Você está na página 1de 18

_

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO


CENTRO MULTIDISCIPLINAR DE CARAÚBAS
CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA
ELEMENTOS DE MÁQUINAS II

PROJETO DE ENGRENAGENS DE DENTES RETOS - MÉTODO AGMA

Discentes:
BRUNA NAIARA SANTOS DIAS
GUSTAVO DE BRITO ALVES

Docente:
JACKSON DE BRITO SIMOES

CARAÚBAS
2022
Problema: Pás eólicas que foram acopladas na ponta de um eixo conseguem
a partir dos ventos presentes onde foram instaladas, imprimir uma velocidade linear
média de 8 m/s, que provoca no eixo uma potência de aproximadamente 10Hp. Essa
potência é suficiente para promover o acionamento de um gerador elétrico. Sabendo
que a rotação de saída mínima deve ser garantida para que o gerador opere com
eficiência superior a 90% promovendo uma ampliação de rotação da ordem de 64
vezes. A distância entre os eixos de transmissão de potência c, é de 450 mm
sem margem para ajustes. O eixo de saída e entrada utilizados tem diâmetro de 2” e
são fabricados em aço SAE 4330. A capacidade máxima de carga do sistema é P =
8,5 kN. A temperatura de trabalho é ambiente e o local é bem refrigerado. Projete uma
caixa de amplia, capaz de atender o projeto. O gerador opera tanto no sentido horário
ou anti-horário.

Dados:

 Velocidade linear média 8.0 m/s


 Potência máxima de 10 Hp
 Eficiência superior a 90%
 Ampliação de rotação na ordem de 64 vezes
 Distância entre a transmissão de potência de 450 mm
 Diâmetro do eixo de 2”
 Aço SAE 4330
 Capacidade máxima de carga 8,5 kN
 Coeficiente se segurança de pelo menos 20%

RESOLUÇÃO DO PROBLEMA:

1- INTRODUÇÃO
De acordo com (Norton,2013), as engrenagens são utilizadas afim de
transmitir torque e velocidade angular em diversas aplicações, havendo uma
enorme diversidade de tipos de engrenagens no mercado. Ainda de acordo com
(Norton, 2013), as engrenagens seguem uma padronização referente a forma e
tamanho dos seus dentes, está padronização ocorre por meio da norma (AGMA),
dito isso, esse projeto seguirá a devida norma.
2- DEFINIÇÕES DO PROJETO

Para dá início a todo projeto, precisa-se definir parâmetros e medidas, para isso,
pode-se definir parâmetros como o ângulo de pressão de um par de engrenagens, número
de dentes da engrenagem e do pinhão e dentre outras variáveis que serão abordadas
durante o discorrer deste projeto.

De acordo com a bibliografia sugerida para a elaboração deste projeto, os


ângulos de pressões são padronizados pelos fabricantes de engrenagens, a fim de baratear
seus custos, e os mais comuns são 14,5º, 20º e 25º. De acordo com a norma DIN 867,
recomenda-se a utilização do ângulo de pressão de 20º, portanto, neste projeto, esse será
o ângulo adotado.

 Cálculo da ampliação da rotação

Sabendo que a ampliação da ampliação global do trem de engrenagem é de 1:64,


com isso, para ter uma ideia da ampliação do engrenamento desejada, pode-se calcular a
raiz quadrada da ampliação deseja. Como a ampliação é de uma ordem muito grande, um
par de engrenagem não será suficiente, portanto, foi realizado cálculo da raiz quadrática
e cúbica e por meio de análise, foi decidido qual seria melhor para o projeto.
3 4
√64 = 4 √64 = 𝟐, 𝟖𝟐𝟖𝟒
Como o número de dentes em cada engrenagem deve ser inteiro, veja quão
próximo podemos chegar da ampliação de engrenamento de ordem de 1:4 e 1:2,8284 com
combinações inteiras de dentes, começando com o menor pinhão possível, onde essas
combinações irão chegar próximas ou igual a ampliação do engrenamento.

