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2021

2021

APOSTILA

FINANÇAS
PESSOAIS
Apostila
Finanças Pessoais

Liga do Mercado Financeiro


25 de Agosto de 2021

Fica expressamente proibida a divulgação, comercialização ou qualquer envio


dessa apostila para não alunos do curso Imersão em Mercado Financeiro,
oferecido pela Liga do Mercado Financeiro no dia 25/08/2021.
SUMÁRIO

1. Autoconhecimento
1.1 Gestão de dívidas
1.2 Como sair do endividamento?

2. Mapeamento de finanças
2.1 Cartão de Crédito
2.2 Reestruturação de orçamento – sugestão de divisão

3. Planejamento
3.1 A importância de definir um objetivo
3.2 Diagnóstico da situação financeira atual
3.3 Objetivo Smart
3.4 Definição de prioridades
3.5 Pequenos esforços diários

4. Investimentos
4.1 Reserva de Emergência
4.2 Perfil do investidor
4.3 Definição de uma estratégia de investimento
4.4 Tipos de estratégias de investimento

5. Dicas para mudar o comportamento


5.1 Sempre buscar conhecimento e se manter atualizado
5.2 Financiamento de imóveis
5.3 Dívidas de cartão de crédito
5.4 Buscar fontes de conhecimento confiáveis

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1. Autoconhecimento

O aprendizado e a aplicação de conhecimentos práticos de educação


financeira podem contribuir para melhorar a gestão de gastos, tornando nossas
vidas mais tranquilas e equilibradas. Entretanto, para se iniciar um planejamento
financeiro eficiente é necessário compreender que finanças pessoais está
totalmente relacionada com hábitos e comportamentos, por isso é importante
realizar uma autoavaliação antes do planejamento, com as seguintes perguntas:

a) Como é minha relação com o dinheiro?

b) Tenho controle sobre aquilo que gasto? E sobre o que ganho?

c) Tenho um planejamento financeiro?

Após a reflexão, tomando por base as três grandes áreas de educação


financeira que são:

• ENDIVIDAMENTO PLANEJAMENTO INVESTIMENTO

1.1 Gestão de dívidas

Começaremos nossa discussão pela seguinte pergunta.

Porque as pessoas criam dívidas?

O endividamento pessoal vem crescendo no Brasil a cada ano que passa,


mostrando dessa forma o quanto a educação financeira no país é falha, na qual a
grande parte das pessoas não têm a mínima noção de como administrar seu
próprio dinheiro.

Ademais, diversas vezes fazemos inúmeras compras a prazo, e no final do


mês vemos que o valor total não poderá ser pago naquele mês.

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E a partir desse ponto entra um dos maiores problemas, que são os juros. Desse
modo, a primeira dica para começar um planejamento financeiro é focar na quitação
de dívidas.

1.2 Como sair do endividamento?

1- Criação de uma planilha de dívidas. Deve conter o que é a dívida, quantas


parcelas com o valor (já adicionado com juros, caso tiver) e o valor total.
2- Organização das dívidas de forma decrescente. Mesmo que não seja
financeiramente eficiente, isso aumentará a motivação para quitar todas as dívidas.
3- Caso tenha cobrança de juros, tente negociar esse valor.
4- Foco total na quitação de dívidas. Tente diminuir seus gastos mensais através de
um controle de orçamentos.

Por último é importante ter claro quais vão ser os impactos de adquirir uma
dívida no futuro, visto que existem razões boas e ruins. Como por exemplo, abrir o
seu próprio negócio a princípio pode causar diversas dívidas, entretanto as
recompensas podem ser positivas recuperando o dinheiro. Todavia, existem razões
erradas como a falta de planejamento, consumismo, falta de conhecimento
financeiro, entre outros.

