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UNIDADE 1 O ANTIGO REGIME EM CRISE NA EUROPA

HISTÓRIA TEMA 1 O SÉCULO DAS LUZES: O ILUMINISMO

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O SÉCULO DAS LUZES:


O ILUMINISMO
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HISTÓRIA TEMA 1 O SÉCULO DAS LUZES: O ILUMINISMO

A sociedade europeia do Antigo Regime


• A sociedade do Antigo Regime era hierarquizada e estamental; a origem de cada indivíduo
determinava sua posição na sociedade e seus privilégios.

Clero
Membros dos estamentos
dominantes, clérigos e nobres
eram grandes proprietários
de terras e estavam isentos
de muitos impostos. Os nobres
herdavam privilégios da família.
Nobreza

Pagavam impostos que


sustentavam o luxo da corte,
Burgueses, trabalhadores sem possuir o mesmo prestígio
urbanos e camponeses social. Muitos burgueses
enriquecidos, porém,
compravam títulos de nobreza.
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HISTÓRIA TEMA 1 O SÉCULO DAS LUZES: O ILUMINISMO

O pensamento iluminista
Reações à sociedade do
Antigo Regime

Ideias iluministas Ações revolucionárias

• Valorização da razão como instrumento de


orientação da vida em sociedade. • Revoluções Inglesas (século XVII):
Com isso, defesa do método científico levaram à vitória do Parlamento sobre o
(investigação, experimentação e observação) para absolutismo real, ao fim das restrições à liberdade
compreender a realidade. econômica e à instauração da tolerância religiosa.
• Crítica ao fanatismo religioso, ao poder da Igreja • Revolução Francesa (século XVIII):
e aos privilégios da nobreza. as ideias iluministas inspiraram revolucionários
• Defesa da liberdade religiosa, das liberdades em franceses e foram difundidas por outros
geral e da igualdade entre os homens em seu continentes, influenciando todo o mundo ocidental.
estado de natureza.
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HISTÓRIA TEMA 1 O SÉCULO DAS LUZES: O ILUMINISMO

A razão como guia do ser humano

Pensador iluminista Principais ideias


A liberdade, a felicidade e a propriedade são direitos naturais do
John Locke
homem, que transfere parte de sua liberdade para os governantes
(1632-1704)
em troca de segurança e do cumprimento dos interesses coletivos.
A liberdade dos indivíduos seria assegurada pela criação de
Montesquieu três poderes distintos: o Executivo (administração pública),
(1689-1755) o Legislativo (criação das leis) e o Judiciário (julgamentos e
punições). A tripartição do poder coibiria o despotismo.
Criticou em suas obras o absolutismo monárquico, o fanatismo
Voltaire
religioso e a Igreja Católica, defendendo a liberdade política e a
(1694-1778)
razão como meio de livrar o povo da superstição e da ignorância.
O governo deveria subordinar-se à vontade do povo, pois
Jean-Jacques Rousseau o poder pertence a ele. O ser humano nasce bom, porém, é
(1712-1778) desvirtuado pela sociedade; por isso, deve ser educado com
liberdade, de acordo com sua natureza.
Defendia uma educação elementar obrigatória, dirigida pelo
Marquês de Condorcet Estado e gratuita para todos. Deveria ser uma educação laica,
(1743-1794) independente de crenças religiosas e orientada para o estudo
das ciências, dos ofícios e das técnicas.
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HISTÓRIA TEMA 1 O SÉCULO DAS LUZES: O ILUMINISMO

O liberalismo econômico

Aceitação das ideias de


Publicação de Investigação Difusão pela Europa de
Smith entre a burguesia,
sobre a natureza e as causas críticas aos fundamentos do
que via a oportunidade de
da riqueza das nações por mercantilismo e da defesa
prosperar com a liberdade
Adam Smith, em 1776. do liberalismo econômico.
de produção e de comércio.

De acordo com Smith, com No lugar do acúmulo de


a livre-iniciativa individual e ouro, a fonte de riqueza
o fim da intervenção estatal de uma nação seria sua
na economia, o mercado se capacidade de produzir e
autorregularia a partir da comercializar mercadorias
lei da oferta e da procura. agrícolas e manufaturadas.
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HISTÓRIA TEMA 1 O SÉCULO DAS LUZES: O ILUMINISMO

O despotismo esclarecido

Inspirados pelas ideias Entre os chamados


ilustradas e liberais, Para isso, promoveram déspotas esclarecidos estão
diversos monarcas europeus reformas para tornar a a rainha Catarina II, da
procuraram modernizar administração do reino mais Rússia, e os reis José I, de
seus Estados, porém, eficiente durante a segunda Portugal, Frederico II, da
preservando a ordem social metade do século XVIII. Prússia, José II, da Áustria,
e o absolutismo monárquico. e Carlos III, da Espanha.

Carlos III, por exemplo,


estreitou o controle
administrativo e fiscal sobre
suas colônias americanas:
expulsou os jesuítas,
instituiu novos impostos e
criou o Vice-Reino da Prata.
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HISTÓRIA TEMA 2
OS VALORES ILUMINISTAS
NO MUNDO CONTEMPORÂNEO

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OS VALORES
ILUMINISTAS NO MUNDO
CONTEMPORÂNEO
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HISTÓRIA TEMA 2
OS VALORES ILUMINISTAS
NO MUNDO CONTEMPORÂNEO

As bases das democracias contemporâneas


Ideias iluministas O mundo atual
Em O espírito das leis (1748), O Estado brasileiro está organizado entre os
Montesquieu propôs um poderes: Executivo (presidente da república
Organização
sistema de poder tripartite e e seus ministros), Legislativo (Congresso
política
independente, controlando Nacional) e Judiciário (Supremo Tribunal
possíveis abusos. Federal e outros órgãos).
Os iluministas defendiam a O Brasil é um Estado laico, ou seja, nenhuma
liberdade religiosa do indivíduo, religião deve interferir nas decisões dos três
Religião
mas combatiam a interferência da poderes. A Constituição garante a liberdade de
religião na vida pública. culto e a proteção de todas as práticas religiosas.
Acreditava-se que o ensino Nas escolas atuais, procura-se desenvolver as
baseado na razão e na ciência e habilidades de investigação e análise crítica.
Educação mantido pelo Estado libertaria O ensino praticado na maior parte do mundo
os indivíduos de superstições e tem como referência o método e as teorias
promoveria a equidade entre eles. científicas.
Desde a Revolução Industrial, tecnologias
Os iluministas defendiam que
como as da máquina a vapor, ferrovias,
Ciência e o conhecimento científico
automóveis, aviões, antibióticos e a internet
tecnologia fosse utilizado para controlar a
promoveram transformações em todos os
natureza a serviço do homem.
aspectos da vida humana.
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HISTÓRIA TEMA 2
OS VALORES ILUMINISTAS
NO MUNDO CONTEMPORÂNEO

Críticas à razão
e ao progresso iluministas
Passaram a defender que a
história tem vários caminhos
e é marcada por mudanças e
continuidades, idas e vindas.

Os iluministas viam a A partir do século XX,


história da humanidade principalmente, historiadores e Questionaram a ideia de que
como uma linha de pesquisadores criticaram essa as tradições orais e míticas
progresso contínuo entre os visão triunfalista dos iluministas a de sociedades não europeias
tempos primitivos e a era da respeito do potencial da razão e da fossem atrasadas ou selvagens.
ilustração. crença no progresso.

Criticaram a crença no poder


A ciência e a tecnologia da razão e da ciência de explorar
estariam cumprindo a natureza em benefício do
seu papel de guiar a ser humano, ideia que fez
humanidade pelo caminho com que ela fosse submetida
da razão a um mundo mais ao progresso econômico na
evoluído. sociedade industrial.
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HISTÓRIA TEMA 3 AS REVOLUÇÕES INGLESAS DO SÉCULO XVII

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AS REVOLUÇÕES
INGLESAS DO SÉCULO XVII
UNIDADE 1 O ANTIGO REGIME EM CRISE NA EUROPA

HISTÓRIA TEMA 3 AS REVOLUÇÕES INGLESAS DO SÉCULO XVII

A era da dinastia Tudor


• No período Tudor, a autoridade da Coroa ganhou força e a Inglaterra se tornou uma potência
comercial e marítima.

Em 1534, fez o Parlamento


Henrique VIII votar o Ato de Supremacia,
(1491-1547) que o proclamou chefe da Igreja
Anglicana, rompendo com o Papa.

Principais
governantes da Controlou a disputa política
dinastia Tudor e religiosa entre católicos e
protestantes e tornou a Igreja
Anglicana uma igreja nacional.
Elizabeth I
(1533-1603)
Desenvolveu a indústria naval Com isso, grandes burgueses
e derrotou a Invencível Armada acumularam fortunas com a
espanhola em 1588, conquistando exploração comercial, a concessão
colônias na América e na África. de monopólios e a pirataria.
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HISTÓRIA TEMA 3 AS REVOLUÇÕES INGLESAS DO SÉCULO XVII

A prosperidade da era Tudor

Terras confiscadas Formou-se a gentry, Apoio de mercadores,


da Igreja Católica uma nova camada de donos de manufaturas
foram adquiridas proprietários rurais e prestadores de
por membros da que produziam, serviços enriquecidos
pequena nobreza sobretudo lã, para pelos monopólios.
de mentalidade os mercados interno
capitalista. e externo.
Fornecimento de
Prosperidade
matéria-prima para o
econômica da
comércio e a produção
Inglaterra e governo
de manufaturas de
As terras comunais, absoluto dos Tudor
A partir do tecido.
até então utilizadas
século XVIII, o
de maneira coletiva
governo ampliou
para pastoreio, Negociações dos Tudor
a política de
pesca e obtenção com o Parlamento
cercamentos para
de lenha, passaram garantiram o relativo
a criação de ovelhas,
a ser cercadas por apoio dessa instituição
que fornecia lã para
particulares no à monarquia.
o comércio de tecidos.
século XVI.
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HISTÓRIA TEMA 3 AS REVOLUÇÕES INGLESAS DO SÉCULO XVII

A dinastia Stuart
• Elizabeth I faleceu em 1603 sem deixar herdeiros, encerrando a dinastia Tudor.
• James I assumiu o trono e gerou diversas crises no reino com seu governo absolutista.

A política de cercamentos O monarca criou atritos


expulsou camponeses de com o Parlamento ao
Conflitos da era
suas terras. Sem trabalho e tentar aumentar o valor
Stuart sob James I
famintos, eles revoltaram-se dos impostos e criar novas
contra o rei. taxas.
Os novos burgueses e os
membros da gentry eram
Também descontentes,
puritanos e presbiterianos,
um grupo de católicos
que não recebiam os
realizou a Conspiração
monopólios comerciais
da Pólvora (1605), uma
dados aos anglicanos pela
tentativa fracassada de
Coroa; com isso, passaram a
assassinar o rei explodindo
defender um governo menos
o Parlamento.
autoritário e que interferisse
menos na economia.
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HISTÓRIA TEMA 3 AS REVOLUÇÕES INGLESAS DO SÉCULO XVII

A Revolução Puritana
Ao lado do rei estava a alta
Ao assumir o poder, em Seu autoritarismo agravou nobreza, católica e anglicana.
1625, Carlos I reestabeleceu os conflitos entre a Coroa e Já os pequenos proprietários
a cobrança de impostos o Parlamento. Em 1642, o rei rurais, a gentry, a burguesia
navais e impôs as regras mandou invadir o Parlamento, mercantil e os donos de
da Igreja Anglicana aos provocando uma guerra civil manufaturas, em sua maioria
presbiterianos da Escócia. na Inglaterra. presbiterianos, estavam ao
lado do Parlamento.

Atos de Navegação
Inicialmente aclamado,
(1651)
Cromwell logo se tornou Após sete anos, o exército do
Cromwell instituiu que
um ditador e passou a Parlamento, comandado pelo
mercadorias negociadas com
receber críticas. Após sua puritano Oliver Cromwell,
a Inglaterra só poderiam
morte, em 1658, abriu-se o venceu Carlos I e inaugurou a
ser transportadas em navios
caminho para a restauração República Puritana.
nacionais ou dos países
monárquica.
produtores.
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HISTÓRIA TEMA 3 AS REVOLUÇÕES INGLESAS DO SÉCULO XVII

A Revolução Gloriosa

Após a morte de Cromwell, Seu irmão Jaime II Revolução Gloriosa


a dinastia Stuart voltou assumiu o trono como seu (1688)
ao poder sob Carlos II. sucessor e tentou restaurar O Parlamento depôs Jaime II
Simpático à Igreja de Roma, o catolicismo na Inglaterra, e colocou no trono Guilherme
o rei acabou com as restrições gerando reações de de Orange, um holandês
à atuação dos católicos. anglicanos e puritanos. protestante.

De modo geral, as
Revoluções Inglesas
resultaram de uma aliança
entre a burguesia,
a gentry e o Parlamento,
e criaram as condições para
o desenvolvimento acelerado
do capitalismo na Inglaterra.
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HISTÓRIA TEMA 4
A INGLATERRA NA LIDERANÇA
DA ECONOMIA EUROPEIA

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A INGLATERRA
NA LIDERANÇA
DA ECONOMIA EUROPEIA
UNIDADE 1 O ANTIGO REGIME EM CRISE NA EUROPA

HISTÓRIA TEMA 4
A INGLATERRA NA LIDERANÇA
DA ECONOMIA EUROPEIA

O poderio da Inglaterra
Obtenção de
Enriquecimento da
matérias-primas e expansão
burguesia após a aprovação
do mercado consumidor
dos Atos de Navegação e da
a partir da conquista de
atuação inglesa no tráfico
possessões coloniais na
atlântico de escravos.
América e na África.

Fatores que fizeram


da Inglaterra a maior
potência naval do mundo

Conquista do comércio
mundial a partir do
Busca pelo lucro e pelo
desenvolvimento da indústria
desenvolvimento econômico
de algodão e do aumento
do país após a consolidação
da produção de alimentos,
do poder da burguesia na
possibilitados pela política
política.
de cercamentos e pelas
inovações agrícolas.
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HISTÓRIA TEMA 4
A INGLATERRA NA LIDERANÇA
DA ECONOMIA EUROPEIA

Ingleses no comércio negreiro


Sistema triangular: os ingleses
trocavam produtos manufaturados
por escravos da África Ocidental
Participação direta
e os comercializavam nas colônias
(Até 1807)
inglesas na América, sobretudo
na Jamaica e no sul das
treze colônias.
Participação da
Inglaterra no tráfico
negreiro transatlântico Os ingleses, além de estabelecer
casas comerciais na América que
facilitavam as transações entre os
agentes do tráfico, financiavam
Participação indireta viagens de navios negreiros,
(Após 1807) forneciam artigos industrializados
para o escambo de cativos africanos
e tinham ações em companhias
de mineração americanas que
empregavam escravos.
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HISTÓRIA TEMA 1 DO ARTESANATO À MANUFATURA MODERNA

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DO ARTESANATO À
MANUFATURA MODERNA
UNIDADE 2 A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL NA INGLATERRA

HISTÓRIA TEMA 1 DO ARTESANATO À MANUFATURA MODERNA

O pioneirismo inglês na industrialização


• A indústria moderna surgiu na Inglaterra, no século XVIII, quando máquinas foram
inventadas para produzir uma grande quantidade de artigos padronizados.

Mudanças no campo
Crescimento do As inovações agrícolas provocaram
Fatores que levaram a
comércio marítimo o aumento da produção de
Inglaterra a acumular
O fortalecimento da marinha alimentos, e a política de
capitais para investir na
mercante inglesa foi resultante da cercamentos aumentou a criação
industrialização
era Tudor e dos Atos de Navegação. de ovelhas e transformou muitos
camponeses em mão de obra fabril.

Força política Disponibilidade de carvão


Exploração de colônias
da burguesia mineral e ferro
e do tráfico negreiro
A consolidação do poder político Os recursos minerais eram
As atividades coloniais e o
da burguesia após a Revolução fonte de energia para mover as
tráfico de africanos escravizados
Gloriosa criou condições para o máquinas e matéria-prima para
proporcionaram altos lucros.
desenvolvimento do capitalismo. fabricá-las.
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HISTÓRIA TEMA 1 DO ARTESANATO À MANUFATURA MODERNA

Da produção artesanal à manufatura na Inglaterra


Sistema manufatureiro
Produção artesanal
Sistema doméstico (Século XVII)
(Até o século XV)
(Séculos XV e XVI) Os instrumentos de
O artesão comprava
Buscando acelerar a trabalho e todo o processo
a matéria-prima e
produção, os empresários de produção passaram a ser
confeccionava e vendia
forneciam ao artesão a controlados pelo patrão,
a mercadoria, tendo
matéria-prima e vendiam o que pagava um salário
autonomia sobre seu ritmo
produto final. fixo aos trabalhadores e
de trabalho.
mandava vigiá-los.

Por contar com apenas Nesse sistema, o artesão


As tarefas passaram a ser
um trabalhador para fazer ainda tinha o controle sobre
divididas e cada trabalhador
as mercadorias, esse a produção, mas deixava de
executava apenas uma
sistema tinha uma baixa ser responsável por adquirir
etapa da fabricação, por
produtividade e atendia a matéria-prima e perdia
determinadas horas, em
apenas às necessidades do o contato direto com o
troca de salário fixo.
mercado local. mercado.
UNIDADE 2 A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL NA INGLATERRA

HISTÓRIA TEMA 2 A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

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A REVOLUÇÃO
INDUSTRIAL
UNIDADE 2 A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL NA INGLATERRA

HISTÓRIA TEMA 2 A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

A mecanização da produção
• Na segunda metade do século XVIII, com a Revolução Industrial, a manufatura começou a
ser substituída pela maquinofatura.

Os ingleses já dominavam o comércio No século XVIII, contínuos inventos Surgimento da


mundial de tecidos de algodão, que no setor de fiação permitiram a indústria moderna
eram comprados principalmente na criação de máquinas que, operadas A capacidade das
Índia pela Companhia Britânica das por poucos trabalhadores, fábricas de multiplicar
Índias Orientais. A Índia também aumentaram a velocidade e a a quantidade de artigos
forneceu o algodão que abasteceu as precisão da produção. Assim, produzidos a um custo
manufaturas e as primeiras fábricas a manufatura começou a ser muito baixo resultou na
têxteis criadas na Inglaterra. substituída pela maquinofatura. criação do sistema fabril.

