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MEDICINA
IVANA ANTUNES
SÃO PAULO
2023
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SUMÁRIO
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11. CASOS ..................................................................................................................................... 31
11.1. CASO 1 ............................................................................................................................ 31
11.2. CASO 2 ............................................................................................................................ 31
11.3. CASO 3 ............................................................................................................................ 32
11.4. CASO 4 ............................................................................................................................ 33
11.5. CASO 5 ............................................................................................................................ 34
11.6. CASO 6 ............................................................................................................................ 35
12. CONCLUSÃO ......................................................................................................................... 35
13. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................... 37
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1. REFLEXÃO ACERCA DO CONSUMO DE ÁLCOOL NA HISTÓRIA
1.1.1. Antecedentes
Essa campanha para proibir o álcool nos EUA começa no final do século XIX,
muito atrelada às Igrejas (Metodista, Batista e Luterana) e, a partir disso, alguns
partidos políticos foram fundados, como o Partido da Proibição (“Prohibition Party”).
Na Primeira Guerra Mundial (1914-1918), a luta pela proibição do álcool
aproveitou-se da aversão popular à Alemanha, para jogar a culpa aos imigrantes
alemães pela disseminação de bares.
Em 17 de janeiro de 1920, entra em vigor a Lei Seca, que coloca como ilegal
a produção, transporte e venda de bebidas alcoólicas, apesar de não proibir o
consumo de álcool. A lei colocou como bebida alcoólica qualquer bebida que
possuísse mais de 0,5% de álcool.
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das bebidas alcoólicas. Junto disso, a violência aumentou exponencialmente,
principalmente por conta de conflitos entre as ‘’gangues’’ em busca do domínio do
tráfico.
A impunidade também era extremamente elevada, já que quando eram
detidos, os ‘’gangsters’’ usavam o dinheiro do tráfico para contratar os melhores
advogados do país, e, além disso, intimidavam juízes e promotores. Sendo assim, a
promulgação da Lei Seca nos EUA criou um monstro com o qual o Estado não
conseguia lidar, criando uma grande oposição à Lei Seca, que foi revogada no ano
de 1933.
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1.3. CONTEXTO DE CRIAÇÃO DA LEI SECA
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2. ESTATÍSTICA SOBRE A OCORRÊNCIA DE ACIDENTES DE TRÂNSITO
RELACIONADOS AO CONSUMO E ÁLCOOL
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A Organização Pan Americana de Saúde exibe o álcool como um fator de
risco importante nos óbitos e lesões geradas no trânsito. Globalmente, no ano de
2016, aproximadamente 1,35 milhões de pessoas foram a óbito devido a acidentes
de trânsito e 27% desses acidentes foram associados ao consumo de álcool,
correspondendo a um valor de 370.000 mortes associadas à ingestão de álcool em
acidentes de trânsito por todo o mundo.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica o trânsito brasileiro como o
quarto mais violento do continente americano. São Paulo, no ano de 2017, foi o
estado com maior número de óbitos no trânsito, sendo a segunda maior causa
desses acidentes a direção alcoolizada, segundo o “Jornal da USP”, publicado em
15 de Março de 2018.
A ação do Ministério da Saúde VIGITEL (Vigilância de Fatores de Risco e
Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), no ano de 2019,
apresentou dados a respeito da condução de veículos motorizados após o consumo
de bebidas alcoólicas. A frequência de adultos que alegaram dirigir veículos
motorizados após o consumo de qualquer dose de bebida alcoólica variou de 1,6%,
em Recife, a 14,4%, em Palmas. As maiores frequências encontradas entre os
homens foram observadas em Boa Vista (20%), Palmas (19,4%) e Teresina (17,8%),
já as menores frequências, entre os homens, ocorreram em Recife (2,8%), em
Vitória (4,6%) e no Rio de Janeiro (4,9%). As maiores frequências encontradas entre
as mulheres foram observadas em Palmas (9,9%), Florianópolis (5,4%) e Campo
Grande (5,1%), já as menores frequências, entre as mulheres, ocorreram em Maceió
(0,4%), Recife e Porto Alegre (0,7%) e Natal (1%), informações contidas na tabela e
figuras abaixo.
