Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
4, Agosto 2021
ISSN: 2675-3251
GIRO PPGEC
Destaques nesta edição
Página 9 Páginas 5 a 7
Equipe Editorial
Amanda Pereira de Freitas (Doutoranda) Ι Carolina Santos de Miranda (Doutoranda) Ι Claudinelly Yara
Braz dos Santos (Doutoranda) Ι Climéria Beserra Ramalho (Mestranda) Ι Dyanderson Eustáquio
(Mestrando) Ι Edna Silva Barreto (Doutoranda) Ι Eliemerson de Souza Sales (Doutorando) Ι Felipe
Alexandre de Lima Lira (Mestrando) Ι Francisco Aucelio Evangelista Belchior Júnior (Mestrando) Ι
Gleyvison César Félix Paixão (Mestrando) | Jairo Jose Ribeiro Toscano de Brito Junior (Mestrando) Ι
Janaina Barbosa Silva (Mestranda) Ι Jéssica Vanessa Diniz da Silva (Mestranda) Ι Joaklebio Alves da
Silva (Doutorando) Ι Leíce Germana da Silva Barbosa (Mestranda) | Manuel Bandeira dos Santos Neto
(Doutorando) Ι Paula Carolayne Cabral do Livramento (Mestranda) | Rayanne Fernanda da Costa Melo
(Mestranda) Ι Ribbyson José de Farias Silva (Doutorando) Ι Rita Paradeda Muhle (Pós-doutoranda) Ι
Romulo André Vicente (Doutorando) Ι Wilson Antônio da Silva (Mestrando).
GIRO eventos
CONHECENDO o PPGEC
O Programa de Pós-Graduação em Ensino das Ciências tem como objetivos desenvolver pesquisas
centradas na área de Ensino de Ciências da Natureza e Matemática, tendo como foco principal a
questão da docência e da aprendizagem de ciências e matemática nos diferentes níveis de ensino;
construir uma visão ampla sobre a pesquisa em ensino de ciências com os mestrandos e
doutorandos; contribuir para elevar o nível de formação de professores de ciências e matemática da
educação básica, principalmente aqueles que já atuam na rede pública de ensino, e oferecer
oportunidades de formação acadêmica para alunos egressos das diversas licenciaturas da UFRPE e
outras instituições de ensino superior e estabelecer intercâmbios de cooperação com outras
instituições educacionais em nível local, regional, nacional e internacional.
O Programa possui atualmente o conceito 4 da Capes e recebe bolsas de estudos da CAPES, CNPq e
FACEPE (Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco).
GIRO bancas
COMUNICADO PPGEC
2021.2!
GIRO notícias
MINUTO sustentabilidade
●Eixo Uso Racional de Energia Elétrica e Incremento de Energia Sustentável: aquisição de luminárias
LED (Light Emitter Dioder), e a instalação em curso da Usina Fotovoltáica da UFRPE;
●Eixo Uso Racional de Recursos Hídricos: tratamento dos efluentes da Zona 01;Eixo Qualidade de
Vida no Ambiente de trabalho: ações temáticas de promoção da saúde;
O cenário pandêmico de 2020 certamente influenciou muito a não realização da grande parte das
ações previstas, segundo o relatório. Entretanto, estas ações continuam sendo objetivos do PLS que
visa se adaptar.
Linhas de pesquisa:
Processos de construção de
significados em ensino de Ciências e
Matemática.
Áreas de pesquisa:
Educação Matemática, educação
Estatística, Análise Estatística
Implicativa no ensino de Ciências e
Matemática.
A educação deve ir além da construção dos saberes que podem ser usados para salvar vidas ou
a construção de armas de destruição em massa. Deve ir na direção da construção de
sentimentos de solidariedade, da ética e do amor. Nesse sentido, a preocupação com o
“outro” deve se expandir para além do ambiente familiar, para todos os seres humanos e
para além deles, para os seres vivos e componentes inorgânicos (como a água, o solo e o ar
que mantém a vida em nosso planeta).
