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AGU
(Advogado
da União)
Direito
Eleitoral
2023 (Pós-Edital)
Autor
Ricardo Torques 30 de Dezembro de 2022
Estratégia Carreira Jurídica
AGU (Advogado da União) Direito Eleitoral - Prof.: Ricardo Torques
Sumário
Considerações Iniciais ........................................................................................................................................ 7
Classificação...................................................................................................................................................................... 9
Consumação ................................................................................................................................................................... 10
Tentativa ......................................................................................................................................................................... 11
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Participação em atividades partidárias por aqueles que não detêm direitos políticos ................................................. 56
Fabricação, aquisição, fornecimento, subtração ou guarda indevida de material de uso exclusivo da Justiça Eleitoral
........................................................................................................................................................................................ 58
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Fazer transporte e fornecer alimentação no período eleitoral, quando vedado pela lei .............................................. 85
Obstar a prestação dos serviços de transporte e alimentação prestados pela Justiça Eleitoral.................................... 86
Resumo............................................................................................................................................................. 89
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Gabarito.......................................................................................................................................................... 154
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CRIMES ELEITORAIS
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Na aula de hoje estudaremos os Crimes Eleitorais previstos em cinco diplomas:
• Código Eleitoral;
• Lei das Eleições;
• Lei de Inelegibilidade;
• Lei 6.091/74;
• Lei 7.021/82.
Boa aula.
Há, ainda, algumas questões que exigem posicionamento dos tribunais superiores, especialmente do TSE e
do STF. Em função disso, traremos os principais julgados relativos à matéria.
1 - CONCEITOS INTRODUTÓRIOS
Antes de iniciarmos o estudo dos tipos penais-eleitorais previstos na legislação, vamos trazer de forma
objetiva alguns conceitos gerais de direito penal, tais como tipo objetivo, tipo subjetivo, consumação etc.
Esses conceitos são relevantes em razão da estrutura utilizada para análise dos tipos nesta aula.
É importante destacar, antes de iniciarmos, que esses conceitos são estudamos de forma pormenorizada em
Direito Penal. Não é nossa pretensão aqui analisar esses dispositivos com profundidade, mas apenas trazer
alguns conceitos gerais, para auxiliar na memorização das informações relativas à nossa aula.
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Tipo Objetivo
O tipo penal é o modelo genérico e abstrato da conduta criminosa, constitui um conjunto de elementos que
descrevem as informações previstas na lei penal. No tipo são descritas as formas possíveis de violação do
bem jurídico tutelado.
O tipo objetivo consiste no comportamento descrito no preceito da norma incriminadora, sem análise da
intenção do agente.
O tipo objetivo descreve a conduta, o objeto do crime e o respectivo resultado. Além disso, o tipo objetivo
poderá definir as circunstâncias externas do fato, bem como eventuais circunstâncias relativas ao agente.
Tipo Subjetivo
O tipo subjetivo, por sua vez, refere-se à atitude psíquica interna do agente, segundo cada tipo objetivo.
Constituem componentes da figura típica exigidos para a compreensão do significado do tipo praticado, por
intermédio de um juízo de valor.
Analisar o tipo subjetivo envolve o estudo do dolo. De acordo com a teoria finalista da ação, dolo é o
elemento subjetivo do tipo; é a vontade de concretizar as características objetivas do tipo.
a) Teoria da vontade, segundo a qual dolo é a vontade de praticar uma ação consciente, um fato que se
sabe contrário à lei.
Exige, para sua configuração, que quem realiza a ação tenha consciência de sua significação, e tenha vontade
de produzir o resultado.
b) Teoria da representação, segundo a qual dolo é a vontade de praticar a conduta, em que o agente prevê
a possibilidade de o resultado ocorrer, sem, entretanto, desejá-lo. É suficiente que o resultado seja previsto
pelo sujeito.
c) Teoria do assentimento (ou do consentimento), segundo a qual basta para o dolo basta a previsão ou
consciência do resultado, não exigindo que o sujeito queira produzi-lo. É suficiente o assentimento do
agente ao resultado.
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O Brasil adotou:
a teoria da vontade → para que exista dolo é preciso consciência e vontade de produzir o
resultado (dolo direto);
a teoria do assentimento - quando o agente aceita o risco de produzir o resultado (dolo
eventual).
Sujeito Passivo
Deve-se mencionar que o Estado será sempre sujeito passivo, ao menos, no aspecto formal do bem jurídico,
dado o interesse jurídico em punir aquele que cometer delitos.
Contudo, a depender do tipo considerado, poderá ser sujeito passivo (material ou eventual) o titular do bem
jurídico diretamente lesado pela conduta do agente.
Sujeito Ativo
O sujeito ativo, por sua vez, será a pessoa que pratica a conduta descrita na norma penal incriminadora.
Classificação
A classificação dos crimes tem por objetivo facilitar a sistematização das várias espécies de crimes praticados.
Não vamos nos alongar aqui também. Veremos apenas as classificações mais importantes e citadas para a
classificação dos crimes eleitorais.
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São os crimes que exigem sujeito especial ou qualificado para praticá-lo (servidores da
PRÓPRIO
Justiça Eleitoral, Juiz, membro do Ministério Público etc.).
COMUM São os crimes que podem ser praticados por qualquer pessoa.
São os crimes cujo tipo penal descreve uma conduta e um resultado material (ou
MATERIAL
naturalístico) e exige que ambos sejam verificados para efeito de consumação.
São aqueles em que o tipo penal descreve uma conduta e um resultado, necessitando
FORMAL apenas, para consumação, da conduta dirigida a um resultado, ou seja, o resultado
pode ocorrer mas não é necessário para a consumação do crime.
DE MERA São aqueles cujos tipos penas descrevem a conduta, sem fazer qualquer menção ao
CONDUTA resultado naturalístico. Neste caso, não é possível que haja resultado naturalístico.
São crimes que, embora sejam consumados em uma única conduta, a situação
PERMANENTE
antijurídica gerada se prolonga no tempo pelo período em que o agente desejar.
Consumação
O crime será consumado a partir do momento em que realizar todos os elementos do tipo penal. Será
considerando tentado o crime enquanto ainda não houver reunido todos os elementos e que, por
circunstâncias alheias ao agente, for interrompido.
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Tentativa
A tentativa constitui a realização incompleta da conduta típica. Em razão disso, ela não será punida como
crime autônomo. Segundo a doutrina, a tentativa constitui uma ampliação da tipicidade, por intermédio de
uma fórmula geral aplicada sobre o crime doloso.
REQUISITOS
por circunstâncias
início de
não consumação; alheias à vontade
execução;
do agente.
Finalizamos, assim, os conceitos gerais a que nos propomos. Agora vamos aprofundar a análise nos crimes
previstos na legislação eleitoral.
Código Eleitoral
Lei nº 7.021/1982.
Como os editais normalmente mencionam expressamente apenas o Código Eleitoral daremos maior atenção
aos tipos penais do Código Eleitoral. De todo modo, citaremos os demais dispositivos, os quais vocês devem
ler.
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2 - CÓDIGO ELEITORAL
Ainda quanto ao tipo em análise devemos lembrar que a jurisprudência do TSE também considera incurso
no art. 289 quem realizar a transferência mediante fraude. Vejamos, nesse sentido, o Acórdão TSE nº
15.177/19981:
1
RECURSO ESPECIAL ELEITORAL nº 15177, Acórdão nº 15177 de 16/04/1998, Relator(a) Min. MAURÍCIO JOSÉ CORRÊA,
Publicação: DJ - Diário de Justiça, Data 22/05/1998, Página 72 RJTSE - Revista de Jurisprudência do TSE, Volume 10, Tomo 1,
Página 241.
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1- NAO SE CONHECE DE RECURSO ESPECIAL QUE NAO INDICA O PRECEITO LEGAL QUE REPUTA
VIOLADO OU A DIVERGENCIA DE JULGADOS.
Vejamos o art. 290, do Código Eleitoral, que nos traz o tipo penal:
Art. 290. Induzir alguém a se inscrever eleitor com infração de qualquer dispositivo deste Código:
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1º. Segundo entendimento do TSE, exarado no Ac.-TSE nº 68/2005, induzir alguém abrange as condutas de
instigar, de incitar ou de auxiliar terceiro a alistar-se fraudulentamente, aproveitando-se de sua ingenuidade
ou de sua ignorância.
2º. O crime de falsidade ideológica eleitoral (art. 350, do CE) não é meio necessário nem fase normal de
preparação para a prática do delito de induzimento à inscrição eleitoral fraudulenta. Os crimes descritos são
autônomos e podem ser praticados sem que um dependa do outro, de acordo com a doutrina do TSE no
REspe nº 233102.
Recurso especial. Falsidade ideológica para fins eleitorais. Acórdão recorrido que aplicou o
princípio da consunção. Crime previsto no art. 350 do Código Eleitoral, absorvido pelo delito
tipificado no art. 290 do mesmo diploma legal: impossibilidade. O princípio da consunção tem
aplicação quando um crime é meio necessário ou fase normal de preparação ou de execução de
outro crime e nos casos de antefato ou pós-fato impuníveis, o que não ocorre nos autos. O tipo
incriminador descrito no art. 350 do Código Eleitoral trata de crime formal, que dispensa a
ocorrência de prejuízos efetivos, sendo suficiente a potencialidade lesiva da conduta. Afastada a
possibilidade de aplicação do princípio da consunção ao delito imputado ao réu, não há que se
falar em prescrição em abstrato da pretensão punitiva estatal. Recurso provido.
3º O tipo descrito neste artigo deve ser afastado quando houver o concurso de vontades entre o eleitor e o
suposto autor da conduta, conforme decisão do REspe nº 1983.
AÇÃO PENAL PÚBLICA - DIVISIBILIDADE. Ao contrário da ação penal privada, a ação penal pública
é divisível.
VOTO - OBTENÇÃO OU DAÇÃO - PRÁTICA CRIMINOSA. A teor do disposto no artigo 299 do Código
Eleitoral, pratica crime quem dá, oferece, promete, solicita ou recebe, para si ou para outrem,
dinheiro, dádiva ou qualquer outra vantagem, para obter ou dar voto e para conseguir ou
prometer abstenção, ainda que a oferta não seja aceita. Em síntese, o tipo alcança não só aquele
2 Recurso Especial Eleitoral nº 23310, Acórdão de 18/08/2011, Relator(a) Min. CÁRMEN LÚCIA ANTUNES ROCHA, Publicação:
3
Recurso Especial Eleitoral nº 198, Acórdão de 26/02/2013, Relator(a) Min. MARCO AURÉLIO MENDES DE FARIAS MELLO,
Publicação: DJE - Diário de justiça eletrônico, Tomo 101, Data 31/5/2013, Página 48.
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que busca o voto ou a abstenção, mas também o que solicita ou recebe vantagem para a prática
do ato à margem da cidadania.
Art. 292. Negar ou retardar a autoridade judiciária, sem fundamento legal, a inscrição requerida:
Assim, vejamos:
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Perturbação do alistamento
PERTURBAÇÃO DO ALISTAMENTO
TIPO OBJETIVO Ato de perturbar ou de impedir o alistamento eleitoral de qualquer forma.
BEM JURÍDICO Alistamento eleitoral.
TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa.
SUJEITO Estado, aquele que teve seu alistamento perturbado ou impedido, e o servidor da justiça
PASSIVO eleitoral que foi perturbado ou impedido de realizar a inscrição eleitoral do alistando.
SUJEITO ATIVO Em tese pode ser realizado por qualquer pessoa, crime comum.
CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como comissivo e formal.
CONSUMAÇÃO A mera perturbação já consuma o tipo.
TENTATIVA É admitida tanto no caso de perturbação quanto de impedimento.
Detenção: 15 dias a 6 meses
PENA ou
Multa: 30 a 60 dias-multa
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A Lei 9.504 também disciplina a matéria em seu art. 91, parágrafo único.
Art. 91, parágrafo único: "a retenção de título eleitoral ou do comprovante do alistamento
eleitoral constitui crime, punível com detenção, de um a três meses, com a alternativa de
prestação de serviços à comunidade por igual período, e multa no valor de cinco mil a dez mil
Ufirs."
A retenção de título eleitoral é prevista como crime tanto pela Lei n.º 9.504/1997 quanto pelo Código
Eleitoral, sendo a referida lei mais rigorosa que o Código no tocante à fixação da pena máxima de
detenção.
Comentários
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Art. 91, Parágrafo único: A retenção de título eleitoral ou do comprovante de alistamento eleitoral
constitui crime, punível com detenção, de um a três meses, com a alternativa de prestação de serviços
à comunidade por igual período, e multa no valor de cinco mil a dez mil UFIR.
Código Eleitoral
Assim, conclui-se que a Lei das Eleições aplica pena mais severa que o CE. Além disso, para o tipo
previsto na Lei das Eleições a vontade do eleitor é irrelevante, não alterando a incidência do crime.
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Art. 298. Prender ou deter eleitor, membro de Mesa Receptora, Fiscal, Delegado de partido ou
candidato, com violação do disposto no art. 236:
Vamos nos atentar para o que dispõe o art. 236, referenciado acima.
Art. 236. Nenhuma autoridade poderá, desde 5 (cinco) dias antes e até 48 (quarenta e oito) horas
depois do encerramento da eleição, prender ou deter qualquer eleitor, salvo em flagrante delito
ou em virtude de sentença criminal condenatória por crime inafiançável, ou, ainda, por
desrespeito a salvo-conduto.
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Corrupção Eleitoral
Trata-se de um dos tipos mais importante e recorrente em provas de concurso. O tipo penal-eleitoral vem
previsto no art. 299, do CE.
Art. 299. Dar, oferecer, prometer, solicitar ou receber, para si ou para outrem, dinheiro, dádiva,
ou qualquer outra vantagem, para obter ou dar voto e para conseguir ou prometer abstenção,
ainda que a oferta não seja aceita:
CORRUPÇÃO ELEITORAL
Dar, oferecer, solicitar e até mesmo receber dinheiro, dádiva ou qualquer outra vantagem
TIPO OBJETIVO
para obter ou dar voto ou abstenção.
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Primeiramente cabe destacar que a esse crime não se aplica o princípio da insignificância, segundo o qual
uma ação qualificada penalmente como crime é considerada irrelevante, uma vez que não causa qualquer
lesão à sociedade, ao ordenamento jurídico ou à própria vítima. Trata-se do entendimento exarado pelo TSE
no julgamento do AgR-AI nº 106724:
Portanto, lembrem-se:
“A regra segundo a qual o corréu não pode figurar, no processo em que o é, como testemunha há de ser
tomada de forma estrita, não cabendo partir para ficção jurídica, no que, envolvido na prática criminosa –
compra de votos, art. 299 do Código Eleitoral –, não veio a ser denunciado." Trata-se da decisão do TSE no
HC nº 78048. Veja que o artigo acima trata ao mesmo tempo da corrupção ativa (dar, oferecer e prometer)
4 Agravo Regimental em Agravo de Instrumento nº 10672, Acórdão de 28/10/2010, Relator(a) Min. CÁRMEN LÚCIA ANTUNES
ROCHA, Publicação: DJE - Diário da Justiça Eletrônico, Tomo 226, Data 25/11/2010, Página 41.
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e passiva (solicitar ou receber), caso o corruptor passivo não tenha sido denunciado pelo MP, que não é
obrigado a denunciar todos os envolvidos (P. da Divisibilidade na Ação Penal Pública), poderá ser tomado
como testemunha.
A configuração da corrupção eleitoral não exige pedido expresso de voto, mas sim a comprovação da
finalidade de obter ou de dar voto ou prometer abstenção. Isso é o que foi decidido no ED-REspe nº 58245,
do TSE.
O art. 41-A, da Lei nº 9.504/1997, não alterou a disciplina da corrupção eleitoral e não implicou abolição
do crime de corrupção eleitoral aqui tipificado. Vejamos o julgamento do TSE no Ag nº 6.553:
A absolvição na representação por captação ilícita de sufrágio, na esfera cível-eleitoral, ainda que
acobertada pelo manto da coisa julgada, não obsta a persecutio criminis pela prática do tipo penal
descrito no art. 299, do Código Eleitoral.
O TSE tem entendido que, para a configuração do crime de corrupção eleitoral é necessário o dolo
específico que exige o tipo penal, qual seja, a finalidade de obter ou dar voto ou prometer abstenção.
De acordo com o Ag nº 8.905 do TSE, o crime de corrupção eleitoral é crime formal que não admite a
forma tentada, sendo o resultado mero exaurimento da conduta criminosa.
O TSE entende que para a configuração do ilícito penal exige-se que o corruptor eleitoral passivo seja
pessoa que possa votar.
O TSE decidiu no AgR-AI nº 58648 que, para a configuração do crime de corrupção eleitoral, a promessa
de vantagem deve estar vinculada à obtenção do voto de determinados eleitores, não podendo se confundir
com a realização de promessas de campanha. E no AgR-AI nº 3748 que a promessa de cargo a correligionário
em troca de voto não configura o delito previsto no art. 299 do CE.
O TSE5 seguindo o STF decidiu que o foro por prerrogativa de função se aplica apenas aos acusados de
crimes praticados durante o exercício do cargo público e relacionados às funções desempenhadas.
Vejamos uma questão sobre esse artigo, que é o mais cobrado dessa aula:
5
Ac. TSE de 18.2.2020 no AgR-AI 48367:
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(FCC/TRE-PR - 2017) Fabrício, candidato a Senador, ofereceu pagar a faculdade de Direito da eleitora
Mirtes, em troca de seu voto. Mirtes, porém, não aceitou a proposta. De acordo com o Código
Eleitoral, Fabrício
a) cometeu crime eleitoral punível com reclusão de até 4 anos e pagamento de 5 a 15 dias-multa.
b) cometeu tentativa de corrupção eleitoral punível apenas com reclusão de até 2 anos.
c) cometeu crime eleitoral punível com detenção de até 4 anos e pagamento de 5 a 15 dias-multa.
d) não cometeu crime eleitoral, uma vez que a proposta não foi aceita por Mirtes.
e) cometeu tentativa de corrupção eleitoral punível com detenção de até 4 anos e pagamento de 5 a
15 dias-multa.
Comentários
Temos configurado no art. 299, do CE, a configuração do crime de corrupção eleitoral, na forma
prevista no art. 299, do CE:
“Art. 299. Dar, oferecer, prometer, solicitar ou receber, para si ou para outrem, dinheiro, dádiva, ou
qualquer outra vantagem, para obter ou dar voto e para conseguir ou prometer abstenção, ainda que
a oferta não seja aceita:
Coação Eleitoral
Art. 300. Valer-se o servidor público da sua autoridade para coagir alguém a votar ou não votar
em determinado candidato ou partido:
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COAÇÃO ELEITORAL
Coagir alguém a votar, ou não, em determinado candidato, valendo-se, o servidor público,
TIPO OBJETIVO
de sua autoridade.
BEM JURÍDICO Liberdade de voto.
TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa.
SUJEITO
Estado e o eleitor que sofre a coação.
PASSIVO
SUJEITO ATIVO O servidor Público, observe-se que pode ou não integrar a Justiça Eleitoral.
O presente tipo penal classifica-se como próprio, comissivo e formal, pois não é necessário
CLASSIFICAÇÃO
que haja o voto.
CONSUMAÇÃO Com a coação séria, capaz de provocar o constrangimento ao eleitor
Não é admitida, em regra, por tratar-se de crime formal. Contudo, parte da doutrina
TENTATIVA
entende ser possível a tentativa se utilizado o meio escrito.
Detenção: até 6 meses
e
PENA Multa: 60 a 100 dias-multa.
Se o agente é membro da Justiça Eleitoral a pena é agravada de 1/5 a 1/3 (causa especial
de aumento de pena).
Art. 301. Usar de violência ou grave ameaça para coagir alguém a votar, ou não votar, em
determinado candidato ou partido, ainda que os fins visados não sejam conseguidos:
Desse modo:
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e
Multa: 5 a 15 dias-multa.
Cabe mencionar, ainda, o entendimento do TSE no AgR-REspe nº 51635986, no sentido de que não se exige
que o crime acima tenha sido praticado necessariamente durante o período eleitoral. Vejamos a ementa do
julgado:
2. O tipo do art. 301 do Código Eleitoral refere-se ao uso de violência ou grave ameaça para
coagir alguém a votar, ou não votar, em determinado candidato ou partido, ainda que os fins
visados não sejam conseguidos.
Art. 302. Promover, no dia da eleição, com o fim de impedir, embaraçar ou fraudar o exercício
do voto a concentração de eleitores, sob qualquer forma:
Pena – reclusão de quatro (4) a seis (6) anos e pagamento de 200 a 300 dias-multa.
Assim:
6
Agravo Regimental em Recurso Especial Eleitoral nº 5163598, Acórdão de 17/02/2011, Relator(a) Min. ARNALDO VERSIANI
LEITE SOARES, Publicação: DJE - Diário da Justiça Eletrônico, Data 11/04/2011, Página 37-38.
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Observe-se que a Lei nº 6.091/1974, em seu art. 11, III, revogou a parte final desse artigo, a qual previa
“inclusive o fornecimento gratuito de alimento e transporte coletivo”, por considerar como crime tal prática,
dilatando o período de proibição de transporte de eleitores desde o dia anterior até o posterior à eleição.
De acordo com o julgamento do TSE no HC nº 70543, o crime de concentração ilegal de eleitores não alcança
o transporte de cidadãos no dia da realização de plebiscito.
Art. 303. Majorar os preços de utilidades e serviços necessários à realização de eleições, tais
como transporte e alimentação de eleitores, impressão, publicidade e divulgação de matéria
eleitoral:
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Desse modo:
Art. 305. Intervir autoridade estranha à Mesa Receptora, salvo o Juiz Eleitoral, no seu
funcionamento sob qualquer pretexto:
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SUJEITO
Estado e aqueles que integram a mesa receptora.
PASSIVO
SUJEITO ATIVO Qualquer autoridade, exceto o juiz eleitoral.
CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como próprio, comissivo e de mera conduta.
CONSUMAÇÃO Com a mera intervenção da autoridade estranha.
TENTATIVA É admissível
Detenção: até 6 meses
e
PENA
Multa: 60 a 90 dias-multa.
Infração de menor potencial ofensivo.