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Fonte: VIGITEL 2019
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Fonte: VIGITEL 2019
O VIGITEL 2019 expõe que, no conjunto das 27 cidades, 5,6% dos indivíduos
disseram dirigir veículos motorizados após a ingestão de bebidas alcoólicas, sendo a
proporção maior em homens (9,7%) do que em mulheres (2,1%). É observada a
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diminuição da frequência da condução de veículos após a ingestão de álcool a partir
dos 35 anos de idade, em mulheres, e a partir dos 45 anos, em homens. Conforme o
nível de escolaridade é descrito, é possível notar mudanças na frequência da
condição da direção após consumo de álcool. Dados presentes na tabela a seguir.
Fonte: Detran SP
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Fonte: Ministério da Infraestrutura
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aquele que fosse encontrado com concentração de álcool superior a seis
decigramas/litro de sangue achava-se impedido de dirigir veículo automotor.
Desse modo, ao longo de dois anos praticamente houve um enfrentamento
entre o artigo 165 do limite zero e o artigo 276, no qual dizia da concentração de
álcool superior a seis decigramas/litro de sangue.
Ademais, só em 2008 ocorreu a lei nº 11.705, que ficou conhecida como a Lei
Seca, veio para tratar de forma mais rígida as questões da alcoolemia e ela tratou
até algumas questões de forma mais rigorosa, mas foi a parte do crime do artigo 306
que foi o grande pecado e que precisou de um reparo que só foi ocorrer em
2012; em 2008, com a Lei Seca, fixou-se a penalidade da infração de trânsito do
artigo 165 em 12 meses, já em relação ao limite etílico, foi alterado em 2008 o artigo
276 para dizer que quem conduzisse por qualquer concentração de álcool por litro
de sangue estaria sujeito às sanções previstas no artigo 165, e isso deu
aplicabilidade ao que já estava previsto nas normas ainda em 2006, por isso, em
2018, a Câmara dos Deputados fez uma homenagem aos dez anos do limite zero,
quando, na verdade, o limite zero completaria dez anos em 2016, se não fosse a
demora para alterar o artigo 276, ocorrendo só em 2008 e ele melhorou a
redação no ano de 2012.
Algumas pessoas chamam de Segunda Lei Seca a lei nº 12.760, de 2012,
onde sua principal novidade foi o aumento da multa: o fator multiplicador passou de
cinco para dez vezes, além de dobrar também esse valor em caso de reincidência
em até 12 meses, além do artigo 306, na seara criminal, onde se a pessoa não
soprar o etilômetro ela não produziria prova contra si e ela não seria presa, altera
também o artigo 277 e ela insere no parágrafo a alteração da capacidade
psicomotora, da forma com que o agente pode produzir aquela prova, ou seja,
através de filmagens, de fotos, de vídeos, de prova testemunhal e, agora, também,
através da capacidade psicomotora, onde o agente vai preencher alguns dos 18
quesitos para que aquela pessoa esteja sob influência de álcool ou outra substância
psicoativa, para que tenhamos a caracterização da infração do artigo 165.
A lei nº 13.281, de 2016, é a lei que mais alterou nosso Código de Trânsito
Brasileiro, ela alterou 33 artigos do código e acrescentou quatro novos artigos e
dentre esses quatro surgiu o artigo 165-A, que se destina para aquela pessoa que
se nega a ser submetida ao exame com etilômetro, mas que tenha mais de uma
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situação de alteração da capacidade psicomotora, a infração dela será do artigo 165.
Segue a redação do artigo 165-A.
“Art. 165-A. Recusar-se a ser submetido a teste, exame clínico, perícia ou outro
procedimento que permita certificar influência de álcool ou outra substância
psicoativa, na forma estabelecida pelo art. 277:
Infração – gravíssima;
Penalidade – multa (dez vezes) e suspensão do direito de dirigir por 12 (doze)
meses;
Medida administrativa – recolhimento do documento de habilitação e retenção do
veículo, observado o disposto no § 4º do art. 270.
Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa prevista no caput em caso de
reincidência no período de até 12 (doze) meses”
5. LEI SECA
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Considerando a versão mais atual da lei nº 11.705, o artigo 165 determina
que a presença de qualquer quantidade de álcool por litro de sangue será
considerada condução de veículo sob a influência de álcool. Contanto que a
concentração seja inferior a seis decigramas, será caracterizada infração de trânsito,
de natureza gravíssima – atribuindo-se, portanto, sete pontos à carteira nacional de
habilitação –, que resultará em multa, cujo fator multiplicador será dez (assim, o
valor será de 2.934 reais e 70 centavos), suspensão do direito de dirigir por até 12
meses, com recolhimento do documento de habilitação, além de retenção do veículo
até apresentação de condutor em condições adequadas. Em caso de reincidência
dentro de 12 meses, a penalidade aumentará, com a multa sendo aplicada em
dobro.