2. Mapeamento de Finanças
Para dar início, é interessante ressaltar que um hábito é uma rotina de
comportamento que se repete regularmente e tende a ocorrer de maneira
inconsciente. Dessa forma, do mesmo jeito que nós adquirimos hábitos de maneira
natural, é possível ensinar nosso cérebro a ter hábitos estratégicos. E isso pode se
aplicar em vários pólos presentes na vida das pessoas, incluindo principalmente no
âmbito financeiro. Assim, no dia a dia as pessoas realizam várias atividades do meio
financeiro de maneira quase automática, raramente questionando sobre o quão
vantajoso aquilo está sendo.

Desse modo, para ter uma boa saúde financeira, é importante manter o
controle dos hábitos referente aos seus ganhos e principalmente gastos. E para
entender a fundo os números e reconsiderar o que vale ou não a pena, uma ideia
interessante é fazer um orçamento, como o apresentado abaixo.

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RECEITAS DESPESAS

Trabalho Obrigações
• Salário líquido Empréstimos, financiamentos,
• 13o salário impostos, condomínio, pensão alimentícia
• Bônus
• Férias
• Comissões

Outras rendas Despesas Necessárias


• Aluguéis Alimentação, educação, saúde, aluguel,
• Juros transporte, etc.
• Dividendos
• Outras

Gastos (voluntários)
Celular, academia, cabeleireiro, clube,
Restaurante, programas de assinatura.

Tabela 1: Divisão de despesas e arrecadações mensais

Tendo em vista o exemplo de orçamento acima, como ele está disposto de


maneira visual e clara, será mais difícil seu cérebro te enganar considerando adquirir
algo que está fora do seu alcance ou pese muito em seu orçamento, evitando os
vieses cognitivos.

2.1 Cartão de Crédito

Após o entendimento sobre controle de hábitos e excesso de gastos, iremos


abordar um tópico extremamente importante sobre o uso de cartões de crédito.
Esse utensílio, considerado vilão para diversas pessoas, que quando usado de forma
incorreta poderá trazer diversas consequências financeiras.

Para iniciarmos é necessário compreender que cartão de crédito não é uma


despesa como algumas pessoas veem, mas sim uma forma de pagamento a longo
prazo, que serve para cumprir as despesas mensais como um cartão de débito.

Desse modo, para se fazer o uso de forma eficaz e consciente deve seguir os
seguintes passos:

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1. Fazer uma planilha de gastos para o cartão de crédito e uma para o cartão
débito, definindo assim quais contas vão ser pagas com seu respectivo cartão. É
importante se atentar que algumas contas podem vir acrescidas de juros apenas por
estar sendo paga com o cartão de crédito.

2. Definir um gasto mensal com base no orçamento, esquecendo o valor limite do


cartão.

3. Execução e acompanhamento das metas de gastos definidas para o cartão de


crédito.

Para finalizar, muitos bancos tradicionais acabam cobrando uma taxa de anuidade
sobre os cartões de créditos, por isso uma dica é caso haja essa taxação tente
negociar ou crie uma conta em bancos digitais, como por exemplo a Nubank, Banco
Inter, Neon. Em que nestes não há cobrança sobre o uso do cartão de crédito.

2.2 Reestruturação de orçamento - Divisão ideal de gastos


Agora que a mentalidade já foi mudada e os gastos mapeados, chegou a hora de
distribuir os gastos de maneira ideal, de forma a sempre ter uma parcela dos
rendimentos destinados a investimentos. Há uma “regra” no meio das finanças
pessoais, denominada “ Regra dos 50/20/30”, que se trata de uma proporção
recomendada de gastos, em que 50% da sua renda é destinado a gastos fixos,
também chamados de gastos necessários, é aqui que entra aluguel, alimentação
básica, luz, internet, água, IPVA, IPTU, faculdade etc.

O “20” se refere a parcela dos rendimentos que deve ser destinada a


investimentos, ou seja, 20% dos rendimentos mensais. Vale lembrar que se
caracteriza como investimento tudo aquilo que você destina uma parte do seu
capital com o intuito de ser um "parceiro"(Sócio ou Credor) de um terceiro
esperando um retorno maior que o capital investido, isto vai ser importante para o
módulo que será abordado “Reserva de Emergência”.

