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Scientia Amazonia, v. 5, n.

1, 63-74, 2016
Revista on-line http://www.scientia-amazonia.org
ISSN:2238.1910

Espécies Exóticas Invasoras: caracterização e ameaças aos ecossistemas1


Lana Cynthia Silva Magalhães2 e Maria Clara Silva-Forsberg3

Resumo
O aumento da participação humana na dinâmica biológica está remodelando os ecossistemas. Como
resultado, a introdução de espécies exóticas é uma das principais mudanças ambientais ocorridas nos últimos
anos e representa a primeira causa de perda de biodiversidade em áreas protegidas. Apesar dos efeitos
negativos que podem ocasionar em áreas naturais, não se pode negar que muitas destas espécies trazem
benefícios, especialmente econômicos, e apresentam um estreito relacionamento com as atividades humanas.
Nesta revisão buscou-se apresentar as principais características das espécies exóticas e dos ambientes
invadidos, assim como o potencial de impacto para a biodiversidade nativa, as ações de manejo efetuadas
para o controle destas espécies e as relações com o uso humano. Entre as características principais de
diversas espécies reconhecidas como invasoras estão a alta capacidade de reprodução e propagação,
tolerância a diferentes condições ambientais, longo período de floração e frutificação, resistência a patógenos
e alelopatia. Muitas destas características, em conjunto com as condições ambientais do local de introdução
irão condicionar o processo de invasão biológica. Os ambientes fragmentados, com baixa diversidade de
espécies e alterados antropicamente são mais susceptíveis à invasão por espécies exóticas. O impacto destas
espécies pode ser medido em cinco níveis: efeitos sobre os indivíduos, na dinâmica populacional, na
comunidade, em processos ecossistêmicos e genéticos. Diante da ameaça que representam em ambientes
naturais e do longo histórico de uso destas espécies pelo homem, é preciso ações de manejo em unidades de
conservação que resguardem a biodiversidade nativa.
Palavras-Chave: invasão biológica, controle de espécies exóticas invasoras, áreas protegidas, Amazônia.

Invasive Alien Species: characterization and threats to ecosystems. Increased human participation
in biological dynamics are reshaping ecosystems. As a result, the introduction of alien species is a major
environmental change in recent years and is the leading cause of loss of biodiversity in protected areas.
Despite the negative effects that can result in natural areas, there is no denying that many of these species are
beneficial, in particular economically, and have a close relation ship with human activities. In this review we
sought to present the main characteristics of the alien species and invaded environments, as well as the
potential impact on native biodiversity, management actions taken to control these species and the
relationship with human use. Among the main characteristics of several species recognized as invaders are
high ability to reproduce and spread, tolerance to different environmental conditions, long flowering and
fruiting period, resistance to pathogens and allelopathy. Many of these characteristics, together with the
environmental conditions of the place of introduction will influence the biological invasion process.
Fragmented environments with low diversity of species and anthropically changed are more susceptible to
invasion by alien species. The impact of these species can be measured in five levels: effects on individuals,
in the population dynamics, in the community, ecosystem and genetic processes. Faced with the threat posed
in natural environments and the long history of use of thes species by humankind, management actions in
protected areas are necessary to protect the native biodiversity.
Key-words: biological invasion, control of invasive alien species, protected areas, Amazon.

1
Parte do trabalho de dissertação da primeira autora no Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia e Recursos
Naturais da Amazônia - Universidade do Estado do Amazonas - UEA.
2
Mestre em Biotecnologia e Recursos Naturais da Amazônia. Universidade do Estado do Amazonas - Escola Superior
de Ciências da Saúde. Autor para correspondência: lanacynthia0102@hotmail.com
3
Professora Doutora da Universidade do Estado do Amazonas - Escola Normal Superior.
E-mail: cforsberg@uea.edu.br

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agressivas (HULME et al., 2013). Uma razão


1. Introdução
para isto é que, a própria conceituação de
A introdução de espécies, além de sua impacto encontra-se mal compreendida
área de distribuição natural, é uma das (JESCHKE et al., 2014), resultando na falta
principais mudanças globais causadas pelo de um arcabouço comum para quantificar e
homem nos últimos tempos (VITULE e qualificar o impacto total de um invasor em
PRODOCIMO, 2012; GISP, 2007). As uma comunidade biológica (PARKER et al.,
espécies introduzidas em um ecossistema 2013; THIELE et al., 2010).
diferente ao seu de origem são denominadas
As espécies exóticas se estabelecem
exóticas. Qualquer espécie pode ser
melhor onde existem intervenções humanas
introduzida em um novo ambiente.
