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Secretaria Federal de Controle Interno

Unidade Auditada: SENAC-ADMINISTRAÇÃO REGIONAL NO MATO


GROSSO
Exercício: 2015
Município: Cuiabá - MT
Relatório nº: 201601794
UCI Executora: CONTROLADORIA REGIONAL DA UNIÃO NO ESTADO DO
MATO GROSSO

_______________________________________________
Análise Gerencial

Senhora Chefe da CGU-Regional/MT – em exercício,

Em atendimento à determinação contida na Ordem de Serviço nº 201601826 e consoante o


estabelecido na Seção III, Capítulo VII da Instrução Normativa SFC nº 01, de 06 de abril de 2001,
apresentamos os resultados dos exames realizados sobre a prestação de contas anual apresentada
pelo SENAC/MT.

1. Introdução
Os trabalhos de campo foram realizados no período de 13 de junho de 2016 a 30 de junho de 2016,
por meio de testes, análises e consolidação de informações coletadas ao longo do exercício sob
exame e a partir da apresentação do processo de contas pela unidade auditada, em estrita
observância às normas de auditoria aplicáveis ao Serviço Público Federal.
Nenhuma restrição foi imposta à realização dos exames.
O Relatório de Auditoria encontra-se dividido em duas partes: Resultados dos Trabalhos, que
contempla a síntese dos exames e as conclusões obtidas; e Achados de Auditoria, que contém o
detalhamento das análises realizadas. Consistindo, assim, em subsídio ao julgamento das contas
apresentadas pela Unidade ao Tribunal de Contas da União – TCU.

2. Resultados dos trabalhos


De acordo com o escopo de auditoria firmado, por meio da Ata de Reunião realizada em 07 de
dezembro de 2015, entre a Secretaria de Controle Externo da Previdência, Trabalho e Assistência
Social do Tribunal de Contas da União (TCU) e a Coordenação-Geral de Auditoria da Área de
Serviços Sociais (CGSES) da Secretaria Federal de Controle Interno (SFC) da Controladoria-Geral
da União (CGU), foram efetuadas as seguintes análises:

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2.1 Avaliação do Cumprimento das Determinações/Recomendações do TCU
Não foram localizados Acórdãos, emitidos entre 2012 e 2015, com determinações/ recomendações
do Tribunal de Contas da União (TCU) ao Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial em Mato
Grosso (Senac-MT) que contenham determinação específica à CGU para acompanhamento.

2.2 Avaliação da Conformidade das Peças


Com a finalidade de avaliar a conformidade das peças do Processo de Contas da Gestão 2015 do
Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial – Administração Regional em Mato Grosso
(Senac/MT), incluído o rol de responsáveis, foi analisada a composição e a sistemática eletrônica
de apresentação do Relatório de Gestão (RG) no Sistema e-Contas do Tribunal de Contas da União
(TCU), conforme disposto no Anexo Único da Portaria/TCU nº 321, de 30 de novembro de 2015.
Constatou-se que, embora a Unidade tenha elaborado todas as peças a ela atribuídas pelas normas
do Tribunal de Contas da União para o exercício de 2015, há inconformidades formais e ausência
de algumas informações, conforme detalhado nos Achados de Auditoria.
Da análise do Rol de Responsáveis do Senac-MT, peça complementar ao Processo de contas
encaminhado ao TCU, verificou-se que está em conformidade com o art. 10 da DN/TCU 63/2010.
Foram realizados ajustes diretamente no Sistema e-Contas, notadamente com fins de excluir
Suplentes do Conselho que não substituíram efetivamente os titulares no período de 2015, bem
como registrar as datas em que houve efetivas substituições dos titulares pelos respectivos
suplentes.

2.3 Avaliação do Cumprimento das Recomendações da CGU


Em consulta ao sistema de monitoramento da CGU, verificou-se que não existem recomendações
emitidas para o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial em Mato Grosso (Senac-MT), UG
389513.

2.4 Avaliação da Situação das Transferências Voluntárias


Mediante levantamento de dados e registro no Item 2.3.2 do Relatório de Gestão, verificou-se que
o Senac/MT não descentralizou recursos por meio de transferências financeiras a terceiros
mediante convênios ou ajustes similares no exercício de 2015.

2.5 Avaliação dos Resultados Quantitativos e Qualitativos da Gestão


Trata-se da análise dos resultados quantitativos e qualitativos da gestão, em especial da eficácia e
eficiência dos objetivos e metas físicas e financeiras planejados ou pactuados para o exercício.
O Senac/MT possui um plano anual de trabalho para o exercício de 2015, denominado Plano de
Ação da Administração Regional – PAAR 2015, o qual contém as diretrizes e objetivos
estratégicos gerais que norteiam as ações da instituição.
O PAAR/2015 norteou o trabalho do Senac/MT e nele constam as metas (física e financeira), cujos
resultados são os dispostos no quadro seguinte:
Quadro: Metas do Senac/MT
META FÍSICA (nº de matrículas) META FINANCEIRA (R$)
Previsto Executado % Previsto Executado %
33.154 35.526 107 54.150.000,00 48.545.577,63 90
FONTE: Senac/MT – Unidade de Desenvolvimento Educacional. Relatório de Gestão

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Verificou-se que para o exercício de 2015 foi estabelecida meta física interna de 33.154 matrículas
distribuídas entre todas as Unidades do Senac/MT. Conforme dados obtidos junto à Unidade de
Desenvolvimento Educacional da UPC, o desempenho das Unidades superou a expectativa inicial
e resultou em 35.526 matrículas no exercício analisado.
De acordo com informações do gestor e dados do Relatório de Gestão da UPC, o exercício de 2015
foi marcado por retração da economia brasileira, com consequentes quedas nos repasses
provenientes da arrecadação nacional da receita compulsória. Além disso, contribuindo para o não
atingimento das metas financeiras estabelecidas houve queda no repasse dos recursos do Pronatec.
Pelas informações do gestor, observa-se que o desempenho financeiro esperado não foi alcançado
em razão de fatores externos, porém isso não impediu que os esforços da equipe deixassem de
alcançar as metas físicas.
Destaca-se que a utilização do Sistema Educacional Integrado-SEI permite maior confiabilidade
aos registros dos dados de matrículas e maior celeridade na obtenção de relatórios financeiros e
gerenciais.
Pelo exposto, registre-se que a execução das ações realizadas pelo Senac/MT guarda
compatibilidade com a missão e os objetivos estratégicos da Entidade.

2.6 Avaliação da Gestão de Pessoas


A fim de atender ao estabelecido na DN TCU nº 147/2015 foram consideradas nesse item as
seguintes questões de auditoria:
a) os registros pertinentes no sistema contábil e demais sistemas corporativos são fidedignos?
b) o setor responsável observou a legislação aplicável à admissão de pessoal?
c) as atividades de controle desenhadas para mitigar os riscos identificados na gestão de pessoas
estão adequadas?
Em relação à força de trabalho do Senac/MT foram validadas as informações veiculadas no
respectivo Relatório de Gestão conforme Quadro a seguir:
Quadro: Força de Trabalho do Senac/MT
Efetivo em 31/12/2015 Admissões Demissões, aposentadorias e pensões Efetivo em 31/12/2015
285 72 143 214
Fonte: Relatório de Gestão.
A partir das informações apresentadas pela UPC é possível concluir que não existem registros de
remuneração variável na folha de pagamento do Senac/MT. Os testes realizados nas demais
rubricas apontaram um resultado positivo quanto à consistência dos dados informados e adequação
do pagamento à legislação aplicável.
Não foram detectados contratos ou processos de assessoria firmados que pudessem caracterizar
terceirização de atividades finalísticas de competência de setores/áreas e empregados do
Senac/MT.
Eventuais necessidades de um novo posto de trabalho são supridas por processo de seleção, cujas
análises não identificaram impropriedades nas admissões de pessoal.
Com base nos resultados obtidos a partir dos testes de auditorias realizados, pode-se concluir que
os controles internos para a área de recursos humanos são razoavelmente suficientes para assegurar
a regularidade dos procedimentos vinculados à seleção, ao quantitativo de pessoal e aos limites
remuneratórios implementados pelo Senac/MT.

2.7 Avaliação da Regularidade dos Processos Licitatórios da UJ

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A fim de avaliar a regularidade dos processos licitatórios e das contratações e aquisições realizadas
por meio de dispensa e de inexigibilidade de licitação, selecionou-se para análise, com base nos
critérios de materialidade e criticidade, amostra que representa 33% dos recursos contratados em
2015, conforme demonstrado a seguir:
Quadro: Licitações – Geral
Quantidade total Volume total de Quanti- Volume de Quantidade em Volume dos recursos
de Processos recursos dos Processos dade recursos que foi detectada em que foi detectada
Licitatórios licitatórios (R$) avaliada avaliados (R$) alguma falha alguma falha*
30 13.114.627,63 3 4.397.525,13 0 0
Fonte: Registros eletrônicos da Entidade.

Quadro: Dispensa de Licitação


Volume total de Quanti- Volume de Quantidade em Volume dos recursos
Quantidade total
recursos de dispensas dade recursos que foi detectada em que foi detectada
de Dispensas
(R$) avaliada avaliados (R$) alguma falha alguma falha*
30 410.101,73 3 93.054,45 0 0
Fonte: Registros eletrônicos da Entidade.

Quadro: Inexigibilidade de Licitação


Quantidade total Volume total de Quanti- Volume de Quantidade em Volume dos recursos
de recursos de dade recursos que foi detectada em que foi detectada
Inexigibilidades inexigibilidades (R$) avaliada avaliados (R$) alguma falha alguma falha*
4 99.800,00 01 30.000,00 0 0
Fonte: Registros eletrônicos da Entidade.
*O valor mencionado nessas colunas corresponde ao total das aquisições e não indica necessariamente a existência
de prejuízos.
Diante da análise, observou-se que o Senac/MT adotou procedimentos compatíveis com a
legislação aplicável.
Em relação aos controles internos administrativos da gestão de compras e contratações, em que
pese as respostas da UJ registradas no Anexo 6 - Avaliação do Sistema de Controles Internos da
Unidade terem sido ‘parcialmente válido’ e ‘totalmente válido’, foram detectadas deficiências na
formalização dos procedimentos (manuais e/ou rotinas), deficiências na execução de controles
legais, deficiências nos controles gerenciais/acompanhamento das atividades e ausência de
controles preventivos de fraudes e conluios. Esses apontamentos, registrados em item próprio deste
relatório, constituem oportunidade de melhorias para aprimorar os controles já adotados pelo
Senac/MT.

2. 8 Ocorrências com dano ou prejuízo


Entre as análises realizadas pela equipe, não foi constatada ocorrência de dano ao erário.

3. Conclusão
Eventuais questões formais que não tenham causado prejuízo ao erário, quando identificadas,
foram devidamente tratadas por Nota de Auditoria e as providências corretivas a serem adotadas,
quando for o caso, serão incluídas no Plano de Providências Permanente ajustado com a UJ e
monitorado pelo Controle Interno. Tendo sido abordados os pontos requeridos pela legislação
aplicável, submetemos o presente relatório à consideração superior, de modo a possibilitar a
emissão do competente Certificado de Auditoria.

Cuiabá/MT, 21 de setembro de 2016.

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Relatório supervisionado e aprovado por:

_____________________________________________________________
Chefe da Controladoria Regional da União no Estado do Mato Grosso - em exercício

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_______________________________________________
Achados da Auditoria - nº 201601794

1 CONTROLES DA GESTÃO
1.1 CONTROLES INTERNOS
1.1.1 AUDITORIA DE PROCESSOS DE CONTAS
1.1.1.1 INFORMAÇÃO

Verificação da conformidade das peças da prestação de contas.

