Você está na página 1de 7

INFECÇÃO HOSPITALAR

INTRODUÇÃO

A infecção hospitalar é considerada uma problemática de saúde pública sendo


está uma condição grave que influencia na morbilidade e mortalidade dos pacientes
que permanecem internados. Estas infecções são provocadas por agentes infecciosos
que se aproveitam de fragilidades no sistema imunológico de quem está em
tratamento hospitalar, onde fatores como o tempo de internação, presença de
doenças graves e/ou sistêmicas, imunodepressão, realização de procedimentos
invasivos e uso de antibióticos de largo espectro, podem tornar qualquer paciente
suscetível.

DESENVOLVIMENTO

A infecção hospitalar é definida pelo Ministério da Saúde como:

“Qualquer infecção adquirida após admissão do paciente no hospital e que se


manifeste durante a internação ou após a alta, quando puder ser relacionada com a
internação ou com os procedimentos hospitalares. São também consideradas
hospitalares aquelas infecções manifestadas antes de 72 (setenta e duas) horas de
internação, quando associadas a procedimentos diagnosticados e/ou terapêuticos
realizados depois da mesma.”

Atualmente, o termo Infecção Hospitalar (IH) também é conhecido como


Infecção Relacionada à Assistência em Saúde (IRAS).

Os pacientes provenientes de outro hospital que se internam com infecção são


considerados portadores de IH do hospital de origem e devem ser notificados
(PADRÃO, et al., 2010)
CAUSAS

A principal causando de um IH é algum agente infeccioso (sendo bactéria, vírus


ou fungo) com origem endógena (do próprio paciente) ou alógena (adquirida).
Segundo a literatura há 3 fatores de riscos que estão associados a aquisição de
infecções, de um modo geral, estão relacionados:

• ao paciente: pode ser citados exemplos - como gravidade da doença, as


condições nutricionais, a sua resposta ao tratamento e\ou medicamentos, se
há a presença de doenças crônicas ou se encontra-se imunossuprimido,
• a presença de procedimentos invasivos: se o paciente fez realizado algum
procedimento cirúrgico, se este está utilizando algum de cateter venoso e/ou
esta dependente de ventilação mecânica.
• ao ambiente hospitalar: tais como o tempo de internação, higienização

(HOSPITAL ISR. ALBERT EINSTEIN, 2021; GIARO LA, et al., 2012)

FORMAS DE PREVENÇÃO

A prevenção de uma IH se dá pela realização de condutas simples, por exemplo,


pela higienização adequada das mãos, manuseio de materiais e realização de
técnicas respeitando os princípios de assepsia e o controle rigoroso no
processamento dos materiais esterilizados, desde a lavagem até armazenamento e
distribuição dos mesmos. Outros fatores importantes na prevenção ao problema é a
higienização dos ambientes onde estão os pacientes, dos leitos, isolar aqueles que já
estão contaminados e a aplicação de protocolos de prevenção.

MAGDA COSTA - gerente de vigilância e monitoramento em serviços de saúde da


ANVISA, 2019.

Ou seja, a principal forma de prevenção de uma IH é respeitar condutas de


biossegurança, zelando não só pela sua própria como do seu paciente.
INDENTIFICAR PRINCIPAIS PATOLOGIAS ENQUADRADAS COMO INFECÇÃO
HOSPITALAR

Segundo o especialista Dr. Fernando Gatti de Menezes (2021), coordenador


médico do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH) do Hospital Israelita
Albert Einstein, as principais infecções relacionadas à assistência à saúde são:

• infecção da corrente sanguínea associada à cateter venoso central; (como


bacteremia, meningite)
• pneumonia associada à ventilação mecânica;
• infecção do trato urinário associada a cateter vesical; (como a infecção urinária
ou bacteriúria)
• infecção de sítio cirúrgico. (onde qualquer procedimento ou porte cirúrgico
estão sujeitos)

Um estudo da Organização Mundial de Saúde (2019), demostrou que a maior


prevalência IH ocorre em unidades de terapia intensiva, em enfermarias cirúrgicas e
alas de ortopedia. Com isso podemos destacar o papel essencial que a equipe de
enfermagem tem na assistência de saúde ao paciente, já que nos locais de maior
prevalência será apenas a equipe hospitalar em contato com o acamado, onde se
torna primordial a adoção de técnicas de assepsias na prevenção de disseminar uma
IH.