(WILLIAMSON e FITTER, 1996). Assim,
Entretanto, somente algumas conseguem se
para a melhor compreensão sobre o
estabelecer e aumentar taxa de reprodução e
estabelecimento e distribuição de espécies
dispersão, alcançando o status de invasora,
exóticas em ambientes invadidos é
quando podem substituir espécies nativas, em
fundamental investigações a respeito do
um processo conhecido como invasão
biológica (MORO et al., 2012; MATOS e histórico das mudanças ambientais em
decorrência de atividades humanas. Porém, o
PIVELLO, 2009).
conhecimento da interação de espécies
A invasão biológica representa um grave exóticas com o uso humano também
problema ambiental (FINE, 2002), pois apresenta lacunas que precisam de mais
espécies exóticas invasoras podem provocar atenção nas pesquisas (SARMENTO et al.,
alterações em processos ecológicos 2013).
essenciais, como ciclagem de nutrientes,
Desta forma, objetiva-se nesta revisão,
produtividade vegetal, mudanças na estrutura,
discutir, mais especificamente, o potencial de
dominância, distribuição das espécies,
impacto de espécies exóticas na
diferenças no porte da vegetação e em
biodiversidade, as ações de manejo usadas
processos evolutivos (ZILLER, 2006). Assim,
para o controle destas em áreas protegidas e
devido aos impactos que pode ocasionar, a
suas relações com o uso humano. Para isto,
invasão biológica tem sido considerada a
inicia-se com uma breve caracterização das
segunda causa mundial de perda de
espécies exóticas e invasoras, do processo de
biodiversidade e com a crescente ameaça que
invasão biológica e dos ambientes invadidos.
representa, pode, em breve, superar a
A seguir são discutidas as formas como as
destruição de habitats e tornar-se a principal
exóticas invasoras podem comprometer as
responsável pela degradação ambiental
espécies nativas, as alternativas de manejo
(SIMBERLOFF et al., 2013; CHAPIN et al.,
que podem ser adotadas em unidades de
2000).
conservação e as relações que estas espécies
Apesar dos riscos das espécies exóticas apresentam com as atividades humanas. No
nos ecossistemas serem reconhecidos, o atual cenário de um número crescente de
estudo de Parker et al (1999), demonstrou que episódios de invasões biológicas passa a ser
os impactos originados por estas espécies têm fundamental esses conhecimentos para se
recebido pouca atenção em pesquisas direcionar ações de manejo e evitar danos
científicas. Mesmo com o crescimento de provocados.
publicações na área da ciência da invasão, os
estudos concentram-se nas características das
plantas invasoras e dos ambientes invadidos. 2. Metodologia
Enquanto isso, a base científica sobre Para a elaboração deste artigo que
impactos continua tímida mesmo para aquelas sumariza a fundamentação teórica da
plantas reconhecidas como invasoras mais
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dissertação “Espécies exóticas na comunidade sombreamento excessivo e na disputa por


vegetal do Parque Estadual Sumaúma: espaço físico (PIVELLO, 2011). Entre outras
potencial de impacto, uso humano e propostas características de espécies invasoras pode-se
de controle” foi realizado um levantamento citar a alta capacidade de propagação
bibliográfico nos portais de busca SciELO, vegetativa; a tolerância a herbivoria e
Google Acadêmico e no portal de Periódicos desfolhamento; a alta capacidade de rebrote e
Capes no período de março de 2013 a março regeneração; a grande longevidade do período
de 2015, utilizando os seguintes termos: de floração e frutificação; a resistência a
invasão biológica, espécies exóticas, espécies patógenos; a capacidade simbiótica para fixar
invasoras, exóticas em unidades de nitrogênio e a plasticidade fenotípica
conservação, levantamento de espécies (MATOS e PIVELLO, 2009; CHAME, 2009;
exóticas, manejo de espécies exóticas, HOROWITZ et al., 2007).
controle e erradicação de espécies invasoras Além destas características, outra
e uso humano de espécies exóticas. explicação para o rápido crescimento
individual e populacional de espécies
invasoras é a ausência de inimigos naturais,
3. Espécies exóticas e invasoras pois ao escapar de herbívoros e patógenos que
Uma espécie é reconhecida como exótica as controlam em seu ambiente natural, a
quando é introduzida em um novo ambiente população exótica tende a crescer de modo
pela ação intencional ou acidental do homem mais rápido que as nativas (GUREVITCH et
(BRUNO e BARD, 2012; MORO et al., 2012; al., 2009).