Segundo o artigo 277, o condutor de veículo envolvido em acidente de
trânsito poderá ser submetido a procedimentos que permitam constatar a influência
de álcool e, ainda no artigo 165, destaca-se que o condutor que se recusar a ser
submetido a esses procedimentos será considerado infrator, recebendo sete pontos
na carteira de nacional de habilitação, multa, de fator multiplicador dez, suspensão
do direito de dirigir por até 12 meses, com recolhimento do documento de
habilitação, e retenção do veículo. Em caso de reincidência dentro de 12 meses, a
penalidade igualmente aumentará, com a multa sendo aplicada em dobro. Ressalta-
se que infrações previstas poderão ser caracterizadas, através de imagem, vídeo ou
sinais que denotem alteração da capacidade psicomotora, bem como por testes,
exame clínico, perícia ou outros procedimentos técnicos.
No artigo 306, determina-se que quantidade igual ou superior a 0,3 miligrama
de álcool por litro de ar alveolar ou seis decigramas de álcool por litro de sangue ou,
ainda, presença de sinais que indiquem alteração da capacidade psicomotora
caracterizarão crime de trânsito, cuja pena será de detenção, de seis meses a três
anos, multa e suspensão do direito de dirigir. A verificação das condições poderá ser
realizada através de teste de alcoolemia ou toxicológico, exame clínico, perícia,
vídeo, prova testemunhal ou outros meios. Para este caso, vale lembrar que,
conforme o artigo 293 do Código de Trânsito Brasileiro, a suspensão do direito de
dirigir somente se iniciará quando o sentenciado já estiver em liberdade, após o
cumprimento do período de detenção.
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Ainda, o artigo 310 do Código de Trânsito Brasileiro refere que permitir ou
entregar a direção de veículo a pessoa que não esteja em condições de conduzi-lo
com segurança, por exemplo, por embriaguez, é crime e o resultará em detenção,
de seis meses a um ano, ou multa.
É importante pontuar que a condução de veículo automotor após o consumo
de bebidas alcoólicas frequentemente está associada a circunstâncias que agravam
as penalidades dos crimes de trânsito, especificadas no artigo 298 do Código de
Trânsito, como potencial dano a duas ou mais pessoas ou grande risco de grave
dano patrimonial, conforme descrito no inciso I, ou sobre faixa de trânsito destinada
a pedestres, conforme o inciso VII. Além dessas situações, o artigo 291 também
destaca o caráter de gravidade desse crime de trânsito, quando considera que, se
ocorrido com o agente alcoolizado, não se tratará de lesão corporal culposa, mas
dolosa, em que o agente assumiu os riscos dos potenciais resultados; neste caso, a
pena será determinada com base no Código Penal e o juiz dará especial atenção
aos critérios de culpabilidade do agente e circunstâncias e consequências do crime.
Ademais, são descritas restrições à venda e a propagandas de bebidas
alcoólicas. No artigo segundo, proíbe-se a venda ou oferecimento de bebida com
álcool na faixa de domínio de rodovia federal ou em terrenos contíguos com acesso
à faixa de domínio, em que a violação da disposição implica multa de 1.500 reais;
em caso de reincidência dentro de 12 meses, a multa será dobrada e a autorização
de acesso à rodovia, suspenso. No artigo quarto, atribui-se à Polícia Rodoviária
Federal a fiscalização e a aplicação dessas multas, podendo-se firmar convênio com
Estados e Municípios para compartilhamento dessas responsabilidades. No artigo
sétimo, determina-se que deve haver, afixado na parte interna do estabelecimento
em que se vende bebida alcoólica, a advertência de que é crime dirigir sob a
influência de álcool, inclusive podendo resultar em detenção.
No Brasil, a Lei Seca é definida pelo governo federal, nos EUA, os estados
podem definir suas próprias regras. Sendo assim, as penalidades aplicadas variam,
porém, dirigir com nível superior a 8% (0,8 g/L) é ilegal em quaisquer circunstâncias,
em todos os estados. Ademais, enquadra-se também como regra para todos os
estados motoristas menores de 21 anos que dirijam com qualquer quantia de álcool
detectada têm a habilitação suspensa em todos os estados.
