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INSTITUTO TEOLÓGICO QUADRANGULAR

JONATHAN AUGUSTO DE SOUSA

ANGLICANISMO - HISTÓRIA E TEOLOGIA

Trabalho apresentado ao
Instituto Teológico Quadrangular
como parte dos requisitos da
disciplina Introdução a Teologia,
lecionada pelo Prof. Ronaldo
Amaro

JACAREÍ

2023
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RESUMO

O objetivo deste trabalho é apresentar resumidamente a história e


teologia da igreja Anglicana.
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Sumário
RESUMO...................................................................................................... 2

O INÍCIO DA IGREJA INGLESA..................................................................4

PRÉ REFORMA........................................................................................... 5

PÓS REFORMA...........................................................................................6

TEOLOGIA ANGLICANA.............................................................................7

CONCLUSÃO.............................................................................................10

BIBLIOGRAFIA..........................................................................................11
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O INÍCIO DA IGREJA INGLESA

Para melhor compreensão histórica da igreja Anglicana é


necessário voltar no início do cristianismo na Inglaterra. Foi no terceiro
século que o cristianismo chegou à Inglaterra e, desde então, aquele
país não foi mais o mesmo e, além de sua própria transformação,
colaborou muito com a transformação cristã de outros países e até de
continentes inteiros.

Infelizmente são poucos os documentos que temos à disposição


para tratar sobre como o cristianismo se desenvolveu na Inglaterra
ainda no início, mas sabemos que, em aproximadamente 315 d.C,
surgem três bispos ingleses que participaram do concílio de Arles, na
França. Tendo a Inglaterra três bispos influentes ao ponto de serem
chamados para este concílio, podemos concluir que em 315 d.C a
Inglaterra já contava com uma boa estrutura eclesiástica.

No quinto século a Grã Bretanha foi esvaziada dos romanos que lá


estavam e, em decorrência, anglo-saxões passaram a povoar aquela
região e, por serem avessos ao cristianismo, há relatos de que estes
destruíram igrejas e perseguiram cristãos por aproximadamente 150
anos.

É neste tempo que surge um dos grandes nomes da igreja, Santo


Agostinho. Em 597 o Papa Gregório envia para a Grã Bretanha 40
monges que eram chefiados pelo grande Agostinho. Estes monges
tiveram grande êxito na missão de reestruturar o cristianismo na
Inglaterra, mas ainda não o suficiente. Então, posteriormente, uma
segunda iniciativa missionária aconteceu e, assim, a Inglaterra passou a
se tornar importante para o cristianismo até fora dos limites do próprio
país.
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PRÉ REFORMA

A Reforma Protestante é, para a igreja inglesa e,


consecutivamente, anglicana, um dos eventos mais impactantes para o
surgimento do anglicanismo.

Durante muitos anos, aproximadamente 1000, a igreja inglesa


era dominada pela autoridade de Roma. Durante a história da igreja, é
possível perceber que os ingleses tinham, hora ou outra, aversões às
imposições de Roma em suas igrejas. Antes de Henrique VIII promover
um rompimento absoluto com Roma, encontramos Anselmo de
Cantuária aceitando o convite de ser Arcebispo com as seguintes
condições: que a coroa devolvesse para a igreja as suas propriedades e
que o Arcebispo fosse considerado o conselheiro do rei quando o
assunto fosse religião. O anseio de Anselmo era romper com a
influência política na igreja e, ao mesmo tempo, fazer a igreja ser
influente na política.

Como apresentado antes, Henrique VII foi quem, em 1534, trouxe


o rompimento final entre a política e a igreja. Henrique não fez surgir
uma nova igreja, mas retirou a Inglaterra do domínio romano,
impedindo que a política, a economia e interesses pessoais dos líderes
romanos tivessem influência sobre a igreja inglesa.
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PÓS REFORMA

Após Henrique VIII romper com o catolicismo romano, a igreja


inglesa passa para um estado de independência. Mas, embora sozinha,
não deixou de promover o avanço dos seus ideais. Após o rompimento
com o catolicismo romano, a igreja inglesa viveu tempos de alternância
entre influência católica romana e influência protestante.

