Você está na página 1de 12

UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA

INSTITUTO DE ECONOMIA E RELAÇÕES INTERNACIONAIS


GRADUAÇÃO EM RELAÇÕES INTERNACIONAIS
GEOPOLÍTICA, SEGURANÇA E DIPLOMACIA
PROFESSOR FLÁVIO PEDROSO MENDES

Gabriel Brandão
Gleyson Pessoni
Isabelle Duzi
João Marcos Ferreira
João Poyer
Katarina Falcão
Laura de Oliveira Fernandes
Nicolas Boareto

DUNNIGAN, James F. How to Make War - A Comprehensive Guide to Modern


Warfare in the Twenty-first Century.
PART FIVE: SPECIAL WEAPONS

Uberlândia
2022
1. The Electronic Battlefield and Information Warfare

O autor começa a introdução da parte cinco, trazendo novos conceitos. Dentre eles, o
conceito de guerra de informação, guerra cibernética e as novidades em armamento – armas
biológicas, nucleares e espaciais. Com tantas novidades, fica-se em exposição alguns pontos
chaves que se encontram problemas, tais como, a definição e a conceituação de maneira única
dos significados dos termos acima apresentados.

Ora, quando falamos de guerra de informação, por exemplo, teremos de um lado os


militares que tentarão defender suas informações e ao mesmo tempo, agarrar as informações
do inimigo, porém a mídia, que se torna nesse sentido um agente influenciador de massa,
acaba utilizando as informações de maneira totalmente diferente, por exemplo.

Agora, seguindo o caminho da alçada militar, o autor então apresenta conceitos


familiarizados nos ambientes militares, mas com a perspectiva da guerra cibernética. Tais
como o conceitos de ocultação, camuflagem, artimanhas, propagação de mentiras,
demonstrações de poder, e a necessidade de um “entendimento” por parte dos generais em
meio a todas essas ações.

Mídia de Massa

Seguindo o pensamento de que a mídia, assim como a formulação de uma opinião


pública foram modernizadas e apresentam agora uma força de constrangimento para com as
questões militares - o autor cita nesse sentido a importância que se cria em fazer-se guerras,
conflitos, invasões ou o que houver de utilização da força, com o mínimo de vítimas
possíveis - visto que desde o advento dos anos oitenta, em que se conseguiu a transmissão de
imagens em tempo similar ao real, a percepção pública e a divulgação tomaram forma.

Para ilustrar tal pensamento, o autor utiliza de exemplos históricos, partindo da


Guerra do Vietnã, em que a opinião pública fomentou o movimento “Bring the Boys Home”,
passando, para o exemplo de utilização da mídia como uma arma central de Saddam Hussein
na Guerra do Golfo em 1991, e por fim, na Invasão ao Afeganistão, já nos anos 2000.

Guerra Cibernética
Sobre a Guerra Cibernética, destaca-se o fato de o conceito ainda está em progresso.
Dunnigan, vai trazer uma linha histórica, desde o advento da formulação de vários softwares
interligados formando uma rede que permitia acessos simultâneos - a Internet, passando
então, para a criação e formalização do WWW (World Wide Web), e de como todas essas
revoluções apresentaram uma decadência em sistemas antigos utilizados, como o DDOS, e
pelo lado ruim, facilitaram os acessos a possíveis malwares, ou seja, ao roubo de dados
sensíveis, informações governamentais e estratégias militares.

Nesse sentido, podemos destacar que o termo Hacker foi criado e popularizado e que,
a necessidade de pessoas conhecedoras sobre como operar um sistema e proteger os dados
passou a ser algo valorizado e requerido dentro de muitas nações - especialmente dentro dos
regimentos militares.

Vale ressaltar que, é complicado até mesmo hodiernamente fazer-se valer de que os
ataques que acontecem dentro do campo cibernético sejam de fato considerados crimes, seja
em uma esfera cívil ou mesmo uma nacional. Importante ressaltar que, ações que tentam
invadir as plataformas do governo, tais como os ataques citados no texto ao Pentágono,
muitas vezes são rastreados até localidades de países já desenvolvidos e com grande
capacidade bélica - o que tornaria a questão ainda mais sensível.

