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Redação CESPE

Aula 01 - Aula Demonstrativa


Prof. Ricardo Wermelinger

AULA 01

Redação para o CESPE


Novo padrão de correção da banca
Professor Ricardo Wermelinger

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Fala galera!

1. Trabalhei recentemente com uma prova do STJ em que o padrão de resposta


do CESPE veio num formato um pouco diferente do usual. Não tinha certeza
se seria um caso isolado ou uma real mudança de posicionamento da banca.

2. Há poucas semanas chegou a mim uma prova do CESPE que sinaliza duas
coisas. A primeira é que tudo indica que sim, a banca mudou seu
posicionamento quanto à estrutura da redação. A outra é que tal mudança
tem um impacto quase irrelevante para a nota. Além disso, se mal
interpretada, pode levar mesmo à diminuição da nota do candidato. Veremos
isso tudo em detalhes.

3. A nota de conteúdo do CESPE é dividida em apresentação e estrutura, esse o


“quesito 1”, com peso muito pequeno, e desenvolvimento do tema, o “quesito
2”, que responde pela nota quase toda. Vejam como costuma vir no edital:

4. a) a apresentação e a estrutura textuais e o desenvolvimento do tema totaliz


arão a nota relativa ao domínio do conteúdo (NC), cuja pontuação máxima s
erá limitada ao valor de 40,00 pontos;

5. Eis um espelho de correção padrão do CESPE:

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6. É por conta desses dois pontos de apresentação que nas provas em geral são
atribuídos 38 pontos aos quesitos do comando da questão, vejam:

7. Entendido o peso de cada quesito na nota, vamos ver o impacto que impacto
que cada aspecto da sua redação terá na nota.

8. O novo formato de correção do CESPE é assim para o quesito 1:

9. Os quesitos de apresentação textual, conforme estão no espelho visto acima,


são legibilidade, respeito às margens e indicação de parágrafos. Só de fazer
isso direitinho você vai para a primeira linha da nota máxima (atende a, pelo
menos, dois dos quesitos de apresentação textual).

10. O outro quesito da nota máxima é o texto ser bem estruturado, coerente e
atender à estrutura com introdução, desenvolvimento e conclusão. Na nota
intermediária (1), temos a menção expressa ao texto que “não apresenta uma
das partes da estrutura dissertativa (introdução, desenvolvimento e
conclusão)”.

11. Dessa forma, concluímos que um texto que não tenha introdução e
conclusão seria classificado como “não é predominantemente dissertativo”.

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Um texto que tenha só uma delas seria nota 1, e o texto com os três
elementos, além de bem estruturado e coerente, seria nota máxima.

12. Não vi ainda como o CESPE aplica esses “E(OU)”, o resultado dessa prova
do novo formato (EMAP/MA) não chegou a mim. Permito-me imaginar que
uma prova que receba nota 2 em apresentação e 0 em estrutura ficaria com
nota 1 no quesito. Disso, temos que não usar introdução e conclusão, por si
só, redundaria em 1 ponto a menos na nota.

13. Certo?

14. Ocorre que o desenvolvimento do tema vale 38 pontos. Pensem bem: será
que vale a pena gastar 10 linhas com introdução e conclusão para garantir 1
ponto, ou empregar essas mesmas linhas para desenvolver melhor o
conteúdo, concorrendo a 38 pontos? Se introdução e conclusão valem pontos
objetivamente, podemos usá-las, mas da forma mais econômica possível,
poupando linhas.

15. Diante disso, a regra de ouro é: escreva introduções e conclusões


sempre bem curtas!

16. Superada tal regra, podemos chegar mesmo a uma sugestão mais
ousada: escreva apenas introdução OU conclusão, conforme o texto
pedir, assumindo a nota intermediária nesse quesito. Gaste 3 linhas nisso, e
tenha as outras 27 para desenvolver o conteúdo. Abra mão de um ponto,
talvez apenas meio, a depender da forma de cálculo da banca.