Por fim os “30” se referem a gastos variáveis, que devem compor 30% dos
rendimentos, também conhecidos como não essenciais, que são gastos menos

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recorrentes, como roupas, alimentação não básica como ifood, sobremesas etc,
festas, lazer entre outras coisas, é importante frisar que não se fica rico do dia pra
noite, a caminhada é longa, e não ter um momento de distração, um momento de
matar uma vontade pode ser um desanimador nessa jornada rumo a liberdade
financeira, então sempre recomenda-se separar uma parte dos rendimentos para
gastar com si próprio, você é o personagem principal da sua vida.

Lembrando sempre que isso não é uma regra absoluta, é apenas uma
recomendação que pode ser ajustada conforme o perfil do investidor, por exemplo:
alguém que more com os pais pode optar por separar 30% para investimentos ao
invés de 20%, o investidor deve ter essa autonomia de decidir qual a proporção ideal
de gastos para si, mas esta regrinha dá um direcionamento muito bom.

3. Planejamento
Como definir metas e objetivos financeiros?

3.1 A importância de definir um objetivo

"Definir um objetivo é o ponto de partida de toda a realização." W. Clement Stone

Quando lidamos com finanças pessoais, é muito importante estabelecer


objetivos claros, sabe-se que esta é uma estratégia fundamental para o sucesso
financeiro, visto que a criação de objetivos permite que você direcione seus esforços
e tenha disciplina para conquistar o sucesso. É comum vermos pessoas que estão
motivadas para organizar seu orçamento, mas que não sabem onde querem chegar,
desse modo, elas podem se frustrar por perceberem que estão se sacrificando sem
sair do lugar. Ou ainda, muitas outras reconhecem a importância de um
planejamento financeiro, mas não têm motivação para fazer um esforço para
cumprir esse plano. Logo, essas também não vão conseguir sair da situação em que
estão. Assim, podemos ver que a definição de metas é essencial para o sucesso
financeiro.
Em suma, apenas após se definir objetivos claros, é possível direcionar todos os
seus esforços e ter a motivação para alcançá-los.

3.2 Diagnóstico da situação financeira atual

O primeiro passo para se definir um objetivo consoante com a sua realidade


financeira é a realização de um diagnóstico financeiro, ou seja, um mapeamento de
todas as entradas e saídas de dinheiro. Para isso, pode-se questionar certos pontos:

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• Qual é a minha renda?
• Quais são os meus principais gastos?
• Possuo dívidas? Quantas? Qual o valor?
• Qual a minha capacidade de poupar dinheiro mensalmente?

3.3 Objetivo Smart


Para se definir um objetivo financeiro, a metodologia SMART pode ser muito
útil, visto que esta elimina a vaguidade do objetivo e oferece maior clareza e foco
para se atingir o resultado. A sigla SMART é composta pelas palavras “Specific”,
“Measurable”, “Attainable”, “Relevant” e “Time-bound” (traduzindo, temos:
"específico", “mensurável”, “atingível”, “relevante” e “temporal”). Sendo assim,
podemos compreender melhor como essa metodologia pode ser utilizada por meio
de um exemplo. Supondo, então, que o objetivo é a compra de um carro à vista,
assim, devemos responder às seguintes questões.

• Qual carro será comprado (Específico)?


• Quanto custa o carro e quanto dinheiro você terá que poupar para
comprá-lo (Mensurável)?
• É possível, com seu atual nível de renda e situação financeira, poupar o
dinheiro necessário para comprar o carro à vista (Atingível)?
• Você realmente precisa de um carro novo? Ele vai trazer alguma
melhora concreta à sua vida (Relevante)?
• Quando você comprará o carro (Temporal)?