Em 1534 tivemos então o surgimento do que chamamos de Igreja


Anglicana. Foi o rompimento causado por Henrique VIII que fez surgir a
igreja. Em 1559 se inicia o reinado de Isabel I e o que chamam de Era
Elizabetana. Foi no reinado de Isabel I que começou a colonização
Americana e que o anglicanismo passou a se desenvolver rapidamente.
Sua influência na América foi absurda. Podemos afirmar que os EUA é
um país de raiz anglicana, um país que surgiu por causa desta religião e
que em 1776, com a independência dos EUA, tornou a religião “oficial”
da nação.
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TEOLOGIA ANGLICANA

Como vimos antes, a igreja anglicana teve um bom tempo de


influência católica romana e muitas de suas doutrinas são semelhantes
aos da igreja romana. Devido a esta semelhança entre anglicanismo e
catolicismo, os evangélicos num modo geral tendem a enxergar o
anglicanismo como um catolicismo “light” ou um “micro catolicismo”.
Isto acaba afastando o anglicanismo do evangelicalismo num modo
geral.

Como exemplo desta semelhança entre catolicismo romano e a


igreja anglicana temos a liturgia do culto e a arquitetura dos templos.
Uma igreja anglicana é visualmente ou esteticamente uma igreja quase
que 100% católica. As roupas usadas, a liturgia do culto, os
sacramentos, a ministração dos sacramentos e outras coisas são como
“ctrl+c ctrl+v” da igreja católica romana. Podemos encontrar facilmente
na internet imagens das igrejas e dos líderes anglicanos e facilmente
serão confundidos com autênticos católicos.

Além da aparência estética, o anglicanismo ainda se relaciona


com o catolicismo. Até vale ressaltar que a igreja anglicana tem um viés
ecumênico e busca aliança ou comunhão com religiões que não tem a
mesma profissão de fé, como é o caso do catolicismo. O Arcebispo
Anglicano, Justin Welby, em 2016 esteve em Roma e lá participou
ativamente de um culto ecumênico com o Papa Francisco. Lá eles
celebraram o 50° aniversário da primeira oração conjunta de um
pontífice da Igreja Católica com o líder da Igreja inglesa.

Não paramos por aí. A igreja anglicana também foge um pouco do


padrão evangélico quando o assunto são os sacramentos. Segundo a
posição anglicana existem apenas dois sacramentos: Ceia do Senhor e
Batismo. Segundo a igreja, estes dois sacramentos foram ordenados
por Cristo “como necessário para salvação”. Aqui se encontra uma
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diferença bastante significativa quando comparado ao evangelicalismo


geral. A igreja anglicana afirma que o batismo e a ceia são sacramentos
que afetam diretamente a salvação de um indivíduo. Não é hora de
entrarmos a fundo neste assunto, mas, num modo geral, o
evangelicalismo não considera o batismo e a ceia como meios de
salvação, mas meios de graça. Neste sentido, mais uma vez o
anglicanismo se assemelha mais ao catolicismo do que ao
evangelicalismo num modo geral e, fazendo uma outra menção, o
mormonismo também considera o batismo como necessário para
salvação.

O anglicanismo se distancia ainda mais do evangelicalismo


quando consideram que existem outros sacramentos “menores”. Estes
sacramentos aceitos pela igreja anglicana não são especificamente
explicitados por Jesus Cristo quanto à forma e matéria e também são
reconhecidos como sacramentos semelhantes aos da Fé Católica. São
cinco os sacramentos extra: a Confirmação, a Penitência, a Unção dos
Enfermos, a Ordem e o Matrimônio. Destes sacramentos “extra” dou
destaque para a Penitência. Este sacramento nada mais é que a
capacitação de Deus para a igreja de perdoar pecados e implica na
confissão de pecado para o bispo da igreja, assim como os católicos
fazem em seus confessionários. Desta forma, a igreja recebe de Deus a
orientação e a capacitação de conceder aos pecadores o perdão dos
pecados.

