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Universidade do Vale do Rio Sinos

Ecologia e Manejo de Ecossistemas


Ecologia de Ecossistemas

Invasão de Pinus spp. no Parque Estadual de


Itapuã/RS: demografia e efeitos
ecossistêmicos
EQUIPE EQUIPE
Estudantes Monitor(as)
Ana Chrystina de Souza Padilha Diedrich 1 Ânderson Juliano Nunes 5
Dyonata Espindola Andzrevski 2 Tauana Laís Bauer 1
Franziska Wiedmann 3 Bruna Borne Arenhardt 5
Iuri Leonardo dos Santos 1
Jaqueline Garcia Fischer 1 Estagiária docente
Jean dos Santos Machado 1 Gabriela Morais Olmedo 5
Joelma Rodrigues 1
Júlia Renata Sironi da Rocha 1 Professor
Letícia Maria Naumann 1 Juliano Morales de Oliveira 1-5
Maria Eduarda Meirelles da Silveira Vicensi 4

Morgana Pierosan 1
Rafael Nathan Soter Pinheiro 2
Tauane Caroline Prates 1 1 Graduação em Ciências Biológicas
2 Graduação em Engenharia Ambiental
3 Bacharelado em Estudos Latino-americanos
4 Graduação em Engenharia Agronômica
5 Mestrado em Biologia
SUMÁRIO
Introdução
Conceito de invasão biológica;
Impactos ambientais e socioeconômicos das invasões biológicas;
Custo e eficiência de medidas de prevenção e manejo de invasões biológicas;
Invasões biológicas de Pinus spp.;
O Parque Estadual de Itapuã e o problema da invasão de Pinus spp.
Objetivo
Métodos
Mapeamento da área da invasão;
Levantamento da invasão;
Levantamento de indivíduos isolados e em manchas;
Efeito na produtividade primária;
Efeitos da invasão na taxa de decomposição.
Resultados
Mapeamento da área invasão;
Levantamento da invasão;
Levantamento de indivíduos isolados e em manchas;
Efeito na produtividade primária;
Efeitos da invasãona taxa de decomposição.
Conclusão
Referências Bibliográficas
INTRODUÇÃO
Conceito de invasão biológica

Quando uma espécie animal ou vegetal é


transportada para outras áreas;

A invasão biológica compreende quatro


estágios:

COLONIZAÇÃO
Transporte

Colonização

Estabelecimento

Ocupação na paisagem
INTRODUÇÃO
Conceito de invasão biológica

Plantas exóticas cultivadas têm se tornado invasoras em


muitos ecossistemas;

Espécies exóticas invasoras (EEIs) causam prejuízos


ecológicos, econômicos e sociais;

De acordo com o último relatório da Plataforma


Intergovernamental de Ciência e Políticas sobre
Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos, publicado pelas
Nações Unidas em 2019, as invasões biológicas estão entre
as cinco principais causas das mudanças na natureza em
nível global.
INTRODUÇÃO
Impactos ambientais e socioeconômicos das invasões biológicas

Espécies exóticas invasoras podem causar:


Redução de populações de espécies nativas através da
predação, competição ou contaminação;

Em casos extremos, espécies nativas podem ser extintas


localmente ou mesmo globalmente;

Os prejuízos ecológicos podem se estender para


ecossistemas inteiros.
INTRODUÇÃO
Custo e eficiência de medidas de prevenção e
manejo de invasões biológicas

Objetivo do manejo:
Assegurar o funcionamento do ecossistema e a

conservação da biodiversidade

Método adequado de manejo depende de:


Estágio e percurso da propagação;
Características específicas da espécie invasora;
Características do ecossistema afetado.