13*(4) = 52 13*(2,8284) = 36,77


14*(4) = 56 14*(2,8284) = 39,60
15*(4) = 60 15*(2,8284) = 45,25
16*(4) = 64 16*(2,8284) = 45,25
De acordo com as análises realizadas, pode-se perceber que, se torna mais viável
realizar o projeto com três pares de engrenagens, sendo que o pinhão irá conter 64 dentes
e a engrenagem possuirá 16 dentes. Sabendo disso, foi possível realizar a escolha do trem
de engrenagem, onde optou-se por realizar um projeto com um trem de engrenagem
composto com reversão de acordo com a Figura 1, afim de ocupar um menor espaço na
máquina e conferindo maior leveza.
Figura 1- Trem de engrenagem composto com reversão

Fonte: Autoria própria, 2022

 Velocidade linear de entrada e saída

Sabendo a velocidade linear média e o raio do eixo, pode-se encontrar a


velocidade angular, por meio de:

𝑣 8 𝑚/𝑠
𝑣 = 𝑟1 ∗ 𝑤1 → 𝑤1 = =
𝑟1 0,0254

𝜔1 = 314,96𝑟𝑝𝑠 ∙ 60𝑠

𝝎𝟏 = 𝟏𝟖𝟖𝟗𝟕, 𝟔 𝒓𝒑𝒎

Como a ampliação de rotação é na ordem de 64 vezes, temos:

𝜔2 = 64 ∙ 𝜔1

𝜔2 = 64 ∙ 18897,6

𝝎𝟐 = 𝟏𝟐𝟎𝟗𝟒𝟒𝟔, 𝟒 𝒓𝒑𝒎
 Módulo do par de engrenagens, diâmetro primitivo do pinhão e
engrenagem

Para satisfazer os desejos do cliente, deve-se analisar se a distância entre centros


será satisfatória, para isso, deve-se calcular o módulo do par de engrenagens, por meio
de:

2∗𝐶 2 ∗ 450
𝑚= →𝑚= = 𝟏𝟏, 𝟐𝟓 𝒎𝒎
𝑁𝑔 + 𝑁𝑝 16 + 64

Com isso, pode-se calcular os diâmetros de referência do pinhão e da


engrenagem.

𝑑𝑝 = 𝑚 ∗ 𝑁𝑝 = 11,25 ∗ 64 = 𝟕𝟐𝟎 → 𝒓𝒑 = 𝟑𝟔𝟎 𝒎𝒎

𝑑𝑔 = 𝑚 ∗ 𝑁𝑔 = 11,25 ∗ 16 = 𝟏𝟖𝟎 → 𝒓𝒈 = 𝟗𝟎 𝒎𝒎

Tendo posso dos diâmetros de referência, pode-se verificar se condição da


distância entre centros que foi fornecida no projeto, será aceita.

𝐶 = 𝑟𝑝 + 𝑟𝑔 → 𝐶 = 360 + 90 = 𝟒𝟓𝟎 𝒎𝒎

3. PARÂMETROS GEOMETRICOS DA ENGRENAGEM

Os parâmetros geométricos calculados por meio desta seção, são encontrados por
meio do passo diametral. Pela Tabela 12-1 do Norton, encontra-se as seguintes variáveis:

 Passo diametral

25,4 25,4 𝟏
𝑃𝑑 = = = 𝟐, 𝟐𝟔
𝑚 11,25 𝒊𝒏

 Adendo
1 1
𝑎= = = 𝟎, 𝟒𝟒 𝒊𝒏
𝑃𝑑 2,26
 Dedendo

1,25 1,25
𝑏= = = 𝟎, 𝟓𝟓 𝒊𝒏
𝑃𝑑 2,26

 Profundidade de trabalho
2
ℎ𝑡𝑟𝑎𝑏 = = 𝟎, 𝟖𝟖 𝒊𝒏
𝑃𝑑
 Profundidade total
ℎ𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 𝑎 + 𝑏 = 0,44 + 0,55 = 𝟎, 𝟗𝟗 𝒊𝒏
 Folga

𝑐 = 𝑏 − 𝑎 = 0,55 − 0,44 = 𝟎, 𝟏𝟏 𝒊𝒏

 Diâmetro externo de cada engrenagem

𝐷𝑜𝑝= 𝑑𝑝 + 2𝑎 = 720 + 2 ∗ 0,44 = 𝟕𝟐𝟎, 𝟖𝟖 𝒎𝒎


𝐷𝑜𝑔= 𝑑𝑔 + 2𝑎 = 180 + 2 ∗ 0,44 = 𝟏𝟖𝟎, 𝟖𝟖 𝒎𝒎

 Comprimento da ação
2 2
𝑍 = √(𝑟𝑝 + 𝑎) − (𝑟𝑝 ∗ 𝑐𝑜𝑠∅)² + √(𝑟𝑔 + 𝑎) − (𝑟𝑔 ∗ 𝑐𝑜𝑠∅)² − 𝐶 ∗ 𝑠𝑒𝑛∅