A tarefa do trabalhador passou a


ser operar e fazer a manutenção
da máquina. A maior produtividade
do setor causou revoltas entre os
tecelões, que temiam ficar sem
trabalho.
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HISTÓRIA TEMA 2 A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

Os inventos da Revolução Industrial


• As primeiras máquinas têxteis eram fabricadas em

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madeira e movidas pela energia hidráulica.
• Em 1769, James Watt realizou aperfeiçoamentos
na máquina a vapor que possibilitaram fornecer
energia para bombear a água das minas de carvão
e extrair um mineral de melhor qualidade.
• O carvão era combustível para a metalurgia e para
a obtenção barata do ferro, minério que, durante a
Revolução Industrial, substituiu a madeira e foi utilizado
na fabricação de máquinas, pontes, navios e ferrovias. Detalhe de litografia de 1836 que
• Os principais inventos que levaram à mecanização mostra o uso da fiadeira spinning jenny
em uma fábrica de algodão inglesa.
da produção têxtil permitiram a fabricação de tecidos
largos e fios mais resistentes, finos ou grossos,
em menos tempo e com mão de obra reduzida.
• A concentração e a disciplina dos trabalhadores
nas fábricas baratearam ainda mais os custos da
produção e elevaram os lucros dos proprietários.
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HISTÓRIA TEMA 3 OS TRABALHADORES NA SOCIEDADE INDUSTRIAL

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OS TRABALHADORES NA
SOCIEDADE INDUSTRIAL
UNIDADE 2 A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL NA INGLATERRA

HISTÓRIA TEMA 3 OS TRABALHADORES NA SOCIEDADE INDUSTRIAL

Tempo e trabalho no sistema fabril


Criação do hábito de
controlar o tempo para
sincronizar a produção
e disciplinar os horários
Surgimento das fábricas A eficiência passou a ser dos trabalhadores.
• Concentração dos trabalhadores medida pelo tempo de
em um único espaço. produção. Por isso, o tempo
• Divisão de tarefas e afastamento passou a valer dinheiro e
entre o artesão e o consumidor. o relógio ganhou
importância central.
• Fim da autonomia do artesão Valorização do “tempo
sobre o produto final e o ritmo de útil”, aquele dedicado
trabalho. ao trabalho e que rende
• Controle da produção e dos dinheiro, resultando em
trabalhadores pelo patrão. O ritmo da vida e do uma nova moral.
trabalho deixou de seguir
a natureza e o corpo, e
passou a acompanhar o
tempo da máquina.
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HISTÓRIA TEMA 3 OS TRABALHADORES NA SOCIEDADE INDUSTRIAL

Condições de vida dos trabalhadores

Os trabalhadores viviam em
Em geral, os operários trabalhavam casas alugadas, de propriedade
quinze horas por dia em troca de dos próprios empregadores. As
baixíssimos salários. A exploração moradias ficavam perto das fábricas
do trabalho rendia enormes lucros e abrigavam muitas pessoas, não
para os empresários. contavam com rede de esgoto e
tinham difícil acesso a fontes de água.

A vida dos
trabalhadores na
sociedade industrial

Vivendo em condições de miséria,


Mulheres e crianças passaram
os trabalhadores e suas famílias
a ser cada vez mais contratadas
eram atingidos com frequência
nas fábricas por receberem
por doenças como a cólera e a
salários menores do que os dos
tuberculose. Nas fábricas, corriam
homens, mesmo se executassem
ainda o risco de sofrer acidentes
as mesmas tarefas.
de trabalho.
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HISTÓRIA TEMA 3 OS TRABALHADORES NA SOCIEDADE INDUSTRIAL

Uma nova divisão social


• O sucesso econômico do sistema de fábricas transformou a vida humana e resultou em uma
nova configuração de sociedade, com duas classes sociais antagônicas.

Proprietários das fábricas, das


máquinas, dos bancos, do comércio,
das redes de transportes e das
Burguesia empresas agrícolas. A partir do
século XVIII, impuseram cada
vez mais seu domínio sobre a
sociedade.

Operários que, por não possuírem


meios para sobreviver por conta
Proletariado própria, vivem do salário que
recebem pela venda de sua força de
trabalho aos capitalistas.
UNIDADE 2 A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL NA INGLATERRA

HISTÓRIA TEMA 3 OS TRABALHADORES NA SOCIEDADE INDUSTRIAL

A organização da classe operária


Ludismo
Entre o final do século XVIII e o início do XIX,
trabalhadores invadiam as fábricas e quebravam
as máquinas em defesa da criação de direitos
trabalhistas. Reprimidos com violência, alguns
líderes foram presos, julgados e executados.

Fundação de sindicatos Criação de leis


Com a legalização das trade unions (sindicatos) trabalhistas e
Mobilização dos
em 1824, os operários passaram a se organizar e fortalecimento
operários
lutar por aumento de salário, redução das jornadas, do movimento
limitação do trabalho infantil etc. operário

Cartismo
Entre 1838 e 1840, foram enviadas petições
ao Parlamento que reivindicavam direitos aos
trabalhadores. Elas receberam milhões de
assinaturas, mas foram reprovadas, gerando
manifestações.
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HISTÓRIA TEMA 4
DESDOBRAMENTOS CULTURAIS, ECONÔMICOS
E AMBIENTAIS DA INDUSTRIALIZAÇÃO

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DESDOBRAMENTOS
CULTURAIS, ECONÔMICOS
E AMBIENTAIS DA
INDUSTRIALIZAÇÃO
UNIDADE 2 A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL NA INGLATERRA

HISTÓRIA TEMA 4
DESDOBRAMENTOS CULTURAIS, ECONÔMICOS
E AMBIENTAIS DA INDUSTRIALIZAÇÃO

A multidão das cidades


Diferentemente
do campo ou das
pequenas cidades,
as relações entre
os moradores se
tornaram impessoais.

Em 1829, os ingleses
Dificuldade de criaram a Scotland
Avanço da Surgimento do
controlar a multidão Yard para vigiar as
industrialização na fenômeno da
e crescimento da ruas de Londres e
Inglaterra multidão nas cidades.
criminalidade. atuar na solução de
roubos e assassinatos.
No fim do século
XVIII, Londres Máquinas e pessoas
ultrapassou 1 milhão produziam ruídos, e
de habitantes. o lixo se acumulava
nas ruas.
UNIDADE 2 A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL NA INGLATERRA

HISTÓRIA TEMA 4
DESDOBRAMENTOS CULTURAIS, ECONÔMICOS
E AMBIENTAIS DA INDUSTRIALIZAÇÃO

A literatura das multidões


• Por meio do texto, escritores e leitores

TOPFOTO/KEYSTONE BRASIL - BIBLIOTECA BRITÂNICA, LONDRES


procuravam entender as metrópoles e lidar
com o fascínio e o medo que provocavam.
• Charles Dickens (1812-1870): parte
importante de suas obras trata da vida
nas cidades inglesas, com ambientes de
trabalho degradados, más condições de
vida para os operários e relações humanas
desgastadas pelas dificuldades cotidianas.
• Charles Baudelaire (1821-1867): foi um
observador sagaz das metrópoles e captou
com precisão a melancolia, os temores e as
angústias de seus moradores.
• Edgar Allan Poe (1809-1849): no conto “Trote! Meu querido, Trote!“, gritou minha tia, em
O homem da multidão, de 1841, constatou um sussurro aterrorizado e apertando meu braço.
“Eu não sei o que devo fazer”. Ilustração e trecho
a solidão do cidadão urbano, apesar de viver da obra David Copperfield, de Charles Dickens,
cercado de gente. 1871-1880.
UNIDADE 2 A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL NA INGLATERRA

HISTÓRIA TEMA 4
DESDOBRAMENTOS CULTURAIS, ECONÔMICOS
E AMBIENTAIS DA INDUSTRIALIZAÇÃO

Os impactos ambientais da industrialização


A construção de ferrovias e
de novas fábricas acarretou o
desmatamento de grandes áreas
de vegetação.
A coloração das mariposas permitia
que estas se camuflassem nos
O hábitat de muitas espécies troncos claros das árvores. Com a
Atividade industrial foi alterado, como no caso das poluição provocada pelas fábricas,
em larga escala mariposas brancas da cidade de porém, os troncos escureceram.
Manchester. Assim, as mariposas tornaram-se
alvos fáceis dos predadores,
e praticamente deixaram de existir.
Não havia na época
a ideia de que o As fábricas causaram a poluição
uso desenfreado de das águas e do ar, e o crescimento
matérias-primas e de populacional desordenado causou
combustíveis fósseis acúmulo de lixo e dejetos.
pudesse causar
danos ambientais.
UNIDADE 2 A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL NA INGLATERRA

HISTÓRIA TEMA 4
DESDOBRAMENTOS CULTURAIS, ECONÔMICOS
E AMBIENTAIS DA INDUSTRIALIZAÇÃO

A supremacia britânica no comércio mundial

Aumento da produtividade
com a aplicação de
inovações tecnológicas na
indústria em novas áreas
como a agricultura, a
metalurgia e os transportes. Fortalecimento do
Ampliação da participação
liberalismo econômico
da Inglaterra no mercado
com a expansão da
mundial, impulsionada pelo
industrialização para outros
forte apoio do governo
países e a prosperidade
Impulsão da economia nacional.
inglesa.
com a expansão das
ferrovias, que abriram Abertura de mercados na
países ao mercado mundial África, na Ásia e nos novos
e integraram populações. países independentes
da América após pressão
diplomática inglesa.
A REVOLUÇÃO FRANCESA E SEUS IMPACTOS
UNIDADE 3
NA EUROPA E NA AMÉRICA

HISTÓRIA TEMA 1 A FRANÇA DO ANTIGO REGIME

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A FRANÇA
DO ANTIGO REGIME
A REVOLUÇÃO FRANCESA E SEUS IMPACTOS
UNIDADE 3
NA EUROPA E NA AMÉRICA

HISTÓRIA TEMA 1 A FRANÇA DO ANTIGO REGIME

Desigualdades sociais na França


• No final do século XVIII, a França era o segundo país mais populoso da Europa.
• A população estava dividida em três estados, e no interior de cada um deles também havia
grandes diferenças sociais.

Primeiro Composto pelo alto clero e pelo


estado baixo clero, que tinham condições
de vida diferentes. Representavam apenas 3%
da população, pagavam poucos
impostos e tinham acesso aos
principais cargos públicos,
Segundo comandando efetivamente o país.
Formado pela nobreza.
estado

A grande burguesia vivia em


Incluía a grande e a pequena mansões, a pequena burguesia
Terceiro
burguesia, e os trabalhadores tinha uma vida simples e os milhões
estado
urbanos e rurais. de trabalhadores viviam à beira da
miséria, em condições precárias.
A REVOLUÇÃO FRANCESA E SEUS IMPACTOS
UNIDADE 3
NA EUROPA E NA AMÉRICA

HISTÓRIA TEMA 1 A FRANÇA DO ANTIGO REGIME

Crise econômica
Nos séculos No século XVIII,
XVI e XVII, a safras agrícolas
França prosperou, ruins causaram a
enriquecendo alta geral dos preços,
a burguesia fome e queda na O rei Luís XVI
comercial arrecadação A implantação de
aumentou os
e financeira. de impostos. uma reforma fiscal
impostos, piorando
foi rejeitada pela
a vida dos setores
Assembleia dos
O auxílio na populares e
Notáveis e pelo
independência enfurecendo
Parlamento.
das treze colônias a burguesia.
inglesas gerou mais
Esses órgãos
despesas e as dívidas
eram controlados
minaram a força
pela nobreza e
da monarquia.
pelo clero, que
perderiam muitos
privilégios com
a reforma.
A REVOLUÇÃO FRANCESA E SEUS IMPACTOS
UNIDADE 3
NA EUROPA E NA AMÉRICA

HISTÓRIA TEMA 1 A FRANÇA DO ANTIGO REGIME

A convocação dos Estados Gerais

Luís XVI convocou os O monarca, o clero e


Por serem mais
Estados Gerais, uma a nobreza defenderam
numerosos, os votos
grande assembleia com que cada estado
individuais do terceiro
representantes dos tivesse direito a um
estado derrotariam o
três estados voto no lugar dos
clero e a nobreza.
da sociedade francesa. votos individuais.

O rei aceitou O terceiro estado não


Por ordem do rei,
a monarquia aceitou o sistema de
clero e nobreza se
constitucional e aboliu votação e proclamou a
reuniram à Assembleia
privilégios fiscais, mas Assembleia Nacional,
Nacional, criando a
manteve os privilégios defendendo uma
Assembleia Nacional
aristocráticos Constituição
Constituinte.
e o dízimo. para o país.
A REVOLUÇÃO FRANCESA E SEUS IMPACTOS
UNIDADE 3
NA EUROPA E NA AMÉRICA

HISTÓRIA TEMA 2
DEZ ANOS DE REVOLUÇÃO: DA QUEDA DA BASTILHA
AO 18 BRUMÁRIO

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DEZ ANOS DE REVOLUÇÃO:


DA QUEDA DA BASTILHA
AO 18 BRUMÁRIO
A REVOLUÇÃO FRANCESA E SEUS IMPACTOS
UNIDADE 3
NA EUROPA E NA AMÉRICA

HISTÓRIA TEMA 2
DEZ ANOS DE REVOLUÇÃO: DA QUEDA DA BASTILHA
AO 18 BRUMÁRIO

A tomada da Bastilha e a monarquia constitucional


• A tomada do maior símbolo do absolutismo francês, em julho de 1789, deu início à revolução,
sem uma liderança definida.

Aprovação pela assembleia da


Declaração dos Direitos do Homem
e do Cidadão (1789), que estabeleceu
Crise política a igualdade de todos os homens
e rumores de que o rei perante a lei e o direito à liberdade,
e a aristocracia fechariam à crença religiosa, à propriedade,
a assembleia. Em uma série de revoltas
à segurança e à resistência.
chamadas de “jornadas
populares”, parisienses
tomaram a Bastilha, Aprovação da Constituição (1791),
Saques a armazéns prisão e arsenal militar.
e ataques às alfândegas que estabeleceu a subordinação do
municipais causados pela monarca, a divisão do Estado em
escassez de alimentos. três poderes independentes, o voto
censitário e masculino, a manutenção
da escravidão nas colônias e o fim das
restrições comerciais mercantilistas.
A REVOLUÇÃO FRANCESA E SEUS IMPACTOS
UNIDADE 3
NA EUROPA E NA AMÉRICA

HISTÓRIA TEMA 2
DEZ ANOS DE REVOLUÇÃO: DA QUEDA DA BASTILHA
AO 18 BRUMÁRIO

A proclamação da República

O povo foi chamado a defender


a revolução e formou um exército
Em 1792, a França entrou que derrotou os invasores e os
em guerra com a Áustria partidários do Antigo Regime.
e a Prússia, que temiam a Proclamação
propagação da revolução da República
e tinham o apoio do rei Novas eleições foram realizadas
Luís XVI. e formou-se a Convenção
Nacional, uma nova assembleia
composta por diferentes grupos.

• Jacobinos: pequena burguesia e classe média.


• Girondinos: grande burguesia comercial e nobres liberais.
• Planície: tendiam a posições políticas de centro.
• Cordeliers e sans-culottes: grupos urbanos que defendiam
mudanças sociais mais radicais.
A REVOLUÇÃO FRANCESA E SEUS IMPACTOS
UNIDADE 3
NA EUROPA E NA AMÉRICA

HISTÓRIA TEMA 2
DEZ ANOS DE REVOLUÇÃO: DA QUEDA DA BASTILHA
AO 18 BRUMÁRIO

A radicalização da revolução

Por pressão dos Países defensores A Convenção criou o


jacobinos e da do Antigo Regime Comitê de Salvação
população, Luís XVI reagiram à execução Pública, responsável
e Maria Antonieta foram e formaram uma pela segurança
acusados de traição e coligação para derrotar da França, que
guilhotinados em 1793. a França. reorganizou o exército
e derrotou a coligação.

Por outro lado, os


jacobinos distribuíram No período do A influência de
terras dos nobres, Terror, o Tribunal jacobinos como
aboliram a escravidão Revolucionário julgou Robespierre cresceu
e estabeleceram o acusados de traição e as principais
ensino primário público, de todos os grupos, lideranças girondinas
concretizando o ideal de que foram presos ou e opositores foram
liberdade e igualdade guilhotinados. presos e executados.
perante a lei.
A REVOLUÇÃO FRANCESA E SEUS IMPACTOS
UNIDADE 3
NA EUROPA E NA AMÉRICA

HISTÓRIA TEMA 2
DEZ ANOS DE REVOLUÇÃO: DA QUEDA DA BASTILHA
AO 18 BRUMÁRIO

A caminho do fim
Em 1795 foi eleito Revoltas de populares,
Em 1794, os girondinos
o Diretório, governo de antigos monarquistas
articularam um golpe para
formado por cinco e de jacobinos levaram
expulsar os jacobinos da
deputados. Uma nova os grandes burgueses a
Convenção, reassumindo
Constituição foi elaborada apoiar o golpe do general
o poder e encerrando a
restabelecendo o voto Napoleão Bonaparte,
participação popular na
censitário e consagrando a dando início ao Consulado
condução do Estado.
liberdade econômica. em 1799.

Assim como os jacobinos,


O Diretório foi incapaz de Em 18 de Brumário do
o novo governo perseguiu,
garantir a estabilidade calendário da revolução,
prendeu e executou os
desejada pela burguesia o Diretório foi extinto
opositores, dissolveu
e a França permaneceu e teve início uma nova
clubes políticos e anulou
em situação de fase na história política
leis sociais, como a do
catástrofe econômica. da França.
ensino público.
A REVOLUÇÃO FRANCESA E SEUS IMPACTOS
UNIDADE 3
NA EUROPA E NA AMÉRICA

HISTÓRIA TEMA 3 A FRANÇA TRANSFORMADA PELA REVOLUÇÃO

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A FRANÇA
TRANSFORMADA
PELA REVOLUÇÃO
A REVOLUÇÃO FRANCESA E SEUS IMPACTOS
UNIDADE 3
NA EUROPA E NA AMÉRICA

HISTÓRIA TEMA 3 A FRANÇA TRANSFORMADA PELA REVOLUÇÃO

Transformações sociais
• Além de promover mudanças políticas e econômicas na França, a revolução contribuiu
para transformar os costumes locais.