INTRODUÇÃO
Custo e eficiência de medidas de prevenção e manejo de invasões biológicas

PREVENÇÃO
CONTROLE
Medidas aplicadas antes da espécie
invasora se estabelecer, exemplo: Medidas a aplicar uma vez que a espécie
invasora já estiver estabelecida
Inspeção e tratamento de importações;
Medidas de quarentena; Três abordagens possíveis:
Rastreamento de possíveis contaminações; Erradicação completa;
não garante segurança absoluta. Delimitação espacial da população;
Controle: Diminuição do tamanho da população;
(”não-manejo”).

Técnicas possíveis:
Melhor relação custo-eficiência no estágio da Queimas controladas;
prevenção;
Herbicidas;
Cada intervenção apresenta certos riscos para os Cortes;
ecossistemas; anelamento (remoção da casca)
Acompanhamento científico; avaliação de cenários Controle biológico: introdução ou propagação espécies
inimigas da espécie invasora;
de riscos e benefícios e vigilância científica do
Engenharia genética.
processo.
INTRODUÇÃO
Invasões biológicas de Pinus spp.

Introdução no Brasil através da silvicultura;

Adaptações que permitem seu sucesso como plantas


invasoras;

Se propagam em ambientes mais suscetíveis á invasão;

Espécies Pinus taeda L. e P. elliottii Engelm, são as mais


comuns no RS.
INTRODUÇÃO
O Parque Estadual de Itapuã e o problema da invasão de Pinus spp.

Espécies exóticas como o Pinus spp., foram plantadas em meados de


1980 após loteamento da região da Praia de Fora;

A implantação de espécies exóticas modificou a paisagem do ambiente;

Para recuperar a área degradada foram retiradas as construções e as


espécies exóticas;

Adaptabilidade do Pinus spp., dificulta a recuperação.


OBJETIVO
Geral

Descrever o status da invasão de Pinus spp. na região da


Praia De Fora, a fim de subsidiar futuras ações de manejo.
OBJETIVO
Específico

De forma específica pretende-se:

Descrever a estrutura demográfica da espécie;

Mapear a área invadida;

Avaliar efeitos da invasão na produtividade primária;

Avaliar efeitos da invasão na taxa de decomposição.


MÉTODOS
Mapeamento da área

A extensão da Praia de Fora é cerca de 2344 ha;

Para o estudo foi escolhida uma parcela de 439 ha


(Figura 2);

Vetorização de áreas isoladas e/ou em grupos,


dentro das manchas identificadas em agosto de
2022, julho/2020 e março/2016 através do Google
Earth.

Figura 2: Área amostrada da Praia de Fora do PE Itapuã.


MÉTODOS
Levantamento de indivíduos isolados e em mancha
Foram realizados dois levantamentos:

Indivíduos isolados
Data: 27/08/2022
Amostragem: 13,5 hectares (5 parcelas) (Fig. 4)
Aplicativo: Tracklia 1.14.0 (46)
O levantamento foi feito começando pela Lagoa dos Patosindo até a outra
extremidade chegando na na Lagoa Negra;
Marcação do Pinus spp. avistado no aplicativo de geolocalização;
Para Pinus spp. agrupados, foi realizada a medição do tronco com maior
diâmetro.

Indivíduos por mancha


Data: 22/10/2022
Amostragem: 8 parcelas com população adensada de 100m² cada;
registro de exemplares >= 10 cm;
registro de exemplares >= 5 cm em 25% das parcelas
Figura 3: IIustração da divisão das parcelas
MÉTODOS
Efeito na produtividade primária
Comparação entre: 11 manchas de Pinus spp., 12 de
floresta nativa e 14 de áreas de campo (Figura 4);

Índice de Vegetação da Diferença Normalizada (NDVI);

Bandas espectrais da imagem do satélite Landsat-8;

Para a obtenção do NDVI foram escolhidas as bandas


4R e 5NIR;

Dezembro/2017, Outubro/2018, Abril/2019 e


Junho/2021;

Comparação do NDVI através de análise de variância.