Em relação a quantidades séricas menores de 0,8 g/L de álcool, as
penalidades variam de estado para estado, podendo assemelhar-se aos motoristas
com nível superior a 8%.
Já em casos mais graves, em que há feridos ou morte, a pena para quem
mata alguém ao dirigir embriagado vai de cinco a 15 anos de prisão. O acusado tem
de 24 a 48 horas para se apresentar à justiça. E o veredito costuma sair em seis
meses, no máximo, um ano.
6.2. CANADÁ
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E para casos de motoristas reincidentes aplica-se também o chamado
“balloune” ou “BAC”, que se refere à instalação de medidor de álcool no ar
expirado, como em um bafômetro, e, se for detectado uma quantia indevida, o
carro não liga.
6.3. CHINA
O limite permitido na China de teor alcoólico é de 0,2 a 0,8 g/L, que resulta
em penalidades como multa e seis meses de suspensão da habilitação, e acima de
0,8 g/L, o resultado é três anos de prisão e cinco anos de suspensão da habilitação.
Caso o motorista tenha causado acidente com sérios ferimentos ou morte, a
habilitação pode ser suspensa para sempre, ainda mais, se ocorrer um acidente com
vítima fatal provocado por um condutor alcoolizado, o motorista poderá receber pena
de morte.
6.4. JAPÃO
No que se refere ao Japão, é conhecido por ser um país com regras rígidas.
E essas regras também se repetem com relação ao trânsito.
O Japão não é um país que proíbe completamente dirigir bêbado. As
penalidades acontecem somente quando a pessoa faz o bafômetro e o nível de
álcool de 0,15 mg por litro de ar. Dessa maneira, é só assim que o condutor é
considerado como dirigindo sob influência de álcool.
As penalidades aplicadas neste caso são de três anos de trabalho e multa de
até 500.000 ienes. Dirigir embriagado também é punível com prisão com trabalho
por até cinco anos e multa de até um milhão de ienes.
6.5. SUÉCIA
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Dirigir sob efeito de álcool é considerado um crime sério na Suécia, sujeito a
multas ou penas de até seis anos de prisão.
Na Suécia o limite máximo é de 0,02% de nível de álcool no sangue para
motoristas.
Implantam barreiras eletrônicas, parecidas com as cancelas dos pedágios
brasileiros e, caso detecte o motorista alcoolizado, a barreira permanece fechada até
a chegada das autoridades policiais.
Também cabe ressaltar que motoristas reincidentes são obrigados a adaptar
ao painel uma trava de bafômetro de um a dois anos dependendo da severidade da
infração cometida.
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4. Realização de campanhas de informação, sensibilização e mobilização da
opinião pública quanto às consequências do uso indevido e do abuso de
bebidas alcoólicas;
5. Redução da demanda de álcool por populações vulneráveis;
6. Segurança pública;
7. Referente à associação álcool e trânsito:
7.1. Difundir a alteração promovida no Código de Trânsito Brasileiro pela lei no
11.275, de sete de fevereiro de 2006, quanto à comprovação de estado de
embriaguez;
7.2. Recomendar a inclusão no curso de reciclagem, previsto no artigo 268 do
Código de Trânsito Brasileiro, de conteúdo referente às técnicas de
intervenção breve para usuários de álcool;
7.3. Recomendar a revisão dos conteúdos sobre uso de álcool e trânsito nos
cursos de formação de condutores e para a renovação da carteira de
habilitação;
7.4. Recomendar a inclusão do tema álcool e trânsito na grade curricular da
Escola Pública de Trânsito;
7.5. Elaborar medidas para a proibição da venda de bebidas alcoólicas nas
faixas de domínio das rodovias federais;
8. Referente à capacitação de profissionais e agentes multiplicadores de
informações sobre temas relacionados à saúde, educação, trabalho e
segurança pública;
9. Estabelecimento de parceria com os municípios para a recomendação de
ações municipais:
9.2. Apoiar os Municípios na implementação de medidas de proibição da
venda de bebidas alcoólicas em postos de gasolina;
9.3. Incentivar o estabelecimento de parcerias com sindicatos, associações
profissionais e comerciais para a adoção de medidas de redução dos
riscos e danos associados ao uso indevido e ao abuso de bebidas
alcoólicas.
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Seguem exemplos de campanhas de conscientização.