Art. 306. Não observar a ordem em que os eleitores devem ser chamados a votar:
A ordem a ser observada no dia da votação, tendo em vista certas prioridades, está prevista no art. 143, do
CE.
Art. 143. Às 8 (oito) horas, supridas as deficiências declarará o Presidente iniciados os trabalhos,
procedendo-se em seguida à votação, que começará pelos candidatos e eleitores presentes.
§ 1º Os membros da Mesa e os Fiscais de partido deverão votar no correr da votação, depois que
tiverem votado os eleitores que já se encontravam presentes no momento da abertura dos
trabalhos, ou no encerramento da votação.
§ 2º Observada a prioridade assegurada aos candidatos, têm preferência para votar o Juiz
Eleitoral da Zona, seus auxiliares de serviço, os eleitores de idade avançada, os enfermos e as
mulheres grávidas.
Outros casos de prioridades foram criados pelas Resolução nº 22.154/2006 e nº 22.712/2008 para:
a) promotores eleitorais;
b) policiais militares que estejam em serviço;
c) pessoas portadoras de necessidades especiais;
d) lactante.
Além disso, o estatuto do idoso prevê prioridade garantida aos maiores de 60 anos.
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TIPO OBJETIVO Deixar de observar a ordem em que os eleitores devem ser convocados a votar.
BEM JURÍDICO Salutar desenvolvimento dos trabalhos eleitorais.
TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa.
SUJEITO
Estado e os eleitores que possuem prioridade de voto e forem preteridos.
PASSIVO
SUJEITO ATIVO Os mesários e o juiz eleitoral.
CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como próprio, comissivo e de mera conduta.
Quanto por ordem do mesário ou do juiz o eleitor é colocado em ordem diversa daquela
CONSUMAÇÃO
em que deveria votar.
TENTATIVA É admissível.
PENA Multa: 15 a 30 dias-multa.
Art. 307. Fornecer ao eleitor cédula oficial já assinalada ou por qualquer forma marcada:
Com o advento da votação eletrônica esse crime se tornou de pouca incidência, pelo fato de que, em caso
de falha da urna eletrônica, é possível a utilização da cédula. Nesse caso, então, o crime se torna
perfeitamente possível.
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Pelas mesmas razões expostas no crime anterior, esse delito somente ocorrerá em caso de falha da urna
eletrônica e realização da votação por meio de cédulas de papel. Vejamos o tipo do art. 308.
Art. 308. Rubricar e fornecer a cédula oficial em outra oportunidade que não a de entrega da
mesma ao eleitor:
Art. 309. Votar ou tentar votar mais de uma vez, ou em lugar de outrem:
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O presente tipo penal classifica-se como comum, comissivo e material, quando se tratar
CLASSIFICAÇÃO do voto efetivo, e de mera conduta, quando se tratar da tentativa de voto no lugar de
outrem.
CONSUMAÇÃO Com a tentativa de realizar o voto já se incide no crime.
Crime de atentado, pois o tipo criminaliza a figura da tentativa da mesma forma que o
TENTATIVA
crime consumado.
PENA Reclusão: até 3 anos.
(VUNESP/Câmara de São Roque - SP - 2019) Carlos, eleitor do município de São Roque, horas após
votar para o pleito municipal, voltou à seção eleitoral e tentou votar mais uma vez. Considerando o
disposto no Código Eleitoral, é correto afirmar que
a) Carlos não cometeu crime ao tentar votar novamente, mas ele teria infringido o Código Eleitoral se
tivesse tentado violar o sigilo do voto.
b) a conduta de Carlos somente se caracterizaria como crime caso estivesse concluída a votação.
c) a conduta de Carlos é atípica, mas ele teria cometido crime caso votasse no lugar de terceiro.
d) é condição para a punibilidade de Carlos a demonstração de seu conluio fraudulento com um dos
candidatos ao pleito municipal.
e) Carlos infringiu o Código Eleitoral, pois votar ou tentar votar mais de uma vez é crime sujeito à pena
de reclusão de até três anos.
Comentários
A questão trata do crime previsto no art. 309 do CE. É crime de atentado, neste tipo de crime a tentativa
é punida com o mesmo rigor do crime consumado. Portanto, a conduta de Carlos de tentar votar
novamente já permite a aplicação da penalidade de reclusão de até 3 anos.
Art. 310. Praticar, ou permitir o membro da Mesa Receptora que seja praticada, qualquer
irregularidade que determine a anulação de votação, salvo no caso do art. 311:
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Veremos o que é abordado no art. 311 em seguida, no momento vamos focar no exame do presente
dispositivo legal.
Agora sim vamos realizar o estudo do art. 311, que é excetuado no artigo acima.
Art. 311. Votar em Seção Eleitoral em que não está inscrito, salvo nos casos expressamente
previstos, e permitir, o Presidente da Mesa Receptora, que o voto seja admitido:
Esse tipo é de difícil ocorrência em nosso sistema de votação atual, era o voto em separado, tendo em vista
os aspectos eletrônicos de votação. De qualquer modo, segue o desmembramento do artigo.
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SUJEITO
Estado.
PASSIVO
O eleitor ao votar, crime próprio, e o Presidente da mesa ao permitir o voto, crime de mão
SUJEITO ATIVO
própria.
O presente tipo penal classifica-se como próprio, comissivo, quanto ao eleitor e comissiva
CLASSIFICAÇÃO
por omissão quanto ao presidente de mesa, e material, pois exige-se o voto.
CONSUMAÇÃO Com a efetiva realização do voto.
TENTATIVA É admissível
Detenção: até 1 mês
ou
PENA
Multa: 5 a 15 dias-multa.
Infração de menor potencial ofensivo.
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Art. 313. Deixar o Juiz e os membros da Junta de expedir o boletim de apuração imediatamente
após a apuração de cada urna e antes de passar à subsequente, sob qualquer pretexto e ainda
que dispensada a expedição pelos Fiscais, Delegados ou candidatos presentes:
Parágrafo único. Nas Seções Eleitorais em que a contagem for procedida pela Mesa Receptora
incorrerão na mesma pena o Presidente e os Mesários que não expedirem imediatamente o
respectivo boletim.
O parágrafo único trata-se de obrigação inclusa pelo art. 68, § 1º, da Lei 9.504.
Art. 68. O boletim de urna, segundo modelo aprovado pelo Tribunal Superior Eleitoral, conterá
os nomes e os números dos candidatos nela votados.
§ 1º O Presidente da Mesa Receptora é obrigado a entregar cópia do boletim de urna aos partidos
e coligações concorrentes ao pleito cujos representantes o requeiram até uma hora após a
expedição.
Art. 314. Deixar o Juiz e os membros da Junta de recolher as cédulas apuradas na respectiva urna,
fechá-la e lacrá-la, assim que terminar a apuração de cada Seção e antes de passar à
subsequente, sob qualquer pretexto e ainda que dispensada a providência pelos Fiscais,
Delegados ou candidatos presentes:
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Parágrafo único. Nas Seções Eleitorais em que a contagem dos votos for procedida pela Mesa
Receptora incorrerão na mesma pena o Presidente e os Mesários que não fecharem e lacrarem
a urna após a contagem.
Assim:
Art. 315. Alterar nos mapas ou nos boletins de apuração a votação obtida por qualquer candidato
ou lançar nesses documentos votação que não corresponda às cédulas apuradas:
Cabe, ainda, trazer mais dois dispositivos legais. Vejamos o art. 15 da Lei nº 6.996.
Art. 15 - Incorrerá nas penas do art. 315 do Código Eleitoral quem, no processamento eletrônico
das cédulas, alterar resultados, qualquer que seja o método utilizado.
Art. 72. Constituem crimes, puníveis com reclusão, de cinco a dez anos:
I - obter acesso a sistema de tratamento automático de dados usado pelo serviço eleitoral, a fim
de alterar a apuração ou a contagem de votos;
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Como sabemos, a apuração dos votos por meio de cédulas em papel é extremamente incomum no sistema
eletrônico e ocorre apenas em caso de falhas. Dessa forma, esse tipo penal também se torna pouco
corriqueiro. De todo o modo, vamos julgar o tipo.
Art. 316. Não receber ou não mencionar nas atas da eleição ou da apuração os protestos
devidamente formulados ou deixar de remetê-los à instância superior:
Vejamos, ainda, de forma relacionada e sem excluir o tipo previsto acima, o art. 70, da Lei das Eleições.
Art. 70. O Presidente de Junta Eleitoral que deixar de receber ou de mencionar em ata os
protestos recebidos, ou ainda, impedir o exercício de fiscalização, pelos partidos ou coligações,
deverá ser imediatamente afastado, além de responder pelos crimes previstos na Lei nº 4.737,
de 15 de julho de 1965 - Código Eleitoral.
Assim:
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Assim:
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Art. 318. Efetuar a Mesa Receptora a contagem dos votos da urna quando qualquer eleitor
houver votado sob impugnação (art. 190):
Trata-se de um tipo penal pouco utilizado tendo em vista o processamento eletrônico de votos. Contudo,
como poderá ser utilizado excepcionalmente – com em casos em que a votação se dê por cédulas – devemos
analisá-lo.
Assim:
Art. 319. Subscrever o eleitor mais de uma ficha de registro de um ou mais partidos:
Primeiramente, por “ficha de registro” devemos ler a assinatura nas listas para apoiamento mínimo. O
apoiamento mínimo é uma das condições para a criação de partidos políticos. Assim, ao se criar um partido
político é necessária a colheita de centenas de milhares de assinaturas com a indicação dos respectivos
títulos eleitorais para que seja demonstrado o caráter nacional do partido político.
Assim:
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Esse tipo possui relação com a previsão do art. 22, § único, da Lei nº 9.096/1995 (Lei dos Partidos Político),
que estabelece o dever que o eleitor possui de informar à Justiça Eleitoral a nova filiação. Se não o fizer, terá
cancelada a filiação mais antiga, não sendo mais realizada a apuração da responsabilidade penal em razão
do tipo penal que estamos estudando.
Assim:
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SUJEITO
Estado e demais partidos políticos.
PASSIVO
Há uma divergência doutrinária.
1ª corrente: afirma que se trata de crime comum e, em razão disso, poderá ser cometido
por qualquer eleitor.
SUJEITO ATIVO
2ª corrente: afirma que se trata de crime próprio uma vez que não poderá ser cometido
por qualquer pessoa, mas pelo eleitor.
Não há um posicionamento que prevaleça.
O presente tipo penal classifica-se como comum ou próprio (segundo as correntes acima),
CLASSIFICAÇÃO
comissivo e de mera conduta.
CONSUMAÇÃO Haverá a consumação com a assinatura da ficha. Crime instantâneo.
TENTATIVA Não é admitida.
Detenção: até 1 mês.
ou
PENA Multa: 10 – 30 dias-multa.
Lembre-se que no caso de detenção a pena mínima é de 15 dias.
Trata-se de delito de menor potencial ofensivo.
Vimos um pouco mais acima que o eleitor que assina duas vezes a lista de apoiamento mínimo incorre no
tipo penal do art. 319, do CE. Aqui é o inverso. Vejamos o que dispõe o art. 321, do CE:
Art. 321. Colher assinatura do eleitor em mais de uma ficha de registro de partido:
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Trata-se de tipo penal-eleitoral previsto no art. 322, do CE. Fique atento a este crime pois ele sofreu recente
modificação pela Lei 14.192/2021.
Art. 323. Divulgar, na propaganda eleitoral ou durante período de campanha eleitoral, fatos que
sabe inverídicos em relação a partidos ou a candidatos e capazes de exercer influência perante o
eleitorado:
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem produz, oferece ou vende vídeo com conteúdo inverídico
acerca de partidos ou candidatos.
I – é cometido por meio da imprensa, rádio ou televisão, ou por meio da internet ou de rede
social, ou é transmitido em tempo real;
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O TSE7 não exige que os fatos tenham potencial para definir a eleição basta que seja capaz de exercer
influência perante o eleitorado.
Para finalizar, é importante ressaltar que o TSE entende que somente propaganda paga veiculada em
confronto com o dispositivo acima é capaz de gerar a tipificação penal. Nesse sentido, vejamos a ementa do
AgR-REspe nº 35.977/20098:
AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL ELEITORAL. CRIME ELEITORAL. ART. 323 DO CÓDIGO
ELEITORAL. ATIPICIDADE. DIVULGAÇÃO. OPINIÃO. CANDIDATO. IMPRENSA ESCRITA.
PROPAGANDA. NÃO CONFIGURAÇÃO.
2. O art. 20, § 3º, da Resolução TSE nº 22.718/2008 estabelece que Não caracterizará propaganda
eleitoral a divulgação de opinião favorável a candidato, a partido político ou a coligação pela
imprensa escrita, desde que não seja matéria paga, mas os abusos e os excessos, assim como as
demais formas de uso indevido dos meios de comunicação, serão apurados e punidos nos termos
do art. 22 da Lei Complementar nº 64/90.
3. Na espécie, os textos jornalísticos publicados na imprensa escrita não eram matérias pagas,
razão pela qual ainda que tivessem eventualmente divulgado opiniões sobre candidatos não
podem ser caracterizados como propaganda eleitoral, impedindo, por consequência, a
tipificação do crime previsto no art. 323 do Código Eleitoral.
Calúnia Eleitoral
Art. 324. Caluniar alguém, na propaganda eleitoral, ou visando fins de propaganda, imputando-
lhe falsamente fato definido como crime:
7
Ac.-TSE, de 25.6.2015, no AgR-RMS nº 10404
8
Agravo Regimental em Recurso Especial Eleitoral nº 35977, Acórdão de 15/10/2009, Relator(a) Min. FELIX FISCHER,
Publicação: DJE - Diário da Justiça Eletrônico, Data 7/12/2009, Página 15 RJTSE - Revista de jurisprudência do TSE, Volume
20, Tomo 4, Data 15/10/2009, Página 301
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§ 1º Nas mesmas penas incorre quem, sabendo falsa a imputação, a propala ou divulga.
I – se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido, não foi condenado por
sentença irrecorrível;
III – se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido por sentença
irrecorrível.
Vejamos, inicialmente, o conceito apresentado pelos professores Rodrigo Martiniano e Ayres Lins9:
A calúnia eleitoral consiste na imputação falsa a alguém de um fato definido como crime, quer
seja ele eleitoral ou não, na propaganda ou visando esta.
Na mesma pena incorre aquele que divulga a informação sabendo de sua falsidade. A calúnia eleitoral
assemelha-se, portanto, à difamação, pois imputa falsamente ao ofendido um fato desonroso com status de
crime. Desse modo, podemos concluir que a imputação praticada deve ser falsa, de modo que, se o fato for
verdadeiro, não há que se falar em crime. Desse modo, a exceção da verdade é o instrumento que poderá
se valer o acusado para evitar a imputação. Ainda assim, é importante memorizarmos as hipóteses em que
a exceção da verdade não será admitida nos termos do §2º do dispositivo estudado.
• se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido não foi condenado
por sentença irrecorrível;
• se o fato é imputado ao Presidente da República ou chefe de governo estrangeiro;
• se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido por sentença
irrecorrível.
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Além disso, conforme ensina a doutrina não é necessário que o fato seja dirigido a candidato, desde seja
veiculado em propaganda eleitoral ou visar à propaganda.
Assim:
CALÚNIA ELEITORAL
Caluniar alguém na propaganda eleitoral imputando falsamente fato definido como
TIPO OBJETIVO
crime.
BEM JURÍDICO Honra objetiva do indivíduo.
TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa.
SUJEITO PASSIVO Estado e o ofendido.
SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa.
CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como comum, comissivo e formal.
CONSUMAÇÃO Consuma-se com a divulgação da propaganda e com o conhecimento por terceiros.
TENTATIVA É admitida, exceto pela forma verbal.
Detenção: 6 meses a 2 anos.
ou
Multa: 10 a 40 dias-multa.
Está previsto, ainda, causa de aumento de pena (1/3), quando cometido contra:
PENA 1. Presidente da República;
2. Chefe de Governo Estrangeiro;
3. Funcionário público em razão de suas funções;
4. Na presença de várias pessoas;
5. Utilizando-se de meios que facilitem a divulgação da ofensa.
Difamação Eleitoral
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Art. 325. Difamar alguém, na propaganda eleitoral, ou visando a fins de propaganda, imputando-
lhe fato ofensivo à sua reputação:
Assim:
DIFAMAÇÃO ELEITORAL
Difamar alguém, na propaganda eleitoral, ou visando a fins de propaganda, imputando-lhe
TIPO OBJETIVO
fato ofensivo a sua reputação.
BEM JURÍDICO Honra objetiva do indivíduo.
TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa.
SUJEITO
Estado e o ofendido.
PASSIVO
SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa.
CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como comum, comissivo e formal.
Consuma-se o delito com a divulgação da informação difamatória na propaganda visando
CONSUMAÇÃO
à propaganda eleitoral, desde que chegue ao conhecimento de terceiros.
TENTATIVA É admitida, exceto se realizada de forma verbal.
Detenção: de 3 meses a 1 ano.
e
Multa: 5 a 30 dias-multa.
Infração de menor potencial ofensivo.
Está previsto, ainda, causa de aumento de pena (1/3), quando cometido contra:
PENA
1. Presidente da República;
2. Chefe de Governo Estrangeiro;
3. Contra funcionário público em razão de suas funções;
4. Na presença de várias pessoas;
5. Utilizando-se de meios que facilite a divulgação da ofensa.
Conforme dissemos, a conduta não precisa ser praticada contra candidato, deverá apenas ser veiculada com
finalidade de propaganda eleitoral. Nesse sentido, vejamos o HC nº 187.635/2010 10, pelo qual firmou a
desnecessidade de que a ofensa seja praticada contra candidato para a tipificação do crime previsto neste
artigo.
10
Habeas Corpus nº 187635, Acórdão de 14/12/2010, Relator(a) Min. ALDIR GUIMARÃES PASSARINHO JUNIOR, Publicação:
DJE - Diário da Justiça Eletrônico, Tomo 033, Data 16/02/2011, Página 44-45.
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HABEAS CORPUS. CRIME ARTS. 325 E 326 DO CÓDIGO ELEITORAL. OFENSA VEICULADA NA
PROPAGANDA ELEITORAL. TIPICIDADE. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ELEITORAL.
1. Para a tipificação dos crimes de difamação e injúria eleitorais, previstos nos arts. 325 e 326 do
Código Eleitoral, não é preciso que a ofensa seja praticada contra candidato, uma vez que a
norma descreve as condutas de difamar e injuriar alguém, sem especificar nenhuma qualidade
especial quanto ao ofendido.
2. O que define a natureza eleitoral desses ilícitos é o fato de a ofensa ser perpetrada na
propaganda eleitoral ou visar a fins de propaganda.
3. Na espécie, as ofensas foram veiculadas na propaganda eleitoral por rádio, o que determina
a competência da Justiça Eleitoral para apurar a prática dos delitos tipificados nos arts. 325 e 326
do Código Eleitoral.
4. Ordem denegada.
Mesmo entendimento foi firmado no HC nº 114080/2011, segundo o qual a incursão na difamação eleitoral
relaciona-se ao contexto eleitoral em que ela é veiculada, não possuindo relação com o sujeito da conduta.
Vejamos também a Ementa do RHC nº 761.681/201111, segundo a qual o deferimento do direito de resposta
e a interrupção da divulgação da ofensa não evitam a apuração do tipo ora estudados, caso haja difamação
ou divulgação de fatos inverídicos na propaganda eleitoral:
2. Para verificar a alegação dos impetrantes de que não houve dolo de difamar, injuriar ou
caluniar, mas tão somente de narrar ou criticar, seria imprescindível minuciosa análise da prova
dos autos, providência incabível na estreita via do habeas corpus, marcado por cognição sumária
e rito célere.
3. Na espécie, não é possível verificar, de logo, a existência de nenhuma das hipóteses que
autorizam o trancamento da ação penal, pois não está presente causa de extinção da
11
Recurso em Habeas Corpus nº 761681, Acórdão de 17/05/2011, Relator(a) Min. FÁTIMA NANCY ANDRIGHI, Publicação:
DJE - Diário da Justiça Eletrônico, Data 01/07/2011, Página 92.
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punibilidade e a denúncia descreve fato que, em tese, configura crime eleitoral, apontando prova
da materialidade do ilícito e indícios de autoria.
4. Recurso desprovido.
Injúria Eleitoral
Art. 326. Injuriar alguém, na propaganda eleitoral, ou visando a fins de propaganda, ofendendo-
lhe a dignidade ou o decoro:
Perdão judicial, ou seja, o juiz deixará de aplicar a pena se o próprio ofendido provocou a injúria ou quando
o ofendido responde de forma imediata a uma ofensa injuriosa.
§ 2º Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, por sua natureza ou meio empregado,
se considerem aviltantes:
Pena – detenção de três meses a um ano e pagamento de 5 a 20 dias-multa, além das penas
correspondentes à violência prevista no Código Penal.
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Assim:
INJÚRIA ELEITORAL
Injuriar alguém em propaganda político-eleitoral ou visando à propaganda eleitoral, com
TIPO OBJETIVO
ofensa à dignidade ou ao decoro.
BEM JURÍDICO Honra subjetiva do indivíduo.
TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa.
SUJEITO
Estado e o ofendido.
PASSIVO
SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa.
CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como comum, comissivo e formal.
Consuma-se o delito com a divulgação na propaganda ou visando à propaganda eleitoral,
CONSUMAÇÃO
chegando ao conhecimento da vítima.
TENTATIVA É admitida, exceto se realizada de forma verbal.
Detenção: de até 6 meses
OU
Multa: 30 a 60 dias-multa.
Infração de menor potencial ofensivo.
Se consistir em violência ou vias de fato: Detenção de três meses a um ano E multa de 5
a 20 dias-multa, além das penas correspondentes à violência prevista no Código Penal.
PENA
Está previsto, ainda, causa de aumento de pena (1/3), quando cometido contra:
6. Presidente da República;
7. Chefe de Governo Estrangeiro;
8. Funcionário público em razão de suas funções;
9. Na presença de várias pessoas;
10. Utilizando-se de meios que facilitem a divulgação da ofensa.
Ademais, é possível a caracterização da injúria eleitoral de acordo com o art. 326 §2º, do CE. Esse dispositivo
se aplica sempre que, além da injúria eleitoral, houver também ofensa física.