Fato
Com a finalidade de avaliar a conformidade das peças do Processo de Contas da Gestão 2015 do
Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial - Administração Regional de Mato Grosso
(Senac/MT), incluído o rol de responsáveis, foi analisada a composição e a sistemática eletrônica
de apresentação do Relatório de Gestão (RG) no Sistema e-Contas do Tribunal de Contas da União
(TCU), conforme disposto no Anexo Único da Portaria/TCU nº 321, de 30 de novembro de 2015,
sendo verificadas as seguintes inconsistências:
1) Inobservância da forma:
1.1) A identificação da unidade está no quadro 1.2.1, dentro do Item 1.2 (Normas e regulamento
de criação, alteração e funcionamento da unidade) e não no item 1.1, conforme Portaria/TCU nº
321/2015.
1.2) O item 4.3.7 da DN está registrado no item 2.3.2. do Relatório de Gestão.
2) Ausência de algumas informações:
2.1) Não há informações sobre “histórico do órgão ou da entidade” (Item 3.4 do anexo único da
Portaria/TCU nº 321/2015).
2.2) Não há registro das informações sobre o “programa de trabalho e as estratégias de execução”
(Item 4.1.1 da Portaria/TCU nº). Há, somente, informações sobre as diretrizes estratégicas na
Figura 2.1.3.1 do RG (Diretrizes Estratégicas do Planejamento Estratégico do SENAC Nacional).
2.3) Não houve análise dos indicadores em item único. As análises, metas e realizações estão
dispersos no RG, notadamente no Item 6, que trata das Áreas Especiais da Gestão, e no Anexo 04,
que traz os indicadores estratégicos.
2.4) Não há registro das informações previstas no item 8.1.1 da Portaria/TCU (Estrutura de pessoal
da unidade). No Relatório de Gestão (RG), o Item 6.1.1 informa somente que a “Lei 8.112/1990
não se aplica ao SENAC/MT”.
2.5) Não há no RG informações sobre a gestão da frota de veículos própria e terceirizada (Item
8.2.1 da Portaria/TCU).
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a/

1.1.2 Avaliação dos Controles Internos Administrativos


1.1.2.1 CONSTATAÇÃO

Controles internos do Senac/MT em nível de entidade são existentes, porém com


oportunidade de aprimoramento no ambiente de controle, avaliação de risco e
comunicação.

Fato

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Controles internos é o conjunto de atividades, planos, métodos, indicadores e procedimentos
interligados, utilizado com vistas a assegurar a conformidade dos atos de gestão e a concorrer para
que os objetivos e metas estabelecidos para as unidades jurisdicionadas sejam alcançados (IN TCU
nº 63/2010).
A avaliação de controle interno visa a avaliar o grau em que o controle interno de organizações,
programas e atividades governamentais assegura, de forma razoável, que, na consecução de suas
missões, objetivos e metas, os princípios constitucionais da administração pública sejam
obedecidos; as operações sejam executadas com eficiência, eficácia e efetividade, de maneira
ordenada, ética e econômica e em conformidade com as leis e os regulamentos aplicáveis; as
informações e os registros produzidos sejam íntegros, confiáveis e estejam disponíveis para apoiar
o processo decisório e para o cumprimento das obrigações de prestar contas; e os recursos, bens e
ativos públicos sejam protegidos de maneira adequada contra desperdício, perda, mau uso, dano,
utilização não autorizada ou apropriação indevida.
A responsabilidade por estabelecer, manter, monitorar e aperfeiçoar os controles internos para
assegurar os objetivos mencionados é da alta administração da organização, cabendo à auditoria
interna ou ao órgão de controle interno da entidade avaliar a qualidade desses processos (Art. 12
da IN Conjunta CGU/MP nº 01/2016).
A estratégia metodológica utilizada na auditoria consistiu no envio de questionário via correio
eletrônico aos colaboradores do SENAC/MT; análise documental; entrevista com colaboradores,
revisão de normas, pesquisas e trabalhos técnicos sobre o tema e verificação in loco dos controles
instituídos em nível de entidade.
Importante ressaltar que a avaliação de controles internos foi realizada com base na metodologia
do Committee Of Sponsoring Organizations of the Treadway Commission - Coso I: Controle
Interno – Estrutura Integrada (2013), referencial metodológico mundialmente aceito e mais
recomendado para realização deste tipo de trabalho, em conformidade com o disposto no art. 11
da IN Conjunta CGU/MP nº 01/2016.
A avaliação de controles internos foi realizada em nível de entidade, ou seja, quando os objetivos
de auditoria são voltados para a avaliação global do sistema de controle interno da organização ou
de partes dela (unidades de negócio, secretarias, superintendências, departamentos, áreas etc.) com
o propósito de verificar se está adequadamente concebido e se funciona de maneira eficaz.
Nesse sentido, foram analisados os seguintes componentes do sistema de controle interno do
SENAC/MT: ambiente de controle, avaliação de risco, atividades de controle, informação e
comunicação e monitoramento. Para cada componente da estrutura conceitual, esta equipe de
auditoria buscou avaliar a presença e efetivo funcionamento dos princípios correspondentes a cada
componente.
Os resultados da avaliação dos componentes e princípios do modelo referencial encontram-se
demonstrados a seguir:

A) AMBIENTE DE CONTROLE
O ambiente de controle é um conjunto de normas, processos e estruturas que fornecem a base para
aplicação do controle interno em toda a organização. O ambiente de controle abrange: a integridade
e os valores éticos da organização; os parâmetros que a estrutura de governança usa para cumprir
com sua responsabilidade de supervisão; a estrutura organizacional e a atribuição de autoridade e
responsabilidade; o processo para atrair, desenvolver e reter talentos competentes; e o rigor
envolvendo as medições, os incentivos e as recompensas de desempenho (COSO 2013).
Nesse sentido, a aplicação dos testes de controle neste componente resultou na identificação das
seguintes constatações:
A1. Deficiência no princípio “comprometimento com a integridade e valores éticos”.
a) Fragilidades no código de ética e de conduta do SENAC/MT;

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b) Falta de comissão de ética na entidade;
c) Ausência de método definido para avaliar o desempenho dos colaboradores e equipes em relação
às normas de conduta; e
d) Falta de treinamentos focados em temas relacionados à integridade e valores éticos.
Os padrões de comportamento esperados e proibidos de todos dentro da organização, incluindo os
colaboradores, alta administração e terceiros, tais como fornecedores e prestadores de serviço,
devem estar definidos em códigos de ética e de conduta formalmente instituídos. O Código de
Ética ou de Conduta é um dos principais instrumentos de controle interno e deve tratar de forma
clara, ampla e direta dos valores e condutas esperadas e proibidas de todos dentro da organização,
incluindo os colaboradores e alta direção. Esse documento deve conter linguagem acessível,
independentemente do nível de escolaridade do público-alvo, e deve contemplar disposições
aplicáveis a terceiros que atuam na cadeia produtiva ou de fornecimento da entidade.
A existência e divulgação de um código de ética ou de conduta nas Organizações é recomendada
pelo Código das Melhores Práticas de Governança Corporativa do Instituto Brasileiro de
Governança Corporativa, pelo Referencial Básico de Governança do Tribunal de Contas da União
e pelo Guia de Integridade Pública da Controladoria-Geral da União.
Conforme Ofício nº 7-Fiscalis-181/2016, de 17/05/2016, o Tribunal de Contas da União solicitou
o código de ética profissional devidamente aprovado e formalizado e portaria de designação da
comissão de ética da organização. Em resposta, por meio da Carta DR-MT nº 404, de 03 de junho
de 2016, o SENAC/MT encaminhou seu código de ética e de conduta e informou que não dispõe
de comissão de ética instituída.
Nesse sentido, em análise do código de ética e de conduta do SENAC/MT, constatou-se as
seguintes fragilidades:
1) Ausência de definição de regras de conduta para recebimento ou oferecimento de
hospitalidades, brindes e presentes. O recebimento ou oferecimento desses itens pode ser uma
contribuição legítima para as boas relações de negócio entre organizações. Entretanto, essa prática
pode representar também um alto risco para a ocorrência de fraude e corrupção. Assim, para não
incorrer em situações vedadas pela Lei nº 12.846/2013 (lei anticorrupção), a entidade pode
estabelecer, entre outras ações, limites claros de valores para brindes, presentes e hospitalidades
que podem ser oferecidos ou aceitos; áreas ou pessoa responsável por autorizar o oferecimento de
brindes, presentes e hospitalidades; etc.
2) Ausência de regras no código de ética ou de conduta sobre prevenção de nepotismo na indicação
de funções de confiança e cargos comissionados e na contratação de terceiros no SENAC/MT.
Essa regra encontra amparo na jurisprudência do TCU, que tem se manifestando contra o
nepotismo, exigindo de entidades do Sistema “S” a obediência aos mencionados preceitos
constitucionais e determinando o desligamento de colaboradores contratados irregularmente ante
a inconstitucionalidade dos atos de nomeação (Acórdãos 119/2006-Plenário, 2.305/2007-Plenário,
2063/2010-Plenário, 875/2003-1ª Câmara, 2.489/2004-1ª Câmara, 174/2007-2ª Câmara,
1.914/2008-2ª Câmara, 2.660/2010-2ª Câmara e 623/2010-2ª Câmara, entre outros).
No caso de contratação de terceiros, o SENAC/MT pode adotar, por exemplo: inclusão nos editais
de licitação para contratação de empresa prestadora de serviço de vedação de que familiar de
colaborador do SENAC/MT preste serviços no ente em que este exerça cargo em comissão ou
função de confiança; exigir declaração formal dos administradores, sócios ou colaboradores das
empresas contratadas de que não possuem relação de parentesco com os colaboradores do
SENAC/MT; proibição de contratação direta, sem licitação, de pessoa jurídica que tenha como
administrador ou sócio com poder de direção um familiar de colaborador do SENAC/MT detentor
de cargo em comissão ou função de confiança que atue na área responsável pela demanda ou
contratação; etc.

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3) Falta de regras para prevenção de conflitos de interesses no relacionamento dos colaboradores
do SENAC/MT com agentes de outras entidades públicas e sobre a prevenção de conflito de
interesses de seus colaboradores com o interesse público, a exemplo das regras estabelecidas na
Lei nº 12.813/2013. Essas regras podem contemplar, por exemplo, a instituição da obrigatoriedade
do preenchimento periódico, pelos colaboradores, de declarações relativas à participação em
atividades remuneradas ou não remuneradas fora do SENAC/MT; análise prévia à contratação de
terceiros para evitar a contratação de empresas ligadas (sócios ou não) aos colaboradores e
conselheiros; colaboradores da entidade contratados como pessoa física; etc.
4) Inexistência de regras formais estabelecidas para patrocínio e doações, tais como critérios para
avaliação dos controles das entidades que receberão o patrocínio; verificação prévia para
identificar se as instituições beneficiadas, bem como seus sócios, têm histórico com envolvimento
com fraudes e/ou corrupção; acompanhamento da aplicação dos valores dos patrocínios e
divulgação ao público externo das informações sobre patrocínio e doações realizados; e
5) Ausência de proibição no código de ética de retaliação a denunciantes de boa-fé e mecanismos
para protege-los.
Ademais, em análise das respostas encaminhadas pelos colaboradores do SENAC/MT ao
questionário eletrônico enviado pelo Limesurvey, verifica-se que a entidade não adota nenhum
método para avaliar o desempenho e adesão dos colaboradores e das equipes em relação às normas
de conduta da entidade, tais como índices de treinamento concluídos, resultados das atividades de
monitoramento, casos de assédios, etc.
Por fim, constatou-se que o SENAC/MT não realiza treinamentos para seus colaboradores focados
em temas relacionados à integridade e valores éticos. As organizações devem ter um plano de
capacitação com o objetivo de treinar as pessoas sobre o conteúdo e os aspectos práticos
relacionados à ética e às políticas de integridade. As regras não terão efetividade se as pessoas não
souberem como e quando aplicá-las.
A.2 – Deficiência no princípio “estrutura organizacional e de governança”
A alta administração e a estrutura de governança estabelecem a estrutura organizacional e as linhas
de subordinação necessárias para planejar, executar, controlar e avaliar periodicamente as
atividades da entidade – em outras palavras, executar suas responsabilidades de supervisão. Eles
contam com o apoio da tecnologia e dos processos exigidos para proporcionar uma clara prestação
de contas e fluxos de informações em toda a entidade e suas subunidades (COSO 2013).
A estrutura organizacional de uma organização é fundamental para o alcance de seus objetivos.
Por meio da estrutura, a entidade poderá planejar, executar, verificar os desvios por meio do
controle e monitoramento das suas atividades. Independentemente do tipo de estrutura adotado, a
entidade deve estar estruturada de forma a permitir um eficaz gerenciamento de riscos e
desempenhar suas atividades de modo a alcançar seus objetivos.
Em análise da estrutura organizacional e de governança do SENAC/MT, constatou-se as seguintes
fragilidades:
A.2.1) Deficiências na estruturação e atuação da Auditoria Interna
a) Insuficiência de atuação na área de gestão de compras e contratações, recursos humanos,
transferências, gestão do patrimônio imobiliário e nas atividades finalísticas desempenhadas pelo
SENAC/MT;
b) Ausência de normatização das atividades de auditoria; e
c) Falta de uma política permanente da Entidade para capacitação dos Auditores
Verificou-se que a Auditoria interna do Sistema SESC/SENAC foi constituída pela Resolução
SESC nº 0100/2010, contando atualmente com 03 (três) auditores, tendo por objetivo assessorar a
Presidência dos Conselhos Regionais e as administrações superiores e constituir um controle
gerencial que atue através do exame e avaliação de adequação e eficácia dos controles internos do