DELARIVA e AGOSTINHO, 1999). Em
resumo, é uma espécie que não ocorreria 4. O processo de invasão biológica
naturalmente em um local sem a intervenção
Quando uma espécie é introduzida em um
humana. Qualquer espécie pode ser
novo ambiente, inicia-se o primeiro passo da
introduzida em um novo ambiente, porém,
invasão biológica, que consiste em ultrapassar
somente algumas chegam a se estabelecer
as barreiras ambientais impostas pelo novo
com sucesso (BRUNO e BARD, 2012) e
ambiente. Ao superar estas barreiras, a
podem comprometer as espécies nativas.
espécie torna-se estabelecida e é capaz de
Assim, surge o conceito de espécies exóticas
gerar descendentes férteis, o que garantirá sua
invasoras, aquelas que introduzidas e
regeneração no local e fará com que sua
adaptadas ao ambiente reproduzem-se de
população torne-se estabelecida. Após isto, os
modo consistente e mantém uma população
indivíduos poderão dispersar-se para além do
viável autônoma, dispersando-se para áreas
local de introdução original, ocupando novas
distantes do local de introdução original
áreas, iniciando o processo de invasão
(RICHARDSON et al., 2000). As espécies
biológica (ESPÍNOLA e JÚLIO JÚNIOR,
exóticas invasoras podem ser reconhecidas
2007; ZALBA e ZILLER, 2007a).
com base em três premissas: (1) está fora de
As barreiras ambientais a serem
sua área de distribuição natural, (2) sua
ultrapassadas incluem desde condições
introdução tenha sido realizada ou facilitada
climáticas e de solo até o ataque de
pela ação humana e (3) sua dispersão ameace
predadores e patógenos (ZALBA e ZILLER,
ecossistemas, habitats e outras espécies
2007a). Deste modo, as semelhanças das
(CHAME, 2009).
características físicas entre o ambiente nativo
Todas as espécies que se tornaram
da espécie e o lugar de introdução podem
invasoras são altamente eficazes na
favorecer a adaptação do individuo exótico
competição por recursos, devido à alta
(DELARIVA e AGOSTINHO, 1999). Com
eficiência fotossintética e no uso de nutrientes
isso, algumas espécies não conseguem se
do solo, capacidade de eliminar as nativas por
estabelecerem e sua população pode
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extinguir-se ou permanecer em uma fase de características do ambiente ou habitat onde


estado latente, quando apresenta baixa uma espécie é introduzida também podem
densidade. contribuir para o sucesso da invasão. O
A fase de latência varia de acordo com a potencial da espécie em colonizar uma grande
espécie e a condição ambiental, sendo área denomina-se invasibilidade e representa
interrompida quando ocorre alguma mudança o sucesso no estabelecimento e propagação.
favorável para o desenvolvimento da espécie As espécies consideradas bem sucedidas são
ou até por repetidas introduções, tornando a aquelas que possuem características
população abundante, a ponto de alcançar adequadas para as condições específicas do
novas áreas (ESPINOLA e JÚLIO JÚNIOR, novo ambiente (HEGER e TREPL, 2003).