𝑍 = √(360 + 0,44)2 − (360 ∗ 𝑐𝑜𝑠20)² + √(90 + 0,44)2 − (90 ∗ 𝑐𝑜𝑠20)²

− 450 ∗ 𝑠𝑒𝑛20
𝒁 = 𝟐, 𝟏𝟏
 Razão de contato
𝑃𝑑 ∗ 𝑍
𝑚𝑝 =
𝜋 ∗ 𝑐𝑜𝑠(∅)
2,26 ∗ 2,11
𝑚𝑝 = = 𝟏, 𝟔𝟐
𝜋 ∗ 𝑐𝑜𝑠(20)

Como pode-se perceber, a razão de contato está dentro da margem indicada pelo
Norton, ou seja, entre 1 e 2, onde são comuns e, irá ocorrer momentos durante o
engrenamento em que um par de dentes estará recendo toda a carga. Porém, ultrapassou
a margem de razão de contato mínima preferível que é de 1,4.

 Razão de engrenamento
A razão de engrenamento é facilmente encontrada pelo número de dentes no pinhão
e na engrenagem usando a Equação 12.5b.
𝑁𝑔 16
𝑚𝑔 = = → 𝒎𝒈 = 𝟎, 𝟐𝟓
𝑁𝑝 64
4. CÁLCULO DOS ESFORÇOS NOS DENTES DAS ENGRENAGENS

O torque no eixo do pinhão pode ser calculado pela Equação 10.1 do Norton 4ª
Ed. da seguinte forma:

𝑃𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎
𝑇𝑝 =
𝜔𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎

𝑁∙𝑚
745,7
10 ℎ𝑝 ∙ ( 𝑠 ⁄ )
ℎ𝑝
𝑇𝑝 =
𝑟𝑎𝑑
(2 ∙ 𝜋/60)
18897,6 𝑟𝑝𝑚 ∙ [ 𝑠⁄
𝑟𝑝𝑚]

𝑻𝒑 = 𝟑, 𝟕𝟕 𝑵 ∙ 𝒎

O torque no eixo da engrenagem ou torque de saída, é:

𝑇𝑠 = 𝑚𝑔 ∙ 𝑇𝑃

𝑇𝑠 = 0,25 ∙ 3,77 → 𝑻𝒔 = 𝟎, 𝟗𝟒 𝑵 ∙ 𝒎

A carga transmitida é a mesma em todas as três engrenagens e pode ser encontrada


a partir do torque e raio da qualquer uma das engrenagens:

𝑇𝑝
𝐹𝑡 =
𝑟𝑝

3,77
𝐹𝑡 = → 𝑭𝒕 = 𝟏𝟎, 𝟒𝟕 𝑵
0,36

A componente radial da carga é:

𝐹𝑟 = 𝐹𝑡 ∙ tan(∅)

𝐹𝑟 = 10,47 ∙ tan(20) → 𝑭𝒓 = 𝟑, 𝟖𝟏 𝑵

A carga total será:

𝐹𝑡
𝐹𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 =
cos(∅)
10,47
𝐹𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = → 𝑭𝒕𝒐𝒕𝒂𝒍 = 𝟏𝟏, 𝟏𝟒𝑵
cos(20)

5. VERIFICAÇÃO QUANTO A VALIDADE DA NORMA AGMA

Antes de dar continuidade com o projeto, se faz necessário realizar um checklist


no trem de engrenagem para determinar se o mesmo está dentro dos padrões da norma
AGMA, logo é verificado os seguintes pontos.