Comando, Controle, Comunicações e Inteligência (C³I)

O C³I representa de maneira geral como um comandante militar coordenaria seus


esforços no campo de batalha através de tecnologias de comunicação, facilitando o comando
e a eficácia das diretrizes a serem passadas aos combatentes. Porém, os equipamentos
eletrônicos possuem peculiaridades que necessitam ser observadas, e problemáticas que
dificultam seu desempenho em ambientes hostis.

Alguns dos principais problemas são a complexidade dos equipamentos e sua


recorrente atualização e reparação de funcionalidades já existentes. Outro ponto é a falta de
especialização humana para controlar esses equipamentos, somado ao cenário de guerra que
incapacita esses dispositivos, e por fim, consequências desses que só podem ser observadas
em decorrência do conflito. Há também uma sensação de “falsa esperança”, que significa
observar determinado cenário em um terminal de computador, que às vezes, poderá ser mais
otimista do que a realidade no campo de batalha.

Digitalização

A “digitalização” tem sido desenvolvida principalmente pelos EUA nos últimos anos
do século XX com o advento da internet. Dessa forma, os veículos de guerra como tanques e
outros têm integrado em si displays responsáveis por designar em tempo real a localização
desses componentes militares, possibilitando que o comando operacional esteja ciente da
movimentação de suas tropas, linhas inimigas, campos minados etc.

A guerra no Afeganistão foi tida como o campo de teste dos EUA na utilização desses
veículos e dispositivos de localização digitais, favorecendo de forma esmagadora,
informações táticas a serem desempenhadas pelo exército americano. Os principais veículos
utilizados foram os predadores UAV e predadores armados. Os predadores UAV são
responsáveis por fazer o reconhecimento de campo das tropas inimigas, e podem voar por
mais de 12 horas diretamente fornecendo informações valiosas para o centro de comando. Já
os predadores armados, fazem o reconhecimento e abate instantâneo de veículos inimigos,
integrados com mísseis de 100 kg, e sem a necessidade de espera de apoio térreo ou aéreo. E
por último, as forças especiais que eram responsáveis por controlar esses veículos pelo solo
de maneira digital.

2. A guerra no espaço

Diante da evolução tecnológica que diretamente impactou a forma como se dão os


conflitos na atualidade, pode se definir que o espaço acima da terra será definitivamente um
campo de batalha para todo conflito que por fim virá. Os novos armamentos e nova geração
de satélites tem capacidade para mudar totalmente o rumo de conflitos, uma vez que o
alcance dessas armas é de tamanho inimaginável.

Desde o surgimento de armas de vigilância militar acopladas a satélites há o


entendimento de que essas tecnologias são um dos fatores mais importantes no uso de forma
militar do espaço. Esses processos se dão de fato no início da década de 1960 com o
surgimento de um dos satélites pioneiros na disseminação da vigilância militar espacial, este
que era denominado “KH Series” (Key Hole). A época tal equipamento já tinha tecnologia
suficiente para detectar objetos de até 30 centímetros de diâmetro diretamente na superfície
terrestre, algo jamais visto anteriormente, o que implicou numa mudança jamais vista nos
métodos de espionagem militar. Durante toda sua evolução, este continuou a ter gerações
atualizadas na medida em que novas tecnologias eram desenvolvidas, podendo chegar a
ultrapassar o valor de 500 milhões de dólares.

Outro fator de extrema importância no desenvolvimento dessas tecnologias de guerra


espacial é a criação e aprimoração do GPS (Global Positioning Satellite), visto que mesmo
não sendo criado especificamente com o intuito militar, este teve papel revolucionário sobre
os satélites com propósitos de reconhecimento militar, uma vez que já no inicio da sua
criação o mesmo conseguia identificar a localização de alvos com precisão de até 25 metros,
aprimorando de forma drástica as metodologias de reconhecimento geográfico.

Quando se trata das tecnologias abordadas nesses satélites de uso militar, estes podem
ser definidos em categorias específicas, como a exemplo os voltados à comunicação, estes
que são uma alternativa muito viável em detrimento da construção de estações terrestres, uma
vez que um único satélite consegue cobrir áreas vastamente maiores. Estes também podem
ser utilizados primariamente para reconhecimento do oceano, com o também para
rastreamento de navios. Há também aqueles de uso estrito de combate, onde os mesmos têm a
função de abater inimigos e disparar projéteis, tanto como podem servir desde da
comunicação até ao transporte de armamentos, sendo incrivelmente versáteis.