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Para finalizar, é importante destacar que o TSE entende desnecessário que a ofensa seja praticada contra
candidato para a tipificação do crime de injúria eleitoral. Vejamos, a título ilustrativo, a ementa do HC nº
187.635/201012.
HABEAS CORPUS. CRIME ARTS. 325 E 326 DO CÓDIGO ELEITORAL. OFENSA VEICULADA NA
PROPAGANDA ELEITORAL. TIPICIDADE. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ELEITORAL.
1. Para a tipificação dos crimes de difamação e injúria eleitorais, previstos nos arts. 325 e 326 do
Código Eleitoral, não é preciso que a ofensa seja praticada contra candidato, uma vez que a
norma descreve as condutas de difamar e injuriar alguém, sem especificar nenhuma qualidade
especial quanto ao ofendido.
2. O que define a natureza eleitoral desses ilícitos é o fato de a ofensa ser perpetrada na
propaganda eleitoral ou visar a fins de propaganda.
3. Na espécie, as ofensas foram veiculadas na propaganda eleitoral por rádio, o que determina
a competência da Justiça Eleitoral para apurar a prática dos delitos tipificados nos arts. 325 e 326
do Código Eleitoral.
4. Ordem denegada.
Antes de seguirmos, façamos uma observação. Os últimos três tipos penais (calúnia eleitoral, difamação
eleitoral e injúria eleitoral) possuem uma causa de aumento de pena?
A fundamentação dessa causa de aumento consta do art. 327, do CE que recebeu mais dois incisos com a Lei
14.192/2021. Vejamos:
Art. 327. As penas cominadas nos arts. 324, 325 e 326, aumentam-se de um terço, se qualquer
dos crimes é cometido:
III – na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a divulgação da ofensa.
12
Habeas Corpus nº 187635, Acórdão de 14/12/2010, Relator(a) Min. ALDIR GUIMARÃES PASSARINHO JUNIOR, Publicação:
DJE - Diário da Justiça Eletrônico, Tomo 033, Data 16/02/2011, Página 44-45.
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Presidente da República;
Sigamos!
Fique atento ao crime previsto no Art. 326-A pois ele foi recentemente acrescido pelo art. 2º da Lei nº
13.834/2019.
Art. 326-A. Dar causa à instauração de investigação policial, de processo judicial, de investigação
administrativa, de inquérito civil ou ação de improbidade administrativa, atribuindo a alguém a
prática de crime ou ato infracional de que o sabe inocente, com finalidade eleitoral:
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§ 3º Incorrerá nas mesmas penas deste artigo quem, comprovadamente ciente da inocência do
denunciado e com finalidade eleitoral, divulga ou propala, por qualquer meio ou forma, o ato ou
o fato que lhe foi falsamente atribuído.
O STF no ano de 2021 julgando a ADI 6225 entendeu que não há conflito da pena abstrata prevista no §3º
deste artigo e os princípios da proporcionalidade, da individualização da pena e da liberdade de manifestação
do pensamento.
Fique atento ao crime previsto no Art. 326-A pois ele foi recentemente acrescido pelo art. 2º da Lei nº
14.192/2021.
Art. 326-B. Assediar, constranger, humilhar, perseguir ou ameaçar, por qualquer meio, candidata
a cargo eletivo ou detentora de mandato eletivo, utilizando-se de menosprezo ou discriminação
à condição de mulher ou à sua cor, raça ou etnia, com a finalidade de impedir ou de dificultar a
sua campanha eleitoral ou o desempenho de seu mandato eletivo.
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Parágrafo único. Aumenta-se a pena em 1/3 (um terço), se o crime é cometido contra mulher:
I – gestante;
(IBFC/TRE-PA - 2020) A Lei nº 13.834/2019 introduziu no Código Eleitoral nova modalidade de crime,
previsto no artigo 326-A. Leia abaixo o inteiro teor do referido dispositivo legal:
"Art. 326-A. Dar causa à instauração de investigação policial, de processo judicial, de investigação
administrativa, de _____, atribuindo a alguém a prática de ______ de que o sabe inocente, com
finalidade eleitoral:
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§3º Incorrerá nas mesmas penas deste artigo quem, comprovadamente ciente da inocência do
denunciado e com finalidade eleitoral, divulga ou propala, por qualquer meio ou forma, o ato ou fato
que lhe foi falsamente atribuído."
a) inquérito civil ou ação de improbidade administrativa / crime ou ato infracional / detenção / 06 (seis)
meses a um ano / aumentada de um sexto a dois terços / diminuída de um sexto / culposa
b) inquérito policial ou civil / crime / detenção / 06 (seis) meses a um ano / aumentada de um sexto a
dois terços / atenuada / culposa
c) inquérito policial ou civil / crime / reclusão / 2 (dois) a 4 (quatro) anos / aumentada de dois terços /
atenuada / de prática de contravenção
d) inquérito civil ou ação de improbidade administrativa / crime ou ato infracional / reclusão / 2 (dois)
a 8 (oito) anos / aumentada de sexta parte / diminuída de metade / de prática de contravenção
Comentários
A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. Veja que bastava o conhecimento da literalidade
do artigo 326-A para acertar a questão.
Assim:
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Assim:
Pena – detenção de seis meses a um ano e cassação do registro se o responsável for candidato.
Assim:
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Art. 335. Fazer propaganda, qualquer que seja a sua forma, em língua estrangeira:
Parágrafo único. Além da pena cominada, a infração ao presente artigo importa a apreensão e
perda do material utilizado na propaganda.
Assim:
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Multa: 30 a 60 dias-multa.
Infração de menor potencial ofensivo.
Participação em atividades partidárias por aqueles que não detêm direitos políticos
Art. 337. Participar, o estrangeiro ou brasileiro que não estiver no gozo dos seus direitos políticos,
de atividades partidárias, inclusive comícios e atos de propaganda em recintos fechados ou
abertos:
Parágrafo único. Na mesma pena incorrerá o responsável pelas emissoras de rádio ou televisão
que autorizar transmissões de que participem os mencionados neste artigo, bem como o diretor
de jornal que lhes divulgar os pronunciamentos.
O TSE decidiu que este artigo não foi recepcionado pela constituição federal de 1988. Veja abaixo excerto da
decisão e em seguida um quadro do tipo penal apenas para conhecimento do aluno.
1. O art. 337 do Código Eleitoral, que descreve como crime a participação em atividades político-
partidárias, inclusive comícios e atos de propaganda, daquele que estiver com os direitos
políticos suspensos, não guarda sintonia com os arts. 5º, IV, VI e VIII, e 220 da Carta da
República, que garantem ao indivíduo a livre expressão do pensamento e a liberdade de
consciência, ainda que o exercício de tais garantias sofra limitações em razão de outras, também
resguardadas pela Constituição Federal.
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Assim:
PARTICIPAÇÃO EM ATIVIDADES PARTIDÁRIAS POR AQUELES QUE NÃO DETÊM DIREITOS POLÍTICOS
Participação de estrangeiros ou de pessoas com restrição aos direitos políticos em
TIPO OBJETIVO
atividades partidárias.
TIPO
Dolo, não havendo modalidade culposa.
SUBJETIVO
SUJEITO
Estado.
PASSIVO
SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa.
CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como comum, comissivo e de mera conduta.
Consuma-se com a participação em alguma atividade partidária, ainda que não seja no
CONSUMAÇÃO
período eleitoral.
TENTATIVA É admitida por meio escrito.
Detenção: até 6 meses.
e
Multa: 90 a 120 dias-multa.
Lembre-se que, no caso de detenção, a pena mínima é de 15 dias.
PENA
Infração de menor potencial ofensivo.
Na mesma pena incorrerá o responsável pelas emissoras de rádio ou de televisão que
autorizar transmissões de que participem os mencionados nesse artigo, bem como o
diretor de jornal que divulgar os pronunciamentos.
Art. 338. Não assegurar o funcionário postal a prioridade prevista no art. 239:
Assim:
13
RESPE - Recurso Especial Eleitoral nº 36173, Min. Rel. Dias Toffoli, Tribunal Pleno, DJE 30/09/2015.
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Art. 339. Destruir, suprimir ou ocultar urna contendo votos, ou documentos relativos à eleição:
Assim:
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Art. 340. Fabricar, mandar fabricar, adquirir, fornecer, ainda que gratuitamente, subtrair ou
guardar urnas, objetos, mapas, cédulas ou papéis de uso exclusivo da Justiça Eleitoral:
Assim:
Art. 341. Retardar a publicação ou não publicar, o diretor ou qualquer outro funcionário de órgão
oficial federal, estadual, ou municipal, as decisões, citações ou intimações da Justiça Eleitoral:
Assim:
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SUJEITO
Estado e aquele que for prejudicado pelo atraso na publicação.
PASSIVO
SUJEITO ATIVO Servidor público responsável pela publicação.
CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como próprio, omissivo e formal.
CONSUMAÇÃO Consuma-se o delito com o mero atraso na publicação ou com a não publicação.
TENTATIVA Não é admitida.
Detenção: até 1 mês
ou
PENA Multa: 30 a 60 dias-multa.
Infração de menor potencial ofensivo.
Lembrem-se que, no caso de detenção, a pena mínima será sempre de 15 dias.
Art. 342. Não apresentar o órgão do Ministério Público, no prazo legal, denúncia ou deixar de
promover a execução de sentença condenatória:
É preciso tomar cuidado com o entendimento jurisprudencial do TSE que prevê a possibilidade de o
Ministério Público deixar de apresentar denúncia contra alguns autores baseando-se no Princípio da
Divisibilidade aplicado as Ações Penais Públicas. Veja abaixo parte da decisão:
AÇÃO PENAL PÚBLICA - DIVISIBILIDADE. O titular da ação penal pública - o Ministério Público -
pode deixar de acionar certos envolvidos, como ocorre no tipo corrupção do artigo 299 do
Código Eleitoral quanto ao eleitor, geralmente de baixa escolaridade e menos afortunado, que
teria recebido benefício para votar em determinado candidato.
14
Assim:
14
HABEAS CORPUS N° 780-48.2011.6.00.0000, Min. Rel. Marco Aurélio, Tribuna Pleno, Publicado em
sessão 18/08/2011.
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SUJEITO
Estado.
PASSIVO
SUJEITO ATIVO O representante do Ministério Público. Crime próprio. Ato personalíssimo.
CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como omissivo e de mera conduta.
CONSUMAÇÃO Em regra, a consumação ocorre quando o prazo para a apresentação da denúncia expira.
TENTATIVA Não é admitida.
Detenção: até 2 meses
ou
PENA Multa: 60 a 90 dias-multa.
Infração de menor potencial ofensivo.
Lembrem-se que no caso de detenção a pena mínima será sempre de 15 dias.
§ 3º Se o órgão do Ministério Público não oferecer a denúncia no prazo legal representará contra
ele a autoridade judiciária, sem prejuízo da apuração da responsabilidade penal.
Notem que se trata da atitude que a autoridade judiciária deve tomar diante da verificação da incidência no
crime disposto no art. 342, do CE.
Assim:
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de 10 (dez) dias, não agir de ofício”. Ou seja, o juiz tem o prazo de 10 dias para representar
contra o Ministério Público.
TENTATIVA Não é admitida.
Detenção: até 2 meses
ou
PENA Multa: 60 a 90 dias-multa.
Infração de menor potencial ofensivo.
Lembrem-se que no caso de detenção a pena mínima será sempre de 15 dias.
Atentem-se para a jurisprudência do TSE, segundo a qual o não comparecimento de mesário no dia da
votação não configura o crime ora estudado, pois é prevista punição administrativa no art. 124, do CE, o qual
não contém ressalva quanto à possibilidade de cumulação com sanção de natureza penal.
1. O Supremo Tribunal Federal tem reconhecido, nos casos em que a decisão condenatória
transitou em julgado, a excepcionalidade de manejo do habeas corpus, quando se busca o exame
de nulidade ou de questão de direito, que independe da análise do conjunto fático-probatório.
Precedentes.
3. Ordem concedida15.
15
HABEAS CORPUS N° 638, Min. Rel. Marcelo Ribeiro, Tribunal Pleno, DJE 21/05/2009.
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Assim:
Art. 345. Não cumprir a autoridade judiciária, ou qualquer funcionário dos órgãos da Justiça
Eleitoral, nos prazos legais, os deveres impostos por este Código, se a infração não estiver sujeita
a outra penalidade:
Assim:
SUJEITO ATIVO Art. 283. Para os efeitos penais são considerados membros e funcionários da
Justiça Eleitoral:
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III – os cidadãos que hajam sido nomeados para as Mesas Receptoras ou Juntas
Apuradoras;
Art. 377. O serviço de qualquer repartição, federal, estadual, municipal, autarquia, fundação do
Estado, sociedade de economia mista, entidade mantida ou subvencionada pelo Poder Público,
ou que realiza contrato com este, inclusive o respectivo prédio e suas dependências, não poderá
ser utilizado para beneficiar partido ou organização de caráter político.
Parágrafo único. O disposto neste artigo será tornado efetivo, a qualquer tempo, pelo órgão
competente da Justiça Eleitoral, conforme o âmbito nacional, regional ou municipal do órgão
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Cuidado!!!!
Art. 51. É assegurado ao partido político com estatuto registrado no Tribunal Superior Eleitoral o
direito à utilização gratuita de escolas públicas ou Casas Legislativas para a realização de suas
reuniões ou convenções, responsabilizando-se pelos danos porventura causados com a
realização do evento.
Dispõe a Lei n. 4.737/1965 que o serviço de qualquer repartição, federal, estadual, municipal,
autarquia, fundação do Estado, sociedade de economia mista, entidade mantida ou subvencionada
pelo poder público, ou que realiza contrato com este, inclusive o respectivo prédio e suas dependências
não poderá ser utilizado para beneficiar partido ou organização de caráter político. A violação deste
disposto não incorre na prática de crime eleitoral.
Comentários
A afirmativa está incorreta. Veja que a questão trouxe o texto do artigo 377 do CE porém sua previsão
como crime está no artigo 346 do CE.
Parágrafo único. Incorrerão na pena, além da autoridade responsável, os servidores que prestarem
serviços e os candidatos, membros ou diretores de partido que derem causa à infração.
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Assim:
Desobediência eleitoral
Assim:
DESOBEDIÊNCIA ELEITORAL
Recusar o cumprimento ou a obediência a diligências, a ordens ou a instruções da Justiça
TIPO OBJETIVO
Eleitoral ou opor-lhes embargo.
BEM JURÍDICO Autoridade da Justiça Eleitoral e Administração Pública Eleitoral.
TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa.
SUJEITO
Estado.
PASSIVO
SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa.
CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como comum, omissivo e formal.
CONSUMAÇÃO Consuma-se com a mera recusa.
TENTATIVA Não é admitido tentativa.
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É importante destacar que, de acordo com a reiterada jurisprudência do TSE 16, é necessário, para
configuração do crime, que tenha havido ordem judicial, direta e individualizada, expedida ao agente.
Art. 348. Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar documento público
verdadeiro, para fins eleitorais:
Assim:
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Devemos atentar para o fato de que se o crime for praticado por funcionário público a
pena será agravada.
Finalmente, o § 2º trata do documento público equiparado, segundo o qual serão considerados públicos
todos aqueles emanados por entidade paraestatal, inclusive fundação do Estado.
Art. 349. Falsificar, no todo ou em parte, documento particular ou alterar documento particular
verdadeiro, para fins eleitorais:
Assim:
Art. 350. Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele
inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, para fins eleitorais:
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Assim:
Destaque-se que, segundo jurisprudência do TSE, eventuais omissões em declaração de bens para fins de
registro de candidatura não configuram a hipótese típica versada nesse artigo. Vejamos a ementa do AgR-
REspe nº 36.417/201017:
AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL ELEITORAL. HABEAS CORPUS. CRIME DO ART. 350 DO
CE. FALSIDADE IDEOLÓGICA. DECLARAÇÃO DE BENS. ATIPICIDADE DA CONDUTA. AUSÊNCIA DE
POTENCIAL LESIVO AOS BENS JURÍDICOS TUTELADOS PELA NORMA PENAL ELEITORAL. NÃO
PROVIMENTO.
17
Agravo Regimental em Recurso Especial Eleitoral nº 36417, Acórdão de 18/03/2010, Relator(a) Min. FELIX FISCHER,
Publicação: DJE - Diário da Justiça Eletrônico, Data 14/4/2010, Página 54/55 RJTSE - Revista de jurisprudência do TSE, Volume
21, Tomo 2, Data 18/3/2010, Página 374.
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por seu conteúdo, um fato juridicamente relevante", de modo que o fato de estarem as
afirmações nele constantes submetidas à posterior averiguação afasta a possibilidade de ocorrer
a falsidade intelectual (STF, RHC 43396, 1ª Turma, Rel. Min. Evandro Lins, DJ 15.2.1967, STF, HC
85976, Rel. Min. Ellen Gracie, 2ª Turma, DJ 24.2.2006).
2. Se o documento não tem força para provar, por si só, a afirmação nele constante - como ocorre
na hipótese da declaração de bens oferecida por ocasião do pedido de registro de candidatura -
não há lesão à fé pública, não havendo, assim, lesão ao bem jurídico tutelado, que impele ao
reconhecimento de atipicidade da conduta descrita na inicial acusatória.
3. Ademais, ainda que se pudesse considerar a declaração de bens apresentada por ocasião do
registro de candidatura à Justiça Eleitoral prova suficiente das informações nele constantes,
haveria de ser afastada a ocorrência de potencial lesividade ao bem jurídico especificamente
tutelado pelo art. 350 do Código Eleitoral, qual seja, a fé pública e a autenticidade dos
documentos relacionados ao processo eleitoral, dado serem as informações constantes em tal
título irrelevantes para o processo eleitoral em si (REspe 12.799/SP, Rel. Min. Eduardo Alckmin,
DJ de 19.9.97)
Vamos ver de forma suscinta algumas importantes jurisprudências sobre este crime:
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a) a desaprovação das contas pela Justiça Eleitoral tipifica, por si só, o crime em questão, eis que, nesse
caso, é possível presumir que determinadas despesas foram omitidas na prestação de contas.
b) trata-se de crime material, que depende, para a sua consumação, de resultado danoso naturalístico.
c) eventual falsidade cometida em processo de prestação de contas, por ser posterior à data das
eleições, impossibilita a configuração desse crime, eis que tal elemento cronológico não se
compatibiliza com a finalidade eleitoral da conduta.
d) de acordo com o entendimento do Tribunal Superior Eleitoral, não é meio necessário, tampouco
fase normal de preparação, para a prática do crime de induzimento à inscrição fraudulenta de eleitor,
igualmente tipificado no Código Eleitoral.
Comentários
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A alternativa A está incorreta. Não basta a desaprovação das contas. Para que se configure o crime do
art. 350 do CE é preciso que haja alteração da verdade e o dolo.
A alternativa B está incorreta. Trata-se de crime formal, não depende de produção de resultado
naturalístico para sua consumação.
A alternativa C está incorreta. Como vimos na jurisprudência citada a eventual falsidade cometida em
processo de prestação de contas, mesmo posterior à data das eleições, possibilita a configuração desse
crime.
A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. A falsidade ideológica eleitoral não é o meio
necessário, nem fase normal de preparação, para a prática do crime de induzimento à inscrição
fraudulenta de eleitor, tipificado no art. 290 do Código Eleitoral.
Antes de seguirmos, devemos destacar que o art. 351, do CE, trata dos equiparados a documento, aplicável
aos seguintes tipos:
Vejamos o dispositivo:
Art. 351. Equipara-se a documento (348, 349 e 350), para os efeitos penais, a fotografia, o filme
cinematográfico, o disco fonográfico ou fita de ditafone a que se incorpore declaração ou imagem
destinada à prova de fato juridicamente relevante.
Sigamos!
Art. 352. Reconhecer, como verdadeira, no exercício da função pública, firma ou letra que o não
seja, para fins eleitorais: Pena – reclusão até cinco anos e pagamento de 5 a 15 dias-multa se o
documento é público, e reclusão até três anos e pagamento de 3 a 10 dias-multa se o documento
é particular.
Assim:
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(FCC/TJ-MS - 2020) Levando em conta as disposições penais constantes do Código Eleitoral, assinale
a alternativa correta.
a) Quando não há indicação do grau mínimo de pena imputada ao crime eleitoral, entende-se que será
ele de 30 dias para detenção e 06 meses para reclusão.
d) O crime de reconhecer, como verdadeira, firma ou letra que não o seja, é próprio de funcionário
público.
e) Os crimes de injúria, difamação e calúnia, previstos no Código Eleitoral, são punidos de forma
aumentada, quando praticados em detrimento de Prefeitos e Governadores.
Comentários
A alternativa A está incorreta. Segundo o artigo 284 do CE Quando não há indicação do grau mínimo
de pena imputada ao crime eleitoral, entende-se que será ele de 15 dias (e não de 30 dias) para
detenção e de um ano (e não de seis meses) para reclusão.
A alternativa B está incorreta. Trata-se de crime de atentado. Cabe tentativa que será punida com a
mesma intensidade do crime consumado.
A alternativa C está incorreta. Segundo o artigo 355 todas as infrações previstas no Código Eleitoral
são de Ação Pública.
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A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. O crime previsto no artigo 352 do CE é crime
próprio, pois só pode ser cometido por aqueles funcionários públicos que têm competência para
reconhecer firma ou letra.
A alternativa E está incorreta. Segundo o artigo 327 do CE as penas são aumentadas quando o crime é
cometido contra:
III – na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a divulgação da ofensa.
Art. 353. Fazer uso de qualquer dos documentos falsificados ou alterados, a que se referem os
arts. 348 a 352:
Assim:
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Art. 354. Obter, para uso próprio ou de outrem, documento público ou particular, material ou
ideologicamente falso para fins eleitorais:
Assim:
Esse é um dispositivo novo e muito relevante, pois foi incluso no Código Eleitoral pela Lei nº 13.488/2017!