17. Isso, é claro, para aqueles que conseguiriam encher as 30 linhas de


conteúdo, como é sempre recomendável. Se você tem apenas 25 linhas de
conteúdo para redigir, pode gastar 3 com introdução e 2 com conclusão ou
vice-versa, ou ainda espremer o conteúdo em 25. É importante planejar o
tamanho de cada parte da sua redação antes de começar a redigir.

18. E é importante conseguir redigir bem perto de 25 linhas de estrito


desenvolvimento, descontando introdução ou conclusão. Nunca menos de 20.

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19. Quanto à avaliação do desenvolvimento do tema, o CESPE trouxe a


seguinte metodologia. Lembrem-se de que o desenvolvimento vale 38 pontos.

20. Essa menção aos quesitos 2.1, 2.2 e 2.3 é esclarecida olhando o espelho
de correção (primeira figura) – são cada um dos quesitos explícitos no
comando da questão.

21. Vejam que a nota é dividida em duas: a seleção de informações, e a


organização do desenvolvimento. Ou seja, metade é O QUÊ você escreve, a
outra é COMO você escreve.

22. O CESPE sempre deixou os erros de gramática em segundo plano,


respondendo por apenas décimos da nota. É a equação de número de erros
vezes 2, dividido pelo número de linhas. O desconto na nota muito raramente
chega a um ponto, o normal para um texto com número baixo de erros é girar
em torno de 0,3. Isso no universo de 40.

23. Agora, porém, com essa atribuição de nota à organização e consistência


do desenvolvimento, temos que a forma como se escreve pesa muito. Não
os erros pontuais de gramática, mas a organização das ideias em frases e das
frases em parágrafos, bem como a relação das ideias em um texto bem
encadeado. Essa capacidade de organização estaria respondendo por
19 pontos, vejam sua importância.

24. Assim sendo, não basta sair listando argumentos, é importante usar
conectores entre suas frases e entre os parágrafos. As ideias devem ser

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colocadas na ordem correta, sem contradições que não sejam relevantes para
a argumentação. O texto deve ser fluido, bem pontuado.

25. Assim fechamos a análise desse novo formato de correção do CESPE.


Agradeço à colega dessa turma que me trouxe a prova da EMAP/MA.

26. Vamos passar a outro tema agora, mais prático, e que ajuda a ganhar os
19 pontos de consistência e organização do desenvolvimento do tema.

VÍRGULA

27. Analisando as redações dos alunos das outras turmas e daqueles que nos
procuram atrás de recursos, vejo que um tema é especialmente sensível.
Vírgula. Mesmo os melhores textos trazem problemas no uso da vírgula.

28. Quem pode falar melhor sobre isso não sou eu, mas os professores de
português. Certamente a aula deles será muito mais abrangente e correta do
que a minha, porém, acho que posso somar algo. Escreverei sobre vírgula não
como um professor de português, mas como um escritor prático. Falarei não
sobre as regras, que estão nas gramáticas, mas sobre como alguém que
escreve “sente” a hora de usar uma vírgula.

29. Isso se ganha pela leitura atenta. Sempre que forem ler um texto confiável,
reparem em como o autor usa as vírgulas. Aprendam por osmose, como se
costuma dizer.

30. Desde a primeira aula enfatizo a necessidade de usar frases curtas e


planejar as frases. Só isso já ajuda a resolver grande parte dos problemas,
mas não é o bastante. Vamos a outras técnicas.

31. Pensamentos paralelos costumam vir entre vírgulas. Vejam a seguinte


frase:

O construtor optou por usar cimento branco.

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32. É uma frase curta, direta. Um único pensamento. Caso outras ideias sejam
acrescentadas ali, muito provavelmente será necessário usar vírgulas para
separá-las da principal.

O construtor, diante da dificuldade que encontrou, optou por usar cimento


branco.

33. Essa construção, via de regra, vocês acertam. Alguns candidatos, porém,
suprimem a segunda vírgula, usando só a primeira.