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SENAC/MT e do SESC/MT. Está diretamente vinculada ao gabinete da Presidência do Conselho
Regional, conforme art. 1º da mesma Resolução.
Nesse sentido, foi constatado que não existe um planejamento anual dos trabalhos pela auditoria
interna. Em decorrência dessa situação e do pequeno quantitativo de pessoal da auditoria interna,
ela não atua satisfatoriamente na análise das áreas de gestão de compras e contratações, recursos
humanos, transferências, gestão do patrimônio imobiliário e nas atividades finalísticas
desempenhadas pelo SENAC/MT, conforme evidenciado pela análise dos 06 (seis) relatórios
produzidos em 2015. Além disso, no exercício de 2015 houve contingenciamento de recursos e as
atividades da auditoria interna ficaram comprometidas, não sendo realizada nenhuma ação nas
Unidades do Interior no 2º semestre por conta de redução de custos operacionais.
Para que a auditoria interna consiga uma boa performance, ou seja, ser proativa e atue
preventivamente, faz-se necessário dispor de um quantitativo adequado de pessoal, pois a
estruturação da equipe de Auditoria Interna é condição fundamental para a eficiência e eficácia
dos trabalhos, uma vez que as avaliações dependem da correta decodificação de percepções sobre
diferentes assuntos, quais sejam: pessoal, logística, controles internos, processo de gestão
administrativa, atividades finalísticas, gestão de riscos, governança, entre outros.
Além disso, as atividades de auditoria interna não estão adequadamente normatizadas, visto que
inexiste documentos internos dispondo sobre os seguintes aspectos (Acórdão nº 577/2010-
Plenário, Acórdão nº 1.074/2009-Plenário e Acórdão nº 415/2009-2ª Câmara):
a) autoridade da unidade de auditoria interna na organização, incluindo: a.1) autorização
para acesso irrestrito a registros, pessoal, informações e propriedades físicas relevantes para
executar suas auditorias; a.2) obrigatoriedade de os departamentos da
organização apresentarem as informações solicitadas, de forma tempestiva e completa; a.3)
possibilidade de obter apoio necessário dos servidores das unidades submetidas a auditoria e
de assistência de especialistas e profissionais, de dentro e de fora da organização, quando
considerado necessário;
b) âmbito de atuação das atividades de auditoria interna, inclusive quanto à realização de trabalhos
de avaliação de sistemas de controles internos;
c) natureza de eventuais trabalhos de consultoria interna prestados à organização;
d) participação dos auditores internos em atividades que possam caracterizar cogestão e, por isso,
prejudicar a independência dos trabalhos de auditoria; e
e) estabelecimento e regras de objetividade e confidencialidade exigidas dos auditores internos no
desempenho de suas funções.
Outro fato que merece destaque refere-se à inexistência de política permanente da entidade para
capacitação dos colaboradores responsáveis pela atividade de auditoria interna, com vistas a buscar
melhores condições para o desempenho de suas funções, situação que contraria as recomendações
emanadas do TCU, presentes nos acórdãos 3.569/2010 – 2ª câmara, 2.960/2006-1ª câmara,
749/2013-Plenário e 1.162/2013-Plenário.

B) AVALIAÇÃO DE RISCO
a) Inexistência de política de gestão de riscos;
b) Ausência de identificação dos riscos de fraudes e corrupção;
c) Falta de identificação e avaliação de mudanças significativas; e
d) Ausência de Comitê de Riscos na organização
Uma precondição para avaliar riscos é ter objetivos relacionados aos vários níveis da entidade.
Esses objetivos se alinham à entidade e apoiam o cumprimento das diretrizes estratégicas. Embora
a fixação de estratégias e objetivos não seja parte do processo de controle interno, os objetivos

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formam a base para implementar e conduzir as abordagens de avaliação de riscos e para estabelecer
as atividades de controle subsequente (COSO 2013).
O Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, por meio do modelo de excelência em Gestão
Pública, recomenda que “uma gestão pública de excelência deve contemplar processos formais de
formulação e implementação da estratégia, fundamentados no exercício de pensar o futuro e
integrados ao processo decisório” (Brasil, 2014).
Para o TCU, “a organização, a partir de sua visão de futuro, da análise dos ambientes interno e
externo e da sua missão institucional, deve formular suas estratégias, desdobrá-las em planos de
ação e acompanhar sua implementação, oferecendo os meios necessários ao alcance dos objetivos
institucionais e à maximização dos resultados” (Brasil, 2013).
Constatou-se que o SENAC/MT dispõe de processos formais de formulação e implementação da
estratégia, materializados em seu Plano Anual da Administração Regional 2016, com definição de
objetivos, metas e estratégias, em conformidade com boas práticas de formulação de estratégias.
Esse planejamento é desdobrado em contratos de gestão com as Unidades Funcionais e Unidades
Operativas e rol de projetos estratégicos para 2016.
No que se refere à avaliação de risco, por meio do Ofício nº 7-Fiscalis-181/2016, de 17/05/2016,
o Tribunal de Contas da União solicitou a política de gestão de riscos e demais documentos com
detalhamento dessa política na entidade. Em resposta, por meio da Carta DR-MT nº 404, de 03 de
junho de 2016, o SENAC/MT informou que não dispõe de política corporativa de gestão de riscos,
nem tampouco de relatórios de acompanhamento e monitoramento dos riscos identificados.
Segundo preconiza o COSO 2013, toda entidade enfrenta vários riscos de fontes externas e
internas. O risco é definido como a possibilidade de que um evento ocorra e afete adversamente a
realização dos objetivos. A identificação e análise dos riscos é um processo contínuo e iterativo
conduzido para aprimorar a capacidade da entidade de realizar seus objetivos.
O instrumento que formaliza a identificação dos riscos na entidade é a política corporativa de
gestão de riscos. Segundo a ISO 31000/2009, política de gestão de riscos é “declaração das
intenções e diretrizes gerais de uma organização relacionadas à gestão de riscos” (ABNT, 2009).
Além disso, em razão da inexistência de uma política de gestão de riscos, o SENAC/MT não
identifica, avalia e trata os riscos de fraudes e corrupção que possam afetar diretamente a
capacidade da organização de realizar seus objetos.
Foi verificado ainda que não há um processo sistemático e estruturado de avaliação contínua da
gestão de riscos estabelecida de modo a mantê-la atualizada em razão de mudanças significativas
(ambiente regulatório, econômico, físico, mudanças no modelo de negócios, na alta administração
da organização, etc).
Por oportuno, é importante lembrar que a ausência de uma política corporativa de gestão de riscos
impede a formação de uma base para o desenvolvimento de estratégias para tratamento dos riscos
identificados (resposta a risco), de maneira a diminuir a probabilidade de sua ocorrência e/ou a
magnitude de suas consequências.
Ademais, o SENAC/MT não instituiu um comitê de riscos, com objetivo de promover o
desenvolvimento contínuo dos colaboradores e incentivar a adoção de boas práticas de gestão de
riscos e de controles internos; aprovar política, diretrizes, metodologias e mecanismos para
comunicação e institucionalização da gestão de riscos e dos controles internos; supervisionar o
mapeamento e avaliação dos riscos-chave que podem comprometer a prestação de serviços de
interesse público; entre outras atividades. Embora não aplicável ao Sistema S, porém, apenas para
exemplificar a importância dessa estrutura para gestão de riscos no SENAC/MT, o artigo 23 da
Instrução Normativa Conjunta CGU/MP nº 01/2016 determina aos órgãos e entidades do Poder
Executivo Federal a implantação de comitê de governança, riscos e controle para desempenhar
essas atividades.

11
C) ATIVIDADES DE CONTROLE
Atividades de controle são ações estabelecidas por políticas e procedimentos definidos pela
administração da Unidade que ajudam a assegurar que as diretrizes estejam sendo seguidas. As
atividades de controle devem estar distribuídas por toda a organização, em todos os níveis e em
todas as funções. Elas incluem uma gama de controles preventivos e detectivos, como
procedimentos de autorização e aprovação, segregação de funções (autorização, execução, registro
e controle), controles de acesso a recursos e registros, verificações, conciliações, revisões de
desempenho, avaliação de operações, de processos e de atividades, supervisão direta etc.
Os trabalhos realizados na Unidade tiveram por objetivo avaliar se as atividades de controle estão
efetivamente instituídas e se tem contribuído para o alcance dos objetivos estratégicos fixados pela
Administração do SENAC/MT.
Nesse sentido, constatou-se as seguintes não conformidades:
a) Ausência de estabelecimento formal de políticas e procedimentos de controle para algumas
atividades
As organizações devem estabelecer políticas e procedimentos de controle interno. As políticas
refletem o posicionamento da administração sobre o que deve ser feito para realizar o controle
interno. Esses posicionamentos podem ser documentados, descritos explicitamente em outras
comunicações da administração ou estar implícitos nas ações e decisões da administração. Os
procedimentos consistem em ações que implementam uma política (COSO 2013).
Nesse sentido, destaca-se a seguir os pontos fracos identificados, cujos resultados evidenciam
fragilidades nos controles internos, podendo comprometer os objetivos institucionais estabelecidos
pela Unidade para a atividade de compras e contratações:
1) Inexistência de política de compras, estoque, sustentabilidade, compras conjuntas,
estratégia de terceirização e política de delegação e reserva de competência.
Essas políticas são um conjunto de diretrizes estratégicas que orientam escolhas nos processos de
aquisição, potencialmente fundamentando decisões na operacionalização dos procedimentos
licitatórios das organizações, diminuindo o risco de tomada de decisão pautada em critérios
individuais e ocorrências de irregularidades, apresentando os seguintes objetivos:
Quadro – Política de aquisições e objetivos
DESCRIÇÃO OBJETIVO
Estabelece diretrizes para direcionar, por exemplo, aspectos como centralização ou
descentralização das compras, o tipo e número de fornecedores que poderão vir a ser
contratados, preferência por modelos de execução do objeto (por exemplo,
1. Política de
equipamentos de TI, sempre que possível, devem ser adquiridos em conjunto com
Compras
serviços de suporte de 3º nível), durabilidade esperada dos bens (por exemplo,
copiadoras têm vida útil, na organização, de quatro anos) e diretrizes sobre
padronização.
2. Política de Estabelece diretrizes como o que deve ser estocado, se haverá ou não centralização dos
Estoque estoques, qual nível de flutuação e rotatividade dos estoques são aceitáveis.
Contempla aspectos nos seus três eixos: sustentabilidade econômica, ambiental e social.
3. Política de
Por exemplo, no eixo ambiental, podem ser estabelecidos os tipos de produtos ‘verdes’
Sustentabilidade
que a organização irá adquirir.
4. Política de Formula diretrizes sobre o que comprar em conjunto e com quais organizações (por
Compras exemplo, para formação de atas de registro de preços ou contratações por meio de
Conjuntas consórcios públicos).
Contempla a definição de diretrizes que antecedem as contratações de serviço como um
todo, abarcando, por exemplo, aspectos como o escopo das atividades a serem
5. Estratégia de
terceirizadas, o tipo e o número de prestadores de serviço que poderão vir a ser
Terceirização
contratados e o modelo de execução do objeto que deve ser utilizado em cada tipo de
contrato (e.g., com ou sem cessão de mão-de-obra).
6. Política de Estabelece diretrizes para autorização de todos os tipos de contratações (atividades de
Delegação e custeio ou de investimento), que deve ser elaborada após a avaliação das necessidades

12
Reserva de e riscos da organização, e acompanhada do estabelecimento de controles internos para
Competência monitorar os atos delegados.
Fonte: Acórdão TCU nº 2.622/2015 – Plenário

2) Inexistência de normativo de padronização de pesquisa de preços de compras, serviços e


obras;
3) Ausência de controles preventivos de fraudes e conluios; e
4) Falta de acompanhamento das etapas e prazos de duração da realização da licitação, de
modo a identificar o tempo médio gasto em cada etapa e avaliar os obstáculos que possam
impactar o andamento regular do processo licitatório, estabelecendo indicadores de gestão
na atividade de licitação.
Ressalta-se que o propósito fundamental dos procedimentos de controle é reforçar a realização dos
planos traçados, mantendo as organizações direcionadas para o cumprimento dos objetivos
estabelecidos. Assim, eles podem ser vistos como mecanismos de gestão do cumprimento de
objetivos.

D) INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO
a) Divulgação de informações na página do SENAC/MT de forma limitada
b) Deficiências no canal para recebimento de denúncias
Segundo expressão do COSO 2013, as características do componente informações e comunicações
são “informações são necessárias para que a entidade cumpra as responsabilidades de controle
interno para apoiar a realização de seus objetivos. As informações sobre os objetivos da entidade
são reunidas com base nas atividades da estrutura de governança e da alta administração e
resumidas de forma que a administração e outros públicos entendam os objetivos e o papel que
exercem na realização deles”.
Em relação à adoção de práticas para divulgação e tratamento de informações relacionadas às
atividades necessárias ao alcance dos objetivos da Unidade, destaca-se a disponibilidade de
intranet, bem como de página própria na internet, mensagens de correio eletrônico, onde são
divulgados tanto os atos normativos como informações atualizadas relacionadas às ações
relevantes desenvolvidas pelo SENAC/MT, inclusive atendendo parcialmente à Lei de Diretrizes
Orçamentárias - LDO no que se refere à transparência ativa.
Em análise das informações e documentos disponibilizados pelo SENAC/MT e avaliação de sua
página na internet, constatou-se ausência de informações exigidas pelo TCU, conforme definido
no Acórdão nº 699/2016 – Plenário, quais sejam: transparência dos contratos e informações sobre
transferências entre entidades.
Foi verificado, ainda, que o SENAC/MT dispõe de um canal de denúncia (Fale Conosco) para
tratar de irregularidades, tais como falhas de controle, fraudes internas e externas, além de
possíveis descumprimentos éticos e políticas corporativas. As denúncias são recebidas pela
Diretora Regional do SENAC/MT, que faz a análise quanto aos requisitos para sua admissibilidade
e encaminha para eventuais providências ou as encerra, caso os requisitos não sejam atendidos. As
denúncias podem ser anônimas ou identificadas.
Entretanto, a apuração dessas denúncias pode ficar comprometida quando se referir aos diretores
do SENAC/MT ou a própria Diretora Regional. Assim, para que o canal de denúncia seja eficaz,
é recomendado que este seja administrado de forma independente (ouvidoria, por exemplo),
vinculado ao Conselho Regional e não pela própria Diretoria Regional.
Um sistema de ouvidoria pode funcionar como canal de denúncia, tendo em vista que ele já atua
no diálogo entre o cidadão e a Administração Pública, conferindo maior transparência no

13
relacionamento da organização com partes interessadas, permitindo o encaminhamento de
sugestões, elogios, solicitações, reclamações e denúncias.
Nesse sentido, foram constatadas as seguintes situações:
a) Ausência de mecanismos para que o denunciante acompanhe o andamento da denúncia, de
modo a conferir maior transparência e credibilidade no canal e contribuir para a construção de
confiança nesse importante mecanismo. A gestão e efetiva resolução das denúncias recebidas são
importantes para que a ferramenta tenha efetividade e fortaleça o ambiente ético e de governança
da entidade;
b) Inexistência de regras formalmente definidas de confidencialidade e proibição de retaliação, a
exemplo de mecanismos para proteger aqueles que, apesar de se identificarem ao SENAC/MT,
não queiram se identificar publicamente (confidencialidade) e políticas que garantam a proteção
ao denunciante de boa-fé contrata possíveis retaliações; e
c) Falta de um protocolo (procedimento operacional) que permita estabelecer um fluxo para que
as denúncias sejam dirigidas às pessoas competentes para conhecimento e posterior apuração, com
definição de metas e prazos para investigações internas. Adicionalmente, por exemplo, as
denúncias nas quais sejam envolvidos membros da alta direção do SENAC/MT podem ser
remetidas ao Conselho Regional e à Auditoria Interna; e
d) Recebimento de denúncias apenas pela internet (Fale Conosco), sem ampliação para outros
meios, tais como telefone, formulários físicos (papel), correio eletrônico, etc.

E) MONITORAMENTO
Com o passar do tempo, os objetivos organizacionais podem mudar, novos riscos podem surgir,
controles que se mostravam eficazes podem tornar-se obsoletos e políticas e procedimentos podem
perder a eficácia ou deixar de ser executados da forma como foram desenvolvidos, colocando em
risco a efetividade do sistema de controle interno. Por isso, os controles devem ser constantemente
monitorados para verificar se os instrumentos, processos e estruturas permanecem eficazes.
De acordo com o COSO 2013, “avaliações contínuas, independentes ou alguma combinação das
duas são utilizadas para garantir que cada um dos cinco componentes de controle interno, inclusive
os controles para colocar em prática os princípios de cada componente, estão presentes e
funcionando”.
A sistemática de monitoramento utilizada pela SENAC/MT é sintetizada na utilização de dois
instrumentos, sendo um de âmbito interno e outro de âmbito externo. No âmbito interno, destaca-
se a execução das auditorias realizadas na instituição pelo órgão de Auditoria Interna. No âmbito
externo, pode ser destacada a atuação da Controladoria Geral da União e Tribunal de Contas da
União sobre as atividades finalísticas e de apoio desempenhadas pelo SENAC/MT no exercício de
2015.
Entretanto, em análise do processo de monitoramento realizado pela entidade, constatou-se as
seguintes deficiências:
a) Avaliação insuficiente realizada pela auditoria interna e inexistência de auditoria
independente
Foi verificado que as avaliações realizadas pela auditoria interna são insuficientes para
acompanhamento regular das atividades do SENAC/MT, conforme registrado no item A.2.1 deste
relatório.
Além disso, a Administração do SENAC/MT informou que seus controles internos não são
avaliados por auditoria independente.
b) Ausência de plano de monitoramento pela auditoria interna
Constatou-se que a auditoria não dispõe de um plano de monitoramento das recomendações
resultante de suas auditorias. É importante destacar que o SENAC tem auditoria interna

14
centralizada no âmbito da estrutura do Conselho Fiscal da entidade, sediada no Rio de Janeiro.
Esta auditoria interna é competente para realizar auditoria nas entidades Regionais do Senac.
Assim, é recomendado que a Auditoria Interna do SENAC mantenha um acompanhamento
sistemático do atendimento de suas recomendações, inclusive aquelas emanadas pelos órgãos de
controle (TCU e CGU), em consonância com o Acórdão nº 832/2009-2ª Câmara, Acórdão nº
5.090/2012-2ª Câmara e Acórdão nº 3.534/2013-1ª Câmara.
Face ao exposto, pode-se concluir que os controles internos adotados pelo SENAC/MT em nível
de entidade, embora sejam suficientes para permitir o acompanhamento das ações das respectivas
áreas, apresentam fragilidades e deficiências significativas, precisando ser revistos e
aperfeiçoados, com objetivo de buscar maior aderência à legislação que regulamenta o assunto e
às melhoras práticas de gestão de riscos, controles internos e governança corporativa.

o#tF
a/

Causa
O Diretor Regional implementou parcialmente as rotinas e procedimentos no SENAC/MT, com
objetivo de aprimorar os controles internos existentes, conforme previsto no modelo referencial
COSO 2013 e Resolução CFC nº 1.135/2008. A não implementação total de todas as rotinas e
procedimentos resultou em fragilidades nos controles internos da Entidade, contribuindo para as
constatações identificadas no processo de avaliação dos controles internos.

u#asC
/

Manifestação da Unidade Examinada


Por meio da Carta DR-MT nº 611/2016, de 08 de julho de 2016, o SENAC/MT assim se
manifestou:
“1. ÁREA: CONTROLES INTERNOS DA ENTIDADE
1.1 Controles internos do SENAC/MT em nível de entidade são existentes, porém com
oportunidade de aprimoramento.
A. Ambiente de Controle
Al. Deficiência no princípio "comprometimento com a integridade e valores éticos".
Resposta SENAC/MT: Com relação as fragilidades apontadas no Código de Ética, informamos
que este será revisto e esses itens acrescentados. Os demais itens apontados serão estudados pela
equipe para futura implantação.
A.2.1) Deficiências na estruturação e atuação da Auditoria Interna.
Resposta SENAC/MT: A auditoria hoje existente é vinculada ao Presidente do Conselho
Regional e os componentes atuais estão se desligando das Instituições em função do Plano de
Demissão Incentivada- PDI. Nesse sentido, realizaremos estudos para avaliar a viabilidade da
implantação da auditoria citada, nos moldes atuais por meio de recomposição dos componentes
ou inserindo na estrutura organizacional, porém buscando a razoabilidade econômica à luz do
cenário econômico e institucional.
B)Avaliação de Risco
Resposta SENAC/MT: Com a finalidade de atender aos itens apontados, o SENAC/MT
desenvolverá estudos sobre o tema para a elaboração de um projeto estratégico para a
implantação da Gestão de Riscos, futuramente.
C) Atividades de Controle
a) Ausência de estabelecimento formal de políticas e procedimentos de controle para algumas
atividades.
1. Inexistência de política de compras, estoque, sustentabilidade, compras conjuntas, estratégia
de terceirização e política de delegação e reserva de competência.

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Resposta SENAC/MT: Com a finalidade de atender esse item apontado, o SENAC/MT
desenvolverá estudos sobre os temas para proceder a elaboração das referidas políticas em um
período de médio a longo prazo de acordo com o seu planejamento.
2. Inexistência de normativo de padronização de pesquisa de preços de compras, serviços e obras;
Resposta SENAC/MT: Com a finalidade de atender esse item apontado, o SENAC/MT
desenvolverá estudos sobre os temas para proceder a elaboração do normativo de padronização
em um período de médio a longo prazo de acordo com o seu planejamento.
3. Ausência de controles preventivos de fraudes e conluios;
Resposta SENAC/MT: Com a finalidade de atender esse item apontado, o SENAC/MT
desenvolverá estudos sobre o tema para entender melhor a temática, adaptar a nossa realidade
institucional e elaborar os referidos controles em um período de médio a longo prazo de acordo
com o seu planejamento.
D) Informação e Comunicação
a) Divulgação de informações na página do SENAC/MT de forma limitada.
Resposta SENAC/MT: Em relação a constatação de ausência de informações exigidas pelo TCU
referente ao Acórdão nº 699/2016, vale registrar que a Instituição está se preparando para
atender as recomendações, obedecendo o prazo de 180 dias para o encaminhamento de Plano de
Ação conforme determinado no item 9.4 do referido Acórdão.
b) Deficiências no canal para recebimento de denúncias
Resposta SENAC/MT: Com a finalidade de atender esse item apontado, o SENAC/MT
desenvolverá estudos sobre o tema para verificar a viabilidade da implantação de um sistema de
Ouvidoria e melhoria na ferramenta do Canal de Denúncias.
E) Monitoramento
a) Avaliação insuficiente realizada pela auditoria interna e inexistência de auditoria
independente.
b) Ausência de plano de monitoramento pela auditoria interna.
Resposta SENAC/MT: Conforme informado no item A.2.1. realizaremos estudos no sentido de
avaliar a viabilidade da implantação das auditorias citadas, buscando a razoabilidade econômica
à luz do cenário econômico e institucional. Após essa definição os procedimentos apontados
acerca do trabalho dessas auditorias serão revistos. ”

oaU
c#ndM
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Eistfe/

Análise do Controle Interno


A análise do controle interno está segmentada de acordo com a estrutura dos fatos apresentados
no achado de auditoria, conforme demonstrado a seguir:
A) Ambiente de Controle:
a.1) Deficiência no princípio “comprometimento com a integridade e valores éticos”.
O gestor manifesta concordância com o fato ao informar que as fragilidades apontadas serão
revistas e os itens pendentes do código de ética, acrescentados. Além disso, informa que os demais
itens apontados relacionados com integridade e valores éticos serão estudados pela equipe para
futura implantação.
A.2.1) Falhas na estruturação e atuação da Auditoria Interna
A manifestação do gestor do SENAC/MT converge com os fatos apontados pela equipe de
auditoria, tendo em vista que informa estar realizando estudos para avaliar a viabilidade da
implantação da auditoria citada, nos moldes atuais por meio de recomposição dos componentes ou
inserindo na estrutura organizacional do próprio SENAC/MT.
B) Avaliação de Riscos