Vladimir L. V. X.
de Andrade
Implementar o Ensino por Investigação nas salas de aula da maioria das escolas da Educação
Básica no Brasil tem se constituído em grande desafio. A esse respeito, alguns pesquisadores
têm apresentado os aspectos que podem estar atuando como dificultadores da
“materialização” deste ensino investigativo. Dentre essas dificuldades, 02 (duas) delas
chamam-nos a atenção: o repertório de ideias escasso, como também a dificuldade em
planejar ou elaborar as atividades investigativas. Inquietou-nos pensar, portanto, em que
medida estas dificuldades podem estar relacionadas às fragilidades do processo de formação
inicial docente. Pensar em como os licenciandos compreendem o Ensino por Investigação. E
ainda, na maneira como os pressupostos que fundamentam o EnCI têm sido trabalhados
durante os cursos de formação inicial docente. Estas inquietações moveram-nos e motivaram-
nos para o desenvolvimento desta pesquisa.
Os dados alçados por esta pesquisa foram apreendidos por meio de uma oficina de discussão
intitulada: “O Ensino de Ciências por Investigação: Fundamentos Teóricos e Metodológicos”, em
que além das interações e impressões trazidas pelos sujeitos participantes (os discentes do
curso de Licenciatura em Ciências Biológicas) foram também produzidos alguns materiais para
fins de análise.
Durante o curso apresentamos trabalhos em alguns eventos, mas focamos nosso objetivo para a
publicação em periódicos, afinal, almejávamos chegar à defesa tendo cumprido minimamente a
exigência do Programa em termos de publicações. Para tanto, buscamos articular, nas diversas
disciplinas e fases da pesquisa, a produção de materiais que pudessem ser submetidos à publicação e
que, obviamente, nos ajudaram a construir nossa tese.
Para esta conversa trazemos o artigo que publicamos com a Profa. Monica Folena, na Revista E-
Curriculum (PUCSP, Qualis A2), intitulado “Educação ambiental nos cursos de agronomia das
universidades federais rurais do Brasil” (Disponível em:
https://revistas.pucsp.br/index.php/curriculum/article/view/40009). Além deste, antes da defesa tivemos
outros dois trabalhos publicados em revistas Qualis A4 e B2.
Durante a fase dos estudos exploratórios, estudamos mais de 30 projetos pedagógicos de cursos (PPC)
de agronomia ofertados em todas as regiões do país, nos quais analisamos as perspectivas de educação
ambiental e os aportes freireanos neles presentes. Afinal, se buscamos no nosso estudo a EA crítica,
embora Paulo Freire nunca tenha tratado diretamente de educação ambiental, ele é referência
reconhecida e presente nos trabalhos sobre o tema. Freire afirma, em Pedagogia da Indignação, que a
ecologia ganha uma importância fundamental neste fim de século, devendo estar presente em qualquer
prática educativa de caráter radical, crítico ou libertador.
Considerando que a UFRPE integra o conjunto das quatro únicas universidades rurais do sistema federal
de ensino (juntamente à UFERSA, UFRA e UFRRJ), que oferecem o curso de agronomia, realizamos uma
análise dos PPC dessas instituições, que foi submetido e publicado antes da nossa defesa.
A pesquisa realizada evidenciou situações distintas entre as instituições analisadas: uma com fortes
indícios de uma EA conservadora, desvinculada da natureza social, cultural e política; outra com viés
mais regionalista, ênfase no desenvolvimento econômico e presença de alguns matizes de
sustentabilidade, associados à busca da cidadania e justiça social; e duas delas com abordagem de EA
integral, contextualizada do ponto de vista da complexidade que envolve as questões da
sustentabilidade, inclusive do ponto de vista da sua natureza social, cultural e política.