3.4 Definição de prioridades


Se há mais de um objetivo, será necessário definir algumas prioridades, para
isso, pode-se construir um sistema baseado no tempo e importância. Em relação ao
tempo, podemos separar os objetivos em 3 grupos principais:

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• Metas de curto prazo – essas devem ser metas que precisam acontecer
dentro de 1 a 2 anos. Muitas vezes, estes são os objetivos mais urgentes
como se livrar de alguma dívida, poupar 10% do seu salário ou começar a
investir.
• Metas de médio prazo – mantenha essas metas dentro de uma janela de 2
até 5 anos. Exemplos: comprar um carro, fazer uma viagem, etc.
• Metas de longo prazo – inclui todas as metas que levam mais de 5 anos,
como: construir um fundo de educação para seus filhos ou conquistar a
liberdade financeira.

Além disso, ressalta-se que todas essas metas devem estar interligadas entre si
e também com os seus objetivos financeiros. Ou seja, as metas de curto prazo são a
base para as metas de longo prazo. Por exemplo, não é possível poupar 50% da sua
renda sem se livrar das dívidas primeiro, ou ainda, não é possível atingir a liberdade
financeira, sem poupar uma parte de sua renda e começar a investir para fazer seu
dinheiro render mais e trabalhar por você.
3.5 Pequenos esforços diários

Manter a disciplina e foco a longo prazo para alcançar nossos objetivos nem
sempre é uma tarefa fácil. Isso vai exigir uma série de esforços diários, pois
conquistas financeiras sempre vão demandar organização e persistência, entretanto,
devemos pensar em concretizar um passo de cada vez. Dessa forma, é de extrema
importância ressaltar, por fim, que todos somos merecedores de descansos e
lazeres, sendo assim, tenha em mente que investir em sua felicidade também é um
objetivo que certamente deve ser incluído em sua lista!

4. Investimentos

4.1 Reserva de Emergência

Neste tópico será abordado um tema importantíssimo, que representa a


segurança e pode evitar dores de cabeça desnecessárias e que MUITAS pessoas, até
mesmo com conhecimento sobre Educação Financeira, esquecem: a chamada
reserva de emergência. A reserva de emergência se trata de uma espécie de fundo
em que o dinheiro é guardado para fins emergenciais, como uma batida de carro,
doenças, desemprego, acidentes, coisas que nunca é possível prever quando vai
acontecer e inevitavelmente acontece.

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Recomenda-se que você tenha o equivalente a 6 a 12 meses dos seus gastos
fixos, importante lembrar que a pandemia foi uma prova de que uma reserva de
emergência grande nunca é demais, isto foi demonstrado com o aumento do
desemprego, internações e comércios fechando. Relembrando o módulo em que
abordamos a “Regra dos 50/20/30”, os “50%” se referem aos gastos fixos mensais, e
eles serão a base do nosso cálculo para definir a reserva de emergência, quanto a
quantidade de meses que a reserva de emergência irá cobrir, se será 6, 7, 8, 9, 10,
11 ou 12 meses só o investidor será capaz de decidir qual será o ideal, é importante
fazer uma autoanálise, uma pessoa com um emprego fixo e estável precisa de
menos meses do que uma pessoa em início de carreira, uma pessoa que paga
aluguel precisa de mais meses que alguém que não paga, não existe uma regra, a
quantia é adaptável para cada pessoa.

Para construir a reserva de emergência, vamos precisar relembrar novamente


a “Regra dos 50/20/30”, quando o investidor ainda não tem uma reserva de
emergência o recomendável é separar aqueles 20% de investimentos diretamente
para a reserva de emergência.

Por muitos anos o tesouro direto foi a melhor opção para guardar a reserva de
emergência, por ter uma rentabilidade sempre positiva e ser fácil de sacar, ou seja
ter alta liquidez, porém, hoje os bancos digitais ganharam muita força como uma 2°
opção, pois eles oferecem quase o mesmo rendimento mas oferecem transferência
a qualquer momento via Pix, importante lembrar que ambos sofrem taxação de IOF
e IR sobre o lucro.