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Em sua manifestação, o gestor concorda com os apontamentos desta equipe de auditoria,
informando que desenvolverá estudos sobre o tema para a elaboração de um projeto estratégico da
Gestão de Riscos.
C) Atividades de Controle
a) Ausência de estabelecimento formal de políticas e procedimentos de controle para algumas
atividades.
1) Inexistência de política de compras, estoque, compras conjuntas, estratégias de
terceirização e delegação e reserva de competência.
2) Inexistência de normativo de padronização de pesquisa de preços de compras, serviços e
obras;
3) Ausência de controles preventivos de fraudes e conluios;
Em relação a esses três itens, o SENAC/MT informa que desenvolverá estudos sobre os temas para
proceder a elaboração das políticas, normativos e controles de fraudes e conluios, em um período
de médio a longo prazo, de acordo com o planejamento da Unidade.
D) Informação e Comunicação.
O gestor concorda com os fatos apontados e informa que a Instituição está se preparando para
atender as recomendações, obedecendo o prazo de 180 dias para encaminhamento do Plano de
Ação conforme item 9.4 do Acórdão nº 699/2016 – Plenário.
No que se refere a deficiências no canal para recebimento de denúncias, o SENAC/MT informa
que desenvolverá estudos sobre o tema para verificar a viabilidade da implantação de um sistema
de ouvidoria e melhoria na ferramenta do Canal de Denúncia.
E) Monitoramento
As informações apresentadas na manifestação do gestor evidenciam os fatos apontados pela equipe
de auditoria, visto que informa estar realizando estudos no sentido de avaliar a viabilidade de
implantação de auditoria interna com objetivo de aprimorar o processo de monitoramentos dos
controles internos no âmbito do SENAC/MT.
Importante registrar que foi dado o necessário conhecimento das análises da CGU de modo a
possibilitar nova manifestação da entidade, o que não ocorreu.

orInC
#estA
li/a

Recomendações:
Recomendação 1: Avaliar a conveniência e a oportunidade de adotar as seguintes medidas: a)
Aprimorar o código de ética do SENAC/MT, incluindo regras formais sobre recebimento ou
oferecimento de brindes, presentes, hospitalidades, patrocínio e doações, nepotismo e conflito de
interesses; b) Implantar comissão de ética na entidade, bem como elaborar plano de trabalho da
comissão de ética e protocolos de investigação para conduzir e documentar as investigações de
violação das normas éticas; c) Promover medidas educativas quanto aos valores éticos expressados
no Código de Ética, com o intuito de aproximar o grau de aderência desses valores com os de seus
colaboradores; d) Estabelecer um conjunto de indicadores (por exemplo, índices de treinamentos
concluídos, resultados das atividades de monitoramento, problemas e violações relatados, etc.)
para identificar problemas e tendências relacionados às normas de conduta da organização; e)
Implementar política de gerenciamento de riscos na entidade, inclusive aqueles relacionados a
fraudes e corrupção, assim como diagnóstico dos riscos nas principais áreas do SENAC/MT; f)
Formalizar os processos de avaliação, tratamento, monitoramento e comunicação de riscos
identificados; g) Criar um comitê de riscos, controles internos e governança corporativa na
entidade; h) Elaborar formalmente política de compras, estoques, compras conjuntas, estratégia de
terceirização e política de delegação e reserva de competência; i) Elaborar normativo disciplinando
o procedimento de realização de pesquisa de preços de compras, serviços e obras no âmbito do
SENAC/MT; j) Divulgar informações na página do SENAC/MT acerca dos contratos e convênios,

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bem como das transferências realizadas às federações e confederações, em conformidade com o
disposto no Acórdão TCU nº 699/2016-Plenário; k) e Avaliar a viabilidade de implantação de um
sistema de ouvidoria e melhoria na ferramenta do Canal de Denúncia.

2 GESTÃO DO SUPRIMENTO DE BENS/SERVIÇOS


2.1 CONTRATOS DE OBRAS, COMPRAS E SERVIÇOS
2.1.1 CONTRATOS SEM LICITAÇÃO
2.1.1.1 INFORMAÇÃO

Regularidade na formalização dos processos por inexigibilidade de licitação.

Fato

Com fim de verificar se as contratações e aquisições feitas por inexigibilidade de licitação foram
regulares, analisou-se o Processo de Inexigibilidade de Licitação nº 001/2015, para contratação de
empresa especializada para realização da palestra "Design Essencial”, com duração de 01 hora,
acrescida de 40 minutos para perguntas e respostas, proferida pessoalmente pelo contratado, no
Circuito Moda, Beleza e Design SENAC/MT, no dia 13 de julho de 2015 às 20horas. Foi firmado
o Contrato nº 012/2015 SENAC-AR/MT, de 06 de abril de 2015, com a empresa Rosenbaüm
Projetos, Decoração e Produção Cultural EPP, inscrita no CNPJ 03.936.755/0001-90, pelo valor
de R$ 30.000,00.
Conforme consta do parágrafo único da cláusula oitava do referido contrato, no valor total estão
inclusas despesas referentes a remuneração dos profissionais da Contratada envolvidos na palestra
e o planejamento, preparação dos trabalhos de acordo com as necessidades da palestra.
Constatou-se que no processo analisado não consta a comprovação de realização de pesquisa de
preços de mercado para verificar a adequabilidade dos preços das contratações por inexigibilidade,
em desacordo ao disposto no art. 11 do Anexo I da Resolução SENAC nº 958/2012, no qual é
estabelecido que "as dispensas, salvo os casos previstos nos incisos I e II do art. 9º, ou as situações
de inexigibilidade, serão circunstanciadamente justificadas pelo órgão responsável, inclusive
quanto ao preço e ratificadas pela autoridade competente".
Foi verificado que a área técnica justificou a escolha da empresa a ser contratada, porém utilizou
como parâmetro somente o preço constante da proposta fornecida pela empresa convidada, e
posteriormente contratada, para realizar o evento, sem obter maiores detalhamento dos custos
envolvidos (os quais deveriam ser apresentados por itens de serviços ou despesa) e compará-los
com eventos similares já realizados por outras instituições.
A ausência de pesquisa de preços na fase inicial de contratação, a ser realizada pela área técnica
demandante do serviço, reflete deficiência nos controles do Senac/MT, que compromete a previsão
correta dos custos, demonstrando que a Entidade não tem como rotina realizar a necessária
pesquisa de preços, a fim de demonstrar a adequabilidade das despesas inerentes aos objetos das
suas contratações com os preços praticados no mercado.
Registre-se a justificativa do preço busca, essencialmente, evitar a elevação dos preços
simplesmente em razão da necessidade da Administração e/ou da ausência de competidores.
Assim sendo, entre os benefícios esperados com a devida pesquisa de preços para as contratações
diretas por inexigibilidade de licitação, pode-se mencionar, principalmente, a indução à melhoria
nos controles internos e ao planejamento das contratações do Senac/MT com o alinhamento dos
seus normativos aos princípios constitucionais.
Por meio da Carta DR nº 689/2016, de 25 de julho de 2016, o gestor assim se manifestou:

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“Em resposta à Carta CGU Nº201601794/04 de 20/07/2016 referente à solicitação e manifestação
quanto à "deficiência de pesquisa prévia de preços e de estimativa de valor de contratação por
inexigibilidade de licitação", a CGU manifesta que:
"Com fim de verificar se as contratações e aquisições feitas por inexigibilidade de licitação
foram regulares, analisou-se o Processo de Inexigibilidade de Licitação nº 001/2015, para
contratação da empresa especializada para realização da palestra "Design Essencial",
com duração de 01 hora, acrescida de 40 minutos para perguntas e respostas, proferida
pessoalmente por M.R., no Circuito Moda, Beleza e Design SENAC/MT, no dia 13 de julho
de 2015 às 20 horas. Foi firmado o Contrato N° 012/2015 SENAC-AR/MT, de 06 de abril
de 2015, com a empresa Kosenbaum Projetos Decoração e Produção Cultural HPP,
inscrita no CNPJ 03.936.755/0001-90 pelo valor de 30.000,00.
Conforme consta do parágrafo único da cláusula oitava do referido contrato, no valor
total, estão inclusas despesas referentes a remuneração dos profissionais da Contratada
envolvidos na palestra e o planejamento, preparação dos trabalhos de acordo com as
necessidades da palestra.”
Foi ressaltado ainda pelos auditores que constataram que:
“No processo analisado não consta a comprovação de realização de pesquisa de preço de
mercado para verificar a adequabilidade dos preços das contratações por inexigibilidade,
em desacordo ao disposto no art. 11 do Anexo I da Resolução do SFNAC Nº 958/2012, no
qual é estabelecido que "as dispensas, salvo os casos previstos nos incisos I e II do art. 9,
ou as situações de inexigibilidade, serão circunstanciadamente justificadas pelo órgão
responsável, inclusive quanto ao preço e ratificadas pela autoridade competente".
O evento Circuito SENAC de Moda, Beleza e Design, tinha como principal objetivo, promover o
debate sobre o desenvolvimento no Brasil, da moda, da beleza e do design, articulando estes
segmentos (panorama e sua inter-relação), visando a valorização dos profissionais que se
encontram no nosso estado, ou seja, enfatizar que o estado de Mato
Grosso, embora ainda incipiente na projeção destes segmentos, tem potencial para se tomar
referência de Moda, Beleza e Design à nível nacional e internacional.
Tal objetivo vai ao encontro do projeto A GENTE TRASFORMA (AGI) de autoria do designer,
que traz um novo olhar para o design, porque tem como objetivo o desenvolvimento local, a partir
da forma como se relaciona com a comunidade e com o mundo, conectando o local com o global,
onde este permite que se traga impressa a sua história em seus produtos de design de raiz feito
pela comunidade e para a comunidade, levando geração de renda e empoderamento, a partir da
vocação genuína dessa comunidade.
A palestra "Design Essencial" trata, exclusivamente, do Projeto AGI" que, em sua aplicação,
demonstra que é possível extrair TALENTO de qualquer local do país, inclusive da cidade com o
menor IDH do Brasil. O conceito deste projeto foi fundamental na escolha do arquiteto para a
palestra de abertura do evento, pois precisávamos demonstrar para o público que se pode
descobrir e despertar talento para as áreas do evento, mesmo estando em Mato Grosso, fora do
eixo Rio/São Paulo. Para reforçar a importância do SENAC neste processo, foi apresentada no
segundo dia, a necessidade de capacitação e formação do profissional e o SENAC figurava, como
o principal agente nesta preparação profissional. A soma das situações anteriores culminou na
escolha da palestrante do 3º dia, que unificava o desenvolvimento de um talento local e a
profissionalização proposta pelo SENAC.
Toda esta explanação se faz necessária, para que se possa entender a necessidade de ter o Projeto
AGT, ao designer como início de toda trajetória do Circuito de Moda, Beleza e Design.
A escolha do designer, foi justamente para enfatizar que tudo isso é possível, pois o mesmo tem
como pilar o design, traduzido por ele como a capacidade de olhar para uma cultura, descobrir,
despertar e potencializar seus valores essenciais através de projetos que inovam. Rosenbaum