Comete crime eleitoral o candidato, ou administrador financeiro, que se apropriar de bens, recursos ou
valores destinados ao financiamento eleitoral. A utilização dos recursos, seja em razão de doação seja aquele
destinado pelo FEFC, devem ser utilizados estritamente para a campanha, sob pena de reclusão de dois a
seis anos e multa. Inclusive recursos do próprio candidato destinados à campanha eleitoral não podem ser
utilizados em proveio próprio ou alheio.
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(VUNESP/Câmara de Mauá-SP - 2019) A respeito dos crimes eleitorais, previstos no Código Eleitoral,
assinale a alternativa correta.
c) O crime de reconhecer como verdadeira firma ou letra que não o seja, para fins eleitoras (art. 352
do Código Eleitoral), é crime comum, podendo ser praticado por qualquer pessoa.
d) O crime de violação de sigilo de voto (art. 312 do Código Eleitoral) não se consuma se a violação é
apenas tentada.
e) Dar dinheiro ou qualquer outra vantagem a eleitor, para obtenção de voto, é crime eleitoral (art.
299 do Código Eleitoral), mas a mera proposta, não aceita, não é punível.
Comentários
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. A conduta do art. 348 do CE pode ser praticada
por qualquer pessoa, portanto é crime comum.
A alternativa B está incorreta. O crime previsto no art. 354-A do CE de fato é crime próprio, porém sua
conduta não está restrita apenas ao candidato podendo ser cometida também pelo administrador
financeiro da campanha ou quem de fato exerça essa função.
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A alternativa C está incorreta. Como já vimos em questão anterior apenas o funcionário público
competente para realizar o reconhecimento de firma ou letra poderá cometer a infração, logo trata-se
de crime próprio.
A alternativa D está incorreta. O crime descrito no art. 312 do CE é considerado crime de atentado, ou
seja, pune a tentativa e a consumação da mesma forma, portanto basta a tentativa para que a
penalidade seja aplicada.
A alternativa E está incorreta. Trata-se de crime formal, ou seja, não exige o resultado naturalístico
para que ocorra a consumação. A mera proposta já torna o crime consumado e punível.
Finalizamos, assim, a esquematização de todos os tipos previstos no CE. Cumpre analisar, ainda, os tipos
penais previstos nas demais leis eleitorais. Existem tipificações penais na Lei das Eleições, na Lei de
Inelegibilidades, na Lei do Transporte em Zonas Rurais no Dia das Eleições e na Lei nº 7.021/1982, que trata
da inviolabilidade da urna eletrônica.
Em relação a tais leis, não há necessidade de maior aprofundamento. Do mesmo modo, é fundamental
conhecer os tipos penais eleitorais previstos. Em face disso, citaremos os dispositivos e destacaremos as
informações centrais que você deve levar para a prova. A maioria desses dispositivos já foram analisados ao
longo do curso.
Vamos lá!
Art. 33. As entidades e empresas que realizarem pesquisas de opinião pública relativas às eleições
ou aos candidatos, para conhecimento público, são obrigadas, para cada pesquisa, a registrar,
junto à Justiça Eleitoral, até cinco dias antes da divulgação, as seguintes informações:
IV - plano amostral e ponderação quanto a sexo, idade, grau de instrução, nível econômico e área
física de realização do trabalho a ser executado, intervalo de confiança e margem de erro;
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VII - nome de quem pagou pela realização do trabalho e cópia da respectiva nota fiscal.
§ 3º A divulgação de pesquisa sem o prévio registro das informações de que trata este artigo
sujeita os responsáveis a multa no valor de cinquenta mil a cem mil UFIR.
§ 4º A divulgação de pesquisa fraudulenta constitui crime, punível com detenção de seis meses
a um ano e multa no valor de cinquenta mil a cem mil Ufirs.
Correlato ao tipo acima, prevê, ainda, o art. 34, §2º, da Lei das Eleições que aquele que dificultar a fiscalização
dos partidos políticos às pesquisas eleitorais incorre em crime eleitoral.
Vejamos:
§ 2º O não-cumprimento do disposto neste artigo ou qualquer ato que vise a retardar, impedir
ou dificultar a ação fiscalizadora dos partidos constitui crime, punível com detenção, de seis
meses a um ano, com a alternativa de prestação de serviços à comunidade pelo mesmo prazo,
e multa no valor de dez mil a vinte mil UFIR.
Do mesmo modo, se ficar comprovada a veiculação de pesquisa eleitoral irregular também temos a incursão
em crime, nos termos do §3º, do art. 34, da Lei das Eleições.
Outro crime trazido na Lei das Eleições vem estabelecido no art. 39, segundo o qual constitui crime eleitoral
a utilização de alto-falantes e amplificadores de som ou a promoção de comício ou carreata.
Art. 39. A realização de qualquer ato de propaganda partidária ou eleitoral, em recinto aberto ou
fechado, não depende de licença da polícia.
§ 5º Constituem crimes, no dia da eleição, puníveis com detenção, de seis meses a um ano, com
a alternativa de prestação de serviços à comunidade pelo mesmo período, e multa no valor de
cinco mil a quinze mil UFIR:
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Trata-se no art. 39, § 5º, já citados acima, mas da conduta prevista no inciso II.
Art. 39-A. É permitida, no dia das eleições, a manifestação individual e silenciosa da preferência
do eleitor por partido político, coligação ou candidato, revelada exclusivamente pelo uso de
bandeiras, broches, dísticos e adesivos.
Portanto, constitui crime eleitoral a divulgação, no dia das eleições, de propaganda partidária ou política.
No dia das eleições a propaganda eleitoral é vedada. Apenas manifestações silenciosas e individuais são
admissíveis. Em razão disso, algumas condutas são penalmente puníveis como o uso de alto-falantes e
amplificadores, a arregimentação de eleitores, a boca de urna etc.
A Lei nº 13.488/2017 acrescentou o inc. IV do §5º do art. 39, da Lei das Eleições, trazendo mais uma conduta
penal:
§ 5º Constituem crimes, no dia da eleição, puníveis com detenção, de seis meses a um ano, com
a alternativa de prestação de serviços à comunidade pelo mesmo período, e multa no valor de
cinco mil a quinze mil UFIR: (...)
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Para a prova:
b) a arregimentação de eleitor.
Comentários
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Não constitui crime eleitoral, no dia da eleição, a manifestação individual e silenciosa de eleitor
revelada pelo uso de broches e adesivos. Vejamos o art. 39-A, da Lei nº 9.504/97.
“Art. 39-A. É permitida, no dia das eleições, a manifestação individual e silenciosa da preferência do
eleitor por partido político, coligação ou candidato, revelada exclusivamente pelo uso de bandeiras,
broches, dísticos e adesivos”.
O art. 39, §5º, menciona em quais hipóteses constituem crimes, puníveis com detenção e multa.
“§ 5º Constituem crimes, no dia da eleição, puníveis com detenção, de seis meses a um ano, com a
alternativa de prestação de serviços à comunidade pelo mesmo período, e multa no valor de cinco mil
a quinze mil UFIR:
Constitui crime eleitoral a utilização, nos atos de propaganda eleitoral, de símbolos, de frases ou de
imagens associadas a órgão de governo.
Já mencionamos esse disposto ao tratar da recusa de entrega da cédula de votação. De qualquer modo,
vejamos novamente a letra de lei.
Art. 68. O boletim de urna, segundo modelo aprovado pelo Tribunal Superior Eleitoral, conterá
os nomes e os números dos candidatos nela votados.
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Trata-se, portanto, de um tipo penal específico, aplicável aos Presidente da Mesa Receptora, o qual é
obrigado a entregar cópia do boletim de urna aos partidos e às coligações.
Também constitui crime, previsto na Lei das Eleições, a obtenção de acesso ao sistema de dados eleitorais
com a finalidade de alterar a apuração ou a contagem dos votos. Vejamos:
Art. 72. Constituem crimes, puníveis com reclusão, de cinco a dez anos:
I - obter acesso a sistema de tratamento automático de dados usado pelo serviço eleitoral, a fim
de alterar a apuração ou a contagem de votos;
De acordo com o inc. II do art. 72 é crime o desenvolvimento de tecnologia em informática com vistas a
provocar resultado diverso do esperado em sistema de tratamento automático de dados pelo serviço
eleitoral.
Art. 72. Constituem crimes, puníveis com reclusão, de cinco a dez anos:
Constitui crime eleitoral causar dano física a equipamento utilizado para a votação ou para a apuração dos
votos, conforme dispõe o art. 72, III, da Lei das Eleições.
Art. 72. Constituem crimes, puníveis com reclusão, de cinco a dez anos:
O art. 87, da Lei das Eleições, estabelece uma série de garantias aos fiscais, aos delegados e aos partidos
políticos. Prevê o dispositivo que os fiscais e delegados podem permanecer próximos da mesa receptora,
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bem como poderão acompanhar os trabalhos de apuração das eleições. Quem violar essas regras será
responsabilizado por crime eleitoral.
Vejamos:
Art. 87. Na apuração, será garantido aos fiscais e delegados dos partidos e coligações o direito
de observar diretamente, a distância não superior a um metro da mesa, a abertura da urna, a
abertura e a contagem das cédulas e o preenchimento do boletim.
§ 3º Para os fins do disposto no parágrafo anterior, cada partido ou coligação poderá credenciar
até três fiscais perante a Junta Eleitoral, funcionando um de cada vez.
§ 4º O descumprimento de qualquer das disposições deste artigo constitui crime, punível com
detenção de um a três meses, com a alternativa de prestação de serviços à comunidade pelo
mesmo período e multa, no valor de um mil a cinco mil UFIR.
Por fim, o art. 91, da Lei das Eleições, tipifica como crime eleitoral a retenção do título de forma indevida no
período de 150 antes da data do pleito.
Art. 91. Nenhum requerimento de inscrição eleitoral ou de transferência será recebido dentro
dos cento e cinquenta dias anteriores à data da eleição.
Em relação à Lei de Inelegibilidades, constitui crime eleitoral o manejo de ações eleitorais, como a AIJE e a
AIRC, de forma temerária ou com manifesta má-fé.
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Pena: detenção de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa de 20 (vinte) a 50 (cinquenta) vezes o
valor do Bônus do Tesouro Nacional (BTN) e, no caso de sua extinção, de título público que o
substitua.
O art. 11, §1º, da Lei do Transporte em Zonas Rurais no dia das Eleições, tipifica como crime a conduta, que
poderá ser praticada pelos responsáveis por órgãos públicos em informar os veículos que possuem e que
possam ser utilizados para transporte regular de eleitores.
Pena - detenção de quinze dias a seis meses e pagamento de 60 a 100 dias - multa;
Art. 3º Até cinquenta dias antes da data do pleito, os responsáveis por todas as repartições,
órgãos e unidades do serviço público federal, estadual e municipal oficiarão à Justiça Eleitoral,
informando o número, a espécie e lotação dos veículos e embarcações de sua propriedade, e
justificando, se for o caso, a ocorrência da exceção prevista no parágrafo 1º do art. 1º desta Lei.
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Também constitui crime eleitoral atender às requisições de veículos para serem utilizados no transporte
regular de eleitores da zona rural. Vejamos:
Pena - pagamento de 200 a 300 dias-multa, além da apreensão do veículo para o fim previsto;
Art. 2º Se a utilização de veículos pertencentes às entidades previstas no art. 1º não for suficiente
para atender ao disposto nesta Lei, a Justiça Eleitoral requisitará veículos e embarcações a
particulares, de preferência os de aluguel.
Parágrafo único. Os serviços requisitados serão pagos, até trinta dias depois do pleito, a preços
que correspondam aos critérios da localidade. A despesa correrá por conta do Fundo Partidário.
Fazer transporte e fornecer alimentação no período eleitoral, quando vedado pela lei
A Lei do Transporte em Zona Rural no dia das Eleições delimita as hipóteses em que o transporte será
considerado regular. São elas:
Se violadas tais regras, prevê o art. 11, III, que a conduta será considerada crime eleitoral.
Pena - reclusão de quatro a seis anos e pagamento de 200 a 300 dias-multa (art. 302 do Código
Eleitoral);
Art. 5º Nenhum veículo ou embarcação poderá fazer transporte de eleitores desde o dia anterior
até o posterior à eleição, salvo:
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III - de uso individual do proprietário, para o exercício do próprio voto e dos membros da sua
família;
IV - o serviço normal, sem finalidade eleitoral, de veículos de aluguel não atingidos pela
requisição de que trata o art. 2º.
Art. 8º Somente a Justiça Eleitoral poderá, quando imprescindível, em face da absoluta carência
de recursos de eleitores da zona rural, fornecer-lhes refeições, correndo, nesta hipótese, as
despesas por conta do Fundo Partidário.
Art. 10. É vedado aos candidatos ou órgãos partidários, ou a qualquer pessoa, o fornecimento de
transporte ou refeições aos eleitores da zona urbana.
Obstar a prestação dos serviços de transporte e alimentação prestados pela Justiça Eleitoral
IV - obstar, por qualquer forma, a prestação dos serviços previstos nos arts. 4º e 8º desta Lei,
atribuídos à Justiça Eleitoral:
Vejamos o que prevê o art. 4º, pois o art. 8º já foi citado logo acima.
Art. 4º Quinze dias antes do pleito, a Justiça Eleitoral divulgará, pelo órgão competente, o quadro
geral de percursos e horários programados para o transporte de eleitores, dele fornecendo
cópias aos partidos políticos.
§ 1º O transporte de eleitores somente será feito dentro dos limites territoriais do respectivo
município e quando das zonas rurais para as mesas receptoras distar pelo menos dois
quilômetros.
§ 3º As reclamações serão apreciadas nos três dias subsequentes, delas cabendo recurso sem
efeito suspensivo.
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Por fim, ainda quanto à Lei do Transporte em Zona Rural no dia das Eleições é previsto como crime a
utilização de bens públicos, especialmente veículos, com finalidade eleitoral.
V - utilizar em campanha eleitoral, no decurso dos 90 (noventa) dias que antecedem o pleito,
veículos e embarcações pertencentes à União, Estados, Territórios, Municípios e respectivas
autarquias e sociedades de economia mista:
c) é irregularidade eleitoral, inclusive capitulada como crime eleitoral, respondendo pelo crime quem
fornece o transporte.
Comentários
A alternativa A está incorreta, pois a lei data de 1974 e, desde àquela época, franqueava o transporte
de eleitores.
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As alternativas B, D e E estão incorretas, pois contraria o art. 10 da Lei. Tal transporte somente poderá
ser o ofertado nos termos da Lei, com custeio e fornecimento estatal.
“Art. 10. É VEDADO aos candidatos ou órgãos partidários, ou a qualquer pessoa, o fornecimento de
transporte ou refeições aos eleitores da zona urbana”.
A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. Se for contatada que houve intuito eleitoral no
que diz respeito ao transporte e alimentação de eleitores das zonas rurais afastadas, o art. 11 é claro
em tipificar tais como crime eleitoral.
I – descumprir, o responsável por órgão, repartição ou unidade do serviço público, o dever imposto no
art. 3º, ou prestar informação inexata que vise a elidir, total ou parcialmente, a contribuição de que ele
trata:
Pena – pagamento de 200 a 300 dias-multa, além da apreensão do veículo para o fim previsto;
Pena – reclusão de quatro a seis anos e pagamento de 200 a 300 dias-multa (art. 302 do Código
Eleitoral);
IV – obstar, por qualquer forma, a prestação dos serviços previstos nos arts. 4º e 8º desta Lei, atribuídos
à Justiça Eleitoral:
V – utilizar em campanha eleitoral, no decurso dos 90 (noventa) dias que antecedem o pleito, veículos
e embarcações pertencentes à União, Estados, Territórios, Municípios e respectivas autarquias e
sociedades de economia mista:
Pena – cancelamento do registro do candidato ou de seu diploma, se já houver sido proclamado eleito.
Parágrafo único. O responsável, pela guarda do veículo ou da embarcação, será punido com a pena de
detenção, de 15 (quinze) dias a 6 (seis) meses, e pagamento de 60 (sessenta) a 100 (cem) dias-multa”.
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6 - LEI Nº 7.021/1982
Essa lei fixa o modelo de cédula oficial utilizada nas urnas. Raramente terá, portanto, aplicabilidade prática,
uma vez que a votação manual constitui exceção. De todo modo, a lei trata também da relação de eleitores,
que é disponibilizada nos locais de votação. Essa relação permanece aplicável às eleições realizadas por
intermédio do processamento eletrônico de votos. Assim, destruir, suprimir ou danificar tal relação constitui
crime nos termos do art. 5º abaixo citado:
Art. 5º Constitui crime eleitoral destruir, suprimir ou, de qualquer modo, danificar relação de
candidatos afixada na cabina indevassável.
RESUMO
CRIMES ELEITORAIS
OBSERVAÇÃO INICIAL
Não vamos reproduzir todos os tipos penais estudados. Nosso intuito será destacar o cerne de cada conduta que gera
crime eleitoral.
REGRAS GERAIS
Tipo Objetivo: O tipo objetivo consiste no comportamento descrito no preceito da norma incriminadora, sem
análise da intenção do agente.
Tipo Subjetivo: O tipo subjetivo, por sua vez, refere-se à atitude psíquica interna do agente, segundo cada tipo
objetivo.
Sujeito Passivo: O sujeito passivo é o titular do bem jurídico protegido pela norma penal.
Sujeito Ativo: O sujeito ativo, por sua vez, será a pessoa que pratica a conduta descrita na norma penal
incriminadora.
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Classificação
São os crimes que exigem sujeito especial ou qualificado para praticá-lo (servidores da Justiça
PRÓPRIO
Eleitoral, Juiz, membro do Ministério Público etc.).
COMUM São os crimes que podem ser praticados por qualquer pessoa.
COMISSIVO São os crimes praticados por intermédio de uma ação.
OMISSIVO São os crimes cometidos por intermédio de uma abstenção.
São os crimes cujo tipo penal descreve uma conduta e um resultado material (ou naturalístico)
MATERIAL
e exige ambos sejam verificados para efeito de consumação.
São aqueles em que o tipo penal descreve uma conduta e um resultado, necessitando apenas,
FORMAL
para consumação, da conduta dirigida a um resultado.
DE MERA São aqueles cujos tipos penas descrevem a conduta, sem fazer qualquer menção ao resultado
CONDUTA naturalístico.
São crimes que, embora sejam consumados em uma única conduta, a situação antijurídica
PERMANENTE
gerada se prolonga no tempo pelo tempo que o agente desejar.
CÓDIGO ELEITORAL
Tipo
Inscrever fraudulentamente eleitor no cadastro eleitoral.
Objetivo
Tipo Objetivo Induzir para que seja realizada a inscrição do eleitor com alguma fraude que infrinja dispositivo legal.
Tipo
Realizar, o juiz, a inscrição fraudulenta do eleitor.
Objetivo
Tipo Objetivo Negativa ou retardo por parte da autoridade judiciária, sem justificativa, da inscrição requerida.
Perturbação do alistamento
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Tipo Efetuar a prisão ou detenção de: eleitor, membro de mesa receptora, fiscal, delegado de partido ou
Objetivo candidato no período de 5 dias antes e 48 horas após o encerramento das eleições.
Corrupção Eleitoral
Tipo Dar, oferecer, solicitar e até mesmo receber dinheiro, dádiva ou qualquer outra vantagem para
Objetivo obter ou dar voto ou abstenção.
Coação Eleitoral
Tipo Coagir alguém a votar ou não em determinado candidato, valendo-se, o servidor público, de sua
Objetivo autoridade.
Tipo Objetivo Coagir alguém a votar em determinado partido ou candidato com uso de violência ou grave ameaça.
Tipo Com o fim de impedir, embaraçar ou fraudar o exercício do voto, promover a concentração de
Objetivo eleitores no dia da eleição.
Tipo Objetivo Majorar o preço de produtos e serviços necessários para que se possa realizar o pleito eleitora.
Tipo O ato de ocultar, sonegar, açambarcar ou recusar o fornecimento de bens ou serviços no dia das
Objetivo eleições
Tipo Objetivo Intervir no funcionamento da mesa receptora, autoridade estranha, salvo o juiz eleitoral.
Tipo Objetivo Deixar de observar a ordem em que os eleitores devem ser convocados a votar.
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Tipo
Rubricar e fornecer a cédula em momento inoportuno
Objetivo
Tipo Objetivo Tentar votar, ou efetivamente votar, mais de uma vez no lugar de outro eleitor.
Tipo Praticar qualquer irregularidade que cause a anulação da votação ou ao membro da mesa receptora
Objetivo praticada.
Tipo Votar em seção eleitoral a qual não está inscrito. Além disso, o tipo objetivo prevê a conduta do
Objetivo Presidente da mesa receptora em permitir o voto.
Tipo
Violar o sigilo do voto ou tentar violar.
Objetivo
Tipo Objetivo Deixar de expedir o boletim de apuração imediatamente após a apuração de cada urna.
Tipo Objetivo Deixar de recolher as cédulas apuradas na urna, fechá-la e lacrá-la, assim, que findar a apuração.
Tipo Alterar a votação obtida por qualquer candidato ou lançar votação que não corresponda às cédulas
Objetivo apuradas nos mapas ou boletins de apuração.
Tipo Objetivo Deixar de receber ou mencionar os protestos ou deixar de remetê-los à instância superior.
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Tipo Violar o sigilo de urna eletrônica ou dos invólucros. Abrange, também, o tipo objetivo, a tentativa
Objetivo de violação do sigilo da urna ou invólucros.
Tipo Objetivo Efetuar a mesa receptora a contagem dos votos da urna quando houver votado com impugnação.
Tipo Objetivo Colher a assinatura do eleitor em mais de uma ficha de registro de partido.
Tipo Divulgar na propaganda eleitoral fatos que sabe inverídicos em relação a partidos políticos ou
Objetivo candidatos, que sejam capazes de exercer influência na decisão do eleitor.
Calúnia Eleitoral
Tipo Objetivo Caluniar alguém na propaganda eleitoral imputando falsamente fato definido como crime.
Difamação Eleitoral
Tipo Difamar alguém, na propaganda eleitoral, ou visando a fins de propaganda, imputando-lhe fato
Objetivo ofensivo a sua reputação.
Injúria Eleitoral
Tipo Injuriar alguém em propaganda político-eleitoral ou visando à propaganda eleitoral, com ofensa à
Objetivo dignidade ou decoro.
Tipo
Inutilização, alteração ou perturbação de propaganda lícita.
