John Wesley fundou escolas no século 18 na Inglaterra para educar crianças de forma religiosa e secular. Ao longo dos séculos, as escolas metodistas tiveram que se adaptar ao crescente secularismo e papel do estado na educação, mantendo um equilíbrio entre ensino confessional e reconhecimento público. A tensão entre educação pública versus privada/confessional permanece relevante.
John Wesley fundou escolas no século 18 na Inglaterra para educar crianças de forma religiosa e secular. Ao longo dos séculos, as escolas metodistas tiveram que se adaptar ao crescente secularismo e papel do estado na educação, mantendo um equilíbrio entre ensino confessional e reconhecimento público. A tensão entre educação pública versus privada/confessional permanece relevante.
John Wesley fundou escolas no século 18 na Inglaterra para educar crianças de forma religiosa e secular. Ao longo dos séculos, as escolas metodistas tiveram que se adaptar ao crescente secularismo e papel do estado na educação, mantendo um equilíbrio entre ensino confessional e reconhecimento público. A tensão entre educação pública versus privada/confessional permanece relevante.
Resenha Crítica referente ao artigo “ Religião e Educação no Pensamento
de John Wesley (1703-1791)”
Quanto a visão social e educacional, John percebia um interesse com
relação a educação em várias comunidades moraríamos, especialmente em Herrnhut, juntamente a tradição pietista. Ele tentou levar este modelo à Oxford, e através dele fundou o Kingswood School, em 1748. Em uma região de mineiros mais pobres, onde influenciou os sistemas de educação pública da língua inglesa, de forma que seu método chegava por vias missionárias em outros países. É importante enfatizar que a pedagogia de Wesley mostra como ele aplica o seu método racionalista também na educação das crianças. Em Kingswood, apenas crianças a partir dos seis anos de idade, mas nenhuma era aceita após o décimo-segundo ano de vida, pois para Wesley a esta idade elas já estavam corrompidas por valores mundanos. Para educar os alunos ele propunha, além das regras mencionadas, que todos levantassem às quatro horas da manhã, utilizando o tempo até a hora do sermão matutino (às cinco) para leitura, meditação, canto e oração, o currículo combinava a educação religiosa e secular, segundo o modelo de educação religiosa que Wesley propusera em Instruction for Children, e com base numa série de manuais que ele mesmo escreveu para o uso na escola . Podemos concluir, baseados na tentativa de articulação entre racionalidade e a emocionalidade religiosa proposta por Wesley, que ele via uma tensão e também a continuidade entre a educação e a confessionalidade, da mesma maneira como a via entre a educação infantil e a educação adulta. Um exemplo disso se dá na sua luta contra o analfabetismo adulto, já que este era um empecilho à vida cristã. Essa preocupação o motivou a fundar escolas, pois a formação escolar era vista como parte da tarefa missionária, que prepararia não só os clérigos, mas também os fiéis leigos para o exercício da perfeição cristã. As exigências, muitas vezes estritas, colocadas por Wesley se expandiram para além da iniciativa proposta em Kingswood, mas em um círculo relativamente reduzido, pois a educação era controlada pelo governo britânico, que não reconhecia a identidade metodista. Nesta última parte queremos indicar que, na realidade, a passagem do tempo entre os séculos XVIII e XXI fazem com que a proposta educacional metodista saia da condição privativa e marginal para tornar-se algo mais público.
