 Porto Xavier 2
São Paulo das
Porto Lucena 431930 2
Missões
Porto Lucena 431410 Passo Fundo 1
Porto Lucena 431507 Porto Vera Cruz 1
Porto Lucena 431690 Santa Maria 2
Porto Xavier 431750 Santo Ângelo 2 5
Porto Xavier 431720 Santa Rosa 3
Porto Xavier 430520 Cerro Largo 3
Porto Xavier 431490 Porto Alegre 1 2
Porto Xavier 431020 Ijuí 1
Porto Xavier 430610 Cruz Alta 1
Porto Xavier 431410 Passo Fundo 1
Porto Xavier 431630 Roque Gonzales 1
Porto Xavier 431690 Santa Maria 1
Fonte:IBGE 2007
100
Nome do município de
Código do município
Código de município
Número de viagens
Freqüência
de destino
Minutos
destino
Nome
Horas
Tipo
Dias
São
430865 Garruchos 431800 r 1 d 45 2
Borja
São
431055 Itacurubi 431800 r 1 d 30 2
Borja
São
431171 Maçambara 431800 r 1 d 2
Borja
São
431770 Santo Antônio das Missões 431800 r 7 d 25 1
Borja
São
432237 Unistalda 431800 r 5 d 50 1
Borja
Fonte:IBGE 2007
Nº de Ligações
de ordem 1 e 2
ordem 1 a 4
ligações de
Aeroportos
Código do
Nome do
destino
destino
Nome
Fonte:IBGE 2007
102
Nome do município de
Código do município
Código de município
Número de viagens
Freqüência
de destino
Minutos
destino
Nome
Horas
Tipo
Dias
Barra do
430187 432240 Uruguaiana r 5 d 15 1
Quaraí
Manoel
431175 432240 Uruguaiana r 2 d 30 3
Viana
431530 Quaraí 432240 Uruguaiana r 4 d 2
Fonte:IBGE 2007
Nº de Ligações
ordem 1 a 4
Aeroportos
ligações de
Código do
Nome do
destino
destino
Nome
Fonte:IBGE 2007
8 Conclusão
9 Referências
CÂMARA, et al. Introdução aos Sistemas da Geoinformação. São José dos Campos: INPE,
2004.
CLOKE Etal. Practising Human Geography. SAGE Publications Ltd 1 Oliver‘s Yard 55 City
Road London, 2004.
CORDEIRO, H.K. & BOVO, D.A. A Modernidade do Espaço Brasileiro Através da Rede
Nacional do Teles. Depto. De Cartografia e Análise da Informação Geográfica, UNESP,
Campus de Rio Claro, 1989.
SOARES & GONÇALVES, L. L 2012. Dossiê Transito 2012. Rio de Janeiro: Riossegurança,
2012.
__________. Grupo retis. Dept.geografia, UFRJ. CNPq Vii encontro nacional de estudos
estratégicos. SAEI Brasília, novembro . Repensar a fronteira, 2007.
RAFFESTIN, Claude. Por uma geografia do poder. São Paulo: Ática, 1993.
10 Anexo
Legenda