Objetivo
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Tipo
Impedir o exercício de propaganda.
Objetivo
Tipo Utilizar organização comercial, distribuição de mercadorias, prêmios e sorteios para a propaganda
Objetivo ou aliciamento.
Tipo
Fazer propaganda em língua estrangeira.
Objetivo
Participação em atividades partidárias por aqueles que não detêm direitos políticos
Tipo Participação de estrangeiros ou de pessoas com restrição aos direitos políticos em atividades
Objetivo partidárias.
Tipo Não garantir o funcionário de empresa postal a prioridade concedida aos partidos políticos para a
Objetivo remessa de propaganda nos 60 dias que antecedem o pleito.
Fabricação, aquisição, fornecimento, subtração ou guarda indevida de material de uso exclusivo da Justiça Eleitoral
Tipo Objetivo Fabricar, adquirir, fornecer, subtrair ou guardar materiais da Justiça Eleitoral.
Tipo
Destruir, suprimir ou ocultar urna ou documento eleitorais.
Objetivo
Tipo Objetivo Retardar a publicação ou não publicar as decisões, citações ou intimações da Justiça Eleitoral.
Tipo Objetivo Deixar de representar com membro do Ministério Público que não apresentou a denúncia no prazo.
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Tipo
Sem justa causa, recursar ou abandonar o serviço eleitoral.
Objetivo
Tipo Não cumprir nos prazos legais os deveres impostos pelo CE, se a infração não estiver sujeita a outra
Objetivo penalidade.
Tipo Objetivo Permitir que prédio pertencente ao serviço público seja utilizado em favor do candidato.
Desobediência eleitoral
Tipo Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar documento verdadeiro, para fins
Objetivo eleitorais.
Tipo
Falsificar, no todo ou em parte, documento particular.
Objetivo
Tipo Omitir de documento declaração que dele deveria constar ou nele inserir ou fazer inserir declaração
Objetivo falsa ou diversa da que deveria estar escrita com fins eleitorais
Tipo Objetivo Reconhecer como verdadeira firma ou letra que não o seja tendo em vista fins eleitorais.
Tipo
Fazer uso de documento falsificado ou alterado.
Objetivo
Tipo Objetivo Obter documento falso para fins eleitorais para o uso próprio ou de outro.
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Assediar, constranger, humilhar, perseguir ou ameaçar, por qualquer meio, candidata a cargo
Tipo eletivo ou detentora de mandato eletivo, utilizando-se de menosprezo ou discriminação à condição
Objetivo de mulher ou à sua cor, raça ou etnia, com a finalidade de impedir ou de dificultar a sua campanha
eleitoral ou o desempenho de seu mandato eletivo.
O crime de divulgação de pesquisa fraudulenta é tipificado em razão da divulgação de pesquisas eleitorais sem a
divulgação das informações constantes do art. 33 da Lei das Eleições.
Aquele que dificultar a fiscalização dos partidos políticos às pesquisas eleitorais incorre em crime eleitoral.
Se ficar comprovada a veiculação de pesquisa eleitoral irregular também temos a incursão em crime, nos termos do
§3º do art. 34 da Lei das Eleições.
Constitui crime eleitoral a divulgação, no dia das eleições, de propaganda partidária ou política.
Constitui crime eleitoral a utilização, nos atos de propaganda eleitoral, de símbolos, frases ou imagens associadas
a órgão de governo.
Trata-se de um tipo penal específico, aplicável aos Presidente da Mesa Receptora, o qual é obrigado a entregar
cópia do boletim de urna aos partidos e coligações, sob pena de crime eleitoral.
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Constitui crime previsto na Lei das Eleições, a obtenção de acesso ao sistema de dados eleitoral com a finalidade de
alterar a apuração ou a contagem dos votos.
É crime o desenvolvimento de tecnologia em informática com vistas a provocar resultado diverso do esperado em
sistema de tratamento automático de dados pelo serviço eleitoral.
Constitui crime eleitoral causar dano físico a equipamento utilizado para a votação ou para a apuração dos votos.
Os fiscais e delegados podem permanecer próximos da mesa receptora, bem como poderão acompanhar os
trabalhos de apuração das eleições. Quem violar essas regras será responsabilizado por crime eleitoral.
A Lei das Eleições tipifica como crime eleitoral a retenção do título de forma indevida no período de 150 antes da
data do pleito.
Constitui crime eleitoral o manejo de ações eleitorais, como a AIJE e a AIRC, de forma temerária ou com manifesta
má-fé.
A Lei do Transporte em Zonas Rurais no dia das Eleições tipifica como crime a conduta, que poderá ser praticada
pelos responsáveis por órgãos públicos em informar os veículos que possuem e que possam ser utilizados para
transporte regular de eleitores.
Constitui crime eleitoral ao atender às requisições de veículos para serem utilizamos no transporte regular de
eleitores da zona rural.
Fazer transporte e fornecer alimentação no período eleitoral, quando vedado pela lei
A Lei dos Transporte em Zona Rural no dia das Eleições delimita as hipóteses em que o transporte será considerado
regular. São elas:
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Obstar a prestação dos serviços de transporte e alimentação prestados pela Justiça Eleitoral
É previsto como crime a utilização de bens públicos, especialmente veículos, com finalidade eleitoral.
LEI Nº 7.021/1982
A Lei nº 7.021/1982 trata da relação de eleitores, que é disponibilizada nos locais de votação. Essa relação
permanece aplicável às eleições realizada por intermédio do processamento eletrônico de votos. Assim, destruir,
suprimir ou danificar tal relação constitui crime.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Chegamos ao final de mais uma aula.
Até lá!
Ricardo Torques
rst.estrategia@gmail.com
@eleitoralparaconcurso
QUESTÕES COMENTADAS
MAGISTRATURA
1. (FGV/TJ-AP - 2022) Crimes eleitorais podem ser definidos como ilícitos penais que maculam o
processo democrático de alternância no poder, a liberdade do voto secreto e a própria cidadania. Condutas
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vedadas constituem ilícitos civil-eleitorais que se caracterizam por situações que podem denotar o uso
abusivo de poder político ou de autoridade com finalidade eleitoral.
Com base no exposto, é correto afirmar que:
A) para a caracterização do crime eleitoral, basta o resultado naturalístico da conduta, independentemente
da produção de dano ou perigo de dano à ordem jurídica eleitoral;
B) as condutas vedadas têm como destinatários agentes públicos e se submetem aos princípios da tipicidade
e da legalidade estrita;
C) o crime de uso de símbolos governamentais se consuma com o uso na propaganda de símbolos nacionais,
estaduais ou municipais;
D) a caracterização da prática de conduta vedada de divulgação de propaganda institucional no período não
permitido pela Justiça Eleitoral exige a demonstração do caráter eleitoreiro da publicidade;
E) não se admite a apuração concomitante de prática de abuso de poder político e econômico e de prática
de conduta vedada através de Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE).
Comentários
A alternativa A está incorreta. Existem diversos crimes eleitorais que não exigem o resultado naturalístico
por serem crimes formais.
A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. Lembre-se que as condutas vedadas estão previstas
no art. 73 da Lei 9.504/97, ou seja, estão tipicamente previstas em lei.
A alternativa C está incorreta. A alternativa está tratando do crime previsto no art. 40 da Lei das Eleições.
Existe uma importante decisão do TSE18 afirmando que não há vedação para o uso, na propaganda eleitoral,
dos símbolos nacionais, estaduais e municipais (bandeira, hino, cores), sendo punível a utilização indevida
nos termos da legislação de regência.
A alternativa D está incorreta. Para o TSE não há necessidade de se demonstrar o intuito eleitoral, basta o
agente público descumprir o art. 73 VI b da Lei das Eleições para configurar a prática vedada.
A alternativa E está incorreta. O TSE entende ser possível. veja excerto da decisão do TSE:
Há muito é assente nesta Corte Superior o entendimento de que ‘não há óbice a que haja
cumulação de pedidos na AIJE, apurando–se concomitantemente a prática de abuso de poder e
a infração ao art. 73 da Lei nº 9.504/97, seguindo–se o rito do art. 22 da LC nº 64/90’ [...]” (Ac.
de 6.5.2021 no RO-El nº 060038425, rel. Min. Tarcisio Vieira de Carvalho Neto.)
18
Res.-TSE nº 22268/2006:
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Comentários
A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. Como regra caberá a Justiça Eleitoral o julgamento de
crimes comuns conexos a crimes eleitorais, porém o TSE entende que há uma exceção que é o crime de
competência do Tribunal do Juri. Quando o crime doloso contra a vida é interligado a crime de competência
da Justiça Especial teremos separação de processos. Aplica-se para a Justiça Eleitoral e para a Justiça Militar.
3. (FCC/TJ-PE - 2015) É tipo penal eleitoral cuja pena cominada restringe-se à pena privativa de
liberdade, sem cominação de multa:
a) efetuar a mesa receptora a contagem dos votos da urna quando qualquer eleitor houver votado sob
impugnação.
b) subscrever o eleitor mais de uma ficha de registro de um ou mais partidos.
c) alterar nos mapas ou nos boletins de apuração a votação obtida por qualquer candidato ou lançar nesses
documentos votação que não corresponda às cédulas apuradas.
d) não receber ou não mencionar nas atas da eleição ou da apuração os protestos devidamente formulados
ou deixar de remetê-los à instância superior.
e) violar ou tentar violar o sigilo da urna ou dos invólucros.
Comentários
O art. 317, do CE, prevê que a pena de reclusão é de três a cinco anos para quem violar ou tentar violar o
sigilo da urna ou dos invólucros.
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Comentários
Art. 309. Votar ou tentar votar mais de uma vez, ou em lugar de outrem:
O item III está correto em razão do que dispõe o art. 357, §3º, do CE:
§ 3º Se o órgão do Ministério Público não oferecer a denúncia no prazo legal representará contra
ele a autoridade judiciária, sem prejuízo da apuração da responsabilidade penal.
Art. 377. O serviço de qualquer repartição, federal, estadual, municipal, autarquia, fundação do
Estado, sociedade de economia mista, entidade mantida ou subvencionada pelo poder público,
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ou que realiza contrato com este, inclusive o respectivo prédio e suas dependências não poderá
ser utilizado para beneficiar partido ou organização de caráter político.
5. (CESPE/TJBA - 2019) A respeito dos crimes eleitorais e do processo penal eleitoral, julgue os itens a
seguir.
I – No crime de calúnia eleitoral, a prova da verdade do fato é admitida ainda que, sendo o fato imputado
objeto de ação penal privada, o ofendido tenha sido condenado por sentença recorrível.
II – A transação penal e a suspensão condicional do processo não são admitidas no processo penal eleitoral.
III – Constitui crime a contratação, direta ou indireta, de grupo de pessoas com a finalidade de emitir
mensagens ou comentários na Internet para ofender a honra de candidato, partido ou coligação.
IV – De acordo com o Código Eleitoral, os TREs e o TSE possuem competência para julgar habeas corpus,
quando houver perigo de se consumar a violência antes que o juiz competente possa prover sobre a
impetração.
Assinale a opção correta.
a) Estão certos apenas os itens I e II.
b) Estão certos apenas os itens I e IV.
c) Estão certos apenas os itens II e III.
d) Estão certos apenas os itens III e IV.
e) Todos os itens estão certos.
Comentários
Nos termos do art. 324, §2º, inciso I, do Código Eleitoral, a prova da verdade do fato imputado não exclui o
crime de calúnia se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido foi condenado por
sentença recorrível. Deste modo, o item I está incorreto.
O item II está incorreto, pois, de acordo com a jurisprudência do TSE, a transação penal e a suspensão
condicional do processo são admitidas no processo penal eleitoral, salvo nos casos de crime que conta com
sistema punitivo especial. Cite-se, neste sentido: Respe 25137 e CC 37595.
O item III está certo, pois a conduta descrita está tipificada no art. 57-H, §1º, da Lei 9.504/97.
Por fim, o item IV está correto, pois encontra-se de acordo com a redação do arts. 22, I, “e” e 29, I, “e”, do
Código Eleitoral.
6. (CESPE/TJ-DF - 2014) Assinale a opção correta no que diz respeito a crimes eleitorais.
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a) É da justiça eleitoral a competência para o julgamento de crime comum conexo a crime eleitoral.
b) O foro especial por prerrogativa da função aplica-se a ex- prefeito acusado da prática de crime eleitoral.
c) Aplicam-se aos crimes eleitorais praticados por meio da imprensa, do rádio ou da televisão a disciplina do
CP e das leis penais extravagantes.
d) Para a tipificação do crime de corrupção eleitoral, exige-se que o eleitor venda seu voto.
e) Para a tipificação da captação ilícita de sufrágio, nome técnico da compra de voto, exige-se que a oferta
do bem ao eleitor seja feita diretamente pelo candidato.
Comentários
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. Os crimes comuns que sejam conexos a crimes
eleitorais deverão ser julgados pela Justiça Eleitoral.
A alternativa B está incorreta. O foro por prerrogativa de função decorre do próprio exercício da função,
dessa forma, não se aplica a prefeito que não mais exerce tal função.
A alternativa C está incorreta, pois o art. 288, do CE, é expresso em sentido contrário.
Art. 288. Nos crimes eleitorais cometidos por meio da imprensa, do rádio ou da televisão,
aplicam-se exclusivamente as normas deste Código e as remissões a outra lei nele contempladas.
Art. 299. Dar, oferecer, prometer, solicitar ou receber, para si ou para outrem, dinheiro, dádiva,
ou qualquer outra vantagem, para obter ou dar voto e para conseguir ou prometer abstenção,
AINDA QUE A OFERTA NÃO SEJA ACEITA:
A alternativa E está incorreta, pois para a configuração do crime entende-se que ela poderá ser feita por
qualquer pessoa. A penalidade será aplicada contra quem praticar atos de violência ou grave ameaça a
pessoa, com o fim de obter-lhe o voto, não impondo qualquer limita em relação ao candidato propriamente.
Veja que o caput do art. 299, do CE, não fala que o tipo penal eleitoral é próprio ou deve ser praticado por
determinada pessoa em específico.
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a) o tipo penal previsto no Código Eleitoral, conhecido como corrupção eleitoral, prevê como condutas típicas
prometer ou oferecer, para outrem, dinheiro ou qualquer outra vantagem para obter voto, sendo, portanto,
atípica a conduta de Joaquim, que apenas entregou o que foi solicitado por Antônio.
b) Joaquim e Antônio cometeram o crime de corrupção eleitoral, que para sua tipificação necessita que
estejam presentes as modalidades ativa e passiva, ou seja, de que haja oferta e a correspondente aceitação
de vantagem econômica, com bilateralidade.
c) o fato não pode ser considerado crime, pois a entrega foi realizada por pessoa outra que não Joaquim, o
candidato, sendo que a corrupção ativa eleitoral não pode ser praticada por qualquer pessoa, ou seja, a
conduta de entrega da vantagem não pode ser praticada por uma pessoa que possui interesses em ver um
candidato ser eleito.
d) a conduta de Joaquim configura ilícito penal, pois a corrupção eleitoral ativa independe da corrupção
eleitoral passiva, bastando para a caracterização do crime a conduta típica de dar vantagem,
independentemente até mesmo da aceitação da vantagem pelo sujeito passivo, no caso, Antônio.
e) se exige, para a configuração do ilícito penal, que o corruptor eleitoral passivo seja pessoa apta a votar e
como Antônio está com os direitos políticos suspensos, em razão de condenação criminal transitada em
julgado, não havendo que se falar em violação à liberdade do voto, motivo pelo qual a conduta de Joaquim
é atípica.
Comentários
De acordo com o art. 299, do CE, comete corrupção eleitoral aquele que dá, oferece, promete, solicita ou
recebe, para si ou para outrem, dinheiro, dádiva, ou qualquer outra vantagem, para obter ou dar voto e para
conseguir ou prometer abstenção, ainda que a oferta não seja aceita.
Art. 299. Dar, oferecer, prometer, solicitar ou receber, para si ou para outrem, dinheiro, dádiva,
ou qualquer outra vantagem, para obter ou dar voto e para conseguir ou prometer abstenção,
ainda que a oferta não seja aceita:
Dessa forma, para a configuração do ilícito penal, exige-se que o corruptor eleitoral passivo seja pessoa apta
a votar. E, como Antônio estava com os direitos políticos suspensos, em razão de condenação criminal
transitada em julgado, não há que se falar em violação à liberdade do voto, motivo pelo qual a conduta de
Joaquim é atípica.
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Comentários
A alternativa A está correta. Diz respeito a um crime de mão própria, que só pode ser praticado pelo eleitor,
de modo que não é admissível a coautoria.
A alternativa B está correta. O erro de tipo ocorre quando o agente acredita estar cometendo uma conduta
lícita, por desconhecimento, quando está cometendo uma conduta ilícita. Ele exclui apenas o dolo e não a
tipicidade.
A alternativa C está incorreta e é o gabarito da questão. Não há tal previsão no Código Eleitoral. Vejamos o
que dispõe o art. 299:
Art. 299. Dar, oferecer, prometer, solicitar ou receber, para si ou para outrem, dinheiro, dádiva,
ou qualquer outra vantagem, para obter ou dar voto e para conseguir ou prometer abstenção,
ainda que a oferta não seja aceita:
Art. 350. Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele
inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, para fins eleitorais:
Comentários
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Essa questão teve o seu gabarito alterado. Inicialmente a banca considerou como correta a alternativa D.
Mas dado o erro flagrante na assertiva I, ela modificou a resposta da questão, considerando como correta a
alternativa B. Vejamos:
A assertiva I, como vimos, está incorreta. De acordo com o art. 283, do CE:
Art. 283. Para os efeitos penais são considerados membros e funcionários da Justiça Eleitoral:
(...)
A assertiva II, por outro lado, está correta. De acordo com o art. 364, do CE:
Art. 364. No processo e julgamento dos crimes eleitorais e dos comuns que lhes forem conexos,
assim como nos recursos e na execução, que lhes digam respeito, aplicar-se-á, como lei
subsidiária ou supletiva, o Código de Processo Penal.
Disso, como já apontado no enunciado, podemos extrair que o nosso gabarito é, de fato, a alternativa B, “A
primeira afirmativa é falsa e a segunda é verdadeira”.
PROMOTOR
Comentários
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O Item I está correto. Trata-se do novo inciso IV do art. 327 do Código eleitoral. Fique atento aos incisos IV
e V vez que eles foram acrescentados pela Lei 14.192/2021.
Art. 327. As penas cominadas nos arts. 324, 325 e 326 aumentam-se de 1/3 (um terço) até
metade, se qualquer dos crimes é cometido:
III - na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a divulgação da ofensa.
O Item II está correto. Trata-se do novo art. 326-B que trouxe um novo tipo penal ao Código Eleitoral. Veja
abaixo o texto legal:
Art. 326-B. Assediar, constranger, humilhar, perseguir ou ameaçar, por qualquer meio, candidata
a cargo eletivo ou detentora de mandato eletivo, utilizando-se de menosprezo ou discriminação
à condição de mulher ou à sua cor, raça ou etnia, com a finalidade de impedir ou de dificultar a
sua campanha eleitoral ou o desempenho de seu mandato eletivo.
O Item III está correto. É o texto do parágrafo único do art. 326-B que trouxe a previsão de causa de aumento
de pena para o novo crime de violência política contra a mulher:
Parágrafo único. Aumenta-se a pena em 1/3 (um terço), se o crime é cometido contra mulher:
I – gestante;
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B) De acordo com a Lei Complementar 064/90 (Lei de Inelegibilidades), os que forem condenados, em
decisão transitada em julgado ou proferida por órgão judicial colegiado, desde a condenação até o transcurso
do prazo de 8 (oito) anos após o cumprimento da pena, por crimes culposos, por crimes definidos na Lei
9.099/95 como de menor potencial ofensivo e por crimes de ação penal privada, não sofrem restrições à
elegibilidade.
C) No dia das eleições, constitui crime, por exemplo, a propaganda de boca de urna, e constituem infrações
administrativas, por exemplo, o uso de alto-falantes e amplificadores de som.
D) A Lei 9.504/97 (Lei das Eleições), veda totalmente a propaganda eleitoral mediante outdoors e a utilização
de showmício e de eventos assemelhados para promoção de candidatos.
E) As arguições de inelegibilidade de candidatos aos cargos de Deputado Estadual, Deputado Federal,
Governador de Estado e Senador, por exemplo, devem ser feitas perante os Tribunais Regionais Eleitorais.
Comentários
A alternativa A está correta. Realmente o Ministério Público é legitimado para todas estas ações eleitorais.
e) os que forem condenados, em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão judicial
colegiado, desde a condenação até o transcurso do prazo de 8 (oito) anos após o cumprimento
da pena, pelos crimes:
§ 4º A inelegibilidade prevista na alínea e do inciso I deste artigo não se aplica aos crimes
culposos e àqueles definidos em lei como de menor potencial ofensivo, nem aos crimes de ação
penal privada.
A alternativa C está incorreta. O uso de alto-falantes e amplificadores de som também configuram crime
eleitoral previsto no art. 39 §5º I da Lei 9.504/97:
§ 5º Constituem crimes, no dia da eleição, puníveis com detenção, de seis meses a um ano, com
a alternativa de prestação de serviços à comunidade pelo mesmo período, e multa no valor de
cinco mil a quinze mil Ufirs:
V. nota ao art. 105, § 2º, desta lei sobre a Unidade Fiscal de Referência (Ufir).
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A alternativa E está correta, neste caso a competência será do TRE pelos cargos envolvidos na eleição.
12. (MPE-PR/MPE-PR - 2021) Sobre crimes eleitorais, assinale a alternativa correta:
A) O crime de falsificação de documento público, para fins eleitorais (Código Eleitoral, art. 348), é de ação
penal pública incondicionada, mas o crime de difamação de funcionário público no exercício de suas funções,
na propaganda eleitoral (Código Eleitoral, art. 325), é de ação penal pública condicionada à representação.
B) Os crimes eleitorais, em sua maioria, estão previstos no Código Eleitoral (Lei 4.737/65), havendo previsão
de outros crimes eleitorais em legislação especial, como a Lei 9.504/97 (Lei das Eleições) e a Lei
Complementar 064/90 (Lei de Inelegibilidades).