2007). Alguns fatores que condicionam esta Alguns tipos de comunidades parecem
fase são: o tempo de amadurecimento até a ser altamente mais susceptíveis à invasão por
reprodução sexual, o tempo necessário para a espécies exóticas, enquanto outras parecem
produção de um grande número de sementes apresentar maior resistência (GUREVITCH et
ou descendentes, o número de anos entre al., 2009). Os ambientes mais propensos à
ciclos climáticos favoráveis para o seu invasão são as áreas fragmentadas, com baixa
estabelecimento e a pressão de propágulos diversidade de espécies, os alterados pela
(ZALBA e ZILLER, 2007a). ação antrópica e com ausência de inimigos
A pressão por propágulos corresponde à naturais (VITULE e PRODOCIMO, 2012;
medida de esforço de introdução, através da LAURANCE e VASCONCELOS, 2009;
quantidade de indivíduos ou sementes que ESPÍNOLA e JÚLIO JÚNIOR, 2007; SAX et
chegam a uma comunidade de destino, ou até al., 2007). Enquanto isso, os ambientes com
pelo número de repetições da introdução elevada diversidade, como as florestas
(ZALBA e ZILLER, 2007a). O fornecimento primárias, são os mais resistentes à invasão
de maior quantidade de propágulos é algo (VITULE e PRODOCIMO, 2012; FINE,
crucial e está fortemente relacionado com o 2002).
sucesso da invasão (VITULE e As áreas alteradas antropicamente tendem
PRODOCIMO, 2012; WILLIANSON e a ser invadidas com mais rapidez em relação
FITTER, 1996). Como exemplo deste aos ambientes íntegros (ESPÍNOLA e JÚLIO
constante fornecimento de propágulos, pode- JÚNIOR, 2007), pois estes locais apresentam
se citar o caso de alguns invasores que funções ecológicas ainda não supridas, o que
necessitam de repetidas introduções antes de passa a ser feito por espécies exóticas. Assim,
se estabelecer e invadir o ambiente (FINE, os nichos ecológicos vagos em uma
2002). comunidade facilitam o estabelecimento de
Devido a cada espécie responder de exóticas (ZILLER, 2000; GUREVITCH et al.,
forma variada durante o processo de invasão 2009). Em comunidades mais ricas em
biológica, Richardson et al., (2000), considera espécies esta situação tem menos chances de
que plantas que se propagam por sementes ocorrer, pois, os recursos e nichos são
tornam-se invasoras quando passam a ocupar amplamente usados, tornando-se
mais de 100 metros de área, em menos de 50 indisponíveis para novas espécies
anos da introdução e para espécies que se colonizadoras (VITULE e PRODOCIMO,
propagam de modo vegetativo (raízes, 2012).
rizomas, estolões ou caules rastejantes), Desta forma, Ziller (2006) considera que
quando ocupam mais de 6 metros, em menos a suscetibilidade de uma comunidade vegetal
de 3 anos da introdução. à invasão por espécies exóticas responde pela
fragilidade de um ambiente. As espécies
5. Áreas susceptíveis à invasão biológica invasoras tendem a se adaptar com facilidade
Da mesma forma que existem espécies em áreas degradadas, pois frequentemente
com maior potencial invasivo, as comportam-se como pioneiras em seus
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habitats naturais. Além disso, muitas são espécie exótica tem um impacto pelo simples
heliófilas e encontram mais oportunidades fato de se tornar integrada ao ecossistema.
para colonizar áreas alteradas e abertas Além disso, os impactos variam em amplitude
(DISLICH et al., 2002), características de e podem ser comparados através do tempo e
ambientes alterados pela ação humana. espaço (RICCIARDI et al., 2013).
A intervenção humana nos ambientes Cada espécie pode variar quanto ao seu
naturais está entre os principais fatores que impacto em relação ao tipo de habitat e, até
criam oportunidades para episódios de para o mesmo habitat, havendo mudanças
invasão biológica, tanto pela introdução significativas tanto na direção e magnitude
acidental ou intencional, como pelos entre diferentes regiões e o tempo (HULME
distúrbios provocados nos ambientes físicos et al., 2013; PYŠEK et al., 2012; PARKER et
ou na própria comunidade (LAURANCE e al., 1999). Assim, a estimativa do impacto de
VASCONCELOS, 2009). A destruição direta uma exótica pode variar de acordo com escala
de habitats por desmatamento e fragmentação temporal e espacial, o que dificulta a
acaba resultando no crescimento de bordas quantificação. Com isso, uma das dificuldades
florestais, nas quais há um relevante aumento é que estudos de pequena escala podem
da luminosidade, incidência de ventos e controlar de forma inadequada a variação
mudanças na temperatura e umidade do ar natural no espaço e no tempo, e em grandes
(PRIMACK e RODRIGUES, 2001). Ao criar escalas podem ser confundidos por gradientes
condições ambientais diferentes como pulsos espaciais ou tendências temporais como a
de nutriente, aumentos da incidência de poluição ou alterações climáticas (PARKER
queimadas e/ou radiação solar, podem ser et al., 1999).