A reserva de emergência também é chamada de reserva de oportunidade,


para explicar o porque disso será realizado um exercício de imaginação: vamos
supor que você tem 100 mil, e vamos elaborar 2 cenários, 1 que vc não tenha
reserva de emergência, e outro que vc tenha, em ambos ocorre uma grande crise na
bolsa como a do início da pandemia, que o mercado desvalorize 50%, bem no
cenário que você não tem reserva de emergência, seus 100 mil viraram apenas 50
mil, agora num cenário em que você tem uma reserva de emergência de 30 mil, e 70
mil investidos, você passaria a ter 35 mil investidos, porém é aqui que entra o
conceito da oportunidade, quando o mercado está em baixa, é como se acontecesse
uma “Black Friday” de empresas, os preços delas caem muito e se distanciam do seu
valor real, esse é o momento ideal para comprar, então você com sua reserva de 30
mil(equivalente a 12 meses do seu consumo) investe 15 mil na bolsa para comprar
ativos a preço baixíssimo e ainda fica com uma reserva de 15 mil equivalente a 6
meses do seu patrimônio. Importante lembrar que assim que utilizar dinheiro da
reserva de emergência, é recomendável que seus esforços financeiros sejam
focados em reconstruir a reserva.
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Por fim o período de construção da reserva pode ser chato e desanimador, por
não ver o dinheiro rendendo tanto e não ter uma emoção envolvida, mas é um
período muito importante, muitas pessoas costumam chamar o período de
construção da reserva de emergência de período de aprendizado, como é um
investimento em renda fixa, o total retornado não depende do seu desempenho, o
que te dá tempo, tempo para estudar, aprender sobre o mercado, ler livros, ver
palestras e aprender tudo sobre o mercado para quando terminar de construir sua
reserva de emergência, estar preparado para a renda variável, que exige muito
mais esforço do que na renda fixa. Importante que você NÃO PULE esta fase, não
coloque o carro à frente dos bois, tenha paciência, pular direto para a renda
variável pode fazer você perder o suado capital.

4.2 Perfil do investidor


A importância do perfil do investidor

Conhecer o seu perfil de investidor antes de investir é essencial, é a partir disso


que descobrimos nossa tolerância a riscos e como reagimos frente às mudanças no
mercado. Geralmente, pode-se responder algumas perguntas relacionadas ao seu
comportamento em relação à segurança, liquidez (necessidade do capital a curto
prazo) e rentabilidade para descobrir em qual perfil você se encaixa. Ou seja, é uma
jornada de autoconhecimento em que você escolhe qual é o fator prioritário para
sua vida no momento. Após descobrir seu perfil de investidor, pode-se criar uma
estratégia de de investimentos condizente com seus objetivos financeiros.

Conservador: O investidor conservador abre mão de perseguir uma rentabilidade


maior, porque prioriza a segurança nos seus investimentos e tem baixíssima
tolerância ao risco. Esses investidores têm maior necessidade de preservação do
patrimônio e liquidez, sendo assim devem manter a maior parte da sua carteira de
investimentos como fundos de renda fixa.
O conservador costuma ser uma pessoa com patrimônio já construído que busca
apenas a solidez do seu capital, ou um investidor iniciante que não se sente seguro
com os mercados mais dinâmicos.

Moderado: O perfil moderado é associado ao investidor que aceita um pouco mais


de risco em busca de uma rentabilidade maior. Ele vai acessar investimentos
conservadores como a renda fixa, mas, como tem disposição para ativos mais
arriscados, pode investir um percentual da carteira em produtos de renda variável,
como ações e fundos imobiliários.
Esse perfil de investidor possui mais conhecimento do mercado e um patrimônio
em crescimento, sendo suficiente para diversificar em diferentes prazos.

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Agressivo: O investidor arrojado, também chamado de agressivo, é aquele que
busca retornos ainda mais altos, abre mão de parte da segurança e investe um
percentual maior da sua carteira em investimentos mais arriscados. O Perfil
Agressivo possui conhecimento de mercado, além de preparo técnico e emocional
para acompanhar suas oscilações.

