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Super endividamento e a necessidade de políticas públicas de auxílio aos endividados

De acordo com a nova lei, entende-se como situação de superendividamento aquela em que o
consumidor se encontra manifestamente impossibilitado de "pagar a totalidade de suas
dívidas de consumo, exigíveis e vincendas, sem comprometer seu mínimo existencial"

A Lei do superendividamento, existente desde julho de 2021, apresenta a opção de renegociar


todas as dívidas de uma só vez.  foi criada no período pós pandemia, onde a economia se
encontrava destruída, com intuito de ajudar as pessoas que se endividaram para conseguir
arcar com as necessidades básicas diárias.

Essa lei usa o mesmo formato para empresas em recuperação judicial. Ou seja, todas as dívidas
existentes são somadas e a conciliação é feita de uma só vez. É preciso saber que a Lei do
Superendividamento é destinada à pessoa física, não jurídica.

A questão é que, em geral, como o brasileiro não é poupador por natureza (nem foi educado
para tanto), o crédito torna-se essencial para viabilizar o consumo excessivo e fomentar a
economia do país.

E, como será feito isso? A partir de ações, como a instituição de núcleos de conciliação e
mediação de conflitos do superendividamento e a criação de mecanismos de prevenção e
tratamento do superendividamento.

Constatado o superendividamento pelo órgão de proteção e defesa do consumidor e, ainda,


realizou a renegociação nos termos da Lei n. 14.181, de 2019, você não poderá tomar crédito
no decorrer dos próximos cinco (cinco) anos.

Mínimo existencial é o conjunto básico de direitos fundamentais que assegura a cada pessoa
uma vida digna, como saúde, alimentação e educação.

Uma especialista chamada Cláudia lima Marques ensina que o super-endividamento


necessitava de algum tipo de saída ou solução pelo direito do consumidor assim como
aconteceu a exemplo da falência e recuperação no direito empresarial, seja o parcelamento,
redução de juros, redução de taxas e todas demais soluções para que possam pagar toda ou
quase todas as dívidas aos seus credores.

A lei obriga bancos e empresas que vendem a prazo a informar qual custo efetivo total, taxa de
juros e encargos por atraso, proíbe também propagandas de empréstimos, assédio ou
opressão ao devedor.

Será que a possibilidade de pactuar as divida vai gerar um estimulo a inadimplência?

Especialistas acreditam que não, pois não concedem o perdão das dividas, só poderá recorrer
dois anos depois de ter finalizado o pagamento do primeiro plano.

Deve-se ter em mente que nem todo consumidor que se alega superendividado realmente o é.
O consumidor superendividado é aquele cujas dívidas de consumo se avolumaram a tal ponto
que os seus pagamentos implicariam abrir mão de uma existência minimamente digna. A lei
não põe a salvo o consumidor compulsivo e irresponsável, que em um dia compra tudo aquilo
que não pode e no outro já se diz superendividado. Na prática, isso significa que ele não tinha
intenção de não pagar, apenas não conseguiu.

A lei não pode prestigiar o crédito irresponsável ou a repactuação de dívidas sem critérios, sob
pena de criar um efeito bola de neve e terminar causando prejuízos maiores (e evitáveis) os
fornecedores de serviços de boa-fé, que não podem ser vistos como antagonistas nessa
relação.

Estados Unidos e a França contam com leis que estabelecem duas alternativas para o
tratamento do superendividamento da pessoa natural: concessão de perdão, parcial ou total,
de dívidas que vão além da capacidade de pagamento apresentada pelo devedor; e meios de
renegociação de dívidas.

Além disso, a estabilidade econômica pode facilitar uma redução na taxa de juros, o que reduz
o custo do crédito e facilita a renegociação de dívidas inadimplentes.