Novas palavras foram difundidas Muitas mulheres reivindicaram


pelos jornais e incorporadas direitos civis e de cidadania política,
ao cotidiano. Desconhecidos participando de sublevações,
se chamavam de “cidadão”, protestos e reuniões da Assembleia
advogados passaram a ser Nacional. Além disso, criaram
“homens das leis”, e os impostos associações femininas, nas quais
eram “contribuições”. Transformações discutiam política.
dos costumes
franceses
Ruas e praças que tinham A nova legislação deu às mulheres
nomes relacionados com o Antigo direitos como o divórcio, porém,
Regime foram rebatizadas, continuou a negar sua inclusão na
como a Praça Luís XV, que passou vida pública, sua participação na
a ser chamada de Praça da Guarda Nacional e seu direito de
Revolução, e depois foi rebatizada votar e de candidatar-se
de Concórdia. ao Parlamento.
A REVOLUÇÃO FRANCESA E SEUS IMPACTOS
UNIDADE 3
NA EUROPA E NA AMÉRICA

HISTÓRIA TEMA 3 A FRANÇA TRANSFORMADA PELA REVOLUÇÃO

A arte e os símbolos da revolução


• Muitos artistas representaram em suas obras
episódios e líderes da Revolução Francesa, como

LOUIS-LÉOPOLD BOILLY - MUSEU DE BELAS ARTES, LILLE


Robespierre, Marat e Danton.
• Eles também captaram as tensões do processo
revolucionário, como a luta das luzes contra as
trevas e do presente diante do passado.
• A principal transformação artística foi a
incorporação do povo, o coletivo, que passou a ser
representado heroicamente ou festejando.
• Inúmeros símbolos da força da luta social contra o
Antigo Regime foram gerados, como a tomada da
Bastilha, o barrete frígio (gorro vermelho), a bandeira
tricolor e a Marselhesa (hino nacional da França).
• Unidades de medida como o metro e o quilograma
se tornaram emblemas da racionalidade
revolucionária e hoje compõem o Sistema Detalhe de O triunfo de Marat, pintura
Internacional de Unidades (SI). de Louis-Léopold Boilly, 1794.
A REVOLUÇÃO FRANCESA E SEUS IMPACTOS
UNIDADE 3
NA EUROPA E NA AMÉRICA

HISTÓRIA TEMA 3 A FRANÇA TRANSFORMADA PELA REVOLUÇÃO

A maior herança
Na Europa Ocidental de hoje, ciganos,
imigrantes do leste, africanos, árabes
e latinos enfrentam discriminação
e buscam igualdade jurídica, liberdade,
trabalho, alimentação e moradia dignas.
A revolução não criou a
luta por direitos, mas serviu Nos Estados Unidos e nos países da
de inspiração para futuros América Latina, afrodescendentes
movimentos sociais. Os ideais e indígenas reagem a séculos de
de liberdade, igualdade e dominação e marginalidade e levantam
fraternidade converteram-se em bandeiras semelhantes às de 1789.
princípios universais.
No mundo inteiro, mulheres,
homossexuais, crianças, adolescentes
e idosos enfrentam condições adversas,
reagem a privilégios de outros grupos
e buscam seu espaço e seus direitos.
A REVOLUÇÃO FRANCESA E SEUS IMPACTOS
UNIDADE 3
NA EUROPA E NA AMÉRICA

HISTÓRIA TEMA 4 A ERA NAPOLEÔNICA E A INDEPENDÊNCIA DO HAITI

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A ERA NAPOLEÔNICA
E A INDEPENDÊNCIA
DO HAITI
A REVOLUÇÃO FRANCESA E SEUS IMPACTOS
UNIDADE 3
NA EUROPA E NA AMÉRICA

HISTÓRIA TEMA 4 A ERA NAPOLEÔNICA E A INDEPENDÊNCIA DO HAITI

Desejo de estabilidade
• O governo de Napoleão foi iniciado pelo golpe de 18 de Brumário.

Censurou a imprensa e suprimiu Continuou a reforma


as liberdades individuais e agrária jacobina, incentivou a
políticas, deixando o princípio prosperidade da burguesia e
iluminista de limitação dos recuperou as finanças ao fundar
poderes do governante e os o Banco da França, reorganizar
debates políticos do período os impostos e melhorar a
revolucionário para trás. Governo de infraestrutura e serviços do país.
Napoleão
Bonaparte
Prometeu resgatar a segurança Criou o Código Civil Napoleônico
e a estabilidade política, social e em 1804, organizando as leis,
financeira. Suas vitórias militares regulamentando o direito à
na África e o avanço na guerra propriedade, garantindo a
europeia aumentaram o prestígio igualdade e confirmando o
do novo líder e a confiança confisco das terras da nobreza
dos franceses. de origem feudal.
A REVOLUÇÃO FRANCESA E SEUS IMPACTOS
UNIDADE 3
NA EUROPA E NA AMÉRICA

HISTÓRIA TEMA 4 A ERA NAPOLEÔNICA E A INDEPENDÊNCIA DO HAITI

O Império Napoleônico

Para assegurar Eles temiam o


Preocupados com a
seu poder diante de expansionismo francês
reestruturação política,
monarquistas, Napoleão e a difusão dos ideais
militar e financeira do
convocou um plebiscito iluministas por toda a
país, Inglaterra, Áustria,
e tornou-se cônsul Europa. A Inglaterra temia
Prússia e Rússia uniram-se
vitalício. Dois anos ainda um rival na disputa
em coligação e declararam
depois, em nova votação, pelos mercados europeus
guerra à França em 1803.
foi aclamado imperador. e ultramarinos.

Napoleão ampliou seu


Países como Portugal Em 1805, Napoleão
domínio sobre a Europa
e a Rússia romperam reuniu dezesseis estados
Central, formando a
com o bloqueio e foram do antigo Sacro Império
Confederação do Reno e
invadidos. No entanto, Romano Germânico após
decretando a proibição de
as tropas de Napoleão derrotar a Prússia, ampliar
comércio com a Inglaterra,
foram aniquiladas na os domínios na Península
chamada de Bloqueio
Rússia em 1812. Itálica e isolar a Áustria.
Continental, em 1806.
A REVOLUÇÃO FRANCESA E SEUS IMPACTOS
UNIDADE 3
NA EUROPA E NA AMÉRICA

HISTÓRIA TEMA 4 A ERA NAPOLEÔNICA E A INDEPENDÊNCIA DO HAITI

As conquistas napoleônicas

AS CONQUISTAS NAPOLEÔNICAS

FERNANDO JOSÉ FERREIRA


REINO N
DA NO NE
DINAMARCA O L
E REINO Moscou
SO SE
NORUEGA DA S
REINO UNIDO MAR SUÉCIA
230 km
50º N DA GRÃ-BRETANHA DO NORTE
E IRLANDA
PRÚSSIA IMPÉRIO
Amsterdã Berlim
Londres RUSSO
Leipzig GRÃO-DUCADO
OCEANO Bruxelas DE VARSÓVIA
WESTFÁLIA
ATLÂNTICO Paris CONFEDERAÇÃO Austerlitz
DO RENO
IMPÉRIO Viena ÁUSTRIA
FRANCÊS SUÍÇA BAVIERA
SABOIA HUNGRIA
REINO
PORTUGAL DA ITÁLIA
Nice MAR NEGRO
Madri
Lisboa
ESPANHA Roma IMPÉRIO
REINO OTOMANO
REINO
ICH

Cabo de Trafalgar DA SARDENHA DE NÁPOLES


EENW

Território francês em 1789


MAR MEDITERRÂNEO REINO
E GR

DA SICÍLIA Territórios conquistados até 1801 Fonte: VICENTINO,


NO D

Territórios conquistados até 1812 Cláudio. Atlas


histórico: geral e
IDIA

ÁFRICA Estados “aliados” da França em 1812


Brasil. São Paulo:
MER

Estados em guerra contra a França


0º Scipione, 2011. p. 124.
A REVOLUÇÃO FRANCESA E SEUS IMPACTOS
UNIDADE 3
NA EUROPA E NA AMÉRICA

HISTÓRIA TEMA 4 A ERA NAPOLEÔNICA E A INDEPENDÊNCIA DO HAITI

O governo dos cem dias e o Congresso de Viena


Com a derrota da
campanha militar
na Rússia, Napoleão
perdeu apoio Napoleão abdicou Aclamado pela Derrotado na Batalha
político dentro do trono e exilou-se população, em 1815, de Waterloo, em
da França. na Ilha de Elba. Em Napoleão fugiu do 1815, Napoleão foi
seu lugar, assumiu exílio para Paris e preso na Ilha de
Em março de 1814, o poder Luís XVIII, iniciou o governo Santa Helena,
a coligação formada irmão de Luís XVI. dos cem dias. até sua morte.
por Áustria,
Prússia e Rússia
invadiu Paris. Entretanto, o Criou-se a Santa Os países vencedores
Congresso de Aliança, um pacto se reuniram
Viena não foi capaz militar para garantir no Congresso
de conter novos a restituição do de Viena para
movimentos liberais Antigo Regime retornar a Europa
e nacionalistas na em caso de novas às configurações
Europa e na América. revoluções. anteriores a 1789.
A REVOLUÇÃO FRANCESA E SEUS IMPACTOS
UNIDADE 3
NA EUROPA E NA AMÉRICA

HISTÓRIA TEMA 4 A ERA NAPOLEÔNICA E A INDEPENDÊNCIA DO HAITI

Haiti: rebelião escrava e independência


Os espanhóis chegaram
Por sua posição
à Ilha Hispaniola, onde
geográfica favorável à
hoje estão Haiti e República
navegação e ao comércio
Dominicana, em 1492. Porém,
com a Europa, a França
tiveram mais interesse em
se apossou da parte
explorar a parte continental
ocidental da ilha.
da América.
Os franceses cultivaram café, anil,
cacau, algodão e, sobretudo, cana-
Em 1697, a Espanha -de-açúcar, com o uso de mão de
reconheceu a soberania obra escrava africana.
francesa sobre aquela
parte da ilha, onde foi
fundada a colônia de Os indígenas da colônia foram
São Domingos. dizimados por doenças e pela
violência dos colonizadores. Por
isso, a população era composta de
brancos, negros e mulatos.
A REVOLUÇÃO FRANCESA E SEUS IMPACTOS
UNIDADE 3
NA EUROPA E NA AMÉRICA

HISTÓRIA TEMA 4 A ERA NAPOLEÔNICA E A INDEPENDÊNCIA DO HAITI

O levante dos jacobinos negros


• No Haiti ocorreu a única rebelião de africanos escravizados na América que resultou
no fim da escravidão e no primeiro país fundado por ex-escravos fora da África.

Em 1791, a Assembleia
Os africanos escravizados Quando os jacobinos
Constituinte francesa
do norte da colônia aboliram a escravidão
aprovou a igualdade
iniciaram uma rebelião, nas colônias, o clima
de direitos para toda
destruindo plantações e revolucionário se
a população de São
engenhos e executando disseminou e a rebelião se
Domingos, mas manteve
proprietários brancos. espalhou por São Domingos.
a escravidão.

François-Dominique
A colônia de A resistência dos
Toussaint L’Ouverture
São Domingos foi escravos continuou sob a
assumiu a liderança das
proclamada independente liderança de Jean-Jacques
revoltas e morreu em 1803
e recebeu o nome de Haiti. Dessalines, e o exército
lutando contra a decisão de
Dessalines foi coroado francês foi expulso
Napoleão de restaurar
imperador em 1804. da região.
a escravidão.
A INDEPENDÊNCIA DOS ESTADOS UNIDOS
UNIDADE 4
E DAS COLÔNIAS ESPANHOLAS

HISTÓRIA TEMA 1 AS IDEIAS ILUMINISTAS CRUZAM O ATLÂNTICO

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AS IDEIAS ILUMINISTAS
CRUZAM O ATLÂNTICO
A INDEPENDÊNCIA DOS ESTADOS UNIDOS
UNIDADE 4
E DAS COLÔNIAS ESPANHOLAS

HISTÓRIA TEMA 1 AS IDEIAS ILUMINISTAS CRUZAM O ATLÂNTICO

O iluminismo nas treze colônias

A maior parte dos Nas treze colônias,


Em seguida, chegaram
primeiros colonos a o princípio protestante
outros grupos
chegar na América do de que todo fiel deveria
protestantes, como
Norte era formada de ler e interpretar o
presbiterianos, anglicanos
puritanos que fugiam das texto bíblico se tornou
e luteranos, além de
perseguições políticas e um grande incentivo à
novas levas de puritanos.
religiosas na Inglaterra. educação formal.

No século XVIII, essas Entre os séculos XVII e XVIII,


universidades foram um colonos protestantes fundaram
dos principais centros escolas comunitárias e as
de divulgação das ideias universidades de Harvard, William
iluministas. & Mary, Yale e Princeton.
A INDEPENDÊNCIA DOS ESTADOS UNIDOS
UNIDADE 4
E DAS COLÔNIAS ESPANHOLAS

HISTÓRIA TEMA 1 AS IDEIAS ILUMINISTAS CRUZAM O ATLÂNTICO

Os quakers

Hostilizados na
Os quakers surgiram
Inglaterra por suas
no interior da Igreja A capital, Filadélfia,
ideias libertárias e por
Anglicana na metade do tornou-se um importante
seu ativismo social,
século XVII e tinham uma centro intelectual de
migraram para a América
noção radical de liberdade difusão das ideias liberais.
e fundaram a colônia da
e de igualdade.
Pensilvânia.

Autodenominados No final do século


Sociedade dos Amigos, XVIII, era a cidade mais
A colônia foi fundada sob
eram contra qualquer populosa das treze
a liderança de William
distinção entre os seres colônias, com a menor
Penn, em 1682, e recebeu
humanos e não admitiam taxa de analfabetismo e o
seu nome.
a hierarquia clerical nem maior mercado de livros
a escravidão. da América inglesa.
A INDEPENDÊNCIA DOS ESTADOS UNIDOS
UNIDADE 4
E DAS COLÔNIAS ESPANHOLAS

HISTÓRIA TEMA 1 AS IDEIAS ILUMINISTAS CRUZAM O ATLÂNTICO

As luzes na América Espanhola

As novas ideias políticas foram


difundidas nas universidades de
São Marcos (Peru), de Chuquisaca
(Bolívia) e de Córdoba (Argentina).

A aliança entre a Coroa


Raynal condenou a
e a Igreja Católica, que O livro A história das duas Índias,
colonização e defendeu o
justificava a ordem escrito pelo filósofo Abade Raynal,
direito dos povos americanos
colonial e a escravidão, teve grande repercussão entre
às liberdades natural (do
não impediu que as ideias os pensadores das colônias
homem), civil (do cidadão)
liberais se espalhassem espanholas.
e política (dos povos).
pela América espanhola.

O jornalista e político Mariano


Moreno (1778-1811) se dedicou à
difusão do iluminismo e participou
da emancipação argentina.
UNIDADE 4 A INDEPENDÊNCIA DOS ESTADOS UNIDOS
E DAS COLÔNIAS ESPANHOLAS

HISTÓRIA TEMA 2 AS TREZE COLÔNIAS ROMPEM COM A METRÓPOLE

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AS TREZE COLÔNIAS
ROMPEM COM
A METRÓPOLE
UNIDADE 4 A INDEPENDÊNCIA DOS ESTADOS UNIDOS
E DAS COLÔNIAS ESPANHOLAS

HISTÓRIA TEMA 2 AS TREZE COLÔNIAS ROMPEM COM A METRÓPOLE

Uma nação construída por imigrantes


• Os Estados Unidos foram construídos por pessoas de diferentes origens,
línguas e tradições culturais.

Os primeiros imigrantes Depois deles, vieram No século XVII, foram


foram os puritanos holandeses, suecos, levados para a região
ingleses, que chegaram alemães, irlandeses e os primeiros africanos
à América em 1620 e franceses, formando as escravizados como
ficaram conhecidos como treze colônias da América mão de obra para a
“pais peregrinos”. do Norte. agricultura sulista.

Na última década, uma No século XIX, uma nova


Latino-americanos e nova política migratória onda migratória levou ao
muçulmanos têm sofrido está sendo aplicada com país alemães, italianos,
com medidas de controle da o objetivo de reduzir irlandeses, chineses,
imigração, como perseguição, a entrada de novos latino-americanos, árabes,
prisão e expulsão do território. imigrantes. entre outros povos.
UNIDADE 4 A INDEPENDÊNCIA DOS ESTADOS UNIDOS
E DAS COLÔNIAS ESPANHOLAS

HISTÓRIA TEMA 2 AS TREZE COLÔNIAS ROMPEM COM A METRÓPOLE

As treze colônias inglesas AS TREZE COLÔNIAS


INGLESAS (1750)
• Nova Inglaterra: conjunto das colônias do norte

FERNANDO JOSÉ FERREIRA


ço
en
ur
Lo
e do centro, com clima temperado e agricultura Sã

o
Rio
NOVA

familiar, que participou ativamente do comércio HAMPSHIRE

de escravizados, gerando lucros e a formação


de um poderoso grupo mercantil.

HES
• Colônias do sul: praticavam a economia de 40° N
C

A PA LA
plantation, ou seja, o cultivo em grandes
propriedades agrícolas, de produtos como
o tabaco e o algodão, com predomínio do trabalho OCEANO

sípi
ATLÂNTICO
de africanos escravizados.

Rio Missis
• As treze colônias tinham características em
comum: o predomínio do protestantismo, a ausência O
NO
N
NE
L

de um comando político central e uma relativa SO


S
SE

autonomia em relação à metrópole inglesa. 240 km

• Leis de Comércio e Navegação (1651): previam a Colônias do norte


80° O

Colônias Colônias
(Nova Inglaterra) do centro do sul
exclusividade do comércio colonial com a metrópole,
Fonte: Atlas histórico escolar. 8. ed.
mas, na prática, não foram cumpridas. Rio de Janeiro: FAE, 1991. p. 54.
UNIDADE 4 A INDEPENDÊNCIA DOS ESTADOS UNIDOS
E DAS COLÔNIAS ESPANHOLAS

HISTÓRIA TEMA 2 AS TREZE COLÔNIAS ROMPEM COM A METRÓPOLE

Mudanças no mercantilismo britânico


• No século XVIII, as treze colônias tinham uma promissora produção manufatureira,
centros urbanos em expansão e uma burguesia enriquecida com o comércio atlântico.

Os ingleses aumentaram
o controle comercial e os
impostos, buscando compensar
os prejuízos da guerra.
Guerra dos Sete Anos
(1756-1763)
A Coroa britânica passou Crescimento progressivo
Disputa entre ingleses
a manter um exército do sentimento de
e franceses por terras
permanente nas colônias, ao insatisfação dos colonos
indígenas importantes
custo de 400 mil libras por ano. em relação à metrópole.
para o comércio colonial
na América do Norte.
Os colonos foram proibidos de
avançar sobre os territórios
indígenas entre o Rio Mississipi
e a Cordilheira dos Apalaches.
UNIDADE 4 A INDEPENDÊNCIA DOS ESTADOS UNIDOS
E DAS COLÔNIAS ESPANHOLAS

HISTÓRIA TEMA 2 AS TREZE COLÔNIAS ROMPEM COM A METRÓPOLE

O controle gera revolta

Lei do Açúcar (1764): impôs o


pagamento de tarifas alfandegárias Leis Intoleráveis
sobre a importação de melaço, Fechamento do porto
vinho, café, seda e linho. de Boston ao comércio
e ocupação da colônia
de Massachusetts por
Práticas Lei do Selo (1765): impôs um tropas reais.
mercantilistas imposto sobre textos legais e
de controle da impressos, que tinham que exibir o
economia colonial selo de autorização real.