 A razão de contato está entre 1 e 2. (OK)


 As forças de atrito são desprezadas. (OK)
 A folga de engrenamento não é nula. (OK)
 Nenhum dente é pontudo (pinhões de adendos iguais). (OK)
 Os filetes da raiz são padronizados, suaves, e são produzidos por processo de
geração. (OK)
 Não há interferência entre as pontas e os filetes de raiz dos dentes acoplados e não
há adelgaçamento dos dentes abaixo do início teórico do perfil ativo. (OK)

6. TENSÕES DE FLEXÃO SEGUNDO A NORMA AGMA

 Fator geométrico de flexão e Fator dinâmico

O tipo de carregamento no dente da engrenagem será o HPSTC, devido a razão


de contato estar entre a faixa de 1 e 2, com isso é possível determinar o fator geométrico
de flexão utilizando a Tabela 12-11 do Norton.

Sabendo que os números de dentes referentes ao pinhão e engrenagem não estão


presente na Tabela 12-11, para o fator geométrico de flexão J da AGMA para 20º, desta
forma, os valores foram adotados por meio de analises.
𝑱𝒑 = 𝟎, 𝟑𝟖 𝒆 𝑱𝒈 = 𝟎, 𝟑𝟕

Para o cálculo do fator dinâmico foi considerado um limite médio, para o intervalo
do índice de qualidade do projeto, garantindo que não seja um projeto muito conservativo
ou muito superdimensionado. Desta forma, adotou-se um valor de 𝑄𝑣 = 8.

2
(12 − 𝑄𝑣 )3
𝐵=
4
𝐴 = 50 + 56 ∙ (1 − 𝐵)
2
(12 − 8)3 𝑨 = 𝟕𝟎, 𝟕𝟐
𝐵= → 𝑩 = 𝟎, 𝟔𝟑𝟎
4

𝐵
𝐴
𝐾𝑣 = ( )
𝑑𝑝 𝐴 + √200 ∙ 𝑉𝑡
𝑉𝑡 = ∙ 𝜔𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎 0,63
2 70,72
𝐾𝑣 = ( )
0,72 70,72 + √200 ∙ 113,4
𝑉𝑡 = ∙ 18897,6
2
𝑽𝒕 = 𝟏𝟏𝟑, 𝟒𝒎/𝒔
𝑲𝒗 = 𝟎, 𝟒𝟗

 Fator de distribuição de carga e Aplicação de carga

Por meio da Tabela 12-16 e utilizando o valor mínimo recomendado para a largura
de face do dente da engrenagem, foi possível obter o fator de distribuição de carga através
do método de interpolação.

8
𝐿= = 89,92 𝑚𝑚
𝑃𝑑

𝐾𝑚 = 1,64
Sabendo que a fonte de potência do ampliador de rotação é um gerador elétrico, o
fator de aplicação de carga pode ser encontrado na Tabela 12-17. Diante do ambiente de
trabalho do gerador elétrico, é necessário escolher o coeficiente de choque severo, devido
aos ventos fortes responsáveis pelo movimento rotativo das pás eólicas.

𝐾𝑎 = 1,75

 Fator de tamanho, Fator de espessura da borda e Fator de ciclo de carga

A AGMA não apresenta nenhum critério para definição do fator de tamanho em


suas normas, logo é recomendado que seja adotado o valor de 1.

𝐾𝑠 = 1

O fator de espessura pode ser definido como 1, levando em consideração que o


pinhão e a engrenagem irão apresentar uma espessura de borda muito maior que a
profundidade.

𝐾𝐵 = 1

O fator de ciclo de carga será 1 pois é considerado que nenhuma engrenagem está
livre na transmissão.

𝐾𝑙 = 1

 Tensões de flexão nos dentes do pinhão e da engrenagem

De acordo com a norma AGMA as tensões de flexão serão as seguintes:

Tensão de flexão do pinhão.


𝑊𝑡 ∙ 𝑃𝑑 𝐾𝑎 ∙ 𝐾𝑚
𝜎𝑏,𝑝 = ∙ ∙ 𝐾𝑠 ∙ 𝐾𝑏 ∙ 𝐾𝑙
𝐿 ∙ 𝐽𝑝 𝐾𝑣

𝝈𝒃,𝒑 = 𝟏𝟎𝟏, 𝟕𝟎 𝑴𝑷𝒂

Tensão de flexão da engrenagem:

𝑊𝑡 ∙ 𝑃𝑑 𝐾𝑎 ∙ 𝐾𝑚
𝜎𝑏,𝑝 = ∙ ∙ 𝐾𝑠 ∙ 𝐾𝑏 ∙ 𝐾𝑙
𝐿 ∙ 𝐽𝑔 𝐾𝑣

𝝈𝒃,𝒈 = 𝟏𝟎𝟓, 𝟖𝟎 𝑴𝑷𝒂

7. TENSÕES DE CRATERAÇÃO SUPERFICIAL SEGUNDO A NORMA AGMA

 Fator Geométrico da Superfície

Como o par de engrenagens é formado por dentes normatizados e sua


profundidade é completa, pode-se considerar o coeficiente de adendo do pinhão, desta
forma, pode-se calcular o raio de curvatura dos dentes do pinhão, da engrenagem e o
fator geométrico da superfície, respectivamente.

𝑑𝑝 1 + 𝑥𝑝 2 𝑑𝑝 2
𝜋
ρ 𝑝 = √( + ) − ( ∙ 𝑐𝑜𝑠∅) − ∗ 𝑐𝑜𝑠(𝜙)𝜌𝑝
2 𝑃𝑑 2 𝑃𝑑

720 1 + 0 2 720 2
𝜋
𝜌 𝑝 = √( + ) −( ∙ 𝑐𝑜𝑠20) − ∗ 𝑐𝑜𝑠(20°)
2 2,26 2 1 𝑖𝑛
2,26 𝑖𝑛 ∗ ( )
25,4 𝑚𝑚

𝛒 𝒑 = 𝟖𝟗, 𝟗𝟓 𝒎𝒎

ρ 𝑔 = 𝐶 ∙ 𝑠𝑒𝑛 (∅) − ρ 𝑝

ρ 𝑔 = 450 𝑥 𝑠𝑒𝑛(20) − 89,95 = 𝟔𝟑, 𝟗𝟔 𝒎𝒎

𝑐𝑜𝑠 (20) 𝑐𝑜𝑠 (20)


𝐼= = = 𝟎, 𝟎𝟒𝟖 𝒎𝒎
1 1 1 1
(ρ + ρ ) ∙ 𝑑𝑝 ( + 63,96) ∙ 720
89,95
𝑝 𝑔

 Fator de coeficiente elástico

Para realizar a fabricação das engrenagens, foi selecionado o aço SAE 8620, pois
é um material que possui boas características mecânicas, o produto tem excelente
relação de custo-benefício, devido à alta durabilidade, bem como a resistência contra
choques mecânicos, fraturas, variações de temperatura, umidade e processos de
corrosão, além de ser um aço indicado para fabricação de engrenagens.

Coeficiente de Poisson 𝑉𝑝 = 0,27 𝑉𝑝 = 𝑉𝑔


Módulo de elasticidade 𝐸𝑝 = 210 𝐺𝑃𝑎 𝐸𝑝 = 𝐸𝑔
O fator de coeficiente elástico será:

1
𝐶𝑝 =
√ 2
1 − 𝑉𝑝 1 − 𝑉𝑔 2
𝜋 ∙ [( 𝐸 ) + ( 𝐸 )]
𝑝 𝑔

1
𝐶𝑝 = → 𝑪𝒑 = 𝟏𝟗𝟎
√ 1 − 0,272 1 − 0,272
3,14 ∙ [( 210000 ) + ( 210000 )]

 Fator de acabamento superficial e demais fatores das tensões superficiais

A AGMA não apresenta nenhum critério para definição do fator de acabamento


superficial em suas normas, logo é recomendado que seja adotado o valor de 1.

𝐶𝑓 = 1

Se tratando de tensões superficiais, a norma AGMA afirma que alguns


coeficientes de C sejam os mesmo que os coeficientes referentes a K, calculados no
tópico 6. Sabendo disso, temos que:

𝐶𝑎 = 𝐾𝑎 𝐶𝑚 = 𝐾𝑚 𝐶𝑣 = 𝐾𝑣 𝐶𝑠 = 𝐾𝑠
 Tensões de crateração superficial nos dentes do pinhão e da engrenagem

De acordo com a norma AGMA as tensões de flexão serão as seguintes:

Resistência a crateração do pinhão

𝐹𝑡 𝐶𝑎 ∙ 𝐶𝑚
𝜎𝑐,𝑝 = 𝐶𝑝 ∙ √ ∙ ∙ 𝐶𝑠 ∙ 𝐶𝑓
𝐿 ∙ 𝐼 ∙ 𝑑𝑝 𝐶𝑣

𝝈𝒄,𝒑 = 𝟏𝟖𝟒 𝐌𝐏𝐚


Resistência a crateração da engrenagem

𝐹𝑡 𝐶𝑎 ∙ 𝐶𝑚
𝜎𝑐,𝑔 = 𝐶𝑝 ∙ √ ∙ ∙ 𝐶𝑠 ∙ 𝐶𝑓
𝐿 ∙ 𝐼 ∙ 𝑑𝑔 𝐶𝑣

𝝈𝒄,𝒈 = 𝟑𝟔𝟖 𝑴𝑷𝒂

8. RESISTÊNCIA A FADIGA DE ACORDO COM A NORMA AGMA

 Fator de vida e de temperatura

De acordo com o projeto, a máquina deve ter uma vida mínima de 15 anos. Para
que essa condição seja possível, foram feitas algumas considerações pelo fabricante da
mesma. A máquina irá trabalhar durante um turno de 12 horas, durante 365 dias.

60 𝑚𝑖𝑛 4380 ℎ
𝑁 = 18897,63 ∙ ( )∙ ( ) ∙ (15 𝑎𝑛𝑜𝑠) ∙ (1 𝑡𝑢𝑟𝑛𝑜)
ℎ 𝑡𝑢𝑟𝑛𝑜 ∙ 𝑎𝑛𝑜

𝑵 = 𝟕, 𝟒𝟓𝒙𝟏𝟎𝟏𝟎

De acordo com o Norton, as linhas superiores a zona hachurada da Figura 12-24,


podem ser utilizadas para aplicações comerciais. Desta forma, preferiu-se utilizar um
fator de ciclo de vida conservativo.

𝐾𝐿 = 1,3558 ∙ 𝑁𝑣𝑖𝑑𝑎 −0,0178 = 𝟎, 𝟖𝟕

De acordo com o Norton, a temperatura do lubrificante é uma medida razoável da


temperatura da engrenagem. Para aços em óleos com temperaturas até
cerca de 250°F, 𝐾𝑡 pode ser posto igual a 1.
𝑲𝒕 = 𝟏

 Fator de confiabilidade

Por meio da Tabela 12-19, pode ser definido o fator de confiabilidade do projeto,
no qual adotou-se uma confiabilidade de 99%, afim de manter os critérios
conservativos utilizados anteriormente e para reduzir os custos, já que quanto maior
a confiabilidade maior será os custos do mesmo.

𝑲𝑹 = 𝟏

 Resistência à fadiga de flexão corrigida

Sabendo que as engrenagens foram fabricadas com ao aço SAE 8620, de forma
que foi adotado grau 1, afim de manter o critério. Desta forma a dureza Brinell é de
341 HB. Utilizando a Figura 12-25, foi possível calcular a resistência a fadiga à
flexão. Vale salientar, que o eixo projetado por meio do Autodesck inventor, também
foi fabricado do aço SAE 8620.
𝑆𝑓𝑏 = −274 + 167 ∙ 𝐻𝐵 − 0,152 ∙ 𝐻𝐵²
𝑆𝑓𝑏 = −274 + 167 ∙ 341 − 0,152 ∙ 341²
𝑺𝒇𝒃′ = 𝟐𝟔𝟖, 𝟖𝟖 𝑴𝑷𝒂
Logo a resistência à fadiga de flexão corrigida será:

𝐾𝐿
𝑆𝑓𝑏,𝑐𝑜𝑟𝑟𝑖𝑔𝑖𝑑𝑎 = ∙𝑆
𝐾𝑇 ∙ 𝐾𝑅 𝑓𝑏

0,87
𝑆𝑓𝑏,𝑐𝑜𝑟𝑟𝑖𝑔𝑖𝑑𝑎 = ∙ 268,88
1∙1

𝑺𝒇𝒃,𝒄𝒐𝒓𝒓𝒊𝒈𝒊𝒅𝒂 = 𝟐𝟑𝟑, 𝟗𝟑 𝑴𝑷𝒂

 Fator de vida de superfície

Para determinação desse fator é utilizado a figura 12-26 do Norton, onde a


determinação e analise será feita de forma semelhante a 12-24, seguindo o mesmo
parâmetro de aplicação industrial.