C) Os crimes eleitorais, por sua natureza, não admitem os institutos despenalizadores da transação penal e
da suspensão condicional do processo, previstos na Lei 9.099/95, e não admitem proposta de acordo de não
persecução penal, previsto no art. 28-A do Código de Processo Penal.
D) Dentre os crimes eleitorais previstos no Código Eleitoral (Lei 4.737/65), há modalidades de tipos dolosos
de ação, de tipos dolosos de omissão de ação e de tipos culposos.
E) No Código Eleitoral (Lei 4.737/65), dentre outros crimes, há previsão de crimes praticados exclusivamente
por servidores da Justiça Eleitoral e de crimes praticados exclusivamente por membros do Ministério Público,
não havendo, entretanto, previsão de crimes praticados exclusivamente por Magistrados.
Comentários
A alternativa A está incorreta. No âmbito dos crimes eleitorais, segundo previsão do art. 355 do Código
Eleitoral, todas as infrações serão de ação penal pública.
Art. 355. As infrações penais definidas neste código são de ação pública.
A alternativa B está correta. Como vimos em aula há sim tipos penais nas leis citadas.
A alternativa C está incorreta. Os institutos despenalizadores podem sim ser aplicados no âmbito eleitoral.
Veja abaixo uma decisão que comprova este entendimento:
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13. (FMP/MPE-AM - 2015) Em relação à infração de captação ilícita de sufrágio (art. 41-A da Lei nº
9.504/97), é correto afirmar que
a) a representação pela prática da conduta pode ser proposta antes do pedido de registro da candidatura.
b) a representação só pode ser proposta após o pedido de registro da candidatura, mas referir-se a fatos
praticados antes do pedido de registro.
c) a representação pode buscar a cassação do registro, mas não do diploma, uma vez que para este há o
Recurso Contra a Expedição de Diploma.
d) para sua caracterização é necessário que haja pedido explícito de votos e que a conduta seja levada a
efeito pelo próprio candidato.
e) como tutela à liberdade de voto, à vontade do eleitor, não se exige, para sua configuração, que o fato
imputado cause desequilíbrio nas eleições.
Comentários
A alternativa E está correta e é o gabarito da questão. O TSE não exige a aferição da potencialidade do fato
para desequilibrar as eleições:
A alternativa A está incorreta. O caput do art. 41-A prevê que a representação só pode ser proposta desde
o registro da candidatura (e não antes disso) e até o dia da eleição: “Ressalvado o disposto no art. 26 e seus
incisos, constitui captação de sufrágio, vedada por esta Lei, o candidato doar, oferecer, prometer, ou
entregar, ao eleitor, com o fim de obter-lhe o voto, bem ou vantagem pessoal de qualquer natureza, inclusive
emprego ou função pública, desde o registro da candidatura até o dia da eleição, inclusive, sob pena de multa
de mil a cinquenta mil Ufir, e cassação do registro ou do diploma, observado o procedimento previsto no art.
22 da Lei Complementar nº 64, de 18 de maio de 1990.”
A alternativa B está incorreta. Como visto na transcrição e destaque acima, a representação poderá ser
proposta desde o dia do registro da candidatura até o dia da eleição.
A alternativa C está incorreta. A representação pode gerar a cassação do registro ou do diploma. Nos termos
do caput do art. 41-A da Lei das Eleições: “Ressalvado o disposto no art. 26 e seus incisos, constitui captação
de sufrágio, vedada por esta Lei, o candidato doar, oferecer, prometer, ou entregar, ao eleitor, com o fim de
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obter-lhe o voto, bem ou vantagem pessoal de qualquer natureza, inclusive emprego ou função pública, desde
o registro da candidatura até o dia da eleição, inclusive, sob pena de multa de mil a cinquenta mil Ufir, e
cassação do registro ou do diploma, observado o procedimento previsto no art. 22 da Lei Complementar nº
64, de 18 de maio de 1990.”
A alternativa D está incorreta. O pedido explícito de votos é desnecessário, como dispõe o art. 41-A, §1º da
Lei nº 9.504/97: “Para a caracterização da conduta ilícita, é desnecessário o pedido explícito de votos,
bastando a evidência do dolo, consistente no especial fim de agir.”
14. (FCC/MPE-AP - 2012) A respeito dos crimes eleitorais, considere as afirmações abaixo.
I. Constitui crime eleitoral oferecer dinheiro a eleitor para abster-se de votar, mesmo que a oferta não seja
aceita.
II. O crime de injúria na propaganda eleitoral admite a exceção da verdade se o ofendido é funcionário
público e a ofensa é relativa ao exercício de suas funções.
III. Constitui crime eleitoral fazer propaganda pela imprensa escrita em língua estrangeira.
IV. Constitui crime eleitoral, deixar o órgão do Ministério Público de promover a execução de sentença
condenatória.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) II.
b) I e II.
c) III e IV.
d) I, II e III.
e) I, III e IV.
Comentários
Art. 299. Dar, oferecer, prometer, solicitar ou receber, para si ou para outrem, dinheiro, dádiva,
ou qualquer outra vantagem, para obter ou dar voto e para conseguir ou prometer abstenção,
ainda que a oferta não seja aceita.
O item II está incorreto, pois o crime de injúria na propaganda eleitoral NÃO admite a exceção da verdade
em nenhuma hipótese.
O item III está correto. Vejamos o que dispõe o art. 335 do CE:
Art. 335. Fazer propaganda, qualquer que seja a sua forma, em língua estrangeira.
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Parágrafo único. Além da pena cominada, a infração ao presente artigo importa na apreensão e
perda do material utilizado na propaganda.
Art. 342. Não apresentar o órgão do Ministério Público, no prazo legal, denúncia ou deixar de
promover a execução de sentença condenatória.
15. (CESPE/MPE-AC - 2014) Diva, prefeita candidata à reeleição, foi denunciada por ter difamado e
injuriado Helen, candidata opositora, durante a propaganda eleitoral gratuita veiculada na mídia, tendo-
lhe imputado fato ofensivo à sua reputação de servidora pública.
Em face dessa situação hipotética, assinale a opção correta à luz das disposições constitucionais e da
legislação eleitoral.
a) O juiz pode deixar de aplicar pena caso Helen, de forma reprovável, tenha provocado diretamente os
crimes, assim como no caso de retorção imediata que consista em outros crimes da mesma espécie.
b) Se o promotor de justiça eleitoral promover o arquivamento, o juiz poderá encaminhar os autos ao
procurador regional eleitoral, que deverá designar outro promotor para oferecer a denúncia.
c) Se a denúncia for recebida por juiz eleitoral, Diva poderá invocar, em seu favor, como matéria de defesa,
a incompetência do juízo, tese que tem sido acolhida pela justiça eleitoral, ao fundamento de que crime
cometido por prefeito deve ser julgado pelo tribunal de justiça.
d) A exceção da verdade é admitida para ambos os fatos, na medida em que Helen é servidora pública e a
ofensa foi relativa ao exercício das funções de agente público.
e) Verificadas as infrações penais, o MP tem prazo de dez dias para oferecer denúncia, independentemente
de representação, uma vez que os crimes eleitorais são de ação pública.
Comentários
A alternativa A está incorreta, pois a pena deixará de ser aplicada, pois só se aplica ao crime de injúria, e não
ao de difamação. Vejamos o art. 326:
Art. 326. Injuriar alguém, na propaganda eleitoral, ou visando a fins de propaganda, ofendendo-
lhe a dignidade ou o decoro:
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A alternativa B está incorreta. De acordo com os §§ 1º e 2º, do art. 357, se o MP requerer o arquivamento
do processo, o juiz poderá comunicar o Procurador Regional, o qual poderá oferecer a denúncia, designar
outro Promotor ou, ainda, insistir pelo arquivamento do feito. O erro da questão está em dizer que o juiz
deverá, obrigatoriamente, designar outro Promotor. Na verdade, o juiz somente comunica o Procurador
Regional que tomará, dentre as medidas citadas, aquela que entender cabível.
A alternativa C está incorreta, uma vez que se trata de crime eleitoral e deve ser julgado pela Justiça Eleitoral.
A alternativa D está incorreta, uma vez que a exceção da verdade atinge somente a difamação, e não a
injúria. Vejamos o art. 325, do CE.
Art. 325. Difamar alguém, na propaganda eleitoral, ou visando a fins de propaganda, imputando-
lhe fato ofensivo à sua reputação:
A alternativa E está correta e é o gabarito da questão. Como vimos, a ação penal eleitoral é ação pública e o
prazo de 10 dias para o MP oferecer denúncia está presente no art. 357, do CE.
Art. 357. Verificada a infração penal, o Ministério Público oferecerá a denúncia dentro do prazo
de 10 (dez) dias.
16. (CESPE/MPE-PI - 2012) No que diz respeito aos crimes e ao processo penal eleitoral, assinale a
opção correta.
a) Incide em crime o candidato que recusa obediência a determinação judicial de observância às regras de
propaganda eleitoral, ainda que dirigida exclusivamente a partidos e coligações.
b) No âmbito da justiça eleitoral, cabe ação penal privada subsidiária, mas é inadmissível ação penal pública
condicionada à representação do ofendido, em razão do interesse público ínsito à matéria eleitoral.
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c) O não comparecimento de mesário no dia da votação configura o crime, previsto no Código Eleitoral, de
recusar ou abandonar o serviço eleitoral sem justa causa.
d) Aquele que apenas auxilia terceiro a se alistar fraudulentamente, ainda que se aproveitando da
ingenuidade ou da ignorância deste, não comete o crime, previsto no Código Eleitoral, de induzir alguém a
se inscrever como eleitor.
e) Para a tipificação do crime de divulgar, na propaganda eleitoral, fatos sabidamente inverídicos em relação
a candidato e capazes de influenciar o eleitorado, não há necessidade de os textos imputados como
inverídicos serem frutos de matéria paga.
Comentários
A alternativa A está incorreta. O crime de desobediência em matéria eleitoral está previsto no art. 347, do
CE, vejamos:
Observe-se que a jurisprudência determinou que, para a configuração do crime, deve haver ordem judicial
direta e individualizada ao agente. Assim dispõe o entendimento do TSE, no HC n° 579.
Assim, se a ordem judicial referente à propaganda eleitoral for dirigida a partidos ou a coligação não poderá
ser criminalizada a conduta do candidato, uma vez que a ordem judicial não lhe foi dirigida.
A alternativa B está correta e é o gabarito da questão, de acordo com o entendimento do TSE no AC- TSE nº
21.295/2003. Vejamos a ementa:
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Trata-se, mais uma vez, de entendimento jurisprudencial. De acordo com entendimento do TSE no HC n°
638:
o não comparecimento de mesário no dia da votação não configura o crime estabelecido no art.
344 do CE, pois prevista punição administrativa no art. 124 do referido diploma, o qual não
contém ressalva quanto à possibilidade de cumulação com sanção de natureza penal.
A alternativa D está incorreta, pois tal tipo está previsto no art. 290, do Código Eleitoral.
Art. 290. Induzir alguém a se inscrever eleitor com infração de qualquer dispositivo deste Código:
Aqui temos que mencionar o acórdão do TSE n° 68/2005 que nos trouxe o seguinte entendimento:
A alternativa E está incorreta, pelo que prescreve o art. 323, do Código Eleitoral.
Art. 323. Divulgar, na propaganda, fatos que sabe inverídicos, em relação a partidos ou
candidatos e capazes de exercerem influência perante o eleitorado:
O TSE realizou a interpretação de tal dispositivo no AgRREspe n° 35.977 e entendeu pela necessidade de que
os textos imputados como inverídicos sejam fruto de matéria paga para tipificação do delito.
Comentários
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. Conforme prevê o art. 355, do Código Eleitoral, os
delitos eleitorais são crimes de ação penal pública incondicionada. Desse modo, cabe ao Ministério Público
Eleitoral a iniciativa da ação penal em relação a todos eles.
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A alternativa B está incorreta. O crime eleitoral não se confunde com crime de responsabilidade.
A alternativa C está incorreta. O crime eleitoral não pode dar causa a persecução penal contra pessoa
jurídica. A única possibilidade autorizada pela Constituição para punição da pessoa jurídica é por crime
ambiental.
A alternativa D está incorreta. De acordo com a Constituição e o Código Eleitoral, os crimes eleitorais
praticados pelo Presidente da República, por senador ou por deputado federal são julgados perante o STF.
Enquanto, os governadores dos estados são julgados pelo STJ, conforme entendimento do Tribunal Superior
Eleitoral, por ter o crime eleitoral a natureza de crime comum.
18. (CEFETBAHIA/MPE-BA - 2018) Os crimes contra a honra, previstos no Código Eleitoral (Lei nº
4.737/65), com a característica da especialidade, afastando a incidência da lei penal comum,
a) podem ser praticados em qualquer das fases do processo eleitoral.
b) têm sujeito passivo especial, isto é, apenas quem seja candidato a cargo eletivo, a partir do registro da
candidatura.
c) dependem do oferecimento de queixa crime, ou de representação, sujeitando a ação penal sempre à
iniciativa da vítima.
d) são sempre de ação penal pública, incondicionada, por iniciativa exclusiva do Ministério Público Eleitoral.
e) não comportam a exceção da verdade do fato imputado, diferentemente do que sucede na previsão da
lei penal comum.
Comentários
O art. 355, do Código Eleitoral, estabelece que as infrações penais definidas são de ação pública. Portanto, a
alternativa D está correta e é o gabarito da questão.
19. (CEFETBAHIA/MPE-BA - 2018) O crime de corrupção eleitoral, tipificado no art. 299 do Código
Eleitoral (diferente dos crimes de corrupção previstos nos arts. 317 e 333 do Código Penal),
a) somente contempla a chamada corrupção ativa, por parte de quem deseja alcançar a vantagem eleitoral.
b) abrange, a um só tempo, mas com pena diferenciada entre uma e outra, tanto a corrupção ativa quanto
a corrupção passiva.
c) exige sempre sujeito ativo especial, seja a corrupção ativa ou passiva.
d) contém pena idêntica, na estrutura única do tipo, para as formas ativa e passiva de corrupção eleitoral.
e) é tipo penal que exige apenas o dolo genérico, pois a execução da conduta não se vincula a um fim especial
de agir.
Comentários
A alternativa A está incorreta, pois o tipo penal também prevê a corrupção passiva, pois inclui as condutas
de dar, oferecer, prometer, solicitar ou receber.
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A alternativa B está incorreta, pois não há pena diferenciada para a corrupção ativa ou passiva.
A alternativa C está incorreta, pois não é exigido sujeito ativo especial. A conduta pode ser para si ou para
outrem.
Art. 299. Dar, oferecer, prometer, solicitar ou receber, para si ou para outrem, dinheiro, dádiva,
ou qualquer outra vantagem, para obter ou dar voto e para conseguir ou prometer abstenção,
ainda que a oferta não seja aceita:
Comentários
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. Segundo o TSE, o não comparecimento de mesário
no dia da votação não configura o crime estabelecido neste artigo. Vejamos o art. 344, do CE:
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A alternativa B está incorreta. Conforme entendimento do TSE, a declaração indireta de voto, desprovida de
qualquer forma de convencimento, de pressão ou de tentativa de persuasão, não constitui crime eleitoral.
A alternativa C está incorreta. No Código Eleitoral não há exceções aos crimes de ação penal pública.
A alternativa D está incorreta. O crime previsto no art. 299, do CE, não é considerado pela doutrina como
crime de mão própria, pois os delitos de mão própria, embora passíveis de serem cometidos por qualquer
pessoa, não são praticados por intermédio de outrem.
A alternativa E está incorreta. Se o corruptor for candidato a cargo eletivo, responderá por dois processos,
um na esfera penal, referente ao crime de corrupção, e outro na esfera eleitoral, relacionado à captação
ilícita de sufrágio.
21. (FMP Concursos/MPE-AM - 2015) Considere as seguintes alternativas sobre crimes eleitorais:
I – É incabível ação penal privada subsidiária no âmbito da Justiça Eleitoral.
II – Prefeito Municipal acusado da prática de crime eleitoral é julgado pelo Tribunal Regional Eleitoral.
III – A contratação e o fornecimento de transporte para comparecimento em comício configura o crime de
transporte irregular de eleitores previsto na Lei nº 6.091/74.
IV – O crime de corrupção eleitoral (art. 299 do Cód. Eleitoral), na sua modalidade ativa, pode ser praticado
por pessoa que não seja candidato.
Quais das assertivas acima estão corretas?
a) Apenas a I e II.
b) Apenas a II e III.
c) Apenas a II e IV.
d) Apenas a I, III e IV.
e) Apenas a II, III e IV.
Comentários
O item I está incorreto. O Código Eleitoral fala que a ação será pública, remetendo à ação incondicionada.
Contudo, por força do que dispõe o art. 5º, LIX, da CF, temos que admitir a ação privada em face dos crimes
de ação pública, se essa não for intentada. Observo que esse é um entendimento doutrinário e
jurisprudencial, não previsto no CE.
O item II está correto. Nos crimes eleitorais, o Prefeito Municipal é processado e julgado no Tribunal Regional
Eleitoral.
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O item III está incorreto. Não há na legislação eleitoral nenhuma proibição ao transporte de eleitores para
comícios. À proibição somente quanto ao transporte no dia das eleições, conforme prevê a Lei nº 6091/74.
O item IV está correto. O crime de corrupção eleitoral pode ser praticado por qualquer pessoa, candidato ou
não, desde que atue em benefício da candidatura de alguém. Se o corruptor for candidato a cargo eletivo,
responderá por dois processos, um na esfera penal, referente ao crime de corrupção, e outro na esfera
eleitoral, relacionado à captação ilícita de sufrágio.
Comentários
O CE prevê como crime eleitoral a conduta de caluniar alguém, na propaganda eleitoral, ou com objetivo de
propaganda na hipótese de imputar falsamente a alguém algum fato definido como crime eleitoral. É isso
que vem estabelecido no art. 324, caput, do CE.
A prova da verdade, pelo §1º desse dispositivo será admitida, e, nesse caso, exclui o crime praticado. Note
que a assertiva falar que a prova será admitida apenas quando o ofendido for funcionário público no exercício
das funções, o que está incorreto.
I - se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido, não foi condenado por
sentença irrecorrível;
III - se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido por sentença
irrecorrível.
Na realidade, a questão peca ao afirmar ao confundir a redação dos arts. 324 com o 325. No caso do art. 324,
que tratamos acima, a prova da verdade será aceita em regra, com três exceções nas quais não poderá ser
utilizada.
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Agora, no caso do art. 325 – que trata do crime de difamação na propaganda eleitoral – a exceção da verdade
somente se admite se o ofendido for funcionário público e a ofensa for relativa ao exercício das suas funções.
Veja:
Art. 325. Difamar alguém, na propaganda eleitoral, ou visando a fins de propaganda, imputando-
lhe fato ofensivo à sua reputação:
23. (MPE-SC - 2013) ANALISE CADA UM DOS ENUNCIADOS DAS QUESTÕES ABAIXO E ASSINALE
“CERTO" (C) OU "ERRADA" (E)
No crime eleitoral de injúria (art. 326 do Código Eleitoral), a retorsão imediata do ofendido à agressão verbal
do ofensor, caracterizadora de outra injúria, é hipótese de perdão judicial.
Comentários
A assertiva está correta. O crime de injúria eleitoral prevê a possibilidade de perdão judicial que nada mais
é do que a extinção da punibilidade condicionada a discricionariedade do juiz de, nos casos previstos em lei,
deixar de aplicar a pena. Vejamos o que prevê o art. 326.
Art. 326. Injuriar alguém, na propaganda eleitoral, ou visando a fins de propaganda, ofendendo-
lhe a dignidade ou o decoro:
DELEGADO
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Comentários
A alternativa A está incorreta. Tatiane terá detenção de até dois anos, por tentar violar o sigilo de voto.
Observe que o crime já envolve a tentativa. Vejamos o art. 312, do CE.
A alternativa B está incorreta. De acordo com o art. 326, §1º, o juiz pode deixar de aplicar a pena a Márcio.
Art. 326. Injuriar alguém, na propaganda eleitoral, ou visando a fins de propaganda, ofendendo-
lhe a dignidade ou o decoro:
Art. 355. As infrações penais definidas neste Código são de ação pública.
A alternativa E está incorreta. Luciano pegará reclusão de até três anos, por tentar votar mais de uma vez.
Art. 309. Votar ou tentar votar mais de uma vez, ou em lugar de outrem:
25. (VUNESP/PC-BA - 2018) A respeito das disposições penais do Código Eleitoral, assinale a alternativa
correta.
A) Constitui crime dar, oferecer, prometer, solicitar ou receber, para si ou para outrem, dinheiro, dádiva, ou
qualquer outra vantagem, para obter ou dar voto e para conseguir ou prometer abstenção, desde que a
oferta seja aceita.
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B) Constitui crime rubricar e fornecer a cédula oficial em outra oportunidade que não a de entrega desta ao
eleitor.
C) Constitui crime diminuir os preços de utilidades e serviços necessários à realização de eleições, tais como
transporte e alimentação de eleitores, impressão, publicidade e divulgação de matéria eleitoral.
D) Constitui crime observar a ordem em que os eleitores devem ser chamados a votar.
E) Constitui contravenção penal perturbar ou impedir de qualquer forma o alistamento.
Comentários
Art. 299. Dar, oferecer, prometer, solicitar ou receber, para si ou para outrem, dinheiro, dádiva,
ou qualquer outra vantagem, para obter ou dar voto e para conseguir ou prometer abstenção,
ainda que a oferta não seja aceita:
A alternativa B está correta e é o gabarito da questão, conforme prevê o art. 308, do Código Eleitoral:
Art. 308. Rubricar e fornecer a cédula oficial em outra oportunidade que não a de entrega da
mesma ao eleitor.
Art. 303. Majorar os preços de utilidades e serviços necessários à realização de eleições, tais
como transporte e alimentação de eleitores, impressão, publicidade e divulgação de matéria
eleitoral.
A alternativa D está incorreta. De acordo com o art. 306, do Código Eleitoral, constitui crime não observar a
ordem em que os eleitores devem ser chamados a votar.
A alternativa E está incorreta. É crime, e não contravenção, perturbar ou impedir de qualquer forma o
alistamento.
