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AULA 5 – DÍVIDAS
APRESENTAÇÃO
Na aula anterior, foi mostrado como efetuar um bom planejamento financeiro visando uma
melhor qualidade de vida, fortalecendo o pensamento de médio e longo prazo e criando uma
reserva financeira para momentos difíceis. Mas e quando o contrário acontece? E quando, ao
se fecharem as contas, percebe-se que se está muito aquém do equilíbrio financeiro, ou seja,
se está endividado? Falaremos sobre isso nesta aula.
OBJETIVOS
Ao final desta aula, você verá formas de evitar e de superar o endividamento.
GESTÃO FINANCEIRA 2
1 INTRODUÇÃO
feitas por impulso, de forma rápida e sem planejamento, não considerando o prazer
momentâneo da aquisição junto ao custo futuro monetário envolvido.
O sistema (2), é o devagar e analítico, serve para ajudar a resolver situações mais
complexas, como: Quanto é “37” vezes 38”? Aqui, com certeza, seria preciso planejar melhor a
resposta para a obtenção do acerto, analisando e calculando o resultado. Neste sistema (2), as
decisões de compra e seus julgamentos são planejados, podendo perder sua rapidez e
eficiência. Ambos os sistemas possuem benefícios e prejuízos, que só são observados no
momento das decisões, as quais, no caso, são as financeiras (KAHNEMAN, 2012, p. 28).
Com esse entendimento, antes de consumir qualquer coisa, é preciso perguntar: Preciso
disso? É uma necessidade ou um desejo? É urgente ou pode esperar? São reflexões muito
importantes que ajudarão a não entrar em dívidas por impulso, fazendo um planejamento
adequado de compras sem perder a qualidade de vida financeira. A dica prática é fazer um
orçamento por consumo, como, por exemplo: “Este mês vou separar um valor para roupas,
outro para lazer, outro para transporte” e assim por diante. Com isso, não haverá aquela
sensação de que o dinheiro acabou e não se sabe o porquê.
Este assunto requer muita atenção e empenho. Aqueles que não tiveram ou não
praticaram as orientações acima caíram numa situação financeira difícil e precisam
urgentemente de uma solução. Não há uma solução única ou uma “bala de prata”, como diz o
ditado popular, para resolver de forma rápida a situação do endividamento: o problema é
complexo. Porém, há algumas dicas a serem fornecidas para aqueles que se encontram
endividados.
Primeiro, é necessário saber o tamanho do problema e junto com a família fazer uma
relação das receitas atuais e despesas, lembrando que todos são parte do problema, mas
também são parte da solução, que terão pela frente alguns momentos de restrição necessária
para a saúde financeira familiar, mas que, se todos cooperarem, esse momento será breve.
Com isso, é chegada a segunda fase do plano, onde todas as despesas devem ser
categorizadas. Aqui, a sugestão é revisitar os conceitos e a tabela do capítulo 4 desta apostila.
É importante saber quais são os custos obrigatórios e não obrigatórios (variáveis e não
variáveis). De posse dessas informações, claramente é possível começar a priorizar o que se
deve manter ou o que já pode cortar de imediato. O foco inicial são os custos variáveis não
obrigatórios, onde normalmente se encontram os desperdícios, que não contribuem para a
qualidade de vida e que devem ser cortados imediatamente. Aquela academia que às vezes é
paga e não utilizada é um bom exemplo de desperdício. Também é preciso observar, na conta
corrente bancária e na fatura de cartão de crédito gastos recorrentes que acontecem e não
geram valor para o indivíduo e sua família. Nesses momentos, é imprescindível ser firme e ter
bastante protagonismo (MARTIN, 2018).
Outro importante ponto de desperdício é o pagamento de juros desnecessários. Às
vezes, há ofertas de juros bancários mais baratas para aquele tipo de dívida, como empréstimos
ou parcelamentos, a popular troca de dívida. Mas atenção! Tem que ser por juros mais baratos!
Os cálculos devem ser feitos, porque normalmente as instituições financeiras não divulgam
essas alterações, mas cabe ao indivíduo procurá-las, pelo simples fato de serem os maiores
beneficiados com isso.