𝐶𝐿 = 1,4488 ∙ 𝑁𝑣𝑖𝑑𝑎
𝐶𝐿 = 1,4488 ∙ (7,45 × 1010 )−0,023
𝐶𝐿 =0,81

 Fator de razão de dureza

De acordo com o Norton, pinhões endurecidos completamente que trabalham


contra engrenagens endurecidas completamente, a AGMA indica que:

𝐶𝐻 = 1 + 𝐴 ∙ (𝑚𝐺 − 1) 𝐻𝐵𝑝
Se 1,2 então A=0
𝐻𝐵𝑔
𝐶𝐻 = 1 + 0 ∙ (𝑚𝐺 − 1) → 𝑪𝑯 = 𝟏
 Fatores

Nesta seção, os coeficientes de K, serão iguais aos coeficientes de C, assim como


ocorreu no tópico 7. Então, temos que:

𝐶𝑇 = 𝐾𝑇 𝐶𝑅 = 𝐾𝑅

 Resistência à fadiga superficial corrigida

Para encontrar a resistência à fadiga superficial corrigida, se faz uso da Figura 12-
27 do Norton. Sabendo que o material utilizado foi o aço SAE 8620 de grau dois, tem-
se:

𝑆𝑓𝑐′ = 26000 + 327 ∙ 𝐻𝐵


𝑆𝑓𝑐′ = 26000 + 327 ∙ 341
𝑺𝒇𝒄′ = 𝟗𝟒𝟖, 𝟎𝟖 𝑴𝑷𝒂

Logo a resistência à fadiga superficial corrigida será:

𝐶𝐿 ∙ 𝐶ℎ
𝑆𝑓𝑐,𝑐𝑜𝑟𝑟𝑖𝑔𝑖𝑑𝑎 = ∙𝑆
𝐶𝑇 ∙ 𝐶𝑅 𝑓𝑐

0,81 ∙ 1
𝑆𝑓𝑐,𝑐𝑜𝑟𝑟𝑖𝑔𝑖𝑑𝑎 = ∙ 948,08
1∙1

𝑺𝒇𝒄,𝒄𝒐𝒓𝒓𝒊𝒈𝒊𝒅𝒂 = 𝟕𝟔𝟕, 𝟗𝟓 𝑴𝑷𝒂


9. ANÁLISE DOS COEFICIENTES DE SEGURANÇA

Coeficiente de segurança contra falha de flexão do pinhão


𝑆𝑓𝑏,𝑐𝑜𝑟𝑟𝑖𝑔𝑖𝑑𝑎 233,93
𝑛𝑏,𝑝 = = = 𝟐, 𝟑
𝜎𝑏,𝑝 101,70
Coeficiente de segurança contra falha de flexão da engrenagem
𝑆𝑓𝑏,𝑐𝑜𝑟𝑟𝑖𝑔𝑖𝑑𝑎 233,93
𝑛𝑏,𝑔 = = = 𝟐, 𝟐
𝜎𝑏,𝑔 105,80
Coeficiente de segurança conta falha de superfície do pinhão
2
𝑠𝑓𝑐,𝑐𝑜𝑟𝑟𝑖𝑔𝑖𝑑𝑎 767,95 2
𝑛𝑐,𝑝 = ( ) = ( ) = 𝟏𝟕, 𝟒𝟐
𝜎𝑐,𝑝 184
Coeficiente de segurança conta falha de superfície da engrenagem
2
𝑠𝑓𝑐,𝑐𝑜𝑟𝑟𝑖𝑔𝑖𝑑𝑎 767,95 2
𝑛𝑐,𝑔 = ( ) = ( ) = 𝟒, 𝟑𝟓
𝜎𝑐,𝑔 368

De acordo com o desejado, o cliente necessitava de um projeto com pelo menos


20% de segurança, além de possuir uma vida útil mínima de 15 anos. Com base nos
valores referentes ao item 9, pode-se observar que os coeficientes de segurança obedecem
esse padrão de confiabilidade e estão dentro das normas de AGMA.
Referências:

NORTON, Robert L. Projeto de máquinas. 4. ed. São Paulo: Techbooks, 2013. 1055
p.

Você também pode gostar