34. Um outro caso, mais comum, seria:

Diante da dificuldade que encontrou, o construtor optou por usar cimento


branco.

35. Essa vírgula aí é “comida” por grande parte dos alunos.

36. Tudo que é explicativo, paralelo, tende a vir entre vírgulas. Se vocês lerem
essas frases em voz alta, perceberão nitidamente o momento de usar a
vírgula. Na prova, não se pode ficar falando, mas é possível ler em voz alta
“mentalmente”, digamos assim.

37. Aproveito para tratar de outro caso, um que eu mesmo tenho que ficar
atento para não errar.

Na prova, não se pode ficar falando.

38. A tendência de omitir essa vírgula é enorme. Muita gente esquece. Nas
minhas aulas, como uso linguagem informal, falada, eu mesmo costumo
deixar de usá-la com frequência. Faço aqui um mea culpa, afinal, talvez vocês
as usem como referência de escrita, preciso melhorar isso.

39. O macete aqui é observar onde começa o sujeito, inverter a ordem dos
termos. Vejam:

Não se pode ficar falando na prova.

Não se pode, na prova, ficar falando.

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Na prova, não se pode ficar falando.

40. Quando a frase está na ordem normal, direta, é mais raro o uso de vírgulas.
Quando uma palavra ou expressão, por outro lado, está “mal colocada”,
precisa ser separada do resto por vírgula.

41. Eu falei que se aprende muito sobre vírgulas por osmose. Certamente,
alguma coisa vocês já aprenderam assim na vida, ainda que não saibam. É
preciso usar esse conhecimento de alguma maneira, tratando o que não
conhecem da mesma forma com que tratam aquilo que conhecem.

42. Quando estiverem em alguma situação de dúvida, a tática é pensar em


uma outra, parecida, que dominem. Fazer um paralelo entre ambas, para
perceber que a regra é a mesma.

43. Querem ver um exemplo? Qual é o formato padrão de conclusão?

Do exposto, conclui-se que...

44. Todos aí conhecem isso. Ninguém erra essa vírgula. Assim sendo, não há
motivo para errar em construções similares:

Na prova, pode-se escrever corretamente...

Atualmente, as crianças não sabem brincar...

Diante do problema, a solução é...

45. São construções mais ou menos similares: todas usam um termo


introdutório, que mostra o contexto em que se dá o resto. Contexto da prova,
contexto atual, contexto do problema.

46. Nossa conclusão padrão traz o mesmo raciocínio. Traz o contexto de que
se está falando de tudo que veio antes (o exposto).

47. Essa é uma dica valiosa para a vida toda. Quando vir uma frase confusa,
procure formular na cabeça outras, que tragam construções similares. Uma

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hora alguma delas lhe será familiar, você terá certeza quanto à sua pontuação.
E, assim, conseguirá também cravar a pontuação da tal frase confusa.

--

48. As vírgulas, como a pontuação em geral, afetam a leitura do texto. Muitas


vezes – a internet é cheia disso – uma vírgula mal colocada muda o sentido
de uma frase. Ainda que não mude o sentido, eu sempre enfatizo o quanto o
examinador possui pouco tempo para avaliar a prova de vocês. Quando ele
esbarra em uma dificuldade de leitura, um texto truncado, não fica se matando
para tentar entender, simplesmente segue adiante, deixando de te dar os
pontos que daria por aquele período confuso.

49. É o emprego de vocês em jogo. Escrevam devagar, sejam claros, facilitem


a vida de quem corrige sua prova. Quem quer rir, tem que fazer rir.

50. Na próxima página, um exercício.

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Exercício

51. Tenho aqui a prova da EMAP/MA que trouxe esse formato de avaliação pela
primeira vez. Podem praticar redigindo o texto tentando atender a todos os
elementos que foram citados na aferição de nota dos quesitos (parágrafos 7 e
18 dessa aula).

52. Essa não é uma redação para correção individual, serve apenas de
exercício. A proposta para correção virá ao longo do curso.

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