19
trabalha numa perspectiva de Economia Criativa e design útil, mostra que, com sensibilidade, é
possível desenvolver um trabalho útil e transformador e o manter. Ele tem feito esse trabalho por
meio do projeto "A GFNTE TRANSFORMA (AGT), que usa o design para expor a alma brasileira,
tendo como principal objetivo inserir os produtos de artesanato no mercado brasileiro e
internacional de decoração e envolve diretamente comunidades tradicionais do interior do Brasil.
O resultado é a criação de coleções exclusivas, esteticamente avançadas e que valorizam o design
de raiz. E empreendedor e ao mesmo tempo gera impacto social, econômico e ambiental em sua
área de atuação, tendo como plataforma principal o design sustentável.
O designer é consagrado pela crítica especializada e pela opinião pública, reunindo qualidades
tais que o tomam único, exclusivo, sui generis, a tal ponto de não encontrarmos em eventos
similares já realizados por outras Instituições, parâmetro para precificação de seu trabalho,
especialmente com objetivo proposto para o evento.
Há de se concluir, portanto, que não estão presentes os pressupostos para uma escolha objetiva
da proposta mais vantajosa para a SENAC, visto que só existe uma única solução e um único
particular em condições de atender às necessidades Projeto/SENAC. Assim, não há viabilidade
de competição.
Desta forma, conclui-se que a ausência dos pressupostos lógicos, fáticos e jurídicos necessários
para a realização da licitação, com lastro na inviabilidade de competição, configura o que a
Resolução SENAC 958/2012 denominou de inexigibilidade de licitação, conforme dispõe o caput
do artigo 10, sendo que uma vez caracterizada tal situação, a decisão de não realizar o certame
é vinculada, não restando alternativa ao Gestor senão a contratação direta, observando os
princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, buscando a
contratação mais adequada e vantajosa ao SENAC.
Quanto à pesquisa de preço nos casos de inexigibilidade de licitação, a Orientação
Normativa/AGU nº 17, de 01.04.2009 (DOU de 07.04.2009, S, 1, p. 14) determina que: 'É
obrigatória a justificativa e preço na inexigibilidade de licitação, que deverá ser realizada
mediante a comparação da proposta apresentada com preços praticados pela futura contratada
junto a outros órgãos públicos ou pessoas privadas", ou seja, o Gestor deverá verificar se a
proposta apresentada está compatível com propostas apresentadas em casos análogos, a fim de
verificar a compatibilidade de valor.
No caso concreto, esta comparação foi verificada com outro também renomado designer de moda
Alexandre Herchcovitch, cuja remuneração se mostrou compatível, conforme pode ser observado
na proposta em anexo. Destaca-se que se trata de um parâmetro, visto que a contração de um
profissional com notório saber na área de atuação, em especial, com um projeto específico, único
e de sua autoria, impossível se fazer uma comparação precisa das propostas, principalmente por
meio de mapa de apuração de preço. Destaca-se que este procedimento é incompatível com os
casos de inexigibilidade.
Incontestável, portanto, que o processo foi instruído de forma a atender a Resolução SENAC
958/2012 e os princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, o
que resultou na contratação mais adequada e vantajosa ao SENAC.” (sic)

Em suas argumentações de defesa, o gestor contextualiza as razões da escolha do profissional por


inexigibilidade de licitação no âmbito do Circuito Senac de moda, beleza e design. A equipe
concorda com o gestor, quando se menciona que a pesquisa de preços é apenas um parâmetro, não
tendo sido apontado pela equipe de auditoria a necessidade de um mapa de comparação de preços
ou mesmo a necessidade de se realizar licitação. Porém, convém lembrar que o principal objetivo
da necessidade da justificativa do preço é evitar a elevação dos preços simplesmente em razão da
necessidade da Administração nos casos de inviabilidade de competição e essas comparações ou
justificativas devem estar presentes nos autos da inexigibilidade para não deixar dúvidas que o
gestor adotou procedimentos cautelares nos interesses da Instituição.

20
Entretanto, considerando que o gestor apresentou uma comparação de preço com outro renomado
designer de moda, demonstrando a compatibilidade da remuneração, acata-se os presentes
esclarecimentos.

o#tF
a/

2.1.1.2 INFORMAÇÃO

Regularidade na formalização de processos por dispensa de licitação.

Fato

Para avaliar a gestão de compras e contratações, especialmente no que diz respeito à regularidade
dos processos sem licitação, foi selecionada amostra dos processos de contratação direta por
dispensa. Os critérios utilizados na escolha da amostra foram a materialidade e a criticidade.
Nesse sentido, do valor total de R$ 410.101,73 contratado por dispensa no exercício auditado,
foram analisados três processos, que correspondem a 23% desse total, conforme descrito no quadro
abaixo:
Nº do Valor Contratado Valor Pago
Objeto
Processo (R$) (R$)
Aquisição de produtos hospitalares para atendimentos dos
08/2015 33.054,45 33.054,45
cursos nas unidades operativas do Senac/MT.
Aquisição de tintas e materiais para Pintura Interna e
31/2015 25.000,00 25.000,00
Externa do CEP/Sorriso.
32/2015 Serviços de Pintura Interna e Externa do CEP/Sorriso 35.000,00 35.000,00
TOTAL 93.054,45 93.054,45

Considerando o escopo acima relacionado, observou-se que o Senac/MT adotou procedimentos


compatíveis com a legislação aplicável à Unidade e orientações emanadas pelos órgãos de
controle.

o#tF
a/

2.1.1.3 INFORMAÇÃO

Avaliação dos controles internos administrativos na gestão de compras e contratações.

Fato
A Administração Pública no desempenho de suas funções deve submeter-se a controles diversos,
incluindo os controles que deve exercer sobre seus próprios atos, denominados controles internos.
A existência e efetivo funcionamento de sistemas de controles internos na União é uma obrigação
estatuída pela Constituição Federal de 1988 (art. 70). A finalidade desses controles é garantir que
a administração atue em consonância com princípios constitucionais, como da legalidade e da
eficiência, almejando com isso assegurar o melhor aproveitamento dos recursos públicos e a boa
qualidade dos serviços prestados à população (Acórdão nº 568/2014 – TCU Plenário).
A responsabilidade por conceber, implantar, manter e monitorar controles internos para assegurar
os objetivos acima mencionados é da administração do órgão ou entidade pública, cabendo à
auditoria interna ou ao órgão de controle interno da entidade avaliar a qualidade desses controles.
Nesse contexto, este trabalho teve como objetivo avaliar os sistemas de controles internos do
SENAC/MT, na atividade de compras e contratações, bem como fornecer subsídios para estruturá-
los e/ou aprimorá-los, em busca da melhoria da governança na gestão das entidades do Sistema S.

21
Neste trabalho, foi utilizado Questionário de Avaliação de Controles Internos (QACI), utilizado
para coleta de dados junto aos gestores do SENAC/MT, no que se refere aos controles internos
existentes na atividade de compras e contratações. Estes foram confeccionados com base nos
conceitos e terminologias constantes nas Normas de Controle Interno do Escritório Geral de
Contabilidade dos Estados Unidos (GAO – Ferramenta de Gestão e Avaliação de Controle
Interno), que foi construído com fundamento na metodologia delineada no modelo de referência
do Committee of Sponsoring Organizations of the Treadway Commission (Coso I – Estrutura
integrada de controles internos).
A avaliação em nível de atividade foi realizada por meio da aplicação do Questionário de
Avaliação de Controles Internos (QACI) respondido pelos gestores do SENAC/MT, solicitados
previamente por meio de ofício de comunicação emitido pela CGU-Regional/MT, sendo as
respostas às perguntas encaminhadas com evidência da existência do controle informado,
devidamente confirmados pela equipe de auditoria, para fins de atribuição de nota final.
O QACI foi estruturado com perguntas fechadas. O Gestor do SENAC/MT deveria
obrigatoriamente escolher apenas uma das quatro respostas possíveis e, caso desejasse, acrescer
as observações que julgasse oportunas no campo previamente reservado para colher tais
comentários. As quatro possíveis respostas variavam do “Não Absoluto” – passando pelo não que
apresentava aspectos positivos e pelo sim que apresentava aspectos restritivos – até o “Sim
Absoluto” e, nesse sentido, foram mensuradas de zero a três pontos. Buscou-se, por meio dessa
técnica, expor respostas, de forma clara e direta, que induzissem, desde já, um comportamento
proativo no gestor, expondo-lhe o dever-ser para cada questão apresentada.
Importante destacar que as atividades relevantes e os objetivos da área de compras e contratações,
bem como os riscos capazes de afetar a concretização desses objetivos foram identificados
previamente pela equipe de auditoria, tendo em vista que tais processos são de conhecimento
comum. É natural concluir que toda e qualquer licitação realizada pelos órgãos federais deve
percorrer, no mínimo, as atividades de oficialização da demanda, planejamento da contratação,
seleção do fornecedor e gestão contratual.
Cada uma das constatações identificadas por meio da aplicação do Questionário de Avaliação de
Controles Internos (QACI) será analisada especificamente na sequência, considerando as
fragilidades encontradas, os riscos, consequências e causas.
1) Deficiências na formalização dos procedimentos (manuais e/ou rotinas):
Dentre os controles preventivos inerentes as atividades de controle, destaca-se a formalização de
procedimentos, uma vez que todas as atividades importantes devem ser documentadas de forma
completa e precisa, a fim de que seja fácil rastrear as informações desde o momento de autorização
até a conclusão.
Os órgãos e entidades federais devem, assim, elaborar normas e manuais com a descrição
detalhada dos procedimentos, de forma a orientar seus servidores e empregados e uniformizar os
procedimentos adotados, evitando falhas na execução e prejuízos com retrabalho.
Contudo, foram constatadas as seguintes fragilidades quanto a formalização dos procedimentos
legais:
a) Manual de Normas e Procedimentos
O SENAC/MT dispõe de 03 procedimentos operacionais, quais sejam: 01- POP 006 – Processos
Licitatórios; 02 – POP 007 – Dispensa e Inexigibilidade de Licitação; 03 – POP 008 – Aquisição
de Materiais e Serviços, com objetivo de determinar procedimentos para funcionamento e
descrever as atividades da atividade de Licitações.
Entretanto, em análise da eficácia dos citados controles, constatou-se as seguintes fragilidades:
Tabela – Fragilidades nas normas e procedimentos
Descrição

22
O manual não contempla listas de verificação para auxiliar as atividades do pregoeiro ou Comissão Permanente de
Licitação – CPL, assessoria jurídica e demais servidores;
Inexistência de lista de verificação ou outro mecanismo para garantir a adequada formalização dos contratos e
alterações contratuais
Falta de lista de verificação para os aceites provisório e definitivo dos bens, serviços e obras contratados.

b) Normativo de Pesquisa de Preços


O SENAC/MT normatizou regras para pesquisa de preços em licitações por meio do Procedimento
Operacional Padrão nº 008, que trata da aquisição de materiais ou serviços. No item 7.5, são
detalhados alguns procedimentos, indicando que, para aquisições maiores que R$ 500,00, deverá
ser feito de três a cinco orçamentos com fornecedores.
Entretanto, o normativo apresenta oportunidade de melhoria, tendo em vista que não contempla
aspectos relevantes no processo de pesquisa de preços, tais como: especificação do objeto,
classificação de prioridades, fontes de referência, tratamento dos dados, formalização processual,
prazo de realização, validade, etc.
2) Deficiências na execução dos controles legais
Os controles legais são instrumentos de controle preventivo, que, devido a sua importância na
prevenção de erros e falhas e desvios, foram inseridos na legislação. Trata-se de um conjunto de
regras, descrito na lei ou em normativos infra legais, ou, ainda, em jurisprudência consolidada do
TCU ou dos tribunais superiores. Estas regras são essenciais para o controle, sendo obrigatórias
para toda a administração pública. A sua inobservância configura irregularidade, demandando
correção imediata por parte da entidade.
Após análise das respostas encaminhadas pelos gestores do SENAC/MT, foram constatadas as
seguintes deficiências na execução dos controles legais:
Tabela – Deficiências quanto à execução dos controles legais
Descrição
Inexistência de política de compras, política de estoque, política de sustentabilidade, política de compras conjuntas,
estratégias de terceirização e política de delegação e reserva de competência (Acórdão TCU nº 2622/2015 –
Plenário).
Ausência de publicação de todos os documentos que integram o processo de aquisição na internet (Acórdão TCU
nº Acórdão 699/2016 - Plenário).
Servidores designados para atuar na gestão contratual sem adequada capacitação e tempo suficiente para exercer
seus papéis.
Ausência de publicação dos documentos que integram o processo de aquisição (solicitação de aquisição, estudos
técnicos preliminares, estimativas de preços, pareceres jurídicos, etc) e dos contratos.