oferecidas oportunidades para o Desta forma, para avaliar o impacto deve-
estabelecimento de espécies generalistas e se considerar o contexto da invasão, pois os
resistentes, muitas das quais são exóticas. efeitos de plantas invasoras interagem com as
características dos ambientes invadidos,
6. Caracterização dos impactos provocados especialmente em áreas degradadas,
por espécies exóticas dificultando a análise da contribuição relativa
Os efeitos provocados por um invasor de cada impacto (SIMBERLOFF et al., 2013;
representam o resultado do impacto no PYŠEK et al., 2012; PETENON 2006). Um
ambiente e de modo geral podem ocorrer em: padrão já conhecido é que impactos maiores
(a) qualquer nível ou organização biótica; (b) ocorrem com menos frequência do que os
imediatamente ou anos após a introdução; (c) menores (WILLIAMSON e FITTER, 1996),
persistir durante um curto ou longo tempo; (d) os quais podem passar despercebidos no
ser tão sutil e não facilmente percebido e (e) ambiente.
interagem entre eles, o que faz surgir efeitos O impacto de espécies exóticas pode ser
adicionais (REASER et al., 2007). medido em cinco níveis: (a) efeitos sobre os
Ainda não existe um conceito acordado indivíduos; (b) efeitos genéticos; (c) efeitos
para definir o impacto provocado por espécies na dinâmica populacional; (d) efeitos na
exóticas, e uma das propostas descreve-o comunidade; (e) efeitos em processos
como “qualquer alteração significativa ecossistêmicos. Alguns tipos de efeitos são
(aumento ou diminuição) de um processo ou mais documentados do que outros, os
padrão ecológico, que pode ser percebido relacionados com os indivíduos e populações
como positivo, negativo ou neutro para os são os mais estudados (PARKER et al.,
seres humanos” (HULME et al., 2013). Ainda 1999).
pode ser considerado como um grau de Os efeitos provocados nas espécies
mudança ecológica produzida por uma podem ser medidos através de alterações em
invasão inicial (PARKER et al., 1999). Em suas taxas demográficas e atividades
comum, as definições assumem que toda comportamentais que diferenciam o uso do
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habitat ou padrões de atividades, em resposta disso, muitos estudos consideram apenas um


aos novos predadores ou concorrentes dos três componentes propostos para uma
(PARKER et al., 1999). Medidas de medida de impacto, enquanto na verdade são
parâmetros populacionais podem ser partes separadas em um todo maior
utilizadas para determinar o impacto de uma (PARKER et al., 1999).
espécie invasora, onde as populações podem O parâmetro mais utilizado para medição
responder com mudanças na abundância, de impacto é a abundância, que representa a
distribuição e estrutura (idade e tamanho). Os quantidade de indivíduos de uma espécie que
impactos às populações foram os primeiros a ocorrem em um determinado local ou
serem estudados devido à facilidade de medir amostra. A abundância é considerada uma
e observar e por isso são os mais variável chave no processo de invasão
documentados (HULME et al, 2013; biológica, pois a vantagem de monopolizar
PARKER et al., 1999). mais espaço na comunidade está diretamente
Os efeitos na comunidade são relacionada com o impacto (HEDJA et al.,
enquadrados em termos de número de 2009), pois qualquer biomassa, espaço ou
espécies (ZILLER, 2006). Enquanto isso, os energia utilizado pelo invasor constituem
efeitos genéticos podem ser identificados pela recursos não disponíveis para os concorrentes
hibridação entre indivíduos nativos e nativos (PARKER et al., 1999). Assim, o
exóticos, o que pode levar a eliminação de monitoramento da abundância fornece
genótipos originais (ZILLER, 2006). informações sobre a provável expansão de
Entretanto, os efeitos deste tipo são pouco espécies exóticas em uma área (VELDTMAN
documentados (PARKER et al., 1999). Os et al., 2010) e consequente ocupação e
estudos voltados aos impactos nos substituição de indivíduos nativos.
