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Lubrificando Nosso Lado Técnico n°8 / 2015

Contaminação de Óleo Hidráulico

Os contaminantes são influências não desejadas que podem destruir a


integridade dos fluidos dos sistemas hidráulicos.

A contaminação de fluidos lubrificantes tornou-se mais preocupante nos


últimos anos com o surgimento de uma nova geração de equipamentos, em que os
componentes internos têm folgas cada vez menores para gerar elevadas pressões de
trabalho e maior força aos equipamentos.

Grandes partes das falhas de sistemas apresentadas são resultantes


diretamente de contaminantes. Essa contaminação, que ocorre na forma de sujeira,
partículas de desgaste de metal, tinta, enfim, de qualquer corpo estranho dentro de
um fluido, acelera o desgaste dos componentes, roubando a eficiência do
equipamento. Os estudos comprovam que 75% a 85% das falhas ocorridas em
sistemas hidráulicos são diretamente ligadas à contaminação e, como as folgas são
mínimas nos sistemas hidráulicos modernos, mesmo as partículas invisíveis a olho
nu podem acarretar o início do desgaste de um componente e aumentar a perda de
eficiência de todo o sistema. O objetivo do controle da contaminação é aumentar a
vida útil dos componentes e a produtividade das máquinas, diminuindo os custos
para o cliente, (em média uma redução de 95%), aumentando a sua satisfação ao
mesmo tempo que este controle evitará a ocorrência de defeitos, acidentes,
interrupções e reparos dispendiosos.

Gerenciamento e análise
O controle de contaminação, como alicerce da manutenção preventiva e
proativa, é implantado em 3 passos simples:

a) Estabelecer os níveis-alvo de limpeza do fluido para cada máquina e sistema.

b) Selecionar e instalar equipamento de filtragem (ou melhorar a classificação atual


do filtro) e técnicas de eliminação de contaminante para atingir os objetivos de níveis
de limpeza.

c) Monitorar objetivos a serem atingidos. Ajustar as técnicas de filtragem e de


eliminação de contaminante, conforme requerido, para estabilizar os objetivos de
limpeza.
Fundamentos do Gerenciamento da Contaminação
Os processos de verificação de contaminação dos sistemas hidráulicos por
elementos sólidos podem ser realizados da seguinte maneira:

- Contagem de partículas e Contagem óptica;

- Teste de Membrana;

Caracterização de Partículas – Para a determinação da severidade, modo e


tipos de desgaste em máquinas por meio da identificação da morfologia, acabamento
superficial, coloração, natureza e tamanho das partículas encontradas em amostras
de óleos ou graxas lubrificantes de qualquer viscosidade, consistência e opacidade
são utilizados vários métodos tais como:

- Ferrografia;

- Ferrografia quantitativa e Ferrografia analítica;

- Espectrofotometria;

- Espectrometria de absorção atômica e Espectrometria de infravermelho.

Em decorrência das menores folgas, os equipamentos hidráulicos se tornaram


mais sensíveis aos contaminantes sólidos em suspensão nos fluidos e o controle
dessa contaminação passou a ser indispensável para assegurar o funcionamento e a
longa vida de válvulas, bombas e motores.

Há, portanto, a necessidade de se determinar, com clareza e precisão, qual o


nível de limpeza que o fluido deve ter, para garantir o perfeito funcionamento dos
sistemas hidráulicos.

Há muitos anos, organizações como ISO, NAS, entre outras, têm estabelecido
critérios para determinar o nível de contaminação dos fluidos. Atualmente as normas
internacionais mais aceitas são a ISO 4406 e a NAS 1638 (HDA, 2006)

Entendendo a Norma ISO 4406


O objetivo do código ISO é simplificar o relatório de contagem de partículas,
através da conversão da quantidade de partículas encontradas por mililitro da
amostra analisada em um código que represente este valor. Na tabela 1, estão os
códigos e as faixas que representam.

Na versão atual da norma, são reportados os seguintes tamanhos de


partículas:

≥4μm / ≥6μm / ≥14μm

O código reportado pelos contadores de partículas está resumido a 3 escalas:


1/2/3

A primeira representa o número de partículas iguais ou maior que 4μm por ml

A segunda representa o número de partículas iguais ou maior que 6μm por ml


A terceira representa o número de partículas iguais ou maior que 14μm por ml

Como exemplo, o código 22/18/13 significa que foram encontradas em 1 ml


da amostra: entre 20.000 e 40.000 (inclusive) partículas maiores ou iguais a 4μm e
entre 1.300 e 2.500 (inclusive) partículas maiores ou iguais a 6μm e entre 40 e
80(inclusive) partículas maiores ou iguais a 14μm.

Também existe uma equivalência entre a Normas ISO, NAS e SAE e você
encontra exemplos desta relação na Tabela 2. Veja ainda o grau de limpeza requerido
por componentes hidráulicos.

Tabela 1
Tabela 2

Grau de Limpeza Requerido Por Componentes Hidráulicos


Muitos fabricantes de equipamentos hidráulicos e rolamentos de carga
especificam um ótimo nível de limpeza requerido para seus componentes.

Submeter estes componentes a um fluido com níveis maiores de


contaminação pode resultar em uma vida mais curta para os mesmos.

É sempre interessante consultar o fabricante do componente para saber a


recomendação do mesmo para o nível máximo admissível de contaminação, com
base por exemplo, na norma ISO 4406.

Veja na tabela 3, alguns destes componentes e seus níveis de limpeza


recomendados.
Tabela 3

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