A ideia da pesquisa surgiu a partir das reflexões havidas no Grupo de Pesquisa sobre Formação e Prática
Pedagógica de Professores de Ciências e Biologia (Forbio), em discussões e estudos de textos envolvendo
questões relacionadas à prática docente, enquanto vertente da práxis pedagógica. Tais reflexões
destacam ser fundamental que as perspectivas sociais, políticas, econômicas e culturais permeiem a
prática da EA, já que a noção de sustentabilidade tem relação com as práticas humanas que se
constituem historicizadas e socialmente construídas.
A minha formação inicial como Engenheiro Agrônomo, tendo atuado em diferentes localidades do Estado
de Pernambuco, permitiu perceber que nas atividades desses profissionais, junto aos diferentes atores no
campo, os processos vinculados à sua formação universitária e suas concepções sobre EA têm influência
determinante nas suas abordagens e práticas, sobretudo quando estas se voltam aos segmentos
socioeconômicos mais fragilizados do campo.
O contexto dos currículos, das tecnologias, das políticas públicas e dos processos produtivos privilegiam a
lógica do agronegócio, onde se sobressai o viés tecnicista, a fragmentação do conhecimento e a tendência
à visão simplificada, fortemente vivenciada nos cursos de agronomia do país, em detrimento da
complexidade que envolve as diferentes realidades do mundo rural.
Devido à suspensão das aulas presenciais nas instituições de ensino superior do Brasil no ano de 2020,
em razão da pandemia causada pela Covid-19, a referida oficina se deu em formato remoto, contendo
atividades síncronas e assíncronas. No artigo, descrevemos, portanto, o roteiro desta oficina com os
licenciandos e apresentamos uma discussão acerca das concepções destes sujeitos em relação ao
EnCI.
Aproveito o ensejo para agradecer aos meus professores do PPGEC-UFRPE, especialmente, à minha
orientadora, a Prof.ª Dra. Maria Aparecida Tenório Salvador, por sua generosidade em compartilhar
comigo de suas experiências e me acompanhar durante os processos de reflexão-escrita.
Finalizo, deixando para a nossa reflexão as palavras da Professor Marilda lamamoto (2001) a dizer-nos
que: “O momento que vivemos é mais um momento pleno de desafios. Mais do que nunca é preciso ter
coragem, é preciso ter esperanças para enfrentar o presente. É preciso resistir e sonhar... é necessário
alimentar os sonhos e concretizá-los dia-a-dia no horizonte de novos tempos mais humanos, mais
justos, mais solidários. ”
De minha parte, reafirmo: Os tempos atuais estão sendo muito desafiadores. Por isso mesmo, sigamos
adiante! Sigamos confiantes! Sigamos fazendo o que nos cabe, apesar de alguns, para outros e com os
outros! Enfim, caminhemos firmes em nosso propósito de contribuir, da melhor maneira que pudermos,
com a iluminação de nós mesmos e de nossa sociedade.
De uma maneira geral, as observações vivenciadas nesta pesquisa reforçam uma tendência já indicada
nos estudos desenvolvidos por outros autores, que apontam a fragmentação do conhecimento, o
tecnicismo e a carência de uma visão complexa dentre as causas que dificultam, ou até mesmo
impedem, a abordagem de uma EA crítica na formação do Engenheiro Agrônomo. Considerando o
contexto de oferta de 480 cursos de agronomia no país, tal cenário se reveste de importância e
preocupação, do ponto de vista dos efeitos para a sociedade.
Assim, cremos que as reflexões trazidas nesta tese podem se constituir ponto de partida para um campo
de estudos mais amplo, envolvendo reflexões em torno das possibilidades e formas de como a EA vem
sendo introduzida e articulada, enquanto prática docente, na estrutura curricular de diferentes cursos de
graduação, notadamente naqueles que têm na Biologia, igualmente à agronomia, importante base para a
formação que proporcionam.
Agradeço a oportunidade de diálogo neste espaço de comunicação. Desejo muito êxito a toda
comunidade do PPGEC/UFRPE e me coloco à disposição para seguirmos nessas conversas, no âmbito
do Forbio e da Cátedra Paulo Freire da UFRPE, onde estou lotado.