Os controles positivados pela lei, normativos infra legais, ou, ainda, em jurisprudência consolidada
do TCU ou dos tribunais superiores foram criados para elevar a segurança de que os princípios da
administração pública sejam observados na execução das aquisições e contratações. Assim sendo,
sua inobservância e o consequente desvirtuamento caracterizam-se como irregularidades que
podem ocasionar má prestação dos serviços públicos, além de poder acarretar prejuízos ao erário.
c) Deficiências/ausência de controles preventivos de fraudes e conluios
Diversas atividades específicas do controle podem ser eficazes na prevenção de fraudes e abusos,
tais como a análise circunstanciada dos licitantes, das propostas e das alterações contratuais e a
verificação das cláusulas contidas nos editais, a fim de evitar direcionamento, fracionamento do
objeto ou jogo de planilha, assim como consulta para verificar a ocorrência de penalidades que
impedem as empresas de licitar e contratar, especialmente o Cadastro Específico de Empresas
Inidôneas e Suspensas - CEIS, Cadastro Nacional de Condenações Cíveis por Ato de Improbidade
Administrativa do CNJ e Cadastro de Inidôneos do TCU.

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Por meio QACI encaminhado aos gestores do SENAC/MT, foi possível listar as seguintes
fragilidades:
Tabela – Deficiências quanto aos controles preventivos
Descrição
Inexistência de rotinas formalizadas para prevenção de fraudes e conluios, a exemplo de análise dos endereços das
empresas, quadro societário, data de constituição da empresa, análise das propostas em relação ao formato, empresas
de servidores da Entidade.
Ausência de realização de consultas durante o certame e anexadas ao processo para verificar a ocorrência de registro
de penalidades que impedem as empresas de licitar e contratar, tais como o Cadastro Nacional de Empresas
Inidôneas e Suspensas - CEIS, Cadastro Nacional de Condenações Cíveis por Atos de Improbidade Administrativa
- CNJ e Lista de Inidôneos do TCU.
Ausência de mapeamento de riscos da atividade de licitações e contratos

Por consequência, a falta de uma análise dos documentos de habilitação e proposta de preços das
licitantes, das alterações contratuais e dos cadastros de registro de penalidades, pode levar à
ocorrência de contratação de empresas inidôneas ou impedidas; conluio de licitantes; fraude à
licitação ou outras atividades ilícitas com prejuízo ao erário.
Em face do exposto, a avaliação dos controles internos do SENAC/MT evidenciou que, embora a
entidade disponha de controles para gerir adequadamente a atividade de compras e contratações,
foi evidenciado oportunidade de melhoria, fato este que acentua a necessidade dos gestores do
SENAC/MT em receberem apoio para o aprimoramento da governança, gestão de riscos e
controles internos, o que pode ser alcançado com o auxílio da Controladoria-Geral da União, órgão
central do sistema de controle interno do Poder Executivo Federal, por meio da capacitação dos
servidores, confecção de cartilhas e manuais e outros controles manuais ou eletrônicos necessários
para mitigar os riscos existentes no processo.

o#tF
a/

2.2 PROCESSOS LICITATÓRIOS


2.2.1 OPORTUNIDADE DA LICITAÇÃO
2.2.1.1 INFORMAÇÃO

Processos licitatórios em conformidade com a legislação aplicável.

Fato
Com vistas a analisar a adequação do enquadramento das contratações, no que se refere à
modalidade do certame licitatório, foi selecionada uma amostra para análise de licitações
realizadas no exercício de 2015 pela UPC.
Nesse sentido, do valor total de R$ 13.114.627,53 utilizado para as licitações no ano de 2015,
foram analisados três processos, que correspondem a 34% desse montante, conforme descrito no
quadro a seguir:

Tabela - Processos licitatórios analisados


Nº do Processo Objeto Valor (R$)
Pregão Eletrônico 01/2015 Aquisição de Equipamentos de Informática 2.691.000,00
Pregão Presencial 15/2015 Aquisição de produtos de limpeza profissional 1.539.999,13
Convite 03/2015 Aquisição de móveis para unidade operativa - Barra do Garças 166.526,00
TOTAL (R$) 4.397.525,13

24
Observou-se que com a utilização de pregão presencial e não do pregão em ambiente da internet
(art. 5º, inciso V, do Regulamento de Licitações e Contratos – RLC aprovado mediante a
Resolução Senac nº 958/2012) a Unidade tem deixado de se beneficiar da competição entre
licitantes por meio da etapa de lances entre participantes. Tais lances, quando ocorreram, foram
feitos por licitante único para atingir o preço pesquisado previamente pela unidade e não em
disputa com outro fornecedor. Tal fato aconteceu no Pregão Presencial nº 15/2015 em que somente
uma empresa apresentou proposta.
Considerando-se a carência de diversos produtos no mercado local, a utilização do Pregão
Eletrônico poderia contribuir para uma maior transparência, competitividade e publicidade,
resultando em economicidade e eficiência na aquisição de produtos por parte da UPC.
Feita essa consideração, aqui registrada como oportunidade de melhoria, a partir da análise,
verificou-se que a Unidade adotou procedimentos compatíveis com a legislação aplicável quanto
à (ao): motivação da aquisição do objeto; aquisição do instrumento convocatório; partes
constitutivas do instrumento convocatório; modalidade utilizada; prazo de publicação do edital;
descrição do objeto e condições para execução; condições para participação na licitação; critérios
para julgamento; e aceitabilidade das propostas e dos aspectos referentes ao pagamento.

o#tF
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3 GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS


3.1 MOVIMENTAÇÃO
3.1.1 RECRUTAMENTO, SELEÇÃO E ADMISSÃO
3.1.1.1 INFORMAÇÃO

Processos regulares de admissão de pessoal no Senac/MT.

Fato
Este procedimento objetivou avaliar se o setor responsável observou a legislação aplicável à
admissão de pessoal. Foram selecionados processos seletivos com vistas a analisar se as
contratações de pessoal realizadas em 2015 ocorreram com observância aos princípios da
legalidade, oportunidade, e mediante a utilização de critérios que não afrontam a legalidade, a
moralidade, a transparência e a competitividade da seleção.
A avaliação dos critérios de seleção ocorreu mediante amostragem não probabilística, sendo
selecionados para exame os seguintes processos:
Edital de Recrutamento e Seleção Cargo Quantidade de Vagas Unidade de Destino
Assistente Operacional 01 Cuiabá
55/2014
Analista Educacional 01 Cuiabá
11/2015 Assistente de recepção 01 Cuiabá
14/2015 Assistente de recepção 01 Rondonópolis
31/2015 Instrutor de Gestão 01 Sorriso
Sobre o tema, destacam-se como aspectos positivos, nos processos seletivos públicos da amostra,
a previsão de interposição de recursos por parte de candidatos e a divulgação de cláusula editalícia
definindo etapas e conteúdo programático das avaliações objetivas. Igualmente, ressalta-se a
ampla divulgação, por meio da publicação do edital em jornal de grande circulação no Estado de
Mato Grosso.

o#tF
a/

3.1.2 QUANTITATIVO DE PESSOAL


3.1.2.1 INFORMAÇÃO

25
Ausência de terceirização de atividades finalísticas de competência de setores/áreas do
Senac/MT.

Fato

Com fim de verificar o quantitativo de empregados do Senac/MT, observou-se no Relatório de


Gestão que a UPC demonstra ter havido redução da força de trabalho, conforme transcrição
seguinte:
“O SENAC/MT iniciou o ano de 2015 com um quadro efetivo de 285 empregados, contudo,
finalizou o ano com uma redução de quase 25%, sendo o maior impacto causado pelas condições
previstas no Plano de Contingência para redução de custos e equilíbrio econômico financeiro da
Instituição.
A média de egressos foi de 12 empregados ao mês, sendo os motivos de 24% a pedido do
empregado, 69% sem justa causa por iniciativa do SENAC, 6% por término de contrato por prazo
determinado e 1% pelo motivo de justa causa. Desses 82% impactaram no quadro de pessoal da
área fim, ou seja, 117 empregados foram desligados nos Centros de Educação Profissional.
Destes, 32% eram lotados no Cargo de Instrutor.
Quanto aos ingressos, a média de admissão foi de cerca de 6 empregados ao mês, sendo 26% foi
em caráter de substituição à empregados desligados e 74% devido ao aumento de tarefas/quadro,
ou seja, 54 empregados. Destes, 91% foram para atender os Centros de Educação Profissional,
especialmente, o Cargo de Instrutor com 35% dos motivos de admissão por aumento de
tarefas/quadro”.
Com vistas a verificar se houve a contratação de consultor ou assemelhado acarretando a
terceirização de atividades finalísticas de competência de setores/áreas e empregados da UPC, o
Senac/MT, por meio da Carta DR-MT nº 444/2016, de 20 de junho de 2016, informou que não
possui contratos ou processos de assessoria firmados.
Assim sendo, os objetivos alcançados no exercício sob exame foram obtidos com esforços do
quadro próprio da Entidade.

o#tF
a/

3.2 REMUNERAÇÃO, BENEFÍCIOS E VANTAGENS


3.2.1 CONSISTÊNCIA DOS REGISTROS
3.2.1.1 INFORMAÇÃO

Registros da folha de pagamento com informações fidedignas.

Fato
Este procedimento foi aplicado com fim de avaliar a gestão de pessoas do Senac/MT quanto à
observância da legislação sobre remuneração de empregados.
Na verificação da folha de pagamentos, a partir da amostra dos contracheques de todo o exercício
de 2015, composta por uma seleção de 20 empregados (9% dos empregados), não foram
encontrados registros de remuneração variável a título de Participação nos Lucros e
Resultados/prêmio/bônus, da mesma forma quanto às demais rubricas não foram encontradas
impropriedades, sendo possível concluir pela consistência dos dados informados e adequação do
pagamento à legislação aplicável.
Acrescenta-se ao exposto que conforme o Relatório de Gestão apresentado, a Unidade informou
que: “...não possui política de remuneração diferenciada, remuneração variável, remuneração

26
baseada em ações ou projeto e/ou remuneração variável baseada em indicadores/métricas de
desempenho, considerando que os membros da Diretoria são lotados em cargos permanentes e
obedecem às regras prevista no Plano de Cargos e Salários, as mesmas previstas para todos os
empregados do SENAC/MT.
Dessa forma, observou-se que a Unidade adotou procedimentos compatíveis com a legislação
aplicável e orientações emanadas pelos órgãos de controle.

o#tF
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3.2.1.2 INFORMAÇÃO

Avaliação dos Controles Internos na área de Recursos Humanos.