Boston Tea Party


Lei do Chá (1773): concedeu (Festa do Chá de Boston)
o monopólio do comércio e Em 1773, colonos disfarçados
a distribuição de chá para a de indígenas lançaram ao mar
Companhia das Índias Orientais. o carregamento de chá de
três navios ingleses.
UNIDADE 4 A INDEPENDÊNCIA DOS ESTADOS UNIDOS
E DAS COLÔNIAS ESPANHOLAS

HISTÓRIA TEMA 2 AS TREZE COLÔNIAS ROMPEM COM A METRÓPOLE

A declaração de independência
Uma guerra contra os ingleses
se estendeu até 1783, quando
Líderes das colônias A influência iluminista
a Coroa britânica reconheceu a
reuniram-se no Primeiro e as medidas coercitivas
independência das treze colônias.
Congresso Continental da metrópole uniram
da Filadélfia (1774) e as principais lideranças
determinaram o boicote aos coloniais pela ruptura com
produtos ingleses. a Inglaterra. O Segundo Congresso Continental
da Filadélfia (1775) votou pela
separação e formou uma comissão
para redigir a Declaração de
Independência (1776).
Não havia consenso entre
as treze colônias sobre a
independência. Colonos do A realidade social do país
sul temiam que a separação contradizia o discurso em prol do
desencadeasse revoltas direito à vida, da liberdade e da
de escravos. igualdade, pois excluía escravos
e indígenas.
UNIDADE 4 A INDEPENDÊNCIA DOS ESTADOS UNIDOS
E DAS COLÔNIAS ESPANHOLAS

HISTÓRIA TEMA 3 AS INDEPENDÊNCIAS NA AMÉRICA ESPANHOLA

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AS INDEPENDÊNCIAS NA
AMÉRICA ESPANHOLA
UNIDADE 4 A INDEPENDÊNCIA DOS ESTADOS UNIDOS
E DAS COLÔNIAS ESPANHOLAS

HISTÓRIA TEMA 3 AS INDEPENDÊNCIAS NA AMÉRICA ESPANHOLA

Tempos de luta
002-m-AH8-U04-M18.pdf 1 10/10/18 4:38 PM

AS INDEPENDÊNCIAS NA AMÉRICA
ESPANHOLA (SÉCULO XIX)
Em 1808, Napoleão Para resistir aos

FERNANDO JOSÉ FERREIRA


ocupou a Espanha franceses e garantir OCEANO
ATLÂNTICO
e obrigou o rei um governo legítimo,
Fernando VII a um movimento CUBA TRÓPICO DE CÂNCER
MÉXICO 1898
abdicar do trono popular formou as 1821 REPÚBLICA DOMINICANA 1865
PORTO RICO
para José Bonaparte juntas provinciais. PROVÍNCIAS UNIDAS DA Caracas
1898
Angostura
AMÉRICA CENTRAL 1821
assumir o poder. GRÃ-COLÔMBIA
Bogotá 1819
Pasto
OCEANO Quito EQUADOR

Guayaquil
PACÍFICO
PERU
1821
Callao Lima BRASIL
Inspiradas As colônias na Vice-Reino da Nova Espanha
Vice-Reino da Nova Granada Pisco
Cuzco
La Paz
1822
BOLÍVIA
pela Revolução América também Vice-Reino do Peru 1825
Vice-Reino do Rio da Prata PARAGUAITRÓPICO DE CAPRICÓRNIO
Americana e pelo formaram juntas Províncias Unidas da América Central
1811

Capitanias gerais de Cuba e do Chile


ideal de liberdade, governativas e Território mexicano perdido para os Valparaíso
Santiago
Mendoza
URUGUAI
1828
Estados Unidos no século XIX N
a elite colonial e passaram Áreas em disputa
CHILE
1818
ARGENTINA
1816 NO
O
NE
L
líderes populares a ter mais força Divisão política atual
Divisão política em cerca de 1830
SO
S
SE

se rebelaram pela política Campanha de libertação do norte (Bolívar)


Campanha de libertação do sul (San Martín)
950 km
80º O
independência. e autonomia.
Fonte: DUBY, Georges. Atlas Histórico
mundial. Barcelona: Larousse, 2010. p. 248.
UNIDADE 4 A INDEPENDÊNCIA DOS ESTADOS UNIDOS
E DAS COLÔNIAS ESPANHOLAS

HISTÓRIA TEMA 3 AS INDEPENDÊNCIAS NA AMÉRICA ESPANHOLA

A insurreição no México

Em 1810, indígenas, mestiços Temendo a expansão da


e trabalhadores pobres revolta, chapetones e criollos
liderados pelo padre Miguel se uniram aos colonizadores
Hidalgo insurgiram-se sob o espanhóis para reprimir os Os movimentos liderados por
lema “independência rebeldes e executar o padre Hidalgo e Morelos tinham
e liberdade”. Miguel Hidalgo. caráter popular e reivindicavam
o fim da escravidão, o fim dos
tributos indígenas e das dívidas
dos mestiços, a distribuição das
Chapetones e criollos Um novo movimento liderado
propriedades rurais e o fim
assumiram a liderança pelo sacerdote José Maria
das diferenças de castas.
das lutas sob o comando Morelos elaborou o primeiro
do militar Augustín de projeto constitucional
Itúrbide e negociaram a do México e convocou
independência, mantendo um uma assembleia, mas foi
regime monárquico. violentamente contido.
UNIDADE 4 A INDEPENDÊNCIA DOS ESTADOS UNIDOS
E DAS COLÔNIAS ESPANHOLAS

HISTÓRIA TEMA 3 AS INDEPENDÊNCIAS NA AMÉRICA ESPANHOLA

As independências na América do Sul

No sul, as Províncias Unidas José de San Martín,


do Rio da Prata, atual governador da província de
Argentina, declararam-se Mendoza, avançou em direção
independentes (1816), mas ao Peru e ao Chile, onde se
Chile e Peru permaneceram uniu aos rebeldes locais e
sob o domínio espanhol. derrotou as forças da Coroa.
Após a queda de Napoleão
em 1815, os espanhóis
tentaram retomar o controle
de suas colônias na América. No norte, o Exército Na Carta da Jamaica (1815),
Libertador do político e Bolívar defendeu a união
militar Simón Bolívar venceu americana e a criação
os espanhóis e proclamou de uma confederação
a independência da que integrasse uma faixa
Grã-Colômbia (1819) de terra desde a Guatemala
e da Bolívia (1822). até a Bolívia.
UNIDADE 4 A INDEPENDÊNCIA DOS ESTADOS UNIDOS
E DAS COLÔNIAS ESPANHOLAS

HISTÓRIA TEMA 3 AS INDEPENDÊNCIAS NA AMÉRICA ESPANHOLA

Emancipações tardias: Cuba e Porto Rico

Os estadunidenses
permaneceram na ilha e inseriram
na Constituição cubana a Emenda
Platt, que lhes garantia o direito
de intervir no país e concedia
Em 1868, tropas coloniais uma área para a construção
Em 1898, os Estados
de Cuba iniciaram a guerra de uma base militar.
Unidos entraram no
pela independência, mas
conflito a favor da
foram derrotadas. No fim do
independência cubana e
século XIX, a guerra ganhou
venceram os espanhóis. Como indenização, os espanhóis
novo fôlego.
cederam aos Estados Unidos
as Filipinas e o arquipélago
de Porto Rico, que foi colônia
estadunidense até 1952, quando
se tornou “Estado livre associado”.
UNIDADE 4 A INDEPENDÊNCIA DOS ESTADOS UNIDOS
E DAS COLÔNIAS ESPANHOLAS

HISTÓRIA TEMA 4 INDÍGENAS E AFRICANOS NA AMÉRICA INDEPENDENTE

DE 4
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UN

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TE M

INDÍGENAS E AFRICANOS
NA AMÉRICA
INDEPENDENTE
UNIDADE 4 A INDEPENDÊNCIA DOS ESTADOS UNIDOS
E DAS COLÔNIAS ESPANHOLAS

HISTÓRIA TEMA 4 INDÍGENAS E AFRICANOS NA AMÉRICA INDEPENDENTE

O legado colonial
• A independência das colônias espanholas não significou maior liberdade nem
para as populações indígenas originárias nem para os africanos escravizados.

Em alguns países, a tributação


dos indígenas foi restabelecida
para gerar renda para o Estado.

Com muitas das terras


nas mãos de grandes
Reformas liberais das Em outros, campanhas militares
fazendeiros, os indígenas
antigas estruturas coloniais foram organizadas para expulsar
se tornaram mão de obra
espanholas na América os nativos de suas terras.
barata e maltratada na
mineração e na agricultura.

A posse comunitária da terra


foi cancelada para tornar os
indígenas pequenos produtores
para o mercado.
UNIDADE 4 A INDEPENDÊNCIA DOS ESTADOS UNIDOS
E DAS COLÔNIAS ESPANHOLAS

HISTÓRIA TEMA 4 INDÍGENAS E AFRICANOS NA AMÉRICA INDEPENDENTE

Resistência indígena

Indígenas denunciaram
Malones: ataques a cidades
fazendeiros, pressionaram
e fazendas por grandes
os Estados pela abolição dos
confederações de indígenas
tributos, recorreram aos
da Argentina e araucanos
tribunais por seus direitos
do Chile, governadas por
e promoveram revoltas Os indígenas tinham
caciques.
armadas. interesse em comercializar
o gado saqueado e defender
suas terras da expansão da
fronteira agrícola promovida
pelo Estado argentino.
A partir da década de 1870, Em 1836, cerca de 2 mil
as tropas federais fecharam índígenas guerreiros
o cerco aos nativos, que liderados pelo cacique José
passaram a sofrer ações María Railef atacaram as
violentas dos governos cidades de Buenos Aires,
republicanos. Córdoba e Santa Fé.
UNIDADE 4 A INDEPENDÊNCIA DOS ESTADOS UNIDOS
E DAS COLÔNIAS ESPANHOLAS

HISTÓRIA TEMA 4 INDÍGENAS E AFRICANOS NA AMÉRICA INDEPENDENTE

Campanhas do Deserto

Com o retorno das tropas


vitoriosas na Guerra do
Paraguai (1865-1870), o
exército argentino concentrou
suas forças na luta contra os
indígenas confederados.
Milhares de indígenas foram
mortos ou aprisionados e
suas terras foram invadidas.
Campanhas do Deserto A presença do europeu e a
(1879) política de extermínio das
Tinham como objetivo populações indígenas criaram
dominar as zonas pecuaristas uma sociedade com baixos
Abertura de caminho a índices de miscigenação.
ocupadas pelos nativos entre
imigrantes europeus que
Buenos Aires, Rio Negro,
chegavam ao país buscando
Mendoza e Santa Fé.
enriquecer com as terras
disponíveis.
UNIDADE 4 A INDEPENDÊNCIA DOS ESTADOS UNIDOS
E DAS COLÔNIAS ESPANHOLAS

HISTÓRIA TEMA 4 INDÍGENAS E AFRICANOS NA AMÉRICA INDEPENDENTE

Os africanos na América Latina

A mão de obra africana Eles lutaram para controlar seu


foi minoritária na América tempo e corpo, formar uma
espanhola. Cerca de 1,6 milhão família, ter bens materiais e o
de africanos escravizados foram direito de praticar suas danças,
trazidos para todo o território e músicas e religiões, deixando um
vinculados ao trabalho na lavoura importante legado para a cultura
de cana-de-açúcar. A presença latino-americana.
de africanos
escravizados na
América espanhola

Os negros resistiram à As elites que lutaram


escravidão e muitos formaram pela independência eram
comunidades semelhantes aos proprietárias de escravos, por
quilombos no Brasil, como os isso o trabalho compulsório
cumbes, na Venezuela, foi extinto gradualmente e os
e os palenques, em Cuba negros não foram beneficiados
e na Colômbia. de imediato.
UNIDADE 5 O PROCESSO DE INDEPENDÊNCIA DO BRASIL

HISTÓRIA TEMA 1 O Brasil e a crise do antigo sistema colonial

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1
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O BRASIL E A
CRISE DO ANTIGO
SISTEMA COLONIAL
UNIDADE 5 O PROCESSO DE INDEPENDÊNCIA DO BRASIL

HISTÓRIA TEMA 1 O Brasil e a crise do antigo sistema colonial

A crise portuguesa se aprofunda

Concorrência no comércio
internacional do açúcar e de
africanos escravizados

Pressão para Portugal


Crescente déficit comercial Agravamento da crise
assinar tratados comerciais
do reino português econômica portuguesa
benéficos à Inglaterra

Tratado de Methuen Queda na produção


(1703) aurífera em Minas Gerais
Abertura do mercado português na segunda metade do
aos tecidos ingleses e do século XVIII
mercado inglês aos vinhos
portugueses.
UNIDADE 5 O PROCESSO DE INDEPENDÊNCIA DO BRASIL

HISTÓRIA TEMA 1 O Brasil e a crise do antigo sistema colonial

A administração pombalina
• A tarefa de superar a crise ficou a cargo do marquês de Pombal, que visava também
arrecadar recursos para reformar Lisboa, destruída após um terremoto em 1755.
Medida Finalidade
Criação das Casas de Inspeção do Tabaco Solucionar dificuldades na exportação desses
e do Açúcar (1751). produtos.
Criação da Companhia Geral do Grão-Pará e
Maranhão (1755) e da Companhia Geral de Reforçar o monopólio comercial português.
Pernambuco e Paraíba (1759).
Obrigatoriedade do uso da língua
Integrar os indígenas à sociedade colonial,
portuguesa; incentivo aos casamentos
consolidar o domínio das fronteiras e impulsionar
entre colonos e nativos (1755) e proibição da
o tráfico de africanos escravizados.
escravização indígena (1758).
Expulsão dos jesuítas de Portugal e de todos
Reforçar a centralização político-administrativa.
os seus domínios coloniais (1759).
Garantir a cobrança do quinto e combater a
Criação do Real Erário (1761).
sonegação e o contrabando na América portuguesa.
Transferência da sede do governo do Brasil Aproximar o centro político da colônia das áreas
de Salvador para o Rio de Janeiro (1763). mineradoras.
UNIDADE 5 O PROCESSO DE INDEPENDÊNCIA DO BRASIL

HISTÓRIA TEMA 1 O Brasil e a crise do antigo sistema colonial

A Conjuração Mineira

A queda na produção
Em 1788, chegou à capitania
aurífera em Minas Gerais
o visconde de Barbacena,
levou à redução dos tributos
novo governador encarregado
recolhidos pela Coroa A maioria dos conjurados foi
de cumprir a lei que obrigava
e ao endividamento dos influenciada por pensadores
um pagamento anual
contratadores, responsáveis iluministas e pela independência
à Coroa (derrama).
pela cobrança. dos Estados Unidos. Entre eles
estava Joaquim José da Silva
Xavier, o Tiradentes.
Conjuração Mineira
Um dos contratadores delatou
(1789)
os companheiros pelo perdão Queriam o perdão das dívidas,
Membros da elite econômica
de suas dívidas, e todos a instalação de manufaturas,
e intelectual passaram a
foram presos. Como exemplo a liberação do Distrito
se reunir em Vila Rica para
à população, Tiradentes foi Diamantino, a fundação de uma
planejar um movimento
enforcado e esquartejado. universidade e a proclamação de
contra o domínio colonial.
uma república em Minas Gerais.
UNIDADE 5 O PROCESSO DE INDEPENDÊNCIA DO BRASIL

HISTÓRIA TEMA 1 O Brasil e a crise do antigo sistema colonial

A Conjuração Baiana

Com o aumento do preço


do açúcar, após as guerras
de independência do Haiti,
proprietários baianos
ampliaram o cultivo de cana Conjuração dos Alfaiates
Com a ajuda de delatores,
e reduziram o de alimentos, (1798)
o movimento foi contido e
gerando fome. Revolta popular de oposição
os principais envolvidos,
à elite econômica e social,
presos ou executados.
que reuniu comerciantes,
Ideias iluministas e notícias A devassa recaiu sobre
soldados, artesãos, alfaiates,
sobre a Revolução Francesa negros e mulatos, que
negros libertos, mulatos
e a independência do foram punidos com rigor.
e escravos.
Haiti foram divulgadas em
Salvador, principalmente
pela Sociedade Maçônica Reivindicavam o fim da
Cavaleiros da Luz. escravidão e do domínio
português na Bahia,
a proclamação da república
e a liberdade de comércio.
UNIDADE 5 O PROCESSO DE INDEPENDÊNCIA DO BRASIL

HISTÓRIA TEMA 2 A vinda da família real para o Brasil

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A VINDA DA FAMÍLIA
REAL PARA O BRASIL
UNIDADE 5 O PROCESSO DE INDEPENDÊNCIA DO BRASIL

HISTÓRIA TEMA 2 A vinda da família real para o Brasil

Por que a família real se mudou para o Brasil?

Desacatar a ordem
de participar do A transferência da
Bloqueio Continental corte foi escoltada
aos ingleses resultaria A família real pela Inglaterra em D. João abriu os
na invasão de Portugal deixou Portugal, troca de vantagens portos brasileiros
por Napoleão. evitando um conflito comerciais. e assinou o Tratado
militar, garantindo
de Comércio e
sua segurança e
Navegação (1810)
Acatar o bloqueio impedindo a invasão Tropas francesas
com a Inglaterra.
e romper com a do Brasil. ocuparam Portugal,
Inglaterra significaria impedindo o comércio
expor as colônias entre metrópole Isso significou
portuguesas ao e colônia. privilegiar as
poderio naval inglês. exportações inglesas
e romper com o
exclusivo comercial
metropolitano.
UNIDADE 5 O PROCESSO DE INDEPENDÊNCIA DO BRASIL

HISTÓRIA TEMA 2 A vinda da família real para o Brasil

Em terras brasileiras

A colônia se tornou sede da Medidas foram tomadas Tornaram-se comuns eventos


administração. Repartições para mudar a fisionomia da sociais como bailes, óperas,
que cuidavam das finanças, cidade, como a canalização jantares aristocráticos e a
do comércio, da agricultura de córregos, a iluminação cerimônia do “beija-mão”,
e de outros serviços foram de ruas e a construção de em que o rei ouvia queixas
transferidas para a cidade. aterros e estradas. dos súditos.

Chegada da família real


ao Rio de Janeiro
(1808)

Criou-se a Imprensa Régia, D. João trouxe ao Brasil a As condições de vida da


o Real Horto e o Banco do Missão Artística Francesa, maior parte da população
Brasil (1808). Anos depois, formada pelos pintores permaneceram precárias, sem
foram fundadas a Real Nicolas-Antoine Taunay e sistema de esgoto, coleta do
Biblioteca (1810) e o Museu Jean-Baptiste Debret, lixo, alimentos, água potável
Real (1818). entre outros. e moradia.
UNIDADE 5 O PROCESSO DE INDEPENDÊNCIA DO BRASIL

HISTÓRIA TEMA 2 A vinda da família real para o Brasil

Uma nova dignidade ao Brasil

Oficialização da nova
organização da monarquia
portuguesa para as demais
Após a derrota de Sem planos de retornar a nações europeias e fim da
Napoleão na Europa, o Portugal, D. João decidiu divisão metrópole-colônia.
Congresso de Viena (1814- elevar a colônia americana à
-1815) determinou que categoria de Reino Unido a
as monarquias destituídas Portugal e Algarves Reforço da importância
reassumissem o trono. em 1815. da América no conjunto
do Império Português e
atribuição de uma nova
Temia-se que o retorno dignidade política ao Brasil.
de D. João pudesse levar à
desintegração do império, à
fragmentação do território e
à substituição da monarquia
por repúblicas no Brasil.
UNIDADE 5 O PROCESSO DE INDEPENDÊNCIA DO BRASIL

HISTÓRIA TEMA 2 A vinda da família real para o Brasil

Uma rebelião no Nordeste

Grave crise econômica na


região Nordeste, causada Revolução Instauração de um governo
principalmente pelo declínio Pernambucana provisório e proposta de
das lavouras de exportação. (1817) elaboração de uma Constituição
Tomada do governo do Recife que defendesse princípios
e proclamação da república do liberalismo, a liberdade de
Descontentamento popular por padres, artesãos, militares, imprensa, a soberania popular e a
com os impostos e com o juízes, proprietários de terra e tolerância religiosa.
controle português sobre o outros setores sociais.
comércio e os altos cargos
administrativos. O governo retomou o Recife
Não havia unidade entre os e reprimiu com violência os
revoltosos: os pobres queriam revoltosos. Apesar da derrota,
conquistar a igualdade, para alguns estudiosos, a
enquanto as elites buscavam Revolução Pernambucana fez
a autonomia política. com que o Brasil passasse a ser
percebido como uma entidade
nacional independente.
UNIDADE 5 O PROCESSO DE INDEPENDÊNCIA DO BRASIL

HISTÓRIA TEMA 3 A independência do Brasil

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A INDEPENDÊNCIA
DO BRASIL
UNIDADE 5 O PROCESSO DE INDEPENDÊNCIA DO BRASIL

HISTÓRIA TEMA 3 A independência do Brasil

A volta de D. João VI a Portugal


Em 1808, uma coligação
luso-britânica expulsou os
franceses de Portugal e um
conselho chefiado pelo
inglês William Beresford Revolução do Porto Deputados aprovaram
assumiu o governo. (1820) uma série de medidas
Revolucionários exigiam a para restringir a liberdade
volta do rei e uma Constituição administrativa e comercial
liberal. Foram convocadas do Brasil e restabelecer os
Grupos mercantis se eleições para formar as Cortes, monopólios e privilégios
queixavam da ausência o Parlamento português. portugueses.
de D. João e dos prejuízos
econômicos causados
pela abertura dos portos D. João VI foi forçado a voltar
brasileiros. para Portugal, mas deixou o
filho D. Pedro como príncipe
regente para garantir a
permanência da família no
governo brasileiro.
UNIDADE 5 O PROCESSO DE INDEPENDÊNCIA DO BRASIL

HISTÓRIA TEMA 3 A independência do Brasil

Proclamação da independência

A maior parte da elite


Pressões das Cortes dividiram As Cortes exigiram o retorno
brasileira, formada por
as elites das províncias: imediato de D. Pedro a
proprietários de terras,
Norte e Nordeste defendiam Portugal, mas o príncipe
apoiava a monarquia dual
a centralização do poder em anunciou em 9 de janeiro de
desde que fossem mantidas
Lisboa, mas o Centro-Sul 1822 que permaneceria no
as liberdades conquistadas a
defendia a independência. Brasil, o chamado Dia do Fico.
partir de 1808.