26. (VUNESP/PC-SP - 2018) Considere o seguinte caso hipotético: “X”, administrador financeiro da
campanha de “Y” à Prefeitura Municipal, apropria-se de recursos ou valores destinados ao financiamento
eleitoral, em proveito próprio.
É correto afirmar que “X”
A) não cometeu crime eleitoral, pois sua conduta tipifica crime previsto no Código Penal.
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Comentários
As alternativas A e C estão incorretas, pois “X” cometeu crime eleitoral previsto no art. 354-A, do Código
Eleitoral.
A alternativa D está incorreta, pois o crime é apenado com reclusão, e não com detenção.
A alternativa E está incorreta, visto que se trata de ação penal pública, tendo em vista que o direito violado
é de interesse público.
27. (UEG/PC-GO - 2018) Os crimes eleitorais cometidos por juízes eleitorais serão processados e
julgados
a) por juiz eleitoral de outra zona eleitoral.
b) pelo Tribunal Superior Eleitoral, após instrução realizada pela Corregedoria Regional Eleitoral à qual esteja
vinculado o magistrado processado.
c) pelo Tribunal Regional Eleitoral do Estado em que o magistrado processado exerce a sua jurisdição.
d) pelo Tribunal de Justiça, se o juiz eleitoral processado for Juiz de Direito, e pelo Tribunal Regional Federal,
se o juiz eleitoral processado for Juiz Federal.
e) pelo Conselho Nacional de Justiça, cabendo recurso ao Supremo Tribunal Federal.
Comentários
Questão que aborda o assunto competência, em especial, competência penal (crime comum vs. crime
eleitoral). Os crimes eleitorais cometidos por juízes eleitorais serão processados e julgados pelo Tribunal
Regional Eleitoral do Estado em que o magistrado processado exerce a sua jurisdição (alternativa C). Isso,
por conta de entendimento do STJ de que os crimes eleitorais são espécies de crime comum, por conta de
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ressalva constitucional expressa (art. 96, III) e por conta da letra recepcionada do Código Eleitoral (art. 29, I,
“d”). Vejamos:
CRFB
III - aos Tribunais de Justiça julgar os juízes estaduais e do Distrito Federal e Territórios, bem como
os membros do Ministério Público, nos crimes comuns e de responsabilidade, ressalvada a
competência da Justiça Eleitoral.
Código Eleitoral
Devemos lembrar que, por outro lado, não foi recepcionado o art. 22, I, “d”, do CE, que conferia ao TSE a
competência para processar e julgar os crimes eleitorais e conexos cometidos pelos Membros do próprio
TSE e dos TRE’s. Vamos conferir:
d) os crimes eleitorais e os comuns que lhes forem conexos cometidos pelos seus próprios juízes
e pelos juízes dos Tribunais Regionais;
Conforme abordado em aula, o STJ considerou que o crime eleitoral seria uma espécie de crime comum,
raciocínio que levou à conclusão de que o disposto no art. 22, I, “d”, do CE, teria dado lugar ao disposto nos
arts. 102, I, “c”, da CF, e 105, I, “a”, também da CF. Vejamos:
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a) nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do Distrito Federal, e, nestes e nos de
responsabilidade, os desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal,
os membros dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, os dos Tribunais Regionais
Federais, dos Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho, os membros dos Conselhos ou
Tribunais de Contas dos Municípios e os do Ministério Público da União que oficiem perante
tribunais;
Assim, sistematizando:
Crime comum cometido por membro do TSE => julgado pelo STF (art. 102, I, c, CF)
Crime eleitoral cometido por membro do TSE => julgado pelo STF (art. 22, I, d, CE; art. 102, I, c, CF)
Crime comum cometido por membro do TRE => julgado pelo STJ (art. 105, I, a, CF)
DeCrime
todo eleitoral
o exposto,cometido por membro
a alternativa do TREe =>
C é a correta é ojulgado
gabaritopelo STJ (art. 22, I, d, CE; art. 105, I, a, CF)
da questão.
Crime(ACAFE/PC-SC
28. comum cometido pelos
- 2014) SãoJuízes Eleitoraiscrimes
considerados => julgado pelo TJdentre
eleitorais, (art. 96, III, CF)exceto:
outros,
a)Crime
Majorar os preços
eleitoral de utilidades
cometido e serviços
pelos Juízes necessários
Eleitorais à pelo
=> julgado realização de 29,
TRE (art. eleições, tais como transporte e
I, d, CE)
alimentação de eleitores, impressão, publicidade e divulgação de matéria eleitoral.
b)Crime eleitoral
Valer-se e conexos
o servidor cometido
público por pessoa para
da sua autoridade comum => julgado
coagir alguémpelo Juizou
a votar Eleitoral (art.em
não votar 35,determinado
II)
candidato ou partido.
“O CRIME ELEITORAL É ESPÉCIE DE CRIME COMUM!”
c) Perturbar ou impedir de qualquer forma o alistamento.
d) Usar camisas, bonés, broches ou dísticos que revelem a manifestação da preferência do eleitor por partido
político, coligação ou candidato.
e) Fazer propaganda, qualquer que seja a sua forma, em língua estrangeira.
Comentários
Art. 303. Majorar os preços de utilidades e serviços necessários à realização de eleições, tais
como transporte e alimentação de eleitores, impressão, publicidade e divulgação de matéria
eleitoral.
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Art. 300. Valer-se o servidor público da sua autoridade para coagir alguém a votar ou não votar
em determinado candidato ou partido:
A alternativa D está incorreta e é o gabarito da questão, não havendo previsão de crime eleitoral semelhante
a este.
Art. 335. Fazer propaganda, qualquer que seja a sua forma, em língua estrangeira:
QUESTÕES CONCURSOS
Devido ao número reduzido de questões de Carreiras Jurídicas nessa aula, trouxemos uma bateria extra
de concursos.
29. (FCC/CLDF - 2018) Na propaganda gratuita na televisão, um candidato a deputado distrital difamou
um jornalista, que não é candidato a nenhum cargo, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação. Foi
deferido o direito de resposta. Nesse caso,
(A) o autor da ofensa pode opor a exceção da verdade.
(B) o deferimento do direito de resposta excluiu a ocorrência do delito de difamação.
(C) o fato constitui crime eleitoral punido com detenção e multa.
(D) somente se procede mediante queixa, por tratar-se de crime de ação exclusivamente privada.
(E) não há crime eleitoral, porque a ofensa foi praticada contra pessoa que não é candidato.
Comentários
A alternativa A está incorreta. Na difamação, que é o caso em tela, a exceção da verdade é exceção e só se
opera se o ofendido for funcionário público e a ofensa for relativa ao exercício das suas funções (art. 325,
parágrafo único, do Código Eleitoral).
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A alternativa C está correta, uma vez que o fato constitui, sim, crime eleitoral (segundo o TSE: (Ac.-TSE, de
14.12.2010, no HC n. 187635) “[há] desnecessidade de que a ofensa seja praticada contra candidato para a
tipificação do crime previsto neste artigo”) e ele é punido com pena de detenção e multa (art. 325, CE).
Lembrando que: (i) na calúnia, haverá detenção E multa (art. 324, CE), (ii) na difamação, haverá detenção E
multa (art. 325, CE), e (iii) na injúria, haverá detenção OU multa (art. 326, CE).
A alternativa D está incorreta, uma vez que, conforme o art. 355, todas as infrações penais definidas no CE
são de ação pública.
E a alternativa E está incorreta, uma vez que, como já dito, é desnecessário que a ofensa seja direcionada a
candidato para que o crime se configure (comentário da alternativa C).
Comentários
A alternativa A está incorreta, pois não é necessário qualquer prejuízo ao serviço eleitoral para a
consumação do crime. Não é necessário qualquer prejuízo ao serviço eleitoral para a consumação do crime.
A alternativa B está igualmente incorreta, pois conforme classificação que apresentamos em aula, o crime
de violação de sigilo do voto é comum e pode ser praticado por qualquer pessoa.
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Confira:
A alternativa C está incorreta, pois conforme abordado no quadro de aula, trata-se de crime eleitoral que
não admite modalidade culposa.
Veja:
Art. 341. Retardar a publicação ou não publicar, o diretor ou qualquer outro funcionário de órgão
oficial federal, estadual, ou municipal, as decisões, citações ou intimações da Justiça Eleitoral:
A alternativa D também está incorreta. De acordo com Lei 6.091/1974 também constitui crime eleitoral
atender às requisições de veículos para serem utilizados no transporte regular de eleitores da zona rural.
Vejamos:
Pena - pagamento de 200 a 300 dias-multa, além da apreensão do veículo para o fim previsto;
Art. 2º Se a utilização de veículos pertencentes às entidades previstas no art. 1º não for suficiente
para atender ao disposto nesta Lei, a Justiça Eleitoral requisitará veículos e embarcações a
particulares, DE PREFERÊNCIA OS DE ALUGUEL.
Parágrafo único. Os serviços requisitados serão pagos, até trinta dias depois do pleito, a preços
que correspondam aos critérios da localidade. A despesa correrá por conta do Fundo Partidário.
Conforme acima declinado, o desatendimento, por particular, de requisição de veículos para transporte de
eleitores da zona rural mesmo quando inexistam veículos de aluguel para requisição, é crime eleitoral.
Por fim, a alternativa E está correta e é o gabarito da questão. Vejamos o tipo previsto no art. 297, do Código
Eleitoral.
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Veja, de acordo com o quadro acima não há tentativa, não sendo necessário efetivamente impedir o
exercício do sufrágio para caracterização do delito. Assim, correta a alternativa ao mencionar que o crime se
configura mesmo quando não haja prejuízo ao eleitor impedido de votar. Se não foi impedido, foi, ao menos
embaraçado.
31. (FCC/Câmara Municipal de São Paulo-SP - 2014) No dia da eleição, a propaganda de boca de urna
a) só é proibida se realizada por grupo de pessoas.
b) é proibida e constitui crime, de acordo com a legislação em vigor.
c) só é proibida se realizada de forma acintosa e inconveniente
d) é permitida, desde que a cem metros dos locais de votação.
e) é permitida, desde que a duzentos metros do local de votação.
Comentários
A alternativa B está correta e é o gabarito da questão, tendo em vista o art. 39, § 5º, inciso II. Observe que a
propaganda boca de urna é expressamente apontada como conduta típica na Lei das Eleições.
Art. 39. A realização de qualquer ato de propaganda partidária ou eleitoral, em recinto aberto ou
fechado, não depende de licença da polícia.
§ 5º Constituem crimes, no dia da eleição, puníveis com detenção, de seis meses a um ano, com
a alternativa de prestação de serviços à comunidade pelo mesmo período, e multa no valor de
cinco mil a quinze mil UFIR:
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32. (FCC/TRE-SE - 2015) Tício abandonou o serviço eleitoral sem justa causa. A conduta de Tício
(A) não é crime, nem sujeita o infrator à multa administrativa.
(B) não é crime, mas sujeita o infrator à multa administrativa.
(C) é crime eleitoral punido com reclusão.
(D) é crime eleitoral punido com detenção ou multa.
(E) é crime eleitoral punido apenas com prestação de serviços à comunidade.
Comentários
Com base no que prescreve o dispositivo acima, a alternativa D está correta e é o gabarito da questão.
33. (FCC/TRE-AP - 2015) Pedro, candidato a Prefeito Municipal, sabendo que Paulo era simpatizante de
seu adversário no pleito eleitoral, ofereceu-lhe dinheiro para conseguir a sua abstenção, mas a oferta não
foi aceita por Paulo. A conduta de Pedro é
(A) simples irregularidade na campanha eleitoral, passível de multa.
(B) penalmente irrelevante, pois não visava obter o voto do eleitor para si.
(C) crime eleitoral punido com reclusão e multa.
(D) crime eleitoral punido com detenção.
(E) penalmente irrelevante, porque a oferta não foi aceita.
Comentários
A conduta praticada por Pedro constitui o crime eleitoral enquadrado no artigo 299, do CE.
Art. 299. Dar, oferecer, prometer, solicitar ou receber, para si ou para outrem, dinheiro, dádiva,
ou qualquer outra vantagem, para obter ou dar voto e para conseguir ou prometer abstenção,
ainda que a oferta não seja aceita:
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Cabe mencionar, ainda, que a julgado do TSE19, no sentido de que o crime resta qualificado mesmo que a
pessoa não aceite a oferta.
VOTO - OBTENÇÃO OU DAÇÃO - PRÁTICA CRIMINOSA. A teor do disposto no artigo 299 do Código
Eleitoral, pratica crime quem dá, oferece, promete, solicita ou recebe, para si ou para outrem,
dinheiro, dádiva ou qualquer outra vantagem, para obter ou dar voto e para conseguir ou
prometer abstenção, ainda que a oferta não seja aceita. Em síntese, o tipo alcança não só aquele
que busca o voto ou a abstenção, mas também o que solicita ou recebe vantagem para a prática
do ato à margem da cidadania.
34. (FCC/TRE-AP - 2015) José, Governador do Estado, valendo-se de seu cargo e da sua autoridade,
intervém no funcionamento da Mesa Receptora, a pretexto de alterar o processo de votação para torná-
lo mais ágil. A conduta de José é
(A) legítima, porque objetivava agilizar o processo eleitoral.
(B) legítima, tendo em conta o cargo por ele exercido.
(C) mera infração administrativa, sujeita à pena de multa.
(D) crime eleitoral punido com detenção e multa.
(E) legítima, se não houver emprego de violência física ou moral.
Comentários
Art. 305. Intervir autoridade estranha à Mesa Receptora, salvo o Juiz Eleitoral, no seu
funcionamento sob qualquer pretexto:
19
Recurso Especial Eleitoral nº 198, Acórdão de 26/02/2013, Relator(a) Min. MARCO AURÉLIO MENDES DE FARIAS MELLO,
Publicação: DJE - Diário de justiça eletrônico, Tomo 101, Data 31/5/2013, Página 48.
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Comentários
Dentre os crimes citados acima, apenas aquele mencionado na alternativa B é punível com detenção,
conforme art. 312, do CE.
Art. 309. Votar ou tentar votar mais de uma vez, ou em lugar de outrem:
36. (FCC/TRE-PB - 2015) Segundo o Art. 349 do Código Eleitoral: Falsificar, no todo ou em parte,
documento particular ou alterar documento particular verdadeiro, para fins eleitorais. Pena – reclusão até
5 anos e pagamento de 3 a 10 dias-multa.
Como o tipo legal não especifica, o mínimo da pena de reclusão que poderá ser imposta será de
(A) 6 meses.
(B) 1 mês.
(C) 1 dia.
(D) 15 dias.
(E) 1 ano.
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Comentários
Art. 284. Sempre que este Código não indicar o grau mínimo, entende-se que será ele de quinze
dias para a pena de detenção e de um ano para a de reclusão.
Comentários
Art. 355. As infrações penais definidas neste Código são de ação pública.
Apenas isso é o suficiente para responder à questão, contudo, cumpre observar que, em aula, trouxemos a
seguinte distinção, plenamente aceita pela doutrina e jurisprudência:
AÇÃO PENAL
38. (FCC/TRE-PB - 2015) No tocante às Disposições Penais previstas no Código Eleitoral, considere:
I. Para os efeitos penais são considerados membros e funcionários da Justiça Eleitoral os cidadãos que
temporariamente integram órgãos da Justiça Eleitoral.
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II. Divulgar, na propaganda, fatos que sabe inverídicos, em relação a partidos ou candidatos, e capazes de
exercerem influência perante o eleitorado, é conduta tipificada no Código Eleitoral como crime eleitoral,
sujeito seu infrator a pena de detenção de 2 meses a 1 ano, ou pagamento de 120 a 150 dias-multa.
III. Quando a lei determina a agravação ou atenuação da pena sem mencionar o quantum, deve o juiz fixá-lo
entre 1/5 e 1/3, guardados os limites da pena cominada ao crime.
Está correto o que se afirma em
(A) I e II, apenas
(B) I e III, apenas.
(C) II, apenas.
(D) III, apenas.
(E) I, II e III.
Comentários
O item I está correto em razão do que prevê o art. 283, II, do CE:
Art. 283. Para os efeitos penais são considerados membros e funcionários da Justiça Eleitoral:
Art. 323. Divulgar, na propaganda, fatos que sabe inverídicos, em relação a partidos ou
candidatos e capazes de exercerem influência perante o eleitorado: Pena - detenção de dois
meses a um ano, ou pagamento de 120 a 150 dias-multa.
O item III está correto em razão do que prevê o art. 285 do CE:
Art. 285. Quando a lei determina a agravação ou atenuação da pena sem mencionar o
"quantum", deve o juiz fixá-lo entre um quinto e um terço, guardados os limites da pena
cominada ao crime.
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Comentários
A alternativa B não encontra tipificação penal correspondente na legislação penal e, portanto, é o gabarito
da questão.
Art. 309. Votar ou tentar votar mais de uma vez, ou em lugar de outrem:
Art. 311. Votar em Seção Eleitoral em que não está inscrito, salvo nos casos expressamente
previstos, e permitir, o Presidente da Mesa Receptora, que o voto seja admitido:
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c) II e IV.
d) III e IV.
e) I, II e III.
Comentários
O item I está incorreto. Ao invés de “mesmo sem justa causa”, exige-se para a configuração do crime a justa
causa. Vejamos o art. 344, do CE:
Art. 299. Dar, oferecer, prometer, solicitar ou receber, para si ou para outrem, dinheiro, dádiva,
ou qualquer outra vantagem, para obter ou dar voto e para conseguir ou prometer abstenção,
ainda que a oferta não seja aceita:
Art. 301. Usar de violência ou grave ameaça para coagir alguém a votar, ou não votar, em
determinado candidato ou partido, ainda que os fins visados não sejam conseguidos:
O item IV está incorreto, pois o tipo excetua o Juiz Eleitoral. Notem a redação do art. 305, do CE:
Art. 305. Intervir autoridade estranha à Mesa Receptora, salvo o Juiz Eleitoral, no seu
funcionamento sob qualquer pretexto:
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d) fornecer qualquer pessoa refeições aos eleitores da zona urbana no dia da eleição.
e) deixar o eleitor de votar e não se justificar perante o Juiz Eleitoral até sessenta dias após a realização da
eleição.
Comentários
II - desatender à requisição de que trata o Art. 2 (disponibilização de veículos solicitados pela JE):
IV- obstar, por qualquer forma, a prestação dos serviços previstos nos artigos 4 (publicação do
quadro de horários dos transportes fornecidos pela JE) e 8 desta Lei, atribuídos à Justiça Eleitoral:
V- utilizar em campanha eleitoral, no decurso dos 90 (noventa) dias que antecedem o pleito,
veículos e embarcações pertencentes à União, Estados, Territórios, Municípios e respectivas
autarquias e sociedades de economia mista:
Logo, a alternativa E não consta dos incisos e é o gabarito da questão. Todas as demais alternativas constam
no rol de crimes da Lei nº 6.091/1974.
Comentários
A alternativa A está incorreta, pois a conduta constitui o crime previsto no art. 297, do CE:
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A alternativa B é a correta e gabarito da questão, pois “prender eleitor em flagrante delito no dia da eleição”
não é um crime eleitoral. Devemos lembrar que a prisão entre os 5 dias que antecedem o pleito e 48 horas
após deve observar o art. 236 caput e §1º, do CE:
Art. 236. Nenhuma autoridade poderá, desde 5 (cinco) dias antes e até 48 (quarenta e oito) horas
depois do encerramento da eleição, prender ou deter qualquer eleitor, salvo em flagrante delito
ou em virtude de sentença criminal condenatória por crime inafiançável, ou, ainda, por
desrespeito a salvo-conduto.
A alternativa C está incorreta, pois a conduta constitui o crime previsto no art. 295 do CE:
A alternativa D está incorreta, pois a conduta constitui o crime previsto no art. 335 do CE:
Art. 335. Fazer propaganda, qualquer que seja a sua forma, em língua estrangeira:
Finalmente, a alternativa E está, também, incorreta, em razão do que prevê o art. 331 do CE:
43. (FCC/TRE-AL - 2010) Dentre os crimes a seguir relacionados, previstos no Código Eleitoral, o que
prevê pena máxima privativa de liberdade mais grave é aquele em que
a) o juiz efetua fraudulentamente a inscrição de alistando.
b) há uso de violência ou grave ameaça para coagir alguém a votar, ou não votar, em determinado candidato
ou partido, ainda que os fins visados não sejam conseguidos.
c) oferece-se dinheiro ou qualquer outra vantagem para obter voto, ainda que a oferta não seja aceita.
d) impede-se ou embaraça-se o exercício do sufrágio.
e) induz-se alguém a se inscrever eleitor com infração de qualquer dispositivo do Código Eleitoral.
Comentários
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Alternativa A:
Alternativa B:
Art. 301. Usar de violência ou grave ameaça para coagir alguém a votar, ou não votar, em
determinado candidato ou partido, ainda que os fins visados não sejam conseguidos:
Alternativa C:
Art. 299. Dar, oferecer, prometer, solicitar ou receber, para si ou para outrem, dinheiro, dádiva,
ou qualquer outra vantagem, para obter ou dar voto e para conseguir ou prometer abstenção,
ainda que a oferta não seja aceita:
Alternativa D:
Alternativa E:
Art. 290 Induzir alguém a se inscrever eleitor com infração de qualquer dispositivo deste Código.
Comentários
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A assertiva está correta. De acordo com o art. 11, V, da Lei n.º 6.091/74, que fixa regras para o fornecimento
gratuito de transporte, em dias de eleição, a situação descrita constitui crime, cuja pena é o cancelamento
do registro do candidato ou de seu diploma, se já eleito. Vejamos o dispositivo:
V - utilizar em campanha eleitoral, no decurso dos 90 (noventa) dias que antecedem o pleito,
veículos e embarcações pertencentes à União, Estados, Territórios, Municípios e respectivas
autarquias e sociedades de economia mista:
45. (FCC/TRE-RO - 2013) Gilson, candidato a Prefeito Municipal, chamou seu adversário Lindomar de
ladrão de casaca, sem indicar fatos que justifiquem essa ofensa. Nesse caso, Gilson responderá pelo crime
eleitoral de
a) injúria.
b) divulgação de calúnia.
c) divulgação de fato inverídico.
d) calúnia.
e) difamação.