Finalizando esta seção, precisamos tocar no assunto dos santos


católicos. Alguns acusam a igreja anglicana de serem adoradores de
imagens como os católicos, mas é necessário conhecer melhor o
pensamento anglicano antes de fazer esta afirmação. Segundo algumas
das confissões anglicanas, sua minoria, não é permitido adoração aos
santos, mas existe sim uma admiração comum da igreja aos grandes
nomes da fé cristã. Além disso, a respeito de Maria, a fé anglicana não
a considera a “Teotokos” (mãe de Deus), mas uma mulher comum e
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que foi agraciada por Deus para trazer Jesus ao mundo e, além disso,
não há consenso anglicano quanto a perpétua virgindade de Maria e sua
vida sem mácula. Porém, vale ressaltar que há anglicanos, a maioria,
que veem Maria como santa imaculada, virgem perpétua e mãe de
Deus assim como os romanos. Então dentro do próprio anglicanismo há
divergências quando o assunto é Maria e os santos.
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CONCLUSÃO

A igreja anglicana surge de um grande movimento inglês que


trouxe para o ocidente, principalmente para a América, boa parte da
base da fé cristã. Sua influência na América foi de extrema importância
e pode-se afirmar que se os EUA é a potência que é hoje deve muito ao
trabalho inglês quanto a evangelização e colonização inglesa. A
economia dos EUA, a cultura e a religião foram diretamente
influenciadas pelo anglicanismo e, consequentemente, se tratando de
Brasil, fomos atingidos pela influência anglicana na América. As igrejas
evangélicas que estão no Brasil são, em sua grande maioria, oriundas
das igrejas americanas.

O anglicanismo se assemelha muito ao catolicismo, mas com


algumas diferenças que podem fazê-los também se assemelhar aos
protestantes ou evangélicos. Embora a semelhança com a fé evangélica
seja menor do que com a fé católica, não é uma igreja que fere as
principais doutrinas da fé evangélica, como a divindade de Jesus, a
existência do Espírito Santo e a Bíblia como regra de fé e suficiente
regra. Neste sentido, os evangélicos podem considerar os anglicanos
como “primos” ou “cunhados” por considerar que eles surgem da
reforma protestante e parte de suas doutrinas são parecidas com a fé
evangélica, mas, quanto ao catolicismo, anglicanos são como “meio-
irmão” porque a estética da fé anglicana e parte de suas doutrinas são
absurdamente semelhantes ao catolicismo romano e que acaba
distanciando muito os evangélicos dos anglicanos.
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BIBLIOGRAFIA

Catedral Anglicana de São Paulo – História do Anglicanismo:


https://www.catedral-anglicana.org.br/histria-do-anglicanismo
Igreja Episcopal Anglicana do Brasil - Fé:
https://www.ieab.org.br/fe/
Toda Matéria - Anglicanismo:
https://www.todamateria.com.br/anglicanismo/
A 12 - Quais as diferenças e semelhanças entre católicos e
anglicanos?:
https://www.a12.com/redacaoa12/duvidas-religiosas/quais-diferencas-
e-semelhancas-entre-catolicos-e-anglicanos
Isto É - Papa se junta a líder da Igreja Anglicana para oração:
https://istoe.com.br/papa-se-junta-a-lider-da-igreja-anglicana-para-
oracao/
Café com Bispo - Os Santos e a Virgem Maria no Anglicanismo:
https://cafecomobispo.blogspot.com/2011/01/santos-maria-no-
anglicanismo.html
Vinea Dei - A DOUTRINA ANGLICANA DOS SACRAMENTOS:
https://vineadei.wordpress.com/2018/03/14/a-doutrina-anglicana-dos-
sacramentos/
Medium - Os Sacramentos: Uma visão anglicana sobre os meios
de graça.: https://medium.com/@apologeticaprotestante/os-
sacramentos-9e3e972ad3f8
Rev. Padro Jorge Aquino - Os dois Sacramentos e os cinco Ritos
Sacramentais:
https://revjorgeaquino.wordpress.com/2014/03/17/movimento-
anglicano-no-brasil/

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