A aliança política de Com a redução de seu poder


D. Pedro com a aristocracia pelas Cortes e o incentivo
rural do Centro-Sul, que do ministro José Bonifácio,
visava garantir os privilégios D. Pedro proclamou a
dessas elites, fez com que independência em 7 de
o Brasil nascesse um país setembro de 1822 e foi
monárquico e escravista. aclamado imperador.
UNIDADE 5 O PROCESSO DE INDEPENDÊNCIA DO BRASIL

HISTÓRIA TEMA 4 O Primeiro Reinado

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O PRIMEIRO REINADO
UNIDADE 5 O PROCESSO DE INDEPENDÊNCIA DO BRASIL

HISTÓRIA TEMA 4 O Primeiro Reinado

Nem todos queriam a independência...

Batalha do Jenipapo
Militares e altos funcionários Apesar da vitória das tropas
(1823)
portugueses do Pará, Maranhão, portuguesas no conflito, a
Piauienses, maranhenses
Piauí e Ceará, além de parte da invasão do acampamento militar
e cearenses favoráveis à
Bahia e da Província Cisplatina, por sertanejos e a deserção de
independência combateram as
não aceitaram a independência e soldados levaram à prisão do
tropas portuguesas em Campo
aliaram-se às Cortes de Lisboa. governador João Fidié.
Maior, no Piauí.

O movimento teve forte Na Bahia, a guerra contra as


caráter popular e contou com a tropas portuguesas contou com
participação de sertanejos, como o apoio de oficiais ingleses.
vaqueiros, artesãos, fazendeiros, O conflito terminou em 2 de julho
roceiros, lavradores e até de 1823, com a vitória das forças
mesmo escravos. inglesas e imperiais.
UNIDADE 5 O PROCESSO DE INDEPENDÊNCIA DO BRASIL

HISTÓRIA TEMA 4 O Primeiro Reinado

A Assembleia Constituinte de 1823


Partidários do imperador
defendiam um governo
A Assembleia foi composta centralizado e forte para
Em 1823, ocorreram eleições
por advogados, padres, derrotar os separatistas.
para a Assembleia Constituinte,
funcionários públicos civis e
que tinha por objetivo elaborar
militares, e por proprietários
a primeira Constituição
rurais, que se dividiam em duas
do Brasil. Os adversários do imperador
correntes distintas.
propunham limitar a autoridade
de D. Pedro I.

D. Pedro I enviou suas tropas


Apesar de ser conservador e
à Assembleia Constituinte
manter os interesses das elites,
e pôs fim aos trabalhos, na
o projeto inicial desagradou
chamada Noite da Agonia,
D. Pedro I, pois limitava
encomendando um novo projeto
os seus poderes.
constitucional.
UNIDADE 5 O PROCESSO DE INDEPENDÊNCIA DO BRASIL

HISTÓRIA TEMA 4 O Primeiro Reinado

A Constituição de 1824
• A Constituição conciliava os interesses da elite com o autoritarismo do imperador.

O governo do Brasil foi O voto era indireto e


definido como uma monarquia Resoluções da censitário: um colégio eleito
hereditária, constitucional e primeira Constituição escolhia os deputados e o
representativa. Além dos três cidadão precisava ter uma
poderes, havia o Moderador, renda mínima para poder
que dava direito de intervenção votar ou se candidatar à
ao imperador. Câmara e ao Senado.

O catolicismo foi adotado como Foi mantido o direito à Foi excluída a proposta de
religião oficial do império e propriedade de terras e de integrar os indígenas por meio
foram estabelecidos o princípio escravos. Ingênuos e libertos da educação, do trabalho,
da tolerância religiosa e a nascidos no Brasil eram cidadãos, dos casamentos mistos e do
educação primária gratuita. mas com direitos restritos. convívio social com os brancos.
UNIDADE 5 O PROCESSO DE INDEPENDÊNCIA DO BRASIL

HISTÓRIA TEMA 4 O Primeiro Reinado

Uma nova revolta em Pernambuco

Descontentamento com a
dissolução da Assembleia
Constituinte e com o caráter
No periódico Sentinela da centralizador da Constituição Confederação do Equador
Liberdade, Cipriano Barata de 1824. (1824)
defendia a liberdade de Proclamada por revoltosos,
imprensa e um governo liberal que propuseram uma
e federativo. Difusão de ideias liberais república independente.
na província de Pernambuco,
onde havia forte sentimento
antiportuguês e favorável Repressão violenta do
No jornal Tifis Pernambucano,
à república. governo, prisão dos principais
Frei Caneca denunciava o
autoritarismo do governo líderes e condenação à morte
imperial e conclamava o povo de nove deles, inclusive
à revolta. Frei Caneca.
UNIDADE 5 O PROCESSO DE INDEPENDÊNCIA DO BRASIL

HISTÓRIA TEMA 4 O Primeiro Reinado

Guerra pela Província Cisplatina

Durante o governo de
O controle dessa região era
D. João VI, a Banda Oriental
motivo de conflitos entre
(atual Uruguai) foi incorporada
portugueses e espanhóis
ao Brasil com o nome de
desde o século XVIII.
Província Cisplatina.

Em 1825, rebeldes dessa


Teve início uma guerra entre o A guerra terminou em 1828
província declararam a ruptura
Brasil e o governo de Buenos com a independência da
com o Brasil e a incorporação
Aires que trouxe perdas província, que passou a se
da região às Províncias
humanas e custos financeiros chamar República Oriental
Unidas do Rio da Prata
para ambos. do Uruguai.
(atual Argentina).
UNIDADE 5 O PROCESSO DE INDEPENDÊNCIA DO BRASIL

HISTÓRIA TEMA 4 O Primeiro Reinado

A abdicação de D. Pedro I
D. Pedro I sofria intensa
pressão vinda de Lisboa,
pois liberais portugueses
O baixo preço dos produtos insistiam no retorno
agrícolas no mercado do imperador.
internacional e os elevados
gastos militares aumentaram Em abril de 1831, D. Pedro I
a dívida pública. Conflito entre o Poder abdicou do trono e partiu para
Legislativo e o imperador, a Europa, deixando a Coroa para
que convocou a Câmara dos seu filho, o brasileiro Pedro
O governo elevou os impostos e deputados apenas em 1826. de Alcântara.
a emissão de moedas, causando
o aumento do custo de vida e a
falência do Banco do Brasil A abdicação do imperador
em 1829. Associações oposicionistas significou a vitória das elites do
e membros do alto-comando Centro-Sul e a ruptura definitiva
do exército pediam a com Portugal.
derrubada do governo.
UNIDADE 6 O BRASIL DO SEGUNDO REINADO

HISTÓRIA TEMA 1 AS REGÊNCIAS E AS REBELIÕES CONTRA O PODER CENTRAL

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AS REGÊNCIAS E AS
REBELIÕES CONTRA
O PODER CENTRAL
UNIDADE 6 O BRASIL DO SEGUNDO REINADO

HISTÓRIA TEMA 1 AS REGÊNCIAS E AS REBELIÕES CONTRA O PODER CENTRAL

O período regencial (1831-1840)


• No período após a abdicação de D. Pedro I, a elite brasileira estava
dividida em três principais grupos políticos.

Comerciantes portugueses e
funcionários públicos que defendiam a
Restauradores
volta de D. Pedro e eram contrários a
reformas sociais e econômicas.

Representantes da aristocracia
Liberais rural, defendiam uma monarquia
moderados constitucional e dominaram a vida
política do período.

Ligados às camadas médias e aos


Liberais grandes proprietários, queriam uma
exaltados monarquia federativa com autonomia
provincial ou uma república.
UNIDADE 6 O BRASIL DO SEGUNDO REINADO

HISTÓRIA TEMA 1 AS REGÊNCIAS E AS REBELIÕES CONTRA O PODER CENTRAL

O Ato Adicional e a Regência Una


• Pedro de Alcântara poderia ser coroado somente aos 18 anos.
• Três regentes passaram a governar o Império do Brasil em caráter provisório.

Governo regencial Ato Adicional de 1834 Surgimento de novos grupos:


Buscou conciliar a garantia Criou as Assembleias regressistas defendiam um
de uma unidade nacional e Legislativas Provinciais e governo forte e centralizado
a autonomia desejada pelas substituiu a Regência Trina e progressistas eram
elites provinciais. por uma Regência Una. favoráveis às mudanças.

Eleição do padre
Adotou medidas decisivas “Experiência republicana”: o
progressista Diogo Antônio
na construção do Estado país passou a ser governado
Feijó em 1835, que propôs
nacional brasileiro, de por uma pessoa eleita pelo
a extinção das ordens
acordo com os interesses voto secreto e com mandato
religiosas e fez
das elites provinciais. de quatro anos.
inimigos políticos.
UNIDADE 6 O BRASIL DO SEGUNDO REINADO

HISTÓRIA TEMA 1 AS REGÊNCIAS E AS REBELIÕES CONTRA O PODER CENTRAL

As revoltas regenciais
• O período da regência de Feijó foi marcado por revoltas que ameaçaram
fracionar o Estado brasileiro em várias repúblicas independentes.

• Elites ligadas ao poder imperial defendiam um modelo político


centralizado para o Brasil.

• Grupos sociais do Sul e do Norte visavam à maior autonomia provincial e


defendiam um modelo descentralizado.

• As revoltas expressavam as tensões sociais existentes no país, onde a


maioria da população era vítima da pobreza ou da violência da escravidão.
UNIDADE 6 O BRASIL DO SEGUNDO REINADO

HISTÓRIA TEMA 1 AS REGÊNCIAS E AS REBELIÕES CONTRA O PODER CENTRAL

REVOLTAS DO PERÍODO REGENCIAL

FERNANDO JOSÉ FERREIRA


0º EQUADOR

Belém
São Luís
GRÃO-PARÁ MARANHÃO RIO
Caxias CEARÁ GRANDE
DO NORTE
PARAÍBA
PIAUÍ
PERNAMBUCO
ALAGOAS
SERGIPE
MATO BAHIA
GROSSO Salvador
GOIÁS
N
Cachoeira
NO NE
Cuiabá
O L
SO SE MINAS
S GERAIS
310 km
ESPÍRITO
OCEANO SANTO
PACÍFICO RIO DE JANEIRO
SÃO PAULO TRÓPICO D
E CAPRIC
ÓRNIO

Cabanagem (1835-1840) SANTA OCEANO


Balaiada (1838-1841) CATARINA ATLÂNTICO
Laguna
Malês (1835) RIO GRANDE
DO SUL Porto Alegre
Sabinada (1837)
Alegrete
Rusgas Cuiabanas (1834)
Fonte: IstoÉ Brasil, 500 anos:
Farrapos (1835-1845) atlas histórico. São Paulo:
50º O Três, 1998. p. 57.
UNIDADE 6 O BRASIL DO SEGUNDO REINADO

HISTÓRIA TEMA 1 AS REGÊNCIAS E AS REBELIÕES CONTRA O PODER CENTRAL

Principais revoltas do período


Revolta Participantes Motivação Resultados
Africanos Repressão aos rebeldes pela
Pôr fim à escravidão
Rebelião escravizados ou Guarda Nacional, que resultou em
e matar brancos e
dos Malês alforriados, em centenas de presos, dezenas de
mulatos considerados
(Bahia, 1835) sua maioria da mortos e na criação de leis para
traidores.
nação nagô. coibir novos levantes escravos.
Proprietários, Desejo de ascensão
Após anos de revolta, a execução
comerciantes política dos grupos
Cabanagem do presidente da província Lobo de
e cabanos, ricos e médios e
(Grão-Pará, Sousa, cerca de 30 mil mortes e a
(indígenas, reivindicações populares
1835-1840) retomada do controle da província
negros e mestiços por melhores condições
pelas tropas do governo.
pobres). de sobrevivência.
A proclamação da República de
Exigência da
Piratini (1838), a invasão de
Guerra dos diminuição dos tributos,
Donos de Laguna, em Santa Catarina, e a
Farrapos da livre circulação de
fazendas de proclamação da República Juliana
(Rio Grande rebanhos e do aumento
gado gaúchos (1839). Após uma guerra civil,
do Sul, das taxas sobre os
(estancieiros). oficiais farroupilhas foram anistiados
1835-1845) produtos importados da
e incorporados ao exército e a paz foi
Bacia do Prata.
assinada em 1845.
UNIDADE 6 O BRASIL DO SEGUNDO REINADO

HISTÓRIA TEMA 2 D. PEDRO II NO TRONO DO BRASIL

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D. PEDRO II NO
TRONO DO BRASIL
UNIDADE 6 O BRASIL DO SEGUNDO REINADO

HISTÓRIA TEMA 2 D. PEDRO II NO TRONO DO BRASIL

O golpe da maioridade
Partido Conservador
Criado por regressistas
que defendiam o tráfico de
Com as revoltas escravos e a concentração de
regenciais, aumentou poder na capital. Renúncia de Feijó e
a preocupação das substituição por Araújo Lima
elites políticas com em 1838, que decretou a Lei
a estabilidade da de Interpretação do Ato
monarquia e com a Adicional (1840) para limitar
unidade territorial Partido Liberal a autonomia provincial.
do império. Criado por progressistas a
favor do fim do tráfico, da
imigração de europeus e da Apoio popular e aprovação
descentralização do poder. parlamentar da antecipação
da maioridade de Pedro de
Alcântara, que assumiu o
trono em 1841.
UNIDADE 6 O BRASIL DO SEGUNDO REINADO

HISTÓRIA TEMA 2 D. PEDRO II NO TRONO DO BRASIL

A disputa entre liberais e conservadores

Novas eleições foram Para estabilizar a crise política,


Os liberais foram vitoriosos
organizadas em 1840 por o imperador criou o cargo
e se revoltaram contra a
solicitação dos liberais devido de presidente do Conselho
exigência dos conservadores
à maioria conservadora na de Ministros e instituiu o
de convocar novas eleições.
Câmara dos Deputados. parlamentarismo.

“Eleições do cacete”: Com o Poder Moderador,


D. Pedro II conseguiu diminuir
marcadas pela violência, com ele nomeava o presidente,
os conflitos entre liberais e
espancamentos, assassinatos, que escolhia o gabinete
conservadores, promovendo
roubo de urnas e fraudes na e governava com maioria
um revezamento no poder.
contagem de votos. parlamentar.
UNIDADE 6 O BRASIL DO SEGUNDO REINADO

HISTÓRIA TEMA 2 D. PEDRO II NO TRONO DO BRASIL

A Guerra da Tríplice Aliança (1864-1870)


• Conflitos pelo controle da Bacia do Prata existiam desde o período colonial.
• Agora independente, o Paraguai precisava dos rios para escoar seus produtos.

Em 1864, o presidente Pelo prejuízo causado aos A interferência dos vizinhos


uruguaio Bernardo colonos brasileiros, D. Pedro II contrariou os interesses de um
Berro, do Partido Blanco, apoiou Venâncio Flores, aliado dos blancos,
aumentou os impostos sobre do partido rival Colorado, o presidente paraguaio Solano
a exportação de gado e proibiu para a presidência uruguaia, Lopez, que declarou guerra
o uso de escravos. com apoio da Argentina. aos dois países.

Na época, a guerra foi vista Brasil, Argentina e Uruguai


como resultado de um O avanço do Paraguai foi detido
(após vitória dos colorados)
expansionismo paraguaio, pelos aliados e o conflito
formaram a Tríplice Aliança
porém hoje é considerada fruto terminou em 1870, com a
(1865) para derrotar López e
de disputas entre os países da morte de Solano López e a
liberar a navegação fluvial para
região por sua consolidação derrota paraguaia.
os três países.
como Estados nacionais.
UNIDADE 6 O BRASIL DO SEGUNDO REINADO

HISTÓRIA TEMA 3 A EXPANSÃO CAFEEIRA NO BRASIL

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A EXPANSÃO
CAFEEIRA NO BRASIL
UNIDADE 6 O BRASIL DO SEGUNDO REINADO

HISTÓRIA TEMA 3 A EXPANSÃO CAFEEIRA NO BRASIL

O império do café
A expansão ocorreu devido
à abundância de terras, à
disponibilidade de mão de obra barata
e às condições climáticas favoráveis.

O café foi introduzido No final do século


no Brasil a partir da XVIII, com a ampliação
Até 1860, a produção para
Guiana Francesa no do consumo nos
exportação teve como centro o
início do século XVIII e países do Ocidente,
Vale do Paraíba e se baseou na
passou a ser cultivado a produção para os
grande propriedade monocultora
para o consumo mercados interno e
e na mão de obra escrava.
doméstico na capitania externo começou a se
do Rio de Janeiro. expandir rapidamente.

No Segundo Reinado, o café já era o


principal produto da economia do país,
representando 40% das exportações e
mais da metade da produção mundial.
UNIDADE 6 O BRASIL DO SEGUNDO REINADO

HISTÓRIA TEMA 3 A EXPANSÃO CAFEEIRA NO BRASIL

O café no Oeste Paulista


• O sistema extensivo de produção causou o enfraquecimento do solo e a queda
da produção no Vale da Paraíba, que entrou em decadência.

• As condições de cultivo favoráveis, a adoção de inovações técnicas agrícolas


e o uso de ferrovias tornaram o Oeste Paulista o novo centro da produção
cafeeira a partir de 1870.

