Mensagem, de Fernando Pessoa (1934) fala sobre a dimensão simbólica do herói é reflete

sobre a intervenção divina que sagrou os heróis retratados pelo escritor.

Pessoa constrói seu herói a partir de diversos elementos, como a bravura dos guerreiros que
lutaram pela independência de Portugal, a sabedoria dos reis que governaram e a fé dos
navegadores que desbravaram os oceanos em busca de novas terras. O herói pessoano é, por
isso, contemplativo, sonhador, e, acima de tudo, é um mito em si que tem por missão
combater a estagnação em que o país se encontra. Assim, a conceção de herói, para o poeta, é
necessariamente messiânica, já que ele une o plano espiritual e o plano humano. Como
exemplo, podemos considerar Ulisses (herói mítico), D. Fernando (herói mártir) e D. Sebastião
(herói simbólico) que, embora com papeis diferentes assumem uma função de extrema
relevância no que toca ao cumprimento da missão que lhes foi (pre)destinada.

A dimensão simbólica deste herói reside, assim, na força do seu espírito, pois não conhece os
limites da condição humana, agindo sempre de acordo com a vontade divina.