4.3 Definição de uma estratégia de investimento

A estratégia de investimentos faz parte do planejamento e serve como um


direcionamento para os seus investimentos, sendo essencial para investir com
maior segurança em busca de seus objetivos. Deste modo, é muito importante
construir uma estratégia racional que não seja guiada por suas emoções. Para criar
esse planejamento, o investidor deve considerar alguns pontos como:
1- Objetivo: a estratégia deve estar sempre alinhada com o objeto, sendo
importante ter muita clareza nos seus objetivos, assim fica mais fácil escolher a
estratégia ideal.
2- Tempo disponível: é importante estabelecer em quanto tempo você pretende
alcançar seu objetivo.
3- Perfil de investidor: conhecer seu perfil de investidor é muito importante para a
definição da estratégia de investimento, já que indica o grau de risco que uma
pessoa está disposta a correr, e assim possa escolher o investimento adequado ao
seu perfil ( como Renda Fixa ou Renda Variável ).

4.4 Tipos de estratégias de investimentos


De acordo com o tempo que o investimento vai durar, é possível dividir as
estratégias de investimentos em três tipos:

1- Curto prazo: Quem investe com foco no curto prazo deseja conseguir altos
rendimentos em pouco tempo. A estratégia de investimentos de curto prazo mais
conhecida é o day trade, onde a pessoa compra e vende o mesmo ativo no mesmo
dia. Porém, essa estratégia é bastante arriscada e necessita de grande
conhecimento e experiência, já que pode ocasionar grandes perdas. Com isso, para
quem deseja construir um patrimônio, é melhor focar no longo prazo.

2- Médio prazo: Os investimentos de médio prazo giram em torno de cinco anos,


apresentando assim menores riscos. Nessa estratégia, já é possível por exemplo,
variar e pensar em investimentos que vão garantir uma rentabilidade melhor em
troca de menor liquidez.

3- Longo prazo: Investir com foco no longo prazo é a melhor alternativa para quem
deseja construir um patrimônio. Neste caso, é essencial não esquecer de
diversificar a carteira de investimentos, como uma forma de minimizar os riscos.
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Um exemplo de estratégia a longo prazo é a Buy and Hold, que consiste em
comprar ações e mantê-las por anos. Seu objetivo é acompanhar a valorização dos
ativos, sendo essencial investir em empresas com bons fundamentos e potencial
de crescimento futuro.
Sendo assim, é possível perceber que existem várias estratégias de
investimento, e com isso pode-se dizer que não existe a melhor forma de alocação
de seus investimentos, e sim a mais adequada para a realidade do investidor.

5. Dicas para mudar o comportamento

5.1 Sempre buscar conhecimento e se manter atualizado

Bom, como visto no decorrer do curso, estabelecer objetivos é fundamental


para conquistar o equilíbrio financeiro. Para tal, é imprescindível ficar atento às
melhores condições de executar as metas traçadas para evitar desperdício de
recursos, tempo e esforço. Dessa forma, é fundamental que no seu planejamento
financeiro você inclua o exercício de buscar conhecimento e se manter atualizado.

Para mensurar a importância desse exercício pode-se citar duas situações,


extremamente corriqueiras, em que estar antenado ao funcionamento e às
atualizações do mercado financeiro é determinante para conduzi-las ao sucesso:

5.2 Financiamento de imóveis

Em uma situação hipotética, você tem como objetivo comprar uma casa e,
para isso, você decide recorrer a um financiamento junto a um banco, se
encaixando no Sistema Financeiro de Habitação (SFH), no qual os recursos são
provenientes do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e os juros não
podem extrapolar 12% ao ano.