A crítica e preocupação futura sobre o desenvolvimento dessas tecnologias de guerra


espacial está exatamente na vulnerabilidade destes equipamentos quando em órbita terrestre.
Não há de se negar que estes são grandes aliados no combate, mas são citados pontos
vulneráveis que ainda podem incapacitar tais equipamentos com facilidade, como a exemplo
a destruição das suas bases de controle e lançamentos terrestres em um eventual conflito,
assim incapacitando os equipamentos em órbita e impedindo a manutenção futura. Outro
ponto de grande preocupação no desenvolvimento dessas tecnologias é que, na medida que
estes equipamentos evoluem, estes ficam sujeitos a pulsos eletromagnéticos que podem
facilmente incapacitar suas funções, seja num conflito ativo ou eventual pulso natural. Com
esse entendimento a preocupação futura é de sanar tais vulnerabilidades uma vez que o
conflito espacial é uma realidade.
3. Armas químicas, biológicas e nucleares

Armas químicas:

As armas nucleares, assim como as armas biológicas e químicas, são consideradas


armas de destruição em massa. Segundo o autor, essas são armas que ninguém quer utilizar.
Devido a desordem e imprevisibilidade que esse tipo de arma pode causar - para o resto da
vida- grande parte das nações assinou o tratado de “chemical weapons convention”.
Apesar disso, foi demonstrado que atualmente, nações do terceiro mundo - como o
Iraque- podem recorrer às armas químicas como forma de ataque, porém o medo de
retaliação de outros Estados que possuem o mesmo potencial, inibem a utilização desse
recurso. Segundo o autor, as armas químicas são vistas como “a arma nuclear dos pobres”
As primeiras armas químicas foram utilizadas em 1915. O arsenal de “gás nervoso”
foi utilizado na primeira guerra mundial pelos alemaẽs, e mata em minutos, e foi uma das
primeiras situações de “balança do terror”. Todavia, ele não foi utilizado na segunda guerra
mundial, com receio de uma retaliação utilizando o mesmo método.
A proteção contra as armas químicas, não é difícil, mas pode ser trabalhosa. O custo
operacional e material mobilizado para esse anteparo é alto. Para cada tipo de substância
química, é necessário uma roupagem, equipamento e antídotos específicos. O treinamento, e
aviso prévio podem ajudar, mas não garante uma solução cem por cento garantida. Além
disso, esse tipo de armamento químico pode ser formulado para durar horas, dias ou décadas.
Todavia, esse tipo de armamento pode ser utilizado de forma defensiva, de formas
diversas. O autor cita como exemplo, o caso de 1918, quando as tropas cobriram longas áreas
com o gaś nervoso para retardar o avanço do inimigo.
Os impactos psicológicos de um sobrevivente das armas químicas, tanto de civis
como de soldados, são o choque ou a imobilização, além da disposição de luta apenas pela
sobrevivência dos combatentes.
A utilização da arma química mais famosa -o gás nervoso- é especialmente
prejudicial para a guerra terrestre e do ar. Nesse sentido, as roupas de proteção dos pilotos e
soldados é incômoda, o que pode levar à exaustão com facilidade. Ademais, o contato com o
gás, mesmo em pequenas quantidades, tem efeitos colaterais que geram desorientação e
efeitos nocivos ao desempenho dos combatentes.
Armas biológicas:

Por milhares de anos espalhar doenças através do exército inimigo era considerado
uma prática tática de guerra. Mesmo depois de séculos as doenças foram capazes de matar
mais soldados batalhas em tempo de guerras, porém as doenças tendem a assumir um caráter
endêmico, principalmente na Rússia e na Ásia, levando até mesmo em piadas sobre a
capacidade de alguns exércitos como por exemplo o ditado que “ apertar a mão de um
soldado russo poderia ser mais letal do que levar um tiro do mesmo”, isso dada a imunidade
que os mesmos possuíam a algumas doenças que foram capazes de causar baixas em outros
exércitos.
Dunnigan apresenta que os avanços dos últimos séculos fizeram com que poucas
governos se "aventurassem'' sobre o uso de armas biológicas, sobretudo debates sobre as leis
de guerra mas também sobre as incertezas que circundam o uso de armas biológicas. A
campanha mais significativa do século 20 foi a do exército japonês na Segunda Guerra
Mundial, pois com o fim da guerra foi descoberto pelos Estados Unidos um extenso arsenal
de armas biológicas produzidas e desenvolvidas no Japão para serem utilizadas contra a
China. As pesquisas se davam na Manchúria, por uma unidade especial de pesquisas médicas
chamada “ Unit 731”. A equipe ficou conhecida por utilizar prisioneiros chineses e ocidentais
para testar formas de tortura e experimentos.
Majoritariamente suas pesquisas se direcionaram a tentativas de espalhar a peste
bubônica, como bombas de peste negra, que não foram bem sucedidas. O primeiro teste
ainda em 1940 não gerou impactos que pudessem ser notados, sendo então refeitos em 1942,
lançando pulgas infectadas em locais mais próximos a tropas chinesas, porém ainda assim
não gerou o impacto que era esperado, basicamente, pelo fato de que a peste bubônica era
uma doença endêmica na China, junto com outras diversas doenças fazendo com que a
população desenvolvesse um grau de imunidade a mesma.
Apesar das diversas tentativas da Unidade 731 de matar e ferir um grande número de
pessoas, a unidade teve mais êxito em causar terror, pois a fama de suas pesquisas e cirurgias
experimentais praticadas se propagou entre os exércitos inimigos, o que foi utilizado como
mecanismo de cooperação com os prisioneiros. Sendo assim, para Dunnigan, o maior êxito
que a unidade obteve foi o balanço de terror que ela gerou, sendo este maior que a real
efetividade do uso de armas biológicas.
O debate sobre o uso de armas biológicas frequentemente se questiona se seria mais
relevante a criação de uma nova doença ou a modificação de uma doença para uma variante
mais letal, contudo junto a esse debate emerge a efetividade e os riscos sobre tais armas, pois
paralelamente necessita-se da criação de imunizantes para as tropas e as incertezas de
efetividade, onde as inseguranças tendem a serem maiores do que a confiabilidade em tais
armas.
As armas biológicas exigem um alto índice de tecnologia, recursos e técnica para
manuseio, demonstrando-se ou muito sensível ou fatal o suficiente para que seu uso seja
repensado, fazendo com que na realidade o seu uso em larga escala não se reproduza com
facilidade, assim adquirindo maior efetividade no balanço de terror que elas podem causar.
Apesar das armas biológicas integrarem as guerras e batalhas a milhares de anos,
atualmente seu uso muitas vezes é restringido pelo debate sobre a sua dispersão, imunização
e vigilância a efeitos colaterais. Segundo o autor, o desuso se dá pela dificuldade de uso,
grande volume de recursos e tecnologias utilizadas, pois são armas difíceis de usar, onde um
tiro que saía pela culatra coloca-se muito a perder.

4. Armas Nucleares:

O autor argumenta que, assim como as demais tecnologias anteriormente citadas, ou


seja, armas químicas e biológicas, as armas nucleares somente são utilizadas em um
momento em que a derrota é iminente. Isso porque abre uma condicionante perigosa, ou seja,
a prerrogativa de um contra ataque em igualdade, ou seja, um ataque nuclear. Os conflitos
com armas nucleares escalam de uma maneira muito diferente das demais armas, visto que
elas têm a capacidade de destruir o planeta. Esse foi um dos motivos pelos quais as armas
nucleares nunca foram utilizadas, nem mesmo as ditas armas táticas. Para o autor, se as armas
táticas fossem empregadas, abriram da mesma forma um precedente para que o conflito
escale, além do que, dependendo da quantidade utilizada, os efeitos danosos ao ambiente são
de igual forma ruins se comparados a uma arma nuclear convencional.

Um dos principais efeitos colaterais do uso das armas nucleares relaciona-se à


radioatividade. O momento da explosão, além de liberar uma quantidade absurda de energia
na forma de calor, ainda libera raios gama. Esses raios, no momento imediatamente posterior
à explosão, podem causar a morte de pessoas quase que instantaneamente. Além disso, o
local da explosão e alguns chamados "pontos quentes" também podem conter emissões
radioativas que levam à morte em algumas horas ou mesmo dias. Mesmo com todos esses
perigos, o autor argumenta que a radioatividade não é tão perigosa quanto a imprensa nos faz
pensar, principalmente porque o pico de emissões localiza-se instantes depois da explosão.
Alguns países estão tentando desenvolver armas nucleares que não emitam radiação, ou seja,
armas de nêutrons. Contudo, como argumenta o autor, os males causados pela radiação são
mínimos se comparado com a explosão em si.