Fonte: Infocarro
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A lei nº 11.705, de 2008, artigo segundo, veda a venda varejista ou o
oferecimento de bebidas alcoólicas para consumo em locais situados na faixa de
domínio de rodovia federal ou em terrenos contíguos à faixa de domínio com acesso
direto à rodovia. Ficam fora desta restrição, os estabelecimentos localizados em
área urbana, de acordo com a delimitação dada pela legislação de cada município
ou do Distrito Federal.
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Restrição de vendas para quem já se encontra embriagado, sendo que essa é
uma lei que já existe, mas atualmente não há punição ao estabelecimento,
assim, a proposta é instituir punição e fiscalização.
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de saúde, padrão de consumo e contextos relacionados à ingestão de bebidas
alcoólicas.
Além disso, cabe frisar que o corpo da mulher apresenta baixos níveis das
enzimas envolvidas na metabolização do etanol e, dessa forma, este perdura em
seus organismos por um período mais longo. Portanto, a população feminina é mais
sensível aos efeitos do álcool em comparação à população masculina,
essencialmente em razão dos aspectos fisiológicos. Por exemplo, o álcool dilui-se
facilmente com os líquidos corporais e, como as mulheres possuem,
proporcionalmente, menos água que os homens, o álcool torna-se significativamente
mais concentrado em seu organismo, o que agrava seus efeitos.
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tem a capacidade de inibir a liberação do hormônio responsável pelo controle da
reabsorção de água, provocando aumento da diurese, com maior vontade de urinar.
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9.2.3. Fase do sono
O último estágio das fases de embriaguez, a fase do sono ou fase comatosa,
é aquela em que o estado geral do agente encontra-se completamente
comprometido. O andar cambaleante, a dificuldade de se manter em posição
ortostática sem se apoiar em quaisquer objetos, a perda da noção de higiene
pessoal, até chegar, ao estágio de sono profundo. A capacidade de entendimento e
as habilidades motoras também se encontram deficitárias, de tal forma que o
cometimento de delitos é bloqueado em uma impossibilidade física.
9.3. TOLERÂNCIA
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11. CASOS
11.1. CASO 1
11.2. CASO 2
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11.3. CASO 3
11.4. CASO 4
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Foi realizada uma extensa investigação, a equipe policial descobriu que o
acusado já era reincidente na infração da Lei Seca e em outros delitos. Foi
informado aos policiais que o modelo já havia sido parado e autuado na Lei Seca
três dias antes do acidente e o mesmo haveria ironizado a situação com piadas
inoportunas, mas mediante os acontecimentos foi constatado que a blitz não teve o
efeito esperado, ademais ele também já tinha passagens policiais por estupro e
estelionato.
Segue o relato da juíza: "[...] A situação por ele vivida três dias antes, ao ser
parado em uma blitz, não foi suficiente para alertar-lhe dos riscos de direção
perigosa e em contrariedade ao que dispõe a lei e o bom-senso. Em outras palavras:
não foi o bastante que tivesse sido parado pelos agentes da Lei Seca. Ser pego na
situação já descrita não teve qualquer efeito didático. Ao contrário, adotou conduta
mais ainda letal, acabando por tirar a vida de um jovem que estava acompanhando
de sua mãe, ressaltando-se que Bruno não é um novato nas sendas do crime".
11.5. CASO 5
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acusação de embriaguez foi as testemunhas que relataram que o carro andava em
zigue-zague no momento do atropelamento e já tinha derrubado alguns cones de
sinalização da ciclofaixa da via em questão.
O que trouxe ainda mais indignação para o caso, foi que o braço direito da
vítima foi decepado por estilhaços de vidro e permaneceu preso ao veículo. O
motorista, que havia fugido do local, na tentativa de se livrar das provas do crime, foi
à Avenida Doutor Ricardo Jafet e lançou o braço em um córrego e, logo em seguida,
foi à própria casa. Horas após o ocorrido, o acusado vai à delegacia prestar
esclarecimentos.
Os médicos do Hospital das Clínicas informaram que o braço da vítima
poderia ter sido reimplantado, caso fosse encontrado a tempo.
11.6. CASO 6
Fevereiro de 2023.
Ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil de Mato Grosso, Leonardo
Campos, é preso em blitz da Lei Seca no Jardim Itália. O mesmo pagou uma fiança
no valor de quatro mil reais e foi liberado.
O infrator fez o teste do bafômetro, que mostrou a concentração de álcool de
0,36%, quando, atualmente, a tolerância é zero. Diante do acontecimento, ele foi
conduzido à delegacia e autuado pela Lei Seca, onde foi estipulada uma fiança para
que ele possa responder em liberdade.