Nesse tipo de operação você somente pode financiar até 80% do valor do
imóvel, tendo no máximo 35 anos para pagar o empréstimo, no qual, a taxa de
juros anual é fixa e definida pelo próprio banco. Esta taxa fica sujeita às flutuações
da taxa Selic que é a taxa básica de juros da economia e é definida a cada 45 dias
pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom). Dado as informações
necessárias para supor uma situação, observe a tabela X que mostra a evolução da
taxa Selic e das taxas de financiamento da Caixa Econômica Federal nos últimos 4
anos:

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Taxa/a 2017 201 2019 2020
no 8

Taxa 7,4 % 6,5 5,79 2,72


Selic % % %

Taxa A partir A A A
juros de parti partir partir
10,75 r de de de 6,5
% 8,75 7,5 % %
%

Tabela 2: Taxa Selic e Taxa de financiamento da Caixa Econômica Federal.


Fonte: receita federal, Valor,, economia UOL, agência Brasil.

Supondo que o desejo de ter um imóvel próprio foi um objetivo traçado


desde 2017, percebe-se, pela tabela X, que de acordo com a queda da taxa Selic
as taxas de juros para o financiamento também caíram. Dessa forma, analisando
somente os quatros anos em questão, seria mais vantajoso realizar o contrato de
financiamento em 2020.

A flutuação da taxa Selic não é facilmente previsível, no entanto, especialistas


conseguem mensurar expectativas de queda ou aumento de acordo com a
situação econômica e política do país. Segundo a Federação Brasileira de Bancos
(FEBRABAN) a perspectiva para a taxa Selic é de aumento ainda no ano de 2021,
chegando a até 6,5%. Dessa forma, é possível traçar uma período com condições
mais ou menos ideais para empreender os seus objetivos, neste caso, o
financiamento do imóvel próprio.

5.3 Dívidas de cartão de crédito

Segundo a confederação nacional do comércio de bens, serviços e turismo


(CNC), em julho de 2021 o Brasil bateu o recorde, desde 2010, de endividamento
em cartões de crédito, chegando a 71,4% dos usuários. A dívida em um cartão de
crédito surge quando você não consegue pagar o valor mínimo da fatura e, dessa
forma, você fica devendo à instituição que aplicará, durante 30 dias, o chamado
juros rotativo do cartão de crédito. Após esse período você parcela a dívida (já
contabilizado o juros rotativo) ou a paga integralmente.

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Caso você não consiga pagar as parcelas, a empresa credora cobrará mais
juros sobre a sua dívida e você virará um cidadão inadimplente, situação que
restringirá suas opções de crédito.

Em uma situação hipotética em que você não consiga pagar a fatura mínima do
cartão, a opção mais recomendada é que você faça um empréstimo para pagar a
dívida o quanto antes possível, uma vez que os juros no empréstimo de crédito
pessoal é menor que os juros rotativos do cartão, como observado na tabela 3.

Modalidade de crédito Taxa de juros (% a.a)

Juros rotativo do cartão de 300,3 %


crédito

Juros do parcelamento do 175,2%


cartão de crédito

Juros do crédito pessoal 119,5%

Juros do crédito 22,5%


consignado
Tabela 3: Taxa Selic e Taxa de financiamento da Caixa Econômica
Federal.
Fonte: Creditas.

Caso você não consiga quitar sua dívida em um primeiro momento você pode
renegociá-la. Para isso, você precisa recorrer à empresa de cartão de crédito que
detém seu débito e negociar um parcelamento justo. Nesse ponto é muito
importante que você não feche um acordo que prejudique o seu orçamento
doméstico, dessa forma, várias negociações podem ocorrer nessa etapa para evitar
os habituais abusos das instituições. Aprovada em julho de 2021, a Lei do
Superendividamento procura controlar este tipo de conduta das empresas de
crédito. Dentre as novas regras está a possibilidade de renegociar as dívidas com
todos os credores ao mesmo tempo, o que permite a análise de várias propostas e,
logo, a escolha da mais vantajosa.

