ÁREA PASTORAL NOSSA SENHORA DE FÁTIMA

ESCOLA DE MINISTROS

Armínio Artur de Carvalho

OS EVANGELHOS

A palavra Evangelho deriva do grego “euangellion” que significa “boa-nova”. No

grego secular, “euangellion” se referia a uma boa notícia a respeito de um acontecimento
importante. Os quatro Evangelhos são as boas-novas sobre os acontecimentos mais
significativos de toda a História: A vida, a morte redentora e a ressurreição de Jesus de
Nazaré.

Os quatro evangelhos não são biografias no sentido moderno da palavra, uma vez
que eles não pretendem narrar a vida completa de Jesus, com exceção das narrativas sobre
o seu nascimento, eles dão pouca informação sobre os primeiros trinta anos de vida de
Jesus. Apesar de o ministério público de Jesus ter durado somente três anos,
os evangelhos dedicam maior parte de sua atenção à última semana de sua vida.

São quatro evangelhos foram escritos por autores diferentes (Mateus, Marcos,
Lucas e João) e, neste caso a mesma história contada por visões/perspectivas diferentes e
para públicos diferentes.

Mateus foi um dos discípulos de Jesus, no seu evangelho que tinha como
representação o leão - rei, ele escreveu para o povo de Israel, os judeus. O povo judeu
estava na expectativa de um Messias, do enviado descendente de Davi, um novo rei para
libertá-los da opressão de seus dominadores. O evangelho segundo Mateus apresenta
Jesus como esse Rei que o povo estava na expectativa, esperando e é por isso, que, Mateus
fazia tanta referência as profecias do Antigo Testamento, no entanto, o povo Judeu estava
esperando uma libertação política e não libertação espiritual.

O Evangelho de Marcos não foi escrito para os Judeus, foi escrito para os gentis (não
judeus), inclusive para o povo que dominava o povo hebreu (os romanos). O povo do
Império Romano era muito prático (o fazer com pouca conversa), então Marcos apresenta
Jesus não como um rei, mas como um homem prático que serve aos seus semelhantes,
dando ênfase aos milagres realizados por Jesus, sem a necessidade de mostrar a
descendência e profecias do Antigo Testamento. Por isso, seu evangelho é representado
pelo símbolo de um touro – trabalho, fazer, praticidade.

Lucas foi um homem Gentil que se converteu ao cristianismo, foi um médico

acompanhante de Paulo Apóstolo. Seu Evangelho foi escrito para os gentis (não judeus e
não romanos), foi escrito para os gregos que era um povo muito filosófico, pessoas bem
instruídas e cultos e por isso valorizavam a oratória e dava muita ênfase e a parte do corpo
humano (corpo humano perfeito – glória humana). Por isso, quando Lucas vai escrever para
os gregos apresenta Jesus como o filho de Deus, o homem perfeito, ele dá ênfase a parte

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humana de Jesus (Jesus foi 100% homem e 100% Deus) o homem implacável no seu
propósito e nas suas ações. Lucas dá muita ênfase as parábolas de Jesus que geravam
admiração e debates filosóficos pelo povo grego.

O Evangelho de João não foi escrito para nenhum povo específico, foi feito para
qualquer um que fosse cristão, seja um cristão judeu, cristão romano ou qualquer um
cristão em qualquer lugar do mundo, então João escreveu para a Igreja de Deus, pois ele já
chegou apresentando Jesus como filho de Deus. João escreveu para fortalecer a fé cristã e
conclamar os descrentes a se voltarem para a fé em Cristo. A representação do seu
evangelho tem-se numa águia – Aquele que está nos céus vendo tudo lá de cima.

Ainda que cada evangelho tenha seu ponto de vista e seu público singulares,
Mateus, Marcos e Lucas compartilham um ponto de vista em comum, não compartilhado
por João. Por causa disso, eles são conhecidos como evangelhos sinóticos. De uma palavra
grega que significa “ver junto” ou “compartilhar de um mesmo ponto de vista”.

Juntos, os quatro evangelhos tecem um retrato completo do Deus-homem, Jesus

de Nazaré. Nele estavam combinadas a perfeita humanidade e divindade, fazendo dele o
único sacrifício pelos pecados do mundo, bem como o digno Senhor daqueles que creem.

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