Figura 4: Localização das manchas de floresta
nativa, floresta de Pinus spp. e campo, utilizadas
para o experimento de avaliação da produtividade
primária, na Praia de Fora-Itapuã/RS
MÉTODOS
Efeitos da invasão na taxa de decomposição
Selecionadas áreas de Floresta Nativa e Floresta de Pinus
spp.;

Colocação de três litterbags, com as amostragens das


espécies de Myrsine e Pinus spp.;

Recolhimento das litterbags após 2 meses;

Essas amostragens foram secas em estufa a 40° graus


celsius por volta de duas semanas;

Onze amostras foram desconsideradas.

Figura 5: Locais de instalação das litterbags


RESULTADOS
Mapeamento da área invadida

Figura 6: Extensão invadida em há ao longo dos períodos de 2016, 2020 e 2022.


RESULTADOS
Mapeamento da área invadida

16ha de manchas, da área de estudo de 439 ha;

Os Pinus spp. aumentaram em ha.

Dos 439 ha, 3,67% se encontram invadidos por


Pinus spp. Em comparação aos outros anos.

Figura 7: Aumento da cobertura de manchas de invasão.


RESULTADOS
Levantamento de indivíduos isolados

Parte 1: Exemplares isolados


Cada parcela apresenta 2,7 hectares;
A contagem realizada no dia 27 de agosto;
Média 12,5 indivíduos por hectare;
Projeção de Pinus spp. isolados em toda
área de extensão da reserva de 29300
indivíduos.

Figura 9: Estrutura demográfica de Pinus spp. isolados

Figura 8: tabela 1, indivíduos de Pinus spp. isolados por classe


de tamanho em cinco parcelas.
RESULTADOS
Levantamento de indivíduos em manchas
Parte 2: Manchas
Considerando 100 m² temos em média 25,4 indivíduos,
ou seja, são 2.540 indivíduos/ha;

Fazendo o cálculo de estimativa temos que a praia de


Fora possui 5.947.900 Pinus spp. em sua extensão
total.

Figura 11: Estrutura demográfica de Pinus spp. em manchas

Figura 10: tabela 2, indivíduos de Pinus spp. por mancha em


classe de tamanho em oito parcelas.
RESULTADOS
Avaliação dos efeitos da invasão na produtividade primária

Segundo o resultado da ANOVA, há diferença significativa na


produtividade primária entre as vegetações (p<0,001),
rejeitando a hipótese nula (p < 0,05) (Figura 12);

A Floresta de Pinus spp. não é tão produtiva quanto a Floresta


Nativa;

Figura 12: Teste de análise de variância (ANOVA).


Figura 13: Gráfico sobre a comparação sazonal do NDVI com as vegetações de
Floresta nativa, Floresta Pinus spp. e Campo.
RESULTADOS
Avaliação da invasão na taxa de decomposição
Não houve influência da interação
entre vegetação e material na taxa
de decomposição;
Não houve influência do tipo de
vegetação;
Houve influência do tipo de
material.

Figura 15: Análise das amostras em tipo de vegetação e do tipo de espécie na perda
da biomassa seca.
Figura 14: Análise de variância testando o efeito combinado e
individual do tipo de vegetação (VEG) e do tipo de material (MAT)
na perda da biomassa seca.
CONCLUSÃO
Este trabalho descreveu o status da invasão de Pinus spp. na região da praia De Fora, com
o objetivo de subsidiar futuras ações de manejo.
A cobertura relativa das manchas durante cada período , demonstra esse aumento das
manchas em cada parcela.
Os dados de mapeamento e demografia demonstram um rápido e elevado aumento da
área em quantidade de Pinus spp.;
A invasão está afetando processos ecossistêmicos, como a produtividade primária e a
taxa de decomposição;
Como mostrado anteriormente na metodologia vimos que o Pinus spp. se decompõem
mais rapidamente do que uma planta nativa (Myrsine), em floresta de Pinus spp. e
nativas;
Com os dados levantados podemos interpretar que com a alta decomposição do Pinus
spp. e sua alta produtividade pode alavancar em campos invadidos por Pinus spp..
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