• Os cafeicultores dessa região eram empresários capitalistas e reinvestiam


seus recursos em indústrias, bancos, ferrovias, casas de exportação e outros
setores urbanos.

• Muitos representantes dessa burguesia cafeeira ficavam nas cidades e


participavam ativamente da vida política do país.
UNIDADE 6 O BRASIL DO SEGUNDO REINADO

HISTÓRIA TEMA 3 A EXPANSÃO CAFEEIRA NO BRASIL

A EXPANSÃO DA CAFEICULTURA NO
CENTRO-SUL DO BRASIL (SÉCULOS XIX-XX)

FERNANDO JOSÉ FERREIRA


Pires do Rio BA
GO

Nanuque

Governador
Valadares São Mateus
MG
ES
MS São José
Colatina 1ª fase – Vale do Paraíba
Jales
do Rio Preto fluminense e paulista
Ribeirão Preto Vitória N
Muriaé NO NE
(primeira metade do século XIX)
6 Araçatuba Cachoeiro de O L
Nova Adamantina 4 Juiz de Fora Itapemirim
São João da SO SE 2ª fase – Centro-norte de
Andradina São Carlos
Araraquara Boa Vista S
Marília Bauru Pouso Alegre São Paulo – Velho Oeste
Presidente 3 Resende Valença RJ 100 km
Paulista – e Zona da Mata
Prudente Limeira 2
Assis
Paranavaí Ourinhos Campinas
1 Vassouras mineira
Avaré Taubaté (da segunda metade do
Londrina Bragança
Jundiaí Rio de Janeiro
5 Maringá Sorocaba Paulista TRÓPICO DE C século XIX a 1930)
São Paulo São Sebastião APRICÓRNIO
Umuarama
Campo SP Santos
Mourão São Vicente 3ª fase – Novo Oeste Paulista
OCEANO
(século XX)
PR ATLÂNTICO
Limites atuais dos estados
Expansão do café
50° O

Fonte: RODRIGUES, João Antônio. Atlas para estudos sociais.


Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1977. p. 26.
UNIDADE 6 O BRASIL DO SEGUNDO REINADO

HISTÓRIA TEMA 4 INDÍGENAS, ESCRAVIZADOS E IMIGRANTES

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INDÍGENAS,
ESCRAVIZADOS
E IMIGRANTES
UNIDADE 6 O BRASIL DO SEGUNDO REINADO

HISTÓRIA TEMA 4 INDÍGENAS, ESCRAVIZADOS E IMIGRANTES

A política indigenista do império

Políticos e intelectuais do
Em 1845, D. Pedro II instituiu
século XIX consideravam
o Programa de Catequese e Embora diversos aldeamentos
indígenas inferiores aos
Civilização dos Índios, que tenham sido criados ao longo
brancos e defendiam que
estabelecia o aldeamento do século XIX, a política de
fossem submetidos à tutela
das populações indígenas em assimilação indígena fracassou.
do Estado para o
colônias rurais.
desenvolvimento do país.

Alguns defendiam sua Com essa política, o governo


Os indígenas permaneciam nas
submissão através da violência procurou integrar o indígena
aldeias, reivindicavam direitos
ou do extermínio. Outros à sociedade como um
coletivos por meio de petições
propunham integrá-los por trabalhador rural e liberar
e procuravam preservar sua
meio da educação, do trabalho suas terras para a chegada de
identidade.
e da mestiçagem. imigrantes europeus.
UNIDADE 6 O BRASIL DO SEGUNDO REINADO

HISTÓRIA TEMA 4 INDÍGENAS, ESCRAVIZADOS E IMIGRANTES

A persistência da escravidão
• A maior entrada de africanos escravizados ocorreu

VIAGEM PITORESCA E HISTÓRIA AO BRASIL/COLEÇÃO PARTICULAR


no período de expansão da lavoura cafeeira, para
trabalharem nas fazendas e também nas cidades.
Nelas, escravos de ganho tinham chances de juntar
algum dinheiro para comprar sua alforria.
• Nas primeiras décadas do século XIX, a escravidão foi
abolida na maior parte do continente, mas mantida e
ampliada no Brasil, nos Estados Unidos e em Cuba.
• Por volta de 1850, no Rio de Janeiro havia a maior
concentração de escravos das Américas, cerca de
38% da população total da capital do império.
• A permanência de condições de trabalho análogas
à escravidão na atualidade reflete nosso passado
Detalhe de Castigo imposto aos negros
escravista. Nos últimos vinte anos, quase 50 mil que têm o vício de fugir, pintura de
pessoas foram libertadas no Brasil. Jean-Baptiste Debret, 1826.
UNIDADE 6 O BRASIL DO SEGUNDO REINADO

HISTÓRIA TEMA 4 INDÍGENAS, ESCRAVIZADOS E IMIGRANTES

As pressões inglesas pelo fim do tráfico


• No início do século XIX, a Inglaterra iniciou uma política agressiva pela abolição
do tráfico negreiro em todo o mundo atlântico.
• A resistência dos escravistas brasileiros levou ao aumento do tráfico no país.

Nas colônias inglesas,


O emprego de trabalhadores
os recursos investidos Possíveis
assalariados nos engenhos
na compra de escravos motivações da
das Antilhas inglesas
passariam a ser aplicados mudança na
tornaria esse açúcar mais
na compra de produtos política inglesa
caro do que o brasileiro.
industrializados ingleses.

A pressão de uma forte


campanha abolicionista na
Inglaterra, encabeçada pelos
quakers, não teria deixado
uma saída para o Parlamento.
UNIDADE 6 O BRASIL DO SEGUNDO REINADO

HISTÓRIA TEMA 4 INDÍGENAS, ESCRAVIZADOS E IMIGRANTES

A extinção do tráfico negreiro


Capitais do tráfico foram
deslocados para outras
atividades como as
indústrias, as ferrovias, os
Bill Aberdeen Lei Eusébio de Queiroz telégrafos e a navegação.
(1845) (1850)
Lei que autorizava a apreensão Proibiu definitivamente
de navios negreiros e o o tráfico de escravos
julgamento dos responsáveis para o Brasil, trazendo
em tribunais da Inglaterra. várias consequências
para o país. Cafeicultores e outros
fazendeiros do Sudeste
tiveram de recorrer
Apesar de políticos brasileiros ao tráfico interno ou
considerarem a medida uma interprovincial.
violação da soberania nacional,
cerca de 90 navios foram
apreendidos pelos ingleses. O tráfico interno começou a declinar
em 1870 e o número de escravizados
se tornou insuficiente para atender à
demanda da lavoura cafeeira.
UNIDADE 6 O BRASIL DO SEGUNDO REINADO

HISTÓRIA TEMA 4 INDÍGENAS, ESCRAVIZADOS E IMIGRANTES

A escravidão é abolida no Brasil


• O movimento pela abolição ganhou força em especial após a Guerra do Paraguai,
quando milhares de negros combateram pelo país.
Sob influência dos fazendeiros, Intensificação da campanha
o governo decidiu que a abolicionista e criação
abolição seria lenta, gradual e da Associação Central
sem riscos para os privilégios Emancipadora e da Sociedade Lei Áurea
dos grupos dominantes. Brasileira contra a Escravidão. (1888)
Assinada pela
princesa Isabel,
• Lei do Ventre Livre (1871): filhos Fugas e rebeliões de escravos aboliu a escravidão
de escravas nasceriam livres, mas se tornaram frequentes. No no Brasil.
trabalhariam dos 8 aos 21 anos, caso litoral paulista, o Quilombo do
o senhor recusasse uma indenização. Jabaquara chegou a reunir
• Lei dos Sexagenários (1885): 10 mil escravos fugidos das
libertava os escravos com mais de lavouras de café.
60 anos, que deveriam trabalhar para
seus antigos donos por mais três anos.
UNIDADE 6 O BRASIL DO SEGUNDO REINADO

HISTÓRIA TEMA 4 INDÍGENAS, ESCRAVIZADOS E IMIGRANTES

Os libertos depois da abolição


• A abolição sem um programa de indenização para os proprietários de escravos custou
à monarquia brasileira importantes aliados políticos.

Sem receber indenizações ou


No Vale do Paraíba, foi comum
auxílio para recomeçar a vida,
Opções de vida encontrar libertos que estabeleceram
grande parte dos ex-escravos
dos escravos após regimes de parceria com seus antigos
continuou a trabalhar para seus
a libertação donos, tornaram-se pequenos
ex-senhores, em uma situação
sitiantes ou tocadores de gado.
semelhante à da escravidão.

Muitos buscaram trabalho nas


cidades de São Paulo e do Rio
de Janeiro, sendo obrigados
a aceitar trabalhos pesados
e mal-remunerados por não
terem condições de competir
com os imigrantes.
UNIDADE 6 O BRASIL DO SEGUNDO REINADO

HISTÓRIA TEMA 4 INDÍGENAS, ESCRAVIZADOS E IMIGRANTES

Os imigrantes no Brasil
Lei de Terras Sistema de parceria: o colono
(1850) devia ao proprietário metade
Determinou que a compra da produção mais 6% de juros
seria o único meio de sobre as dívidas contraídas
aquisição das terras públicas. desde a viagem.

Em busca de emprego,
Previu o incentivo e a de terras e de um Colonato: por meio de um
cobertura dos gastos da futuro para os filhos, acordo, os imigrantes passavam
chegada de imigrantes quase 4 milhões a receber um salário fixo,
europeus para trabalhar nas de imigrantes vieram podiam cultivar seus alimentos
lavouras do Brasil. para o Brasil entre e vender o excedente.
1850 e 1920.

Refletia a visão de setores Imigração subvencionada:


racistas que buscavam o governo de São Paulo
promover o “branqueamento” financiava os custos da viagem
do país para contribuir com dos colonos estabelecidos em
seu desenvolvimento. fazendas da província.
REVOLUÇÕES, NACIONALISMO E TEORIAS
UNIDADE 7
NA EUROPA DO SÉCULO XIX

HISTÓRIA TEMA 1 AGITAÇÕES POLÍTICAS E SOCIAIS NA EUROPA DO SÉCULO XIX

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AGITAÇÕES POLÍTICAS
E SOCIAIS NA EUROPA
DO SÉCULO XIX
REVOLUÇÕES, NACIONALISMO E TEORIAS
UNIDADE 7
NA EUROPA DO SÉCULO XIX

HISTÓRIA TEMA 1 AGITAÇÕES POLÍTICAS E SOCIAIS NA EUROPA DO SÉCULO XIX

Restauração e revolução no século XIX

A derrota de Napoleão Durante a Restauração, Revoluções de 1820


inaugurou na Europa uma monarquias retomaram Inspiradas no liberalismo e
disputa entre os defensores seu poder e os territórios no nacionalismo, buscaram
do Antigo Regime e os do anteriores às guerras concretizar o projeto de
liberalismo político. revolucionárias (1792-1802). construir um Estado nacional.

Ordenações de Julho
Revoluções de
O movimento atingiu (1830)
1830 e 1848
outras regiões e levou à Acabaram com a liberdade
Onda de revoltas iniciada após
independência da Bélgica e a de imprensa, dissolveram
a instituição das medidas do
reformas que organizaram o a Câmara dos Deputados
rei Carlos X, que abdicou
operariado na Inglaterra. e reduziram o número de
do trono francês.
eleitores na França.
REVOLUÇÕES, NACIONALISMO E TEORIAS
UNIDADE 7
NA EUROPA DO SÉCULO XIX

HISTÓRIA TEMA 1 AGITAÇÕES POLÍTICAS E SOCIAIS NA EUROPA DO SÉCULO XIX

A Primavera dos Povos

• Primavera dos Povos (1848): principal onda revolucionária do século, combinou


as aspirações liberais da burguesia, os ideais nacionalistas e as reivindicações dos
trabalhadores, que se mobilizaram fortemente a partir de uma grave crise econômica
que atingiu a Europa entre 1846 e 1850.

• A combinação de ideias liberais com o nacionalismo e as questões sociais foi uma inovação
contra a política conservadora e absolutista da Restauração. As elites, contudo, reagiram
com violência, tentando impedir que mudanças profundas ocorressem.

• Na França, onde a onda revolucionária teve início, a Segunda República foi proclamada,
pondo fim à monarquia; a burguesia, contudo, manteve-se no poder político.

• Nas regiões que formariam a Itália e a Alemanha, tentou-se reunir unidades políticas
dispersas (monarquias ou repúblicas) em um Estado nacional unificado.

• No Império Austríaco, o trabalho servil foi abolido. Os húngaros tentaram conquistar


sua independência, mas foram derrotados.
REVOLUÇÕES, NACIONALISMO E TEORIAS
UNIDADE 7
NA EUROPA DO SÉCULO XIX

HISTÓRIA TEMA 1 AGITAÇÕES POLÍTICAS E SOCIAIS NA EUROPA DO SÉCULO XIX

AS REVOLUÇÕES DE 1848

FERNANDO JOSÉ FERREIRA


MAR
DO NORTE
REINO DA
ESTADOS PRÚSSIA
GERMÂNICOS Berlim
março
50° N
Frankfurt
março

IMPÉRIO
Paris Munique AUSTRÍACO
fevereiro março-abril
Viena Budapeste
março março
REINO DA Milão Veneza
FRANÇA março março Zagreb
Turim abril
março
Módena
março
N
ESTADOS NO NE
Florença
fevereiro-março DA IGREJA O L
SO SE
S
Roma
março 150 km

REINO DAS
H

SARDENHA
IC
EENW

DUAS SICÍLIAS
MAR
DE GR

MEDITERRÂNEO
IANO

Jornadas
Fonte: DUBY, Georges. Atlas
MERID

revolucionárias
de 1848 histórico mundial. Barcelona:
0º Larousse, 2010. p. 231.
REVOLUÇÕES, NACIONALISMO E TEORIAS
UNIDADE 7
NA EUROPA DO SÉCULO XIX

HISTÓRIA TEMA 1 AGITAÇÕES POLÍTICAS E SOCIAIS NA EUROPA DO SÉCULO XIX

O surgimento do nacionalismo
• O maior legado da era napoleônica pode ter sido a difusão da ideia de “nação”,
que surgiu no século XVIII e se fortaleceu ao longo do XIX.

Ao longo do século XIX,


Começou a ser construída
passou-se a questionar
Na Europa, até o século XVIII, uma ideia de “nação”: uma
a natureza divina dos monarcas
o elemento que unia os membros comunidade em um território
e sua capacidade e legitimidade
de uma comunidade era sua que compartilha um idioma,
de liderar. Com isso, foi se
subordinação a um mesmo rei. uma cultura e um passado
perdendo o sentimento de união
em comum.
em torno do rei.

O movimento nacionalista,
Criaram-se “heróis nacionais” e,
No século XX, o ideal nacionalista que antes defendia a
nas escolas, os alunos passaram
intolerante levou a guerras entre autodeterminação dos povos,
a aprender sobre seu passado
países, a perseguições e a uma tornou-se cada vez mais
histórico para adquirir um
série de violências contra excludente ao longo do século
sentimento de pertencimento
o diferente. XIX, pregando a superioridade
à comunidade.
de uma nação sobre outras.
REVOLUÇÕES, NACIONALISMO E TEORIAS
UNIDADE 7
NA EUROPA DO SÉCULO XIX

HISTÓRIA TEMA 1 AGITAÇÕES POLÍTICAS E SOCIAIS NA EUROPA DO SÉCULO XIX

O Romantismo e a revolução
• O Romantismo foi um movimento sociocultural

MUSEU DO LOUVRE, PARIS


influenciado pela Revolução Francesa e pela
expansão napoleônica, que reproduziu nas
artes as tensões da Europa revolucionária.
• Os artistas românticos expressavam em suas
obras a exaltação da liberdade e da pátria e a
valorização do idioma e do folclore nacionais,
além do drama e a solidão do indivíduo.
• Os românticos se opunham ao racionalismo
iluminista e aos temas da arte neoclássica;
defendiam a supremacia da intuição e dos
sentimentos sobre a razão e a união do
homem com a natureza frente às novidades A Liberdade guiando o povo, pintura
da sociedade industrial. de Eugène Delacroix, 1830.
• Os românticos valorizavam a época medieval,
que simbolizava o retorno à natureza, à
religiosidade e às origens das nações.
REVOLUÇÕES, NACIONALISMO E TEORIAS
UNIDADE 7
NA EUROPA DO SÉCULO XIX

HISTÓRIA TEMA 1 AGITAÇÕES POLÍTICAS E SOCIAIS NA EUROPA DO SÉCULO XIX

Romantismo e ideias revolucionárias no Brasil

• Primeira Geração: construção de uma


Romantismo brasileiro
identidade nacional, valorizando o indígena,
Procurou fundar uma estética
a natureza, o folclore e o clima do Brasil.
romântica no país e uma literatura
• Segunda Geração: pessimismo, fascínio
e cultura genuinamente brasileiras,
pela morte e sentimento de inadequação.
valorizando a paisagem natural
• Terceira Geração: preocupação com
e o indígena, escolhidos como
temas sociais, como a escravidão e a causa
símbolos da nação.
Influência abolicionista.
das teorias
europeias
no Brasil Revolução Praieira
Os praieiros combatiam a centralização política
(1848)
no Rio de Janeiro e tinham reivindicações
Descontentes com a falta de
liberais como o voto livre e universal, a
emprego e terras e o controle do
liberdade de imprensa, o direito ao trabalho e o
comércio por portugueses, rebeldes
fim do Poder Moderador. O movimento recebeu
se levantaram contra a nomeação
grande adesão popular e prosseguiu em forma
de um governador conservador
de guerrilha, até ser derrotado em 1850.
para Pernambuco.
UNIDADE 7 REVOLUÇÕES, NACIONALISMO E TEORIAS
NA EUROPA DO SÉCULO XIX

HISTÓRIA TEMA 2 AS UNIFICAÇÕES DA ITÁLIA E DA ALEMANHA

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AS UNIFICAÇÕES DA
ITÁLIA E DA ALEMANHA
UNIDADE 7 REVOLUÇÕES, NACIONALISMO E TEORIAS
NA EUROPA DO SÉCULO XIX

HISTÓRIA TEMA 2 AS UNIFICAÇÕES DA ITÁLIA E DA ALEMANHA

A Itália para os italianos


• No início do século XIX, a Península Itálica estava dividida: os reinos do norte sofriam
influência austríaca e o sul era dominado pelo Reino das Duas Sicílias.

Em 1848, uma tentativa de


Em 1859, o reino do
unificação fracassou, pois não
Piemonte-Sardenha, liderado
havia união entre monarquistas
por monarquistas liberais,
e republicanos nem uma maioria
derrotou os austríacos e
ligada por um sentimento de
incorporou diversos territórios.
identidade nacional.