12. CONCLUSÃO
No dia 19 de junho de 2008, entrou em vigor a Lei Seca, que ficou conhecida
por reduzir severamente a tolerância com motoristas que dirigem após ter ingerido
níveis elevados de álcool. Desse modo, o Brasil entrou para a lista de 32 países que
têm tolerância para motoristas que consomem qualquer nível de álcool e depois vai
dirigir. Nessa relação estão presentes Hungria, Eslováquia, Marrocos, Paraguai,
dentre outros. Esse ano, 2023, completará 15 anos desde o momento que essa lei
foi instituída.
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Calcula-se que, desde o momento que essa legislação entrou em vigor, houve
mais de 2,5 milhões de autuações, onde cerca de 326 mil motoristas foram
encaminhados à delegacia por crime de trânsito. Esses valores devem-se a uma
ação conjunta das autoridades, que vai desde a fiscalização até a aplicação.
Desse modo, notou-se uma redução em torno de 14% de mortes por
acidentes de trânsito no país, de acordo com dados do SIM (Sistema de
Informações de Mortalidade), do Ministério da Saúde. Outro impacto importante,
segundo pesquisas da Escola Nacional de Seguros, foi que 40 mil vidas no trânsito
foram poupadas e 235 mil pessoas não ficaram inválidas devido à aplicação dessa
lei. Ademais, houve uma queda de 33% nos índices de ocupação nos serviços de
emergência, segundo a Abramet (Associação Brasileira de Medicina do Tráfego).
Quando a Lei Seca entrou em vigor, foi instituído o limite de 0,06 gramas de
álcool por decilitro de sangue e o nível instituído no bafômetro é de 0,34 mg/L no ar
expelido – equivalente a uma taça de vinho, por exemplo. Atualmente a tolerância é
zero para qualquer concentração de álcool e, quando desrespeitada essa norma, o
motorista está sujeito a responder essa infração gravíssima, com penalidades
administrativas e civis, podendo ter seu direito de dirigir suspenso por um ano. É
válido mencionar que o condutor pode recusar-se a realizar o teste do etilômetro,
tendo essa conduta considerada infração, com as mesmas penalidades. Caso o
teste indique concentração igual ou maior a 0,3 miligrama de álcool por litro de ar
alveolar, a conduta desse infrator passará a ser considerada crime, cuja penalidade
é de detenção de seis meses a três anos, multa e suspensão da CNH ou proibição
de dirigir novamente.
Quando se trata de valores, inicialmente, o valor dessa infração era de 957
reais e 70 centavos. Atualmente, o valor é de 2.934 reais e 70 centavos, podendo
ser aplicada em dobro, em caso de reincidência em um período de 12 meses, e
suspensão do direito de dirigir. Além disso, quando se trata de penalidades
relacionadas à retenção civil, caso haja um acidente provocado pela ingestão de
álcool havendo feridos, a pena é de cinco anos e, se houver vítima fatal, a pena
pode chegar a oito anos, onde o autor do crime poderá responder por homicídio
doloso, quando ele assume o risco de matar.
Desse modo, vale a pena ressaltar que essa legislação foi muito efetiva dado
os números mencionados, com o auxílio da fiscalização de trânsito muito eficiente foi
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possível obter de janeiro a maio de 2021, o registro 8.507 infrações no Distrito
Federal, por exemplo, de acordo com o Código de Trânsito Brasileiro.
37
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Modelo e ex-namorado de Sarah Poncio atropela e mata jovem de 16 anos no Rio.
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em-hospital-apos-matar-jovem-em-acidente
Bruno Krupp debochou de blitz na qual foi parado dias antes do acidente: ‘Hoje eu
me f*di. Amo Lei Seca. Vem brincar!’; VÍDEO. (2022, August 5). G1.
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Motorista que atropelou e jogou braço de ciclista tem pena reduzida. (2016, April 5).
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em córrego. UOL. https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-
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Ex-presidente da OAB é preso em blitz da Lei Seca no Jardim Itália. (n.d.). Ex-
presidente da OAB é preso em blitz da Lei Seca no Jardim Itália | Gazeta Digital.
Retrieved March 22, 2023, from https://www.gazetadigital.com.br/editorias/policia/ex-
presidente-da-oab-preso-em-blitz-da-lei-seca-no-jardim-itlia/723412
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