Em resumo, uma vez que identificado o problema e levantado qual o seu tamanho pela
categorização, corta-se desperdícios e diminui-se a taxa de juros do fluxo de caixa, e assim, a
tendência é que a situação melhore, chegando ao equilíbrio das contas ou até mesmo iniciando
a sobra de algum valor mensal. Neste último, a sugestão é começar a fazer uma reserva de
emergência que, segundo especialistas, deve ser de três a seis vezes o salário mensal. Quando
chegar nesta fase, cuidado! A guarda não deve abaixar! É preciso continuar com o plano
constantemente e não apenas em momentos de crises.
As metas e objetivos também fazem parte da vida de um endividado que deseja mudar
sua situação financeira. Se forem bem implantados, os conceitos mostrados no item anterior
irão promover uma melhor saúde financeira. Conforme o plano financeiro proposto, é normal
que, ao passar do tempo, alguns itens parcelados irão se findando. Aqui há uma ótima
oportunidade para não cair novamente na tentação de colocar outro item no lugar pela ausência
daquela despesa.
Exemplificando essa situação, supondo que na categorização apareça uma despesa fixa
não variável de um empréstimo pessoal que custa R$ 300 reais, terminando daqui a três meses.
O modelo mental, alavancado pelo sistema (1) rápido e impulsivo, logo achará uma forma de
gastar este valor e aquilo que deveria ser uma sobra no orçamento logo desaparece ou pior,
não se sabe para onde foi. Que tal mudar esta visão da seguinte forma: dos R$ 300,00 usar de
30% a 50% (R$ 100,00 a R$ 150,00) para uma reserva financeira? O restante poderia ser usado
para melhorar a sua qualidade de vida ou da família, como recompensa da disciplina financeira.
É importante lembrar que esse valor já não era contabilizado para gastar, ou seja, ele
significava R$ 0,00 de sua reserva financeira e agora representa R$ 300,00. Por que gastá-lo
totalmente? Com bom senso, pode-se chegar a um meio termo.
O que fazer com a futura sobra resultante dos cortes nos desperdícios? Sobre isso,
Macedo (2010, p. 36) diz que: “Quando as pessoas começam a anotar os gastos, já costumam
reduzi-los em cerca de 12%. Isso acontece porque o ato de anotar faz você pensar duas vezes
antes de gastar.”
12% sobre o valor de um salário de R$ 10.000,00: Seria R$ 1.200,00 só de desperdício.
Nesse caso, a sugestão acima é de guardar até (50%) para reserva financeira e de usar o
restante em bens e serviços de forma consciente, para melhorar a qualidade de vida.
Ao reforçar o calendário de eliminação de dívida, sugere-se que sejam eliminados
imediatamente os desperdícios ou outras fontes de despesas que não geram qualidade de vida,
mesmo sendo pequenas ou grandes. Vê-se que as despesas fixas são as mais difíceis de
eliminar, por conta justamente de seu caráter essencial. Os exemplos são: água, energia,
despesas com alimentação etc. Ainda assim, acredita-se que esses itens podem ser gastos de
forma inteligente, reduzindo seu consumo ou comparando preços, no caso da alimentação. A
recompensa para a redução desses itens é de grande potencial a médio e a longo prazo, pois
são itens que sempre estarão no seu orçamento.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesta aula vimos a importância de administrar bem nossas finanças, o que inclui não se
endividar. Porém, havendo endividamento, vimos formas de sair de das dívidas e um calendário
que auxilia a realização desse processo. Sabemos que o dia mal vem para todos, muitas vezes
surgem imprevistos que acarretam gastos inesperados, mas com planejamento e sabedoria
podemos evitar ou nos livrar das dívidas.
REFERÊNCIAS
KAHNEMAN, Daniel. Rápido e Devagar: duas formas de pensar. Rio de Janeiro: Objetiva,
2012.
MACEDO, Jurandir Sell. A arvore do dinheiro: guia para cultivar a sua independência
financeira. 6. reimpressão. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.
MARTIN, Érica. Guia de sobrevivência: Veja como controlar as finanças na crise. [S.l.],
2018. Disponível em: https://vocesa.abril.com.br/dinheiro/guia-de-sobrevivencia-veja-como-
controlar-as-financas-na-crise/. Acesso em: 30 out. 2022.
REDMACHER, Earl; ALLEN, Ronald B.; HOUSE, Wayne H. O novo comentário bíblico NT,
com recursos adicionais. Rio de Janeiro: [s.n.], 2010.