Em 1861, o país foi unificado O republicano Giuseppe


e Vítor Emanuel II foi Garibaldi organizou o exército
proclamado rei da Itália. Veneza camponês dos camisas
foi incorporada em 1866 e, em vermelhas e se apossou do
1870, Roma foi anexada e se Reino das Duas Sicílias em 1860.
tornou a capital italiana.
UNIDADE 7 REVOLUÇÕES, NACIONALISMO E TEORIAS
NA EUROPA DO SÉCULO XIX

HISTÓRIA TEMA 2 AS UNIFICAÇÕES DA ITÁLIA E DA ALEMANHA

A UNIFICAÇÃO ITALIANA

FERNANDO JOSÉ FERREIRA


TIROL
LOMBARDIA Trento
Novara Milão VÊNETO
SAVOIA Veneza
Turim Parma Ferrara
Alexandria
Módena IMPÉRIO
Gênova
Florença AUSTRÍACO
FRANÇA
TOSCANA
MAR
Elba ADRIÁTICO
42º Córsega Roma
Pontecorvo

Nápoles

N
MAR TIRRENO
NO NE Cagliari
O L
SO SE Palermo Messina
S
Régio
120 km
Marsala

12º30’

Reino do Piemonte- Principais batalhas


-Sardenha
Insurreições populares
Ducados
Avanço do exército
Estados da Igreja piemontês
Território do Império Expedição de Garibaldi e
Austríaco os mil camisas vermelhas
Reino das Duas Sicílias Revolução de 1848
Territórios sob influência Movimentos revolucionários Fonte: DUBY, Georges. Atlas
austríaca anteriores a 1848
histórico mundial. Barcelona:
Reino Lombardo-Veneziano Insurreições de 1848
Larousse, 2010. p. 234.
UNIDADE 7 REVOLUÇÕES, NACIONALISMO E TEORIAS
NA EUROPA DO SÉCULO XIX

HISTÓRIA TEMA 2 AS UNIFICAÇÕES DA ITÁLIA E DA ALEMANHA

A formação da Alemanha
• Os alemães estavam espalhados e misturados a outros povos em toda a Europa Central.

A Alemanha estava Criação do Zollverein


O crescimento do potencial
dividida em vários Estados, (1834)
industrial fortaleceu grupos
reunidos na Confederação Acordo que instituiu uma união
favoráveis à unificação,
Germânica, uma alfandegária entre os Estados
pois ela representava a
associação dominada pelo germânicos (com exceção da
possibilidade de competir
Império Austríaco e pela Áustria) e impulsionou a indústria,
com os produtos ingleses.
Prússia. o comércio e as comunicações.

Bismarck conseguiu Guerra Franco-Prussiana Em 1862, Otto von


unificar os Estados do (1870) Bismarck assumiu o
norte e do sul e se tornou A França declarou guerra cargo de chanceler da
chefe militar da Alemanha à Prússia, que rapidamente Prússia e, por meio da
após Guilherme I ser venceu o conflito. Os prussianos guerra, em 1867, formou a
coroado imperador do país, ganharam a região da Confederação Germânica
em 1871. Alsácia-Lorena, rica em carvão. do Norte.
UNIDADE 7 REVOLUÇÕES, NACIONALISMO E TEORIAS
NA EUROPA DO SÉCULO XIX

HISTÓRIA TEMA 2 AS UNIFICAÇÕES DA ITÁLIA E DA ALEMANHA

A unificação territorial alemã


• A unificação alemã não foi obra apenas de Bismarck. Ela resultou do desenvolvimento
industrial da Prússia, da integração econômica de grande parte do território e da expansão
de uma cultura nacional e belicista.

A UNIFICAÇÃO ALEMÃ

FERNANDO JOSÉ FERREIRA


14° L
DINAMARCA Ducado administrado
MAR BÁLTICO pela Prússia
SCHLESWING Ducado administrado
pela Áustria
MAR DO NORTE HOLSTEIN Dantzig
LAUENBURG Aquisições da Prússia
MECKLEMBOURG
OLDENBURG
Aquisições prussianas
HANNOVER Berlim em 1866
RÚSSIA
Confederação Germânica
do Norte (1866-1871)
Colônia
51° N Prússia em 1861
NASSAU SAXÔNIA
HESSE
EMS
N Outros Estados
NO NE
O L
BAVIERA Estados do sul
Estrasburgo SO SE
WURTEMBERG IMPÉRIO AUSTRÍACO S

FRANÇA Munique 100 km


Limites do Império
Alemão em 1871
Fonte: DUBY, Georges. Atlas
histórico mundial. Barcelona:
Alsácia-Lorena
Larousse, 2010. p. 237.
UNIDADE 7 REVOLUÇÕES, NACIONALISMO E TEORIAS
NA EUROPA DO SÉCULO XIX

HISTÓRIA TEMA 3 A EXPANSÃO INDUSTRIAL NA EUROPA


E AS NOVAS TEORIAS CIENTÍFICAS

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3
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A EXPANSÃO INDUSTRIAL
NA EUROPA E AS NOVAS
TEORIAS CIENTÍFICAS
UNIDADE 7 REVOLUÇÕES, NACIONALISMO E TEORIAS
NA EUROPA DO SÉCULO XIX

HISTÓRIA TEMA 3 A EXPANSÃO INDUSTRIAL NA EUROPA


E AS NOVAS TEORIAS CIENTÍFICAS

As condições socioeconômicas na Europa

Ao longo do século XIX,


As cidades industriais
a Revolução Industrial O crescimento industrial se
tornaram-se superpovoadas
se expandiu pela Europa, ligou à expansão comercial e
e marcadas pelo contraste
intensificando a urbanização à livre concorrência, marca
entre a rica burguesia e a
e a instalação de novas típica do liberalismo.
pobreza do operariado.
fábricas.

O desenvolvimento
técnico-científico e a
produção maciça de bens
Como as grandes Mesmo beneficiando
de consumo contribuíram
fábricas geravam menos apenas uma pequena
para melhorar e facilitar
postos de trabalho, a parcela da população,
os afazeres do dia a dia.
produção artesanal as conquistas geraram
continuou absorvendo a uma visão positiva das
maior parte da mão de elites sobre a ciência e
obra urbana. a tecnologia.
UNIDADE 7 REVOLUÇÕES, NACIONALISMO E TEORIAS
NA EUROPA DO SÉCULO XIX

HISTÓRIA TEMA 3 A EXPANSÃO INDUSTRIAL NA EUROPA


E AS NOVAS TEORIAS CIENTÍFICAS

A valorização do mundo técnico-científico


• Exposições universais: grandes eventos

BIBLIOTECA NACIONAL DA FRANÇA, PARIS


de celebração do desenvolvimento científico
e tecnológico possibilitado pela Revolução
Industrial.
• Pioneira da industrialização, a Inglaterra sediou
a primeira exposição universal,
realizada em 1851 no Palácio de Cristal,
em Londres. O evento recebeu mais
de 6 milhões de visitantes.
• As exposições exibiam e comercializavam variados
produtos da agricultura, da metalurgia e das
artes plásticas, novos instrumentos científicos,
materiais didáticos e utilidades em geral. O interior do Palácio de Cristal, em
• As exposições buscavam demonstrar o triunfo detalhe de ilustração de 1854.
do capitalismo e da “civilização” europeia, mas
ocultavam as péssimas condições de trabalho
dos operários.
UNIDADE 7 REVOLUÇÕES, NACIONALISMO E TEORIAS
NA EUROPA DO SÉCULO XIX

HISTÓRIA TEMA 3 A EXPANSÃO INDUSTRIAL NA EUROPA


E AS NOVAS TEORIAS CIENTÍFICAS

A razão versus a fé
• Com o desenvolvimento da mentalidade científica, procurou-se explicar os fenômenos
da natureza e a origem da vida sem precisar dos textos bíblicos.
• A partir do século XIX, houve uma progressiva secularização da sociedade, com menor
influência política das igrejas e a separação entre Igreja e Estado em muitos países.

Principais teorias
sobre a origem da vida

Teoria da evolução das espécies


por uso e desuso Teoria da seleção natural

• Defendida por Lamarck (1744-1829). • Defendida por Charles Darwin (1809-1882).


• O órgão mais utilizado por um ser vivo tende • Inspirada por Alfred Russel Wallace (1823-1913).
a se desenvolver, e o menos usado tende a • O grupo que se adapta melhor ao ambiente por
ser atrofiado. conta de determinadas características tem mais
• Seus descendentes herdariam as características chances de sobreviver e de deixar descendentes.
dos órgãos desenvolvidos ou atrofiados.
UNIDADE 7 REVOLUÇÕES, NACIONALISMO E TEORIAS
NA EUROPA DO SÉCULO XIX

HISTÓRIA TEMA 3 A EXPANSÃO INDUSTRIAL NA EUROPA


E AS NOVAS TEORIAS CIENTÍFICAS

As ideias do darwinismo social


• Herbert Spencer (1820-1903): defendia que os seres

AB HISTORIC/ALAMY/FOTOARENA
humanos são naturalmente desiguais e competem entre si para
sobreviver. Segundo essa ideia, os mais fortes progridem na
vida, e os mais fracos explicam a pobreza.
• As ideias pseudocientíficas promoveram a divisão racial dos
povos entre superiores (arianos europeus) e inferiores (judeus,
negros, indígenas americanos, entre outras).
• Eugenia (1883): criada por Francis Galton, a teoria buscava
justificar um racismo “científico” e criar uma raça humana
superior. Ao longo do século XX, ela levou a programas de
Mães seguram seus bebês,
esterilização no Estados Unidos e ao extermínio de milhões de que venceram o concurso
pessoas na Alemanha nazista (1933-1945). de cunho eugenista “Bebê
• No Brasil do império e do início da república, intelectuais Perfeito”, em Nova York
(EUA), 1914.
defenderam a miscigenação de índios e negros com europeus
brancos para solucionar problemas socioeconômicos.
• Na atualidade, apesar de pesquisas comprovarem a existência de apenas
uma “raça” humana, o racismo ainda é uma realidade concreta.
UNIDADE 7 REVOLUÇÕES, NACIONALISMO E TEORIAS
NA EUROPA DO SÉCULO XIX

HISTÓRIA TEMA 4 O SOCIALISMO, O ANARQUISMO E A COMUNA DE PARIS

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O SOCIALISMO, O
ANARQUISMO E A
COMUNA DE PARIS
UNIDADE 7 REVOLUÇÕES, NACIONALISMO E TEORIAS
NA EUROPA DO SÉCULO XIX

HISTÓRIA TEMA 4 O SOCIALISMO, O ANARQUISMO E A COMUNA DE PARIS

A necessidade de mudanças
Saint-Simon
(1760-1825)
Os produtores (industriais, operários, artistas,
intelectuais e banqueiros) deveriam exercer o
poder no lugar dos ociosos (nobres e clérigos).
Pensadores
A expansão do passaram a elaborar
Robert Owen
capitalismo industrial propostas de uma
(1771-1859)
e do liberalismo na nova organização
Defendia cooperativas de produtores e consumidores
Europa não promoveu social. Alguns deles
e a educação. Adotou medidas que melhoraram as
igualdade social e ficaram conhecidos
condições de trabalho em sua fábrica.
econômica. como socialistas
utópicos.
Charles Fourier
(1772-1837)
Propôs a criação dos falanstérios, comunidades
autônomas e autossuficientes onde as pessoas
viveriam de forma cooperativa.
UNIDADE 7 REVOLUÇÕES, NACIONALISMO E TEORIAS
NA EUROPA DO SÉCULO XIX

HISTÓRIA TEMA 4 O SOCIALISMO, O ANARQUISMO E A COMUNA DE PARIS

O socialismo de Marx e Engels


• O chamado socialismo científico foi uma teoria de análise do capitalismo elaborada
por Marx e Engels, que propuseram um caminho concreto para superá-lo.

Os trabalhadores deveriam realizar uma


Existiria na sociedade uma permanente
revolução para tomar o poder e instituir
luta de classes. Em meados do século
a ditadura do proletariado, até que as
XIX, ela se manifestava no conflito
classes sociais desaparecessem e se
entre a burguesia e o proletariado.
chegasse ao comunismo.

Exploração da mais-valia Marx e Engels procuraram colocar


A burguesia, detentora dos meios de suas teorias em prática participando
produção, explorava os trabalhadores de mobilizações operárias e
pagando salários menores do que a produzindo a obra Manifesto do
riqueza gerada por eles. Partido Comunista (1848).
UNIDADE 7 REVOLUÇÕES, NACIONALISMO E TEORIAS
NA EUROPA DO SÉCULO XIX

HISTÓRIA TEMA 4 O SOCIALISMO, O ANARQUISMO E A COMUNA DE PARIS

O anarquismo: a negação do Estado

Os anarquistas primaram pela


Não pode ser compreendido como
ação direta como a organização de
uma corrente teórica única, pois teve
sindicatos, greves e outras formas
diversas características e formas de
de luta dos trabalhadores para
atuação, apesar de suas ideias terem
difundir suas ideias, exercendo forte
pontos centrais em comum.
influência até a década de 1920.

O pensamento anarquista

Seus adeptos combatiam a Seus principais expoentes


dominação política, religiosa e nos séculos XIX e XX foram os
social e defendiam a abolição do anarquistas franceses
Estado e sua substituição por Pierre-Joseph Proudhon e Louise
formas de organização cooperativas Michel, e os russos Mikhail Bakunin
a partir da autogestão. e Piotr Kropotkin.
UNIDADE 7 REVOLUÇÕES, NACIONALISMO E TEORIAS
NA EUROPA DO SÉCULO XIX

HISTÓRIA TEMA 4 O SOCIALISMO, O ANARQUISMO E A COMUNA DE PARIS

A Comuna de Paris
O povo, disposto a resistir, Em 1871, o governo
Em 1870, tropas da Prússia
formou o Comitê da Guarda republicano de Adolphe Thiers
cercaram Paris durante a
Nacional, apesar da escassez rendeu-se às tropas prussianas
Guerra Franco-Prussiana,
de alimentos, epidemias e e entregou as armas aos
agravando uma crise na cidade.
revoltas populares. inimigos.

A Comuna foi esmagada pelo Comuna de Paris


Populares de Paris e a Guarda
exército francês com apoio da (1871)
Nacional tomaram as ruas,
Prússia, e seus participantes Reuniu trabalhadores, teóricos
levantaram barricadas e
foram mortos, presos socialistas e anarquistas e instituiu
forçaram os governantes a fugir.
ou deportados. medidas de caráter socialista.

• Tomada de decisões coletivas.


• Congelamento de preços.
• Fábricas comandadas por operários.
• Igualdade entre homens e mulheres.
UNIDADE 8 O IMPERIALISMO NO SÉCULO XIX

HISTÓRIA TEMA 1 A SEGUNDA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

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A SEGUNDA REVOLUÇÃO
INDUSTRIAL
UNIDADE 8 O IMPERIALISMO NO SÉCULO XIX

HISTÓRIA TEMA 1 A SEGUNDA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

Um mundo em rápida transformação


• Chamamos a crença na capacidade da ciência de explicar o mundo, dominar a natureza
e promover o progresso das sociedades de cientificismo.
• A Segunda Revolução Industrial foi o processo de avanços técnico-científicos ocorrido
no século XIX.

Inovações tecnológicas Progresso técnico-científico


• Processo Bessemer (1856): • E xpansão das ferrovias.
obtenção de aço mais barato. • P rodução do primeiro
Resultados
• Motor de combustão veículo motorizado
• E ncurtamento de distâncias.
interna (década de 1870): para fins comerciais por
• F acilidade de comunicação
transformação de energia Karl Benz, em 1885;
entre os povos, da circulação
térmica em mecânica popularização do modelo
de informações e do
por meio da queima de Ford T, a partir de 1908.
deslocamento de pessoas
combustíveis. • I nvenção do telefone
e de mercadorias.
• Dínamo (c. 1870): (1876), aparelho capaz de
transformação de energia converter o som em
mecânica em energia elétrica. impulsos elétricos.
UNIDADE 8 O IMPERIALISMO NO SÉCULO XIX

HISTÓRIA TEMA 1 A SEGUNDA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

A industrialização japonesa
• Países asiáticos como o Japão também experimentaram uma revolução nos transportes
e na indústria no final do século XIX.

Revolução Meiji
Antes de 1860, o Japão vivia (Década de 1860) O país passou por uma
uma situação semelhante à • C entralização do poder na modernização econômica e
da Europa medieval. Havia um figura do imperador. política, deu uma arrancada
imperador, mas o poder era • R eformas na educação. industrial com incentivo
exercido por grandes senhores •Q  ualificação da mão de obra. estatal e se tornou uma
de terra (daimios). • T ratados comerciais com grande potência.
o Ocidente.

Grandes grupos econômicos


Por volta de 1910, o Japão
(zaibatsu), controlados por poucas
tinha ferrovias, bancos,
famílias, receberam capitais
companhias de navegação e
estrangeiros e investiram na
mineração e uma das maiores
agricultura, na indústria metalúrgica
produções têxteis do mundo.
e na rede de transportes.
UNIDADE 8 O IMPERIALISMO NO SÉCULO XIX

HISTÓRIA TEMA 1 A SEGUNDA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

Trabalho e moradia na nova era industrial

Nas fábricas, os operários trabalhavam em


Em muitos países condições precárias e sem proteção legal;
da Europa, o fim das Com a primeira grande era comum a presença de crianças,
terras comunais e crise econômica capitalista que trabalhavam até a exaustão.
a mecanização das (1873-1896), camponeses
técnicas de cultivo e assalariados buscaram
favoreceram os grandes trabalho nas cidades ou Surgiram as vilas e bairros operários,
proprietários rurais e emigraram para a América. marcando uma divisão entre a pobreza
uma burguesia agrária. e a riqueza, entre bairros habitados por
trabalhadores e bairros destinados à
aristocracia e à burguesia.

O acelerado processo de
urbanização levou ao surgimento
das primeiras metrópoles e ao
deslocamento dos mais pobres
para a periferia.
UNIDADE 8 O IMPERIALISMO NO SÉCULO XIX

HISTÓRIA TEMA 1 A SEGUNDA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

As migrações ultramarinas

Na Europa, a grande concentração


Entre 1800 e 1930, cerca de 45 milhões de
populacional, a redução da oferta de
pessoas, oriundas principalmente das áreas
empregos nas fábricas e os baixos salários
rurais europeias, deixaram sua terra natal
pagos aos trabalhadores levaram
para tentar uma vida melhor.
à miséria e ao crime.