ecossistemas também são poucos, devido ao A possibilidade de medir e prever
fato de não serem facilmente detectados, o impactos permite reconhecer quais espécies
que dificulta a sua medição (SIMBERLOFF podem originar maiores e graves
et al., 2013). Os impactos nos ecossistemas consequências. Um exemplo é o ISSG (The
incluem: mudanças em processos ecológicos Invasive Species Specialist Group) que
essenciais e em características físicas; erosão publicou o estudo intitulado “100 piores
e sedimentação; alteração nas taxas de espécies exóticas invasoras do mundo”, com
renovação dos recursos do ambiente e objetivo de identificar as espécies mais
modificações nas funções das espécies e agressivas e que produzem impactos mais
distribuição da biomassa (REASER et al., deletérios ao ambiente. A seleção das espécies
2007; ZILLER, 2006). baseou-se em dois critérios: o impacto que
O modelo matemático mais conhecido causa à biodiversidade e/ou atividades
para medição de impactos foi proposto por humanas e a sua importância em questões que
Parker et al (1999), no qual são incluídos três envolvem as invasões biológicas (LOWE et
componentes principais, a área total ocupada al., 2000). A oportunidade de reconhecer
em m2 (A), a abundância (R) e uma medida de espécies com maior potencial de gerar
impacto por indivíduo (E), representada por impacto auxilia na tomada de decisões
um efeito per capita ou por unidade de relacionadas à conservação da biodiversidade,
biomassa de indivíduos invasores (THIELE, pois poderá ser planejada a melhor estratégia
et al., 2010; REASER et al., 2007; de manejo e as primeiras espécies a serem
RICHARDSON e WILGEN, 2004) combatidas.
resultando na seguinte equação linear: I= R x
A x E. Entretanto, uma das criticas a esta 7. As ações de manejo para prevenir e
equação é que os componentes considerados controlar espécies exóticas
podem se relacionar e a formula linear torna- Devido à importância dos efeitos
se inadequada (THIELE et al., 2010). Além causados por espécies invasoras, a Convenção
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da Diversidade Biológica estabeleceu que danos irreversíveis de espécies invasoras


cada parte contratante deve, na medida do (SIMBERLOFF, 2008). A combinação entre
possível, e conforme o caso, impedir a as técnicas de controle mecânico e químico
introdução, controlar ou erradicar espécies tem sido relatada como a mais viável para a
exóticas que ofereçam riscos aos maioria das espécies, conforme experiências
ecossistemas, habitats e espécies. Para isso, em diversos locais. No caso do controle
recomenda enfrentar o problema das invasões biológico clássico é feita a introdução de
biológicas com base no “Princípio da inimigos naturais existentes na mesma região
Precaução”, que estabelece a necessidade de de origem da planta que se deseja controlar
ações de combate à espécies exóticas, mesmo (INSTITUTO HÓRUS, 2014). Entretanto,
na ausência de um consenso científico sobre mesmo com a necessidade e o amparo legal
futuros impactos. Este Princípio baseia-se na para erradicação de espécies exóticas
constatação que a falta de medidas de controle invasoras, existem muitas dificuldades
não é neutra quando trata-se de invasões operacionais, especialmente tecnológicas, que
biológicas (ZILLER e ZALBA, 2007b). Neste limitam essa técnica e elevam seus custos
caso, todas as exóticas invasoras devem ser financeiros (ZILLER, 2006).
combatidas, pois com o passar do tempo, a Um padrão conhecido é que as espécies
invasão pode ser iniciada e os impactos exóticas se estabelecem melhor onde existem
agravados (ZILLER, 2010). intervenções humanas (WILLIAMSON e
Porém, na maioria dos casos as medidas FITTER, 1996) e apesar dos benefícios que
de manejo só são executadas quando a espécie podem trazer, a sua presença não é compatível
se torna um problema e com o avanço da com objetivos das unidades de conservação,
invasão, os gastos financeiros com o controle especialmente as categorizadas como de
são maiores, e em estágios mais avançados a proteção integral. Assim, é necessário a
erradicação é praticamente impossível (LEÃO identificação e registro de ocorrência de
et al., 2011; MANCHESTER, et al., 2000).Os espécies exóticas para que medidas para o
custos decorrentes de um processo de invasão manejo adequado sejam adotadas.