Muitos devedores, devido à falta de conhecimento, acabam por escolher


propostas inadequadas ao seu orçamento doméstico e acabam adquirindo novas
dívidas ou aumentando as atuais. Dessa forma, conhecer seus direitos (como a lei
do Superendividamento) e suas opções de planos de ações é fundamental para sair
de situações como essa.
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Conforme os exemplos dados, criar o hábito de buscar informações para se manter
atualizado diariamente é um exercício muito importante e determinante para o
sucesso de seus objetivos. No entanto, criar esse costume não é uma tarefa fácil.
Para isso, inserir o assunto aos poucos de forma leve e descomplicada na sua
rotina de leitura é o primeiro passo. Busque introduzir o tema nas suas redes
sociais como Instagram, Facebook e até TikTok. Assista à vídeos no YouTube em
seus horários de folga ou ouça à podcasts no caminho para o trabalho ou faculdade
e na academia, por exemplo. Após a familiarização com o tema, o próximo passo é
buscar meios de conhecimento mais robustos como cursos e artigos. A liga oferece
os dois recursos, sendo: os cursos anuais de educação financeira e os artigos do
projeto Roda de Notícias que estão disponíveis no site (lmfunicamp.com). Por fim,
o passo final, que é a consolidação do hábito, consiste em acompanhar
semanalmente boletins do mercado financeiro em fontes confiáveis, que façam
uma análise mais profunda e detalhada sobre as atualizações no mesmo.

5.4 Buscar fontes de conhecimento confiáveis (Redes sociais e o consumismo,


conscientização e livros)

A coisa mais valiosa hoje em dia é, sem dúvidas, a informação, e o melhor


meio de se obter essa informação dos consumidores é através das redes sociais. A
cada pesquisa, a cada visualização de produto e vídeo, a cada anúncio que chegam
ao usuário, esses dados são obtidos, armazenados e depois serão utilizados pelas
empresas.

Segundo Fabiano de Abreu, um filósofo sobre o tema, as redes sociais hoje


representam a venda de uma vida perfeita e de ostentações que acabam levando à
manipulação dos usuários. Especialmente quando se fala de modas temporárias,
sejam elas de vestimenta, consumo ou até mesmo de comportamento, que se
tornam referência mundial rapidamente.

Hoje, o maior problema é o bombardeamento de propagandas de empresas


que nos conhecem extremamente bem. Elas têm acesso a todos os nossos dados e
desejos de consumo em mãos, e vão oferecendo cada vez mais opções para que
possamos comprar, baseadas em nossas opiniões, desejos e comportamentos. Já
pararam para perceber que quando você pega o celular só aparecem as coisas que
você ou acabou de pesquisar ou que você acabou de mencionar?

Em contrapartida, as redes sociais podem ser usadas a seu favor também.


Elas servem como um meio muito bom de fonte de informação. Tanto no
Instagram, quanto em sites mesmo, você consegue ter acesso a dados
valiosíssimos para aprender, se atualizar, se informar e tirar o melhor proveito
disso.
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Alguns perfis no Instagram que são ótimas fontes de informação:
@fatosdabolsa
@acoesamericanas
@fundamentei
@gabrielamosmann
@infomoney
@valorinveste
@stockpickers_
@nathaliaarcuri
@mepoupenaweb
@professorbaroni
@istoe_dinheiro
@sunoresearch
@tiagoreis
@explicaana
@thiago.nigro

Alguns sites:
https://www.infomoney.com.br/
https://www.istoedinheiro.com.br/
https://economia.uol.com.br/
https://www.lmfunicamp.com/
https://br.investing.com/
https://www.moneytimes.com.br/
https://fundamentus.com.br/
https://valor.globo.com/
https://www.wsj.com/
https://www.nytimes.com/

Não só nos meios eletrônicos, mas também são ótimas fontes de


informação os livros. Aqui estão alguns exemplos desses materiais:

O Investidor Inteligente - Benjamin Graham


O jeito Warren Buffett de investir: Os segredos do maior investidor
do mundo - Robert G. Hagstrom
Pai Rico, Pai Pobre - Robert Kiyosaki
Os Segredos da Mente Milionária - T. Harv Eker
O Homem Mais Rico da Babilônia - George Samuel Clason
Investimentos Inteligentes - Gustavo Cerbasi.

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