Fato
Com o objetivo de avaliar os controles internos do setor de gestão de pessoas do Senac/MT, foram
aplicados procedimentos relacionados ao quantitativo de pessoal, processos de seleção, limites de
remuneração do setor de recursos humanos e análise da folha de pagamento.
Além dos procedimentos aplicados, a avaliação em nível da atividade de gestão de pessoas baseou-
se na aplicação do Questionário de Avaliação de Controles Internos (QACI), respondido pelo
gestor e corroborado com apresentação das evidências que atestassem a existência do controle
informado.
O QACI, utilizado para coleta de dados junto ao gestor, foi confeccionado com base nos conceitos
e terminologias constantes nas Normas de Controle Interno do Escritório Geral de Contabilidade
dos Estados Unidos (GAO – Ferramenta de Gestão e Avaliação de Controle Interno), que foi
constituído com fundamento na metodologia delineada no modelo de referência do Committee of
Sponsoring Organizations of the Treadway Commission – COSO.
A execução das principais atividades concernentes à área de gestão de pessoas está apoiada em
políticas e procedimentos formais. Existe segregação de funções nas rotinas de cadastro e folha de
pagamento e também existe processo de controle de cumprimento da jornada de trabalho exigida
por meio de ponto eletrônico.
Como boa prática de controle na área de gestão de pessoas, o gestor informou que para evitar
divergência na folha de pagamento, quando de sua conferência mensal utiliza “cheklist” de cada
rubrica da folha de pagamento em confronto com os controles paralelos de benefícios, terceiros e
outras informações inerentes à folha de pagamento. Além disso, a Gestão de Tecnologia de
Informação, executa diariamente backup dos sistemas de Folha de Pagamento, Recursos Humanos
e Tratamento de Ponto para garantia das informações.
Como oportunidades de melhorias, menciona-se que:
a) a instituição não dispõe de processo para verificação periódica de possível acumulação indevida
de cargos, empregos e funções de seus empregados;
b) não realiza auditorias internas sistemáticas para verificação de conformidade no pagamento de
direitos na área de pessoal;
c) não realiza processo para identificar e relatar a algum órgão consultivo ou deliberativo eventuais
riscos relacionados a recursos humanos; e
d) não oferece programas de treinamento e desenvolvimento de competências de liderança que
atendem as necessidades de cada nível de gestão (do operacional ao estratégico), incluindo
potenciais líderes.
Baseados nas conclusões obtidas por meio da execução dos procedimentos e na avaliação feita
pelo gestor, tem-se que as atividades de controles adotadas para a área de recursos humanos são

27
razoavelmente suficientes para garantir a regularidade dos procedimentos vinculados à seleção, ao
quantitativo de pessoal e aos limites remuneratórios implementados pelo Senac/MT.

o#tF
a/

4 GESTÃO OPERACIONAL
4.1 AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS
4.1.1 EFETIVIDADE DOS RESULTADOS OPERACIONAIS
4.1.1.1 INFORMAÇÃO

Resultados satisfatórios alcançados pelo Senac/MT.

Fato
Com fim de avaliar a efetividade dos resultados operacionais foi aplicado este procedimento.
Verificou-se que para o exercício de 2015 foi estabelecida meta física interna de 33.154 matrículas
distribuídas entre todas as Unidades do Senac/MT. Conforme dados obtidos junto à Unidade de
Desenvolvimento Educacional da UPC, o desempenho das Unidades superou a expectativa inicial
e resultou em 35.526 matrículas no exercício analisado. Segue quadro com detalhamento:
UNIDADES Total Geral
OPERATIVAS Previsto Realizado Carga Horária Prevista Carga Horária Realizada
Barra do Garças 3.166 3.341 472.663 561.909
Cuiabá 10.641 9.533 1.793.158 1.628.997
Colíder 2.730 2.646 495.598 475.040
Centro Técnico de Varejo 2.659 1.636 46.522 12.921
Primavera do Leste 3.158 3.623 541.683 531.319
Rondonópolis 3.652 5.267 490.911 738.036
Sorriso 2.984 2.412 422.883 515.534
Tangará da Serra 4.164 4.578 785.622 739.413
Ensino à Distância - 2.490 - 502.714
Totais 33.154 35.526 5.049.040 5.705.883
FONTE: Senac/MT – Unidade de Desenvolvimento Educacional.

Interessante destacar a avaliação da Unidade sobre o cenário encontrado no exercício de 2015:


“Citamos abaixo, alguns eventos negativos que dificultaram a execução orçamentária durante
ano de 2015, que foi marcado por um cenário econômico de “estado de alerta”, com a retração
da economia brasileira, inflação crescente, redução do grau de investimento, redução de oferta
de empregos, redução de consumo pela população, aumento na taxa de desemprego e uma
declarada recessão. Além do comércio com quedas nas vendas e aumento nas demissões que
trouxeram uma oscilação dos repasses provenientes da arrecadação nacional da receita
compulsória.
No âmbito interno da Instituição o programa PRONATEC que até 2014 era uma fonte significativa
de renda e de oferta de cursos, não teve novas adesões em 2015, somente foram atendidos os
alunos que já se encontravam em sala de aula, devido ao fato do Governo Federal não efetuar os
repasses de recursos. Outro fato a ser relatado foi a inadimplência do Governo Estadual, com os
contratos de Prestação de Serviços Educacionais firmadas com o Senac MT, que já era conhecida
desde 2014, tornou-se mais evidente em 2015.
Com esse cenário instável de redução da arrecadação da compulsória, queda do repasse de
recursos do PRONATEC e inadimplência do Governo/MT, fez-se necessário a adoção de medidas

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de contingenciamento objetivando a redução de custos e o equilíbrio econômico financeiro da
Instituição.
Entre as medidas adotadas, estão a redução de operação das atividades nas Unidades Operativas,
resultando na demissão de alguns empregados do quadro de pessoal, controle de gastos com
material de curso e utilização das reservas técnicas para buscar o equilíbrio econômico-
financeiro mensal.
A gestão do orçamento passou a ter maior participação dos gestores envolvidos, para que se fosse
criada uma conscientização na utilização dos recursos disponíveis.
Diante desse cenário, uma das estratégias adotadas foi o foco na venda de cursos pagos o que
ocasionou um aumento de 7,6% na Receita de Serviços Educacionais em comparação com o
previsto, em compensação houve um excesso de gastos com Pessoa Física, ocasionada pela
contratação de Instrutores para atender essa demanda de cursos.
Enfim o ano de 2015, foi um ano de resiliência para o orçamento”.
Não obstante as considerações trazidas pelo gestor, observa-se, entretanto, que a UPC dispõe de
mecanismos para acompanhamento das suas ações, de forma que possa haver adoção de estratégias
diante da ocorrência de imprevistos. Nesse sentido, pode-se afirmar que o desempenho das metas
físicas estabelecidas foi satisfatório.

29
Certificado de
Auditoria
Anual de Contas
Secretaria Federal de Controle Interno

Certificado: 201601794
Unidade(s) Auditada(s): SENAC-ADMINISTRAÇÃO REGIONAL NO MATO GROSSO
Ministério Supervisor: MINISTÉRIO DO TRABALHO
Município (UF): Cuiabá (MT)
Exercício: 2015

1. Foram examinados os atos de gestão praticados entre 01 de janeiro de 2015 e 31 de


dezembro de 2015 pelos responsáveis das áreas auditadas, especialmente aqueles listados no artigo
10 da Instrução Normativa TCU nº 63/2010.
2. Os exames foram efetuados por seleção de itens, conforme escopo do trabalho
informado no (s) Relatório(s) de Auditoria Anual de Contas, em atendimento à legislação federal
aplicável às áreas selecionadas e atividades examinadas, e incluíram os resultados das ações de
controle, realizadas ao longo do exercício objeto de exame, sobre a gestão da unidade auditada.
3. Foi registrada a seguinte constatação relevante para a qual, considerando as análises
realizadas, não foi identificado nexo de causalidade com atos de gestão de agentes do Rol de
Responsáveis:
- Controles internos do Senac/MT em nível de entidade são existentes, porém com oportunidade
de aprimoramento no ambiente de controle, avaliação de riscos e comunicação (item 1.1.2.1).
4. Nestes casos, conforme consta no Relatório de Auditoria, foram recomendadas
medidas saneadoras.
5. Diante do exposto, proponho que o encaminhamento das contas dos integrantes do
Rol de Responsáveis seja pela regularidade.
6. Ressalta-se que dentre os responsáveis certificados por Regularidade há agentes
cuja gestão não foi analisada por não estar englobada no escopo da auditoria de contas, definido
conforme art. 9º, § 6º, da Decisão Normativa TCU nº 147/2015.

Cuiabá (MT), 21 de setembro de 2016.

O presente certificado encontra-se amparado no relatório de auditoria, e a opção pela certificação


foi decidida pelo:

Chefe da Controladoria Regional da União no Estado de Mato Grosso – Substituta

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Parecer de Dirigente do
Controle Interno

Secretaria Federal de Controle Interno

Parecer: 201601794
Unidade Auditada: DEPARTAMENTO REGIONAL DO SENAC NO ESTADO DO MATO GROSSO
Ministério Supervisor: Ministério do Trabalho
Município/UF: Cuiabá (MT)
Exercício: 2015
Autoridade Supervisora: Ronaldo Nogueira

Tendo em vista os aspectos observados na prestação de contas anual do exercício de 2015,


do Serviço Nacional de Aprendizagem do Comércio no Estado do Mato Grosso - SENAC/MT,
expresso opinião sobre os atos de gestão com base nos principais registros e recomendações
formulados pela equipe de auditoria.

O SENAC/MT é uma instituição privada sem fins lucrativos, juridicamente enquadrada


como Serviço Social Autônomo, que tem a missão institucional de prestar educação profissional
para as atividades do comércio de bens, serviços e turismo.

Considerando as informações disponibilizadas no Relatório de Gestão e os registros do


Relatório de Auditoria, pode-se afirmar que a Entidade executou as suas competências regimentais
a contento.

A constatação detectada pela auditoria, sem impacto na gestão, aborda sobre a


oportunidade de aprimoramento no ambiente de controle, avaliação de risco e comunicação da
Entidade.

A causa relacionada a essa fragilidade refere-se à implementação parcial de rotinas e


procedimentos, com objetivo de aprimorar os controles internos existentes.

Com efeito, recomendou-se à Entidade avaliar a conveniência e a oportunidade de


aprimorar o seu código de ética, implantar comissão de ética, promover medidas educativas quanto
aos valores éticos expressados no Código de Ética, estabelecer conjunto de indicadores para
identificar problemas e tendências relacionados às normas de conduta da organização,
implementar política de gerenciamento de riscos na entidade, formalizar os processos de avaliação,

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tratamento, monitoramento e comunicação de riscos identificados, criar um comitê de riscos,
controles internos e governança corporativa, elaborar formalmente política de compras, estoques,
compras conjuntas, estratégia de terceirização e política de delegação e reserva de competência;
elaborar normativo disciplinando o procedimento de realização de pesquisa de preços de compras,
serviços e obras; divulgar informações na página da Entidade acerca dos contratos e convênios,
bem como das transferências realizadas às federações e confederações; e avaliar a viabilidade de
implantação de um sistema de ouvidoria e melhoria na ferramenta do Canal de Denúncia.

Verificou-se, ainda, que os controles internos da área de gestão de pessoas da Entidade são
razoavelmente suficientes para assegurar a regularidade dos procedimentos vinculados à seleção,
ao quantitativo de pessoal e aos limites remuneratórios implementados. Já em relação aos controles
internos da área de compras e contratações adotados pela UPC foram avaliados como
intermediário, apresentando oportunidades de melhoria.

Por fim, como boa prática adotada na área de gestão de pessoas, o Senac/MT realiza
conferência mensal, para evitar divergência na folha de pagamento, utilizando “cheklist” de cada
rubrica da folha de pagamento em confronto com os controles paralelos de benefícios, terceiros e
outras informações inerentes à folha de pagamento. Além disso, a Gestão de Tecnologia de
Informação, executa diariamente backup dos sistemas de Folha de Pagamento, Recursos Humanos
e Tratamento de Ponto para garantia das informações.

Assim, em atendimento às determinações contidas no inciso III, art. 9º da Lei n.º 8.443/92,
combinado com o disposto no art. 151 do Decreto n.º 93.872/86 e inciso VI, art. 13 da IN/TCU/N.º
63/2010 e fundamentado no Relatório de Auditoria, acolho a conclusão expressa no Certificado
de Auditoria. Desse modo, o Ministro de Estado supervisor deverá ser informado de que as peças
sob a responsabilidade desta Pasta estão inseridas no Sistema e-Contas do TCU, com vistas à
obtenção do Pronunciamento Ministerial de que trata o art. 52, da Lei n.º 8.443/92, e posterior
remessa ao Tribunal de Contas da União por meio do mesmo sistema.

Brasília/DF, 22 de setembro de 2016.

Diretor de Auditoria das Áreas de Previdência, Trabalho, Pessoal,


Serviços Sociais e Tomada de Contas Especial

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