são crescentes e muitas vezes são necessários No Brasil, o Informe Nacional sobre
grandes esforços para diminuir ou eliminar os Espécies Exóticas Invasoras, elaborado em
impactos ambientais gerados (CEPAN, 2009). 2006, pelo Ministério do Meio Ambiente,
Para realizar o manejo de espécies registrou a ocorrência de 176 espécies que
exóticas, técnicas mecânicas, químicas, afetam o ambiente terrestre no Brasil, sendo
biológicas ou associação entre estas podem 68 da fauna e 108 da flora. Alguns exemplos
ser aplicadas com o objetivo de controlar ou são bem documentados de espécies
erradicar suas populações. As técnicas introduzidas que tornaram-se invasoras como
mecânicas são as mais simples e de fácil as do gênero de Pinus (pinheiros), a Leucaena
operacionalidade, incluindo o corte raso, o leucocephala (leucena), Artocarpus
arranquio manual, o anelamento, o heterophyllus (jaqueira) e as diversas
sombreamento, a queima e o roçado gramíneas africanas da família Poaceae que
(DECHOUM e ZILLER, 2013; ZILLER, comprometem a integridade dos ecossistemas
2006). Entretanto, estas técnicas podem exigir em diversas unidades de conservação
um maior tempo de monitoramento, pois de brasileiras, como o Parque Nacional de
acordo com a espécie, bancos de sementes e Brasília (HOROWITZ et al., 2007) e o Parque
tubérculos podem permanecer viáveis por um Nacional da Tijuca (INSTITUTO HÓRUS,
longo tempo, permitindo novas invasões. 2014).
As técnicas químicas consistem na Apesar do longo histórico de uso de
aplicação de herbicidas e se mostram mais espécies exóticas pelo homem, não se exclui a
eficientes em curto prazo. Atualmente, é um necessidade de controle das mesmas em áreas
dos meios disponíveis para interromper os naturais, onde a biodiversidade nativa deve
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ser resguardada. Embora no passado o horticultura, piscicultura, jardinagem, entre


transporte de espécies exóticas possa ter outros empreendimentos econômicos
contribuído para o desenvolvimento da (LOCKWOOD et al., 2007). No caso de
humanidade, atualmente pode trazer mais plantas ornamentais cultivadas em diversos
prejuízos do que benefícios (HEIDEN et al., locais do mundo, a maioria não é nativa da
2006). Para isso, as pessoas precisam região onde se encontra, o que pode ocasionar
reconhecer que muitas das espécies que problemas nos ambientes naturais (HEIDEN,
cultivam podem representar uma ameaça às et al., 2006).
espécies nativas. Deste modo, as ações de Nestas atividades, algumas espécies
manejo somente terão sucesso com o apoio de introduzidas demandam algum tempo até se
todos os atores sociais envolvidos no processo estabelecer, sendo a ajuda humana
(OLIVEIRA e PEREIRA, 2010), o que fundamental para contribuir neste processo,
ressalta a necessidade da participação das através do cultivo e dos cuidados dispensados
pessoas no processo de enfrentamento das (ZILLER, 2006). Assim, a ação humana está
invasões biológicas. entre os principais fatores que criam
oportunidades para episódios de invasão
8. A estreita relação entre espécies exóticas biológica (MATOS e PIVELLO, 2009).
e o uso humano O aumento da participação humana na
A movimentação de espécies entre dinâmica biológica em todo o mundo está
diferentes regiões é uma antiga atividade remodelando as biotas de várias maneiras
humana e foi marcante em muitos momentos (RICHARDSON e PYŠEK, 2012). Mesmo
da história da humanidade. Um exemplo é a considerando que a maioria das introduções
descoberta das Américas que permitiu seja motivada por uma “boa causa”, grande
grandes trocas de flora entre os continentes, parte é pouco planejada e/ou só leva em
como a introdução de culturas como trigo, consideração os ganhos econômicos, aumento
arroz, cevada, aveia, cana-de-açúcar, algumas na produtividade entre outros benefícios, sem
frutíferas, hortaliças, forrageiras, entre outras. considerar os prejuízos ambientais e impactos
Com isso, muitas foram aderidas a futuros (VITULE e PRODOCIMO, 2012). O
alimentação dos povos americanos, conhecimento dos motivos, mecanismos e
garantindo importância na nova área de para onde estas espécies foram transportadas é
introdução e o posterior cultivo (DELARIVA fundamental para lidar com a problemática
e AGOSTINHO, 1999). Outro exemplo das invasões biológicas.
