Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Essa pergunta tem efeito e respostas diferentes dentro de cada setor: Para as empresas, fica o
empenho em exigir os mesmos preços dos fretes, pois sua produção é instantaneamente afetada
comprometendo sua margem de lucro.
Para as transportadoras, fica o desafio de manter os preços dos seus serviços, pois seus fiéis
clientes migram ao primeiro sinal da palavra “aumento”.
Essa relação não é, nem de longe, pacífica e vantajosa para nenhuma das partes. A lei de
mercado que diz que um bom negócio é o ganha-ganha, mas não é coerente com ambas as
partes: A transportadora tem sua lucratividade afetada e os clientes têm a qualidade ameaçada.
Lucratividade e qualidade são questões de sobrevivência.
Uma relação construída sob o medo da falta de competitividade ou da quebra de uma “parceria”
alimenta muitos aventureiros no ramo do transporte. São muitos que abrem e fecham empresas
de transportes todos os dias. Sem o seguro das cargas transportadas, eles ofertam preços
imbatíveis diante de desenfreados aumentos dos fatores que compõem o valor de frete.
“Queimam e contaminam” preços tirando o poder de negociação de empresas sérias e
preocupadas com a qualidade.
Abordando de forma direta o transporte rodoviário, que representa 78% utilizado no País, sabe-se
que os principais fatores para o custo do frete consistem em combustível e em pneus. Só no
primeiro trimestre o diesel alcançou os 11% de aumento real. E há fretes congelados há anos. No
mercado há casos de até, acredite, oito anos sem reajustes.
Não há como se iludir ao comprar alguma coisa e ganhar algo grátis. Você está pagando por
aquele algo, pois o mercado não dá nada gratuitamente. Você acha que esses fretes não buscam
compensação em outras coisas? E não falo só da questão da perda de qualidade, porém há
casos, não são todos, mas não são poucos em que se alimenta um mercado ilegal de comércio
de combustível e de pneus e peças roubadas.
O que falar dos aumentos dos fatores associados à falta de condição crescente das rodovias?
Como contornar problemas com custos adicionais gerados diariamente? Só “jogo de cintura” não
é suficiente.
Custos enxutos e foco em investimentos vêm assegurando a sobrevivência de muitas
transportadoras. Entretanto, uma conscientização voltada à parceria é a saída. Já estive nos dois
lados: contratado e contratante; e sei que a condição é desigual e imposta de forma que se
desenham muito bem as figuras do opressor e do oprimido. Não precisa ser assim.
A parceria entre algumas empresas e transportadoras vem dando certo. Lucros divididos, custos
operacionais reduzidos com atividades sinérgicas. A produção entendeu que o transporte é uma
extensão do negócio, vital como qualquer outro segmento.
O mercado muda a cada dia. O público antes coberto com uma determinada linha de produtos,
tornou-se exigente e paga a mais por um prazo menor e por um produto de maior qualidade. Os
custos para isso podem ser corrigidos e os lucros distribuídos de forma mais inteligente e não
exploradora.
O que na verdade se pratica durante todos esses anos é um grande desperdício de energia que
ronda o transporte no Brasil. Somos campeões em custos diretos e indiretos, culpa de campanhas
mal elaboradas onde há outro intuito que, com certeza, não é aquela que contempla um projeto
de frete que satisfaça os transportadores e agregue valor ao produto do cliente. São campanhas
que visam vender caminhões, pneus, subsidiar outros mercados e construir rodovias que, na
maioria das vezes, não atendem uma demanda, não propõem uma durabilidade e são
extremamente caras aos cofres públicos com uma grande margem de corrupção.
É nesse momento que se entende por que a energia concentrada nos fretes não é bem utilizada
no Brasil. Enquanto as empresas buscam congelar os preços desses serviços, as transportadoras
buscam soluções de sobrevivência. Na verdade, os dois se perdem num mesmo caminho,
acorrentados por um sistema governamental que lhes suga as forças. Uma energia desperdiçada
e afundada em programas errados, nos buracos das rodovias e nos bolsos de corruptos que
assistem de camarote a agonia do frete brasileiro.
Escrito Por : Marcos Aurélio da Costa Foi Coordenador de Logística na Têxtil COTECE S.A.; Responsável pela
Distribuição Logística Norte/Nordeste da Ipiranga Asfaltos; hoje é Consultor na CAP Logística em Asfaltos e
Pavimentos (em SP) que, dentre outras atividades, faz pesquisa mercadológica e mapeamento de demanda no
Nordeste para grande empresa do ramo; ministra palestras sobre Logística e Mercado de Trabalho.
Problema
/ Efeito
- Pedágios
- Inflação
- Condições das estradas
- Extensão territorial
g. Apresente os indicadores;
indicadores de qualidade de pavimentação; IPCA; ANTT