Você está na página 1de 7

PRÁTICA 4: RESISTÊNCIAS NÃO-ÔHMICAS

NOME MATRÍCULA
CURSO TURMA
PROFESSOR DATA

4.1 OBJETIVOS

- Verificar experimentalmente o comportamento de componentes não ôhmicos;


- Levantar e utilizar curvas características, para obter dados de elementos de um
circuito.
- Determinar o ponto de trabalho de um circuito através da reta de carga.

4.2 MATERIAL

- Fonte de tensão alternada variável (Variac): (0 – 240)Vac;


- Duas lâmpadas (uma de 25-Watts e uma de 60-Watts);
- Resistor de 100/20W;
- Multímetros digitais (dois).

4.3 FUNDAMENTOS

Como foi visto em experiência anterior, quando a resistência de um componente é


descrita por um segmento de reta no plano V contra I, dizemos que este componente é
ôhmico, pois sua resistência obedece à lei de Ohm. Se, por outro lado, sua característica é
não linear, ou seja, sua resistência varia de acordo com o ponto de trabalho, o componente
é dito não ôhmico. A Figura 4.1 apresenta a característica de um componente, ou
dispositivo, não ôhmico. Observe que ocorre uma atenuação da corrente com o aumento
da tensão, o que caracteriza a não linearidade. No entanto, ainda podemos escrever a
expressão V  R  I para qualquer ponto da curva, obtendo assim valores de R diferentes
para diferentes pontos da curva. Para estes tipos de resistências é conveniente levantar
graficamente sua característica, para facilitar o cálculo de circuitos nos quais estes
componentes apareçam em montagens em série ou em paralelo.

Figura 4.1. Característica de um componente não ôhmico.

35
Calculando-se respectivamente as resistências nos pontos A e B da Figura 4.1, obtém-se:
V V
R A  1 e RB  2
I1 I2
Note que RA é claramente diferente de RB.
Em geral, componentes eletro-eletrônicos, tais como: lâmpadas, diodos,
transistores, etc, variam suas resistências com a temperatura ou com a tensão aplicada,
sendo de fundamental importância o conhecimento de suas características V x I,
fornecidas em alguns casos pelo fabricante.
Em um circuito elétrico, é comum se ter dispositivos ôhmicos associados a
dispositivos não ôhmicos. Para se determinar as correntes e tensões nestes circuitos,
muitas vezes é necessário se recorrer ao método gráfico quando o método analítico se
torna muito complexo devido aos dispositivos não-lineares.
O método gráfico consiste em se traçar a reta de carga de um circuito juntamente
com a característica de transferência do dispositivo não ôhmico. O ponto de trabalho do
dispositivo não ôhmico se encontra na interseção das curvas.
Veja o exemplo apresentado na Figura 4.2(a). Neste exemplo, uma resistência
ôhmica R é colocada em série com uma resistência não ôhmica RN. Para determinar a reta
de carga deste circuito, podemos escrever:

E  VR  VRN
em que
VR  R  I e VRN  E  ( R  I )

A equação VRN  E  ( R  I ) é linear, isto é, podemos representá-la graficamente


por uma reta, denominada reta de carga. Determinando dois pontos quaisquer da reta,
podemos desenhá-la. Por exemplo, fazendo:
E
V RN  0  I  (primeiro ponto da reta);
R
e fazendo I  0  VRN  E (segundo ponto da reta)
podemos desenhar a reta de carga e, no mesmo gráfico, sobrepor a característica de
transferência do dispositivo não ôhmico. Veja Figura 4.2(b).

Figura 4.2. (a) Circuito e (b) Característica do elemento não-ôhmico e reta de carga.

36
Nesse caso, o ponto em que a reta de carga intercepta a característica de
transferência do dispositivo não ôhmico determina o ponto de trabalho desse dispositivo
(denominado ponto quiescente ou ponto Q).

4.4 PRÉ-LABORATÓRIO

Sejam dois resistores em série, um ôhmico (R) e outro não ôhmico (RN),
alimentados por uma fonte de tensão, conforme o circuito apresentado na Figura 4.3(a).
Usando os valores apresentados na Figura 4.3(a) e a característica de transferência
(gráfico de V versus I) do resistor não ôhmico apresentada na Figura 4.3(b), determine a
tensão e a corrente em cada componente do circuito.