Também é importante ter um projeto contínuo de educação financeira da população,


sobretudo diante do aumento da inclusão financeira proporcionada pelo avanço da
digitalização do mercado. Com baixo (ou nenhum) conhecimento acerca do funcionamento do
sistema financeiro e sua operação, aumentam as chances de que um indivíduo adquira
produtos e serviços inadequados às suas necessidades.

Ação revisional ou de super-endividamento?

Ação revisional diz respeito a um problema (único contrato), uma para cada contrato. Discute
taxas de juros, se podem ser contabilizados ou não. O super endividamento diz respeitos as
condições das pessoas de pagar suas dividas. (10 ações podendo entrar somente com uma.)

Políticas públicas: É um conjunto de ações governamentais de esferas públicas ou privadas


para garantir a cidadania. Afeta a toda uma sociedade, envolve questões econômicas, sociais,
políticas, e até questões específicas da vida de uma pessoa. Todo governo tem que estabelecer
políticas publicas, devem ser criadas para grupos específicos de acordo com a necessidade.

Política de governo tem certa alternância de poder./ Política de estado tem uma determinada
continuidade

Problema público: geralmente entendido como espécie de carência ou excesso dentro de uma
sociedade. (Envolve a sociedade de um modo geral).

Política publica: diretriz para a resolução de um determinado problema, problema público

Os quatro tipos de políticas públicas presentes no Brasil: Políticas públicas distributivas,


Políticas públicas redistributivas, políticas públicas regulatórias, políticas públicas constitutivas.

E não podemos esperar que o sistema nos ajude, pois na verdade a coisa funciona da maneira
contrária. O que será dos bancos se você não ficar endividado?

A maior parte dos lucros bancários vem das altas taxas de juros cobradas nos empréstimos e
nos cartões de créditos, sendo que em contrapartida, o lucro que você obtém nas aplicações é
bem inferior. Nunca haverá um equilíbrio, nunca será justo para você.
Então, a solução é você se programar e fazer gastos limitados a cada mês, para não entrar no
superendividamento.

A favor dos bancos, está às propagandas que estimulam o gasto desenfreado, sem
planejamento, tentando fazer você acreditar que o prazer daquela aquisição é indispensável
para o seu bem estar e para a sua felicidade.

Exige um repensar dos instrumentos do Estado no planejamento e nas formas de estímulo


ao desenvolvimento econômico. Estado, que deve se consubstanciar não só no estímulo ao
consumo para o crescimento econômico, como também na correção dos desequilíbrios
sociais, através de políticas públicas para evitar o superendividamento da população de
baixa renda, com vistas à preservação do mínimo existencial.

Portanto, uma vez constatado o problema do superendividamento por meio de dados


empíricos, incumbe ao Poder Público implementar programas e ações efetivos na busca de
minorar esta situação que, ressalte-se, ocasiona impactos econômicos em toda a sociedade. O
consumidor superendividado é objeto de estudos e, notadamente ações, mais aprofundados
na Europa e nos Estados Unidos, com a apresentação de instrumentos que almejam minorar
esse problema social. Não se pode dizer sobre a inexistência de políticas públicas no Brasil
nesse sentido, mas as até então existentes demandam avaliação para que sejam mais bem
implementadas, ou até mesmo que sejam criadas novas mais efetivas, tanto no aspecto
preventivo quanto repressivo.

Objetivo instituir a Política Estadual de Combate ao Superendividamento no estado a fim de


promover a educação financeira, prevenir e tratar aqueles que já se encontram nessa situação.
A proposta é fortalecer os órgãos estaduais de defesa do consumidor, Por fim, a política
estadual também prevê o tratamento do superendividamento por meio da negociação de
dívidas, da renegociação de contratos de empréstimo e do aconselhamento financeiro aos
consumidores superendividados, ações que, segundo o parlamentar, tem por fim reestruturar
as finanças e evitar a inadimplência. "A implementação da Política Estadual de Combate ao
Superendividamento contribui para a melhoria da qualidade de vida.

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