ocorreu durante a colonização do Brasil, onde Além da importância econômica, surge a
os portugueses atuaram como dispersores de questão do apego sentimental que muitas
espécies exóticas, principalmente de interesse pessoas possuem por determinadas espécies
comercial, acelerando o processo da exóticas, especialmente as ornamentais e
cosmopolitização da flora e fauna terrestres frutíferas, e estimulam o seu cultivo e
(LORENZI et al., 2003). propagação, sem reconhecer as ameaças que
Atualmente, a globalização é responsável estas espécies podem representar em áreas
por facilitar e acelerar a dispersão de espécies protegidas. Em virtude disso, a Estratégia
exóticas (ESPÍNOLA e JÚLIO-JÚNIOR, Nacional sobre Espécies Exóticas Invasoras
2007; GISP, 2007). No Brasil, são vários os (MMA, 2006), indica a necessidade de
exemplos de espécies introduzidas que incorporar o tema das invasões biológicas nos
tornaram-se invasoras e comprometem a currículos escolares e profissionais, além de
integridade de ecossistemas naturais. Apesar campanhas de conscientização pública que
dos riscos ambientais que podem ocasionar, abordem desde a escolha de uma espécie a ser
há um estreito relacionamento entre cultivada em jardim, até questões de grande
atividades humanas e espécies exóticas, onde escala, como empreendimentos comerciais e
seu uso é incentivado através da agricultura, programas de governo.
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Diante deste estreito relacionamento entre à primeira autora e ao financiamento do


o homem e a utilidade de muitas plantas Projeto “Diagnóstico da Contaminação
exóticas, a opinião pública deve ser Biológica no Parque Estadual Sumaúma:
considerada no processo de enfrentamento das integrando a comunidade à gestão da UC”,
espécies invasoras e seus impactos, pois através do Edital 014/2012 – JCA Áreas
muitas de interesse etnobotânico são objetos Protegidas.
de atenção e carisma do público que se
posicionam resistentes às ações de Divulgação
erradicação (OLIVEIRA e PEREIRA, 2010). Este artigo é inédito e não está sendo
A visão de que cortar árvores é uma atitude considerado para qualquer outra publicação. O(s)
incorreta, do ponto de vista ecológico, precisa autor(es) e revisores não relataram qualquer
ser substituída pela ideia de manejo adequado conflito de interesse durante a sua avaliação.
e voltado à prevenção precoce e ação imediata Logo, a revista Scientia Amazonia detém os
direitos autorais, tem a aprovação e a permissão
para evitar os impactos da invasão biológica
dos autores para divulgação, deste artigo, por
(ZILLER, 2006), sendo considerada uma meio eletrônico.
ferramenta para a conservação da diversidade
biológica nativa. Referências
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encontrado em revistas científicas, a base Nordeste. 2009. 59p.
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impactos continua tímida, e com ausência de afetam a saúde humana. Ciência e Cultura. V.
um arcabouço comum para a sua medição. No 61, n. 1. 2009.
Brasil, especialmente na região amazônica, CHAPIN, F. S.; ZAVALETA, E. S.; EVINER, V. T.;
ainda faltam informações sobre o NAYLOR, R. L.; VITOUSEK, P. M.; REYNOLDS, H.
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poderão ser adotadas para o controle e/ou
erradicação destas. Além disso, a ação DECHOUM, M.; ZILLER, S. Métodos para o
controle de plantas exóticas invasoras.
humana é a principal responsável pelo Biotemas, 26(1), 69-77p, 2013. DOI:
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uso de muitas plantas exóticas que são 7925.2013v26n1p69
cultivadas para fins alimentares, comerciais,
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ornamentais, entre outros. Assim, qualquer espécies: uma síntese comentada. Acta
ação de manejo deve considerar a opinião Scientiarum, 21(2), 255-262p, 1999.
pública e participação consciente de todos os
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envolvidos. invasão de um fragmento florestal em São Paulo
(SP) pela palmeira australiana Archontophoenix
Agradecimentos cunninghamiana H. Wendl. & Drude. Revista
As autoras agradecem a Fundação de Brasileira de Botânica. v.25, n.1, 55-64p, 2002.
Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas – http://dx.doi.org/10.1590/S0100-
FAPEAM - pela bolsa de Mestrado concedida 84042002000100008.
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