As necessidades da classe social à qual o Metodismo se dirigia, assim
como as doutrinas de santificação e da perfeição cristã, impeliram Wesley a se ocupar da educação das crianças e o levaram a preocupar-se com a educação dos adultos. A partir dessas premissas surgiram várias outras escolas: Culford School, Edgehill College e etc. As escolas trabalharam em perspectiva mais ecumênica ton Institute of Higher Education, nos quais o caráter confessional metodista se preservava como originalmente. Contudo, isso ocorreu em um novo contexto de secularização da educação resultado do Iluminismo, no qual a dimensão religiosa e confessional antes enfatizada por Wesley não poderia ser mais imposta ao público. Diante dessa nova situação, as escolas funcionavam em perspectiva mais ecumênica, incluindo outras tradições cristãs tradicionais presentes na Inglaterra (como anglicana, católica, igrejas protestantes livres), de tal forma que o trabalho confessional nessas escolas se subdividiu. As transformações no número e no escopo das instituições metodistas de ensino na Inglaterra também foram resultado do crescente papel do Estado na provisão de serviços educacionais no século XX. As consultas iniciadas na década de 1980 levaram a várias iniciativas, tanto públicas quanto privadas. Na educação superior observa-se, em primeiro momento, a fusão e a cooperação entre várias instituições. Essa integração se deu também devido ao fato de a Igreja Metodista não dispor de recursos para mantê-lo sub sua administração. Além disso, as instituições confessionais foram habilitadas a receber recursos parciais do governo britânico. Exatamente estas últimas experiências nos permitem concluir que, na Inglaterra, as instituições metodistas de ensino puderam manter sua ênfase religiosa, missionária e social, que se observa originalmente em Wesley, ao mesmo tempo em que vêm ganhando reconhecimento público. Esse reconhecimento surgiu recentemente, no marco de uma série de debates sobre educação pública e privada na Inglaterra.
Esses desdobramentos observados recentemente já nos direcionam a
uma conclusão. Vimos acima que o sistema educacional metodista proposto por John Wesley se originou no século XVIII, passou por alterações nos séculos XIX e XX, e ainda mantém uma certa presença no contexto da Inglaterra, a despeito das transformações ocorridas em três séculos. Nesse desenvolvimento, a tensão fundamental que se observa mais recentemente habita entre a educação pública e a educação confessional. A pergunta, neste ponto, é: como preservar o ensino religioso como algo público, se a fé e a confessionalidade são vistas como algo puramente individual e privado? A resposta a essa pergunta pode ser relevante não somente para entender o desenvolvimento histórico do Metodismo na Inglaterra, mas também para ser direcionada a outros contextos, onde se observam situações semelhantes. Neste texto, sugerimos uma visão panorâmica, tratando de enfatizar principalmente, a interação de Wesley com o contexto do Iluminismo e as suas várias atividades seculares. Essa ênfase nos serve para mostrar a importância de Wesley bem além dos interesses confessionais internos ao Metodismo, permitindo-nos observar o impacto e a aplicação de suas idéias nos âmbitos social, político, editorial, de saúde pública e, especialmente, na educação. É justamente nesta última área que vemos o impacto mais beneficente e duradouro de seu trabalho aliado à herança religiosa metodista. Primeiro, percebemos que na tradição metodista embrionária, diretamente influenciada por Wesley, a ênfase na racionalidade contrastava com a interioridade da dimensão espiritual, ao mesmo tempo em que a proposta de uma ação pública e social estava em contraste com a dimensão da confessionalidade metodista. Essa dupla tensão se faz presente no processo de criação de escolas, que por sua vez aplicaram o método de John Wesley nos séculos XVIII e XIX. Em segundo lugar, podemos ver como o próprio Iluminismo e o processo de secularização inerente no mesmo levaram a uma tensão complementar entre o público e o privado, a qual foi progressivamente constituindo um novo desafio para a educação metodista nos séculos XIX e XX.
Atualmente, à medida que o governo se retira progressivamente dessa área e tenta devolver responsabilidades para o âmbito privado, a opinião pública na Inglaterra busca resgatar o papel público da educação confessional. Naturalmente, essas transformações têm a sua explicação na particularidade do contexto inglês.
CONCLUSÃO
A Igreja Anglicana é uma igreja nacional (Church of England) e esse
caráter trouxe possibilidades proveitosas para um compromisso único entre instâncias vistas muitas vezes como incompatíveis. As idéias de John Wesley e a educação metodista na Inglaterra conseguiram sobreviver nesses três séculos, justamente por se caracterizar em como uma proposta de equilíbrio em meio à constante tensão entre racionalidade científica e espiritualidade, educação e confessionalidade, entre o público e o privado. Quanto as medidas educacionais de Wesley, seus parâmetros e sua linha de pensamento, assim como as formas de implantação e desenvolvimento, a autora desta resenha concorda plenamente com os meios, acreditando também, que foram de grande influência não só na Inglaterra mas em todo o mundo, se tornando um modelo educacional, que na contemporaneidade, ainda deixa assim traços de forma singela, que no entanto, ainda é visível em pequenos pontos.