Comentários
Nesse caso, Gilson responderá pelo crime eleitoral de injúria. Trata-se do crime previsto no art. 326, do
Código Eleitoral.
Art. 326. Injuriar alguém, na propaganda eleitoral, ou visando a fins de propaganda, ofendendo-
lhe a dignidade ou o decoro:
§ 2º Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, por sua natureza ou meio empregado,
se considerem aviltantes:
Pena – detenção de três meses a um ano e pagamento de 5 a 20 dias-multa, além das penas
correspondentes à violência prevista no Código Penal.
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LISTA DE QUESTÕES
MAGISTRATURA
1. (FGV/TJ-AP - 2022) Crimes eleitorais podem ser definidos como ilícitos penais que maculam o
processo democrático de alternância no poder, a liberdade do voto secreto e a própria cidadania. Condutas
vedadas constituem ilícitos civil-eleitorais que se caracterizam por situações que podem denotar o uso
abusivo de poder político ou de autoridade com finalidade eleitoral.
Com base no exposto, é correto afirmar que:
A) para a caracterização do crime eleitoral, basta o resultado naturalístico da conduta, independentemente
da produção de dano ou perigo de dano à ordem jurídica eleitoral;
B) as condutas vedadas têm como destinatários agentes públicos e se submetem aos princípios da tipicidade
e da legalidade estrita;
C) o crime de uso de símbolos governamentais se consuma com o uso na propaganda de símbolos nacionais,
estaduais ou municipais;
D) a caracterização da prática de conduta vedada de divulgação de propaganda institucional no período não
permitido pela Justiça Eleitoral exige a demonstração do caráter eleitoreiro da publicidade;
E) não se admite a apuração concomitante de prática de abuso de poder político e econômico e de prática
de conduta vedada através de Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE).
2. (VUNESP/TJ-SP - 2021) Ao ingressar em um local de votação e tentar votar em nome de outra
pessoa, o agente é impedido pelo mesário em serviço e, em razão disso, contra ele, efetua disparos com
arma de fogo, dando causa à sua morte. Considerando que o artigo 78 do CPP, ao estabelecer regras de
competência, prevê, em seu inciso IV, que, “no concurso entre a jurisdição comum e a especial, prevalecerá
esta”, e diante da ocorrência conjunta de um crime eleitoral e um crime doloso contra a vida, é correto
afirmar que,
A) atingindo bens tutelados de forma diferenciada, não se vê a conexão necessária à manutenção da
unicidade do processo.
B) ocorrendo crime eleitoral conexo com crime doloso contra a vida, o julgamento deverá ser cindido,
cabendo a cada tribunal julgar o crime de sua competência.
C) nos termos da lei processual, deve prevalecer a unicidade do processo, competindo o julgamento à Justiça
Eleitoral.
D) ante a ocorrência de crime mais grave, afrontoso à tutela do bem maior, a vida, deve prevalecer a
unicidade do processo, competindo o julgamento ao Tribunal do Júri.
3. (FCC/TJ-PE - 2015) É tipo penal eleitoral cuja pena cominada restringe-se à pena privativa de
liberdade, sem cominação de multa:
a) efetuar a mesa receptora a contagem dos votos da urna quando qualquer eleitor houver votado sob
impugnação.
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d) O crime de falsidade ideológica eleitoral pode ser cometido mediante inserção de informação falsa em
prestação de contas de campanha ou omissão de informação que dela deveria constar.
9. (CONSULPLAN/TJ-MG - 2018) Avalie as seguintes asserções e a relação proposta entre elas.
I. “Para efeitos penais do Código Eleitoral, não são membros nem funcionários da Justiça Eleitoral aqueles
por esta requisitados.”
PORQUE
II. “O julgamento dos crimes eleitorais e dos comuns que lhe foram conexos, assim como nos recursos e na
execução que lhes digam respeito, aplicar-se-á, como lei supletiva ou subsidiária, o Código de Processo
Penal.”
A respeito dessas asserções, assinale a alternativa correta.
A) A segunda afirmativa é falsa e a primeira verdadeira.
B) A primeira afirmativa é falsa e a segunda é verdadeira.
C) As duas afirmativas são verdadeiras e a segunda justifica a primeira.
D) As duas afirmativas são verdadeiras, mas a segunda não justifica a primeira.
PROMOTOR
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A) O Ministério Público tem legitimidade para propor ação de impugnação de mandato eletivo, ação de
impugnação de registro de candidatura, recurso contra expedição de diploma e ação de investigação judicial
eleitoral.
B) De acordo com a Lei Complementar 064/90 (Lei de Inelegibilidades), os que forem condenados, em
decisão transitada em julgado ou proferida por órgão judicial colegiado, desde a condenação até o transcurso
do prazo de 8 (oito) anos após o cumprimento da pena, por crimes culposos, por crimes definidos na Lei
9.099/95 como de menor potencial ofensivo e por crimes de ação penal privada, não sofrem restrições à
elegibilidade.
C) No dia das eleições, constitui crime, por exemplo, a propaganda de boca de urna, e constituem infrações
administrativas, por exemplo, o uso de alto-falantes e amplificadores de som.
D) A Lei 9.504/97 (Lei das Eleições), veda totalmente a propaganda eleitoral mediante outdoors e a utilização
de showmício e de eventos assemelhados para promoção de candidatos.
E) As arguições de inelegibilidade de candidatos aos cargos de Deputado Estadual, Deputado Federal,
Governador de Estado e Senador, por exemplo, devem ser feitas perante os Tribunais Regionais Eleitorais.
12. (MPE-PR/MPE-PR - 2021) Sobre crimes eleitorais, assinale a alternativa correta:
A) O crime de falsificação de documento público, para fins eleitorais (Código Eleitoral, art. 348), é de ação
penal pública incondicionada, mas o crime de difamação de funcionário público no exercício de suas funções,
na propaganda eleitoral (Código Eleitoral, art. 325), é de ação penal pública condicionada à representação.
B) Os crimes eleitorais, em sua maioria, estão previstos no Código Eleitoral (Lei 4.737/65), havendo previsão
de outros crimes eleitorais em legislação especial, como a Lei 9.504/97 (Lei das Eleições) e a Lei
Complementar 064/90 (Lei de Inelegibilidades).
C) Os crimes eleitorais, por sua natureza, não admitem os institutos despenalizadores da transação penal e
da suspensão condicional do processo, previstos na Lei 9.099/95, e não admitem proposta de acordo de não
persecução penal, previsto no art. 28-A do Código de Processo Penal.
D) Dentre os crimes eleitorais previstos no Código Eleitoral (Lei 4.737/65), há modalidades de tipos dolosos
de ação, de tipos dolosos de omissão de ação e de tipos culposos.
E) No Código Eleitoral (Lei 4.737/65), dentre outros crimes, há previsão de crimes praticados exclusivamente
por servidores da Justiça Eleitoral e de crimes praticados exclusivamente por membros do Ministério Público,
não havendo, entretanto, previsão de crimes praticados exclusivamente por Magistrados.
13. (FMP/MPE-AM - 2015) Em relação à infração de captação ilícita de sufrágio (art. 41-A da Lei nº
9.504/97), é correto afirmar que
a) a representação pela prática da conduta pode ser proposta antes do pedido de registro da candidatura.
b) a representação só pode ser proposta após o pedido de registro da candidatura, mas referir-se a fatos
praticados antes do pedido de registro.
c) a representação pode buscar a cassação do registro, mas não do diploma, uma vez que para este há o
Recurso Contra a Expedição de Diploma.
d) para sua caracterização é necessário que haja pedido explícito de votos e que a conduta seja levada a
efeito pelo próprio candidato.
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e) como tutela à liberdade de voto, à vontade do eleitor, não se exige, para sua configuração, que o fato
imputado cause desequilíbrio nas eleições.
14. (FCC/MPE-AP - 2012) A respeito dos crimes eleitorais, considere as afirmações abaixo.
I. Constitui crime eleitoral oferecer dinheiro a eleitor para abster-se de votar, mesmo que a oferta não seja
aceita.
II. O crime de injúria na propaganda eleitoral admite a exceção da verdade se o ofendido é funcionário
público e a ofensa é relativa ao exercício de suas funções.
III. Constitui crime eleitoral fazer propaganda pela imprensa escrita em língua estrangeira.
IV. Constitui crime eleitoral, deixar o órgão do Ministério Público de promover a execução de sentença
condenatória.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) II.
b) I e II.
c) III e IV.
d) I, II e III.
e) I, III e IV.
15. (CESPE/MPE-AC - 2014) Diva, prefeita candidata à reeleição, foi denunciada por ter difamado e
injuriado Helen, candidata opositora, durante a propaganda eleitoral gratuita veiculada na mídia, tendo-
lhe imputado fato ofensivo à sua reputação de servidora pública.
Em face dessa situação hipotética, assinale a opção correta à luz das disposições constitucionais e da
legislação eleitoral.
a) O juiz pode deixar de aplicar pena caso Helen, de forma reprovável, tenha provocado diretamente os
crimes, assim como no caso de retorsão imediata que consista em outros crimes da mesma espécie.
b) Se o promotor de justiça eleitoral promover o arquivamento, o juiz poderá encaminhar os autos ao
procurador regional eleitoral, que deverá designar outro promotor para oferecer a denúncia.
c) Se a denúncia for recebida por juiz eleitoral, Diva poderá invocar, em seu favor, como matéria de defesa,
a incompetência do juízo, tese que tem sido acolhida pela justiça eleitoral, ao fundamento de que crime
cometido por prefeito deve ser julgado pelo tribunal de justiça.
d) A exceção da verdade é admitida para ambos os fatos, na medida em que Helen é servidora pública e a
ofensa foi relativa ao exercício das funções de agente público.
e) Verificadas as infrações penais, o MP tem prazo de dez dias para oferecer denúncia, independentemente
de representação, uma vez que os crimes eleitorais são de ação pública.
16. (CESPE/MPE-PI - 2012) No que diz respeito aos crimes e ao processo penal eleitoral, assinale a
opção correta.
a) Incide em crime o candidato que recusa obediência a determinação judicial de observância às regras de
propaganda eleitoral, ainda que dirigida exclusivamente a partidos e coligações.
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b) No âmbito da justiça eleitoral, cabe ação penal privada subsidiária, mas é inadmissível ação penal pública
condicionada à representação do ofendido, em razão do interesse público ínsito à matéria eleitoral.
c) O não comparecimento de mesário no dia da votação configura o crime, previsto no Código Eleitoral, de
recusar ou abandonar o serviço eleitoral sem justa causa.
d) Aquele que apenas auxilia terceiro a se alistar fraudulentamente, ainda que se aproveitando da
ingenuidade ou da ignorância deste, não comete o crime, previsto no Código Eleitoral, de induzir alguém a
se inscrever como eleitor.
e) Para a tipificação do crime de divulgar, na propaganda eleitoral, fatos sabidamente inverídicos em relação
a candidato e capazes de influenciar o eleitorado, não há necessidade de os textos imputados como
inverídicos serem frutos de matéria paga.
17. (CESPE/MPE-RR - 2017) O crime eleitoral
a) é de ação penal pública incondicionada, cabendo ação penal privada subsidiária da pública no caso de
inércia do MP.
b) caracteriza-se como crime de responsabilidade ou crime comum, conforme o autor da infração esteja ou
não exercendo mandato eletivo.
c) pode dar causa a persecução penal contra pessoa jurídica.
d) praticado por juiz de TRE será julgado originariamente pelo TSE.
18. (CEFETBAHIA/MPE-BA - 2018) Os crimes contra a honra, previstos no Código Eleitoral (Lei nº
4.737/65), com a característica da especialidade, afastando a incidência da lei penal comum,
a) podem ser praticados em qualquer das fases do processo eleitoral.
b) têm sujeito passivo especial, isto é, apenas quem seja candidato a cargo eletivo, a partir do registro da
candidatura.
c) dependem do oferecimento de queixa crime, ou de representação, sujeitando a ação penal sempre à
iniciativa da vítima.
d) são sempre de ação penal pública, incondicionada, por iniciativa exclusiva do Ministério Público Eleitoral.
e) não comportam a exceção da verdade do fato imputado, diferentemente do que sucede na previsão da
lei penal comum.
19. (CEFETBAHIA/MPE-BA - 2018) O crime de corrupção eleitoral, tipificado no art. 299 do Código
Eleitoral (diferente dos crimes de corrupção previstos nos arts. 317 e 333 do Código Penal),
a) somente contempla a chamada corrupção ativa, por parte de quem deseja alcançar a vantagem eleitoral.
b) abrange, a um só tempo, mas com pena diferenciada entre uma e outra, tanto a corrupção ativa quanto
a corrupção passiva.
c) exige sempre sujeito ativo especial, seja a corrupção ativa ou passiva.
d) contém pena idêntica, na estrutura única do tipo, para as formas ativa e passiva de corrupção eleitoral.
e) é tipo penal que exige apenas o dolo genérico, pois a execução da conduta não se vincula a um fim especial
de agir.
20. (MPE-PR/MPE-PR - 2016) Assinale a alternativa correta:
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a) O não comparecimento de mesário no dia da votação, desprovido de prévia justificativa, não configura o
crime previsto no art. 344 do Código Eleitoral - “Recusar ou abandonar o serviço eleitoral sem justa causa.
Pena: detenção de até dois meses ou o pagamento de 90 a 120 dias-multa”;
b) No dia da eleição, o eleitor que comparece, sozinho, ao local de votação usando broche com a inscrição
de nome e número de candidato incide no crime previsto no artigo 39, § 5º, inciso III, da Lei n. 9504/1997 -
“Constituem crimes, no dia da eleição, puníveis com detenção, de seis meses a um ano, com a alternativa de
prestação de serviços à comunidade pelo mesmo período, e multa no valor de cinco mil a quinze mil UFIR:
(…) III – a divulgação de qualquer espécie de propaganda de partidos políticos ou de seus candidatos.”;
c) Todos os crimes eleitorais procedem-se mediante ação penal pública, exceto os crimes de calúnia, 6
difamação e injúria na propaganda eleitoral, previstos nos artigos 324, 325 e 326, respectivamente, do
Código Eleitoral;
d) O crime previsto no artigo 299 do Código Eleitoral - “Dar, oferecer, prometer, solicitar ou receber, para si
ou para outrem, dinheiro, dádiva, ou qualquer outra vantagem, para obter ou dar voto e para conseguir ou
prometer abstenção, ainda que a oferta não seja aceita. Pena – reclusão até quatro anos e pagamento de
cinco a quinze dias-multa.” - é considerado pela doutrina como crime de mão própria;
e) Se o autor da conduta típica descrita no artigo 299 do Código Eleitoral - “Dar, oferecer, prometer, solicitar
ou receber, para si ou para outrem, dinheiro, dádiva, ou qualquer outra vantagem, para obter ou dar voto e
para conseguir ou prometer abstenção, ainda que a oferta não seja aceita. Pena – reclusão até quatro anos
e pagamento de cinco a quinze dias-multa.” for candidato, não responderá criminalmente, mas apenas pela
captação ilícita de sufrágio, prevista no art. 41-A da Lei n. 9.504/97, que pode conduzir à cassação do registro
ou diploma do candidato e aplicação de multa.
21. (FMP Concursos/MPE-AM - 2015) Considere as seguintes alternativas sobre crimes eleitorais:
I – É incabível ação penal privada subsidiária no âmbito da Justiça Eleitoral.
II – Prefeito Municipal acusado da prática de crime eleitoral é julgado pelo Tribunal Regional Eleitoral.
III – A contratação e o fornecimento de transporte para comparecimento em comício configura o crime de
transporte irregular de eleitores previsto na Lei nº 6.091/74.
IV – O crime de corrupção eleitoral (art. 299 do Cód. Eleitoral), na sua modalidade ativa, pode ser praticado
por pessoa que não seja candidato.
Quais das assertivas acima estão corretas?
a) Apenas a I e II.
b) Apenas a II e III.
c) Apenas a II e IV.
d) Apenas a I, III e IV.
e) Apenas a II, III e IV.
22. (MPE-SC - 2016) Julgue:
O Código Eleitoral prevê como crime a conduta de caluniar alguém, na propaganda eleitoral, ou visando fins
de propaganda, imputando-lhe falsamente fato definido como crime. A exceção da verdade, nestes casos,
somente se admite se o ofendido é funcionário público e o fato imputado é relativo ao exercício de suas
funções.
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23. (MPE-SC - 2013) ANALISE CADA UM DOS ENUNCIADOS DAS QUESTÕES ABAIXO E ASSINALE
“CERTO" (C) OU "ERRADA" (E)
No crime eleitoral de injúria (art. 326 do Código Eleitoral), a retorsão imediata do ofendido à agressão verbal
do ofensor, caracterizadora de outra injúria, é hipótese de perdão judicial.
DELEGADO
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QUESTÕES CONCURSOS
29. (FCC/CLDF - 2018) Na propaganda gratuita na televisão, um candidato a deputado distrital difamou
um jornalista, que não é candidato a nenhum cargo, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação. Foi
deferido o direito de resposta. Nesse caso,
(A) o autor da ofensa pode opor a exceção da verdade.
(B) o deferimento do direito de resposta excluiu a ocorrência do delito de difamação.
(C) o fato constitui crime eleitoral punido com detenção e multa.
(D) somente se procede mediante queixa, por tratar-se de crime de ação exclusivamente privada.
(E) não há crime eleitoral, porque a ofensa foi praticada contra pessoa que não é candidato.
30. (FCC/TRE-SP - 2017) Sobre os crimes eleitorais, é correto afirmar que o
a) crime de recusar ou abandonar serviço eleitoral exige a comprovação do prejuízo concreto causado aos
serviços eleitorais e dolo de causar este prejuízo.
b) crime de violação de sigilo do voto somente pode ser praticado por funcionário da Justiça Eleitoral.
c) crime de retardar a publicação de atos da Justiça Eleitoral comporta a figura culposa.
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d) desatendimento, por particular, de requisição de veículos para transporte de eleitores da zona rural
mesmo quando inexistam veículos de aluguel para requisição, constitui infração eleitoral, sem a tipificação
criminal.
e) crime de impedir ou embaraçar o exercício do sufrágio configura-se mesmo quando não haja prejuízo ao
eleitor impedido de votar.
31. (FCC/Câmara Municipal de São Paulo-SP - 2014) No dia da eleição, a propaganda de boca de urna
a) só é proibida se realizada por grupo de pessoas.
b) é proibida e constitui crime, de acordo com a legislação em vigor.
c) só é proibida se realizada de forma acintosa e inconveniente
d) é permitida, desde que a cem metros dos locais de votação.
e) é permitida, desde que a duzentos metros do local de votação.
32. (FCC/TRE-SE - 2015) Tício abandonou o serviço eleitoral sem justa causa. A conduta de Tício
(A) não é crime, nem sujeita o infrator à multa administrativa.
(B) não é crime, mas sujeita o infrator à multa administrativa.
(C) é crime eleitoral punido com reclusão.
(D) é crime eleitoral punido com detenção ou multa.
(E) é crime eleitoral punido apenas com prestação de serviços à comunidade.
33. (FCC/TRE-AP - 2015) Pedro, candidato a Prefeito Municipal, sabendo que Paulo era simpatizante
de seu adversário no pleito eleitoral, ofereceu-lhe dinheiro para conseguir a sua abstenção, mas a oferta
não foi aceita por Paulo. A conduta de Pedro é
(A) simples irregularidade na campanha eleitoral, passível de multa.
(B) penalmente irrelevante, pois não visava obter o voto do eleitor para si.
(C) crime eleitoral punido com reclusão e multa.
(D) crime eleitoral punido com detenção.
(E) penalmente irrelevante, porque a oferta não foi aceita.
34. (FCC/TRE-AP - 2015) José, Governador do Estado, valendo-se de seu cargo e da sua autoridade,
intervém no funcionamento da Mesa Receptora, a pretexto de alterar o processo de votação para torná-
lo mais ágil. A conduta de José é
(A) legítima, porque objetivava agilizar o processo eleitoral.
(B) legítima, tendo em conta o cargo por ele exercido.
(C) mera infração administrativa, sujeita à pena de multa.
(D) crime eleitoral punido com detenção e multa.
(E) legítima, se não houver emprego de violência física ou moral.
35. (FCC/TRE-AP - 2015) É punido com pena de detenção o crime eleitoral de
(A) votar ou tentar votar mais de uma vez.
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b) há uso de violência ou grave ameaça para coagir alguém a votar, ou não votar, em determinado candidato
ou partido, ainda que os fins visados não sejam conseguidos.
c) oferece-se dinheiro ou qualquer outra vantagem para obter voto, ainda que a oferta não seja aceita.
d) impede-se ou embaraça-se o exercício do sufrágio.
e) induz-se alguém a se inscrever eleitor com infração de qualquer dispositivo do Código Eleitoral.
44. (FCC/TRE-GO - 2011) Julgue o item a seguir.
De acordo com a Lei no 6.091/74, utilizar em campanha eleitoral, no decurso dos noventa dias que
antecedem o pleito, veículos e embarcações pertencentes à União, Estados, Municípios e respectivas
autarquias e sociedades de economia mista, acarreta o cancelamento do registro do candidato ou de seu
diploma, se já houver sido proclamado eleito.
45. (FCC/TRE-RO - 2013) Gilson, candidato a Prefeito Municipal, chamou seu adversário Lindomar de
ladrão de casaca, sem indicar fatos que justifiquem essa ofensa. Nesse caso, Gilson responderá pelo crime
eleitoral de
a) injúria.
b) divulgação de calúnia.
c) divulgação de fato inverídico.
d) calúnia.
e) difamação.
GABARITO
MAGISTRATURA
1. B
2. B
3. E
4. A
5. D
6. A
7. E
8. C
9. B
PROMOTOR
10. E
11. C
12. B
13. E
14. E
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15. E
16. B
17. A
18. D
19. D
20. A
21. C
22. INCORRETA
23. CORRETA
DELEGADO
24. C
25. B
26. B
27. C
28. D
QUESTÕES CONCURSOS
29. C
30. E
31. B
32. D
33. C
34. D
35. B
36. E
37. A
38. E
39. B
40. B
41. E
42. B
43. A
44. CORRETA
45. A
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