Operações Além da Guerra

O autor elucida neste capítulo as atividades militares que vão além da guerra, com os
objetivos de manter a segurança em determinada região, manter o status quo político evitando
guerras civis ou revoluções, conter ou direcionar a influência de grupos militares, etc.

Quando a nação não está em conflito, o seu exército pode fazer atividades para
manter sua influência geopolítica, não necessariamente entrando em confronto. Alguns dos
exemplos de atividades citados por Dunningan é showing the flag em que o exército é
colocado em movimento para fins de demonstração do hard power. Algumas dessas
demonstrações podem ter como objetivo ameaçar o seu adversário, movimento conhecido
como Gunboat diplomacy, Para além da manutenção de seus status no sistema internacional,
você pode treinar seu exército, aprimorando táticas e equipamentos, melhorar a condição
física e mental de seus soldados, reforçar a ideologia militar. Se necessário, convém esse
suporte e treino ser estendido para exércitos ou até mesmo guerrilhas aliados, em que você
aumenta o seu poder através da influência e dependência. O mesmo acontece quando você
entra em um conflito em defesa da causa de um aliado.
As operações além da guerra também podem significar entrar em conflitos menores,
protagonizando combate a crimes internacionais como tráfico de armas, drogas e humanos,
apoio ao Estado meio às crises civis como revoltas, protesto ou desastre ambientais,
assistências para polícias para os seus aliados em assuntos domésticos e defesa do território,
“pacificar” áreas de violência. Tudo isso para tornar o discurso mais benevolente possível. A
maior
As operações além da guerra ganharam mais importância após o fim da guerra fria.
As tropas de combate representam menos de 10% da força do exército americano e o seu
custo pra manter essa tropa ativa, de prontidão e colocá-los em atividade, é muito elevado
devido ao tempo de preparo, treinamento e execução o que os soldados da tropa passam é
significativamente longo (cerca de 18 meses para que uma tropa realize uma tarefa). A
solução mais recorrente seria o uso dos reservistas, que sempre é um caminho difícil visto
que eles não são militares e muito menos tem uma ideologia militar, fora o sacrilégio de
interromper suas vidas civis em uma causa que muitas vezes nem está diretamente ligada ao
seu país.
As operações além da guerra se tornaram mais frequentes após o fim da guerra fria.
Dando essa justificativa de trazer a paz em situações de vulnerabilidade social. Os Estados
Unidos podem fazer suas operações para manter seus interesses geopolíticos, ainda sendo
bem visto pela comunidade internacional, por fazer esforços para promover a estabilidade em
regiões de maior vulnerabilidade política. Boa parte das operações além da guerra do exército
dos EUA são financiadas pela OTAN e os soldados costumam ser bem remunerados.
Como militares são pessoas formadas para pensar e agir em situações de guerra,
considerando que as operações de paz lidam com processos e conflitos civis, houve a
necessidade de criar diretrizes gerais para evitar incidentes diplomáticos que possam
comprometer a missão dos soldados na atividade. Essas diretrizes são chamadas de ROE
(Rule of Engagement), tem como objetivo impedir que as tropas evitem ao máximo prejudicar
civis. Dunningan exemplifica de um acidente que ocorreu em Beirute em 1983, em que um
quartel de fuzileiros navais foi explodido deixando quase 250 homens mortos. Esse acidente
foi ocasionado por diversas regras da ROE ignoradas ou não bem aplicadas. Em contrapartida
as ROEs, de acordo com cada experiência das operações além da paz, foram ficando cada vez
mais rígidas e limitando o fuzileiro ao ponto dele não ter ao menos acesso a munição. Além
do fuzileiro perder a capacidade de alterar de cumprir com sua missão, esse caráter inútil que
o soldado passa a ter afeta até a moral deles durante o combate.
Os problemas mais comuns que tropas em operações além da paz podem encontrar
não são necessariamente terroristas ou uma rebelião caótica. E sim, o que podemos chamar
pequenos grupos criminosos organizados formados por bandidos, gangsters e rebeldes, e que
Dunningan chama de senhores da Guerra. Fomentado em regiões onde o governo absoluto
não tem poder ou recurso para comandar o seu Estado, os senhores da guerra estão sempre
em conflito com outros senhores da guerra, gerando assim um ambiente em que a violência se
torne uma árdua rotina. O trabalho dos militares neste contexto é tentar conter essa dinâmica
do crime e violência, mas nem o próprio tem uma resposta clara para essa questão. Depois de
tentativas de trazer policiais de outras regiões (frustradas por falta de treinamento e logística)
o antigo método possível para amenizar a estrutura da violência é o do antigo método
colonial, em que consiste em você trazer pessoas de fora para aprender a língua e cultura da
região para que estes passem a administrar o poder político da região. Pouco a pouco os maus
hábitos e senhores da guerra vão perdendo força. Caro, demorado, porém efetivo.
Operações Especiais

