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Princípios orientadores para o exercício da Auditoria Interna

Entende-se por ética a parte da filosofia que trata da moral (1). Ética e moral são considerados os
ramos do conhecimento que têm a ver com os costumes, ou seja, com as formas de
comportamentos habituais ou normais. A ética é pois a ciência do dever ser, o que implica a
existência de valores, os quais, sendo atribuições feitas pelo espírito humano, são elementos
essenciais.

A ética deve considerar-se como regras ou normas que governam a conduta moral da profissão
de auditoria ou de empresas de auditoria, constituíndo um activo tangível reconhecido por
terceiros.

Por seu lado, deontologia é a ciência dos deveres, sendo que por dever se entende o acto que tem
de se encontrar em virtude de uma ordem, preceito ou contrato (2). Assim sendo, a deontologia
profissional tem pois a ver com as regras de qualquer actividade profissional.

Enquanto que a ética está relacionada com características de ordem geral, a deontologia abarca
um âmbito mais restrito.

O primeiro organismo a adoptar um Código de Ética foi o AICPA em 1917, seguido de outros,
entre os quais se destaca o IIA.

Baseados nos seus códigos de ética, os organismos profissionais emanam normas que orientam
os seus membros para o exercício da função.

Código de Ética IIA

O primeiro código de Ética do IIA foi adoptado em 13 de Dezembro de 1968, afectando todos os
seus menbros, tendo a última revisão sido efectuada em Junho de 2000.

O objectivo é “promover uma culttura ética na profissão de Auditoria interna”.

É aplicavel a todos os membros do IIA e o seu não cumprimento leva a aplicação de sanções
disciplinares.

O Código de Ética estrutura-se em duas partes:

(1) Dicionário da Língua Portuguesa

(2) Dicionário da Língua Portuguesa

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1-Nov-2010 / Apontamentos / Auditoria Interna / Contabilidade e Auditoria / UP/ Por R.F.

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a) Princípios éticos básicos– são os pilares para a estrutura da profissão. São os princípios
éticos fundamentais que o auditor ou contabilista profissional deve cumprir os quais são
mencionados como se segue:

 Integridade - este princípio impõe a todos os auditores e contabilistas


profissionais a obrigação de serem francos e honestos nas suas relações
profissionais e empresarias;

 Objectividade - este princípio impõe a todos os auditores e contabilistas


profissionais a obrigação de não comprometerem o seu julgamento profissional ou
empresarial devido a preconceitos, conflitos de interesses ou a influência indevida
de terceiros;

 Confidencialidade - este princípio impõe aos contabilistas profissionais a


obrigação de se absterem de:

(i) Divulgar fora da firma ou da entidade empregadora informação


confidencial obtida como resultado de relações profissionais e
empresariais sem autorização apropriada e específica, a não ser que haja
um direito ou obrigação legal ou profissional a divulgar; e

(ii) Usar informação confidencial obtida como resultado de relações


profissionais e empresarias em seu proveito pessoal ou no de terceiros.

 Competência - Este princípio impõe aos auditores e contabilistas profissionais as


seguintes obrigações:

(i) Manter conhecimento e perícia profissionais ao nível exigido para


assegurar que os clientes ou entidades patronais recebam um serviço
profissional competente; e

(ii) Actuar diligentemente de acordo com as normas técnicas e profissionais


aplicáveis quando prestam serviços profissionais.

b) Regras de conduta - são um conjunto de deveres “ser ou fazer” (deontologia), aplicados


ao exercício da função que levam ao comprimento dos princípios éticos.

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Quadro resumo do Código de Ética do IIA

Princípios Regras de Conduta

Os auditores internos deverão executar o seu trabalho com/a:


 Honestidade;
 Diligência;
 Responsabilidade;
Integridade  Respeitar os objectivos legítimos e éticos da entidade;
 Contribuir para os objectivos legítimos e éticos da entidade;
 Respeitar as leis e a divulgá-las.
Não deverão, em consciência, participar em actividades ilegais, ou em
actos que desacreditem a profissão de auditoria interna ou da entidade.

Os auditores internos não deverão:

Participar em qualquer actividade ou manter uma relação que prejudique ou


aparente prejudicar a sua imparcialidade – inclui todas as relações ou
actividades que possam estar em conflito com os interesses da entidade.
Objectividade
Aceitar nada que possa prejudicar ou aparente o seu julgamento
profissional. Deverão divulgar todos os factos materiais que tenham
conhecimento e que possam afectar a informação das actividades em
análise.

Os auditores internos deverão ser prudentes na utilização e protecção da


informação obtida no desempenho das suas actividades.
Confidencialidade Não deverão utilizar a informação para qualuqer benefício próprio ou que
de outra maneira estaria em desacordo com as leis ou em detrimento dos
objectivos legítimos e éticos da entidade.

Os auditores internos deverão:


 Aceitar apenas serviços para os quais possuam necessário
conhecimento, proficiência e experiência;
Competência
 Aperfeiçoar continuamente a sua proficiência, eficiência e qualidade
dos seus serviços;
 Desempenhar os serviços de auditoria interna de acordo com as
NIPPAI3.

(3) Normas Internacionais para a Prática Profissional de Auditoria Interna.

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3
Normas internacionais internacionais para a prática profissional de auditoria interna

Vide a ficha sobre esta matéria, fornecida na forma dura ou em papel e tirada do livro Morais &
Martins (2007: págs 54 até 83).

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