A maioria seguiu para os Estados Unidos


A maior parte dos imigrantes teve como
com incentivo do governo, que tinha
destino o trabalho nas lavouras, nas minas,
o objetivo de colonizar e expandir as
na siderurgia e na construção de ferrovias,
fronteiras do oeste e garantir mão de obra
sempre em condições penosas.
barata para as indústrias.
UNIDADE 8 O IMPERIALISMO NO SÉCULO XIX

HISTÓRIA TEMA 1 A SEGUNDA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

A EMIGRAÇÃO EUROPEIA -
1800-1930 (EM MILHÕES)

FERNANDO JOSÉ FERREIRA


35

30

25

20

15

10

0
Estados Argentina Brasil Austrália
Unidos Fonte: VIDAL-NAQUET, Pierre;
Países de destino BERTIN, Jacques. Atlas histórico:
da Pré-história aos nossos dias.
Lisboa: Círculo de Leitores, 1990.
UNIDADE 8 O IMPERIALISMO NO SÉCULO XIX

HISTÓRIA TEMA 1 A SEGUNDA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

A era do capitalismo financeiro

Capitalismo industrial Capitalismo financeiro Modelos de organização


(Até meados do séc. XIX) (A partir da década de 1870) empresarial
Empresas familiares Instituições bancárias • Truste: empresas do mesmo
funcionavam sem grandes passaram a financiar a ramo se fundem para controlar
recursos e se expandiam produção (industrial, agrícola os preços, a produção e o
à medida que seus donos e mineral) e a controlar mercado.
reinvestiam parte dos lucros na empresas por meio da • Cartel: empresas concorrentes
própria empresa. aquisição de ações. fazem acordos para dividir
o mercado e combater
concorrentes.
•H  olding: uma empresa controla
uma série de outras empresas
As organizações empresariais Com a crise econômica de por meio da posse majoritária
promoveram uma imensa 1873, pequenas empresas de suas ações.
concentração de capital foram eliminadas e as mais
nas mãos dos chamados fortes criaram associações
oligopólios, dando origem para combater a concorrência
às transnacionais. e aumentar os lucros.
UNIDADE 8 O IMPERIALISMO NO SÉCULO XIX

HISTÓRIA TEMA 2 A EXPANSÃO IMPERIALISTA NA ÁFRICA

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A EXPANSÃO
IMPERIALISTA NA ÁFRICA
UNIDADE 8 O IMPERIALISMO NO SÉCULO XIX

HISTÓRIA TEMA 2 A EXPANSÃO IMPERIALISTA NA ÁFRICA

A Conferência de Berlim e a partilha da África


• Até meados do século XIX, a presença europeia se limitou às feitorias e colônias
posicionadas no litoral para o comércio.
• A maior parte da África estava sob o poder de reis, imperadores ou anciões locais.

Entre 1873 e 1896, uma grave Imperialismo Conferência de Berlim


crise econômica afetou a Europa. Nova expansão colonial (1884-1885)
Ela foi causada pela incapacidade (neocolonialismo) para Reunião entre países europeus
do mercado consumidor de conquistar mais mercados, fontes como Grã-Bretanha, Alemanha,
absorver o aumento da de matérias-primas e áreas para França, Portugal e Bélgica para
produção industrial. investir capitais excedentes. dividir os territórios africanos.

• Assimilação: ensino do modo de


Da Conferência até o final do Estabeleceu-se o princípio de
vida europeu para criar uma elite
século XIX, cada uma dessas área de influência: a nação
local de colaboradores.
nações construiu seu império europeia que ocupasse o litoral
• Diferenciação: uso de uma estrutura
colonial na África e adotou uma de uma região teria o direito de
de poder já existente para defender
política de colonização. avançar para o interior.
os interesses europeus.
UNIDADE 8 O IMPERIALISMO NO SÉCULO XIX

HISTÓRIA TEMA 2 A EXPANSÃO IMPERIALISTA NA ÁFRICA

Os europeus na África
• Império britânico: comprou a parte egípcia do Canal de Suez (1875)
para navegar até a África e a Ásia; estabeleceu um protetorado no Egito;
conquistou o que seria o Sudão egípcio, a Rodésia, a Nigéria e a África
Oriental Britânica e anexou a África do Sul após guerrear contra os bôeres
(descendentes de holandeses que haviam colonizado a região).
• França: possuía parte do Canal de Suez e, partindo de suas antigas
feitorias, formou a África Ocidental Francesa e dominou a África Equatorial
e o norte do continente.
• Bélgica: converteu grande parte da Bacia do Rio Congo numa espécie de
propriedade particular do rei Leopoldo II.
• Portugal: conquistou a Guiné Portuguesa a partir de suas antigas colônias
de Angola e Moçambique.
• Alemanha: conquistou tardiamente territórios que deram origem ao Togo,
Camarões, África Oriental Alemã e ao Sudoeste Africano.
UNIDADE 8 O IMPERIALISMO NO SÉCULO XIX

HISTÓRIA TEMA 2 A EXPANSÃO IMPERIALISTA NA ÁFRICA

A ÁFRICA EM 1914

FERNANDO JOSÉ FERREIRA



MARROCOS

ICH
ESPANHOL Túnis

R EENW
MADEIRA (P) TUNÍSIA
MARROCOS MAR MEDITERRÂNEO
ILHAS CANÁRIAS (E) Trípoli

NO DE G
ARGÉLIA LÍBIA
RIO DE ORO EGITO

M
MERIDIA
CE R

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TR ÓPICO DE CÂN

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RM
EL
ÁFRICA OCIDENTAL FRANCESA

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Rio Ni
oN SOMÁLIA
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GUINÉ FRANCESA
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l

SUDÃO
PORTUGUESA
ia

ANGLO-EGÍPCIO SOMÁLIA
TOGO
SERRA LEOA COSTA NIGÉRIA ÁFRICA BRITÂNICA
DO EQUATORIAL ETIÓPIA
LIBÉRIA OURO FRANCESA
CAMARÕES
FERNANDO PÓ (E) SOMÁLIA
Congo UGANDA

SÃO TOMÉ (P) Rio ÁFRICA EQUADOR
ORIENTAL
OCEANO BRITÂNICA OCEANO
GUINÉ CONGO
ATLÂNTICO 0º
ESPANHOLA ÍNDICO
BELGA ÁFRICA PEMBA
Territórios portugueses (P) CABINDA (P) ORIENTAL ZANZIBAR (GB)
ALEMÃ
Territórios britânicos (GB) ILHAS
COMORES (F)
Territórios belgas (B) ANGOLA RODÉSIA NIASSALÂNDIA
Territórios franceses (F) DO NORTE
Zamb
Rio ez
DARFUR (estado independente e
ainda não integrado ao RODÉSIA MADAGASCAR
SUDOESTE
Sudão Anglo-Egípcio) AFRICANO DO SUL MOÇAMBIQUE

Territórios alemães (A) BECHUANALÂNDIA TRÓ P IC O D E C A P


RICÓ
Fonte: BOAHEN, Albert Adu (Ed.).
N RNIO
Territórios espanhóis (E) NO NE História geral da África: África sob
SUAZILÂNDIA
Territórios italianos (I) O L dominação colonial, 1880-1935.
Estados independentes
SO
S
SE UNIÃO
SUL-AFRICANA
BASUTOLÂNDIA 3. ed. São Paulo: Cortez; Brasília:
Áreas cedidas à Alemanha
pela França em 1911
550 km Unesco, 2011. v. 7. p. 50.
(Coleção História geral da África)
UNIDADE 8 O IMPERIALISMO NO SÉCULO XIX

HISTÓRIA TEMA 2 A EXPANSÃO IMPERIALISTA NA ÁFRICA

A resistência ao imperialismo europeu


• Para resistir à colonização, povos rivais chegaram a se aproximar para unir forças e derrotar
o conquistador; porém, sua resistência não impediu o triunfo dos colonizadores.

Alguns movimentos de resistência africana

Resistência zulu Rebelião Ashanti Resistência do povo herero


(1879) (1890-1900) (1904)
Após anexar um território Ocorreu em Gana quando No Sudoeste Africano
na região do Transvaal, britânicos nomearam seu Alemão, atual Namíbia, os
anteriormente colonizado representante para ocupar alemães reprimiram os
pelos bôeres, os britânicos o Tamborete de Ouro, e rebeldes do povo herero com
invadiram o território zulu e terminou com a prisão da brutal violência, em uma ação
foram derrotados. Porém, em líder Yaa Asantewaa e de que é considerada o primeiro
uma nova batalha, a nação generais ashanti. genocídio do século XX.
zulu foi vencida e dividida.
UNIDADE 8 O IMPERIALISMO NO SÉCULO XIX

HISTÓRIA TEMA 3 A EXPANSÃO IMPERIALISTA NA ÁSIA

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A EXPANSÃO
IMPERIALISTA NA ÁSIA
UNIDADE 8 O IMPERIALISMO NO SÉCULO XIX

HISTÓRIA TEMA 3 A EXPANSÃO IMPERIALISTA NA ÁSIA

Conquistas imperialistas na Ásia


• Desde o século XVIII, a Grã-Bretanha introduzia com êxito tecidos ingleses de
algodão no mercado da Índia e buscava expandir seu controle sobre esse país.

• O mercado consumidor e a enorme extensão territorial da China eram de grande


interesse para as potências imperialistas, que poderiam investir capital na
indústria e nos transportes.

• A centralização do governo chinês, porém, colocava inúmeros obstáculos


às invasões estrangeiras.
UNIDADE 8 O IMPERIALISMO NO SÉCULO XIX

HISTÓRIA TEMA 3 A EXPANSÃO IMPERIALISTA NA ÁSIA

O IMPERIALISMO NA ÁSIA E NA OCEANIA (1900)

FERNANDO JOSÉ FERREIRA


ÁSIA

MONGÓLIA MANCHÚRIA SACALINA

TURQUESTÃO Porto Artur


CHINA (JAP)
Wai-Hai-Wei COREIA
(GB)
JAPÃO OCEANO
AFEGANISTÃO Kiaut-Cheu
(ALE) PACÍFICO
PÉRSIA TIBETE
Diu Chandernagor Macau FORMOSA TRÓPICO DE CÂNCER
(POR) ÍNDIA BIRMÂNIA Hong Kong
ARÁBIA Damão
Yanaon Kuang-Tcheu (GB)
(FRA) (FRA)
(POR)
Socotora Pondicherry FILIPINAS
Áden GOA SIÃO (EUA)
(GB) (FRA) INDOCHINA
(GB) Mahé Karikal Is. Gilbert
(FRA) (FRA)
MAR
DA CHINA (GB)
CEILÃO CINGAPURA SARAWAK
EQUADOR NOVA
SUMATRA BORNÉU GU Is. Salomão

Célebes IN
É (GB)
OCEANO ÍNDIAS HOLANDES
AS
ÍNDICO JAVA
TIMOR LESTE
Novas Hébridas
OCEANIA (FRA-GB)

Potências dominadoras TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO Is. Fidji


Grã-Bretanha (GB) Nova Caledônia (GB)
AUSTRÁLIA
(FRA)
França (FRA) N
Alemanha (ALE) NO NE
O L
Holanda (HOL)
SO SE
Portugal (POR) S
TASMÂNIA NOVA ZELÂNDIA Fonte: PARKER, Geoffrey. Atlas
Japão (JAP) 560 km
Verbo de história universal.
Lisboa: Verbo, 1997. p. 113.
UNIDADE 8 O IMPERIALISMO NO SÉCULO XIX

HISTÓRIA TEMA 3 A EXPANSÃO IMPERIALISTA NA ÁSIA

O império britânico na Índia

Desde o século XVIII, No século XIX, a companhia Revolta dos Sipaios


muitos principados indianos restringiu a autonomia das (1857-1858)
eram administrados pela lideranças locais, impôs Motim de soldados indianos da
Companhia Britânica um sistema judiciário e companhia contra a realização
das Índias Orientais, que administrativo únicos de sacrifícios animais, a crise
exportava tecidos ingleses e instituiu a cobrança de de abastecimento na Índia
para o país. altos impostos. e a fome.

A entrada de tecidos As políticas britânicas Para reprimir a rebelião, o


manufaturados mais baratos desestabilizaram muitas Parlamento inglês dissolveu a
faliu a produção artesanal sociedades tradicionais e companhia e a Coroa britânica
local e causou queda causaram o empobrecimento assumiu o comando da Índia,
populacional em antigos da maior parte da conquistando também a
centros de produção têxtil. população local. Birmânia e a Malásia.
UNIDADE 8 O IMPERIALISMO NO SÉCULO XIX

HISTÓRIA TEMA 3 A EXPANSÃO IMPERIALISTA NA ÁSIA

O imperialismo na China
Guerra do Ópio Alguns portos chineses foram
Na China, a Companhia
(1839-1842) abertos ao comércio com a
das Índias Orientais
O governo chinês tentou proibir o Grã-Bretanha, e Hong Kong
comercializava o ópio, que
comércio de ópio. Em resposta, os transformou-se em domínio
causava vício na população, a
ingleses bombardearam cidades britânico. A partir de 1879,
troca do cultivo de alimentos
e destruíram navios, obtendo a outros estrangeiros também
pelo de papoula e a saída de
rendição dos chineses no Tratado se instalaram na China e
moedas de prata do país.
de Nanquim (1842). fizeram comércio no país.

Em 1901, os boxers
foram derrotados e várias Para defender seus interesses
Em 1900, membros dessa
autoridades chinesas foram e expulsar os estrangeiros,
sociedade (boxers) ocuparam
fuziladas. Após assinarem os chineses organizaram
parte de Pequim. A imperatriz
um acordo de paz, as nações sociedades secretas como
Cixi apoiou a revolta e declarou
imperialistas cobraram a Sociedade dos Punhos
guerra às potências estrangeiras.
da China uma indenização Harmoniosos e Justiceiros.
milionária pela guerra.
UNIDADE 8 O IMPERIALISMO NO SÉCULO XIX

HISTÓRIA TEMA 4 OS ESTADOS UNIDOS NO SÉCULO XIX

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OS ESTADOS UNIDOS
NO SÉCULO XIX
UNIDADE 8 O IMPERIALISMO NO SÉCULO XIX

HISTÓRIA TEMA 4 OS ESTADOS UNIDOS NO SÉCULO XIX

Um país dividido a caminho da guerra civil


Estados do norte
• Tinham uma indústria em expansão e
queriam que, no oeste, predominassem
pequenas propriedades com trabalho
livre e assalariado. Eleição de Abraham Lincoln
• Defendiam o aumento das tarifas Formação dos Estados
à presidência
alfandegárias para criar um poderoso Confederados da América
(1860)
mercado interno. (1861)
Embora fosse antiescravista,
Insatisfeitos com o
o presidente nortista
discurso ambíguo de
defendia manter a
Lincoln, onze estados
escravidão onde ela já
Estados do sul sulistas decidiram se
ocorria e prometia combater
• Pretendiam expandir suas grandes separar dos Estados Unidos
movimentos separatistas da
propriedades para o oeste e ampliar o e fundar um novo país.
elite sulista.
uso de escravizados.
• Queriam manter as tarifas de
importação baixas para adquirir
produtos estrangeiros mais baratos.
UNIDADE 8 O IMPERIALISMO NO SÉCULO XIX

HISTÓRIA TEMA 4 OS ESTADOS UNIDOS NO SÉCULO XIX

A guerra e o fim da escravidão

Guerra de Secessão O norte, além de ter mais soldados


(1861-1865) e estar mais bem armado e
Rendição dos
Iniciada após a formação dos Estados abastecido, contou com medidas
confederados e fim
Confederados da América, opôs o decisivas do presidente Lincoln para
da guerra civil
exército da União, representado o desfecho do conflito:
(1865)
por estados do norte e do oeste, e o • Proibição da entrada de mercadorias
exército confederado, do sul. no sul.
• L ei do Confisco: apreensão de
todos os bens dos confederados
que caíssem nas mãos da União. A guerra teve o
• Uso de navios encouraçados e armas • F im da escravidão (1863). maior número de
de técnica avançada, como fuzis e vítimas na história
revólveres. do continente:
• Busca pela destruição de todos os 600 mil mortos.
recursos inimigos.
• Graças a essas características, a
Guerra Civil Americana é considerada
a primeira guerra moderna.
UNIDADE 8 O IMPERIALISMO NO SÉCULO XIX

HISTÓRIA TEMA 4 OS ESTADOS UNIDOS NO SÉCULO XIX

A segregação racial
• A abolição da escravidão e a vitória da União não garantiram

UNIVERSAL HISTORY ARCHIVE/GETTY IMAGES


aos negros do país a conquista da cidadania, pois eles não
tiveram acesso à educação, à aquisição de terras e ao direito
de voto.
• Tanto no sul quanto no norte prevalecia a ideia de que o
homem branco seria de uma “raça” superior à do negro.
• Os Estados Unidos, especialmente o sul do país, tornaram-se
cada vez mais segregacionistas: negros e brancos não podiam
conviver em espaços públicos, a não ser no trabalho.
• Leis Jim Crow: proibiam que negros e brancos frequentassem
os mesmos restaurantes, escolas, banheiros, entre outros
espaços públicos, e só foram revogadas na década de 1960.
• Ku Klux Klan (KKK): associação racista e terrorista criada em
Detalhe de foto que registra
1865 por veteranos confederados que pregava a supremacia uma parada da Ku Klux Klan
branca e cristã e promovia atentados contra negros, judeus, em Washington, nos Estados
chineses e brancos que os apoiavam. Unidos, em 1926.
UNIDADE 8 O IMPERIALISMO NO SÉCULO XIX

HISTÓRIA TEMA 4 OS ESTADOS UNIDOS NO SÉCULO XIX

A expansão territorial dos Estados Unidos


• A expansão dos Estados Unidos para além do território das treze colônias
começou após a guerra de independência.

• Destino Manifesto (1845): ideologia que afirmava que os estadunidenses


eram eleitos por Deus para expandir seu domínio em direção ao oeste.
Contribuíram para sua difusão:
- A contínua expansão territorial do país.
- A independência do Texas (1836) e sua incorporação aos Estados Unidos
após um plebiscito (1845).

• Guerra contra o México (1846): conflito entre Estados Unidos e México


pelo Texas. A guerra terminou com a derrota dos mexicanos, que cederam
diversos territórios aos estadunidenses.
UNIDADE 8 O IMPERIALISMO NO SÉCULO XIX

HISTÓRIA TEMA 4 OS ESTADOS UNIDOS NO SÉCULO XIX

A FORMAÇÃO DOS ESTADOS UNIDOS (SÉCULO XIX)

FERNANDO JOSÉ FERREIRA


CANADÁ

Lago
Superior
Lago Huron
OCEANO
PACÍFICO ÓREGON Lago
Ontário
40° N
Lago
Michigan Lago
Eriê
1 Fase OCEANO
Treze colônias (1775) LOUISIANA ATLÂNTICO
Cedido pela Grã-Bretanha (1783)

AS
2 Fase

I
Porto Rico

LÔN
Comprado da França (1803)
Comprado da Espanha (1812-19)

CO
Cedido pela Grã-Bretanha (1818)

E
EZ
3 Fase

TR
Anexado do México (1845) Havaí
Acordo com a Grã-Bretanha (1845)
Anexado do México (1848)
TEXAS
Comprado do México (1853)
4 Fase FLÓRIDA
Comprado da Rússia (1867) Alasca
N
Anexação (1889) NO NE
Cessão de Porto Rico pela O L Golfo do México
Espanha (1898) SO SE MÉXICO
S
Reservas indígenas em 1875
260 km
100º O
Fronteiras atuais
Fonte: National Atlas of the United States. Disponível em
<http://mod.lk/y5opv>. Acesso em 17 jul. 2018.
UNIDADE 8 O IMPERIALISMO NO SÉCULO XIX

HISTÓRIA TEMA 4 OS ESTADOS UNIDOS NO SÉCULO XIX

A política imperialista dos Estados Unidos

Política baseada na defesa contra


Lançada em 1823 pelo presidente qualquer tentativa de recolonização pelas
James Monroe, foi elaborada durante a potências europeias e na crença de que
Restauração conservadora na Europa que os Estados Unidos tinham o direito de
se seguiu à queda de Napoleão. conquistar terras e impor sua influência
sobre a América Latina.

Doutrina Monroe

Justificada pela crença calvinista dos Reformulada no início do século XX com o


estadunidenses na predestinação em levar corolário Roosevelt, que defendia o direito
a civilização e o protestantismo aos povos de intervir na América Latina em nome da
indígenas e católicos da América. civilização, da estabilidade e da ordem.

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