As Operações Especiais são reconhecidas como forças de elite, atuam em pequenas


unidades de soldados altamente treinados para as operações que são consideradas de extremo
risco. Estas operações já são altamente conhecidas, pois se sabe que algumas tropas, mesmo
que em número menor, porém bem treinadas, com fortes lideranças e habilidosas podem
causar um ataque minuciosamente bem planejado com um efeito gigante dentro de um
conflito.
Um dos exemplos que o autor utiliza para demonstrar o quão longe é essa ideia de
forças especiais se dá por um episódio que aconteceu há mais de 3.000 anos, quando os
gregos conseguiram invadir Tróia, com os poucos soldados que estavam dentro de um cavalo
de madeira que ficará do lado de fora dos muros da cidade. Os troianos, ao entender que este
cavalo deixado pelos gregos era apenas um símbolo da desistência do seu exército e que o
conflito naquele momento se tinha encerrado com a vitória de Tróia, porém, após as
comemorações sobre a até então vitória, os gregos escondidos dentro do cavalo aguardaram a
melhor chance de atacar dentro da cidade e ao eliminar os poucos guardas que estavam a
paisana, conseguiram abrir os portões da cidade e obter sucesso no objetivo de tomar a
cidade.
Tendo o exemplo acima exposto, podemos entender um pouco mais da importância
desses soldados de elite, que são treinados para missões extremamente arriscadas. Sendo
assim, o texto irá abordar em um primeiro momento os comandos, que tiveram sua criação no
ano de 1941 pelos britânicos, que viam a necessidade de selecionar os melhores soldados
para que fosse possível obter êxito em suas missões. Consequentemente a isso, se tem a
criação da SAS (Special Air Service), que pode ser entendida como a primeira Special
Operation Force. Após a sua criação, outros grupos se inspiraram para que fosse possível
selecionar aqueles que fossem os melhores combatentes. Por fim, é necessário destacar que
os comandos, além de sua atuação em conflitos, destaca-se também sua atuação em
treinamentos.
Já no que diz respeito aos paraquedistas, é importante frisar que durante a atuação
destes que também são uma unidade de elite, se tinha uma grande vantagem aos conseguir
ultrapassar as linhas do inimigo, porém, essa vantagem não acabava resultando em um bom
número de sobreviventes, pois o número de mortes do pára quedistas eram relevantes.
No que diz respeito aos fuzileiros navais, se destaca a grande atuação dos Estados
Unidos nesse quesito, obtendo um número elevado, cerca de um pouco mais da metade dos
fuzileiros navais que se tem hoje são americanos. Nesse quesito, se tem a grande evolução
das tecnologias utilizadas pela marinha americana, onde possuem sua própria força aérea e
equipamentos tanto para água e para a terra, os chamados equipamentos anfíbios.
Já no que diz respeito das Special Forces, criada em 1950, é uma unidade de elite
exclusiva dos Estados Unidos, sendo sua principal característica a junção dos serviços e da
qualificação dos Comandos e do serviço secreto. O objetivo principal dessa forças especiais
seria a atuação em território inimigo, onde atuariam em conjunto e treinariam possíveis
aliados que estão no espaço adversário. Tanto que em um primeiro momento se tinha a
intenção de atuar dentro da Europa Oriental, onde se buscava por pessoas que fossem contra
o regime comunista. Nos dias atuais pode-se interpretar essas forças especiais como tropas
que combatem o terrorismo em outros Estados, busca a manutenção de paz em países antes
em conflito e a assistência a segurânça.

Você também pode gostar