FORMAS DE CUIDADOS E TRATAMENTO

Então para diminuir os riscos de uma IH, podemos adotar alguns cuidados
específicos, tais como:

• Utilizar de forma correta os Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s)


• Utilizar sempre máscara e luvas de procedimentos a fazer contato com
paciente; (E não esquecer da troca de luvas de procedimentos entre um
paciente e outro, evitando infecção cruzada)
• Realizar correta higienização das mãos (com sabonete ou álcool 70º) entre
um paciente e outro, seguindo a recomendações da ANVISA.
• Não reutilizar jaleco ou pijamas de um hospital em outro (evitando assim
infecção inter-hospitalar, por isso muitos hospitais contratam empresas para
fornecer pijamas estéril).
• Realizar correta higienização das mãos antes e após contato ao cateter venoso
central/vesical e/ou feridas operatórias. (o uso de luvas não elimina a
necessidade da higienização das maõs).
• Realizar desinfecção dos conectores do acesso venoso antes e depois da
administração de medicamentos; (Ficar atentos na realização do curativo ser
há hiperemia, secreções, hematomas e questionar o paciente sobre
hiperemia, dor na inserção do cateter, sangramento e outros.)
• Em pacientes intubados deve ser ter vigilância constantes e adotar algumas
medidas: como monitorar a pressão do cuff (evitando aspiração pulmonar),
realizar aspiração quando houver secreção acumulada (primeiro da VAS
depois da VAI, evitando extravasamento), realizar higiene oral com clorexidina
0,12%, entre outros.

(HOSPITAL ISR. ALBERT EINSTEIN, 2019; ENFERMAGEM EM NOVIDADE, 2016;


AQUINO, 2019; PADRÃO; 2011)

O trabalho preventivo não se limita apenas ao hospital e equipe. O paciente e


sua família também devem assumir alguns cuidados simples, mas fundamentais.

• Com isso, cabe a equipe fornecer orientações aos pacientes e acompanhantes


sobre alguns cuidados:
o realizar higienização das mãos antes e após contato a feridas
operatórias e cateteres;
o cuidar bem dos curativos realizados em ferida operatória e do ao
cateter venoso central/vesical.
o manter a bolsa coletora de urina acima do solo;
o não obstruir o cateter vesical e ficar atento para vazamentos do
sistema e informar para troca;
o Acompanhante deve sempre higienizar as mãos sempre que tiver
contato com o paciente ou tocar em superfícies próximas, não realizar
visita se estiver doente, evitar levar crianças ao ambiente hospitalar,
evitar trazer e circular com alimentos ao hospital, e até mesmo não
sentar no leito.

(HOSPITAL ISR. ALBERT EINSTEIN, 2021; ENFERMAGEM EM NOVIDADE, 2016;


AQUINO, 2019; PADRÃO; 2011)

Assim como o tratamento, os sintomas de uma infecção hospitalar variam


conforme o agente responsável pela infecção. Porém, a equipe de enfermagem deve
estar atentos e anotar no prontuário algumas mudanças na saúde após procedimentos
médicos devem ser observadas com cuidado, entre os sinais estão:

• Vermelhidão, secreções ou dor ao redor de um cateter ou local de cirurgia;


• Febre;
• Dores ao urinar;
• Diarreias e vômitos.

(OLIVEIRA, 2021)

O tratamento se inicia de forma imediata após identificação do agente etiológico


da IH, por meio de exames complementares (hemograma, cultivo em cultura, e
outros), e só assim a equipe médica traça a conduta terapêutica.

CURIOSIDADES e OUTRAS INFORMAÇÕES PERTINENTES

O dia 15 de maio foi incorporado ao calendário da saúde como o Dia Nacional


de Controle da Infecção Hospitalar, instituída pela lei Lei nº 11.723/2008, tem o
objetivo de conscientizar autoridades sanitárias, diretores de hospitais e trabalhadores
de saúde sobre a importância do controle das infecções hospitalares, que são
adquiridas após a admissão do paciente na unidade hospitalar e pode se manifestar
durante a internação ou após a alta (AGÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE, 2019)
Segundo a Associação Médica Brasileira, mais de 45 mil brasileiros morrem
anualmente devido a infecções hospitalares. De acordo com o Ministério da Saúde, a
taxa de infecção hospitalar atinge 14% das internações no Brasil.