Figura 4.3. Circuito com resistor não ôhmico e curva característica do mesmo.

4.5 PROCEDIMENTOS

1- Meça a resistência cujo valor nominal é 100Ω/20W, R = __________

2- Mantendo a fonte de tensão desligada, monte o circuito esquematizado na Figura 4.4.


Utilize a resistência R (valor nominal 100 Ω/20W) e inicialmente a lâmpada de 25 W.

Figura 4.4. Circuito com amperímetro (na escala de 600 mA) e voltímetro.

37
3- Ajuste o voltímetro para medidas de tensão alternada e valores de tensão conforme a
Tabela 4.1. Ajuste o amperímetro para corrente alternada e valores de até 600 mA.

4- Aplique na lâmpada L1 (25-W) as tensões indicadas na Tabela 4.1, meça os valores


correspondentes de corrente e anote na tabela.

5- Anote o valor da tensão VL a partir do qual a lâmpada começa a incandescer (Vinc).

Tabela 4.1. Resultados p/ lâmpada de 25 W. Tabela 4.2. Resultados p/ lâmpada de 60 W.


L1 (25W, 240V) L2 (60W, 240V)
VL (V) I (mA) R (Ω) VL (V) I (mA) R (Ω)
VL (min) VL (min)
5 5
10 10
15 15
Vinc Vinc
30 30
50 50
70 70
90 90
120 120
150 150
180 180
220 220
VL (máx) VL (máx)

6- Repita o procedimento anterior, utilizando a lâmpada L2 (60 W) e preencha a Tabela


4.2. ATENÇÃO PARA A ESCALA DO AMPERÍMETRO. INICIALMENTE UTILIZE
A ESCALA DE 200 mA. MUDE PARA UMA ESCALA MAIS ALTA CASO
VERIFIQUE SER NECESSÁRIO.

6- Associe as lâmpadas L1 e L2 em paralelo e ligue o conjunto à saída do transformador


sem o resistor R, conforme circuito apresentado na Figura 4.5. Ligue o transformador
e ajuste seu cursor de modo a obter aproximadamente 100 V em sua saída. Compare a
luminosidade e justifique suas observações.

Figura 4.5. Lâmpadas em paralelo.

38
Observações:

7- Associe as lâmpadas L1 e L2, em série, como mostra a Figura 4.6. Compare a


luminosidade das lâmpadas e justifique suas observações.

Figura 4.6. Lâmpadas em série.

Observações:

4.6 QUESTIONÁRIO

1. Levante as curvas características de cada lâmpada. Assinale no gráfico as tensões para


as quais o filamento começa a incandescer-se. Construa as duas curvas no mesmo par
de eixos (folha anexa).
2. As resistências seguem a lei de Ohm? Justifique.
3. Antes e depois do ponto de incandescência qual o comportamento de cada gráfico?
4. Calcule, pelos gráficos obtidos, as resistências de L1 e L2 quando ambas estão
submetidas a uma tensão de 100 V. Calcule também as resistências para uma tensão
de 200 V.
5. Calcule a potência dissipada em cada uma das lâmpadas em função da tensão aplicada
de acordo com a Tabela abaixo. Use os dados experimentais das Tabelas 4.1 e 4.2.

V (V) 30 50 100 150 220


L (25W) P (W)
L (60W) P (W)

6. Considere que na Figura 4.4 a lâmpada L1 (25 W) está em série com uma resistência
ôhmica de 1 kΩ e a fonte de tensão está regulada em 120 V. Determine a tensão sobre
a lâmpada L1 e a corrente no circuito. Para isso, trace a reta de carga no gráfico da
questão 1 e determine o ponto de trabalho da lâmpada L1 neste circuito.
7. Usando os gráficos da questão 1, determine as correntes em cada uma das lâmpadas,
caso as mesmas sejam associadas em paralelo, estando essa associação ligada a uma
fonte de tensão de 110V.
8. Como você explica o fato de I depender de V não-linearmente nas duas lâmpadas?

39
40
FOLHA ANEXA PARA O GRÁFICO DA QUESTÃO 1.

41

Você também pode gostar