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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DA PARAÍBA -

CAMPINA GRANDE

CURSO: Licenciatura em Física


DISCIPLINA: História da Educação
PROFESSOR: Marinaldo de Almeida Cunha
ALUNA: Francyelle da Silva Pereira

Percursos da Educação: medievo, modernidade e seus aspectos distintos

Desde a Antiguidade, a educação passou por diversas transformações na


forma como foi pensada em cada momento histórico da sociedade. Nesse percurso,
diversas foram as reflexões difundidas em torno da formação do homem e do
exercício de ensinar, questões que estão atreladas às manifestações culturais,
científicas, sociais e filosóficas, as quais movimentaram o mundo, no curso dos
anos. Para tanto, na discussão a seguir serão destacados dois momentos da
educação, em períodos distintos da história, assim como seus principais expoentes,
suas ideias e as distinções existentes entre cada período.
Para Rui Monteiro (2005), quando o mundo passou a viver a idade medieval,
as Igrejas, no auge do seu poder, difundiram o Cristianismo em grande escala
global, fator que ditou as configurações sociais das épocas. Nesse contexto, o
Cristianismo volta-se para a educação cristã e familiar, usando o Novo Testamento
na reeducação do homem, enquanto forma de redimi-lo dos seus pecados. Ademais,
surge o De Magistro, obra de Santo Agostinho, a qual impulsionou a criação de
escolas dentro das catedrais e mosteiros; e a Companhia de Jesus, que propagou o
método escolástico. Pode-se afirmar que foi um período em que a educação
assumiu um caráter puramente teológico, voltado à formação do espírito. Tal
proposta repousa no fato de que a Educação foi usada como estratégia de
catequização dos povos colonizados, haja vista a necessidade de alfabetizá-los para
que eles pudessem ter acesso à bíblia, gerando novos fieis e somando força contra
a expansão do Protestantismo.
No entanto, como toda corrente de pensamento, a educação teológica perdeu
forças quando o mundo começou a dar seus saltos para à modernidade, graças ao
surgimento de novos pensadores e suas ideias acerca do ensino. Sendo assim, na
idade moderna, a educação ganha um novo olhar devido, especificamente, às
contribuições de João Amós Comênio (1597-1670). É nesse ensejo que vêm à tona
as principais diferenças da forma como a educação era pensada entre um período e
outro. A Didática Magna, de Comênio, surge como um contraposto direto à
educação teológica e seus demais métodos. Em um dos postulados há críticas ao
método escolástico, em que a Igreja Católica detinha controle sobre o sistema
educacional. Tal método contribuia para a passividade do aluno, além do que
preocupava-se com os problemas divinos, e não terrenos. O aluno, por outro lado,
era enxergado apenas como um sujeito passivo.
Vale salientar que, de acordo com os dizeres de Rogério Justino (2021),
Professor de História e Mestre em Educação, Comênio defende o ensino de tudo a
todas as pessoas, diferentemente da Igreja e sua ênfase na pedagogia da
catequização através de Bíblia, apenas. Além disso, ele também aposta numa
educação para meninos e meninas; não descarta a fé nesse processo, mas nele
inclui a razão, elementos essenciais à formação do homem. Finalmente, enquanto
que a educação teológica prepara o homem para a vida eterna, formando-lhe o
espírito; esse pensador traz a ideia de uma formação terrena para o homem, e inclui
a escola como espaço propício para esse processo, dando os passos iniciais para
as novas reflexões sobre o papel da escola nos próximos anos.
Destarte, a partir do exposto pode-se concluir que as distinções sobre um
perfil de educação de um momento e outro fazem parte de um mundo que está em
movimento constante. Os conhecimentos disseminados ao longo dos anos passam
por reformulações e refutações; são reflexões dos contextos sociais incorporados
em cada período da história, visando esclarecer as coisas e os fenômenos que
existem em torno dos homens, mas partindo, sempre, de uma ótica ideológica.
Contudo, mesmo que seja pelos seus aspectos distintos entre dois momentos da
história, o ganho é poder, ainda hoje, acompanhar o percurso pelo qual a educação
passou para se firmar enquanto campo de conhecimento.

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