Segundo o infectologista Adelino Freire Júnior (2019), que coordena o controle


de infecções do Hospital Felício Rocho, as infecções hospitalares ainda aumentam o
tempo de internação e os custos da assistência médica. Que evitar as infecções em
ambiente hospitalar se torna cada dia mais importante no atual contexto das bactérias
multirresistentes a antibióticos.

CONCLUSÃO

O controle de IH constitui um dos critérios para garantir a qualidade do cuidado


prestado, estabelecendo estratégias de prevenção para diminuir a taxa de infecção
de um hospital, os cuidados básicos devem ser tomados com todos os pacientes,
independentemente de seu diagnóstico e tratamento realizado.

Com o propósito de diminuir a taxa de infecção dentro dos hospitais, a criação


de um Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH), nortearão o trabalho de
todos os colaboradores, de forma a diminuir a transmissão e propagação de infecções.

REFERÊNCIAS BILIOGRÁFICAS

AGÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE. ANS alerta sobre o controle das infecções


hospitalares. Disponível em: < https://www.gov.br/ans/pt-
br/assuntos/noticias/qualidade-da-saude/ans-alerta-sobre-o-controle-das-infeccoes-
hospitalares>. Acesso em: 12/12/2022.

Aquino Y. No Brasil, taxa de infecções hospitalares atinge 14% das internações.


Disponível em: < https://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/2019-05/no-brasil-
taxa-de-infeccoes-hospitalares-atinge-14-das-
internacoes#:~:text=As%20infec%C3%A7%C3%B5es%20s%C3%A3o%20provocad
as%20por%20micro-
organismos%20que%20se,%C3%A0%20ventila%C3%A7%C3%A3o%20mec%C3%
A2nica%2C%20segundo%20o%20Minist%C3%A9rio%20da%20Sa%C3%BAde.>.
Acesso em: 12\12\2022.

Brasil. Ministério da Saúde. Portaria n. 2.616, 12 de maio de 1998. Diário Oficial,


Brasília, 1998.

Enfermagem em novidade. Cateter venoso central e os cuidados de enfermagem.


Disponível em: <https://www.enfermagemnovidade.com.br/2016/08/cateter-venoso-
central-e-os-cuidados-de-enfermagem.html>. Acesso em: 12/12/2022.

Enfermagem em novidade. Cuidados de enfermagem na ventilação mecânica


invasiva. Disponível em: <
https://www.enfermagemnovidade.com.br/2015/12/cuidados-de-enfermagem-na-
ventilacao.html>. Acesso em: 12/12/2022.

Giarola LB, Baratieri T, Monastier AC, Bedendo J, Marcon SS, Waidman MAP.
Infecção hospitalar na perspectiva dos profissionais de enfermagem: um estudo
bibliográfico. Rev. Cogitare Enfermagem, 2012 Jan/Mar; 17(1): 151-7.

HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN. Infecção hospitalar: conheca a


importância da prevenção e do controle. Disponível em:
<https://vidasaudavel.einstein.br/infeccao-hospitalar/ >. Acesso em: 12\12\2022.

Oliveira B. Infecção hospitalar: o que é, tipos, causas, sintomas e tratamentos.


Disponível em: <https://cannalize.com.br/infeccao-hospitalar-o-que-e-tipos-causas-
sintomas-e-
tratamentos/#:~:text=Existem%20alguns%20tipos%20de%20infec%C3%A7%C3%B
5es%20hospitalares%20que%20surgem,frequente%20em%20pessoas%20com%20
sistema%20imune%20mais%20comprometido%3B>. Acesso em: 12\12\2022.

Padrão MC, Monteiro ML, Maciel NR, Viana FFCF, Freitas NA. Prevalência de
infecções hospitalares em unidades de terapia intensiva. Rev. Bras. Clin Med 2010;
8(2):125-8.

Você também pode gostar